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INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO

Licenciatura em Ciências de Nutrição

2º Ano, Regime Modular

Disciplina: Imunologia

Anemia Hemolítica em Recém-Nascidos

Estudantes: Leonela Paiva

Maputo, Março de 2023


INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E GESTÃO

Licenciatura em Ciências de Nutrição

2º Ano, Regime Modular

Disciplina: Imunologia

Anemia Hemolítica em Recém-Nascidos

Trabalho de Pesquisa a ser submetido


na Disciplina de Imunologia, como
requisito parcial para efeitos de
avaliação.
Docente: dr. Constantino Tovela

Estudantes: Leonela Paiva

Maputo, Março de 2023

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Índice Págs.

1. Introdução.................................................................................................................. 1

2. Anemia Hemolítica em recém-nascidos .................................................................... 2

2.1. Causas da Anemia Hemolítica em recém-nascido ............................................... 3

2.2. Sintomas de anemia hemolítica em recém-nascidos .......................................... 6

2.3. Diagnóstico de anemia em recém-nascidos ........................................................ 6

2.4. Tratamento de anemia hemolítica em recém-nascidos ...................................... 6

3. Considerações finais ................................................................................................. 7

Referências Bibliográficas ............................................................................................... 8

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1. Introdução

A anemia é um dos distúrbios hematológicos mais comuns, sendo considerado um


problema de saúde pública a nível mundial. A anemia hemolítica, que resulta de uma
destruição prematura dos eritrócitos que não é colmatada pela eritropoiese, é
classificada como uma anemia regenerativa, atendendo ao valor da contagem de
reticulócitos. A hemólise pode ser aguda ou crónica e o seu diagnóstico é feito com base
no aumento da LDH, da bilirrubina não conjugada e dos reticulócitos, na diminuição da
haptoglobina e nos achados do esfregaço de sangue periférico.

As anemias hemolíticas são comumente classificadas em hereditárias e adquiridas. As


hereditárias incluem os distúrbios da membrana eritrocitária, défices enzimáticos
eritrocitários e hemoglobinopatias. As adquiridas incluem as de etiologias imunes e não
imunes.

O presente trabalho de pesquisa aborda sobre a anemia hemolítica no recém-nascido e


surge no âmbito de avaliação na disciplina de Imunologia e tem como objectivo geral
compreender as manifestações da anemia hemolítica em recém-nascidos. De forma
específica, o trabalho vai descrever as manifestações da anemia hemolítica em recém-
nascido e identificar e explicar as formas de tratamento desta doença.

No que tange à metodologia, importa referir que este trabalho foi elaborado mediante a
utilização do método de pesquisa bibliográfica que tem a ver com a busca de material
(livros, artigos científicos, publicações, etc.) em diferentes locais (biblioteca e/ou nas
páginas da internet).

No que diz respeito à estrutura, o trabalho é organizado da seguinte forma: (i)


Introdução; (ii) Anemia hemolítica em recém-nascidos e; (iii) Considerações finais e
bibliografia.

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2. Anemia Hemolítica em recém-nascidos

Segundo o guia prático de Hematologia, a anemia é definida como síndrome


caracterizada por diminuição de massa eritrocitária total. Laboratorialmente, a anemia é
definida como hemoglobina menor que 12 g/dl em mulheres ou 13 g/dl em homens. Na
gravidez existe anemia relativa, por hemodiluição, além daquela por carência
nutricional, principalmente, por deficiência de ferro e ácido fólico. Na gestação os
limites considerados normais para o valor da hemoglobina caem para 10g% e os do
hematócrito para 30%.

Da mesma forma, o site https://www.msdmanuals.com define a anemia como um


distúrbio no qual existem poucos glóbulos vermelhos no sangue.

O mesmo site refere que a anemia pode ocorrer quando há uma destruição dos
glóbulos de maneira excessivamente rápida, há perda de sangue em excesso ou a
medula óssea não produz glóbulos vermelhos em quantidade suficiente.

Caso a destruição dos glóbulos vermelhos ocorra de maneira excessivamente rápida,


isso pode provocar anemia e um aumento da concentração de bilirrubina (um
pigmento amarelado que é produzido durante a destruição normal dos glóbulos
vermelhos), o que faz com que a pele e o branco dos olhos do recém-nascido fiquem
amarelados (um quadro clínico denominado icterícia).

Quando grandes quantidades de sangue são perdidas muito rapidamente, o recém-


nascido pode ficar gravemente doente e ele pode entrar em choque, apresentar palidez,
ter frequência cardíaca acelerada e pressão arterial baixa, juntamente com respiração
superficial e rápida.

Caso haja perda de sangue menos grave ou o sangue seja perdido gradualmente, o
recém-nascido possivelmente terá uma aparência normal, mas com palidez.

O tratamento pode envolver hidratação pela veia (por via intravenosa) seguida de uma
transfusão de sangue ou de uma exsanguineotransfusão.

Os glóbulos vermelhos contêm hemoglobina, uma proteína que confere a cor


vermelha ao sangue e que permite a este transportar oxigênio dos pulmões a todos os
tecidos corporais. Oxigênio é utilizado pelas células na produção da energia de que o
corpo necessita, o que origina dióxido de carbono como produto residual. Os glóbulos

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vermelhos transportam o dióxido de carbono dos tecidos para os pulmões. Quando o
número de glóbulos vermelhos é muito baixo, o sangue transporta menos oxigênio
causando fadiga e fraqueza.

A medula óssea contém células especializadas que produzem células sanguíneas.


Normalmente, a medula óssea produz uma quantidade muito pequena de glóbulos
vermelhos entre o nascimento e três ou quatro semanas de idade, o que causa uma
queda lenta no número de glóbulos vermelhos (um quadro clínico denominado anemia
fisiológica) nos primeiros dois a três meses de vida.

Os recém-nascidos muito prematuros apresentam uma queda maior no número de


glóbulos vermelhos. Esse quadro clínico é denominado anemia da prematuridade. A
anemia da prematuridade costuma afetar bebês cuja idade gestacional (o tempo
passado no útero depois que o óvulo foi fertilizado) é inferior a 32 semanas e também
bebês que passaram muitos dias no hospital.

Anemia mais grave pode ocorrer quando:

A destruição dos glóbulos vermelhos ocorre de maneira excessivamente rápida


(um processo denominado hemólise).

 Muito sangue é coletado de recém-nascidos prematuros para a realização de


exames de sangue.

 Uma quantidade excessiva de sangue é perdida durante o trabalho de parto ou


durante o parto.

 A medula óssea não produz uma quantidade suficiente de glóbulos vermelhos.

2.1. Causas da Anemia Hemolítica em recém-nascido


 Destruição rápida dos glóbulos vermelhos (hemólise)

Segundo o site https://www.msdmanuals.com, a destruição grave de glóbulos


vermelhos resulta em anemia e concentrações elevadas de bilirrubina no sangue
(hiperbilirrubinemia).

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A doença hemolítica no recém-nascido é um problema de saúde em que os anticorpos
do sangue da mãe podem causar uma destruição rápida dos glóbulos vermelhos do
bebê.

Os glóbulos vermelhos também podem ser destruídos rapidamente se o recém-nascido


tiver uma anomalia hereditária dos glóbulos vermelhos. Um exemplo é a esferocitose
hereditária, na qual os glóbulos vermelhos parecem pequenas esferas quando
observados ao microscópio.

Outro exemplo ocorre em bebês com deficiência de uma enzima existente nos
glóbulos vermelhos, denominada glicose-6-fosfato desidrogenase (deficiência de
G6PD). Nesses bebês, exposição da mãe e do feto a certos medicamentos usados
durante a gravidez (tais como corantes com anilina, sulfas e muitos outros) podem
resultar em uma destruição rápida dos glóbulos vermelhos.

A hemólise também pode ocorrer em hemoglobinopatias. Hemoglobinopatias são


distúrbios genéticos que afetam a estrutura ou produção de hemoglobina.
Hemoglobina é uma proteína no interior dos glóbulos vermelhos do sangue que
permite que as células transportem oxigênio dos pulmões para todas as partes do
corpo. Exemplos de hemoglobinopatias incluem talassemia e anemia falciforme.

Algumas infecções adquiridas antes do nascimento,


como toxoplasmose, rubéola, citomegalovírus, infecção pelo vírus herpes
simples ou sífilis também podem destruir rapidamente os glóbulos vermelhos, bem
como infecções bacterianas do recém-nascido adquiridas durante ou depois do parto.

 Perda de sangue

No site https://www.msdmanuals.com, a perda de sangue é outra causa de anemia. A


perda de sangue no recém-nascido pode ocorrer de muitas maneiras. Por exemplo,
ocorre perda de sangue se um grande volume de sangue do feto atravessar
a placenta (o órgão que conecta o feto ao útero e alimenta o feto) e entrar na
circulação sanguínea da mãe (um quadro clínico denominado transfusão feto-
materna). Além disso, pode haver perda de sangue se um grande volume de sangue
ficar preso na placenta no momento do parto, algo que pode ocorrer se o recém-
nascido for segurado acima do abdômen da mãe por muito tempo antes de o cordão
umbilical ser pinçado.

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As transfusões feto-fetais, nas quais o sangue flui de um feto para o outro, podem
causar anemia em um dos gêmeos e excesso de sangue (policitemia) no outro gêmeo.

Além disso, a placenta pode se descolar do útero antes do parto (ruptura de placenta)
ou a implantação da placenta pode ter ocorrido no local incorreto (placenta prévia), o
que provoca uma perda de sangue no feto.

A perda de sangue pode ocorrer quando determinados procedimentos invasivos são


realizados no feto para detectar anomalias genéticas e cromossômicas. Procedimentos
invasivos são aqueles em que é necessário inserir algum instrumento no corpo da mãe.
Esses procedimentos incluem a amniocentese, a amostragem de vilosidades
coriônicas e a amostragem de sangue umbilical.

Às vezes, a perda de sangue ocorre quando o recém-nascido sofre alguma lesão


durante o parto. Por exemplo, a ruptura do fígado ou do baço durante o parto pode
causar sangramento interno. Em casos raros, pode ocorrer sangramento sob o crânio
do recém-nascido quando um extrator a vácuo ou fórceps é usado durante o parto.

Pode haver também perda de sangue em recém-nascidos com deficiência de


vitamina K. A vitamina K é uma substância que ajuda o organismo a formar coágulos
sanguíneos e ajuda a controlar sangramentos. A deficiência de vitamina K pode causar
doença hemorrágica no recém-nascido, que é caracterizada por uma tendência à
hemorragia. Em geral, todos os recém-nascidos têm uma baixa concentração de
vitamina K ao nascer. Para prevenir a ocorrência de sangramento, a administração de
uma injeção de vitamina K a recém-nascidos ao nascer é uma prática rotineira.

Frequentemente, a colecta de sangue de um recém-nascido doente também pode


contribuir para a anemia.

 Redução na produção de glóbulos vermelhos

Antes do nascimento, a medula óssea do feto pode não produzir uma quantidade
suficiente de novos glóbulos vermelhos. Esse defeito raro pode resultar em anemia
grave. Exemplos dessa falta de produção incluem doenças genéticas raras, como
a síndrome de Fanconi e a anemia de Diamond-Blackfan.

Após o nascimento, algumas infecções (por exemplo, a infecção por citomegalovírus,


a sífilis e o vírus da imunodeficiência humana [HIV]) podem também impedir que a

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medula óssea produza uma quantidade suficiente de glóbulos vermelhos. Além disso,
o recém-nascido pode ter deficiência de determinados nutrientes,
como ferro, folato (ácido fólico) e vitamina E, o que pode causar anemia, porque a
medula óssea não consegue produzir glóbulos vermelhos.

2.2. Sintomas de anemia hemolítica em recém-nascidos

Segundo o site https://www.msdmanuals.com o recém-nascido que subitamente perde


grandes quantidades de sangue durante o trabalho de parto ou durante o parto pode
entrar em choque, apresentar palidez, ter frequência cardíaca acelerada e pressão
arterial baixa, juntamente com respiração superficial e rápida.

Quando a anemia resulta da rápida degradação dos glóbulos vermelhos, existe também
um aumento na produção de bilirrubina e tanto a pele quanto o branco dos olhos do
recém-nascido ficam amarelados (icterícia).

2.3. Diagnóstico de anemia em recém-nascidos

O site https://www.msdmanuals.com faz referência ao diagnostico que pode ocorrer


antes do nascimento e após o nascimento. Assim sendo, antes do nascimento, o médico
possivelmente realiza um ultrassom pré-natal e, às vezes, ele pode notar sinais de
anemia no feto. Após o nascimento, o diagnóstico de anemia toma por base os
sintomas e é confirmado por meio de exames realizados em uma amostra de sangue do
recém-nascido.

2.4. Tratamento de anemia hemolítica em recém-nascidos

Segundo o site https://www.msdmanuals.com, a anemia muito grave causada pela


doença hemolítica pode exigir transfusão de sangue, mas é mais frequentemente
tratada com uma exsanguineotransfusão, que tanto diminui a concentração de
bilirrubina como aumenta o número de glóbulos vermelhos. Em uma
exsanguineotransfusão, uma pequena quantidade do sangue do recém-nascido é
gradualmente removida e substituída por um volume igual de sangue doado fresco.

Alguns bebês recebem suplementos líquidos de ferro para ajudá-los a aumentar o


número de glóbulos vermelhos mais rapidamente.

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3. Considerações finais

O presente trabalho pretendia compreender as manifestações da anemia hemolítica em


recém-nascidos. Após a realização deste trabalho foi possível retirar as seguintes
considerações em jeito de conclusão:

 A doença hemolítica do recém-nascido é um quadro clínico no qual os


glóbulos vermelhos são degradados ou destruídos pelos anticorpos da mãe. A
hemólise é a destruição dos glóbulos vermelhos no sangue.
 A anemia como um distúrbio no qual existem poucos glóbulos vermelhos no
sangue.
 Anemia Hemolítica pode ocorrer quando: (i) a destruição dos glóbulos
vermelhos ocorre de maneira excessivamente rápida, isto é, um processo denominado
hemólise. (ii) Muito sangue é coletado de recém-nascidos prematuros para a
realização de exames de sangue. (iii) Uma quantidade excessiva de sangue é perdida
durante o trabalho de parto ou durante o parto. (iv) A medula óssea não produz uma
quantidade suficiente de glóbulos vermelhos.
 O recém-nascido com anemia hemolítica pode apresentar palidez, ter
frequência cardíaca acelerada e pressão arterial baixa, juntamente com respiração
superficial e rápida.
 Quanto ao diagnostico da anemia hemolítica, este pode ocorrer antes do
nascimento e após o nascimento. Antes do nascimento, o médico possivelmente realiza
um ultrassom pré-natal e, às vezes, ele pode notar sinais de anemia no feto. Após o
nascimento, o diagnóstico de anemia toma por base os sintomas e é confirmado por
meio de exames realizados em uma amostra de sangue do recém-nascido.
 A anemia muito grave causada pela doença hemolítica pode exigir transfusão
de sangue, mas é mais frequentemente tratada com uma exsanguineotransfusão, que
tanto diminui a concentração de bilirrubina como aumenta o número de glóbulos
vermelhos. Em uma exsanguineotransfusão, uma pequena quantidade do sangue do
recém-nascido é gradualmente removida e substituída por um volume igual de sangue
doado fresco.

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Referências Bibliográficas

HEMORIO (Rio de Janeiro). (2008). Protocolos de tratamento hematologia e


hemoterapia do Instituto Estadual de Hematologia Arthur de Siqueira Cavalcanti. 2.ed.
Rio de Janeiro: Expresso Gráfica e Editoria

https://www.msdmanuals.com/pt/casa/problemas-de-sa%C3%BAde-infantil/problemas-
sangu%C3%ADneos-no-rec%C3%A9m-nascido/anemia-em-rec%C3%A9m-nascidos
https://www.infoescola.com/doencas/doenca-hemolitica-do-recem-nascido/

MACIEL, Sabrina Pires. (2010). Anemia Hemolítica Auto- Imune. Monografia


Graduação (Biomedicina). UNIS

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