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FACULDADE ANHANGUERA

DISCIPLINA: PSICOLOGIA E EDUCAÇÃO ESPECIAL


ENSAIO ACADÊMICO

GERMANO ANTÔNIO DA PAIXÃO PASSOELLO

PORTO ALEGRE
2020
A Intervenção Científica e Social do Psicólogo no Contexto da Educação Especial

O surgimento da Psicologia como área destacada do saber humano, tem grande


relação com o movimento de sua afirmação como ciência. Como disciplina científica
evoluiu, postulou e definiu metodologias para a promoção da saúde biopsicossocial,
mitigando efeitos patológicos, e fomentando a saúde. Tal interface tem profundas
relações com a área da educação especial, na qual o psicólogo atua, também
articulado a outros profissionais, buscando contribuir para o desenvolvimento de
pessoas com deficiência, ambicionando mitigar suas limitações e dar suporte
psicológico a esse processo.
Se por um lado, podemos destacar a intervenção científica do psicólogo voltada
para a atuação da saúde, também é importante destacar o papel militante e social do
profissional nesse contexto. Sabemos que a superação ou diminuição das limitações
sofridas por pessoas com deficiência podem ser efetivadas através de adaptação
ambiental, acessibilidade, tecnologias inclusivas. Para tanto as políticas públicas, a
intervenção social e o desenvolvimento comunitário são de suma importância.
Como elemento ilustrativo dessa situação podemos destacar o testemunho do
psicólogo André, que partilhou com a turma sua trajetória de vida, preferências,
peculiaridades e perspectivas como sujeito, bem como o relato de sua biografia, na
qual figura a ocorrência da deficiente visual desde os seus 17 anos. No
desenvolvimento de sua fala ele nos brindou com inúmeras experiências vividas por
ele, dentre as quais eu destaco as dificuldades que o mesmo experimentou no contexto
da convivência com seus pares no contexto acadêmico. Esse episódio, relatado pelo
psicólogo, pode ser facilmente relacionado com a LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE
2015, que expõem barreiras que limitam e impedem a participação social e exercício de
direitos. Tal exemplo pode nos ajudar a compreender como, inúmeras dessas barreiras
estão relacionadas a questões físicas, estruturais ou até mesmo tecnológicas, mas,
que aquelas que estão diretamente ligadas a perspectivas atitudinais também podem
gerar profundos prejuízos que limitam e impedem a participação do sujeito. Desta
forma, além da militância por políticas públicas e investimentos necessários a
adequação das necessidades de cada sujeito, me parece que o trabalho privilegiado do
psicólogo também pode ser, contribuir para o desenvolvimento do sujeito portador de
necessidades especiais para lidar com o contexto social que o cerca, assim como,
preparar e desafiar o cenário social a contribuir efetivamente com posturas e atitudes
comprometidas com a inclusão.
Portanto, quando vislumbramos a relação do psicólogo em contato com a
atuação na educação especial, podemos compreender que sua atividade tem potência
privilegiada como cientista, criando, viabilizando e proporcionando a promoção da
saúde por meio das técnicas da ciência psicológica, e auxiliando na transformação
social necessária para a inclusão genuína por meio da militância, política e social, em
prol de estatutos, campanhas e políticas públicas que auxiliem a sociedade a efetivar
caminhos para sua concretização.
REFERÊNCIAS:

LEI BRASILEIRA DE INCLUSÃO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA (ESTATUTO DA


PESSOA COM DEFICIÊNCIA) LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015.
COTRIN, Jane Teresinha Domingues. Itinerários da psicologia na educação
especial: uma leitura histórico-crítica em psicologia escolar. 2010. Tese (Doutorado em
Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano) - Instituto de Psicologia, University
of São Paulo, São Paulo, 2010. doi:10.11606/T.47.2010.tde-22072010-091001. Acesso
em: 2020-12-03.
Mori, N. N. R. (2016). <B&gt;Psicologia e educação inclusiva: ensino,
aprendizagem e desenvolvimento de alunos com transtornos. Acta Scientiarum.
Education, 38(1), 51-59. https://doi.org/10.4025/actascieduc.v38i1.26236

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