1. O STJ reconheceu a responsabilidade subsidiária do Estado quando o concessionário de serviço público não tem condições de arcar com indenizações.
2. A ação foi proposta inicialmente contra a empresa concessionária no tempo devido, cabendo responsabilidade subsidiária do Estado apenas quando ela se tornou insolvente.
3. Não houve prescrição da pretensão contra o Estado, uma vez que só se configurou com a falência da concessionária.
1. O STJ reconheceu a responsabilidade subsidiária do Estado quando o concessionário de serviço público não tem condições de arcar com indenizações.
2. A ação foi proposta inicialmente contra a empresa concessionária no tempo devido, cabendo responsabilidade subsidiária do Estado apenas quando ela se tornou insolvente.
3. Não houve prescrição da pretensão contra o Estado, uma vez que só se configurou com a falência da concessionária.
1. O STJ reconheceu a responsabilidade subsidiária do Estado quando o concessionário de serviço público não tem condições de arcar com indenizações.
2. A ação foi proposta inicialmente contra a empresa concessionária no tempo devido, cabendo responsabilidade subsidiária do Estado apenas quando ela se tornou insolvente.
3. Não houve prescrição da pretensão contra o Estado, uma vez que só se configurou com a falência da concessionária.
APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E MATERIAIS – LESÃO POR ARMA DE FOGO – PERSEGUIÇÃO POLICIAL – “BALA PERDIDA” – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO – CONFIGURAÇÃO – VÍTIMA ATINGIDA NA PERNA – DANOS MORAIS EVIDENCIADOS – PREJUÍZOS MATERIAIS – INCAPACIDADE TOTAL E TEMPORÁRIA – QUANTUM – LIQUIDAÇÃO – IMPROCEDÊNCIA – REFORMA. Nos termos do art. 37, §6º, da 1 CR/88, a responsabilidade do Estado é objetiva, respondendo, Apelação Cível nº a Administração Pública, pelos danos que seus agentes, nessa TJMG BALA PERDIDA 5145734- condição, causarem a terceiros, sendo, para tanto, suficiente a 55.2018.8.13.0024 prova do nexo de causalidade entre o ato praticado e o dano 28.04.22 dele advindo, e desnecessária a comprovação da culpa. – A “Teoria da Faute Du Service” se caracteriza pelo mau funcionamento ou má prestação de serviços pela Administração, que estava incumbida de realiza-los, tendo, por consequência, a responsabilização subjetiva do ente público pelos danos decorrentes de sua negligência, imperícia e imprudência – Impõe-se a condenação do Estado a indenizar cidadão vítima de “bala perdida”, decorrente de perseguição policial realizada em região de grande circulação de civis, notadamente quando evidenciados os danos morais sofridos e comprovada a existência de prejuízos materiais pela incapacidade total e temporária, devendo o prejuízo material ser apurado em liquidação CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. PROFISSIONAL DE IMPRENSA FERIDO, EM SITUAÇÃO DE TUMULTO, DURANTE COBERTURA JORNALÍSTICA. CULPA EXCLUSIVA DA VÍTIMA. INOCORRÊNCIA. PROVIMENTO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. O Estado responde civilmente por danos causados a profissional de imprensa ferido pela polícia, durante cobertura jornalística de manifestação popular. A apuração da responsabilidade dá-se na forma da teoria do risco administrativo, pacificamente aceita pela jurisprudência e pela doutrina. 2 DANOS 2. Admite-se a invocação da excludente de responsabilidade Recurso PROFISSIONAL DE civil da culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses em que em que Extraordinário STF IMPRENSA EM o profissional de imprensa I - descumpra ostensiva e clara 1.209.429 SP SITUAÇÃO DE advertência sobre o acesso a áreas delimitadas em que haja 05.05.22 TUMULTO grave risco à sua integridade física; ou II - participe do conflito com atos estranhos à atividade de cobertura jornalística. 3. No caso concreto, o Tribunal de origem reconheceu a referida excludente de responsabilidade, sem identificar quaisquer destas circunstâncias - mas unicamente pelo fato de o fotógrafo estar presente na manifestação. 4. A atuação dos profissionais de imprensa na apuração de informações relevantes para a sociedade é tutelada pela Constituição, não podendo ser alegada pela afastar a responsabilidade civil do Estado. 5. O pedido de pensão mensal vitalícia merece ser atendido, em face do grave comprometimento do exercício da atividade de fotojornalismo, após ter o autor perdido 90% da visão em um dos olhos. Já o valor fixado a título de indenização pelos danos morais mostra-se alinhado aos parâmetros adotados pela jurisprudência brasileira em casos análogos, não cabendo sua elevação. 6. Recurso Extraordinário a que se dá provimento. Tema 1055, fixada a seguinte tese de repercussão geral: "“É objetiva a Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional da imprensa ferido por agentes policiais durante cobertura jornalística, em manifestações em que haja tumulto ou conflitos entre policiais e manifestantes. Cabe a excludente da responsabilidade da culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses em que o profissional de imprensa descumprir ostensiva e clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas, em que haja grave risco à sua integridade física".
RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.
PODER CONCEDENTE. CABIMENTO. PRESCRIÇÃO. NÃO OCORRÊNCIA. 1. Há responsabilidade subsidiária do Poder Concedente, em situações em que o concessionário não possuir 3 RESPONSABILIDADE meios de arcar com a indenização pelos prejuízos a que deu Recurso Especial nº CIVIL SUBSIDIÁRIA causa. Precedentes. 2. No que tange à alegada ofensa ao art. 1º, STJ 1.135.927 DO PODER do Decreto 20.910/32, mostra-se improcedente a tese de CONCEDENTE contagem da prescrição desde o evento danoso, vez que os 12.05.22 autos revelam que a demanda foi originalmente intentada em face da empresa concessionária do serviço público, no tempo e no modo devidos, sendo que a pretensão de responsabilidade subsidiária do Estado somente surgira no momento em que a referida empresa tornou-se insolvente para a recomposição do dano. 3. Em apreço ao princípio da actio nata que informa o regime jurídico da prescrição (art. 189, do CC), há de se reconhecer que o termo a quo do lapso prescricional somente teve início no momento em que se configurou o fato gerador da responsabilidade subsidiária do Poder Concedente, in casu, a falência da empresa concessionária, sob pena de esvaziamento da garantia de responsabilidade civil do Estado nos casos de incapacidade econômica das empresas delegatárias de serviço público. 4. Recurso especial não provido. (Rel. Min. Castro Meira. J. em 10/08/2010. Dj. 19/08/2010).
STJ
ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS
CAUSADOS POR NOTÁRIOS E OFICIAIS DE REGISTRO. ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO ESTADO-MEMBRO. RESPONSABILIDADE A TÍTULO PRINCIPAL DO AGENTE. RECURSO ESPECIAL RESPONSABILIDADE 4 RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA ESTATAL. 1. De acordo com Nº 1.087.862 e CIVIL POR ATOS STJ e o art. 236 da Constituição da República de 1988, "[o]s serviços PRATICADOS POR notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por RECURSO NOTÁRIOS E STF delegação do Poder Público ". 2. Se, no caso, tem-se hipótese de EXTRAORDINÁRIO Nº OFICIAIS DE 19.05.22 delegação de atividade estatal, não há como negar que o 201.595 REGISTRO. desenvolvimento dessa atividade se dá a conta e risco do delegatário, tal como ocorre com as concessões e a permissões de serviços públicos, na esteira do que dispõem os incisos II, III e IV da Lei n. 8.987/95. 3. A Lei n. 8.935/94, editada para atender ao comando constitucional do § 1º do art. 236, reforça essa orientação. A redação do art. 22 desse diploma normativo é clara ao atribuir a responsabilidade civil a título principal para os notários e oficiais de registro. 4. Por isso, eventual responsabilidade civil do Estado-membro seria objetiva sim, mas meramente subsidiária, ou seja, em casos tais que aqueles agentes não tenham força econômica para suportar os valores arbitrados a título de indenização por ato cometido em razão da delegação. 5. Esse, inclusive, é o sistema de responsabilização das pessoas jurídicas de direito público criadas por determinado ente e também das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. 6. Sobre o ponto, diz Celso Antônio Bandeira de Mello: "Pode dar-se o fato de o concessionário responsável por comportamento danoso vir a encontrar-se em situação de insolvência. Uma vez que exercia atividade estatal, conquanto por sua conta e risco, poderá ter lesado terceiros por força do próprio exercício da atividade que o Estado lhe pôs em mãos. [...] Neste caso, parece indubitável que o estado terá que arcar com os ônus daí provenientes. Pode-se, então, falar em responsabilidade subsidiária (não solidária) existente em certos casos, isto é, naqueles - como se expôs - em que os gravames suportados por terceiros hajam procedido do exercício, pelo concessionário, de uma atividade que envolveu poderes especificamente do Estado. É razoável, então, concluir que os danos resultantes de atividades diretamente constitutivas do desempenho do serviço, ainda que realizado de modo faltoso, acarretam, no caso de insolvência do concessionário, responsabilidade subsidiária do poder concedente " (Curso de Direito Administrativo, 2008, fl. 745). 7. Embora o trecho transcrito se refira apenas às concessionárias, a verdade é que o art. 40, parágrafo único, da Lei n. 8.987/95 e os arts. 236 da Lei Maior e 22 da Lei n. 8.935/94 autorizam sua extensão para as permissões e para as delegações de serviços notariais e de registro respectivamente, porque essa é a lógica de toda e qualquer delegação. 8. Sendo o serviço público, apenas em caso de insuficiência de fundos, o Poder Público deve arcar com o ressarcimento dos danos causados a terceiros – não obstante ter havido delegação , pois a total irresponsabilidade do Poder Público, no caso, violaria o princípio da solidariedade (sendo o serviço público prestado em benefício da coletividade, seria um descaso imputar a um único sujeito os possíveis efeitos nefastos da prestação). É a exceção que confirma a regra. 9. Precedente do Supremo Tribunal Federal: STF, RE 201.595-4/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, Segunda Turma, DJU 20.4.2001. 10. Ora, se os notários se equiparam às pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos, duas são as conseqüências necessárias, a saber: responsabilidade (i) principal dos referidos agentes (ii) na modalidade objetiva. 11. No voto condutor daquele julgado - que, ressalte-se, é posterior ao único precedente da Suprema Corte citado no voto do Sr. Min. Herman Benjamin em que se reconhece o direito de agir diretamente contra o Estado , garantindo a este apenas o direito de regresso -, o Sr. Min. Marco Aurélio consignou que "em se tratando de atuação fundada na norma do artigo 236 mencionado, a responsabilidade objetiva não é, em si, do Estado, mas do próprio titular do cartório" (fl. 2 do voto). 12. Dessa forma, fica evidente que a ação foi proposta contra parte ilegítima (o Estado-membro). 13. Recurso especial provido.
(Rel. Min. Herman Benjamin. J. em 02/02/2010. Dj.
19/05/2010). STF
RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ESTADO. RECONHECIMENTO
DE FIRMA. CARTÓRIO OFICIALIZADO. Responde o Estado pelos danos causados em razão de reconhecimento de firma considerada assinatura falsa. Em se tratando de atividade cartorária exercida à luz do art. 236 da Constituição Federal, a responsabilidade objetiva é do notário, no que assume posição semelhante à das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de serviços públicos. §6º do art. 37 também da Carta da República. (Min. Marco Aurélio. J. em 28/11/2000. Dj 20/04/2001).
ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE
CIVIL DO ESTADO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. CONTAMINAÇÃO DE HEMOFÍLICOS COM O VÍRUS HIV (AIDS) 5 E HCV (HEPATITE C). OMISSÃO ESTATAL NO CONTROLE DO SANGUE. DANO MORAL. LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO E Responsabilidade DO ESTADO. DECISÃO EXTRA PETITA. LEI 4.701/65. 1. Recurso Especial nº civil do Estado por Recursos especiais provenientes de ação ordinária ajuizada contra a STJ União e o Estado do Rio de Janeiro, objetivando o pagamento de 26.05.22 1.299.900 – RJ contaminação com indenização em virtude de os recorridos terem contraído HIV e Hepatite HIV e HCV. C quando realizaram tratamento para hemofilia no Centro de Hematologia Santa Catarina. O Tribunal de origem deu parcial provimento ao apelo para reformar a sentença que havia reconhecido a prescrição – condenando o Estado e a União a pagar a quantia de R$ 465.000,00 (quatrocentos e sessenta e cinco mil reais) para cada apelante, ficando cada ente federativo devedor da metade da cota de cada apelante. 2. Inexiste a alegada violação do art. 535 do CPC, pois a prestação jurisdicional foi dada na medida da pretensão deduzida, conforme se depreende da análise do acórdão recorrido. 3. A tese acolhida pelo acórdão recorrido para afastar a prescrição faz um paralelo com a de relações de trato sucessivo, em decorrência da extensão do dano causado pelo decurso do tempo. Porém, o caso é de prescrição de fundo de direito. 4. O Superior Tribunal de Justiça firmou o entendimento de que o termo inicial para a contagem do prazo quinquenal, nesses casos, inicia-se na data do conhecimento do resultado revelado pelo exame técnico laboratorial (REsp 140.158/SC, Rel. Ministro Milton Luiz Pereira, 1ª Turma, j. 28/08/1997). Termo inicial e data do ajuizamento da ação não prequestionados no acórdão impugnado. Os embargos declaratórios opostos trataram de matéria diversa. Reconhecer a prescrição encontra óbice da Súmula 211/STJ. 5. O Estado do Rio de Janeiro e a União possuem legitimidade passiva, nos termos da Lei 4.701/65, para responder pelos danos causados aos hemofílicos contaminados, em transfusões de sangue, por HIV e Hepatite C, na década de 1980. Precedentes: REsp 1423483/PE, Rel. Ministro Humberto Martins, 2ª Turma, j. 25/11/2014, DJe 05/12/2014; REsp 1479358/PE, Rel. Ministro Og Fernandes, 2ª Turma, j. 02/10/2014. 6. Responsabilidade objetiva do Estado, com base na teoria do risco administrativo, por contaminação com o vírus HIV e HCV (hepatite C), em decorrência de transfusão de sangue. Dano e nexo causal reconhecidos pelo Tribunal de Origem. Não se observa excludente de culpabilidade no caso em análise. Reconhece-se a conduta danosa da Administração Pública ao não tomar as medidas cabíveis para o controle da pandemia. No início da década de 80, já era notícia no mundo científico de que a AIDS poderia ser transmitida pelas transfusões de sangue. O desconhecimento acerca do vírus transmissor (HIV) não exonera o Poder Público de adotar medidas para mitigar os efeitos de uma pandemia ou epidemia. Princípio da Precaução no âmbito do Direito Administrativo. 7. Consoante entendimento sedimentado no STJ, não ocorre julgamento extra petita se o Tribunal local decide questão que é reflexo do pedido na exordial. "O pleito inicial deve ser interpretado em consonância com a pretensão deduzida na exordial como um todo, sendo certo que o acolhimento da pretensão extraído da interpretação lógico-sistemática da peça inicial não implica julgamento extra petita" (AgRg no AREsp 322.510/BA, Rel. Ministro Herman Benjamin, 2ª Turma, j. 11/06/2013, DJe 25/06/2013). 8. A Corte Regional, com base na situação fática do caso, procedeu à análise dos critérios de razoabilidade e proporcionalidade para fixar a o valor dos danos morais. Portanto, para modificar tal entendimento, como requerem os agravantes, seria imprescindível exceder os fundamentos colacionados no acórdão recorrido, pois demandaria incursão no contexto fático-probatório dos autos, defeso em recurso especial, nos termos da Súmula 7/STJ. 9. No tocante ao termo inicial dos juros de mora, ressalta-se que só são devidos após o prazo do § 5° do art. 100 da Constituição Federal. Não poderia o Tribunal de origem fixar juros a partir da data da publicação do acórdão. Recursos especiais conhecidos em parte e parcialmente admitidos.
JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL
OBJETIVA DA CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO DE 6 Responsabilidade TRANSPORTE COLETIVO. FREADA BRUSCA. QUEDA DE Recurso Inominado civil objetiva em USUÁRIO DO SERVIÇO PÚBLICO. DANO MATERIAL E DANO n. 0700849- TJDF relação a terceiro MORAL CONFIGURADOS. RECURSO CONHECIDO E NÃO 09.2017.8.07.0019 não-usuário de PROVIDO. 1. Insurge-se a requerida contra sentença que julgou 02.06.22 serviço público. procedentes os pedidos iniciais, condenando-a ao pagamento de danos morais e materiais sofridos pela autora. Alega, preliminarmente, a nulidade da sentença em razão de cerceamento de defesa. No mérito, aduz a ausência de nexo de causalidade e culpa exclusiva da vítima. 2. Preliminar de nulidade por cerceamento de defesa: Rejeitada a preliminar, tendo em vista que o juiz, como destinatário das provas, entendeu ter restado demonstrada a dinâmica do acidente, julgando o processo de acordo com as provas carreadas aos autos, sendo desnecessária a produção de prova testemunhal. Ressalta-se que há nos autos depoimento do cobrador do ônibus, colhido na delegacia, que confirma a dinâmica do acidente, que se deu em razão de freada brusca do motorista (Id. 3192395). 3. A autora/recorrida sofreu lesão corporal, conforme documentos juntados com a inicial (Id. 3192368, 3192369 e 3192370) em razão de queda dentro do ônibus da empresa recorrente, não tendo sido sequer socorrida pelos funcionários da empresa na ocasião do acidente, surgindo o dever de indenizar. 4. As prestadoras de serviço público sujeitam-se às regras do §6º do artigo 37 da Constituição Federal, que estabelece a responsabilidade objetiva da administração, com base na Teoria do Risco Administrativo. Nesse sentido, há responsabilidade objetiva da concessionária de serviço de transporte público coletivo pelos danos decorrentes de queda de passageira em ônibus, uma vez demonstrado o nexo de causalidade, além de não comprovada culpa exclusiva da vítima (CF, art. 37, § 6º). 5. Ademais, aplica- se também o Código Civil que estabelece a responsabilidade civil objetiva no transporte de pessoas. 6. O dano moral restou configurado, uma vez que restou demonstrada a violação da integridade física da passageira em razão de freada brusca do motorista, que resultou na queda da passageira 7. Considerada a reprovabilidade e ausência de justificativa na conduta da ré/recorrente, que não demonstrou ter adotado cautelas indispensáveis ao exercício de sua atividade econômica; a capacidade econômica do causador do dano, impõe-se a manutenção do valor da indenização por danos morais, arbitrada em R$ 2.000,00 (dois mil reais). A quantia atende à finalidade reparatória e pedagógica a se alcançada com o sistema de indenização por dano moral, apresentando razoabilidade e proporcionalidade exigida no caso. Ademais, a modificação do valor fixado pelo juízo de origem somente deverá ocorrer em casos de evidente excesso ou quantia irrisória, o que não restou comprovado no recurso interposto. 8. Recurso CONHECIDO e NÃO PROVIDO. Custas e preparo recolhidos. Sem condenação em honorários diante da ausência de contrarrazões. Acórdão elaborado de conformidade com o disposto no art. 46 da Lei 9.099/1995
AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. ADMINISTRATIVO.
RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. IMPOSSIBILIDADE DE TRANSFERIR 7 Responsabilidade PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A OBRIGAÇÃO DE PAGAR ENCARGOS AG.REG. NA civil subsidiária - TRABALHISTAS RESULTANTES DA EXECUÇÃO DE CONTRATO 09.06.22 RECLAMAÇÃO 36.406 STF Direitos ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ART. 7º DA LEI N. SÃO PAULO Trabalhistas 8.666/1993 RECONHECIDA NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE N. 16. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL PROVIDO PARA JULGAR PROCEDENTE A RECLAMAÇÃO.
RE 841526 STF Civil do Estado Por RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR MORTE DE Morte de Detento DETENTO. ARTIGOS 5º, XLIX, E 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. 1. A responsabilidade civil estatal, segundo a 23.06.22 Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, § 6º, subsume- se à teoria do risco administrativo, tanto para as condutas estatais comissivas quanto paras as omissivas, posto rejeitada a teoria do risco integral. 2. A omissão do Estado reclama nexo de causalidade em relação ao dano sofrido pela vítima nos casos em que o Poder Público ostenta o dever legal e a efetiva possibilidade de agir para impedir o resultado danoso. 3. É dever do Estado e direito subjetivo do preso que a execução da pena se dê de forma humanizada, garantindo-se os direitos fundamentais do detento, e o de ter preservada a sua incolumidade física e moral (artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal). 4. O dever constitucional de proteção ao detento somente se considera violado quando possível a atuação estatal no sentido de garantir os seus direitos fundamentais, pressuposto inafastável para a configuração da responsabilidade civil objetiva estatal, na forma do artigo 37, § 6º, da Constituição Federal. 5. Ad impossibilia nemo tenetur, por isso que nos casos em que não é possível ao Estado agir para evitar a morte do detento (que ocorreria mesmo que o preso estivesse em liberdade), rompe-se o nexo de causalidade, afastando-se a responsabilidade do Poder Público, sob pena de adotar-se contra legem e a opinio doctorum a teoria do risco integral, ao arrepio do texto constitucional. 6. A morte do detento pode ocorrer por várias causas, como, v. g., homicídio, suicídio, acidente ou morte natural, sendo que nem sempre será possível ao Estado evitá-la, por mais que adote as precauções exigíveis. 7. A responsabilidade civil estatal resta conjurada nas hipóteses em que o Poder Público comprova causa impeditiva da sua atuação protetiva do detento, rompendo o nexo de causalidade da sua omissão com o resultado danoso. 8. Repercussão geral constitucional que assenta a tese de que: em caso de inobservância do seu dever específico de proteção previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da Constituição Federal, o Estado é responsável pela morte do detento. 9. In casu, o tribunal a quo assentou que inocorreu a comprovação do suicídio do detento, nem outra causa capaz de romper o nexo de causalidade da sua omissão com o óbito ocorrido, restando escorreita a decisão impositiva de responsabilidade civil estatal. (Min. Luiz Fux. DJe-159 DIVULG 29-07-2016 PUBLIC 01-08-2016)