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CAPÍTULO: IV - Análise de Viabilidade da NEROBEL KUXIMANY

4.1 – Indicadores de Viabilidade Com base nos pressupostos elencados nos


capítulos anteriores, estimamos os seguintes resultados para a NEROBEL
KUXIMANY:
Tabela n.º 15 – Indicadores usados para análise de viabilidade do Investimento

VAL
O Valor Actual Líquido (VAL), está estimado em 12,7 milhões de Kwanzas. De
acordo com este critério, o projecto é economicamente viável, à taxa do custo
de oportunidade de 18,21%. A empresa poderá recuperar totalmente o
investimento feito e gerar, deste modo, um excedente monetário aos seus
accionistas.
A Taxa Interna de Rentabilidade (TIR) do projecto fixou-se em 18,90%, uma
taxa superior em 0,69 pontos percentuais à taxa do custo de oportunidade
(18,21%). De igual modo, partindo deste critério de rentabilidade, o projecto é
economicamente viável, pois está a proporcionar uma rentabilidade superior à
rentabilidade da melhor alternativa de risco semelhante. Com o Índice de
Rentabilidade do Projecto (IRP) acima de zero, concluímos que o projecto é, do
ponto de vista económico, viável.
Assim, por cada Kwanza ou USD convertido em Kwanzas investido, o projecto
terá um retorno de 1,02 Kwanzas; poderá recuperar totalmente o investimento
e, obter a remuneração adequada e gerar excedentes.
Relativamente ao Período de Recuperação do Investimento (PRI), os dados da
tabela acima mostram que o valor investido será recuperado em 4 anos, 11
meses e 12 dias. Significa que a recuperação poderá ser efectivada no último
ano de actividades. Dado que o PRI é menor do que o período de vida útil do
projecto (5 anos), concluímos que o projecto é, também para este indicador,
economicamente viável.
Consegue-se recuperar totalmente o capital investido antes da vida útil do
projecto. Todos os indicadores de viabilidade apresentados, sugerem que o
investimento deve ser realizado nas condições em que foram definidas e pelos
pressupostos técnicos e financeiros avançados.
Não obstante o mesmo ser aplicado num período relativamente curto, a olhar
para o sector em causa, existem razões mais do que suficientes para avançar
com a sua. A não projecção de dados para além de 2026 devem ao facto de
existiram poucas informações relevantes sobre a evolução da economia e do
sector, facto que poderá induzir em erros não negligenciáveis na estimativa de
receitas e custos para o projecto, tornando-o menos consistentes.
4.2 – Outros Indicadores de Viabilidade
Os indicadores do projecto apresentam um desempenho animador na
generalidade das especificidades. Os níveis de crescimento apresentam-se
uma tendência positiva e acima de dois dígitos e estão alinhados com a actual
conjuntura, sem, contudo, menosprezar o potencial de crescimento do mesmo
em virtude das necessidades do mercado. Contudo, a taxa de crescimento
nominal média do projecto, entre 2022 e 2026, poderá manter-se acima dos
74%. Deverá manter-se acima da média do Produto Interno Bruto (PIB) no
médio prazo e acima da taxa de crescimento do sector não petrolífero.
Embora a margem operacional se apresente como negativa, nos dois
primeiros anos de actividades, deverá manter-se positiva em 2024, 2025 e
2026 (15,1%, 40,6% e 61,1%, respectivamente), conforme a tabela abaixo.
Estes níveis garantem sustentabilidade ao projecto e asseguram a capacidade
de absorção dos riscos Página 46 de 55 operacionais com custos do projecto.
A contínua busca por valores mobiliários mais atractivos e com poucos riscos
deverão contribuir para expansão do volume de negócios, facto determinante
para alargar as margens de lucros ao longo da vida útil do projecto.
À semelhança, a rentabilidade líquida dos valores mobiliários deverá manter-se
em termos médio nos 88,52%, um nível relativamente alto comparativamente
às perspectivas de crescimento da economia. Com efeito, admite-se a redução
da margem financeira até 10%, com a entrada de novos players no mercado,
sem, contudo, penalizara a rentabilidade do projecto. 
O Return On Investment deverá evoluir favoravelmente, ao manter-se acima
dos dois dígitos, o que sugere um retorno efectivo do capital investido. Não
obstante o mesmo apresentar uma tendência definida decrescente, é um
indicador forte da robustez do projecto.
A rendibilidade do activo é um indicador de rendibilidade que não considera as
decisões financeiras, dado que é medida considerando o resultado antes de
juros e impostos. Esta apresenta sempre taxas consideráveis e crescentes, a
partir de 2024, entre 5% e 22%, aproximadamente.
A rendibilidade do capital próprio mede a capacidade deste em gerar retorno
financeiro. Além de depender do retorno do activo, também depende da
alavancagem financeira. Em média, a taxa fixar-se-á em 53,6%, nos cinco anos
do projecto. Portanto, o nível se comparado às taxas de juro em vigor no
mercado, apresentam-se superiores, o que sustenta que o investimento é
suficientemente rentável.
Relativamente à autonomia financeira, esta determina a parte do activo que é
financiada por capitais próprios. Quanto maior a autonomia, maior a
estabilidade financeira da empresa. Atendendo ao presente projecto, a
autonomia financeira apresenta uma taxa média de, aproximadamente, 61%.
A capacidade da empresa em honrar os compromissos financeiros para com os
seus credores, é indiscutível, dado que a solvabilidade total apresenta valores
bastante elevados. Os resultados decorrentes da actividade da empresa
também se revelam Página 48 de 55 suficientes para cobrir os encargos com
os capitais alheios ao longo da vida útil do projecto.
Os indicadores de liquidez apontam a capacidade da empresa em honrar os
seus compromissos de curto prazo, nomeadamente no que concerne a dívidas
decorrentes da exploração e também a obrigações perante o Estado e outros
entes públicos. A diferença da liquidez geral para a liquidez reduzida reside no
facto de nesta última considerar-se que os activos fixos em inventário não são
facilmente convertíveis em dinheiro.
Perante os valores apresentados pelo projecto, os rácios de liquidez são
crescentes ao longo do período útil do projecto. Além disso, a empresa poderá
ver obrigada a recorrer a empréstimo de curto prazo para fazer face às
despesas inerentes ao projecto, em caso de manutenção do processo
depreciativo da moeda.
Quanto ao risco do projecto, este pode ser medido pelo grau de alavancagem
operacional e pelo grau de alavancagem financeira. O facto está em linha com
a sazonalidade da arrecadação de receitas e, atendendo à margem bruta
apresentada, o projecto apresenta uma alguma volatilidade dos resultados
operacionais face às variações do volume de negócios, dado o peso dos custos
fixos comparativamente à margem de contribuição, dada a grande
sensibilidade dos resultados perante pequenas variações no volume de
negócios, remete para um maior risco. 4.3 - Riscos do Projecto
O projecto pelas características idiossincráticas de um projecto financeiro
apresentase razoável face aos diferentes cenários de risco e pela natureza do
sector em que está inserido. Contudo, o nicho de mercado que procura atender
– produtos do mercado monetário, mercado de capitais – impõe algumas
barreiras e limitações que, se não entendidas, podem transformar-se em risco
do negócio.
Paralelamente, factores aleatórios de carácter macroeconómico, políticos e
sociais, também deverão pressionar, de forma indirecta, negativamente o
desempenho da Página 49 de 55 actividade, através da redução da procura
agregada, redução do poder de compra das famílias e das empresas.
A capacidade de captação de clientes e da carteira própria estará condicionada
pela evolução das condições fiscais do Estado – enquanto principal e único
emitente de valores mobiliários, no curto prazo – e pela a evolução do mercado
cambial, a nível das alterações das taxas de câmbio. Com efeito, a constituição
de provisão para assegurar o financiamento da segurança de tesouraria nos
primeiros anos de actividade será fundamental.
A captação de clientes particulares e, em particular, institucionais que
actualmente têm os seus recursos geridos pelos actuais operadores do sector
– Bancos e Correctores – poderá apresentar-se como um desafio adicional na
evolução do negócio no segmento da intermediação, muito por conta da baixa
literacia financeira e do reduzido poder de compra e dos baixos níveis de
poupança na economia.
As perspectivas de alteração na legislação fiscal, relativamente, ao Imposto
Aplicação de Capital (IAC) dos actuais 10% para Títulos de Dívida Públicas
com maturidade até três (3) anos e de 5% para maturidades para além de três
anos poderá produzir relevantes desafios a nível de rentabilidade do projecto.

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