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Material Complementar

Aula – Processos de
Medicação
Curso: Educando com o
Cérebro Aplicações práticas
em sala de Aula.
Temas

• Processos de Mediação na ótica de Feuerstein.


• Qual a origem da mediação?
• critérios ou tipos de interação.
Processos de Mediação na ótica de Feuerstein

Feuerstein e Vygotsky defendem que a aprendizagem advém da colaboração entre

um indivíduo inexperiente e outro mais experiente por meio da mediação e de sistemas


culturais.
Feuerstein afirma que é fundamental o elemento mediador humano entre o estímulo
e a resposta do organismo, pois o mediador humano influencia e é influenciado no
processo de ensino-aprendizagem.
Feuerstein garante que o desenvolvimento cognitivo humano é resultado da relação
com o mundo em seus aspectos culturais, com o mediador humano desempenhando
importante papel na apropriação da informação e do conhecimento. Para fazermos uma
comparação, a simples exposição aos estímulos representa apenas o conjunto de dados e
informações, sem relações históricas. Mas, o desenvolvimento e a aprendizagem ocorrem
por meio das interações pessoais e interpessoais intencionais e recíprocas.
Qual a origem deste processo de mediação?

Para Feuerstein a origem da mediação está no modo intuitivo que as mães interagem com seus bebes.
Ele aponta que a mediação de um adulto é o único meio de romper com um ambiente desfavorável e que compromete a
aprendizagem e o desenvolvimento humano, dando como exemplo a realidade vivida por Feuerstien na Segunda guerra
Mundial. O ambiente de prisioneiros dos campos de concentração nazista nos quais, crianças, foram privadas de mediação de
suas mães ou adultos mais experientes da sua própria cultura.
A mediação não é apenas uma intervenção adulta, mas o uso de determinadas técnicas eficazes para o desenvolvimento
da atenção e do pensamento. Ela é a interação de um mediador com seu mediado, onde a intenção pode ser a transmissão
de um significado, de uma habilidade, incentivando o mediado a se superar e desenvolver a expansão de sua capacidade
cognitiva.
A essência desta teoria de Feuerstein se baseia nestes três elementos: o mediador, o estímulo e o mediado. Sendo o
mediador a pessoa cujas intervenções são movidas pela compaixão e crença na capacidade humana de se modificar. O
mediador é a figura responsável pela seleção de estímulos que deverão manter a atenção e concentração das crianças, o
mediador apresenta os estímulos com autoridade e para cada reação das crianças aos estímulos, ele intervém novamente de
modo a manter e ampliar o potencial de aprendizagem.
O estímulo é qualquer escolha do mediador com vistas em sua interação com os estudantes. Feuerstein diz que somos
constantemente bombardeados por estímulos: são estímulos aleatórios, desordenados, com variedades de intensidades, ele
diz ainda que a maioria dos seres humanos aprendem a responder seletivamente à inúmeros estímulos que recebem
constantemente. Durante a mediação, os adultos se interpõem entre a criança e o estímulo, modificando o estimulo e a si
mesmos, e também a criança, com o objetivo de mudar, e orientar a forma como elas percebem os estímulos.
O mediado é o foco, o centro da intervenção do mediador. É ele que recebe os estímulos. A mediação envolve a
cognição e a motivação. A motivação é o aspecto afetivo da cognição, Feuerstein afirma que ela é a vontade de alguém fazer
algo, e o estímulo colabora, juntamente com as intervenções do mediador, para desenvolver a motivação no mediado.
Com a escolha responsável e orientada dos estímulos, os mediadores vão a cada intervenção, possibilitando o
desenvolvimento e aquisição de habilidades e a aprendizagens nesta relação com os mediados. Sabemos que o cérebro
humano, a mente humana, é plástica possuímos uma neuroplasticidade que permite que o nosso cérebro seja reorganizado,
possibilita reelaborar determinadas operações mentais em busca de responder aos estímulos propostos na mediação.
Mesmo com todos os avanços tecnológicos para o processo de ensino/aprendizagem a interação professor aluno nunca
será substituída, pois o professor continua sendo a melhor tecnologia em sala de aula. Metodologias de ensino que
proporcionam este contato direto com o alunos são mais eficientes, este sincronismo entre professor e alunos faz toda a
diferença, mesmo que o ensino não seja presencial a figura do professor deve ser presente e atuante para este conforto e
interação.
Quando falamos de alunos da educação básica o ensino presencial é insubstituível, já para os mediados com maior
maturação cognitiva, como alunos de graduação e curso de aperfeiçoamento, o ensino a distância mediado e com o professor
presente se torna uma alternativa viável.
Por isto é importante a participação de vocês neste curso, a interação em nossas aulas são fundamentais, neste curso
vamos trabalhar aspectos práticos e quero conhecer melhor os seus anseios e demandas
.
Abordagem direta e a abordagem mediada.
Voltando a falar do Feuerstein, para ele existem duas modalidades de aprendizagem: a abordagem direta e a abordagem
mediada.
A abordagem direta é expressa pela formula S-O-R de Piaget, quando o aprendiz (O) interage diretamente como estímulo
(S) e dá resposta (R) a essa interação.
Na abordagem mediada de Feuerstein a formula é S-H-O-H-R o ser humano (H) que media a relação do aprendiz (O)
com o objeto, em que o aprendiz (O) tem sua relação com o estímulo (S) organizada e planejada pelo humano (H) mediador, e
a resposta (R) dada pelo aprendiz é fruto da dinâmica desta interação social. O professor é o mediador entre os conhecimentos
que o aluno possui e aqueles conhecimentos que se pretende que ele adquira
A Abordagem Mediada é portanto intencional e vital para assegurar uma aprendizagem efetiva. Ainda dentro da teoria de
Feuerstein destacam-se doze critérios ou tipos de interação que Feuerstein considera essenciais para a mediação da
aprendizagem, vale ressaltar que por ser a mediação um processo aberto e dinâmico, estes critérios poderão ser alterados e
aplicados com flexibilidade. Para entendermos melhor esses critérios, vamos analisar cada um deles resumindo-os, por
questões práticas.

Critérios 01 - Intencionalidade e reciprocidade


Características - Estabelecimento de vínculos entre mediado e mediador através da co-participação no processo de
aprendizagem

Critérios 02 – Significado

Características - Transmissão de valores e atitudes do mediador e da comunidade para que o mediado os internalize e os
transforme em valores e atitudes individuais.
Critérios 03- Transcendência
Características - Generalização do conhecimento adquirido e sua aplicação a situações novas.

Critérios 04- Competência


Características - Desenvolvimento da auto-estima

Critérios 05 - Regulação e controle do comportamento


Características - Desenvolvimento de um comportamento cognitivo equilibrado, sem excessos de impulsividade ou passividade

Critérios 06- Compartilhamento


Características - Troca de experiências e amadurecimento emocional e intelectual, aprendendo a conviver com as diferenças.
Critérios 07 - Individualização
Características - Desenvolvimento da identidade do indivíduo

Critérios 08 - Busca de objetivo e metas


Características - Conscientização da necessidade de planejamento para a consecução de objetivos.

Critérios 09 – Desafio
Características - Desejo de aceitar desafios para aprender

Critérios 10 – Modificabilidade
Características - Crença de que todo ser humano pode evoluir
Critérios 11 – Pertencimento
Características - Sentimento de ser parte de um grupo.

Critérios 12 - Busca por alternativas otimistas


Características - Visão otimista do futuro.

É muito importante entender estes critérios levando cada um deles para a sua realidade em sala de aula. Quando
conseguimos identificá-los em nosso cotidiano de nossa prática pedagógica conseguimos desenvolver nosso processo
mediatório. Estes critérios além de ser identificados devem ser analisados para a realização de um diagnóstico deste processo
de mediação obter êxito em seu propósito

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