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Desenvolvimento Pessoal e Profissional IV

Prof. Francisco Wandemberg Rodrigues dos Santos


prof.wandemberg@unifor.br
Exames laboratoriais 4

Hipocalcemia
Eletrólitos

Minerais que carregam uma carga elétrica quando estão dissolvidos no


sangue e contribuem com importantes funções.

São essenciais na regulação das funções dos nervos e músculos, e na


manutenção do equilíbrio hídrico e ácido-base.
Eletrólitos
Cálcio - Calcium

Adulto SI Units1
Plasma ou soro 8,6-10 mg/dL 2,15-2,5 mmol/L
Urina 24 horas < 40 mg/dL < 1 mmol/L
1 Sistema Internacional de Unidades
Cálcio - Calcium

O cálcio é essencial para a formação dos ossos e a função neuromuscular.

Aproximadamente 99 % do cálcio corporal estão nos ossos; a maior parte do 1


% restante fica no líquido extracelular.

Quase 50 % do cálcio sérico é ionizado (livre), enquanto o restante forma


complexos com albumina (40 %) e ânions do tipo fosfato (10 %).

O equilíbrio do cálcio é regulado pelo paratormônio (PTH) e pelo calcitriol.

O PTH faz aumentar o cálcio sérico para estimular a reabsorção


óssea, aumentando a recuperação do cálcio nos rins e promovendo a
conversão renal da vitamina D em calcitriol. O cálcio sérico regula a secreção
de PTH por um mecanismo de feedback negativo: a hipocalcemia estimula e a
hipercalcemia suprime a liberação de PTH.
O calcitriol é a forma ativa da vitamina D. Estimula a absorção
intestinal de cálcio e representa um dos muitos fatores que proporcionam um
feedback para as glândulas paratireoides.
Hipocalcemia

Etiologia

Pseudo-hipocalcemia – situação que os níveis de cálcio total estão reduzidos


em decorrência de hipoalbuminemia, com o cálcio corrigido dentro da
normalidade.

Hipoparatireoidismo efetivo – atividade reduzida do PTH (destruição autoimune,


infiltração ou iatrogênica - pós-operatório de tireoidectomia)
Raros casos o hipoparatireoidismo é congênito, como na síndrome de DiGeorge
ou hipocalcemia familiar.
A liberação de PTH é comprometida com a hipomagnesemia (< 1 mg/dL)
quanto com hipermagenesemia grave (> 6 mg/dL).
Hipocalcemia

Deficiência de vitamina D – reduz o cálcio corporal total, porém não costuma


afetar os níveis séricos de cálcio, a menos que a deficiência seja grave.
Pode ocorrer em: idosos com exposição solar limitada, doença hepática
avançada e na síndrome nefrótica.

Elevação do fósforo sérico – o fósforo se une ao cálcio e se deposita em vários


tecidos. Também pode se ligar ao citrato e também com fluoroquinolonas. Uma
maior ligação com albumina pode ser observada também no contexto da
alcalemia, que faz aumentar a exposição dos locais de fixação carregados
negativamente sonre a albumina.

Pacientes gravemente enfermos – diminuição da liberação do PTH mediada por


citocinas, e da liberação de calcitriol com a resistência do órgão-alvo aos seus
efeitos.
Hipocalcemia

Manifestações clínicas

Variam com o grau de hipocalcemia e com sua velocidade de início.

Hipocalcemia aguda moderada pode acarretar maior excitabilidade dos nervos


e dos músculos, resultando em parestesias circum-orais ou distais e tetania.

A hipocalcemia aguda grave pode causar laringosepasmo, confusão, crises


convulsivas ou colapso vascular com bradicardia e insuficiência cardíaca
descompensada.

O sinal de Trousseau consiste na ocorrência de espasmo carpopedal quando


um esfigmomanômetro é inflado até acima da pressão sistólica por 3 minutos.

O sinal de Chvostek refere-se aos espasmos dos músculos faciais quando o


nervo facial é percurtido adiante do ouvido.

A existência desses sinais é conhecida como tetania latente.


Hipocalcemia

Exames complementares

Albumina sérica – para afastar pseudo-hipocalcemia.

PTH – baixo ou inadequadamente normais na vigência de hipocalcemia são


indicativos de hipoparatireoidismo. Altos níveis de PTH são encontradas com
frequência na deficiência de vitamina D, na resistência ao PTH e na
hiperfosfatemia.

Fósforo sérico – costuma ser útil para identificar uma deficiência de vitamina D
(cálcio e fósforo baixos) ou a quelação intravascular de cálcio (cálcio baixo e
fósforo elevado).

Reservas de vitamina D – medindo apenas 25(OH)D3, pois os níveis de


calcitriol (1,25(OH)2D3) podem ser normalizados através do aumento
compensatório da atividade de 1-alfa-hidroxilase.

Deficiência de magnésio – deve ser sempre excluída durante tratamento de


hipocalcemia.
Hipocalcemia

Tratamento

Tratamento agudo da hipocalcemia sintomática


Os níveis de fósforo devem ser verificados em primeiro lugar. Na
hipofosfatemia grave, a administração de cálcio fará aumentar o produto cálcio-
fósforo e pode exacerbar a formação de calcificações ectópicas.
Na hiperfosfatemia grave a diálise poderá ser necessária para controlar
agudamente as anormalidades minerais, a redução do fósforo deve preceder a
reposição agressiva com cálcio.
Hipomagnesemia precisa ser tratado primeiro a fim de corrigir
efetivamente a hipocalcemia.
Sulfato de magnésio 2 g administrado por via intravenosa durante 15 minutos,
seguidos então por uma infusão que pode ser feita até mesmo empiricamente
se não houver insuficiência renal.
Hipocalcemia

Suplementação com cálcio – o cálcio intravenoso deve ficar reservado para a


hipocalcemia grave ou sintomática, e pode ser administrado com cloreto de
cálcio ou gluconato de cálcio. O gluconato de cálcio é preferido devido ao
menor risco de toxicidade tecidual no caso de ocorrer extravasamento.
Gluconato de cálcio a 10 % (100 mg/mL), uma ampola de 10 mLcontém 1.000
mg de gluconato de cálcio e cerca de 90 mg de cálcio elementar.

Dose inicial – 90 a 180 mg de cálcio elementar (1 a 2 g de gluconato de cálcio a


10 %) diluído em 50 a 100 mL de soro glicosado a 5 % durante 10 a 20 minutos.

Dose de manutenção – infusão contínua de 0,5 a 1,5 mg/kg/h de cálcio


elementar. Uma solução constituída de 1.000 mL de soro glicosado a 5 % com
100 mL de gluconato de cálcio a 10 % (1 mg de cálcio elementar por mL). Inicia
a infusão na velocidade de 50 mL/h (50 mg de cálcio elementar por hora) e será
titulada conforme a necessidade.
Hipocalcemia

Tratamento crônico

Suplementos orais de cálcio – o carbonato de cálcio (40 % de cálcio elementar)


ou o acetato de cálcio (25 % de cálcio elementar) podem ser administrados com
o objetivo de fornecer de 1 a 2 g de cálcio elementar por via oral três vezes ao
dia.
Deve ser realizada longe das refeições, para minimizar a combinação com
fósforo e maximizar a absorção entérica.

Vitamina D – deficiência nutricional simples pode ser corrigida com o uso de


ergocalciferal 400 a 1.000 unidades internacionais/dia. No entanto, em
combinação com outros transtornos hipcalcêmicos, poderão ser necessárias
doses mais altas. Um esquema de 6 a 8 semanas com 50.000 UI deve ser
titulado semanalmente naqueles com comprometimento subjacente no
metabolismo da vitamina D (ex:. insuficiência renal) e diariamente no pacientes
com desnutrição grave ou má absorção.
Hipocalcemia

Calcitriol – exibe um início de ação mais rápida.


Posologia inicial é de 0,25 mg/dia, e a maioria dos pacientes é mantida com 0,5
a 2 mg/dia. A dose deve ser aumentada aintervalos de 2 a 4 semanas.
Como também amenta a absorção entérica do fósforo, como do cálcio, osníveis
de fósforo devem ser monitorados e os fixadores orais do fósforo iniciados
quando o fósforo ultrapassa o valor de normalidade.
Objetivos de estudo

1. Conhecer os sinais e sintomas de hipocalcemia;

2. Diagnosticar clínica e laboratorialmente hipocalcemia;

3. Reconhecer as causas de hipocalcemia;

4. Compreender como avaliar paciente com hipocalcemia.


Grato

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