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AVALIAÇÃO NUTRICIONAL

EM ONCOLOGIA

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SUMÁRIO:

INTRODUÇÃO 1

ASPEN 8

BRASPEN 16

ESPEN 17

INCA 21

CONCLUSÃO 25

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 26
COMO CITAR? MATERIAL DIGITAL FORMATO E-BOOK
CARDENAS, T.C. Avaliação Nutricional em Oncologia para Adultos. Vital
Knowledge: Muriaé, 2021. E-book (1-26). Disponível
em:<https://vitalknowledge.com.br/ebooks/EBOOK_Avalia%C3%A7%C3%
Esse levantamento visa facilitar a consulta para decisão ou
elaboração de fluxograma de atendimento nutricional em
oncologia com foco nas principais evidências sobre
avaliação nutricional, tanto em nível ambulatorial quanto
para o paciente internado. Não são incluídos nesse
material as discussões sobre diagnóstico e principais
ferramentas e métodos para avaliação da caquexia e
sarcopenia, que poderão ser abordadas em outras

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O público alvo deste levantamento são adultos com


câncer. Em algumas ocasiões podem ser replicadas
também para idosos e, nesse caso, serão destacadas
as observações pertinentes à faixa etária. Da mesma
forma, muitos consensos não são exclusivamente
para oncologia, mas destaco o que pode ser aplicado
p a ra o s p a c i e n te s c o m c â n c e r , a l vo d e s te
levantamento.
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De cada Sociedade, foram selecionadas as publicações
mais relevantes para avaliação nutricional nos últimos 10
anos. Esse prazo de tempo foi escolhido porque algumas
apresentam consensos únicos e não atualizados desde
então, sendo interessante que conheçamos o que foi
apontado de principais recomendações na ocasião da
publicação. Quando existia mais de uma diretriz
semelhante a respeito, no prazo dos últimos 10 anos,

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OS ARGUMENTOS TRABALHADOS
NO CONTEÚDO SÃO:

OBJETIVO:
Levantar as principais indicações de
f e r ra m e n t a s e p r o c e s s o s p a ra

idosos, em oncologia para facilitar a assistência

DESCRIÇÃO:
Resumo simplificado, com nível de
evidência e força de recomendação,

ANÁLISE:
uma diretriz visa auxiliar o processo
decisório para implantação da

mas obviamente cada serviço tem suas


particularidades, que devem ser consideradas para

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RECOMENDAÇÕES E NÍVEL DE
EVIDÊNCIA (ASPEN):
SUPORTADO GRANDES ENSAIOS
GRUPO A POR, NO RANDOMIZADOS,
NÍVEL I MÍNIMO, DOIS BAIXO RISCO DE FALSO
ESTUDOS POSITIVO OU
NÍVEL I FALSO NEGATIVO.

SUPORTADO GRANDES ENSAIOS


GRUPO B POR RANDOMIZADOS,
NÍVEL I UM ESTUDO BAIXO RISCO DE FALSO
NÍVEL I POSITIVO OU
FALSO NEGATIVO.
SUPORTADO PEQUENOS ENSAIOS
POR, NO RANDOMIZADOS,
GRUPO C RESULTADOS INCERTOS,
NÍVEL II MÍNIMO, UM
MODERADO A ALTO RISCO
ESTUDO DE FALSO POSITIVO OU
NÍVEL II FALSO NEGATIVO
SUPORTADO
COORTES NÃO
POR, NO
GRUPO D RANDOMIZADAS, COM
NÍVEL III MÍNIMO, UM
CONTROLES
ESTUDO
CONTEMPORÂNEOS
NÍVEL III

SUPORTADO COORTES NÃO


GRUPO E POR RANDOMIZADAS,
NÍVEL IV ESTUDOS COM CONTROLES
NÍVEL IV HISTÓRICOS

SUPORTADO RELATO DE CASO,


GRUPO E
POR ESTUDOS ESTUDO NÃO
NÍVEL V
NÍVEL V CONTROLADO, OPINIÃO
DE ESPECIALISTAS

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SISTEMA GRADE DE CLASSIFICAÇÃO DE
EVIDÊNCIA (BRASPEN / ESPEN):

GRAU ALTO: Ensaios clínicos randomizados bem


planejados e conduzidos, com grupos paralelos, com
controles adequados, análise de dados adequada e
01 achados consistentes tendo como alvo o desfecho
clínico de interesse para o médico e o paciente. Em
algumas situações estudos observacionais podem ser
considerados de nível alto de qualidade para apoiar

GRAU MODERADO: Ensaios clínicos randomizados


com importantes problemas na condução,
inconsistência nos resultados, avaliação de um
02 desfecho substituto (surrogate endpoint) em lugar de um
desfecho de maior interesse par ao médico e paciente,
imprecisão nas estimativas e vieses de publicação. Os
resultados podem ser também provenientes de

G R AU B A I XO : E s t u d o s o b s e r va c i o n a i s , m a i s
especificamente estudos de coorte e caso-controle,
03 considerados altamente susceptíveis a vieses. Podem
ser, também, ensaios clínicos com importantes

GRAU MUITO BAIXO: Estudos observacionais não


controlados e observações clínicas não sistematizadas,
por exemplo, relato de casos e série de casos. Quando a
04 qualidade da evidência é muito baixa qualquer
estimativa de efeito deve ser vista como incerta.

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FORTE
NÓS RECOMENDAMOS,
BENEFÍCIOS SUPERAM PREJUÍZOS

FRACO
SISTEMA GRADE DE
NÓS SUGERIMOS, BENEFÍCIOS OU
CLASSIFICAÇÃO DE
DESFECHOS SÃO IMPORTANTES PARA
RECOMENDAÇÃO
OS PACIENTES
(ASPEN):

MAIS PESQUISAS SÃO NECESSÁRIAS


NÓS NÃO PODEMOS FAZER QUALQUER
RECOMENDAÇÃO NO MOMENTO,
BENEFÍCIOS INCERTOS PARA OS PACIENTES

FORTE RECOMENDAÇÃO
OS MEMBROS CONCORDARAM 100%
QUANTO À RECOMENDAÇÃO

RECOMENDADO
SISTEMA GRADE
75 A 95% DE CONCORDÂNCIA DE CLASSIFICAÇÃO
DE RECOMENDAÇÃO
(ESPEN):

MAIS PESQUISAS SÃO NECESSÁRIAS


NÓS NÃO PODEMOS FAZER QUALQUER
RECOMENDAÇÃO NO MOMENTO,
BENEFÍCIOS INCERTOS PARA OS PACIENTES

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ASPEN
AMERICAN SOCIETY FOR PARENTERAL AND
ENTERAL NUTRITION – CLINICAL GUIDELINES

As diretrizes clínicas são declarações desenvolvidas


sistematicamente para auxiliar nas decisões sobre os
cuidados nutricionais em circunstâncias clínicas
específicas. Elas contêm recomendações baseadas em
evidências de uma revisão sistemática rigorosa e
avaliação da literatura publicada. As diretrizes ASPEN são
direcionadas à população clínica, no geral, mas podem ser
aplicadas no paciente com câncer. Incluo, em cada um
dos tópicos, as pertinências adequadas para tal, no intuito

1.
CO N S E N S O A M E R I CA N O S O B R E VA L I DA D E D E
AVA L I A Ç Ã O D E C O M P O S I Ç Ã O C O R P O R A L E M
POPULAÇÃO CLÍNICA (COM DOENÇA AGUDA OU
CRÔNICA)

PONTOS IMPORTANTES:

1. Autores conceituados em avaliação de composição


corporal. Dentre eles, uma brasileira (Maria Cristina
González), com publicações de referência para nossa
população, incluindo diversos trabalhos com
Bioimpedância Elétrica, Força do Aperto de Mão,
Sarcopenia, etc. Além disso, temos a referência em
avaliação de composição corporal Carla Prado,
nutricionista, também brasileira, porém residente no
Canadá há muitos anos. Responsável por publicações de
referência em avaliação de composição corporal com uso

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2. Não incluiu estudo em populações saudáveis.

3. População alvo: ≥ 18 anos, com potencial condição


inflamatória ou condição associada a uma doença ou
condição clínica específica, como câncer, doença
cardiovascular, insuficiência cardíaca, diabetes, doença
hepática ou renal, vírus da imunodeficiência humana ou
condição que requer intervenção cirúrgica.

4. Exclusão: atletas, pessoas saudáveis, obesos (a não ser


que estejam ligados a síndrome metabólica, hipertensão
e etc.), crianças, adolescentes, gestantes ou pós parto e
idosos.

DOS TERMOS:

1. Composição Corporal: campo emergente da ciência


que explora a diferença na distribuição de massa magra
versus tecido adiposo e seu impacto na saúde.

2. Ultrassonografia (USG): técnica que gera imagem com


base na amplitude das ondas sonoras de alta frequência
refletidas, considerando também a velocidade que elas se
dissipam pelo corpo humano.

3. Bioimpedância elétrica (BIA): técnica que usa corrente


elétrica de baixa amplitude em radiofrequências única
(frequência única) ou múltipla (multifrequencial) para
caracterizar os componentes de fluido e tecido
condutores e não condutores do corpo. Os tecidos
gordurosos, ósseo e o ar não conduzem correntes
elétricas, como músculos e sangue (excelentes
condutores). Os eletrodos do aparelho são capazes de

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condução da corrente causado por membranas celulares,
interfaces teciduais e substâncias não iônicas). A partir do
aparelho também é possível obter o Ângulo de Fase (AF),
medida derivada da resistência e reactância, que pode ser
interpretado como um indicador de integridade da
membrana celular e de distribuição de água entre os
espaços intra e extracelulares. Tem sido bastante utilizado
em estudos como prognóstico de diversas patologias.

QUADRO 1: COMPARATIVO DE ALGUMAS VARIÁVEIS


E N T R E O S E Q U I PA M E N T O S Q U E P O D E M S E R
UTILIZADOS EM AVALIAÇÃO DE COMPOSIÇÃO
CORPORAL E SEUS PRINCIPAIS RESULTADOS.

VARIÁVEIS USG BIA

TIPO DE MÉTODO NÃO INVASIVO NÃO INVASIVO


ESPESSURA DE MÚSCULO
MASSA LIVRE DE GORDURA
ESQUELÉTICO (POR EX.
(TECIDO MAGRO MAIS
QUADRÍCEPS); MASSA
CONTEÚDO MINERAL ÓSSEO,
MUSCULAR ESQUELÉTICA
NÃO INCLUI MÚSCULO
(QUE É O PRINCIPAL
ESQUELÉTICO).
COMPONENTE DO TECIDO
MAGRO). MASSA GORDA
(CONTEÚDO LIPÍDICO,
AVALIA QUANTIDADE E
O QUE MEDE QUALIDADE DO MÚSCULO.
80% DO COMPARTIMENTO
DO TECIDO ADIPOSO)
MEDE TAMBÉM TECIDO
ADIPOSO (FORMADO POR
TECIDOS CONECTIVOS
COMO ADIPÓCITOS,
COLÁGENO E FIBRAS
ELÁSTICAS E TAMBÉM
POR FIBROBLASTOS E

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EXPOSIÇÃO
não não
À RADIAÇÃO

NECESSIDADE DE MUITO
TREINAMENTO PARA
COMPREENSÃO RESULTADO INSTANTÂNEO
DA ESTRUTURA FÍSICA. APÓS LIGAÇÃO DO
APARELHO.
REPETIÇÃO DE MANOBRAS
REALIZAÇÃO PARA LEITURA ASSERTIVA,
POR ISSO PODE SER UM
PODE HAVER MAIS
DIFICULDADE NA ANÁLISE DE
DO EXAME POUCO DEMORADO. INTERPRETAÇÃO EM VIRTUDE
DA PRESENÇA DE VARIÁVEIS
NECESSIDADE DE CONFUNDIDORAS.
MARCAÇÃO DA IMAGEM
PARA VISUALIZAÇÃO.

MAIS ENSAIOS CLÍNICOS


PARA DESENVOLVIMENTO
CONDIÇÕES COMO FEBRE,
DE PROTOCOLOS E
CERTOS MEDICAMENTOS
POSSIBILIDADE DE
E DISTÚRBIOS DE
COMPARAÇÕES ENTRE
FLUIDOS E ELETRÓLITOS,
GRUPOS.
PODEM ALTERAR DE
FORMA NÃO UNIFORME OS
LIMITAÇÕES NÃO EXISTEM ANÁLISES DE
IMPACTO DO EDEMA ACHADOS DE BIA ENTRE AS
(PENSANDO EM POPULAÇÕES CLÍNICAS.
PACIENTES CRÍTICOS),
PRECISA DE ORIENTAÇÕES
MAS MUITOS ESTUDOS
DE PREPARO PARA O
APONTAM QUE NÃO
EXAME.
INFLUENCIA
SIGNIFICATIVAMENTE OS

NÃO NECESSITA DE
PREPARO PARA
REALIZAÇÃO.
BOA CORRELAÇÃO COM
EXCELENTE CONCORDÂNCIA MÉTODOS REFERÊNCIA EM
INTRA E INTEROBSERVADOR COMPOSIÇÃO CORPORAL,
(QUANDO BEM TREINADO). PRINCIPALMENTE EM
VANTAGENS NÍVEL AMBULATORIAL.
TÉCNICA PODE SER CALIBRAÇÃO AUTOMÁTICA.
PROMISSORA EM MEDIR
TECIDO VISCERAL ADIPOSO
EM PESSOAS SAUDÁVEIS.
CALIBRAÇÃO A CADA VEZ
QUE CONECTA O

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APROX. R$ 16.0000

(O GEL DE ULTRASSOM,
APROX. R$ 56.000,
ITEM QUE VOCÊ IRÁ
INCLUI 60 ELETRODOS
PRECISAR, É O MESMO

VALOR UTILIZADO PARA


EQUIPAMENTOS
(ELETRODOS PARA
AQUISIÇÃO ADICIONAL
SEMELHANTES DE USG,
SÃO DO TIPO LONGO).
COM VALOR APROXIMADO
DE R$ 1,70 O FRASCO
DE 250G).

QUESTÕES LEVANTADAS NA DIRETRIZ:

1. A ultrassonografia (USG) é um método válido de


avaliação de composição corporal em várias populações
clínicas (população alvo). Muito baixo grau de evidência.
Recomendação fraca.

2. A bioimpedância elétrica (BIA) é um método válido de


avaliação de composição corporal em várias populações

1. USG: Método promissor, de baixo custo, não invasivo,


movimentado facilmente, com potencial para ser um dos
melhores métodos disponíveis para avaliação da
composição corporal, visto que o uso de outras técnicas
em população saudável pode ser inviável.

2. BIA: emergente área em pesquisa de uso do Ângulo de


Fase (pode ser considerado um marcador substituto da
massa magra, incluindo a sua qualidade e não somente
quantidade). Estudos de intervenção, que incluem treino
de resistência, por exemplo, mostraram melhora no AF,

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PONTOS DE DESTAQUE:

1. Termos: cuidado com


os termos utilizados para
falar em massa magra ou
músculo esquelético, às
vezes eles são usados em
e s t u d o s c o m o

2. Aferições: se existe possibilidade de uso do USG, sugiro


escolher dois músculos para acompanhamento contínuo
do seu paciente (por exemplo, bíceps e quadríceps). Não
existem pontos de cortes para definições de diagnóstico,
por isso é legal comparar sempre ele com ele mesmo e os
re s u l t a d o s p o d e ri a m s e r co n s e q u ê n ci a d a s u a
intervenção como nutricionista clínica. Nesse sentido, a
BIA também é interessante. O destaque para o USG é que,
visualmente, você pode mostrar para o paciente como
está o “músculo” e usar os valores de marcação para
verificar mudanças (veja esse vídeo para ter uma ideia:
https://www.youtube.com/watch?v=NwcExYk2DNM). É
preciso se dedicar bastante ao treinamento para
aproveitar tudo que a ferramenta proporciona.

3. Valores para investimento: Um USG portátil pode estar


na faixa de R$ 15.000 a 17.000,00. Um aparelho de BIA
multifrequencial tem custo aproximado de R$ 55.000,00.
Vale lembrar de avaliar o valor do exame para o paciente
em função do uso dos eletrodos quando optar pela BIA
(cada exame usa 4 eletrodos, que são descartáveis, ou
seja, aproximadamente R$ 12,00/exame). O gel de

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2.
CONSENSO AMERICANO SOBRE TRIAGEM, AVALIAÇÃO
E INTERVENÇÃO EM ADULTOS

PONTOS IMPORTANTES:

1. Apresentação de um algoritmo de cuidado nutricional,


que inclui a triagem, avaliação e intervenção para o
paciente adulto desnutrido.

DOS TERMOS:

1. Triagem Nutricional: processo para identificar um


paciente em risco para desnutrição, para determinar se
uma avaliação mais completa deve ser realizada. A Joint
Comission International (JCI) recomenda que a triagem seja
feita dentro de 24h da admissão em centros de cuidado
intensivo.

2. Avaliação Nutricional: é uma forma de realizar um


diagnóstico nutricional que usa uma combinação de
história médica, nutricional, uso de medicamentos,
exame físico e antropometria, dados laboratoriais,
informações funcionais e financeiras, determinação das
necessidades nutricionais e, geralmente, a elaboração de
um plano de cuidado/tratamento. Visa identificar os riscos

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Abaixo (Figura 1) o algoritmo sugerido para o cuidado
nutricional. Nesse algoritmo é importante que você
defina, em cima das ferramentas escolhidas, o tempo para
re-triagem e reavaliação nutricional, que pode depender
de particularidades do seu serviço ou de características e
recomendações dos autores da ferramenta.

Figura 1. Algoritmo de cuidado nutricional, traduzido.

RECOMENDAÇÕES LEVANTADAS NA DIRETRIZ:

1. Triagem para risco nutricional é sugerida para todos os


pacientes hospitalizados. Grau de evidência E.

2. Avaliação nutricional deve ser feita em todos os


pacientes com risco nutricional determinado por uma
triagem nutricional. Grau de evidência E.

3. Intervenção nutricional deve ser feita para todos os

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BRASPEN
BRAZILIAN SOCIETY OF PARENTERAL AND
ENTERAL NUTRITION

Diretriz brasileira elaborada com apoio institucional da


Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e da

1.
DIRETRIZ BRASPEN DE TERAPIA NUTRICIONAL NO
PACIENTE COM CÂNCER

RECOMENDAÇÕES LEVANTADAS NA DIRETRIZ:

1. Método de triagem para o paciente com câncer:


Triagem de Risco Nutricional 2002 (NRS -2002),
Instrumento Universal de Triagem de Desnutrição
(MUST), Avaliação Subjetiva Global Produzida Pelo
Paciente versão reduzida (ASG-PPP, versão reduzida),
Instrumento de Triagem de Desnutrição (MST), Mini
Avaliação Nutricional versão reduzida (MNA-VR), em até
24 a 48 horas após a admissão hospitalar. Nível de
evidência moderado.

2. Métodos para avaliar o estado nutricional do paciente


com câncer: deve ser feita para todos os pacientes em
risco nutricional. A combinação de vários métodos
permite melhor compreensão da condição nutricional.
Sugestões de métodos subjetivos: ASG (Avaliação
Subjetiva Global) e ASG-PPP e MNA (Mini Avaliação
Nutricional), em idosos. Métodos objetivos: avaliação
antropométrica (% de perda de peso, Índice de Massa
Corpórea - IMC), bioquímica, clínica (exame físico) e

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antropometria, bioimpedância elétrica, ou métodos de
imagem como densitometria óssea (DXA) ou tomografia
computadorizada. Nível de evidência moderado.

3. Avaliação da ingestão alimentar: registro alimentar,


história dietética, recordatório alimentar ou escalas

ESPEN
EUROPEAN SOCIETY FOR CLINICAL NUTRITION
AND METABOLISM – GUIDELINES

Basicamente são duas publicações relacionadas à


oncologia: o consenso para cuidados do paciente com
câncer (número 2) e as recomendações para a
desnutrição propriamente dita (número 1), que é a mais
recente e visa dar suporte ao primeiro consenso,
examinando as causas e consequências da desnutrição

1.
RECOMENDAÇÕES PARA A DESNUTRIÇÃO NO CÂNCER

PONTOS IMPORTANTES:

1. O material engloba a revisão das abordagens de


tratamento atualmente disponíveis, e a base lógica para
realizar ações que facilitem o cuidado nutricional na
prática. O conteúdo do documento é baseado em
apresentações e discussões na reunião de Berlim, no
Cancer and Nutrition Workshop, em outubro de 2016.

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DOS TERMOS:

1. Desnutrição relacionada à doença: condição que resulta


da ativação da inflamação sistêmica por uma doença
subjacente como o câncer. A resposta inflamatória causa
anorexia e degradação dos tecidos, que por sua vez,
resulta em perda significativa de peso, alterações na
composição corporal e perda de função física.

ESTRATÉGIAS PARA O CUIDADO NUTRICIONAL NO


PACIENTE COM CÂNCER RELACIONADAS À AVALIAÇÃO
NUTRICIONAL:

1. Faça a triagem do estado nutricional de todo paciente,


no início do seu tratamento de câncer,
independentemente do seu IMC e histórico de perda de
peso.
2. Reavalie regularmente.
3. Identifique sinais ou sintomas de anorexia, caquexia e
sarcopenia, o mais cedo possível.
4. Avalie massa muscular precisamente por meio de
tomografia computadorizada ou outros métodos de
imagem para detecção precoce de desnutrição /
sarcopenia.
5. Use biomarcadores específicos para avaliar a gravidade
da inflamação sistêmica relacionada ao câncer, por ex.
PCR e albumina.
6. Avalie a função física rotineiramente para monitorar e
orientar reabilitação física.

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PONTOS DE DESTAQUES:
1. Identificação do risco para desnutrição: basear-se
apenas no peso não é uma medida efetiva. Anorexia sim, é
um marcador precoce do risco nutricional e, a alteração
no apetite, pode acontecer independentemente do peso
inicial do paciente. A perda de peso é um sinal do avanço
da desnutrição.
2. Escore Prognóstico de Glasgow: escore baseado na
concentração sérica de PCR e albumina, como
marcadores da inflamação, de fácil uso e altamente
preditiva para avaliação da inflamação em pacientes com
câncer, além de validada, na prática clínica, para predizer
prognóstico e mortalidade.

2.
CONSENSO DE NUTRIÇÃO NO PACIENTE COM CÂNCER

PONTOS IMPORTANTES:
1. População da diretriz: maiores de 18 anos.
2. Os custos para implantação deste protocolo se
resumem ao impacto de triar todos os pacientes com
câncer e necessidade de outras avaliações e intervenções
para uma parcela desses pacientes. Necessidade, em
horas do profissional, para triagem do risco nutricional =
0,1 a 0,2 hora/ paciente. Necessidade para outras
avaliações = 0,2 a 0,5 hora/ paciente.
DOS TERMOS:
1. Paciente com câncer: paciente com diagnóstico de
câncer que está esperando por tratamento ou já em
tratamento, em tratamento de sintomas e/ou recebendo
cuidados paliativos.

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RECOMENDAÇÕES LEVANTADAS NA DIRETRIZ:
1. Recomenda-se avaliar regularmente a ingestão
alimentar, alteração no peso e IMC, iniciando no
diagnóstico do câncer e repetindo, a depender da
condição clínica e estabilidade do paciente. Nível de
evidência muito baixo. Forte recomendação.
2. Para paciente com risco nutricional apontado na
triagem, recomenda-se uma avaliação objetiva e
avaliação quantitativa do consumo alimentar, impacto
dos sintomas presentes, massa muscular, performance
física e grau de inflamação sistêmica. Nível de evidência
muito baixo. Forte recomendação.
3. Recomenda-se triar rotineiramente todos os pacientes
com câncer avançado para avaliar ingestão alimentar,
perda de peso, IMC e, na presença do risco, avaliar mais a
fundo esses pacientes, tanto pensando em manejo de
sintomas quanto de distúrbios metabólicos. Nível de
evidência baixo. Forte recomendação.

1. Sugestão de ferramentas para triagem: Triagem de


Risco Nutricional 2002 (NRS-2002), Instrumento Universal
de Triagem de Desnutrição (MUST), Instrumento de
Triagem de Desnutrição (MST), Mini Avaliação Nutricional
versão reduzida (MNA-VR).

2. Sugestão de ferramentas para avaliação nutricional:


Avaliação Global Subjetiva (ASG), Avaliação Global
Subjetiva Produzida Pelo Paciente (ASG-PPP) e Mini
Avaliação Nutricional (MNA). A avalição nutricional deve
ser repetida em intervalos constantes de tempo
(quinzenalmente, mensalmente, semestralmente,
conforme apropriado).

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computadorizada no nível da lombar 3 ou bioimpedância
elétrica.

4. Performance física por ECOG (de 0 = performance


normal a 4 = restrito ao leito) ou Karnofsky (de 0 a 100).

5. Inflamação sistêmica: PCR e albumina (Glasgow

INCA
CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO
ONCOLÓGICA

Os Consensos de Nutrição do INCA são obras do esforço


conjunto do Instituto Nacional de Câncer José Alencar
Gomes da Silva (INCA) e de representações nacionais de
instituições que promovem a assistência nutricional ao
indivíduo com câncer. Têm por objetivo homogeneizar as
condutas nutricionais na assistência ao indivíduo com
câncer, oferecendo, assim, a todos os usuários portadores
de câncer da rede do Sistema Único de Saúde (SUS),
equidade e qualidade na sua assistência. As condutas
foram acordadas entre os autores participantes e são

2.
CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA –
PACIENTE ADULTO, 2ª EDIÇÃO, 2015.

PONTOS IMPORTANTES:
1. População envolvida: paciente adulto no pré e pós
operatório de cirurgia oncológica, em tratamento clínico

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(Quimioterapia e Radioterapia), submetido ao transplante
de células tronco hematopoéticas e pacientes adultos em
cuidados paliativos.
2. A indicação de conduta para pacientes em cuidados
paliativos é dividida conforme expectativa de vida em 3
grupos: expectativa > 90 dias, ≤ 90 dias e cuidados de fim
de vida.
PROPOSTAS APRESENTADAS PARA O PACIENTE NO
PRÉ E PÓS CIRÚRGICO, EM TRATAMENTO CLÍNICO E EM
PACIENTES SUBMETIDOS AO TRANSPLANTE DE
CÉLULAS TRONCO HEMATOPOÉTICAS:
1. Todos os pacientes adultos atendidos no ambulatório,
devem ser avaliados.
2. Todos os pacientes adultos internados, devem ser
triados e avaliados.
3. No ambulatório ou na internação: usar NRS-2002 para
triagem e ASG ou ASG-PPP para avaliação completa.
4. No ambulatório ou na internação: realizar anamnese
nutricional e dinamometria.
5. No ambulatório: sem risco, avaliar em até 30 dias; com
risco, avaliar em até 15 dias.
6. Internado: avaliar em até 48h da admissão hospitalar e
semanalmente, durante a internação.
7. Métodos para usar na re-triagem ou reavaliação:
ingestão alimentar < 75% das necessidades nutricionais
nas 2 últimas semanas, sintomas de impacto nutricional
por mais de 3 dias consecutivos ou alternados na última
semana, % perda de peso, cirurgia de grande porte,
anamnese nutricional, dinamometria.

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PROPOSTAS APRESENTADAS PARA O PACIENTE
ADULTO EM CUIDADOS PALIATIVOS COM EXPECTATIVA
DE VIDA > 90 DIAS OU < 90 DIAS:
1. Todos os pacientes devem ser avaliados.
2. Usar ASG-PPP, anamnese nutricional, sinais e sintomas
e parâmetros laboratoriais (para esse último, apenas
naqueles pacientes com expectativa > 90 dias).
3. Se internados, avaliar no momento da admissão e
posteriormente, conforme risco nutricional.
4. Se internados, diariamente avaliar sintomas e ingestão
alimentar.
5. Se no ambulatório ou em domicílio: a cada 15 dias ou
conforme agendamento (demanda espontânea).
PROPOSTAS APRESENTADAS PARA O PACIENTE
ADULTO EM CUIDADOS PALIATIVOS EM CUIDADO DE
FIM DE VIDA:
1. Todos os pacientes adultos devem ser avaliados.
2. Usar anamnese nutricional com foco em sinais e
sintomas.

2.
CONSENSO NACIONAL DE NUTRIÇÃO ONCOLÓGICA –
PACIENTE IDOSO E SOBREVIVENTE DO CÂNCER, 2ª
EDIÇÃO, 2016.
PONTOS IMPORTANTES:

1. População envolvida: idoso e sobrevivente do câncer.

DOS TERMOS:

1. Paciente idoso: > 60 anos.

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2. Sobreviventes do câncer: todas as pessoas que estão
vivendo com um diagnóstico de câncer, incluindo aquelas
que se recuperaram da doença.
RECOMENDAÇÕES LEVANTADAS NA DIRETRIZ PARA O
PACIENTE IDOSO:
1. Todos os pacientes idosos devem ser avaliados, sejam
eles internados ou ambulatoriais.
2. Na admissão do paciente idoso: ASG-PPP ou MAN, nas
primeiras 24 a 48h da internação e, se em ambulatório,
ASG-PPP ou MAN na forma reduzida.
3. Durante a internação e na consulta ambulatorial,
anamnese nutricional com dados clínicos, exame físico,
história alimentar, exames laboratoriais, parâmetros
antropométricos (IMC, circunferência da panturrilha,
circunferência do braço, circunferência muscular do

RECOMENDAÇÕES LEVANTADAS NA DIRETRIZ PARA O


SOBREVIVENTE DO CÂNCER:
1. Todos os pacientes sobreviventes do câncer devem
receber assistência nutricional.
2. Triagem nutricional e avaliação de hábitos de vida,
voltados à identificação dos fatores de riscos nutricionais
para recidiva da doença (excesso de peso, hábitos
alimentares inadequados, tabagismo, sedentarismo,
alcoolismo, entre outros), segundo tumor primário,
m a n u te n ç ã o d o p e s o c o r p o ra l o u d e fi c i ê n c i a s
nutricionais.
3. Dados a serem coletados: Exame físico: para identificar
carências nutricionais; Antropométricos: IMC, dobra
cutânea tricipital, circunferência do braço, circunferência
muscular do braço, circunferência de cintura, % perda ou
ganho de peso, a cada consulta; Alimentar: história
alimentar na primeira consulta, anamnese e questionário

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CONCLUINDO...
Neste documento, reuni as principais indicações referentes à
avaliação nutricional com enfoque em oncologia ou no grupo
de pacientes com doença aguda ou crônica e hospitalizados.

Conhecer as maiores diretrizes em cuidado nutricional é


importante para desenharmos, de forma personalizada, mas
jamais esquecendo das evidências existentes e orientações já
acordadas, nossa forma de cuidar do paciente com câncer.

De forma geral, todo paciente precisa ser triado, seja em


ambulatório, seja internado, seja o paciente cirúrgico, clínico
ou em cuidados paliativos. Mas a triagem deve ser a primeira
peneira para direcionamento dos cuidados e avaliações
adicionais para aquele que foi identificado como risco. Se triar
e diagnosticar o risco não muda sua conduta entre esses dois
grupos (com risco e sem risco), não há sentido em triar! Pense
nisso!

E da mesma forma, toda avaliação exige uma conduta. A


partir do momento que nos dedicamos para desenhar nosso
processo assistencial de cuidado, estamos olhando para
qualidade e segurança do nosso paciente, e portanto, cada
um dos grupos identificados merece uma conduta
individualizada, mas pautada no diagnóstico encontrado.
Não tem sentido apontarmos que um paciente tem
desnutrição moderada e o outro, grave, e, para ambos,
traçarmos o mesmo plano de cuidado.

Elaborado pela Nutricionista Thais de Campos

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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
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Consenso nacional de nutrição oncológica / Instituto


Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva,
Coordenação Geral de Gestão Assistencial, Hospital do
Câncer I, Serviço de Nutrição e Dietética; Organização
Nivaldo Barroso de Pinho. – 2. ed. rev. ampl. atual. – Rio de
07
Janeiro: INCA, 2015. 182p.

Consenso nacional de nutrição oncológica / Instituto


Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva,
Coordenação Geral de Gestão Assistencial, Hospital do

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