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BRASILEIRA:
TEMAS
EDUCACIONAIS E
PEDAGÓGICOS
As Diferentes Correntes do Pensamento
Pedagógico Brasileiro
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
EDUCAÇÃO BRASILEIRA: TEMAS EDUCACIONAIS E PEDAGÓGICOS
As Diferentes Correntes do Pensamento Pedagógico Brasileiro
Gustavo Silva
Sumário
As Diferentes Correntes do Pensamento Pedagógico Brasileiro........................................................3
1. As Diferentes Correntes do Pensamento Pedagógico Brasileiro e as Implicações na
Organização do Sistema de Educação Brasileiro...........................................................................................3
2. A Didática e o Processo de Ensino/Aprendizagem: Planejamento, Estratégias,
Metodologias e Avaliação da Aprendizagem. ..................................................................................................9
3. A Sala de Aula Como Espaço de Aprendizagem. ......................................................................................16
4. As Teorias do Currículo......................................................................................................................................... 22
5. As Contribuições da Psicologia da Educação para a Pedagogia..................................................29
6. Os Conhecimentos Socioemocionais no Currículo Escolar: a Escola como Espaço
Social.....................................................................................................................................................................................36
7. Aspectos Legais e Políticos da Organização da Educação Brasileira.......................................42
8. A Dimensão Estruturante das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
Básica, nos Seus Níveis, Etapas e Modalidades..........................................................................................49
Resumo................................................................................................................................................................................58
Questões de Concurso................................................................................................................................................ 59
Gabarito............................................................................................................................................................................... 73
Gabarito Comentado.................................................................................................................................................... 74
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já foi constatado que os resultados não foram positivos, que cada profissional da educação tra-
balhe como se fosse um elemento isolado e não parte de um conjunto, com objetivos comuns,
mantendo a unidade necessária para o sucesso do processo de aprendizagem dos alunos.
É importante ressaltar que essa é uma tarefa árdua, que requer muito estudo, muito em-
basamento teórico, muitos debates, troca de informações e experiências, visto que a escolha
final vai ser compartilhada por todos, como deve ser em um processo democrático.
O papel do professor pedagogo deve ser o de direcionar os estudos, instrumentalizando
os professores e possibilitando a eles a prática, de acordo com a Pedagogia Histórico-Crítica,
garantindo a sequência e a unidade no processo educacional.
Os aspectos metodológicos desta pedagogia ficam evidente já que dão ênfase aos meios,
aos recursos audiovisuais, instrução programada de módulos instrucionais.
As teorias e pedagogias não críticas nos apontam que a marginalidade está diretamente
ligada a questão social já que o conhecimento produzido historicamente é fundamental para
contraposição ao que vem sendo apontado. Cabe a educação propiciar as mudanças necessá-
rias para correção deste caminho.
As teorias não críticas recebem essa denominação por não evidenciarem os fatores de
desigualdades existentes na sociedade e a relação da escola com os mesmos. Ou seja, cabe
a educação apenas a correção dessa distorção que existe na sociedade, não tendo a escola
outra participação com a produção e contribuição do processo de marginalização existente.
Nessa situação, a escola é vista como uma ilha isolada, cujos muros a protege dos pro-
blemas sociais existentes. São representantes desse grupo as pedagogias: tradicional, nova e
tecnicista. As teorias chamadas de crítico-reprodutivistas, por sua vez, entendem a relação da
escola com a sociedade e a contribuição da instituição escolar com os processos de reprodu-
ção da marginalização existentes.
Neste caso, a escola não é mais uma ilha isolada no seio da sociedade, como vista pelas
teorias não críticas, pelo contrário, ela participa do processo de reprodução das desigualdades
sociais. São consideradas críticas porque evidenciam as contradições existentes na socie-
dade capitalista, mas por não considerarem como um dos papeis da escola o auxílio na su-
peração desse modelo, que acirra a marginalização, entendem que a função da escola é o da
reprodução da estrutura social vigente.
Dessa forma, a definição de pedagogia progressista surge em contraposição às chama-
das pedagogias conservadoras, não críticas, incapazes de realizarem a análise profunda da
realidade social, até porque o seu compromisso é com a classe detentora de poder econômico,
que deseja a manutenção da sociedade tal como ela é.
Na condição de conservadoras são enquadradas o grupo das pedagogias chamadas de
não críticas, entre as quais encontramos as pedagogias: tradicional, nova e tecnicista. Não
nos impressionemos, portanto, com o conceito de nova que no caso em questão resume-se a
ponto específico nas relações pedagógicas, deslocamento do centro de atenção do professor
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V – valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carrei-
ra, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
VI – gestão democrática do ensino público, na forma da lei;
VII – garantia de padrão de qualidade;
VIII – piso salarial profissional nacional para os profissionais da educação escolar pública, nos ter-
mos de lei federal.
Já o artigo 208 da Constituição estabelece que o Estado brasileiro tem sete responsabilidades para
efetivar seu compromisso com a educação:
I – educação básica obrigatória e gratuita dos 4 aos 17 anos de idade, assegurada inclusive sua
oferta gratuita para todos os que a ela não tiveram acesso na idade própria;
II – progressiva universalização do ensino médio gratuito;
III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na
rede regular de ensino;
IV – educação infantil, em creche e pré-escola, às crianças até 5 anos de idade;
V – acesso aos níveis mais elevados do ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capa-
cidade de cada um;
VI – oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do educando;
VII – atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, por meio de programas
suplementares de material didático escolar, transporte, alimentação e assistência à saúde.
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ciada, mas unidade da diversidade, um todo que articula uma variedade de elementos que, ao
se integrarem ao todo, nem por isso perdem a própria identidade.
Ao contrário, participam do todo, integram o sistema, na forma das respectivas especi-
ficidades. Em outros termos: uma unidade monolítica é tão avessa à ideia de sistema como
uma multiplicidade desarticulada. Em verdade, sistematizar significa reunir, ordenar, articular
elementos como partes de um todo. E este, agora articulado, passa a ser o sistema.
Em verdade, essa foi uma solução de tipo nominalista, já que os que a postularam se satis-
fizeram com a mudança do nome sem se preocuparem com a manutenção do mesmo conte-
údo. O viés nominalista talvez tenha tido mesmo algum peso, ao menos formalmente, pois se
argumentava que na Constituição não aparecia a expressão “Sistema Nacional de Educação”,
mas apenas “sistemas de ensino”. Aos que defendiam o sistema nacional, em contrapartida,
preocupava exatamente o seu conteúdo, secundarizando a denominação, o que permitiu, nas
negociações, que se abrisse mão da expressão “Sistema Nacional de Educação”.
Deve-se destacar que, com esse encaminhamento, se pretendia evitar a descontinuidade
que tem marcado a política educacional, o que conduz ao fracasso das tentativas de mudança,
pois tudo volta à estaca zero a cada troca de equipe de governo. Na verdade, cada governante
quer imprimir a própria marca, quer fazer a sua reforma. Com isso, interrompe o que havia sido
iniciado na gestão anterior e a educação fica marcando passo, já que se trata de um assunto
que só pode ser equacionado satisfatoriamente no médio e longo prazos, jamais no curto
prazo. E as consequências recaem sobre a população, que vê indefinidamente adiado o aten-
dimento de suas necessidades educacionais.
Finalmente, a terceira oportunidade nos foi dada pela elaboração da nova Lei de Diretrizes
e Bases da educação nacional, em decorrência da atual Constituição Federal, promulgada
em 5 de outubro de 1988. Desta vez, a organização do Sistema Nacional de Educação foi in-
viabilizada pela interferência governamental, que preferiu uma LDB minimalista para não com-
prometer sua política educacional que promovia a desresponsabilização da União com a ma-
nutenção da educação, ao mesmo tempo em que concentrava em suas mãos o controle, por
meio de um sistema nacional de avaliação do ensino em todos os seus níveis e modalidades.
Não se pode, também, enfraquecer o caráter público do Sistema Nacional de Educação
com a consideração de que a educação é uma tarefa não apenas do governo, mas de toda
a sociedade. De fato, não é uma tarefa de governo, mas de Estado. E é uma tarefa de toda a
sociedade, na medida em que o Estado, como guardião do bem público, expressa, ou deveria
expressar, os interesses de toda a sociedade, que deveria não apenas se sentirem representa-
da no Estado, mas vivenciá-lo como coisa sua. Nesses termos, a forma pela qual a sociedade,
em seu conjunto, estará cuidando da educação é reforçando seu caráter público e cobrando
do Estado a efetiva priorização da educação. Deve-se, portanto, fazer reverter a tendência,
hoje em curso, de diluir as responsabilidades educativas do poder público, transferindo-as para
iniciativas de filantropia e de voluntariado. Tal tendência configura um retrocesso diante das
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conquistas do Estado moderno, que superou o estágio inicial da modernidade, quando a ques-
tão da instrução popular era tratada como um problema de caridade pública. Essa fase foi ul-
trapassada pela tese da escola pública universal, gratuita, leiga e obrigatória concebida como
direito de todos e dever do Estado.
Libâneo (1990, p.25) define a didática como “teoria de ensino” e, segundo ele, “a ela cabe
converter objetivos sócio-políticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteú-
dos e métodos em função desses objetivos, estabelecer os vínculos entre ensino e aprendi-
zagem, tendo em vista o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos. [...] Trata da
teoria geral do ensino”.
A Didática, sempre existiu na história da humanidade porque o homem sempre ensinou e
aprendeu, mas ela começou a ser incisiva e tomar corpo na educação a partir das escolas. No
entanto, a escola como uma instituição para todos e sendo a principal forma de transmitir o
legado cultural da humanidade, no Brasil foi instituída socialmente somente há pouco mais de
duzentos anos.
Durante séculos, a didática foi entendida como técnicas e métodos de ensino, sendo a
parte da pedagogia que respondia somente por “como” ensinar. Os manuais de didática tra-
ziam detalhes sobre como os professores deveriam se portar em sala de aula. Tradicional-
mente, os elementos da ação didática são: professor, aluno, conteúdo, contexto e estratégias
metodológicas.
Ao passar dos anos a teoria da didática foi se modificando e se adaptando a novas 24 con-
cepções do que seria o ideal para cada época. No Brasil aproximadamente nas últimas décadas
do ano 2000, ocorreu um marco histórico para a pedagogia, quando teóricos engajados na dis-
cussão sobre o rumo da Educação e da Didática, trataram da problematização do esvaziamento
teórico-político da Didática nos cursos de formação de professores e da superação da Didática
instrumental, rumo à construção de uma Didática fundamental.
Atualmente a definição de didática possui horizontes mais amplos e deve ser compreen-
dida enquanto um campo de estudo que discute as questões que envolvem os processos de
ensino. Diferente do que mostrava no início da concepção da Didática, onde a produção do
conhecimento era por assimilação e imitação e o professor era o centro dos estudos, hoje tem
por objetivo tornar a prática docente reflexiva, para que a ação do professor não seja uma mera
reprodução de estratégias presentes em livros didáticos ou manuais de ensino.
As transformações no conhecimento e no modo de absorver esse conhecimento se inten-
sificam na medida com que o mundo se torna mais globalizado e isso ocasiona principalmente
pelo processo de informatização que atingem os diversos níveis da sociedade, produzindo
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professor tem como papel principal garantir uma relação didática entre ensino e aprendizagem
através da arte de ensinar, pois ambos fazem parte de um mesmo processo.
Pelo meio cognitivo, os indivíduos aprendem tanto pelo contato com as coisas no ambien-
te, como pelas palavras que designam das coisas e dos fenômenos do ambiente. Portanto as
palavras são importantes condições de aprendizagem, pois através delas são formados con-
ceitos pelos quais podemos pensar.
O ensino é o principal meio de progresso intelectual dos alunos, através dele é possível
adquirir conhecimentos e habilidades individuais e coletivas. Por meio do ensino, o professor
transmite os conteúdos de forma que os alunos assimilem esse conhecimento, auxiliando no
desenvolvimento intelectual, reflexivo e crítico.
Por meio do processo de ensino o professor pode alcançar seu objetivo de aprendizagem,
essa atividade de ensino está ligada à vida social mais ampla, chamada de prática social, por-
tanto o papel fundamental do ensino é mediar à relação entre indivíduos, escola e sociedade.
No desempenho de sua profissão, o professor deve ter em mente a formação da perso-
nalidade dos alunos, não apenas no aspecto intelectual, como também nos aspectos morais,
afetivos e físicos. Como resultado do trabalho escolar, os alunos vão formando o senso de
observação, a capacidade de exame objetivo e crítico de fatos e fenômenos da natureza e das
relações sociais, habilidades de expressão verbal e escrita. A unidade instrução-educação se
reflete, assim, na formação de atitudes e convicções frente à realidade, no transcorrer do pro-
cesso de ensino.
É através desse ensino crítico que os processos mentais são desenvolvidos, formando
assim uma atitude intelectual. Nesse contexto os conteúdos deixam de serem apenas maté-
rias, e passam então a ser transmitidos pelo professor aos seus alunos formando assim um
pensamento independente, para que esses indivíduos busquem resolver os problemas postos
pela sociedade de uma maneira criativa e reflexiva.
É papel de o professor planejar a aula, selecionar, organizar os conteúdos de ensino, pro-
gramar atividades, criar condições favoráveis de estudo dentro da sala de aula, estimular a
curiosidade e criatividade dos alunos, ou seja, o professor dirige as atividades de aprendiza-
gem dos alunos a fim de que estes se tornem sujeitos ativos da própria aprendizagem.
Um professor que aspira ter uma boa didática necessita aprender a cada dia como lidar
com a subjetividade do aluno, sua linguagem, suas percepções e sua prática de ensino.
Sem essas condições o professor será incapaz de elaborar problemas, desafios, perguntas
relacionadas com os conteúdos, pois essas são as condições para que haja uma aprendi-
zagem significativa.
A aula é a forma predominante pela qual é organizado o processo de ensino e aprendiza-
gem. É o meio pelo qual o professor transmite aos seus alunos conhecimentos adquirido no
seu processo de formação, experiências de vida, conteúdos específicos para a superação de
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dificuldades e meios para a construção de seu próprio conhecimento, nesse sentido sendo
protagonista de sua formação humana e escolar.
É ainda o espaço de interação entre o professor e o indivíduo em formação constituindo
um espaço de troca mútua. A aula é o ambiente propício para se pensar, criar, desenvolver e
aprimorar conhecimentos, habilidades, atitudes e conceitos, é também onde surgem os ques-
tionamentos, indagações e respostas, em uma busca ativa pelo esclarecimento e entendimen-
to acerca desses questionamentos e investigações.
A aula é norteada por uma série de componentes, que vão conduzir o processo didático
facilitando tanto o desenvolvimento das atividades educacionais pelo educador como a com-
preensão e entendimento pelos indivíduos em formação; ela deve, pois, ter uma estruturação e
organização, afim de que sejam alcançados os objetivos do ensino.
Ao preparar uma aula o professor deve estar atento às quais interesses e necessidades
almejam atender, o que pretende com a aula, quais seus objetivos e o que é de caráter urgente
naquele momento. A organização e estruturação didática da aula têm por finalidade propor-
cionar um trabalho mais significativo e bem elaborado para a transmissão dos conteúdos. O
estabelecimento desses caminhos proporciona ao professor um maior controle do processo e
aos alunos uma orientação mais eficaz, que vá de acordo com previsto.
São metas que se deseja alcançar, para isso usa-se de diversos meios para se chegar ao
esperado. Os objetivos educacionais expressam propósitos definidos, pois o professor quando
vai ministrar a aula já vai com os objetivos definidos. Eles têm por finalidade, preparar o docen-
te para determinar o que se requer com o processo de ensino, isto é prepará-lo para estabele-
cer quais as metas a serem alcançadas, eles constituem uma ação intencional e sistemática.
Os conteúdos de ensino são constituídos por um conjunto de conhecimentos. É a forma
pela qual, o professor expõe os saberes de uma disciplina para ser trabalhado por ele e pelos
seus alunos. Esses saberes são advindos do conjunto social formado pela cultura, a ciência, a
técnica e a arte. Constituem ainda o elemento de mediação no processo de ensino, pois permi-
tem ao discente através da assimilação o conhecimento histórico, cientifico, cultural acerca do
mundo e possibilitam ainda a construção de convicções e conceitos.
O professor, na sala de aula, utiliza-se dos conteúdos da matéria para ajudar os alunos a
desenvolverem competências e habilidades de observar a realidade, perceber as propriedades
e características do objeto de estudo, estabelecer relações entre um conhecimento e outro,
adquirir métodos de raciocínio, capacidade de pensar por si próprios, fazer comparações entre
fatos e acontecimentos, formar conceitos para lidar com eles no dia-a-dia de modo que sejam
instrumentos mentais para aplicá-los em situações da vida prática.
O professor no processo de ensino é o mediador entre o indivíduo em formação e os co-
nhecimentos prévios de uma matéria. Tem como função planejar, orientar a direção dos conte-
údos, visando à assimilação constante pelos alunos e o desenvolvimento de suas capacidades
e habilidades. É uma ação conjunta em que o educador é o promotor, que faz questionamen-
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tos, propõem problemas, instiga, faz desafios nas atividades e o educando é o receptor ativo e
atuante, que através de suas ações responde ao proposto produzindo assim conhecimentos.
O papel do professor é levar o aluno a desenvolver sua autonomia de pensamento.
A relação objetivo-conteúdo-método procuram mostrar que essas unidades constituem a
linhagem fundamental de compreensão do processo didático: os objetivos, explicitando os
propósitos pedagógicos intencionais e planejados de instrução e educação dos alunos, para
a participação na vida social; os conteúdos, constituindo a base informativa concreta para al-
cançar os objetivos e determinar os métodos; os métodos, formando a totalidade dos passos,
formas didáticas e meios organizativos do ensino que viabilizam a assimilação dos conteúdos,
e assim, o atingimento dos objetivos.
A função pedagógico didática refere-se ao papel da avaliação no cumprimento dos obje-
tivos gerais e específicos da educação escolar. Ao comprovar os resultados do processo de
ensino, evidencia ou não o atendimento das finalidades sociais do ensino, de preparação dos
alunos para enfrentar as exigências da sociedade e inseri-los ao meio social. Ao mesmo tem-
po, favorece uma atitude mais responsável do aluno em relação ao estudo, assumindo-o como
um dever social. Já a função de diagnóstico permite identificar progressos e dificuldades dos
alunos e a atuação do professor que, por sua vez, determinam modificações do processo de
ensino para melhor cumprir as exigências dos objetivos.
O docente no processo de ensino e aprendizagem é a ponte de mediação entre o aluno
em formação e o meio social no qual está inserido; uma vez que ele vai através de instruções,
conteúdos e métodos orientar aos seus alunos a viver socialmente. Sendo a educação um fe-
nômeno social necessário à existência e funcionamento de toda a sociedade, exige-se a todo
instante do professor as competências técnicas e teóricas para a transmissão desses conhe-
cimentos que são essenciais para a manutenção e progresso social.
O processo educacional, notadamente os objetivos, conteúdos do ensino e o trabalho
do professor são regidos por uma série de exigências da sociedade, ao passo que a so-
ciedade reclama da educação a adequação de todos os componentes do ensino aos seus
anseios e necessidades.
A didática tem um papel muito importante na formação do professor e na aprendizagem do
aluno e, por isso, não se pode reduzir apenas a ensino de técnicas, as quais se deseja criar um
método de ensino-aprendizagem. A didática como sendo arte de transmitir conhecimentos, a
técnica de ensinar, parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas de ensino, cabe
a ela transformar propósitos pedagógicos e sociopolíticos em objetivos de ensino, selecionar
conteúdos e métodos em função das metas sugeridas.
A Didática é de extrema importância para que o professor possa construir e reconstruir
sua identidade profissional valorizando a si mesmo e também ao educando enquanto ser
social, e sobretudo, para que haja um bom funcionamento e desenvolvimento do trabalho na
escola, visto que, é a didática que organiza e planeja as atividades do professor em relação
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Ensinar é a atividade que tem por finalidade que o outro obtenha o conhecimento. Para que
se tenha um ensino de forma que realmente agregue valor é preciso que o professor como sen-
do um transmissor de conhecimentos se utilize de métodos e técnicas adequadas que tenham
base não apenas no contexto geral como o local, assim a necessidade básica do aluno será
encarada como uma ponte para o ensino e não como um obstáculo.
As avaliações escolares cumprem pelo menos três funções, a pedagógico-didática, de
diagnóstico e de controle. Cada uma dessas funções possui um papel importante no ambiente
escolar. Assim, a função pedagógico-didática se refere ao papel da avaliação no cumprimento
dos objetivos gerais específicos da educação escolar.
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O presente trabalho tem como objetivo realizar uma discussão acerca do contexto da sala
de aula em relação à prática de ensino na construção de conhecimento e no desenvolvimento
da interação entre professor/aluno, possibilitando assim, um espaço em que promove a apren-
dizagem e a transformação de pessoas.
A aprendizagem é algo em que está ancorado em três categorias fundamentais, tais como:
a funcionalidade relacionada ao conteúdo de aprendizagem e a compreensão do indivíduo
enquanto pessoa, a sensibilidade que acera do incentivo através da motivação, emoção e o
desejo, e a relação que tem como princípio importante a interação com o outro e com o meio
em que o cerca, tornando assim, algo que faça sentido ao ser aprendente.
É oportuno ressaltar que a aprendizagem, de fato só se torna algo significativo, quando
ambos o sujeitos compartilham seus conhecimentos a partir das suas vivências, experiencias
adquiridas no decorrer do seu processo de construção e em o estado em que se encontra afim
de construir algo novo, fazendo assim, da sala de aula como um espaço transformador e cons-
trutivo de sujeitos enquanto ¨ ser¨ e de conhecimento.
À aprendizagem só é transformadora quando é possível uma mudança no sujeito na base
do seu conhecimento enquanto pessoa, perante a vida, na forma de aprender enquanto ser
aprendente, se tornando assim, auto autoria da própria vida, entendendo assim, as experien-
cias que fazem parte do nosso de construção e desconstrução enquanto pessoa, não só ape-
nas algo em acontece conosco, mas, como algo que em fazemos acontecer (transformar ) na
nossa própria identidade, nos fazendo assim, entender que essa aprendizagem acontece no
decorrer da nossa vida.
A educação escolar, deve ser pensada como uma ação social em que se realiza no con-
texto da sala de aula, podendo assim, partir da ação comunicativa como uma possibilidade de
reconstrução da prática pedagógica.
Durante um dia nesta escola, vimos de perto o quanto aquele espaço é trabalhado de for-
ma humana, interativa, coletiva e transformador, pois conseguimos perceber a horizontalidade
entre professor/aluno, a cooperação de todos para um espaço de transformação não só de
mentes, mas de seres humanos, vimos também diante de nossos olhos, crianças que possui
autonomia e uma competência comunicativa de interação, pois é um espaço de encontro de
biografias em que se agrega na diversidade de conhecimento e saberes diversos.
É o espaço no qual se dá a interação entre a professora e seus alunos. A professora atua
como mediadora das relações que os alunos estabelecem com o conhecimento. Uma sala de
aula funciona sempre guiada por um contrato implícito entre professora e alunos, chamado
contrato didático. Esse contrato estabelece a maior ou menor assimetria entre professora e
aluno. Por exemplo, se a professora unicamente valoriza as respostas corretas dos alunos às
suas perguntas, os alunos logo descobrirão que só devem falar quando têm certeza da respos-
ta. Se, ao contrário, ela valoriza a participação dos alunos quando eles expõem seus pontos de
vista, estes falarão independente de terem certeza da resposta.
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tes, na medida em que ali se encontram informações sobre o que estão estudando. A presença
de textos e desenhos feitos por eles, afixados nas paredes ou ainda de cartazes relacionados
aos estudos que estão realizando tornam públicas as aprendizagens que estão ocorrendo na-
quele espaço. A exposição de notícias de jornal, fotografias, livros, jogos, experiências e outros
materiais usados no dia a dia, elaborados pelos alunos, colaboram para a valorização desse
ambiente e desperta o sentimento de pertença sobre ele.
A maneira de organizar as cadeiras e as mesas diz muito sobre a concepção do professor
a respeito do ensino e aprendizagem. Ao agrupar as mesas com duas, quatro ou mais crianças,
de forma que o professor possa circular pelos grupos, atendendo às necessidades e acom-
panhando os diálogos, revela que ele se coloca como mediador das aprendizagens. Dispor
as mesas em círculo é outra maneira de promover a interação entre os alunos e favorecer a
circulação dos saberes.
Muitas vezes a escola deixa de propiciar práticas educativas que valorizem tais intera-
ções, durante o processo construtivo da aprendizagem. Quando tais práticas com o objetivo
de enriquecer o currículo são adotadas, muitas vezes não são divulgadas no coletivo escolar.
Perde-se a oportunidade de valorização do trabalho de professores e de alunos. Há grandes
potenciais em uma sala de aula (professores e alunos), mas é preciso estratégias para apro-
veitá-los bem, de forma que experiências de aprendizagem favoreçam outras aprendizagens,
através das interações.
As relações interativas na sala de aula promovem a atividade mental autoestruturante.
Aprender significa elaborar uma representação do conteúdo, interiorizá-lo, torná-lo seu, inte-
grá-lo nos próprios esquemas do conhecimento. Esta representação não se inicia do zero,
parte dos conhecimentos que os alunos já dispõem e que lhes permitem fazer conexões com
os novos conhecimentos. Atribuir-lhe significância ao que se aprende requer um processo ex-
tremamente ativo realizado pelos alunos. Não se trata aqui de atividades indiscriminadas em
que os alunos estejam simplesmente envolvidos em constante movimento, mas ações que
promovam atividades de reflexão sobre o que propõem as aprendizagens, diretamente propor-
cionais à complexidade e capacidade de compreensão. Para isto, é importante que os alunos
possam experimentar, tocar, observar, manipular, exemplificar, comparar e, a partir disto, ativar
seus processos mentais.
A escola enquanto espaço de incentivo e valorização de práticas pedagógicas diferencia-
das, a ser implementado em turmas de quinta à oitava séries e ensino médio, torna-se possível
vislumbrar quais são as práticas pedagógicas, as quais são denominadas de diferenciadas,
que mereçam ser incentivadas. Serão aquelas que favoreçam a oralidade, as relações dialógi-
cas, a exposição de trabalhos, o debate, a interação entre turmas, que incentivem a divulgação
do que é produzido na complexidade de diferentes aprendizagens. Práticas pedagógicas que
sejam capazes de tornar os conteúdos propostos pelo currículo escolar e pelos professores
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amargas causadas pela tristeza, que são motivo de dor e deixam uma lembrança dolorosa na
memória. As vivências são íntimas, ou seja, ninguém pode conhecer tão bem suas próprias
experiências vitais.
Os vários setores da atividade humana passam por significativas mudanças que se concre-
tizam em novas configurações da ordem econômica e política relacionada ao conhecimento,
às vinculações pessoais, às comunicações, entre outras, que trazem consequências efetivas
para a educação escolar.
O impacto da sociedade do conhecimento na informação e nas políticas de formação de
professores será visível. Um outro jeito de ensinar, uma nova concepção pedagógica e episte-
mológica implicará em uma formação diferente que preparará este mestre. Exigirá uma nova
postura dos professores em formação e dos formadores, pois há uma complexidade maior no
processo e está em permanente mudança, em metamorfose contínua.
Assim como as pessoas, as escolas que são feitas por pessoas, têm uma tendência de
não mudar enquanto puderem permanecer como estão. A mudança gera a necessidade de
sair da zona de conforto e de desapego, mas quando não conseguimos suportar uma situação
algo precisa ser feito e é aí que devemos buscar uma opção melhor, aí vem a necessidade de
mudança. Embora não podemos esquecer que muitas mudanças não acontecem porque que-
remos ou que seja de nossa vontade, mas são geradas por fatores externos, alheios a nossos
desejos e nos parece que é isto que acabará acontecendo com a escola.
Muitos fatores externos e indiretamente ligados a ela acabam provocando sua mudança.
E nisto há algo bom que é a mudança, mas há que se ter um cuidado para que os objetivos da
mudança não sejam alheios aos fins da escola, o que a desvirtuaria de sua função formadora
para tornar-se um instrumento a serviço de outros atores do mundo em transformação como
a economia e os interesses de alguns segmentos sociais, excluindo novamente o grande con-
tingente que precisa da escola para inserir-se socialmente.
4. As Teorias do Currículo
O currículo, mais do que uma simples enumeração de conteúdos e diretrizes a serem tra-
balhados em sala de aula pelos professores ao longo das diferentes fases da vida escolar dos
estudantes, é uma construção histórica e também cultural que sofre, ao longo do tempo, trans-
formação em suas definições. Por esse motivo, para o professor, é preciso não só conhecer os
temas concernentes ao currículo de suas áreas de atuação, como também o sentido expresso
por sua orientação curricular.
As teorias curriculares tradicionais, também chamadas de teorias técnicas, foram promo-
vidas na primeira metade do século XX, sobretudo por John Franklin Bobbitt, que associava
as disciplinas curriculares a uma questão puramente mecânica. Nessa perspectiva, o sistema
educacional estaria conceitualmente atrelado ao sistema industrial, que, na época, vivia os
paradigmas da administração científica, também conhecida como Taylorismo.
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lismo que acredita que o conhecimento é algo incerto e indeterminado. Questiona também o
conceito de verdade, já que leva em consideração o processo pelo qual algo se tornou verdade.
As teorias tradicionais são caracterizadas por priorizar questões convencionais e técnicas
na construção e organização curricular e apresentam uma cientificidade desinteressada das
questões político-sociais, constituídas em três vertentes distintas.
Já as teorias críticas superam a ideia de um currículo homogêneo, meramente prescritivo
e argumentam que o mesmo reflete intencionalidades de diferentes ordens, entre elas: políti-
ca, social e econômica na constituição dos saberes. Concordando com as teorias críticas, as
pós-críticas também reconhecem a presença da cultura, raça, gênero e etnia como elementos
a serem considerados na seleção dos saberes que devem compor os currículos, sendo, por
vezes, mais influenciadores na configuração desses que fatores macrocondicionante.
Na passagem do século, os movimentos sociais, a globalização, as tecnologias arrojadas
de comunicação e informação e a democratização das relações forçaram a escola a acrescen-
tar às suas antigas funções de preparação para o mundo do trabalho, o reconhecimento das
diferenças. Políticas pautadas na inclusão, no multiculturalismo e na equidade obrigaram os
currículos a transformar-se na tentativa de oferecer respostas aos novos tempos.
Diante dos achados inferimos que os estudos curriculares presentes nos artigos da EFE
revelam um movimento de superação da centralidade dada ao caráter técnico-prescritivo, no-
tória no período fundamentado na ginástica e esporte, o que pode ser entendido como um
distanciamento do currículo tradicional.
Porém, afirmar que há um movimento de superação do caráter técnico-prescritivo das te-
orias tradicionais não implica negar a existência desse nos artigos inspirados nas teorias crí-
ticas e pós-críticas, eles apenas não ocupam a centralidade das preocupações. Entendemos
que a técnica nesses últimos busca manter uma coerência interna entre teoria curricular, ten-
dência pedagógica, perspectiva de EFE, prática curricular e intencionalidade educacional. A
prescrição assume proximidade com uma intenção, uma projeção, uma antecipação pedagó-
gica, mas não com um fim em si mesma.
Ao longo dos últimos anos o currículo escolar deixou de ser uma área especificamente
técnica ou neutra no sentido político reflexivo, o currículo vem se estabelecendo para além do
conhecimento organizado, está presente nas instituições de ensino de maneira prática pelo
qual ocorrem os processos de aprendizagem nas disciplinas e conteúdos abordados.
O currículo não é algo neutro, ele é profundo, racionalmente pensado especificamente para
quais tipos de pessoas que irão perpassar pelo currículo, está intrínseco nas políticas culturais
de formação humana e social levando em consideração que o currículo é o caminho a seguir
dentro no processo de aprendizagens dentro e fora do espaço escolar.
É evidente que o currículo dentro de uma escola burguesa e o currículo de uma escola pro-
letária é diferenciado, pois as reflexões políticas e ideológicas subjazem essas indagações, o
mais correto seria se os currículos em si fossem iguais que não houvesse uma diferença cons-
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truída a partir de uma luta de classes, por isso a crítica do currículo tradicional, a luta contra uma
hegemonia dominante acontece bruscamente na construção de um currículo emancipatório.
Essa luta acontece quando a formação crítica perpassa as barreiras da escola e esse su-
jeito formado criticamente vão interferir buscando seus direitos perante a sociedade, lutando
das diversas maneiras que puder para diminuir as desigualdades promovidas pelo capitalismo
dentro das lutas de classes numa visão contra hegemônica.
Os paradigmas são formas e modelos de pensar normativamente e com o passar do tempo
o homem vai evoluindo e refletindo sobre seus próprios paradigmas. Assim também acontece
com as teorias tradicionais e críticas que tem características totalmente antagônicas, cada
uma das teorias direcionadas para qual tipo de sujeito social que quer formar.
As teorias tradicionais fazem o currículo para condicioná-la de forma neutra o sujeito, mo-
delando o sujeito para ser o cumpridor técnico, na prática a educação dentro dessa perspectiva
é totalmente bancaria, o aluno é modelado para apenas receber informações e cumprir tarefas,
sem poder questionar nada, entretanto as teorias críticas fundamentam-se numa perspectiva
totalmente diferenciada, postulando a política para a promoção de um modelo que envolve
uma educação politizada, buscando formar o sujeito para uma visão reflexiva da sociedade.
A escola dentro da pesrpectiva tradicional se assemelha a uma fábrica e os alunos como
matérias primas, gerando uma cadeia de reprodução e por consequência a alienação, os su-
jeitos são educados para o trabalho e apenas aprendem sobre as técnicas, construídos ideo-
logicamente para a produção, cumpridores de tarefas, sujeitos manipulados pela ignorância
no sentido de não saber pensar criticamente sobre o meio social numa perspectiva reflexiva,
contudo nessa teoria o aluno não se enxergará como um ser socialmente inserido, o sujeito
não será capaz de mudar sua própria realidade, gerando um conformismo social.
O conhecimento técnico puramente explícito no currículo tradicional apenas feito para o
trabalho contrapõe toda a ideia de formação integral do homem, a visão crítica do currículo
está para além do espaço escolar insere a propositura das relações de poder, da hegemonia e
da ideologia para a formação do sujeito, o currículo questiona aponta e promove disposições
legitimas acerca dos modelos de ensino dentro de parâmetros estabelecido.
Contudo, podemos observar que a neutralidade e desequilíbrio social são os principais fa-
tores que diferenciam as diferentes visões sobre a formação humana na dimensão social, isso
torna concreto o cunho político que é usado na fundamentação dessas visões antagônicas
que norteiam a formação humana.
Portanto a ideologia é o motor propulsor de materialização da hegemonia. A ideologia
como forma de manutenção do status quo e condicionadora de uma classe sobre a outra,
toma uma dimensão mais profunda, pois em Gramsci, ela se transforma em dominação cul-
tural, simbólica e não só econômica, que tem como objetivo manter as relações de poder em
favor da classe dominante.
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debates e nas discussões, mas partindo para a prática com o objetivo de uma possível trans-
formação dessa realidade, sendo o professor corresponsável para que essa proposta de currí-
culo se efetive.
As teorias curriculares críticas e pós-críticas na formação inicial de professores podem ser
vistas como influências significativas e que precisam ser trabalhadas de forma efetiva, pois
contribuem com uma formação crítica e reflexiva, da importância de se valorizar o conheci-
mento prévio dos alunos, da diversidade cultural, enfim da preocupação com a transformação
social e do professor como agente dessa mudança.
Responsabilizar literalmente o professor pelo fracasso escolar seria um equívoco, mas é
preciso rever a formação que esses profissionais vêm adquirindo, sobre a qualidade e serieda-
de desses cursos, pois o professor é corresponsável pelo sucesso escolar. Rever essa forma-
ção pode partir da concepção de se formar educadores críticos.
Pensar um profissional com esses requisitos leva a crer que por meio de um currículo fun-
damentado numa teoria crítica/pós-crítica, torna-se possível aproximar-se dessa formação,
possibilitando aos professores em sua formação inicial uma compreensão do currículo como
algo que lhes pertence social e culturalmente, se para isso se comprometerem com a melhoria
do processo de ensino e aprendizagem e com a formação crítica dos alunos.
O campo do Currículo se consolida, a partir dessa ampliação do espaço de debates, como
campo específico de debates em educação não necessariamente vinculado apenas à seleção
e organização dos conhecimentos e sua distribuição pelas disciplinas e séries de escolariza-
ção ou aos modos de transmiti-los ou mesmo de avaliar sua aquisição.
Podemos afirmar que a noção de currículo oculto, que evidenciava pedagogicamente a pre-
sença nas salas de aula de questões levantadas pelos teóricos críticos, e o movimento de re-
conceitualização curricular foram de suma importância para a própria constituição do campo
dos estudos curriculares no Brasil a partir da década de 1980, na medida em que contribuíram
para que pudesse escapar dos debates meramente formalistas das perspectivas tradicionais
ou dos metodologismos ligados ao escolanovismo e outras perspectivas pedagógicas não
diretivas, ou ainda aquelas fundamentadas em análises e propostas advindas da psicologia,
como as escolas piagetianas, em voga no final dos anos 1970 e início dos anos 1980.
Desde 1988, vivendo sob um movimento de democratização da sociedade, observamos
no Brasil a ampliação das ações afirmativas, ao mesmo tempo em que se consolida o estado
republicano com base no federalismo e na representatividade, assolado por fisiologismo e cor-
rupção. Enquanto isso, apesar de inegáveis avanços econômicos, o país ainda se debate com
imensas desigualdades sociais e a frequente depreciação da miscigenação e da diversidade
cultural. Por essa razão, poder, economia, política, cultura, identidade, colonização e demo-
cracia têm sido importantes temas para os pesquisadores em educação que se dedicam ao
campo do Currículo.
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No entanto, esse intercâmbio não pode acontecer apenas no sentido de acúmulo de infor-
mações, essa disciplina só se efetiva à medida que supere o plano teórico e enfrente as proble-
máticas demandadas da prática escolar. Isso significa dizer, que não será a mera apropriação
dos conhecimentos, conceitos e ideias psicológicas e, consequente tentativa de aplicação dos
mesmos em quaisquer contextos que alcançarão resultados, pelo contrário, é preciso se con-
siderar todo o contexto envolvido numa determinada situação problemas.
A percepção de o conhecimento teórico é indispensável para que se tenha um suporte à
atuação pedagógica e às opções inerentes a essa atuação, assim como a possibilidade dos
professores ressignificarem e realocarem as teorias a partir da experiência com as relações
cotidianas, ou seja, mais que conhecer as mais diversas abordagens em psicologia, é de suma
importância que se conheça os pressupostos que as diferenciam.
Buscar uma proposta consistente e que consiga aprofundar os princípios da psicologia
para a educação, provocando no futuro professor que atuará na educação básica, a compre-
ensão dos motivos que levam a privilegiar uma abordagem sobre a outra, deixando claro que
esses motivos se apoiaram em critérios de escolhas teóricas. Esse movimento só se torna
possível, a medida que há o confronto a crítico das teorias disponíveis.
A concepção do educador que se pretendia formar: de uma concepção de ciência psi-
cológica instrumental, chegou-se a uma concepção questionável e criticável. Ressaltou que
mesmo as alterações teóricas e metodológicas que buscam formar um educador crítico em
relação à realidade nem sempre atingem essa meta.
É importante enfatizar que Saisi, tomando por base os mesmos planos de ensino, analisou
as aquisições esperadas dos alunos na expectativa cognitiva, atitudinal e comportamental.
Concluiu que a plenificação da aquisição pode reverter em mudanças, não só de concepções,
mas também de competência na futura atuação profissional.
A maioria dos relatos de pesquisas acima descritos, ainda que tenham analisado sob di-
versos ângulos a disciplina de Psicologia da Educação, priorizaram a investigação das implica-
ções e contribuições dessa área de conhecimento na formação de educadores.
Os estudantes indicam que, mesmo com os problemas e limitações que persistem no
processo de ensino, os conteúdos da disciplina são significativos na constituição dos seus
conhecimentos, mas fazem sentido de acordo com as concepções anteriores e a especificida-
de da área dos cursos a que pertencem.
Apesar da relevância dos aspectos subjetivos, evidenciam a importância das condições
objetivas no ensino da disciplina, a qual deve apresentar coerência entre conteúdos e procedi-
mentos: respeito às condições e à diversidade da clientela, experiências interativas que possi-
bilitem participação e autonomia nas diferentes situações. Revelam, assim, possuir expetati-
vas de obter uma formação profissional e pessoal que possibilite o exercício mais competente
da função docente.
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tros comportamentos como os que ocorrem na deficiência mental (e que são, ao menos par-
cialmente, hereditários) podem ser melhor compreendidos com o auxílio da Genética.
Ao se dedicar ao estudo de tantos e diferentes aspectos, a Psicologia acaba por desenvol-
ver campos de investigação mais específicos e delimitados. Importam, para a educação, os
conhecimentos advindos da Psicologia do desenvolvimento e da aprendizagem fundamentais
no processo de formação de professores.
A Psicologia da Educação contribui para que a escola ou instituição educacional seja um
espaço democrático de acesso ao saber historicamente e sócio-culturalmente constituído e da
produção de novos saberes com sabores de prazer, de alegria, de leveza, de desejo de conhe-
cer e de paixão pela vida.
A Psicologia da Educação é uma ciência interdisciplinar aberta a prática de pesquisa trans-
disciplinar, capaz de circular afetando e sendo afetado por outros saberes. É indispensável a
interface com a literatura, com as obras de arte, com a meditação filosófica, com os estudos
históricos, antropológicos, psicobiológicos e etológicos. Realmente, uma busca interminável,
uma vida muito interessante e sempre em movimento.
A teoria de desenvolvimento conhecida como behaviorismo, enfatiza o importante papel
dos ambientes na modelagem do comportamento. Convém salientar que a ideia básica de
Pavlov não era nova, pois, já no século dezessete, Locke havia proposto que o conhecimento
se baseava em associações. Porém, ele foi mais além, descobrindo vários princípios da asso-
ciação através de experimentos empíricos.
O comportamento, para os behavioristas, é resultante efetivo da aprendizagem ou de res-
postas condicionadas para determinados estímulos. Não há interesse, por parte dos behavio-
ristas, pelas variáveis inconscientes do comportamento. Eles veem a aprendizagem como uma
consequência de estágios, muito mais do que como um processo contínuo de desenvolvimen-
to, geralmente abordado na teoria psicológica.
O comportamento operante é controlado por suas consequências, ou seja, fortificado ou
enfraquecido pelos eventos que seguem a resposta. Reforço é o fator que torna provável o
aumento da frequência de uma resposta.
A seleção de reforçadores possibilita o ensino de um novo comportamento. A repetição é
importante para a aprendizagem por condicionamento. A ausência de reforços leva um com-
portamento à extinção.
A extinção de um comportamento pode ser provocada pelo reforço dos comportamentos
incompatíveis com o comportamento indesejado. A divisão do conteúdo em pequenas etapas
e sua organização, do mais simples ao mais complexo, facilita a aprendizagem. A aprendiza-
gem é mais afetiva quando o sujeito participa ativamente das tarefas.
Cada indivíduo tem seu ritmo próprio de aprendizagem: preparar pessoas para aproveita-
rem os estímulos positivos do ambiente, de forma que cada resposta se transforme em novo
estímulo para ação desejável por esta mesma sociedade.
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No entanto, temos a certeza que não se trata de conferir utilidade prática aos conheci-
mentos psicológicos, mas de redefinir o sentido e significado deles no contexto da prática
educativa. Esses conhecimentos, quando dialeticamente articulados com a prática e com
outros referenciais de análise, ultrapassam a concepção de que a ação profissional possa
ser entendida como se apenas estabelecesse ações técnicas, à margem da decisão sobre
as finalidades pretendidas.
O processo de ensinagem é uma maneira dinâmica de ensinar e apreender, em que ensi-
nantes e aprendentes interagem estrategicamente com objetivos comuns de formação. Co-
nhecer como se dá a ensinagem e o apreender contribui para o êxito na docência.
A base dos conhecimentos sobre o desenvolvimento humano e aprendizagem também
contribuem na formação do professor, no desenvolvimento de habilidades e competências,
além de atitudes e valores vitais à prática docente. Estes elementos teóricos desenvolvem a
capacidade de o professor investigar a própria prática docente e, por meio da reflexão-ação.
A construção do conhecimento configura o objetivo central do processo educativo, portan-
to, as melhores ações precisam ser mobilizadas para o sucesso individual e coletivo. Com os
aportes da Psicologia da Educação podemos encontrar possíveis respostas a algumas ques-
tões, típicas dos educadores.
A Psicologia é uma ciência que estuda o comportamento em sua totalidade. Foi desenvol-
vida a partir do modelo científico preconizado pela ciência moderna nascida na passagem da
filosofia tradicional para o método científico atual. Assim como as demais ciências humanas,
a Psicologia nasceu das explicações filosóficas sobre os fenômenos do universo e a própria
natureza humana.
O processo ensino-aprendizagem tem lugar na Educação. Para compreendê-lo, necessi-
tamos dos princípios, noções e conceitos que as pesquisas psicológicas trazem acerca do
desenvolvimento humano e da aprendizagem. Na prática, envolve o olhar psicológico à educa-
ção. Igualmente, estuda as relações existentes entre as situações educacionais e os diferentes
fatores que as determinam.
O aprender é da natureza humana, pois que somos seres dotados de consciência e lingua-
gem. Nascemos em um ambiente desconhecido, em cujas relações vamos nos desenvolvendo
e aprendendo, movidos pela curiosidade de conhecer o mundo e as pessoas. No relaciona-
mento com as outras pessoas, vamos nos apropriando do que é particular à nossa espécie
humana. A compreensão deste movimento vai sendo tecida nas diferentes abordagens teóri-
cas e práticas que configuram os campos da Psicologia e da Educação. Por isso, a Psicologia
da Educação é um dos fundamentos da Educação, os quais dão conta da formação teórica
do educador.
A contribuição da Psicologia da Educação à formação do educador traduz-se nos sabe-
res que permitem a compreensão do aprendente e do processo ensino-aprendizagem e mais,
do seu papel mediador nesse contexto de aprendizado. Esses saberes acerca do aprendente,
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Criar, trabalhar em equipe, analisar e debater são imperativos que estimulam a formação
socioemocional, podendo ser facilmente incorporados a todas as disciplinas e ações didáti-
cas. Essas novas situações de aprendizado devem estimular a comunicação, a criatividade e
o pensamento crítico, lembrando que é fundamental superar qualquer ideia de fragmentação
entre cognição e emoção.
Vale salientar também que a inserção das socioemocionais no currículo deve acontecer de
forma transdisciplinar, prevendo uma articulação das disciplinas. É preciso que haja uma in-
tencionalidade pedagógica e que sua aplicação aconteça de maneira sistêmica e consistente.
Nesse cenário, metodologias ativas voltadas à realização de projetos, práticas maker e gami-
ficação são abordagens que valorizam a experiência de aprendizagem através de dinâmicas
colaborativas, trabalhos em grupo e contextualização do conhecimento.
O ensino socioemocional está presente na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). O
compromisso explicito do documento normativo com a formação integral do aluno se dedica
a orientar também aprendizado prático em relação às habilidades e atitudes comportamentais,
de uso cotidiano no convívio em sociedade.
Saber se relacionar bem com os outros e consigo mesmo, tomar decisões de maneira res-
ponsável, gerenciar emoções e estabelecer e atingir objetivos de maneira criativa e construtiva
são habilidades que impactam positivamente o futuro dos estudantes, além, claro, de estarem
alinhadas às exceptivas do mercado de trabalho.
Contudo, para traduzir esse conceito em prática de sala de aula, é preciso entender cada
vez mais sobre essa perspectiva formativa. Por isso, preparamos uma coletânea de materiais
para te auxiliar a entender e implementar o ensino socioemocional na sua escola.
A educação, cada vez mais, precisa enxergar as pessoas em sua totalidade. Compreender
que os processos pedagógicos escolares, precisam ultrapassar os limites dos conteúdos e das
práticas, e, considerar o estudante a partir de sua multiplicidade de valores. Entender que o ser
humano é o que é, ou o que apresenta ser, devido a um conjunto de características, intrínsecas
ao cenário em que vive e a maneira como se dá esta relação com o seu meio é hegemônico.
A vulgarização, permitida a partir do processo de globalização e universalização dos meios
de comunicação, têm substancialmente influenciado e alterado padrões de comportamentos
e relações com a informação e o conhecimento das pessoas. Por outro lado, no chão das
salas de aulas das escolas, estas mudanças não ocorrem com tamanha velocidade. Acom-
panhar este ritmo tem sido praticamente impossível pelas instituições escolares brasileiras.
A escola ainda carrega a imensa responsabilidade de levar a diante os conceitos e definições
dos conteúdos das mais diversas áreas. Segue padrões e rotinas que perpassaram gerações
e habitam atualmente.
O hoje traz uma enxurrada de elementos, antes não “descobertos” ou inexistentes que en-
tram, muitas vezes em desarmonia com os processos desenvolvidos em escolas na contem-
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poraneidade. Se nós nos detivermos, por exemplo, há algumas profissões, num curto intervalo
de tempo, teremos funções, que há dez anos não existiam e hoje são essenciais.
Esta “nova sociedade”, já não têm as mesmas necessidades e nem os mesmos problemas.
As ações escolares precisam entrar em consonância com esta era social. Pois, preparar estas
crianças e jovens necessita da construção de diversas competências, além das cognitivas, tão
valorizadas pelas escolas.
É preciso preparar emocionalmente estes estudantes para o enfrentamento dos desafios
atuais e para a construção de soluções para os problemas e entraves que fazem parte de seu
meio. E, investir no desenvolvimento de tais habilidades, permitirá que estes processem, reflita,
debatam, construam e reconstruam alternativas e tomem decisões que os levem ao progresso
e pleno desenvolvimento.
Tão logo, com o intuito de buscar uma ampla compreensão e reflexão dos debates sobre
currículo escolar e competências socioemocionais que possam elevar à educação a forma-
ção do estudante, em sua integralidade, a partir da compreensão de suas diretrizes curricula-
res e de como o mesmo está sendo materializado no chão das escolas, o presente artigo se
debruçará sobre as concepções apresentadas nos principais instrumentos e referenciais da
educação básica nacional e na compreensão teórica de importantes autores que abordam a
temática, buscando compreender melhor, como de fato esta visão de totalidade do ser, precisa
ser percebida e trabalhada na escola.
Assim, amparando-se no princípio de que aprender envolve aspectos que vão além dos
cognitivos, como o tão necessário desenvolvimento socioemocional, em suas diversas compe-
tências, este estudo focará sobre a compreensão das competências socioemocionais, estabe-
lecidas na Base Nacional Curricular Comum, que embasa(rá) a (re)estruturação dos currículos
e consequentemente das práticas metodológicas dos professores no processo de construção
da aprendizagem.
Compreender, como na prática estas competências se firmam(rá) e promove(rá) mudanças
em hábitos e atitudes dos estudantes, tona-se fator importantíssimo para a tarefa de formar
cidadãos críticos, responsáveis e conscientes, por determinar rumos da civilização humana.
As demandas atuais, marcadas por velozes transformações, instituem novas exigências e
necessidades que precisam ser refletidas, carecendo assim, de repensar sobre as crenças que
subjazem as práticas docentes nas escolas, a luz de seus currículos, no campo acadêmico,
remetendo-se a necessidade de transformação e integração, de recolocar o ser humano na sua
condição inerente de totalidade.
Contudo, busca-se aqui, imergir nas concepções existentes sobre o currículo escolar e a
emergente necessidade de compreensão das competências socioemocionais, presentes num
importante instrumento de fomento aos currículos escolares que é a Base Nacional Curricular
Comum, que têm colocado os holofotes da educação voltados para novas prioridades pedagó-
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tuita, leiga e obrigatória ainda não se efetiva completamente, tendo em vista que as diferenças
sociais se apresentam também na escola.
A LDB altera a estruturação do ensino, há equivalência entre os cursos propedêutico e
profissionalizante, com abertura para o ensino superior; assegura a representação das escolas
privadas nos corpos de decisão em nível federal, a equivalência no reconhecimento dos estu-
dos nos estabelecimentos oficiais e particulares, o que representa uma grande conquista no
âmbito educacional.
As reivindicações e propostas dos educadores giram em torno da luta pela escola pública e
gratuita, apresentando como metas a universalização, a melhoria de qualidade, a formação do
pensamento crítico, a valorização e a qualificação dos profissionais da educação, a democra-
tização da gestão e a ampliação da escolaridade obrigatória. O momento de abertura política
faz renascer a disputa de uma nova Constituição, o Congresso apresenta características con-
servadoras e também populistas.
As políticas públicas são atuadas pelo Estado quanto à sua implementação e manutenção,
mas emergem da sociedade, dos problemas ou demandas que podem ser econômicos, políti-
cos ou de bem-estar. As políticas públicas são o resultado de uma interação complexa entre o
Estado e sociedade.
O processo de definição de políticas públicas para uma sociedade reflete os conflitos de
interesses e os arranjos feitos nas esferas de poder que perpassam as instituições do Estado
e da sociedade como um todo. Um dos elementos importantes deste processo diz respeito
aos fatores culturais, àqueles que, historicamente, vão construindo processos diferenciados
de representações, de aceitação, de rejeição, de incorporação das conquistas sociais por parte
de determinada sociedade.
Políticas educacionais são aqui entendidas como o processo que envolve negociação e
luta entre diferentes grupos, configuradas no âmbito da internacionalização do capital. Por-
tanto, para compreendermos políticas educacionais, é necessário analisarmos o projeto so-
cial do Estado. A educação, como parte da política social, é apresentada com uma aparência
humanitária com apelo ao voluntariado, o que mistifica a própria educação como um direito
social de todos.
Ressaltamos que a escola é uma instituição social e que, portanto, recebe diferentes fun-
ções de acordo com as diversas concepções de sociedade, em contextos históricos diferen-
tes, ou no mesmo contexto; logo, a compreensão quanto ao papel da escola não é única, gera
diferentes propostas para as políticas educacionais.
Escola de qualidade é aquela que possui clareza quanto à sua finalidade social. Percebe-
mos duas forças conflitantes que defendem, respectivamente, a manutenção ou a transforma-
ção social por meio da educação.
No contexto da crise econômica, o Estado é responsabilizado, compreendido pelos neo-
liberais como burocrático, lento e ineficiente, ou seja, um entrave para o desenvolvimento, o
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qual, em grande medida, é responsável pela crise pela qual atravessa a sociedade. Nesse sen-
tido, concluímos que todos os processos que apresentam obstáculos controlam ou suprimem
o livre jogo das forças do mercado e terão efeitos negativos sobre a economia, o bem-estar e
a liberdade dos indivíduos.
Dessa forma, os neoliberais sustentam a ideia de que o intervencionismo estatal é antie-
conômico e antiprodutivo, não só por provocar uma crise fiscal do Estado e uma revolta dos
contribuintes, mas, sobretudo, porque desestimula o capital a investir. Nesse momento, o Esta-
do, a sociedade civil e o mercado são vistos como parceiros no processo de desenvolvimento.
A estrutura de funcionamento da Reforma do Estado caracteriza-se por meio do proces-
so da reforma dos sistemas de previdência social, em que busca-se racionalizar recursos,
diminuindo o seu papel no que tange às políticas sociais; saúde e educação; desregulamen-
tação na economia; privatização; abertura de mercados, procedentes da incorporação de
diretrizes neoliberais.
O Brasil, nesse contexto, vem implementando desde a década de 1990 políticas de ajustes
para se inserir no mundo globalizado. O discurso de modernização põe em evidência o pro-
gresso tecnológico e o científico, assim como a otimização dos processos produtivos, aliados
à implementação de novas formas de gestão do trabalho. Esse conjunto de medidas faz-se
presente nas políticas educacionais, no discurso da modernização educativa.
A escola republicana francesa, voltada à formação do cidadão, que destaca o saber não so-
mente pelo seu valor profissional, mas por seu valor social, cultural e político, está agora sendo
substituída por uma escola voltada à formação de “capital humano”, ou seja, de conhecimen-
tos apreendidos pelos indivíduos desde que sejam valorizáveis economicamente. Uma escola
que cada vez mais se insere na ordem competitiva de uma economia globalizada.
O conhecimento passa a ser visto como eixo da produção, dessa forma adquire “força pro-
dutiva”, quando produzido e incorporado aos processos produtivos, possibilitando o aumen-
to da produtividade, o rendimento e assegurando a acumulação de capital. Esses conceitos
privados passam também pelo âmbito da educação, no qual a escola privada torna-se modelo
para a escola pública.
Percebemos as ideias privatizantes na educação, pois, para o autor acima citado, o Estado
não deve manter a oferta de educação, a responsabilidade deve ser de cada indivíduo, já que
a educação é compreendida como investimento em capital humano individual no qual possi-
bilita ao indivíduo ser tornar empregável. O Estado progressivamente retira-se da área social.
O papel do Estado fica em segundo plano, ao priorizar a concorrência de mercado por meio
da iniciativa privada, o que corresponde à desobrigação paulatina do Estado com a educação
pública. Com um olhar crítico e reflexivo sobre as políticas educacionais na atual realidade,
percebemos a prioridade do Estado na inserção do país no mercado globalizado à medida que
incorpora em sua política social os ditames neoliberais segundo os quais a educação deve
responder ao desenvolvimento da economia.
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poder público. A política educacional, para além da retórica, efetiva-se com a participação da
sociedade civil, que dá movimento ao processo de democratização da educação.
A Constituição ainda garante autonomia didática, científica, administrativa e de gestão fi-
nanceira e patrimonial às universidades (Art. 207); permite a liberdade de ensino à iniciativa
privada – desde que ela cumpra as normas gerais da educação nacional e seja autorizada e
avaliada como qualificada pelo Poder Público (Art. 209); e determina que o ensino fundamen-
tal deverá ter conteúdos mínimos fixados, a fim de assegurar uma formação básica comum e
o respeito de valores culturais e artísticos de acordo com cada região (Art. 210).
Além da Constituição, o ensino no Brasil também é regulamentado por outras leis, que
vão abordar questões mais específicas e com maior profundidade do que a Carta Magna.
Entre as mais fundamentais, estão a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e o Plano
Nacional de Educação (PNE), cujas diretrizes e objetivos deste último, por sua vez, estão
dispostas no Art. 214 da Constituição.
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) é a principal legislação educacio-
nal brasileira, considerada a Carta Magna da Educação. Ela organiza e regulamenta a estrutura
e o funcionamento do sistema educacional – público e privado – em todo o país com base nos
princípios e direitos presentes na Constituição Federal. Sua legislação é de competência exclu-
siva da União (Art. 22 da Constituição Federal), ou seja, Estados, Distrito Federal e Municípios
não têm direito a legislar sobre o assunto.
A primeira LDB foi criada em 1961, tendo sido reformulada em 1971 e 1996. Apesar da
versão de 1996 ainda estar em vigor (lei n. 9.394/1996), esta já sofreu diversas alterações ao
longo dos anos, sendo que sua última modificação data de 2017.
Entre os avanços e novidades da atual LDB estão a implementação do conceito de edu-
cação básica, nível de ensino que corresponde aos primeiros anos de educação escolar, e a
introdução, em 2013, da educação infantil como primeira etapa desse nível, que também inclui
o ensino fundamental e o ensino médio. Como a educação básica é obrigatória, a educação
infantil também passou a ser e, portanto, os pais ficaram obrigados a matricular seus filhos na
escola a partir dos 4 anos.
A LDB também determinou que os currículo da educação infantil, fundamental e média
tenham uma base nacional comum, porém, respeitando as diversidades de cada região, dividiu
melhor as competências entre as esferas governamentais, pôs fim à obrigatoriedade do vesti-
bular como única forma de ingresso à universidade, trouxe as creches para o sistema educa-
cional, estimulou novas modalidades como a educação a distância e determinou a elaboração
de um novo Plano Nacional de Educação.
O PNE é mencionado no artigo 214 da Constituição, que estabelece a elaboração de um
plano nacional de educação para articular o sistema nacional de educação e estabelecer di-
retrizes, estratégias e metas para a educação durante dez anos. Contudo, vale ressaltar que,
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antes mesmo de estar na Constituição de 88, o primeiro PNE foi organizado em 1962, seguindo
diretrizes da LDB de 61.
A LDB atual determina que o PNE deve ser organizado pela União em colaboração com Es-
tados, Distrito Federal e Municípios e estipulou prazo de um ano a partir da data de publicação
da lei, 20/12/1996 para elaboração e apresentação do plano ao Congresso Nacional.
O Plano Nacional de Educação desenvolve um diagnóstico da situação educacional no
país e, a partir dele, determina princípios, diretrizes, estratégias de ação e metas a fim de guiar
as políticas públicas educacionais e combater os problemas do sistema de educação brasilei-
ro em todos as esferas de governo. Em outras palavras, o PNE aponta para onde queremos que
a educação no Brasil chegue e qual é o caminho que ela deverá percorrer para chegar até lá.
O plano é, portanto, uma ferramenta para planejar e articular as ações de todas as esferas
do governo em função de objetivos em comum, a fim de otimizar suas ações e evitar proble-
mas causados pelas lacunas entre União, Estados e Municípios, como descontinuidade de
programas e de políticas públicas e insuficiência de recursos.
Os estados devem organizar, manter e desenvolver esses órgãos e instituições oficiais de
ensino que estão aos seus cuidados, em regime de colaboração com os municípios, dividir pro-
porcionalmente as responsabilidades da educação fundamental, elaborar e executar políticas
e planos educacionais, autorizar, reconhecer, credenciar, supervisionar e avaliar os cursos das
instituições de educação superior dos estados e assumir o transporte escolar dos alunos da
rede estadual.
Os municípios devem organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos
seus sistemas de ensino, exercer ação redistributiva em relação às suas escolas, autorizar,
credenciar e supervisionar os estabelecimentos do seu sistema de ensino, oferecer educação
infantil em creches e pré-escolas e assumir a responsabilidade de prover o transporte para os
alunos da rede municipal.
Cada instituição de ensino pode, de maneira democrática, definir suas próprias normas de
gestão, visto que cada uma tem suas peculiaridades, levando em conta a região. É claro que
essas normas devem também submeter-se aos órgãos citados anteriormente, sem interferir
em suas decisões e ordens de organização e estrutura do sistema de ensino.
A implementação das políticas públicas está mais relacionada à autonomia relativa do
Estado, ao espaço de atuação (submetidas à influência externa e interna) deste, a sua capa-
cidade de atuar e aos momentos históricos do país, do que com as pressões dos grupos de
interesse, o elitismo ou classes sociais majoritárias.
A política pública desejada deve ser planejada para promover as melhores escolas, o que
de fato é preciso e necessário ser realizado, desde que, satisfaça o bem comum e esteja de
acordo com legislação e as instituições e, sobretudo, seja uma política eficiente, norteada pe-
los princípios de planejamento, acompanhamento e avaliação.
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O processo de política pública não é racional, há em sua natureza uma desordem que
afeta todos os partícipes: os que planejam, os executores e os beneficiários das políticas, por-
que ela própria é uma complexidade em si mesma e o Estado parece ter certa debilidade em
executá-las.
O surgimento das políticas sociais não possui uma data de fato ou um momento particu-
lar. Elas surgem como resposta a Revolução Industrial e suas demandas de desigualdades
sociais, sindicalização, urbanização, cooperativismo etc.
O conceito de política social apontada pela autora está relacionado à definição de política
social como ação governamental com objetivos específicos, pois não esclarece por quem se-
rão especificados os objetivos, em que esferas e com que legalidade.
Um dos objetos da política social são as lutas sociais (se não o único), pois não há política
social se não estiver diretamente relacionada às lutas da sociedade. Dessa forma, o Estado
adota algumas dessas reivindicações populares, transformando-as em políticas sociais ao
longo da história, e elas passam a se configurarem como direitos sociais.
As pesquisas em educação, especialmente, em políticas educacionais não tratam das po-
líticas, uma vez que, quando o objeto de estudo/sujeito são professores, a escola ou a sala de
aula são delineadas fora dos contextos relacionais. Pois, as pesquisas se assemelham aos
discursos dos formuladores das políticas, culpando professores, alunos, pais e nunca as polí-
ticas educacionais.
Portanto, fica claro que fazer pesquisa científica em Políticas Educacionais no Brasil ainda
carece de muito estudo, teoria, propriedade técnica e, acima de tudo, análise crítica e reflexiva
da realidade/contexto dos atores sociais que vivem os dramas da educação, apontando com
eles o que precisa de fato ser repensado.
Parece óbvio que as políticas educacionais (como quaisquer outras formas políticas de
gestão) sofrem mudanças a cada período quadrienal devido às eleições. Por isso, descre-
veremos a seguir as diferenças entre as políticas públicas de Estado e as de governo, bem
como as consequentes formas de gestão escolar modelo de gestão do “Bem-Estar Social”
ou “novo gerencialismo”.
Não há como falar de um currículo nacional com a multiculturalidade do Brasil. Não há
como querermos determinar uma identidade curricular nacional, dada à heterogeneidade de
nosso povo. Dada as inúmeras possibilidade de aprender, a pensar, a analisar, ser gente com
suas características próprias.
A respeito da estrutura dos parâmetros, eles foram pensados para compor as disciplinas
regulares de maneira interdisciplinar no formato de temas transversais.
As avaliações são representantes legitimas de verificação se as políticas educacionais
estão sendo bem aplicadas, especialmente se os resultados se referem as variáveis como en-
sino, aprendizagem e gestão. Para começarmos a falar sobre as políticas de avaliação e sua
relação com as políticas educacionais será necessário conceituar cada uma delas.
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A implementação das políticas públicas está relacionada mais com a autonomia relativa
do Estado, seu espaço de atuação, a sua capacidade de atuar e os momentos históricos do
país, do que com as pressões dos grupos de interesse, o elitismo ou classes sociais majoritá-
rias. Por isso, as políticas públicas para ganhar sentido deveriam ter a participação popular, e
esta organização atualmente ganha foco através do neo-institucionalismo, ou seja, a participa-
ção das instituições.
São quatro os tipos de políticas públicas: Políticas Públicas Distributivas que são amplas,
concedidas ao povo consensualmente, através de bens, direito ou poder; Políticas Públicas
Redistributivas que são aquelas que objetiva redistribuir o acesso a recursos ou direito, o que
já é do povo; Políticas Públicas Regulatórias que é a conversão das políticas anteriores em leis
e decretos e por fim as Políticas Públicas Instituintes.
A inclusão da educação de jovens e adultos veio na LDB/96, enquanto as anteriores não
ofereciam espaço para essa modalidade de ensino, bem como a educação especial. E den-
tre outras mudanças, a que teve mais impacto positivo foi a ampliação da jornada do tempo
escolar do ensino fundamental de 8 para 9 anos. Em seus nove títulos e cinco capítulos, a lei
trata inicialmente da finalidade da educação e a quem compete, apresentam os princípios que
regerá a educação brasileira, o que compete ao Estado (União, Estados, DF e Municípios), a
organização do ensino em níveis e modalidades, quem são os profissionais da educação, os
recursos que financiarão o ensino, as disposições gerais e transitórias.
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Fundamental (anos finais) e do Médio, tanto regulares como de EJA, e para os cursos
de Educação Profissional e Tecnológica (Formação Inicial e Continuada/Qualificação, e
Técnico de Nível Médio).
• Educação Especial, que é modalidade transversal, que perpassa a oferta de todas as
etapas e demais modalidades da Educação Básica.
• Educação Básica do Campo, Educação Escolar Indígena, Educação Escolar Quilombola
e Educação para Jovens e Adultos privados de liberdade em estabelecimentos penais,
que são modalidades específicas para segmentos definidos da população, visando ga-
rantir atendimento educacional que respeita suas peculiaridades e identidades.
A Educação Infantil, que compreende as fases da Creche, para as crianças até 3 anos (com
um tipo de atendimento para as até 18 meses, e outro, para as de 19 meses a 3 anos e 11 me-
ses), e da Pré-Escola, para as crianças de 4 e 5 anos, sendo de se relembrar que esta segunda
fase se inclui na obrigatoriedade escolar dos 4 aos 17 anos, incorporada à Constituição Fede-
ral pela Emenda Constitucional n. 59/2009.
O Ensino Fundamental, com duração de 9 anos a partir dos 6 anos de idade e finalização
desejada aos 14 anos, já era obrigatório e de atendimento público gratuito mesmo antes da
citada Emenda Constitucional, tem sido organizado e tratado em duas fases: a dos 5 (cinco)
anos iniciais e a dos 4 (quatro) anos finais.
O Ensino Médio, com duração mínima de 3 anos, desejavelmente iniciado aos 15 anos de
idade e finalizado aos 17, completa a Educação Básica.
É desafiante e árduo o caminho da fase de Creche, para crianças até 3 anos que, de atribui-
ção e oferta municipal obrigatória, embora não de matrícula e frequência pelas crianças, tem
forte demanda e relevância, não só educacional, como social, recebendo pressão maior nos
centros urbanos em que a população feminina trabalhadora as reivindica, inclusive com apoio
do Ministério Público e da Justiça.
A ampliação do acesso ao Ensino Médio se constitui em outro desafio, uma vez que a obri-
gatoriedade escolar dos 4 aos 17 anos torna imperativa a frequência ao Ensino Médio daque-
les que, concluindo o Ensino Fundamental, ainda estão com menos de 17 anos.
Esta obrigatoriedade, no entanto, só abrange o Ensino Médio, com conclusão, pelos que
não tiveram nenhum atraso no seu percurso escolar, desde sua entrada com 6 anos no Ensino
Fundamental até sua conclusão, e ingresso e progressão regular no Ensino Médio.
A modalidade de Educação de Jovens e Adultos (EJA), com função reparadora e equaliza-
dora, é assegurada mediante oferta gratuita a todos os que não tiveram acesso aos Ensinos
Fundamental e Médio na idade própria, devendo proporcionarlhes oportunidades educacionais
apropriadas, segundo suas características, interesses, condições de vida e de trabalho, pautan-
do-se pela flexibilidade, tanto de currículo quanto de tempo e espaço.
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Ainda segundo esse Parecer, a carência escolar de adultos e jovens tem graus variáveis,
desde a total falta de alfabetização, passando pelo analfabetismo funcional, até a incomple-
ta escolarização nas etapas do Ensino Fundamental e do Médio, o que mantém e reforça a
exclusão social, privando-os do direito de participar dos bens culturais, de integrar-se na vida
produtiva e de exercer sua cidadania.
E indica que esforços para suprir essa carência não podem ser temporários, pois esse con-
tingente é continuamente alimentado por jovens e adultos que não ingressaram na escola ou
dela se evadirem.
A União, pelo MEC e INEP, em regime de colaboração com os Estados, Distrito Federal e
Municípios, oferece exames supletivos nacionais, mediante o Exame Nacional para Certifica-
ção de Competências de Jovens e Adultos – ENCCEJA, autorizado pelo Parecer CNE/CEB
n. 19/2005.
O ENCCEJA possibilita certificação de nível de escolaridade de jovens e adultos, mediante
avaliação de competências, e saberes adquiridos em processo escolar ou em processos for-
mativos desenvolvidos na vida familiar, na convivência humana, no trabalho, nos movimentos
sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações culturais, entre outros.
A partir da aplicação do novo ENEM, desde 2009, os resultados deste substituem o ENCCE-
JA para certificação do Ensino Médio.
De qualquer modo, apesar da queda do número de pessoas sem completar os cursos re-
gulares de Ensino Fundamental e sem ingressar ou completar o Médio, a EJA continua sendo
modalidade com espaço para expansão de atendimento visando ao completamento da Edu-
cação Básica.
Tem que ser considerado, ainda, nesse atendimento de jovens e adultos, não só o supri-
mento tardio da escolaridade formal, mas em particular a questão referente ao analfabetismo,
de pessoas com mais de 15 anos.
A EJA e o PNE Concluindo esta parte referente à modalidade de Educação de Jovens e
Adultos, são indicadas a seguir as previsões para o decênio instituído pelo Plano Nacional de
Educação (PNE), aprovado pela Lei n. 13.005/2014.
Como modalidade da Educação Básica, a EPT ocorre na oferta de cursos de Formação
Inicial e Continuada ou Qualificação Profissional, em articulação com o Ensino Fundamental
e o Médio, e de cursos de Educação Profissional Técnica de Nível Médio articulados com o
Ensino Médio.
Esta articulação se dá nos chamados cursos regulares e, igualmente, nos cursos da moda-
lidade de EJA, assim como se conjuga com as demais modalidades de Educação Especial, do
Campo, Indígena, Quilombola e a Distância, e com a oferta de educação para jovens e adultos
em situação de privação de liberdade em estabelecimentos penais, podendo ser desenvolvida
por diferentes estratégias de educação continuada, em instituições especializadas ou no am-
biente de trabalho.
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Esta modalidade é orientada para três aspectos essenciais à organização da ação pedagó-
gica: conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses
dos estudantes da zona rural; organização escolar própria, incluindo adequação do calendário
escolar às fases do ciclo agrícola e às condições climáticas; e adequação à natureza do traba-
lho na zona rural.
Formas de organização e metodologias pertinentes à realidade do campo devem ter aco-
lhidas, como a pedagogia da terra, pela qual se busca um trabalho pedagógico fundamentado
no princípio da sustentabilidade, para assegurar a preservação da natureza, e a pedagogia da
alternância, na qual o estudante participa, alternadamente, de dois ambientes/situações de
aprendizagem: o escolar e o laboral, em que ambos são corresponsáveis pelo aprendizado e
pela formação do estudante.
A modalidade Educação Escolar Indígena, específica para este segmento da população, é
desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas terras e culturas, as quais têm uma
realidade singular, requerendo pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural
de cada povo ou comunidade e formação específica de seu quadro docente, observados os
princípios que orientam a Educação Básica.
Na organização de escola indígena, deve ser considerada a participação da comunidade,
na definição do modelo de organização e gestão, bem como suas estruturas sociais; suas prá-
ticas socioculturais e religiosas; suas formas de produção de conhecimento, processos pró-
prios e métodos de ensino-aprendizagem; suas atividades econômicas; edificação de escolas
que atendam aos interesses das comunidades indígenas; e uso de materiais didático-pedagó-
gicos produzidos de acordo com o contexto sociocultural de cada povo indígena.
A modalidade Educação Escolar Quilombola, específica para o segmento da população
de remanescentes de quilombos, é, a exemplo da Indígena, desenvolvida em unidades edu-
cacionais inscritas em terras e culturas quilombolas, as quais têm uma realidade singular,
requerendo pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada comuni-
dade e formação específica de seu quadro docente, observados os princípios que orientam a
Educação Básica.
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níveis e modalidades de educação e ensino, sendo extensivas aos presos provisórios, conde-
nados, egressos do sistema prisional e àqueles que cumprem medidas de segurança.
É sabido a todos que a diversidade humana está posta desde os primórdios da humani-
dade, mas, apenas a partir do final do século XX é que a sociedade se dá conta desta especi-
ficidade, declarando que os seres humanos não são iguais. Neste contexto, pode-se afirmar
que a comunidade escolar é composta por alunos de diferentes grupos sociais, políticos, eco-
nômicos, étnicos, religiosos, etc. No entanto, a escola vem demonstrando grande dificuldade
para atender esta diversidade humana, uma vez que, ainda conserva concepções e práticas
pautadas em tendências pedagógicas que acreditam no processo de aprendizagem homoge-
neizado, desconsiderando, a diversidade, ou seja, as diferenças.
A sociedade contemporânea vem sofrendo muitas interferências políticas, econômicas,
sociais, tecnológicas, fazendo com que mudanças também ocorram dentro das escolas, uma
vez que o ensino precisa compreender quais são os conhecimentos necessários para capaci-
tar o aluno e torná-lo agente de transformação social. Deste modo, é importante ressaltar que
a escola não é a única detentora de saber, visto que os meios de comunicação de massa e as
tecnologias estão muito presentes na atualidade.
Na atual instituição educacional não se admite mais currículos que não sejam críticos, que
desafiem os alunos, que os levem a pensar, a refletir, a buscar, a se tornar pessoas ativas no
processo de construção de novas aprendizagens, cujo objetivo dever ser capacitar os alunos
a sua emancipação cultural e assim, não serem pessoas passivas e submissas frente a uma
situação imposta pela sociedade.
Na Educação Contemporânea é necessário que a escola se preocupe com o desenvolvi-
mento de um sistema de ensino interconectado com os problemas da sociedade atual, abolin-
do a velha estruturação um ensino fragmentado e descontextualizado da realidade.
Vale destacar que o professor e a escola na educação contemporânea, possuem um papel
fundamental, o de levarem os alunos a desenvolverem a sua capacidade crítica para analisa-
rem as informações que recebem e assim, desenvolverem o seu senso crítico.
A construção do conhecimento na Educação Contemporânea deve ocorrer coletivamente
e estar voltada para questões que contemplem as diferenças, ou seja, a diversidade humana
que compõe a escola, sendo necessário para isso, incluir questões a serem discutidas e/ou
refletidas tais como: etnia, raça, gênero, classe, sexo, entre outras, valorizando todo o co-
nhecimento que os diferentes grupos trazem para a sala de aula, enriquecendo muito mais o
ensino e a aprendizagem, onde, infelizmente acabam sendo despercebidos ou ignorados por
muitos professores.
Antigamente a escola era reconhecida como um dos únicos locais onde o processo en-
sino-aprendizagem ocorria, sendo a figura do professor de extrema relevância, pois ele era
o responsável pelo ato de ensinar. Era dele a missão de ensinar a ler, a escrever, a somar,
multiplicar... As responsabilidades ligadas ao processo de ensino cabiam aos professores e
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O aluno atual é esperto, curioso, sente prazer em investigar, em descobrir, não aceitando
mais os conhecimentos prontos repassados pelo professor. A tarefa do professor está cada
vez mais difícil. É chegada a hora de superar a reprodução e fragmentação dos conhecimen-
tos. O professor precisa assumir seu papel de mediador, de facilitador do processo, instigando
os alunos a pensar, a refletir, a pesquisar, conduzindo-os para a construção do conhecimento.
A relação professor e aluno não poderiam ficar de fora, uma vez que é considerada de suma
importância para todo o processo de construção do conhecimento, pois o clima de afetividade
nesta relação pode contribuir para que a aprendizagem ocorra em uma interação contínua. É
comum, muitas vezes, os alunos encontrarem no professor aquilo que gostariam de encontrar
em seus familiares, mas também pode trazer consequências desastrosas se o professor não
souber conduzir esta situação de afetividade em sala de aula.
A presença e participação da família durante todo o processo de aprendizagem é funda-
mental. Infelizmente é possível perceber que as famílias delegam somente à escola a respon-
sabilidade pela educação de seus filhos, fazendo com que os professores, muitas vezes, se
encontrem sozinhos neste processo, tendo que desenvolver vários papéis dentro da escola, o
que acaba por influenciar em sua ação docente.
Quando falamos sobre diversidade em educação nos remetemos a idéia de dar oportuni-
dades a todos os alunos de acesso e permanência na escola, com as mesmas igualdades de
condições, respeitando as diferenças.
Ao se abordar a questão das diferenças ou diversidades, não se remete somente às mino-
rias ou às crianças com necessidades especiais. É muito mais amplo, pois todos nós seres hu-
manos somos únicos, portanto, diferentes uns dos outros. Tal fato trata-se de denominar como
diversidade as diferentes condições étnicas e culturais, as desigualdades socioeconômicas,
as relações discriminatórias e excludentes presentes em nossas escolas e que compõem os
diversos grupos sociais.
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RESUMO
Uma maneira prática de assimilar o conteúdo acima é:
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (2022/PREFEITURA DE FORTALEZA – CE/PROFESSOR PEDAGOGO) As relações que
perpassam o contexto escolar, especialmente as estabelecidas entre professor e aluno, exer-
cem forte influência no processo de ensino e aprendizagem. De acordo com formulações de
Ausubel (1980), duas condições necessárias para que a aprendizagem escolar seja signifi-
cativa são:
a) que haja assimilação prévia dos conteúdos, mediante estimulação ativa do professor, e que
o aluno esteja maturacionalmente apto.
b) que o conteúdo deve ser potencialmente significativo e que o aluno deve ter uma atitude
favorável para aprender significativamente.
c) que haja uma relação afetiva entre educador e educando e que haja prontidão e compromis-
so por parte do educando.
d) que o professor esteja disponível a aprender e estabelecer trocas com seus educandos, di-
minuindo as forças de tensão na relação educativa.
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a) O lócus da formação a ser privilegiado não mais é a universidade e sim a própria escola de
educação básica.
b) O processo de formação continuada tem como referência o saber docente, o reconhecimen-
to e a valorização desse saber.
c) A competência técnica e competência política são aspectos contrapostos, em que a prática
pedagógica, por ser política, desvincula-se da competência técnica.
d) As etapas de desenvolvimento profissional no magistério, que se diferenciam entre aqueles
que estão ingressando e os que têm experiência pedagógica.
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PASSOS
1 – Problematização
2 – Organização da ação
3 – Indução pedagógica
4 – Levantamento de possibilidades de respostas
ORIENTAÇÕES
( ) Construção de recortes e definição dos termos interessantes para buscar informações
que darão mais consistência ao conhecimento.
( ) Aprofundamento das possibilidades de conhecimento mediante um campo referencial
de ideias, valores, conceitos e opiniões.
( ) Composição do contexto de discussão e articulação do trabalho: grupos, debates, ob-
jetivos, finalidades.
( ) Exploração das várias possibilidades de um conteúdo, dos seus significados, dos cami-
nhos e das propostas de solução.
( ) Constituído por um ethos positivo, no qual o currículo seja suficientemente desafiador
e flexível.
( ) Adaptado para ser um campo que prepare o estudante a não correr riscos ao expressar
suas opiniões.
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NÍVEIS DE PLANEJAMENTO
1 – Sistema de educação
2 – Escola
3 – Curricular
4 – Ensino-aprendizagem
CARACTERÍSTICAS
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na medida em que analisam, interpretam e criam novas acepções sobre o currículo. Relacione
as colunas a respeito dessas teorias:
(1) Teorias curriculares tradicionais: (2)Teorias curriculares críticas: (3)Teorias curriculares
pós – críticas:
( ) Mantêm a ideia de currículo expressando uma intencionalidade, mas outras questões,
além das econômicas são apontadas enquanto influenciadoras na seleção dos sabe-
res, por exemplo, a cultura, a etnia, e o gênero.
( ) Priorizam a organização/estrutura de um currículo e suas questões técnicas, a partir de
uma neutralidade científica.
( ) Identificam que a construção curricular expressa uma intencionalidade política, social
e ideológica, com forte influência das questões econômicas expressando poder na se-
leção dos saberes.
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a inclusão, a permanência e a conclusão com sucesso das crianças, dos jovens e adultos na
instituição educacional, a aprendizagem para continuidade dos estudos e a:
a) Extensão da obrigatoriedade e da gratuidade da Educação Básica.
b) Implementação de práticas meritocráticas.
c) Garantia de uma educação pautada na conformação dos corpos.
d) Formação de sujeitos ordeiros e pacíficos.
e) Obrigatoriedade de uma educação empreendedora.
( ) Os princípios e objetivos curriculares para o Ensino Fundamental e Médio são implanta-
dos considerando-se uma formação básica comum e uma parte diversificada.
( ) A Educação Especial é uma modalidade transversal a todas as etapas e modalidades e
deve ser prevista no projeto político pedagógico da unidade escolar.
( ) As escolas privadas e os sistemas de ensino devem cumprir a exigência mínima de 70%
do que prevê a LDB quanto à carga horária e à duração do ano letivo.
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GABARITO
1. b
2. d
3. c
4. a
5. b
6. d
7. b
8. a
9. d
10. d
11. d
12. d
13. a
14. c
15. e
16. b
17. e
18. c
19. c
20. a
21. a
22. d
23. a
24. a
25. e
26. c
27. c
28. b
29. a
30. a
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GABARITO COMENTADO
001. (2022/PREFEITURA DE FORTALEZA – CE/PROFESSOR PEDAGOGO) As relações que
perpassam o contexto escolar, especialmente as estabelecidas entre professor e aluno, exercem
forte influência no processo de ensino e aprendizagem. De acordo com formulações de Ausubel
(1980), duas condições necessárias para que a aprendizagem escolar seja significativa são:
a) que haja assimilação prévia dos conteúdos, mediante estimulação ativa do professor, e que
o aluno esteja maturacionalmente apto.
b) que o conteúdo deve ser potencialmente significativo e que o aluno deve ter uma atitude
favorável para aprender significativamente.
c) que haja uma relação afetiva entre educador e educando e que haja prontidão e compromis-
so por parte do educando.
d) que o professor esteja disponível a aprender e estabelecer trocas com seus educandos, di-
minuindo as forças de tensão na relação educativa.
Quando se fala que a aprendizagem tem que ser significativa, essa aprendizagem depende de
como o conteúdo será inserido e como o aluno poderá aprender de uma forma favorável.
Letra b.
O ensino da aprendizagem tem que ser baseado com o cotidiano com ensinamentos únicos,
complexos e imprevisíveis.
Letra d.
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A prática pedagógica não é uma competência política e sim ela se vincula a competên-
cia técnica.
Letra c.
O papel do educador é desenvolver uma prática pedagógica que considere o desafio para os
estudantes como parte do processo de ensino e de aprendizagem.
O professor deve assumir um papel mediador, mobilizador e facilitador das aprendizagens
com o objetivo da formação integral dos alunos. A escola deve, a partir do ensino, abordar os
saberes historicamente acumulados e formar cidadão críticos, capazes de mudar a própria
realidade e transformar o meio em que vivem.
Letra a.
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III – O estudo dirigido permite fazer com que os estudantes estudem a partir de um roteiro ela-
borado pelo professor, o qual estabelece a profundidade do estudo. Nesse método, há leitura
de textos e manipulação de matérias ou construção e observação de objetos, fatos ou fenôme-
nos na busca de conclusões.
Marque a alternativa CORRETA:
a) Nenhuma afirmativa está correta.
b) Apenas uma afirmativa está correta.
c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas.
I – Os métodos de ensino são as ações do professor por intermédio das suas atividades com
os estudantes, procurando atingir os objetivos do trabalho docente, considerando-se um con-
teúdo específico.
Métodos de ensino são as práticas pedagógicas do professor para que o aluno aprenda.
II – A aula expositiva costuma consistir na apresentação oral de um tema logicamente estrutu-
rado, podendo incluir recursos digitais, mídias e dinâmicas em sala de aula, por exemplo.
Aula expositiva é uma estratégia de ensino que pode ser utilizada aliada a diversos recur-
sos para que o ensino não fique só transmissivo. Tão importante quanto o que se faz é o
como se faz.
III – O estudo dirigido permite fazer com que os estudantes estudem a partir de um roteiro ela-
borado pelo professor, o qual estabelece a profundidade do estudo. Nesse método, há leitura
de textos e manipulação de matérias ou construção e observação de objetos, fatos ou fenôme-
nos na busca de conclusões.
Para Veiga (2013), o estudo dirigido é uma técnica que compreende a elaboração de um ro-
teiro de estudo para que os estudantes executem as etapas definidas de forma sistemática e
organizada, de maneira que possam compreender, interpretar, analisar, avaliar e criar/aplicar o
conteúdo abordado no roteiro proposto.
Letra d.
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III – O termo DIDÁTICA designa uma abordagem realizada sobre o ensino como atividade de
mediação para promover o encontro formativo e educativo, entre o aluno e a matéria de ensino,
explicitando o vínculo entre teoria do ensino e teoria do conhecimento.
Marque a alternativa CORRETA:
a) Nenhuma afirmativa está correta.
b) Apenas uma afirmativa está correta.
c) Apenas duas afirmativas estão corretas.
d) Todas as afirmativas estão corretas.
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PASSOS
1 – Problematização
2 – Organização da ação
3 – Indução pedagógica
4 – Levantamento de possibilidades de respostas
ORIENTAÇÕES
( ) Construção de recortes e definição dos termos interessantes para buscar informações
que darão mais consistência ao conhecimento.
( ) Aprofundamento das possibilidades de conhecimento mediante um campo referencial
de ideias, valores, conceitos e opiniões.
( ) Composição do contexto de discussão e articulação do trabalho: grupos, debates, ob-
jetivos, finalidades.
( ) Exploração das várias possibilidades de um conteúdo, dos seus significados, dos cami-
nhos e das propostas de solução.
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( ) Constituído por um ethos positivo, no qual o currículo seja suficientemente desafiador
e flexível.
( ) Adaptado para ser um campo que prepare o estudante a não correr riscos ao expressar
suas opiniões.
( ) Integrado por uma atitude de mente aberta, em relação ao pensamento e ao
conhecimento.
( ) Estruturado pelo diálogo para estimular o desenvolvimento das habilidades de
pensamento.
( ) Composto por um espaço construtivista que possibilite o empoderamento dos alunos,
integrando as habilidades de pensamento ao ensino.
( ) Articulado por um clima para o estudante aprender a julgar a opinião do outro e a des-
caracterizar o processo de pensamento, tanto de si próprio como do outro.
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c) F; V; V; F; F; F.
d) V; F; V; V; V; F.
, V; F; V; V; V; F.
(V) Constituído por um ethos positivo, no qual o currículo seja suficientemente desafiador
e flexível.
Ética vem do grego “ethos” que significa modo de ser; “conjunto de valores que orientam o
comportamento do homem em relação aos outros homens na sociedade em que vive, garan-
tindo, outrossim, o bem-estar social”, ou seja, Ética é a forma que o homem deve se comportar
no seu meio social. É fundamental que o currículo seja desafiador e flexível.
(F) Adaptado para ser um campo que prepare o estudante a não correr riscos ao expressar
suas opiniões.
Evitar que o aluno corra riscos é impedir que aprenda a lidar com desafios importantes ao seu
aprendizado e desenvolvimento. Não é ser permissivo e aceitar tudo, mas é necessário dar
espaço para que crianças e jovens desenvolvam a sua autonomia.
(V) Integrado por uma atitude de mente aberta, em relação ao pensamento e ao conhecimento.
Um dos aspectos fundamentais é a abertura aos novos aprendizados.
(V) Estruturado pelo diálogo para estimular o desenvolvimento das habilidades de pensamento.
Aproveitando os conhecimentos de Paulo Freire: “O diálogo é o encontro entre os homens,
mediatizados pelo mundo, para designá-lo. Se ao dizer suas palavras, ao chamar ao mundo,
os homens o transformam, o diálogo impõe-se como o caminho pelo qual os homens en-
contram seu significado enquanto homens; o diálogo é, pois, uma necessidade existencial”
(FREIRE, 1980, p.42).
(V) Composto por um espaço construtivista que possibilite o empoderamento dos alunos, in-
tegrando as habilidades de pensamento ao ensino.
A metodologia construtivista entende que a principal função da sala de aula é estimular o
aprendizado dos estudantes e incentivar a participação ativa dos mesmos – seja por meio de
intervenções ou exposição de suas respectivas opiniões sobre determinado tema.
(F) Articulado por um clima para o estudante aprender a julgar a opinião do outro e a descarac-
terizar o processo de pensamento, tanto de si próprio como do outro.
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para que possam analisar as suas múltiplas relações e os seus desdobramentos no campo da
prática, na escola e na sala de aula.
A esse respeito, associe corretamente o nível de planejamento à respectiva orientação que o
caracteriza.
NÍVEIS DE PLANEJAMENTO
1 – Sistema de educação
2 – Escola
3 – Curricular
4 – Ensino-aprendizagem
CARACTERÍSTICAS
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( ) Mantêm a ideia de currículo expressando uma intencionalidade, mas outras questões,
além das econômicas são apontadas enquanto influenciadoras na seleção dos sabe-
res, por exemplo, a cultura, a etnia, e o gênero.
( ) Priorizam a organização/estrutura de um currículo e suas questões técnicas, a partir de
uma neutralidade científica.
( ) Identificam que a construção curricular expressa uma intencionalidade política, social
e ideológica, com forte influência das questões econômicas expressando poder na se-
leção dos saberes.
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a) 2, 1, 3.
b) 3, 1, 2.
c) 1, 3, 2.
d) 2, 3, 1.
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b) Errada. O lugar da proposição formal, mas também do vivido no cotidiano: em ação, infor-
malidade, interação, prática e experiência.
c) Errada. Um todo organizado de conhecimentos que se estruturam em disciplinas, preferen-
cialmente centradas em objetivos, que expressem suas intencionalidades.
d) Errada. A prescrição das atividades/experiências de ensino e de aprendizagem, visando à
preparação dos jovens para a participação crítica na vida social, política e econômica do país.
e) Certa. um espaço de produção e circulação de saberes variados, de conhecimentos múlti-
plos, de perspectivas diversas, um artefato cultural que ensina, educa e produz sujeitos; é o
espaço de palavras diversas.
Letra e.
“Se entendermos o currículo, como propõe Williams (1984), como escolhas que se fazem em
vasto leque de possibilidades, ou seja, como uma seleção da cultura, podemos concebê-lo,
também, como conjunto de práticas que produzem significados.” Nesse sentido, sobre o currí-
culo, analise as afirmativas a seguir.
I – Certa. Representa um conjunto de práticas que propiciam a produção, a circulação e o con-
sumo de significados no espaço social e que contribuem, intensamente, para a construção de
identidades sociais e culturais.
II – Certa. É por consequência, um dispositivo de grande efeito no processo de construção da
identidade do estudante.
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III – Errada. É um veículo que transporta algo a ser transmitido aos diferentes grupos sociais.
Letra c.
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Para Silva (2005, p.17) as teorias do currículo se caracterizam pelos conceitos que enfati-
zam. São elas:
Teorias Tradicionais: (enfatizam) ensino – aprendizagem-avaliação – metodologia – didática-
-organização – planejamento – eficiência – objetivos.
Teorias Críticas: (enfatizam) ideologia – reprodução cultural e social poder – classe social –
capitalismo – relações sociais de produção conscientização – emancipação – currículo oculto
– resistência.
Teorias Pós-Críticas: (enfatizam) identidade – alteridade – diferença subjetividade – significa-
ção e discurso – saber e poder – representação cultura – gênero – raça – etnia – sexualidade
– multiculturalismo.
Letra d.
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O trabalho pedagógico trata-se de uma ação fundamental que norteia a construção, organiza-
ção e avaliação contínua do trabalho educativo em creches e pré-escolas, definindo:
1. Os princípios e fundamentos a serem considerados pelos diferentes sujeitos na atuação
com as crianças nos diversos espaços da instituição.
2. A estruturação das relações e dimensões do trabalho a ser desenvolvido e em
desenvolvimento.
3. A ordenação e articulação dos procedimentos.
4. A racionalidade do uso de recursos humanos, materiais e financeiros.
5. A relação com as famílias e com a comunidade, bem como a coordenação e avaliação do
processo das ações desenvolvidas, considerando-se a consecução de objetivos e as finalida-
des educativas específicas da educação das crianças de zero a cinco anos.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a) São corretas apenas as afirmativas 2 e 4.
b) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
c) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
d) São corretas apenas as afirmativas 2, 3, 4 e 5.
e) São corretas as afirmativas 1, 2, 3, 4 e 5.
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O itens dois já poderia ter eliminado quando restringe 2. Somente as ações pedagógicas inten-
cionais mais complexas fazem parte da rotina.
Letra c.
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Art. 13
§ 4º A transversalidade é entendida como uma forma de organizar o trabalho didático-pedagógico
em que temas e eixos temáticos são integrados às disciplinas e às áreas ditas convencionais, de
forma a estarem presentes em todas elas.
§ 5º A transversalidade difere da interdisciplinaridade e ambas complementam-se, rejeitando a con-
cepção de conhecimento que toma a realidade como algo estável, pronto e acabado.
§ 6º A transversalidade refere-se à dimensão didático-pedagógica, e a interdisciplinaridade, à abor-
dagem epistemológica dos objetos de conhecimento.
Letra c.
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Art. 1º A presente Resolução define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para o conjunto or-
gânico, sequencial e articulado das etapas e modalidades da Educação Básica, baseando-se no
direito de toda pessoa ao seu pleno desenvolvimento, à preparação para o exercício da cidadania
e à qualificação para o trabalho, na vivência e convivência em ambiente educativo, e tendo como
fundamento a responsabilidade que o Estado brasileiro, a família e a sociedade têm de garantir a
democratização do acesso, a inclusão, a permanência e a conclusão com sucesso das crianças,
dos jovens e adultos na instituição educacional, a aprendizagem para continuidade dos estudos e a
extensão da obrigatoriedade e da gratuidade da Educação Básica.
Os DCNS são normas obrigatórias gerais para a Educação Básica, discutidas e concebidas
pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), Esse conselho define princípios éticos, como
exemplos: autonomia, responsabilidade, solidariedade, respeito etc. que vão servir de parâme-
tros para a implementação dessas normas gerais na Educação Básica.
Letra a.
( ) Os princípios e objetivos curriculares para o Ensino Fundamental e Médio são implanta-
dos considerando-se uma formação básica comum e uma parte diversificada.
( ) A Educação Especial é uma modalidade transversal a todas as etapas e modalidades e
deve ser prevista no projeto político pedagógico da unidade escolar.
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( ) As escolas privadas e os sistemas de ensino devem cumprir a exigência mínima de 70%
do que prevê a LDB quanto à carga horária e à duração do ano letivo.
LDB
Art. 24.
VI – o controle de freqüência fica a cargo da escola, conforme o disposto no seu regimento e nas
normas do respectivo sistema de ensino, exigida a freqüência mínima de setenta e cinco por cento
do total de horas letivas para aprovação;
Letra a.
Gustavo Silva
Professor da SEDF. Professor de cursos para concursos e da rede privada. Formado em Letras – Português
com especialização em alfabetização e letramento.
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