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ATIVIDADE INDIVIDUAL AVALIATIVA A2 - 2021.

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DISCIPLINA PSICODIAGNÓSTICO – TURMA MANHÃ – CAMPUS BARRA
PROFESSORA: LUCIA HELENA JORGE ALVES

QUESTÃO 1:
A primeira questão contempla dois temas abordados em sala de aula, a
Hora do jogo diagnóstica e a entrevista de devolução. Leia o que se propõe
abaixo e responda com base nos textos disponibilizados no drive e nas
aulas ministradas. O total será de 5,0 pontos.

a) Qual a importância da hora do jogo diagnóstica na avaliação infantil? (Valor:


1,5 pontos)

b) Quando o psicólogo se dedica à tarefa de analisar uma hora do jogo diagnóstica


se depara com a não existência de uma padronização deste material. Efron et
al. (1999) propuseram um guia de pautas que oferecem um critério
sistematizado e coerente para orientar a análise, comparar diversos materiais
dentro do processo psicodiagnóstico e obter inferências generalizadoras.
Embora os autores reconheçam a complexidade de uma hora de jogo
diagnóstica e das inúmeras possiblidades que podem ser consideradas
elencaram indicadores relevantes para fins de diagnóstico e prognóstico.
Destaque dois indicadores de análise e os descreva. (Valor:1,0 ponto)

c) Lara é a psicóloga que está realizando o psicodiagnóstico de Clara, uma


criança de 8 anos. O processo é constituído por etapas sendo a última a
entrevista de devolução. Considerando a paciente em questão, a entrevista
de devolução deve ser feita apenas com os pais? Justifique a sua resposta.
(Valor: 2,5 pontos)

QUESTÃO 2: (Valor: 5,0 pontos)


Leia o caso e a partir dos aspectos que foram evidenciados elabore o
planejamento da avaliação. No planejamento destaque o que pretende
avaliar e apresente a sua justificativa para cada ponto contemplado. Não
será necessário discriminar os nomes dos testes.
Solicitação da avaliação:
André procurou o Serviço de Psicologia de uma universidade por causa
de prejuízos acadêmicos atribuídos a problemas de atenção e aprendizagem.
O paciente sentia dificuldades relacionadas à sua aprendizagem desde o
ensino findamental. Contudo, essas dificuldades pareciam ter se intensificado
com seu ingresso no ensino superior. Frequentemente, não se lembrava de
explicações, perguntas ou conversas logo após terem acontecido.
Dados sóciodemográficos do paciente:
Nome: André da Silva e Sousa
Idade: 27 anos
Escolaridade:Ensino superior incompleto
Pais: Joana e Fabiano
Escolaridade dos pais: Ensino fundamental completo
Irmãs: Mariana – 27 anos e Patrícia- 29 anos
Escolaridade das irmãs: Ensino superior completo

Dados da entrevista incial e da entrevista de anamnese


André (27 anos), filho de Joana (54 anos) e Fabiano (falecido), irmão de
Patrícia (29 anos) e gêmeo de Mariana, buscou espontaneamente a avaliação.
Ele morava com sua mãe e sua irmã gêmea e fazia graduação em Letras à
época. Durante esse período ocupava-se apenas das atividades acadêmicas.
André na infância passava a maior parte do tempo com sua família e não
gostava de frequentar a casa de seus colegas de escola. No ambiente escolar,
seu comportamente era agitado; ele brincava muito em sala, brigava com seus
colegas, falava alto e desrespeitava os professores. Apesar disso, era tímido e
falava pouco com os outros. Fazia parte do “grupo dos excluídos” da escola e
considerava as pessoas de seu grupo como colegas e não amigos. No Ensino
Fundamental sofreu bullying e foi constamente xingado de “doido” e “gardenal”.
Esse contexto provocou sentimentos de angústia em que o paciente se sentia
sem valor e não aceito, ocasionando muitas faltas às aula. Por volta dos 12
anos demonstrava interesse em se aproximar das meninas, porém tinha receio
de ser criticado por suas ações ou suas falas.
O paciente estudou em escolas públicas durante toda a sua vida.
Repetiu o 2º e o 7º ano do Ensino Fundamental e o 3º do Ensino Médio.
Seus pais se divorciaram quando André tinha 12 anos. Dois anos após
esse acontecimento, seu pai veio a falecer em decorrência de um infarto
fulminante. Esse evento suscitou sentimentos temporários de tristeza intensa,
desgosto em relação à vida, desmotivação e falta de interesse em atividades
variadas, durando cerca de um ano.
Em sua vida adulta, André chegou a ter uma série de trabalhos
temporários em diversas áreas, atuando como estoquista, vendedor, segurança
de hotel, autônomo e office boy. Seu trabalho como vendedor durou
aproximadamente quatro meses e houve muitos conflitos com seus colegas. A
equipe de trabalho possuía muitos integrantes do sexo masculino e as
conversas geralmente envolviam temas sexuais, referindo-se às mulheres de
forma desrespeitosa. Não concordava com as falas e atitudes da equipe,
intervinha nas conversas, isso gerou sentimentos negativos por parte de seus
colegas, que o tratavam com desdém, criando tensão no local de trabalho. O
paciente foi demitido após uma briga acalorada com seu gerente. As demais
ocupações foram mais duradouras e menos conflituosas.
Quatro anos antes da avaliação, André ingressou no curso de Letras em
uma universidade pública. Nesse ambiente, suas queixas de aprendizagem se
intensificaram, impactando diretamente sua autonomia e autoconfiança,
fazendo com que se sentisse incapaz e “burro”. Sentia-se constantemente
julgado e criticado por seus colegas de curso. Apesar disso mantinha
expectativas muito altas sobre o seu desempenho e sentia-se frustrado ao não
atingi-las, suscitando pensamentos negativos acerca de suas capacidades.
Esses comportamentos culminaram no seu afastamento das atividades
práticas.
Em contexto acadêmico ou de trabalho, ele não conseguia prestar
atenção por muito tempo. Ao escutar o discurso de um professor ou outra
pessoa, perdia-se em seus pensamentos. Durante as aulas ficava angustiado e
agitado quando tinha que ficar parado e procurava ativamente por algo para
fazer. Frente a atividades difíceis ou complexas sentia-se desmotivado e
possuía dificuldades ao tentar planejá-las. Nas provas também ficava disperso
e não se recordava dos conteúdos estudados.
As interações sociais do paciente eram restritas ao ambiente familiar,
sendo esse o contexto em que se sentia mais confortável. Sua melhor amiga
era sua irmã gêmea e seus amigos mais próximos eram membros de sua
família: mãe, cunhado e primo. Fora essas relações, as demais não eram de
amizades, mas apenas de coleguismo. André só conseguia ser ele mesmo
entre seus parentes, pois acreditava que somente sua família seria capaz de
apoiá-lo em momentos difíceis; então só eles poderiam ser considerados
amigos.
André possuía dificuldades para iniciar conversas com outras pessoas,
porém era capaz de dar continuidade a elas após seu início. Comumente se
sentia inadequado diante de novas situações sociais, como se estivesse
incomodando os outros. Sentia-se apreensivo ao se aproximar de outras
pessoas, pois tinha receio de passar a impressão de que era interesseiro ou
falso, uma vez que acreditava que a maioria das pessoas era assim. Ele
preferia fazer programas em casa e tendia a evitar locais com maior
concentração de pessoas ou que lhe passassem impressão de desordem.
O paciente encontrava-se em seu terceiro relacionamento amoroso até
o período da avaliação. Ele estava feliz e sentia-se superando limites pessoais
ao conviver com a família de sua namorada, sendo muito próximo de sua sogra
(em seus relacionamentos passados, não tinha interesse de conhecer a família
de suas parceiras). Todos os seus namoros se iniciaram por pressão de
amigos, pois, a princípio o paciente não tinha interesse em namorar, apenas
em conhecer a outra pessoa. Ele tendia a não confiar nos outros, a acreditar
que seria traído e a sentir ciúmes de suas companheiras com relativa
frequência e intensidade.

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