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Tabela Geral dos Acórdãos – RCE

Grupo Acórdão Tribunal Tema Ementa


APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS
MORAIS E MATERIAIS – LESÃO POR ARMA DE FOGO –
PERSEGUIÇÃO POLICIAL – “BALA PERDIDA” –
RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO – CONFIGURAÇÃO –
VÍTIMA ATINGIDA NA PERNA – DANOS MORAIS
EVIDENCIADOS – PREJUÍZOS MATERIAIS – INCAPACIDADE
TOTAL E TEMPORÁRIA – QUANTUM – LIQUIDAÇÃO –
IMPROCEDÊNCIA – REFORMA. Nos termos do art. 37, §6º, da
1
CR/88, a responsabilidade do Estado é objetiva, respondendo,
Apelação Cível nº a Administração Pública, pelos danos que seus agentes, nessa
TJMG BALA PERDIDA
5145734- condição, causarem a terceiros, sendo, para tanto, suficiente a
55.2018.8.13.0024 prova do nexo de causalidade entre o ato praticado e o dano
28.04.22
dele advindo, e desnecessária a comprovação da culpa. – A
“Teoria da Faute Du Service” se caracteriza pelo mau
funcionamento ou má prestação de serviços pela
Administração, que estava incumbida de realiza-los, tendo, por
consequência, a responsabilização subjetiva do ente público
pelos danos decorrentes de sua negligência, imperícia e
imprudência – Impõe-se a condenação do Estado a indenizar
cidadão vítima de “bala perdida”, decorrente de perseguição
policial realizada em região de grande circulação de civis,
notadamente quando evidenciados os danos morais sofridos e
comprovada a existência de prejuízos materiais pela
incapacidade total e temporária, devendo o prejuízo material
ser apurado em liquidação
CONSTITUCIONAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.
PROFISSIONAL DE IMPRENSA FERIDO, EM SITUAÇÃO DE
TUMULTO, DURANTE COBERTURA JORNALÍSTICA. CULPA
EXCLUSIVA DA VÍTIMA. INOCORRÊNCIA. PROVIMENTO DO
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. O Estado responde civilmente
por danos causados a profissional de imprensa ferido pela
polícia, durante cobertura jornalística de manifestação popular.
A apuração da responsabilidade dá-se na forma da teoria do
risco administrativo, pacificamente aceita pela jurisprudência e
pela doutrina.
2 DANOS 2. Admite-se a invocação da excludente de responsabilidade
Recurso PROFISSIONAL DE civil da culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses em que em que
Extraordinário STF IMPRENSA EM o profissional de imprensa I - descumpra ostensiva e clara
1.209.429 SP SITUAÇÃO DE advertência sobre o acesso a áreas delimitadas em que haja
05.05.22 TUMULTO grave risco à sua integridade física; ou II - participe do conflito
com atos estranhos à atividade de cobertura jornalística.
3. No caso concreto, o Tribunal de origem reconheceu a
referida excludente de responsabilidade, sem identificar
quaisquer destas circunstâncias - mas unicamente pelo fato de
o fotógrafo estar presente na manifestação.
4. A atuação dos profissionais de imprensa na apuração de
informações relevantes para a sociedade é tutelada pela
Constituição, não podendo ser alegada pela afastar a
responsabilidade civil do Estado.
5. O pedido de pensão mensal vitalícia merece ser atendido, em
face do grave comprometimento do exercício da atividade de
fotojornalismo, após ter o autor perdido 90% da visão em um
dos olhos. Já o valor fixado a título de indenização pelos danos
morais mostra-se alinhado aos parâmetros adotados pela
jurisprudência brasileira em casos análogos, não cabendo sua
elevação.
6. Recurso Extraordinário a que se dá provimento. Tema 1055,
fixada a seguinte tese de repercussão geral: "“É objetiva a
Responsabilidade Civil do Estado em relação a profissional da
imprensa ferido por agentes policiais durante cobertura
jornalística, em manifestações em que haja tumulto ou conflitos
entre policiais e manifestantes. Cabe a excludente da
responsabilidade da culpa exclusiva da vítima, nas hipóteses
em que o profissional de imprensa descumprir ostensiva e
clara advertência sobre acesso a áreas delimitadas, em que haja
grave risco à sua integridade física".

RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA.


PODER CONCEDENTE. CABIMENTO. PRESCRIÇÃO. NÃO
OCORRÊNCIA. 1. Há responsabilidade subsidiária do Poder
Concedente, em situações em que o concessionário não possuir
3
RESPONSABILIDADE meios de arcar com a indenização pelos prejuízos a que deu
Recurso Especial nº CIVIL SUBSIDIÁRIA causa. Precedentes. 2. No que tange à alegada ofensa ao art. 1º,
STJ
1.135.927 DO PODER do Decreto 20.910/32, mostra-se improcedente a tese de
CONCEDENTE contagem da prescrição desde o evento danoso, vez que os
12.05.22
autos revelam que a demanda foi originalmente intentada em
face da empresa concessionária do serviço público, no tempo e
no modo devidos, sendo que a pretensão de responsabilidade
subsidiária do Estado somente surgira no momento em que a
referida empresa tornou-se insolvente para a recomposição do
dano. 3. Em apreço ao princípio da actio nata que informa o
regime jurídico da prescrição (art. 189, do CC), há de se
reconhecer que o termo a quo do lapso prescricional somente
teve início no momento em que se configurou o fato gerador da
responsabilidade subsidiária do Poder Concedente, in casu, a
falência da empresa concessionária, sob pena de esvaziamento
da garantia de responsabilidade civil do Estado nos casos de
incapacidade econômica das empresas delegatárias de serviço
público. 4. Recurso especial não provido. (Rel. Min. Castro
Meira. J. em 10/08/2010. Dj. 19/08/2010).

STJ

ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL. DANOS


CAUSADOS POR NOTÁRIOS E OFICIAIS DE REGISTRO.
ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO ESTADO-MEMBRO.
RESPONSABILIDADE A TÍTULO PRINCIPAL DO AGENTE.
RECURSO ESPECIAL RESPONSABILIDADE
4 RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA ESTATAL. 1. De acordo com
Nº 1.087.862 e CIVIL POR ATOS
STJ e o art. 236 da Constituição da República de 1988, "[o]s serviços
PRATICADOS POR
notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por
RECURSO NOTÁRIOS E
STF delegação do Poder Público ". 2. Se, no caso, tem-se hipótese de
EXTRAORDINÁRIO Nº OFICIAIS DE
19.05.22 delegação de atividade estatal, não há como negar que o
201.595 REGISTRO.
desenvolvimento dessa atividade se dá a conta e risco do
delegatário, tal como ocorre com as concessões e a permissões
de serviços públicos, na esteira do que dispõem os incisos II, III
e IV da Lei n. 8.987/95. 3. A Lei n. 8.935/94, editada para
atender ao comando constitucional do § 1º do art. 236, reforça
essa orientação. A redação do art. 22 desse diploma normativo
é clara ao atribuir a responsabilidade civil a título principal
para os notários e oficiais de registro. 4. Por isso, eventual
responsabilidade civil do Estado-membro seria objetiva sim,
mas meramente subsidiária, ou seja, em casos tais que aqueles
agentes não tenham força econômica para suportar os valores
arbitrados a título de indenização por ato cometido em razão
da delegação. 5. Esse, inclusive, é o sistema de
responsabilização das pessoas jurídicas de direito público
criadas por determinado ente e também das pessoas jurídicas
de direito privado prestadoras de serviços públicos. 6. Sobre o
ponto, diz Celso Antônio Bandeira de Mello: "Pode dar-se o fato
de o concessionário responsável por comportamento danoso
vir a encontrar-se em situação de insolvência. Uma vez que
exercia atividade estatal, conquanto por sua conta e risco,
poderá ter lesado terceiros por força do próprio exercício da
atividade que o Estado lhe pôs em mãos. [...] Neste caso, parece
indubitável que o estado terá que arcar com os ônus daí
provenientes. Pode-se, então, falar em responsabilidade
subsidiária (não solidária) existente em certos casos, isto é,
naqueles - como se expôs - em que os gravames suportados por
terceiros hajam procedido do exercício, pelo concessionário, de
uma atividade que envolveu poderes especificamente do
Estado. É razoável, então, concluir que os danos resultantes de
atividades diretamente constitutivas do desempenho do serviço,
ainda que realizado de modo faltoso, acarretam, no caso de
insolvência do concessionário, responsabilidade subsidiária do
poder concedente " (Curso de Direito Administrativo, 2008, fl.
745). 7. Embora o trecho transcrito se refira apenas às
concessionárias, a verdade é que o art. 40, parágrafo único, da
Lei n. 8.987/95 e os arts. 236 da Lei Maior e 22 da Lei n.
8.935/94 autorizam sua extensão para as permissões e para as
delegações de serviços notariais e de registro respectivamente,
porque essa é a lógica de toda e qualquer delegação. 8. Sendo o
serviço público, apenas em caso de insuficiência de fundos, o
Poder Público deve arcar com o ressarcimento dos danos
causados a terceiros – não obstante ter havido delegação , pois a
total irresponsabilidade do Poder Público, no caso, violaria o
princípio da solidariedade (sendo o serviço público prestado
em benefício da coletividade, seria um descaso imputar a um
único sujeito os possíveis efeitos nefastos da prestação). É a
exceção que confirma a regra. 9. Precedente do Supremo
Tribunal Federal: STF, RE 201.595-4/SP, Rel. Min. Marco
Aurélio, Segunda Turma, DJU 20.4.2001. 10. Ora, se os notários
se equiparam às pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviços públicos, duas são as conseqüências
necessárias, a saber: responsabilidade (i) principal dos
referidos agentes (ii) na modalidade objetiva. 11. No voto
condutor daquele julgado - que, ressalte-se, é posterior ao
único precedente da Suprema Corte citado no voto do Sr. Min.
Herman Benjamin em que se reconhece o direito de agir
diretamente contra o Estado , garantindo a este apenas o
direito de regresso -, o Sr. Min. Marco Aurélio consignou que
"em se tratando de atuação fundada na norma do artigo 236
mencionado, a responsabilidade objetiva não é, em si, do
Estado, mas do próprio titular do cartório" (fl. 2 do voto). 12.
Dessa forma, fica evidente que a ação foi proposta contra parte
ilegítima (o Estado-membro). 13. Recurso especial provido.

(Rel. Min. Herman Benjamin. J. em 02/02/2010. Dj.


19/05/2010).
STF

RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ESTADO. RECONHECIMENTO


DE FIRMA. CARTÓRIO OFICIALIZADO. Responde o Estado pelos
danos causados em razão de reconhecimento de firma
considerada assinatura falsa. Em se tratando de atividade
cartorária exercida à luz do art. 236 da Constituição Federal, a
responsabilidade objetiva é do notário, no que assume posição
semelhante à das pessoas jurídicas de direito privado
prestadoras de serviços públicos. §6º do art. 37 também da
Carta da República. (Min. Marco Aurélio. J. em 28/11/2000. Dj
20/04/2001).

ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. RESPONSABILIDADE


CIVIL DO ESTADO. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL.
CONTAMINAÇÃO DE HEMOFÍLICOS COM O VÍRUS HIV (AIDS)
5 E HCV (HEPATITE C). OMISSÃO ESTATAL NO CONTROLE DO
SANGUE. DANO MORAL. LEGITIMIDADE PASSIVA DA UNIÃO E
Responsabilidade DO ESTADO. DECISÃO EXTRA PETITA. LEI 4.701/65. 1.
Recurso Especial nº civil do Estado por Recursos especiais provenientes de ação ordinária ajuizada contra a
STJ União e o Estado do Rio de Janeiro, objetivando o pagamento de
26.05.22 1.299.900 – RJ contaminação com
indenização em virtude de os recorridos terem contraído HIV e Hepatite
HIV e HCV.
C quando realizaram tratamento para hemofilia no Centro de
Hematologia Santa Catarina. O Tribunal de origem deu parcial
provimento ao apelo para reformar a sentença que havia reconhecido a
prescrição – condenando o Estado e a União a pagar a quantia de R$
465.000,00 (quatrocentos e sessenta e cinco mil reais) para cada
apelante, ficando cada ente federativo devedor da metade da cota de
cada apelante. 2. Inexiste a alegada violação do art. 535 do CPC, pois a
prestação jurisdicional foi dada na medida da pretensão deduzida,
conforme se depreende da análise do acórdão recorrido. 3. A tese
acolhida pelo acórdão recorrido para afastar a prescrição faz um
paralelo com a de relações de trato sucessivo, em decorrência da
extensão do dano causado pelo decurso do tempo. Porém, o caso é de
prescrição de fundo de direito. 4. O Superior Tribunal de Justiça firmou o
entendimento de que o termo inicial para a contagem do prazo
quinquenal, nesses casos, inicia-se na data do conhecimento do
resultado revelado pelo exame técnico laboratorial (REsp 140.158/SC,
Rel. Ministro Milton Luiz Pereira, 1ª Turma, j. 28/08/1997). Termo inicial
e data do ajuizamento da ação não prequestionados no acórdão
impugnado. Os embargos declaratórios opostos trataram de matéria
diversa. Reconhecer a prescrição encontra óbice da Súmula 211/STJ. 5.
O Estado do Rio de Janeiro e a União possuem legitimidade passiva, nos
termos da Lei 4.701/65, para responder pelos danos causados aos
hemofílicos contaminados, em transfusões de sangue, por HIV e
Hepatite C, na década de 1980. Precedentes: REsp 1423483/PE, Rel.
Ministro Humberto Martins, 2ª Turma, j. 25/11/2014, DJe 05/12/2014;
REsp 1479358/PE, Rel. Ministro Og Fernandes, 2ª Turma, j. 02/10/2014.
6. Responsabilidade objetiva do Estado, com base na teoria do risco
administrativo, por contaminação com o vírus HIV e HCV (hepatite C),
em decorrência de transfusão de sangue. Dano e nexo causal
reconhecidos pelo Tribunal de Origem. Não se observa excludente de
culpabilidade no caso em análise. Reconhece-se a conduta danosa da
Administração Pública ao não tomar as medidas cabíveis para o controle
da pandemia. No início da década de 80, já era notícia no mundo
científico de que a AIDS poderia ser transmitida pelas transfusões de
sangue. O desconhecimento acerca do vírus transmissor (HIV) não
exonera o Poder Público de adotar medidas para mitigar os efeitos de
uma pandemia ou epidemia. Princípio da Precaução no âmbito do
Direito Administrativo. 7. Consoante entendimento sedimentado no STJ,
não ocorre julgamento extra petita se o Tribunal local decide questão
que é reflexo do pedido na exordial. "O pleito inicial deve ser
interpretado em consonância com a pretensão deduzida na exordial
como um todo, sendo certo que o acolhimento da pretensão extraído
da interpretação lógico-sistemática da peça inicial não implica
julgamento extra petita" (AgRg no AREsp 322.510/BA, Rel. Ministro
Herman Benjamin, 2ª Turma, j. 11/06/2013, DJe 25/06/2013). 8. A Corte
Regional, com base na situação fática do caso, procedeu à análise dos
critérios de razoabilidade e proporcionalidade para fixar a o valor dos
danos morais. Portanto, para modificar tal entendimento, como
requerem os agravantes, seria imprescindível exceder os fundamentos
colacionados no acórdão recorrido, pois demandaria incursão no
contexto fático-probatório dos autos, defeso em recurso especial, nos
termos da Súmula 7/STJ. 9. No tocante ao termo inicial dos juros de
mora, ressalta-se que só são devidos após o prazo do § 5° do art. 100 da
Constituição Federal. Não poderia o Tribunal de origem fixar juros a
partir da data da publicação do acórdão. Recursos especiais conhecidos
em parte e parcialmente admitidos.

JUIZADO ESPECIAL CÍVEL. RESPONSABILIDADE CIVIL


OBJETIVA DA CONCESSIONÁRIA DE SERVIÇO PÚBLICO DE
6 Responsabilidade TRANSPORTE COLETIVO. FREADA BRUSCA. QUEDA DE
Recurso Inominado civil objetiva em USUÁRIO DO SERVIÇO PÚBLICO. DANO MATERIAL E DANO
n. 0700849- TJDF relação a terceiro MORAL CONFIGURADOS. RECURSO CONHECIDO E NÃO
09.2017.8.07.0019 não-usuário de PROVIDO. 1. Insurge-se a requerida contra sentença que julgou
02.06.22 serviço público. procedentes os pedidos iniciais, condenando-a ao pagamento
de danos morais e materiais sofridos pela autora. Alega,
preliminarmente, a nulidade da sentença em razão de
cerceamento de defesa. No mérito, aduz a ausência de nexo de
causalidade e culpa exclusiva da vítima. 2. Preliminar de
nulidade por cerceamento de defesa: Rejeitada a preliminar,
tendo em vista que o juiz, como destinatário das provas,
entendeu ter restado demonstrada a dinâmica do acidente,
julgando o processo de acordo com as provas carreadas aos
autos, sendo desnecessária a produção de prova testemunhal.
Ressalta-se que há nos autos depoimento do cobrador do
ônibus, colhido na delegacia, que confirma a dinâmica do
acidente, que se deu em razão de freada brusca do motorista
(Id. 3192395). 3. A autora/recorrida sofreu lesão corporal,
conforme documentos juntados com a inicial (Id. 3192368,
3192369 e 3192370) em razão de queda dentro do ônibus da
empresa recorrente, não tendo sido sequer socorrida pelos
funcionários da empresa na ocasião do acidente, surgindo o
dever de indenizar. 4. As prestadoras de serviço público
sujeitam-se às regras do §6º do artigo 37 da Constituição
Federal, que estabelece a responsabilidade objetiva da
administração, com base na Teoria do Risco Administrativo.
Nesse sentido, há responsabilidade objetiva da concessionária
de serviço de transporte público coletivo pelos danos
decorrentes de queda de passageira em ônibus, uma vez
demonstrado o nexo de causalidade, além de não comprovada
culpa exclusiva da vítima (CF, art. 37, § 6º). 5. Ademais, aplica-
se também o Código Civil que estabelece a responsabilidade
civil objetiva no transporte de pessoas. 6. O dano moral restou
configurado, uma vez que restou demonstrada a violação da
integridade física da passageira em razão de freada brusca do
motorista, que resultou na queda da passageira 7. Considerada
a reprovabilidade e ausência de justificativa na conduta da
ré/recorrente, que não demonstrou ter adotado cautelas
indispensáveis ao exercício de sua atividade econômica; a
capacidade econômica do causador do dano, impõe-se a
manutenção do valor da indenização por danos morais,
arbitrada em R$ 2.000,00 (dois mil reais). A quantia atende à
finalidade reparatória e pedagógica a se alcançada com o
sistema de indenização por dano moral, apresentando
razoabilidade e proporcionalidade exigida no caso. Ademais, a
modificação do valor fixado pelo juízo de origem somente
deverá ocorrer em casos de evidente excesso ou quantia
irrisória, o que não restou comprovado no recurso interposto.
8. Recurso CONHECIDO e NÃO PROVIDO. Custas e preparo
recolhidos. Sem condenação em honorários diante da ausência
de contrarrazões. Acórdão elaborado de conformidade com o
disposto no art. 46 da Lei 9.099/1995

AGRAVO REGIMENTAL NA RECLAMAÇÃO. ADMINISTRATIVO.


RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. IMPOSSIBILIDADE DE TRANSFERIR
7
Responsabilidade PARA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA A OBRIGAÇÃO DE PAGAR ENCARGOS
AG.REG. NA
civil subsidiária - TRABALHISTAS RESULTANTES DA EXECUÇÃO DE CONTRATO
09.06.22 RECLAMAÇÃO 36.406 STF
Direitos ADMINISTRATIVO CONSTITUCIONALIDADE DO § 1º DO ART. 7º DA LEI N.
SÃO PAULO
Trabalhistas 8.666/1993 RECONHECIDA NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE
CONSTITUCIONALIDADE N. 16. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL
PROVIDO PARA JULGAR PROCEDENTE A RECLAMAÇÃO.

8 Responsabilidade RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL.


RE 841526 STF Civil do Estado Por RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO POR MORTE DE
Morte de Detento DETENTO. ARTIGOS 5º, XLIX, E 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO
FEDERAL. 1. A responsabilidade civil estatal, segundo a
23.06.22 Constituição Federal de 1988, em seu artigo 37, § 6º, subsume-
se à teoria do risco administrativo, tanto para as condutas
estatais comissivas quanto paras as omissivas, posto rejeitada a
teoria do risco integral. 2. A omissão do Estado reclama nexo
de causalidade em relação ao dano sofrido pela vítima nos
casos em que o Poder Público ostenta o dever legal e a efetiva
possibilidade de agir para impedir o resultado danoso. 3. É
dever do Estado e direito subjetivo do preso que a execução da
pena se dê de forma humanizada, garantindo-se os direitos
fundamentais do detento, e o de ter preservada a sua
incolumidade física e moral (artigo 5º, inciso XLIX, da
Constituição Federal). 4. O dever constitucional de proteção ao
detento somente se considera violado quando possível a
atuação estatal no sentido de garantir os seus direitos
fundamentais, pressuposto inafastável para a configuração da
responsabilidade civil objetiva estatal, na forma do artigo 37, §
6º, da Constituição Federal. 5. Ad impossibilia nemo tenetur,
por isso que nos casos em que não é possível ao Estado agir
para evitar a morte do detento (que ocorreria mesmo que o
preso estivesse em liberdade), rompe-se o nexo de causalidade,
afastando-se a responsabilidade do Poder Público, sob pena de
adotar-se contra legem e a opinio doctorum a teoria do risco
integral, ao arrepio do texto constitucional. 6. A morte do
detento pode ocorrer por várias causas, como, v. g., homicídio,
suicídio, acidente ou morte natural, sendo que nem sempre
será possível ao Estado evitá-la, por mais que adote as
precauções exigíveis. 7. A responsabilidade civil estatal resta
conjurada nas hipóteses em que o Poder Público comprova
causa impeditiva da sua atuação protetiva do detento,
rompendo o nexo de causalidade da sua omissão com o
resultado danoso. 8. Repercussão geral constitucional que
assenta a tese de que: em caso de inobservância do seu dever
específico de proteção previsto no artigo 5º, inciso XLIX, da
Constituição Federal, o Estado é responsável pela morte do
detento. 9. In casu, o tribunal a quo assentou que inocorreu a
comprovação do suicídio do detento, nem outra causa capaz de
romper o nexo de causalidade da sua omissão com o óbito
ocorrido, restando escorreita a decisão impositiva de
responsabilidade civil estatal. (Min. Luiz Fux. DJe-159 DIVULG
29-07-2016 PUBLIC 01-08-2016)

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