Comanditar é fornecer fundos para a realização de uma
atividade negocial que ser á exercida por terceiros. É uma atividade de investimento, onde um integraliza o capital social e outro realiza a atividade negocial. Nas sociedades em comandita simples existem dois tipos de sócio, o comanditário e o comanditado, cabendo o contrato social distinguir a qual tipo pertence o sócio (art. 1.045, p. único). O sócio comanditário é o responsável apenas por integralizar o capital social, estes podem ser pessoas físicas ou jurídicas e são responsáveis apenas pela a integralização do capital. O sócio comanditado é responsável por realizar a administração social, portanto este deve ser pessoa física, e terá uma responsabilidade solidária, ilimitada e subsidiária pelas obrigações sociais (art. 1.045). Dispõe o artigo 1.046 que as lacunas contidas no capítulo referentes a este tipo societário no serão preenchidas pelas regras da sociedade em nome coletivo. Ademais o parágrafo único diz que o regime jurídico do sócio comanditado é o mesmo do sócio da sociedade em nome coletivo, ou seja: (i) o comanditado tem que ser pessoa física, (ii) só o comanditado pode administrar a sociedade, (iii) só o nome do comanditado pode constar da firma social e (iv) a responsabilidade do comanditado é ilimitada. Ao sócio comanditário é permitido participar das deliberações da sociedade e de fiscalizar seus atos, sendo vedado praticar qualquer ato de administração ou ter seu nome na firma social, sob pena de responder solidariamente junto com os comanditados pelas obrigações sociais, conforme preceitua o artigo 1.047. Entretanto, diz o parágrafo único que ao sócio comanditário pode ser concedida procuração com poderes especiais para negócio determinado e assim não ficará sujeito a pena do caput. É permitido ao sócio comanditário alterar sua quota social a qualquer tempo, desde que tal modificação seja averbada no contrato social, caso contrário não produzirá efeitos contra terceiros. Esta alteração não prejudicará credores preexistentes (art. 1.048). Em relação aos ganhos sociais, o comanditário não receberá lucros até que seja reposto o capital social perdido. Ademais, os lucros recebidos pelo sócio comanditário de boa-fé e de acordo com o balanço contábil da sociedade não poderão ser usados para liquidar as dívidas sociais (art. 1.049). De acordo com a regra do artigo 1.050, a morte do sócio comanditário acarretará na sucessão deste pelo seu herdeiro devidamente representado. Para o correto funcionamento da sociedade em comandita simples é necessário a existência de no mínimo dois sócios, um comanditário e um comanditado. A falta de alguma desta categoria acarretará na dissolução da sociedade, caso sua situação não seja regularizada em 180 dias (art. 1.051).