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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Faculdade de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

Bilinguismo

Anabela Graça Lopes: 41200413

Maxixe, Junho, 2022


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

Departamento de Ciências de Educação

Curso de Licenciatura em Ensino de Português

Bilinguismo

Trabalho de Campo a ser


submetido na Coordenação do
Curso de Licenciatura em Ensino
de Português da UnISCED.

Tutor: Florentino Maria

Anabela Graça Lopes: 41200413

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Maxixe, Junho, 2022
Índice Pág

Introdução…………………………………………………………………………………………………4

Objectivos do Trabalho………………………………………………………………………….4.1.1

Objectivo Geral……………………………………………………………………………………4.1.2

Objectivos Específicos………………………………………………………………………….4.1.3

Metodologia……………………………………………………………………………………….4.1.4

Bilinguismo………………………………………………………………………………………………5

Vantagens e Desvantagens do Bilinguismo………………………………………………………6

Dimensões do Bilinguismo……………………………………………………………………………7

Dimensão relacionada à competência relativa…………………………………………………7.1

Dimensão relacionada a idade de aquisição……………………………………………………7.2

Dimensão relacionada ao status das línguas……………………………………………………7.3

Dimensão relacionada a identidade cultural………………………………………………………8

Alternância de código (code switching)…………………………………………………………8.1

Características do alto-falante
bilíngue…………………………………………………………….9

Considerações Finais…………………………………………………………………………………10

Referencias bibliográfica……………….…………………………………………………………..11

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Introdução

O presente trabalho de investigação é da sociolinguística no qual teremos como o tema


central O bilinguismo onde numa primeira fase conceituaremos e faremos uma breve
explicação sobre o tema no qual bilinguismo é tido como a capacidade de um indivíduo
de usar duas línguas distintas, como se ambas fossem a sua língua materna, optando por
uma ou por outra, conforme a situação social em que no momento se ache. Esta
definição não se diferencia muito da de Hamers e Blanc (1989, p. 6), segundo a qual o
bilinguismo é o controle de duas línguas equivalente ao controle de que o falante nativo
dessas línguas é capaz. Na segunde fase veremos as vantagens e desvantagens do
bilinguismo onde no primeiro veremos que o bilinguismo tem muitas vantagens no que
diz respeito às funções executivas , como a capacidade de alternar entre tarefas,
flexibilidade mental, capacidade de inibição (cf. estudos de Bialystok).

Objectivos do trabalho

Objectivo Geral:

 Analisar o Bilinguismo.

Objectivos Específicos:

 Conceituar o bilinguismo
 Demostrar as dimensões do bilinguismo;
 Apresentar as características do alto-falante bilíngue
 Explicar o bilinguismo

Metodologia:

Para realizar este trabalho de investigação da sociolinguística diversos meios e métodos


foram aplicados sendo respectivamente o emprego das referências bibliográfica
recomentadas, as consultas feitas com base no auxílio dos manuais da cadeira e como
último recurso empregarmos a Internet.

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Bilinguismo

Segundo Câmara Júnior (1974, p. 94), bilinguismo é a capacidade de um indivíduo de


usar duas línguas distintas, como se ambas fossem a sua língua materna, optando por
uma ou por outra, conforme a situação social em que no momento se ache. Esta
definição não se diferencia muito da de Hamers e Blanc (1989, p. 6), segundo a qual o
bilinguismo é o controle de duas línguas equivalente ao controle de que o falante nativo
dessas línguas é capaz.

Para estes autores, o sujeito bilíngue é aquele que funciona em duas línguas em todos os
domínios, sem apresentar interferência de uma língua na outra. No entanto, esta
definição de bilinguismo é contestada por Cavalcanti (2007, p. 72), que problematiza a
questão de definir “quem é o falante nativo que é tomado como modelo e qual é o seu
controle linguístico”.

Ela afirma que, no conjunto dos falantes nativos de uma dada língua, sempre se
encontra uma variedade imensa de comportamentos linguísticos, a depender da
procedência, da faixa etária, do gênero, da ocupação, do nível de escolarização.
Entende-se daí que o falante nativo e sua competência sejam uma abstração.

Para alguns autores, há a noção de que o sujeito bilíngue seria a somatória perfeita de
dois monolíngues igualmente perfeitos - o que quer que isso signifique. Tal situação nos
remete à noção de bilinguismo equilibrado, defendido por investigadores como
Grosjean (1982, p. 91) e MacSwan (2000, p. 37), que alertam para o fato de que o
“bilíngue verdadeiro”, não o idealizado, não exibe comportamentos idênticos na língua
X e na língua Y.

Sua proficiência depende do tópico, da modalidade, do gênero discursivo em questão. A


depender das necessidades impostas por sua história pessoal e pelas exigências de sua
comunidade de fala, ele é capaz de usar melhor uma língua do que outra e, até mesmo,
de comunicar-se melhor em apenas uma delas em certas práticas comunicativas.

Assim, a competência comunicativa de um sujeito bilíngue só pode ser compreendida e


avaliada quando se consideram as funções que ambas as línguas de seu repertório verbal
têm para ele. Diferentemente do sujeito monolíngue, cuja carga funcional da linguagem
está inteiramente alocada em uma única língua, o bilíngue tem esta mesma carga
distribuída em duas e, por isso, avaliar um comportamento exclusivamente em uma

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delas é avaliá-lo apenas parcialmente. Sabe-se que as competências do sujeito bilíngue
não são fixas, estáveis. À medida que as exigências para cada língua mudam, muda a
configuração do repertório do bilíngue, modificando, também, o falante.

Vantagens e Desvantagens do Bilinguismo

A questão das vantagens versus desvantagens do bilinguismo tem sido frequentemente


questionada em pesquisas. Hoje parece que:

 o bilinguismo tem certas desvantagens em termos de vocabulário e fluência em cada


uma das duas línguas. Haveria uma certa desaceleração na aquisição de vocabulário
e menos fluência.

Isso pode ser explicado em particular pelo fato de que o input linguístico é reduzido
pela metade para cada um dos dois idiomas.

 o bilinguismo tem muitas vantagens no que diz respeito às funções executivas ,


como a capacidade de alternar entre tarefas, flexibilidade mental, capacidade de
inibição (cf. estudos de Bialystok).

Segundo Vygotsky (1962), uma criança que pode expressar a mesma coisa em duas
línguas diferentes desenvolverá uma consciência metalingüística melhor do que os
unilíngues, pois terá consciência de que suas línguas são sistemas particulares entre
outras e que existem categorias. mais gerais que englobam as línguas. Vygotsky
considera que essa consciência precoce se generaliza para outras habilidades cognitivas.

Segalowitz (1977), por sua vez, sugere que um bilíngue terá mais facilidade em
aritmética mental, pois será capaz de brincar com símbolos alternando facilmente entre
dois sistemas de regras. Posteriormente, Lambert (1987) propõe que as crianças
bilíngues, de alguma forma, enxergam a linguagem em três dimensões, o que lhes
permite maior flexibilidade cognitiva, além de desenvolver sua consciência
metalinguística.

Retirado de Hamers e Blanc (2000), aqui estão algumas das vantagens que os bilíngues
têm sobre os monolíngues:

1. aptidão superior na reconstrução de situações percebidas;


2. melhores resultados em testes de inteligência verbal e não verbal, originalidade
verbal e divergência verbal;

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3. maior sensibilidade às relações semânticas entre as palavras;
4. melhores pontuações em tarefas de "descoberta de regras".
Dimensões do Bilinguismo

Dimensão relacionada à competência relativa

Esta prioriza a relação entre as duas competências linguísticas. Obtêm-se, assim, as


definições de bilinguismo balanceado e bilinguismo dominante. Considera-se bilíngue
balanceado o indivíduo que possui competência linguística equivalente em ambas
línguas. Por bilíngue dominante, entende-se o indivíduo que possui competência maior
em uma das línguas em questão.

Dimensão relacionada a idade de aquisição.

Esta dimensão por sua vez é empregada neste estudo está de acordo com a idade de
aquisição da língua estrangeira. São identificados: o bilinguismo infantil, adolescente ou
adulto. O bilinguismo infantil subdivide-se: em bilinguismo simultâneo e bilinguismo
sequencial. No bilinguismo simultâneo, a criança adquire as duas línguas ao mesmo
tempo, sendo exposta às mesmas desde o nascimento.

Por sua vez, no bilinguismo sequencial, a criança adquire a língua estrangeira ainda na
infância, mas após ter adquirido as bases linguísticas da língua materna. Quando a
aquisição da língua estrangeira ocorre durante o período da adolescência, conceitua-se
esse fenômeno como bilinguismo adolescente e por bilinguismo adulto, entende-se a
aquisição da língua estrangeira que ocorre durante a idade adulta.

Dimensão relacionada ao status das línguas

A dimensão, aqui utilizada, dá-se de acordo com o status atribuído a estas línguas na
comunidade em questão. A partir disso, o indivíduo desenvolverá formas diferenciadas
de bilinguismo. A primeira delas é o bilinguismo aditivo, na qual as duas línguas são
suficientemente valorizadas no desenvolvimento cognitivo da criança e a aquisição da
língua estrangeira ocorre, consequentemente, sem perda ou prejuízo da língua materna.
No entanto, na segunda forma de aquisição, denominado bilinguismo subtrativo, a
língua materna é desvalorizada no ambiente infantil, gerando desvantagens cognitivas
no desenvolvimento da criança e, neste caso, durante a aquisição da língua estrangeira,
ocorre perda ou prejuízo da língua materna.

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Dimensão relacionada a identidade cultural

Esta dimensão, que empregamos neste estudo, trata de como indivíduos bilíngues
podem ser diferenciados em termos de identidade cultural, obtendo-se bilíngues
biculturais, monoculturais, aculturais e desculturais. Como bilinguismo bicultural,
entende-se o indivíduo bilíngue que se identifica positivamente com os dois grupos
culturais e é reconhecido por cada um deles.

No bilinguismo monocultural, o indivíduo bilíngue identifica-se e é reconhecido


culturalmente apenas por um dos grupos em questão. Deve ser ressaltado que um
indivíduo bilíngue pode ser fluente nas duas línguas, mas se manter monocultural. Já
acultural é considerado o indivíduo que renuncia sua identidade cultural relacionada à
sua língua materna e adota valores culturais associados ao grupo de falantes da língua
estrangeira.

Finalmente, o bilinguismo descultural dá-se quando o indivíduo bilíngue desiste de sua


própria identidade cultural, mas falha ao tentar adotar aspectos culturais do grupo
falante da língua estrangeira.

Alternância de código (code switching)

É um termo utilizado no campo da linguística, mas especificamente em bilinguismo


para explicar o uso de duas ou mais variedade linguísticas no acto de fala. Por exemplo
duas pessoas fluentes em inglês e espanhol, quando engajados numa conversão podem
emitir enunciados da seguinte maneira:

La consulta era eight dollars. [A consulta era oito dólares]

Porque alli cashews. You don’t like them? [Porque tem castanhas aí. Você não
gosta?] ( Vlades Fallis,196)

Essa alternância de códigos pode ocorrer em nível das palavras da frase e da oração. Na
realidade. Cook (1991) estimam que alternância de código numa conversão normal
ocorre numa média 84% em nível da palavra, 10% em nível da frase 6% em nível de
oração. Conforme afirma Grosjean(1982), é importante salientar, contudo que o
fenómeno de alternância de código linguístico já que nesse ultimo as palavras são

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incorporadas fonológica e morfologicamente a língua base, enquanto que no primeiro
não há integração do vocabulário a língua base.

Características do alto-falante bilíngue

As características do bilinguismo são:

 Função: os usos que o bilíngue dá às línguas envolvidas.

 Alternância: até que ponto o bilíngue alterna entre as línguas.

 Interferência: até que ponto o bilíngue consegue separar essas línguas

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Considerações finais

Finda a pesquisa deste trabalho que abordava sobre o bilinguismo e conclui que ela só é
possível devido o uso, dentro de uma mesma comunidade linguística, ou pela mesma
pessoa, de mais de uma língua. O bi em bilinguismo quer dizer dois, mas a palavra
"bilinguismo" pode ser usada para significar o uso de duas ou mais línguas. Quanto a
Alternância de código vimos que é um termo utilizado no campo da linguística, mas
especificamente em bilinguismo para explicar o uso de duas ou mais variedade
linguísticas no acto de fala. Por exemplo duas pessoas fluentes em inglês e espanhol,
quando engajados numa conversão podem emitir enunciados.

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Referências bibliográficas

BAKER, C. & PRYS J. Encyclopedia of Bilingualism and Bilingual Education.


Multilingual Matters, 1998.

CAVALLI, J. Classe C investe nos cursos de inglês. Diário Catarinense. Florianópolis,


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BLOOMFIELD, L. Linguistic aspects of science. Philosophy of Science 2: 499-517.


Reprinted in Hockett, 1970, pp. 307-321, 1935.

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minorias lingüísticas no Brasil. D.E.L.T.A.,15, 1999, p. 385 – 417.

CORACINI, M. A celebração do outro - arquivo, memória e identidade: línguas


(materna e estrangeira), plurilinguismo e tradução. Campinas: Mercado de Letras, 2007.

DERRIDA, J. O monolinguismo do Outro ou a prótese da origem. Tradução de


Fernando Berardo. Porto: Campo das Letras, 2001.

FREIRE, M.; LESSA, A. Professores de Inglês da rede pública: suas representações,


seus repertórios e nossas interpretações. IN: BARBARA, L. e RAMOS, R. (org.)
Reflexão e ações no ensino-aprendizagem de línguas. Campinas: Mercado de Letras,
2003.

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