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Centro Universitário Estácio de Brasília

Curso de Graduação em Nutrição

Manual de Avaliação Nutricional

Disciplina: Avaliação nutricional


Professora: Fernanda Avena

Brasília

2023
1. Introdução

A avaliação nutricional tem como objetivo principal determinar as influências da


nutrição na saúde do individuo, usando métodos e técnicas para avaliar o estado
nutricional de sadios e enfermos
As ferramentas mais utilizadas para avaliar o estado nutricional envolvem:
exames das condições físicas do indivíduo, através da anamnese alimentar, dados
bioquímicos, imunológicos, exame clínico, dados antropométricos e dados psicossociais.
A escolha ou seleção dos métodos, técnicas e procedimentos de uma avaliação
nutricional, encontra-se diretamente relacionada com os objetivos da avaliação que
normalmente consiste em diagnosticar a magnitude e a distribuição geral dos problemas
nutricionais, identificar e analisar seus determinantes, com a finalidade de estabelecer
medidas de intervenção adequadas.

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2. Técnicas de medição antropométrica
a. Peso:
Adultos
Instrumento: balança plataforma ou digital com
capacidade para até 200 kg e variação de 100 em 100 g
Técnicas: colocar o examinado com o mínimo de roupa
possível, descalço, com os pés posicionados no centro
da plataforma, braços estendidos ao longo do corpo e
cabeça ereta olhando para o horizonte. Registrar em
quilogramas

b. Altura
Instrumento: antropômetro horizontal, fita métrica
presa na parede ou estadiómetro.
Técnica: Deve ser medida com o indivíduo junto a
superfície vertical plana, com a cabeça livre de
adereços, em posição ereta, com os braços estendidos
ao longo do corpo, a cabeça erguida, olhando para um
ponto fixo na altura dos olhos, descalços e com os pés
juntos. O examinado deve ficar junto a superfície
vertical tocando a parede em cinco pontos do corpo
(calcanhares, panturrilha, nádegas, ombros e cabeça). O
examinador registrará a altura em metros e centímetros

c. Ponto médio do braço


Instrumento: fita métrica de fibra de vidro (inextensível)
Técnica: Medida efetuada no braço direito. O braço é
posicionado em ângulo de 90º do corpo; marca-se o
ponto médio entre o acrômio e o olécrano. O avaliador
se posiciona lateralmente ao avaliado

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d. Circunferência do braço
Instrumento: fita métrica de fibra de vidro
(inextensível) Técnica: Representa o somatório do
tecido muscular, ósseo e gorduroso. O braço direito
deve estar em posição estendida ao longo do corpo. Na
altura do ponto médio a fita métrica é contornada de
forma que fique aderida à pele, sem pressionar os
tecidos moles do braço. O examinador registrará a CB
em centímetros

e. Circunferência abdominal
Instrumento: fita métrica de fibra de vidro
(inextensível) Técnica: é medido em cima da cicatriz
umbilical. O examinador registrará a CA em
centímetros.

f. Circunferência da cintura
Instrumento: fita métrica de fibra de vidro
(inextensível) Técnica: é medido no ponto médio entre
o último arco costal e a crista ilíaca. O examinador
registrará a CC em centímetros

g. Circunferência do quadril
Instrumento: fita métrica de fibra de vidro
(inextensível) Técnica: É medida no ponto de maior
protuberância posterior dos glúteos. O avaliado deverá
permanecer em posição anatômica, porém com os
braços ligeiramente afastados do corpo e com os pés
unidos. O examinador registrará a CQ em centímetros

h. Circunferência da coxa
Instrumento: fita métrica de fibra de vidro (inextensível)
Técnica: é medida sobre o músculo reto femural, a um
terço da distância do ligamento inguinal e da borda
superior da patela. O peso do corpo deve estar
concentrado na perna direita. O examinador registrará
a
CCoxa em centímetros

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i. Circunferência da panturrilha
Instrumento: fita métrica de fibra de vidro
(inextensível) Técnica: é medida no ponto de maior
perímetro da perna, sendo que esta deve estar
relaxada. O examinador registrará a CP em centímetros.

j. Dobra cutânea triciptal


Instrumento: adipômetro
Técnica: medida no ponto médio entre o processo
acromial da escápula e o olécrano da ulna. O avaliador
deve separar a dobra do braço, desprendendo-a do
tecido muscular, e pinçar a dobra na face posterior do
braço sobre o tríceps. O braço do avaliado deve estar
relaxado e solto ao lado do corpo. O examinador
registrará a DCT em milímetros

k. Dobra cutânea biciptal


Instrumento: adipômetro
Técnica: O indivíduo deve estar com a palma da mão
voltada para fora. Na face anterior do braço deve-se
segurar a dobra (na mesma região da DCT)
verticalmente e realizar a aferição. O examinador
registrará a DCB em milímetros.

l. Dobra cutânea subescapular


Instrumento: adipômetro
Técnica: deve-se marcar o local logo abaixo do ângulo
inferior da escápula. A medida é realizada 1 cm abaixo
deste ângulo, de tal forma que se possa observar um
ângulo de 45° entre esta e a coluna vertebral. O
indivíduo deve estar com os braços soltos e relaxados.
O
examinador registrará a DCSE em milímetros.

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m. Dobra cutânea suprailíaca
Instrumento: adipômetro
Técnica: o avaliado deve se manter em pé, ereto, com
os pés juntos e os braços inclinados para o lado. O
braço pode ser curvado e levemente flexionado para
melhorar a aferição. O avaliador deve pinçar a prega
com os dedos a aproximadamente 1 cm anterior à linha
axilar média. O examinador registrará a DCSI em
milímetros.

n. Dobra cutânea peitoral


Instrumento: adipômetro
Técnica: é uma medida oblíqua em relação ao eixo
longitudinal, na metade da distância entre a linha axilar
anterior e o mamilo, para homens, e a um terço da
linha axilar anterior, para mulheres. O examinador
registrará a DCTor em milímetros.

o. Dobra cutânea abdominal


Instrumento: adipômetro
Técnica: é a medida aproximadamente a dois
centímetros à direita da cicatriz umbilical,
paralelamente ao eixo longitudinal. O examinador
registrará a DCA em milímetros.

p. Dobra cutânea da coxa


Instrumento: adipômetro
Técnica: é medida paralelamente ao eixo longitudinal,
sobre o músculo reto femural, na metade da distância
do ligamento inguinal e da borda superior da patela. O
avaliado deverá deslocar o membro inferior direito à
frente, com uma semiflexão do joelho, e manter o peos
do corpo no membro inferior esquerdo. O examinador
registrará a DCC em milímetros.

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q. Dobra cutânea da panturrilha medial
Instrumento: adipômetro
Técnica: o avaliado deve estar sentado, com a
articulação do joelho em flexão de 90º, o tornozelo em
posição anatômica e o pé sem apoio. A dobra é pinçada
no ponto de maior perímetro da perna, com o polegar
da mão esquerda apoiando na borda medial da tíbia. O
examinador registrará a DCPM em milímetros.

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3. AVALIAÇÃO ANTROPOMÉTRICA

Risco para doenças cardiovasculares


o Circunferência abdominal
Classificação de risco de complicações segundo a CA
Gênero Aumentado Muito Aumentado
Masculino ≥94 ≥102
Feminino ≥80 ≥88
Fonte: OMS, 1998

o Razão cintura/quadril

Razão C/Q = medida da cintura/medida do quadril

Relação cintura/quadril
Homens RCQ >1,0
Mulheres RCQ >0,85
Fonte: OMS, 1998

Relação CA/CQ – distinção por gêneros


Gênero Razão CA/CQ Risco
Masculino 0,90 – 0,95 Baixo
0,96 – 1,00 Moderado
> 1,00 Alto
Feminino 0,80 – 0,85 Baixo
0,86 – 0,90 Moderado
> 0,90 Alto
Fonte: Lohman, 1988

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4. Avaliação nutricional do idoso

- IMC – Lipschitz, 1994

IMC (kg/m2) Classificação


< 22,0 Magreza
22,0 a 27,0 Eutrofia
> 27,0 Excesso de peso

- Para avaliação dos idosos utiliza-se as mesmas fórmulas para adultos, porém com referêrencias
diferentes, segundo os autores BURR e PHILLIPS (1984)

- Indice de massa corpórea

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- Circunferência do braço (CB)

- Dobra cutânea triciptal (DCT)

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- Circunferência muscular do braço (CMB)

CMB (mm) = CB (mm) – [ x DCT (mm)]

- Área muscular do braço (AMB)

AMB (mm2) = (CMB)2


4

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- Classificação do estado nutricional segundo o percentil – utilizado para IMC, CB, DCT, CMB e AMB
Percentil Classificação
< P5 Desnutrição
P5 – 10 Risco de desnutrição
P10 – 90 Eutrofia
> P90 Obesidade ou musculatura
desenvolvida (CMB e AMB)
Fonte: British journal of nutrition (1984); 51: 165-169

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5. Avaliação antropométrica de paciente acamado
- Estimativa de peso

Fórmulas específicas para adultos (Chumlea et al, 1988):


Masculino Peso (kg) = (1,92 x CB) + (0,44 x CP) + (0,25 x DCSE) – 39,97
Feminino Peso (kg) = (0,92 x CB) + (1,5 x CP) + (0,42 x DCSE) – 26,19

CB = circunferência do braço (cm); CP= circunferência da panturrilha (cm); DCSE = dobra cutânea
subescapular.

Fórmulas específicas para idosos (Chumlea et al, 1988):


Masculino Peso (kg) = (1,73 x CB) + (0,98 x CP) + (0,37 x DCSE) + (1,16 x AJ)-81,69
Feminino Peso (kg) = (0,98 x CB) + (1,27 x CP) + (0,40 x DCSE) + (0,87 x AJ) -62,35

CB = circunferência do braço (cm); CP= circunferência da panturrilha (cm); DCSE = dobra cutânea
subescapular; AJ= Altura do joelho.

Fórmulas para adultos em geral (Rabito et al, 2006)


Masculino Peso (kg) = (0,5759 x CB) + (0,5263 x CA) + (1,2452 x CP) – (4,8689 x 1) - 32,9241
Feminino Peso (kg) = (0,5759 x CB) + (0,5263 x CA) + (1,2452 x CP) – (4,8689 x 2) - 32,9241

CB = circunferência do braço (cm); CA = circunferência abdominal (cm); CP = circunferência da


panturrilha (cm).

Fórmula para criança em geral


Primeiro ano de vida: Peso = (peso ao nascer + idade) x 600; onde a idade é em meses
Com mais de um ano: Peso = (idade x 2) + 8; onde a idade é em anos

- Estimativa de altura

Fórmula específica para adultos e idosos (Chumlea et al, 1985)


Homens: Estatura (cm) = [64,19 – (0,04 x idade) + (2,02 x altura do joelho em cm]
Mulheres: Estatura (cm) = [84,88 – (0,24 x idade) + (1,83 x altura do joelho em cm)]
Estimativa para adulto em geral (Rabito et al, 2006):
Masculino: Altura (cm) = 58,6940 – (2,9740 x 1) – (0,0736 x idade) + (0,4958 x CB) + (1,1320 x ME)
Feminino: Altura (cm) = 58,6940 – (2,9740 x 2) – (0,0736 x idade) + (0,4958 x CB) + (1,1320 x ME)

Onde: CB: circunferência do braço, ME: meia envergadura

Fórmula para criança em geral após 1 ano de vida


Após o primeiro ano de vida: Altura = 85 + [(idade – 2) x 6]

- IMC, CB, DCT, CMB, AMB e AGB – seguir padrão pela idade

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6. Avaliação antropométrica de paciente amputado

- Cálculo do peso anterior a amputação

Peso anterior a amputação = [peso atual / (100 - % amputação)] x 100

o Para amputações bilaterais a porcentagem de amputação dobra

Estimativa de peso corpóreo após a amputação


Parte do corpo Amputação (%)
Membro superior 6,5
Braço 3,5
Antebraço 2,3
Mão 0,8
Membro inferior 18,5
Coxa 11,6
Perna 5,3
Pé 1,8
Fonte: Osterkamp LK. Current perspective on assessment of human body proportions of relevance to
amputees. J Am Diet Assoc. 1995;95:215-218.

- IMC: utilizar o peso anterior a amputação

- CB, DCT, CMB, AGB: utilizar os parâmetros referentes a idade de paciente estudado

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7. Avaliação antropométrica para pacientes com edema

- Peso ajustado para edema

o Peso ajustado para edema (Martins et al, 2003): descontar do peso atual o
excesso de peso hídrico, observando a tabela abaixo

Edema Excesso de peso hídrico (kg)


+ Tornozelo 1
++ Joelho 3–4
+++ Raiz da coxa 5–6
++++ Anasarca 10 – 12

o Peso ajustado para edema e ascite para hepatopatas (James, 1989): descontar
do peso atual o excesso de peso hídrico, observando a tabela abaixo

Grau de Ascite Peso ascítico (Kg) Edema Periférico (kg)


Leve 2.2 1,0
Moderada 6,0 5,0
Grave 14,0 10,0

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8. AVALIAÇÃO BIOQUÍMICA

A avaliação bioquímica é parte integrante da avaliação do estado nutricional, devendo ser


usada em conjunto com a avaliação antropométrica e de consumo alimentar para correta
elaboração do diagnóstico nutricional. É também importante para acompanhar da evolução do
estado nutricional e a adequação da prescrição dietoterápica proposta.

- Proteínas séricas

Principais proteínas utilizadas para avaliação nutricional


Proteína Características Principais Meia-vida Valor de referência
Proteína mais abundante no plasma. Normal: 3,5 – 5,0
Albumina Está relacionada à pressão g/dl
coloidosmótica e com o transporte de 18 dias Depleção grave:
substâncias. Sua baixa concentração < 2,0g/dl Depleção
está relacionada ao aumento na moderada: 2,1 –
mortalidade hospitalar. Sua 2,8g/dl
concentração pode ser afetada pela Depleção leve:
água corporal e por doenças como 2,8 – 3,4g/dl
insuf. hepática, cardíaca, síndrome
nefrótica e enteropatias perdedoras
de proteínas
Transportadora da tiroxina. Mais
Pré-albumina sensível que a albumina e 2 dias 19 – 38g/dl
transferrina. Pode ser usada como Depleção leve: 10 –
indicador da resposta a terapia 15mg/dl Depleção
nutricional. Sintetizada no fígado. moderada: 5 –
Níveis séricos podem estar reduzidos 10mg/dl Depleção
em situações de insuf. hepática, grave:
inflamação, estresse, desnutrição, < 5mg/dl
infecção.

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Transferrina Marcador sensível de depleção 200 – 360mg/dl
nutricional. Produzida no fígado e 9 dias Depleção leve: 150
regulada pelos depósitos de ferro no – 200mg/dl
organismo. Realiza ligação e Depleção
3+
transporte do Fe ou medida moderada: 100 –
diretamente ou calculada pela 150mg/dl Depleção
fórmula: transferrina= (TIBC) x 0,8 – grave:
43. Seus níveis podem estar < 100mg/dl
aumentados em casos de def. de
ferro, anemia ferropriva, gravidez e
reduzidos na insuf, hepática,
infecções, síndrome nefrótica,
desnutrição

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Proteína Sua única função é transportar a
ligadora do molécula de retinol para fígado, 12 horas. 3 – 6,5 mg/dl
retinol protegendo-a da oxidação. Bom
marcador da depleção protéica aguda
(meia-vida curta), níveis reduzidos na
insuf, hepática, def. vit. A e de Zn,
inflamação e estresse e aumentados
na insuf, renal.
Proteína Mais rápida das proteínas de fase
C reativa aguda. Pode ser utilizada como 4-6 horas Até 0,5mg/dl
marcador direto de subnutrição.
Fator de risco para eventos
cardíacos
(infarto). Aumentada em situações
catabólicas e de estresse.
Fonte: Bottoni et al, 2001; Martins, 2008

- Lipídios sanguíneos

Valores de referência dos lipídeos séricos para adultos

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- Hematócrito e hemoglobina:

Por ser uma proteína intracelular, a hemoglobina tem sua transformação metabólica
muito lenta, sendo menos sensível aos processos de desnutrição. Pouco utilizado como
parâmetro nutricional devido a críticas por alterar-se na vigência de perdas sangüíneas,
estados de diluição sérica e transfusões sangüíneas. É usado para avaliar o estado
anêmico do paciente.

Interpretação dos valores de Hb e Ht na Avaliação Nutricional


Valores de referências
Normal Reduzido Muito reduzido
Homens Hb (g/dL) ≥ 14,0 12,0 – 13,9 < 12,0
Ht (%) ≥ 44,0 37,0 – 43,0 < 37,0
Mulheres Hb (g/dL) ≥ 12,0 10 – 11,9 < 10,0
Ht (%) ≥ 38,0 31,0 – 37,0 < 31,0
Fonte: Martins, 2008

- Avaliação Laboratorial de Anemias: Exames laboratoriais que diagnosticam os diversos tipos


de anemia

Anemi
a de
Valores Deficiência de Anemia Anemia doença
Teste laboratorial Normais Fe Megaloblástic Perniciosa crônica
a (Folato) (vit B12) (AIDS,
Chron,
idosos)
Eritrócitos (hemáceas) M: 4,0-5,2 <4,0 <4,0 <4,0 <4,0
(x106mm³ ou milhões/mm³) H: 4,5-5,9 <5,0 <4,5 <4,5 <4,5
M: 12-16 <12 <12 <12 <12
Hemoglobina (g/dl)
H: 14-18 <14 <14 <14 <14
M: 37-47 <37 <37 <37 <37
Hematócrito (%)
H: 42-52 <42 <42 <42 <42
Volume corpuscular médio (fl >95 ou
80-95 <80 >95 Normal
ou µm³) normal
Hemoglobina corpuscular
27-31 <27 >31 >31 Normal
média(pg)
Concentração da hemoglobina >36 ou
32-36 <32 >36 ou normal Normal
corpuscular média (%) normal
M: 60-190 <60 >190 >190 <60
Ferro sérico (µg/dl)
H: 80-180 <80 >180 >180 <80
Capacidade total de ligação do
250-420 >420 - - <250

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ferro (TIBC) (µg/dl)
>15, <15 ou >15, <15 ou
Saturação da transferrina (%) >15 <15 <15
normal normal
M: 10-150 <10 >150 >150 normal
ou
Ferritina (ng/ml)
H: 12-300 <12 >300 >300 elevad
o
Vit B12 (pg/ml) 160-950 Normal diminuído diminuído Normal
5-25 - <5 >25 normal
Folato (µg/ml) ou
* no eritrócito * 140-628 - * <140 * >628 diminu
ído
Homocisteína (µmol/l) 4-14 - aumentado aumentado Normal
Fonte: Martins, 2008 M: mulheres; H: homens

- Demais exames bioquímicos

Exames Valores de referência Causa/Significado de valores normais


Ácido Úrico M: 3,4 – 7,0 mg/dL Sua excreção é via urinária e o nível sérico
F: 2,4 – 6,0 mg/dL depende do equilíbrio entre ingestão, síntese
endógena, filtração glomerular e manuseio
tubular, que possui sistema complexo de
reabsorção e excreção. Associa-se com
hiperlipidemia, obesidade, diabetes, ingestão
de álcool e hipertensão.
Aumentado: na gota, insuficiência renal,
anorexia, leucemias, doença infecciosa
aguda, câncer metastático, choque, Cetose
diabética, acidose metabólica, estresse,
alcoolismo, hiperuricemia assintomática
Diminuido: com uso de fármacos antigota
(alopurinol), doença de Wilson e câncer.
Ácido Úrico 0,25 – 0,75 g/dia Hiperuricosúria isolada ou associada a outros
(urina) distúrbios metabólicos, ocorre em cerca de
15% dos pacientes com calculose. Não há
correlação entre os níveis séricos e urinários
de ácido úrico
Aumentado: em pacientes com cálculo
urinários compostos de ácido úrico, oxalato
de
cálcio ou misto.
Albumina 3,2 – 4,5 g/dL Útil na avaliação do estado nutricional e
capacidade de síntese hepática

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Aumentado: na desidratação
Diminuído: em edema, doença hepática, má-
absorção, diarréia, IRC, desnutrição, estresse,
hiperhidratação, câncer, síndrome nefrótica.
Bicarbonato Venoso: 23 – 27 mmol/L Útil na avaliação do equilíbrio ácido-básico.
Arterial: 22 – 26 mmol/L Em situações normais, a proporção
base:ácido é de 20:1
Aumentado: na alcalose metabólica (diminui
ácido e aumenta bic, no líquido extracelular),
acidose/depressão respiratória, enfisema,
vômito.
Diminuído: na acidose metabólica,
insuficiência renal, cetoacidose diabética,
acidose lática, diarréia, alcalose/estímulo
respiratório, hiperparatiroidismo primário,
privação alimentar prolongada.

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Cálcio Adulto: 8,4 – 10,2 mg/dL Possui função muscular e nervosa,
Criança até 1 ano: 8,5 – mineralização de ossos e dentes, e secreção
11,5 mg/dL hormonal. Regulador metabólico intracelular.
Participa da coagulação sanguínea e é
responsável pelo transporte da Vitamina B12
através do trato gastrointestinal. É útil no
diagnóstica e acompanhamento de distúrbio
do metabolismo de cálcio e fósforo, incluindo
doenças ósseas, nefrológicas e neoplásicas.
Aumentado: no câncer, hiperparotiroidismo,
insuficiência adrenal, hipertiroidismo, doença
óssea de Paget, imobilização prolongada,
ingestão excessiva de vit D ou Ca, uso em
longo prazo de diuréticos tiazídicos, acidose
respiratória, IRC
Diminuído: na hipoalbuminemia, def de Vit
D, uremia, P elevado, alcalose, diarréria,
hipoparatireoidismo, osteomalácia, má-
absorção, hipomagnesemia, privação
alimentar prolongada, uso de esteróides.
Correção de cálcio p/ os níveis de albumina
sérica (mg/dL) = [4,0 – albumina do paciente
(g/dL)] x 0,8 + Ca medido (mg/dL)
Cálcio (urina) Criança até 12 anos: ≥ Útil na avaliação de cálculo renal e
4mg/kg de peso/dia eventualmente no acompanhamento de
Adulto: 55 – 220 mg/dia portadores de hiperparatiroidismo, lesões
ósseas metastáticas, intoxicação por vitamina
D, acidose tubular renal
Aumentado: no hiperparatiroidismo,
metástase óssea osteolítica, osteoporose,
intoxicação por Vit D, hipercalciúria
idiopática, síndrome de Falconi
Diminuído: no hipoparatiroidismo,
raquitismo, osteomalácia, todos os casos em
que o Ca sérico está baixo (exceto na IRC),
esteatorréia, doença celíaca, neoplasia óssea.
Cetonas (urina) Negativo Substância derivadas do metabolismo dos
ácidos graxos.
Aumentado: cetoacidose diabética, febre,
vômito, diarréia, anorexia
Clearance de Crianças: 70 – 130 Mede o ritmo de filtração glomerular.
creatinina mL/min/1,73m2 Influenciado pela ingestão de proteína,
M: 85 – 125 principalmente de carnes.
mL/min/1,73m2
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F: 75 – 115 Aumentado: na fase inicial do diabetes,
mL/min/1,73m2 hipertiroidismo, acromegalia.
Diminuido: na IRC
Colesterol Adultos: Usado freqüentemente na avaliação de
Desejável: <200 mg/dL doenças coronarianas. Possui importantes
Limite: 200-239 mg/dL funções fisiológicas, incluindo síntese de ac
Elevado: >240 mg/dL biliares, hormônios esteróides e membranas
celulares. Níveis elevados tem sido
implicados
em processos ateroscleróticos.
Creatinina Até 6 anos: 0,3-0,7mg/dL Útil na função renal. Aumenta na medida em
De 7-12 anos: 0,4- que diminui o ritmo de filtração glomerular.
0,8mg/dL Diminui com o aumento da filtração. Sofre
M: 0,8 – 1,2 mg/dL menos influência da dieta do que a uréia e,
F: 0,6 – 1,0 mg/dL neste aspecto, é melhor índice de função
renal do que a última. Reflete a soma da
ingestão de alimentos ricos em creatina e em
creatinina. Aumentado: na IRA e IRC, dano
muscular, hipertiroidismo, com aumento da
massa muscular, privação alimentar
prolongada, acidose diabética, ingestão
excessiva de carne.
Diminuído: na gestação
Densidade 1005 – 1035 A densidade é a função da concentração
urinária urinária. Após 12 horas de restrição hídrica,
deve atingir pelo menos 1025. Em condições
de sobrecarga aquosa, bem como na
ausência do hormônio anti-diurético, pode
chegar a 1002
Aumentado: no DM, nefrose, febre,
desidratação, vômito, diarréia, ingestão
hídrica baixa.
Diminuído: no diabetes insipidus, pielonefrite
ou glomerulonefrite crônica, dano renal
severo, intoxicação hídrica
Eritrócitos M: 4,32-5,52 Aumentado: na policitemia, desidratação e
milhões/mm3 diarréia severa
3
F: 3,9-5,03 milhões/mm Diminuído: em anemia, hemorragia,
deficiência de ferro, doença sistêmica
Ferritina M: 36-262 g/L Indicada no diagnóstico diferencial das
F: anemias e no acompanhamento das
Menarca - 10 – 64 g/L alterações de armazenamento de Fe.
Pós menopausa – 24 – 155 Principal proteína de sistema
g/L reticuloendotelial
responsável pelo armazenamento de Fe
26
27
Aumentado: na doença inflamatória, IRC,
malignidade, hepatite, sobrecarga de Fe e
hemocromatose
Diminuído: na anemia por deficiência de ferro
Ferro M: 49 – 181 g/dL Componente essencial de enzimas: Hb,
F: 37 – 170 g/dL mioglobina, metaloenzimas de funções
respiratórias. Útil na avaliação das anemias
hipocrômicas, microcíticas
Aumentado: na ingestão excessiva de Fe,
anemias hemolíticas, doença hepática, uso de
estrogênio, hemocromatose
Diminuído: na anemia por deficiência de
cobre, doenças crônicas (lúpus, artrite
reumatóide), infecções, doença hepática,
hemorragia, hemoglobinúria, desnutrição,
cirurgia, uso de antiácidos.
Fosfatase Recém-nascido: 150-600 Como prova de função hepática, só é
alcalina U/L confiável quando interpretada juntamente
6m-9ª: 250-950 U/L com outros parâmetros, pois é produzida
10a-18a: 75-970 U/L principalmente no fígado e osso. Indicador
Acima de 18a: 50-250 U/L mais sensível de doença óssea.
Aumentado: doença hepática, metástase
Moderado: na hipercalcemia, pancreatite,
hepatite. Também no crescimento ósseo,
deficiência de vitamina D, raquitismo,
osteomálacia
Diminuído: na hipofosfatemia, desnutrição,
cretinismo, hipotiroidismo, anemia
perniciosa, deficiência de vitamina
C/escorbuto, deficiência de Zn, excesso de
vitamina D
Fósforo Criança: Cofator de múltiplos sistemas enzimáticos do
M: 3,8 – 5,9 mg/dL metabolismo de CHO, lipídios e proteínas.
F: 3,9 – 6,1 mg/dL Componentes de ATP, ácido nucléicos e
Adultos: fosfolipídios. Importante para a
M: 2,4 – 4,6 mg/dL mineralização e estrutura óssea, síntese de
F: 2,3 – 4,3 mg/dL colágeno e homestase do cálcio
Aumento: no IRC e nefrite severa,
hipocalcemia, hipervitaminose D, tumores
ósseo, anemia falciforme
Diminuído: em hiperparatiroidismo,
hipovitaminose D, raquitismo ou
osteomalácia, inicio da realimentação em
desnutrido, gota, excesso de quelantes de
fósforo, DM
Fósforo (urina) 400 – 1300 mg/24 horas Útil na avaliação do balanço cálcio/fósforo
Aumento: hiperparatiroidismo, acidose
tubular renal, uso de diuréticos, síndrome de
Fanconi
Diminuído: hipoparatiroidismo e pseudo-
hipoparatiroidismo
Glicemia 75 – 110 mg/dL Aumentado: DM, síndrome de cushing,
DM: > 125 mg/dL (2 deficiência de tiamina, disfunção hepática
amostras) crônica, infecções severas, desnutrição
Hipoglicemia: < 50 mg/dL crônica, deficiência de potássio.
(adulto) < 40 mg/dL (RN) Diminuído: com dose excessiva de insulina,
carcionoma de pâncreas, doença hepática,
privação alimentar prolongada, pancreatite,
especialmente em pacientes recebendo
hipoglicemiante oral e insulina
Glicose (urina) Negativo Glicemia > 180 mg/dL geralmente provocam
glicosúria. Porém, em pacientes diabéticos, o
limiar renal pode variar de 50 a 400 mg/dL.
Crianças com menos de um ano e gestantes
podem apresentar glicosúria por diminuição
do limiar renal.
Aumento: no DM, estresse severo (trauma e
infecção)
HDL Baixo: > 40 mg/dL Aumentado: no exercício extenuante e
Desejável: > 40 mg/dL regular, terapia com estrogênio ou insulina,
consumo moderado de álcool.
Diminuído: no jejum prolongado, obesidade,
doença hepática, DM, hipertireodismo, fumo
e AIDS
Hematócrito M: 40 – 50% Aumentado: na desidratação, policitemia,
F: 35 – 45% choque.
Diminuída: na anemia (Ht<30), perda
sanguínea, hemólise, leucemia, cirrose,
hiperhidratação
Hemoglobina M: 13,5 – 18 g/dL Aumento: em queimaduras, insuficiência
F: 12 – 16 g/dL cardíaca, DPOC, desidratação
Diminuído: na anemia, hipertiroidismo,
cirrose, várias doenças sistêmicas, AIDS
Hemoglobina 26 – 34 g/eritrócitos Aumento: na anemia macrocítica, falso
corpouscular aumento na hiperlipidemia
médio Diminuído: na anemia microcítica
Hemoglobi 3,6% - 5,3% Avalia o controle glicêmico de diabéticos
na Glicada em longo prazo. Reflete a média das
glicemias durante os últimos dois
meses. É um teste menos sensível que a
curva glicêmica para o diagnóstico do
DM
Aumento: no diabetes mal controlado
ou recentemente diagnosticado,
talassemia, deficiência de ferro.
Objetivo de tratamento < 7%
Diminuído: na anemia falcimorte, outras
anemias hemolíticas.
Hormônio Adultos: Aumentado: no hipotiroidismo primário
tireoestimulan 21 a 54 anos: 0,4-4,2 Diminuído: no hiperparatoroidismo,
te (TSH) U/L terapia com hormônio da tireóide.
55 a 67 anos: 0,5-8,9
U/L
Índice 20 – 55% Aumentado: na ingestão excessiva de
ferro, anemia hemolítcas, doença
de hepática.
saturação Diminuído: na anemia por deficiência de
ferro, hemorragia, hemólise, hemoglobinúria.
da trasnferrina
LDL Desejável: < 130 Aumento: no hipotiroidismo,
mg/dL Limite: 130 – doença hepática, trauma
159 mg/dL agudo, DM, gestação Diminuído: na
Alto: 160 mg/dL AIDS
Valor calculado: LDL= Col total – HDL – (TG/5)
Magnésio 1,9 – 2,5 mg/dL Função muscular e nervosa, regula
sistemas enzimáticos que controlam o
metabolismo dos carboidratos, lipídeos,
eletrólitos e proteínas
Aumentado: na IRC, acidose diabética,
hipotiroidismo, desidratação, excesso
de suplemento de magnésio ou
antiácidos.
PTH 10 – 65 pg/ml Regula os níveis de cálcio, juntamente
com a Vitamina D e a calcitionina
Aumentado: na hipocalcemia
Diminuído: na hipercalcemia
pCO2 35 – 45 mmHg Aumentado: Acidose, em
hipoventilação secundária à anestesia
geral, DPOC, obstrução das vias aéreas
Diminuído: Alcalose, em desordem do
SNC, hipoxemia
30
Plaquetas 150.000 – 450.000/mm3 Aumentado: trombocitose, em
maliginidade, artrite reumatóide,
anemia ferropriva Diminuído:
trombocitopenia, em
anemia hemolítica ou
perniciosa,
quimioterapia, infecção,
hemorragia,
coagulação intravascular
disseminada

31
pH Arterial: 7,35 – 7,45 Aumentado: na alcalose respiratória ou
Venoso: 7,33 – 7,43 metabólica, vômitos, redução do potássio ou
cloro sérico, febre alta, hiperventilação,
anoxia, hemorragia cerebral.
Diminuído: na acidose respiratória ou
metabólica, cetoacidose diabética, IRC,
diarréia, insuficiência respiratória, obstrução
das vias aéreas, choque, ICC
Potássio 3,6 – 5,0 mEq/L Principal cátion intracelular. Essencial para o
metabolismo de carboidratos, transmissão
nervosa e função renal.
Aumentado: hipercalemia, na IRC, dano
tissular, acidose, diabetes não controlada,
hemorragia interna, excesso de suplemento
de K, AIDS.
Diminuído: hipocalemia, na perda
gastrointestinal, vômito excessivo, diarréia,
administração de líquido endovenoso sem
suplementação de K, má absorção,
desnutrição, estresse crônico ou febre, IRC
Pré-Albumina 19 – 38 mg/dL Melhor indicador das mudanças nutricionais
que a albumina. Resultado não alterado pela
deficiência de ferro. Vida média = 2 a 3 dias.
Sintetizado no fígado. Transporta tiroxina e
proteína ligada ao retinol. Excretada pelos
rins Aumentado: na IRC, desidratação e
doença de Hodgkin
Diminuído: no hipercatabolismo agudo,
ingestão protéica inadequada, doença
hepática, estresse, infecção, cirurgia,
desnutrição, hiperhidratação.
Desnutrição: leve = 10 -15 mg/dL, moderada
= 5-10 mg/dL, grave = < 5 mg/dL
Proteína total 6,3 – 8,1 g/dL Aumentado: na desidratação, doenças que
elevam os níveis de globulina.
Diminuído: na deficiência protéica, doença
hepática severa, má absorção, diarréia,
queimaduras severas ou infecção, edema e
síndrome nefrótica
Proteína (Urina) 50 – 150 mg/24 horas Aumentado: na síndrome nefrótica,
nefropatia diabética, mieloma múltiplo,
síndrome de Falconi, anemia falciforme,
neoplasia, ITU.

32
PCR < 0,8 mg/dL Fator de risco para evento
cardiovascular (infarto do miocárdio
ou derrame) Aumentado: na
inflamação arterial, infecções
bacterianas, câncer, doença de
Crohn, infarto do miocárdio,
pancreatite, febre reumática,
artrite reumatóide, obesidade.
Sódio 137 – 145 mEq/L Principal cátion extracelular.
Importante para manutenção do
equilíbrio ácido-básico.
Aumentado: hipernatremia, na
desidratação, ingestão hídrica baixa,
diabetes insípido, síndrome de
cushing, coma.
Diminuído: hiponatremia, em
edema, queimaduras severas,
vômito/diarréia severos, diuréticos,
nefrite grave, privação
alimentar grave, hiperglicemia, má
absorção, AIDS.
Tiroxina total > 12 anos: 4,5 – 12 g/dL Aumentado: no hipertiroidismo,
(T4) anorexia nervosa.
Diminuído: no hipotiroidismo, IRC
TGO ou AST M: até 38 U/L Não é um bom parâmetro individual
F: até 32 U/L para teste de função hepática,
porque, além do fígado, é
encontrado no coração, músculo
esquelético e células vermelhas do
sangue.
Aumentado: na injuria/morte celular,
infarto do miocárdio, cirrose aguda,
hepatite, pancreatite e doença renal
Diminuído: no diabetes não
controlado (com acidose)
TGP ou ALT M: até 41 U/L Melhor parâmetro que a TGO como
F: até 31 U/L teste de função hepática. Encontrada
predominantemente no fígado, com
quantidade moderada nos rins e
somente pequena quantidades no
coração e músculo esquelético.
Aumentado: na hepatite, icterícia,
cirrose, câncer hepático, infarto do
miocárdio, queimaduras severas,
trauma, pancreatite e
33
obesidade
Gama GT M: 11 – 49 U/L Útil na diferenciação entre desordem
F: 7 – 32 U/L hepática e óssea.
Aumentado: na doença hepática
aguda e crônica, colestase intra ou
extra-hepática, hepatotoxicidade,
obstrução biliar, pancreatite.

34
Transferrina 200 – 400 mg/dL Aumentado: na reservas inadequadas
de ferro, anemia ferropriva, hepatite
aguda, uso de cotraceptivo oral
Diminuído: nas anemias perniciosas e
falciforme, infecção, câncer, doença
hepática, desnutrição hepática,
síndrome nefrótica, talassemia.
Desnutrição: leve = 150 – 200 mg/dL,
moderada = 100 – 150 mg/dL; grave
= < 100
mg/dL
Triglicérides Desejável: < 150 mg/dL Importante na avaliação do
Limite: 150 – 199 mg/dL metabolismo de lipídeos,
Alto: 200 – 249 mg/dL administração endovenosa de
Muito alto: > 500 mg/dL emulsões lipídicas deve ser cautelosa
em pacientes com níveis elevados.
Aumentado: nas hiperlipidemias,
doença hepática, pancreatite, diabetes
mal controlado, hipotiroidismo, infarto
do miocárdio, ingestão alta de açúcar
e/ou gordura.
Diminuído: na desnutrição, síndrome
de má absorção, hipotiroidismo, DPOC
Triiodotironina Adultos: Sua concentração é cerca de 1/70
(T3) 20-50 anos: 70-200 ng/dL daquela de T4 e circula ligada à
50-90 anos: 40-180 ng/dL proteína
Aumentado: em terapia com
hormônio da tireóide.
Diminuído: em doenças graves em
geral, pós- operatório, jejum, uso de
propranolol, corticoesteróides ou
pessoas muito idosas.
Uréia 10 – 45 mg/dL Reflete quebra protéica endógena
(catabolisada) ou exógena (ingerida).
Pode indicar estado de hidratação.
Sofre mais a influência do catabolsimo
protéico do que a creatinina.
Aumentado: IRC, choque trauma,
desidratação, infecção,
diabetes,
ingestão/catabolismo protéico
excessivo, infarto do miocárdio, uso de
esteróides.
Diminuído: na insuficiência hepática,
desnutrição, má absorção,
35
hiperhidratação, diarréia
Uréia (Urina) 12 – 34 g/24 horas Sintetizada no fígado a partir da
amônia, como produto final do
catabolismo das proteínas. É
livremente filtrada pelos glomérulos
renais e cerca de 40-50% são
reabsorvidos no túbulo

36
contornado proximal. Mede o ritmo de
filtração glomerular. Influenciada pela ingestão
de proteínas.
Diminuído: IRC
Volume 87 – 103 mm3/eritrócitos Aumentado: no abuso de álcool, anemia
corpuscular perniciosa macrocítica/megaloblática,
médio (VCM) deficiência de vitamina B12 e/ou folato.
Fonte: Martins, 2008

9. Exames físicos
Deficiência
Normal Achados clínicos Outras causas
suspeitada
Anemias não
Conjuntiva pálida Ferro
nutricionais
Hereditariedade e
Dificuldade visão claro escuros Vit A
doenças oculares.
Manchas de Bilot
(manchas acinzentadas, brilhates
Brilhantes, membranas róseas e Vit A
triangulares na região temporal
úmidas,
da conjuntiva)
sem feridas nos epicantos, sem
Olho

Xerose conjuntival e córnea


s

vasos proeminentes ou acúmulo de Vit A Idade e alergias.


tecido esclerótico (secura anormal)
Exposição ao tempo,
Vermelhidão e fissura nos
Riboflavina, falta de sono, fumo e
epicantos
piridoxina álcool.

Movimento ocular normal ao Oftalmoplegia (paralisia dos


acompanhar objetos músculos oculares) Tiamina e fósforo Lesão cerebral.

Sinal de bandeira
Tinturas e outros
Brilhantes, firmes e difíceis (despigmentação transversa)
tratamentos capilares
Arrancável com facilidade e Proteína
de arrancar. excessivos.
sem dor
Cabelos

Pouco cabelo, perda do Proteína, biotina, Alopecia da idade,


brilho natural zinco quimioterapia,
Aparência normal ou espessa desordens endócrinas.
Crescimento normal Pêlos crespos e encravados Vit C

Listras transversais e rugosas Proteína


Unhas

Considerado normal se
Uniformes, arredondadas e lisas Coiloníquia (unhas em forma
somente encontrado na
de colher, finas e côncavas) Ferro unha do pé.
Vit A, Ác. Graxos
Descamação ou seborréia essenciais, Zinco,
nasolabial riboflavina, Excesso de vitamina A.
piridoxina

Petéquias, especialmente Distúrbios de coagulação,


perifolicular febre severa, picada
Vit C
(manchas hemorrágicas de inseto.
pequenas de cor roxa)

Púrpuras (hematomas e Excesso de vitamina E,


sangramento subcutâneo) Vit C e vit K injúria, trombocitopenia.

Hiperqueratose folicular
PELE Vit A e vit C
E
L

(hipertrofia da epiderme)

37
Pigmentação (escurecimento) e
descamação das áreas
Niacina
expostas ao sol
Cor uniforme, lisa de aparência Aparência de “celofane” Proteína Envelhecimento.
saudável, sem erupções, edema Pigmentação amarelada,
ou manchas. principalmente nas palmas e Excesso da ingestão
solas, enquanto a esclera
de beta caroteno.
permanece branca.
Síndrome de Cushing,
Edema corporal, face redonda
medicamentos como
edemaciada (lua cheia) Proteína, Tiamina
Esteróides.
Proteína, vit C,
Cicatrização deficiente de Cuidado deficiente da
Zinco,
feridas, úlcera de decúbito pele, diabetes.
Kwashiorkor
E

a
r

38
Queilose (lábios secos, com
Riboflavina, Salivação excessiva,
rachaduras e ulcerados),
Lábios macios, sem inflamação, piridoxina, devido à prótese
Estomatite angular (inflamação
rachaduras ou edemas niacina dentária mal fixada.
dos cantos da boca)

Riboflavina,
Papila lingual atrófica niacina, folato,
(língua lisa) vit B12, proteína
e ferro
Língua vermelha, sem edema e
com superfície normal Riboflavina,
niacina, folato,
Glossite
Ora

piridoxina, vit B12


l

Medicamentos,
Paladar e olfato normais Hipogeusia (paladar diminuído) Zinco como agentes neoplásicos
Hiposmia (olfato diminuído) ou sulfoniluréias.

Fluorose
Esmalte manchado
(flúor em excesso).
Esmalte danificado Suspeita de bulimia.
Gengivas e dentes normais
Gengivas edemaciadas,
sangrantes e retraídas Vitamina C

Niacina,
Demência vit B12

Idade, doença mental,


Estabilidade emocional Tiamina (psicose cálcio sérico
de Korsakoff) aumentado,
Confabulação, desorientação.
medicamentos e
toxicidade por alumínio.
Cálcio, Magnésio,
Neurológico

Tetania
vitamina D
Ácido Nicotínico,
Depressão
tiamina
Piridoxina,
Perda sensitiva
vit B12

Fraqueza motora,
Perda da sensibilidade
Reflexos e sensações normais
vibratória,
Perda da contração do Tiamina
tornozelo e punho,
Formigamento de mãos e
pés
Aumento da parótida
Glândulas

(mandíbulas parecem
/ Outros

Face não edemaciada Proteína, bulimia


edemaciadas)

Aumento da Tireóide Iodo Alergia ou inflamação

Inanição,
marasmo,
Desgaste muscular
Kwashiorkor
Músculos

Frouxidão das panturrilhas Tiamina


Bom tônus muscular, um pouco
de gordura sob a pele, pode Baixas reservas musculares
andar ou correr sem dor (quadríceps, tríceps, deltóide,
músculo adutor do polegar, Energia, proteína.
região temporal)

Edema Kwashiorkor
Subcutâneo

Inanição,
Gordura abaixo do normal marasmo
Quantidade normal de gordura
Excesso de energia/
Gordura acima do normal
obesidade

Fonte: Martins, 2008; Vannuchhi et al, 1996

40
Ferramentas para triagem nutricional

Utilizado para classificar o risco de desnutrição (ambiente hospitalar)


Paciente não está em risco – triagem em intervalos específicos
Paciente está em risco – traçar plano nutricional e equipe multidisciplinar
Paciente está em risco – não estável – prejudica a implantação do plano
Dúvida se o paciente está em risco ou não - acompanhamento

- Avaliação subjetiva global I

41
- Avaliação subjetiva gloabal II

Avaliação subjetiva global II


Paciente:
Data:
1) Peso Corpóreo
Mudou nos últimos 6 meses ( ) sim ( ) não ( ) – 1 ponto
Continua perdendo peso atualmente ( ) sim ( ) não ( ) – 1 ponto
Peso atual: Kg Peso Habitual: Kg
Perda de peso: %se > 10% - 2 pontos
se < 10% - 1 ponto
Total de pontos:
2) Dieta
Mudança na dieta ( ) sim ( ) não ( ) – 1 ponto
A mudança foi para:
( ) Dieta hipocalórica – 1 ponto ( ) Dieta pastosa hipocalórica – 2
pontos
( ) Dieta líquida > 15 dias ou solução de infusão intravenosa > 5 dias – 2 pontos ( ) Jejum >
5 dias – 3 pontos
( ) Mudança persistente > 30 dias – 2 pontos
Total de pontos: Total geral de pontos:
3) Sintomas gastrintestinais (persistem por mais de 2 semanas) Classificação:
( ) Disfagia e/ou odinofagia – 1 ponto ( ) Diarreia – 1 ponto < 17 pontos – sem desnutrição
( ) Náuseas – 1 ponto ( ) Anorexia, distensão/dor abdom inal 17–a222 pontos – desnutrição
( ) Vômitos – 1 ponto moderada
Total de pontos: > 22 pontos – desnutrição grave
4) Capacidade funcional física (por mais de duas semanas)
( ) Abaixo do normal – 1 ponto ( ) Acamado – 2 pontos
Total de pontos:
5) Diagnóstico (estresse)
( ) Baixo – 1 ponto ( ) Moderado – 2 pontos ( ) Alto – 3 pontos
Total de pontos:
6) Exame físico (00) Normal (01) Leve ou moderadamente depletado (02) gravemente
depletado
( ) Perda de gordura subcutânea (tríceps e tórax) ( ) Ascite
( ) Músculo estriado ( ) Edema de tornozelo
( ) Edema sacral
Total de pontos:

42
- Avaliação de risco nutricional
Paciente: Data:
Avaliação do Risco nutricional
Notificar o serviço de nutrição se 3 ou mais fatores estiverem presentes
 Diminuição de 50% na ingestão alimentar por mais de 3 dias
 Perda de peso de 4,5 kg/mês ou 10% do peso
 Náusea ou vômito por 3 dias
 Dificuldade de mastigar ou deglutir
 Diarréia por mais de 3 dias
Notificar o serviço de nutrição se 1 ou mais fatores estiverem presentes
 Diminuição de 50% na ingestão alimentar por mais de 7 dias
 Trauma/Traumatismo crâneo encefálico
 Úlcera de decúbito
 HIV/AIDS
 Falência hepática/Cirrose
 Diagnóstico clínico de desnutrição
 Rebaixamento de nível de consciência
 Sepse
 AVC
 Câncer ativo
Serviço de nutrição notificado em:
Comentários:

 Sem Problema identificado


Assinatura: (Hillcrest Medical Center)

43
- Score de risco nutricional
Tabela de Score de Risco Nutricional
Paciente: Data:
 Náusea Vômitos – 3 ( )
Sensação de náusea – 2 ( )
 Obesidade Fazendo regime – 2 ( )
Acima do peso – 3 ( )
 Baixo peso Recente perda de peso – 3 ( )
Incapaz de se alimentar – 3 ( )
Magro – 2 ( )
 Respiração Respiração deficiente – 2 ( )
Exaustão – 3 ( )
 Mastigação Reduzida – 2 ( )
Sem condições – 3 ( )
 Deglutição Dificuldade – 2 ( )
Doloroso – 3 ( )
Incapaz – 3 ( )
 História Atividade física reduzida – 2 ( )
Dor/Doença aguda/crônica – 3 (
) Constipação – 3 ( )
Diarreia – 3 ( )
Score:
Classificação:
< 5 – Menor risco nutricional
> 5 – Maior risco nutricional – Realizar ação nutricional
Assinatura:

44
-

- Mini Avaliação nutricional (MNA)


44

Manual de Avaliação Nutricional II – Unimep


- Triagem de risco nutricional (NRS – 2002)

Os pacientes são classificados


da seguinte maneira:
≥ 3 pontos = risco nutricional
< 3 pontos = sem risco nutricional

45

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