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CRISE ECONÔMICA
1 – MARKETING E CRISE ECONÔMICA
1
VARIÁVEIS ECONÔMICAS E IMPACTOS MERCADOLÓGICOS
Desempenho 4º.
Componentes do PIB
Trim. 2008
Indústria - 7,4%
Agropecuária - 0,5%
Serviços - 0,4%
Investimentos - 9,8%
Fonte: IBGE
2
A CRISE NÃO É IGUAL PARA TODOS
3
QUESTÕES FUNDAMENTAIS PARA A EQUIPE DE MARKETING
O QUE FAZER?
Demonstrativo de Resultados
1 - VENDAS
3 - MARGEM BRUTA (1 - 2 )
4 - DESPESAS DE MARKETING
Propaganda / Promoção
Distribuição
Pesquisa de Marketing
Despesas de Vendas
5 - MARGEM DE MARKETING (3 – 4)
4
O QUE FAZER?
Equação do Lucro
Ganhos ou Perdas
de Mercado no
Curto Prazo
Investimentos Expectativas
de Marketing dos Acionistas
Expectativa de
Performance
Financeira no
Longo Prazo
5
COMO MARKETING CONTRIBUI COM VALOR PARA ACIONISTAS
Investimentos
em Marketing
• Clientes vulneráveis
6
O QUE MUDA NO COMPORTAMENTO DOS CLIENTES
Clientes Vulneráveis
7
O QUE MUDA NO COMPORTAMENTO DOS CLIENTES
8
PONTOS PARA REFLEXÃO E AÇÃO
Ações proativas devem ser tomadas logo nos três primeiros meses
para criar e aproveitar oportunidades.
9
PONTOS PARA REFLEXÃO E AÇÃO
10
RECESSÃO: GASTOS COM PUBLICIDADE
VERSUS MARKET SHARE
Ganho %
em market
share
11
CHECK LIST – FUNDAMENTOS FINANCEIROS
12
CHECK LIST – FUNDAMENTOS MERCADOLÓGICOS
Aumento de Investimentos
Redução de Custos
(Obter vantagem estratégica - margem e partic.)
Alto (Aumento margens e ganhos)
Potencial de • Modernização de Pontos de Vendas
Crescimento • Redução de Custos Diretos
• Aquisições
• Eliminação de Desperdícios
• Contratação de Talentos
• Redução de custos SGA
(Vendas, Gerais e Administ.)
• Ganho de escala local (mercados essenciais)
Nível de
maturidade
do formato
Criação de Flexibilidade Estímulo Crescimento de Ganhos
varejista
Financeira (Participação de mercado no curto prazo.)
(Reserva para sobrevivência)
• Comunicação dos Valores
• Adequação do Balanço (ajustes de preços / promoções para aumentar a
Maduro (redução de inventário não – percepção de valor dos clientes
essencial)
• Estímulo ao Movimento nos PDVs
• Aumento da Eficiência dos
Investimento em PDVs • Jamais Perder uma Venda
Fraca Forte
Saúde relativa da empresa
(balanço, capacidade de gestão, desempenho geral)
Fonte: Mckinsey
13
RECESSÃO E OPORTUNIDADES
Fundada na Fundada na
Fundada no Recessão Grande Depressão
“Pânico de 1923-24 1930
1873”
Fundada na Lançado na
Recessão Recessão
de 1975 de 2001
RECESSÃO E OPORTUNIDADES
14
RECESSÃO E OPORTUNIDADES: AÇÕES PROATIVAS
DE MARKETING
15
CASE APPLE – INVESTINDO EM INOVAÇÃO DE PRODUTOS
16
MARKETING PROATIVO EM TEMPOS DE RECESSÃO
H1 (+)
H5 (+)
H2 (+)
H8(+)
H6 (+
H3 (+)
H7 (+)
H4 (-)
ESTRATÉGIAS “VALUE-FOR-MONEY”
EM TEMPOS DE RECESSÃO
“Do more but spend no more” “Do the same for less”
Refinar técnicas
de cortes de custos
Desenvolver
capacidades de
inovação em custos
Fonte: Baseado em conceitos de Williamson, Peter & Zeng, Ming – HBR Março 2009
17
ESTRATÉGIAS “VALUE-FOR-MONEY”
EM TEMPOS DE RECESSÃO
Fonte: Baseado em conceitos de Williamson, P.eter & Zeng, Ming – HBR Março 2009
18
VENDENDO PRODUTOS HIGH-TECH A PREÇOS
DE MERCADO DE MASSA
19
OFERECENDO ESCOLHAS E CUSTOMIZAÇÃO
20
TRANSFORMANDO NICHOS EM MERCADOS DE MASSA
21
ANOTAÇÕES
2 – MÉTRICAS DE MARKETING
2 – MÉTRICAS DE MARKETING
Posicionamento
Tamanho da Indústria
Diferenciação
25
INICIATIVAS ESTRATÉGICAS EM MARKETING
26
INICIATIVAS ESTRATÉGICAS EM MARKETING
Equação do Lucro
27
ROI – RETORNO SOBRE INVESTIMENTOS
Exemplo:
Uma campanha de marketing requer um investimento de $100.000
Prevê-se que esta ação vai gerar $500.000 em receitas adicionais
Estima-se o custo dos produtos vendidos em $250.000
Estima-se um total de $100.000 referente a despesas adicionais com
vendas
A margem bruta = $500.000 - $250.000 - $100.00 = $150.000
Receita Custos
Investi- Investi-
mento mento
Valor Valor
Presente Futuro
PV Valor Presente Líquido - NPV FV
28
ROI – RETORNO SOBRE INVESTIMENTOS
Períodos 1 2 3 4 5
Retorno $141,90
ROI % 94,60%
29
MÉTRICAS DE MARKETING: LINHAS DE PESQUISA
Lucratividade Gestão de
de Cliente Produtos
Gestão de
Canais e Força
Margens e Participação de de Vendas
Lucros
Mercado
Penetração no
Mercado
Estratégia de
Concentração
Marketing e Preços
Finanças de Mercado
Promoções de
Publicidade Vendas
Webmarketing
30
MÉTRICAS DE MARKETING NO CENTRO DA EMPRESA
Lucratividade Gestão de
de Cliente Produtos
Gestão de
Canais e Força
Margens e Participação de de Vendas
Lucros
Mercado
Penetração no
Mercado
Estratégia de
Concentração
Marketing e Preços
Finanças de Mercado
Promoções de
Publicidade
Vendas
Webmarketing
PARTICIPAÇÃO/PENETRAÇÃO/CONCENTRAÇÃO,
CONHECIMENTO, ATITUDES
Compradores da Categoria ( # )
Penetração de Mercado (%)
Total da População (# )
Compradores da Marca ( # )
Penetração da Marca (%)
Total da População (# )
31
PARTICIPAÇÃO/PENETRAÇÃO/CONCENTRAÇÃO,
CONHECIMENTO, ATITUDES
Concentração de Mercado
Unidades
Empresas Share Unidades Receitas Share Receitas
Vendidas
PARTICIPAÇÃO/PENETRAÇÃO/CONCENTRAÇÃO,
CONHECIMENTO, ATITUDES
Alto
Crescimento
do Mercado
Baixo
Alto Baixo
Market
Share
32
PARTICIPAÇÃO/PENETRAÇÃO/CONCENTRAÇÃO,
CONHECIMENTO, ATITUDES
Satisfação de Clientes
Lealdade de Clientes
LEALDADE DO CLIENTE
“A Questão Definitiva”
10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0
33
LEALDADE DO CLIENTE
EMPRESAS NPS
USAA 82%
HomeBanc 81%
Harley-Davidson 79%
Costco 73%
Chick-fil-A 72%
eBay 71%
Vanguard 70%
SAS 66%
Apple 66%
Intuit 58%
LEALDADE DO CLIENTE
34
MÉTRICAS DE MARKETING NO CENTRO DA EMPRESA
Lucratividade Gestão de
de Cliente Produtos
Gestão de
Canais e Força
Margens e Participação de de Vendas
Lucros Mercado
Penetração no
Mercado
Concentração de
Estratégia de
Mercado Preços
Marketing e
Finanças
Promoções de
Publicidade Vendas
Webmarketing
Exemplo:
Cliente “A” - R$100,00 por ano, durante 10 anos
Cliente “B” - R$200,00 durante 1 ano
Taxa de desconto: 12% a.a.
Valor do Cliente “A” = R$565,02
Valor do Cliente “B” = R$200,00
Valor total dos clientes = R$765,02
35
VALOR DO CLIENTE: PARTES CONSTITUINTES
• Qualidade
Valor
• Preço
do Valor
• Conveniência
• Programas de
Valor de retenção e de
Retenção desenvolvimento
de relacionamento
Impacto do Fator
36
VALOR DO CLIENTE E VALOR DA EMPRESA
Valor da
Empresa
Domínio das
Finanças
Lucros &
Fluxo de Caixa
Valor do
Cliente
MKT
37
VALOR DO CLIENTE – FLUXO DE CAIXA DESCONTADO
99 105
92 96
86
70 75
66
Margem Anual $
42
-40
10 Anos
Premissas:
Custo aquisição de cada cliente: US$40
VCLT = US$731
VPL de US$731 à Tx de 12% aa = US$404,29
100 clientes no ano 10 = US$40.429
120
100
100
82
76
Nr. Clientes
80 70 66
60 56
60 47
40
34
40
20
0
10 Anos
Premissas:
Custo de US$40 x 100 clientes = US$4.000
VPL no ano 10 = US$24.173 / 100 = US$ 241,73 por cliente
VPL por cliente = US$241,73 – US$40 = US$201,73
38
QUE EMPRESA ESTÁ SE SAINDO MELHOR?
EMPRESA "A" 1 2 3 4 5
Faturamento $833 $1,167 $1,700 $2,553 $3,919
Custo dos bens vendidos (COGS) $708 $992 $1,445 $2,170 $3,331
Marketing $100 $150 $230 $358 $563
Lucro $25 $25 $25 $25 $25
EMPRESA "B" 1 2 3 4 5
Faturamento $1,320 $1,385 $1,463 $1,557 $1,670
Custo dos bens vendidos (COGS) $1,122 $1,177 $1,244 $1,324 $1,420
Marketing $173 $183 $194 $209 $226
Lucro $25 $25 $25 $25 $25
EMPRESA "A" 1 2 3 4 5
Novos Clientes 1,33 2,00 3,07 4,77 7,50
Total de Clientes 3,33 4,67 6,80 10,21 15,67
Vendas/Cliente $250 $250 $250 $250 $250
Marketing/Novos Cientes $75 $75 $75 $75 $75
Taxa de Evasão (Churn) 20% 20% 20% 20%
EMPRESA "B" 1 2 3 4 5
Novos Clientes 1,86 1,97 2,09 2,24 2,43
Total de Clientes 3,86 4,05 4,28 4,55 4,88
Vendas/Cliente $342 $342 $342 $342 $342
Marketing/Novos Cientes $93 $93 $93 $93 $93
Taxa de Evasão (Churn) 46% 46% 46% 46%
39
FÓRMULA: VALOR VITALÍCIO DO CLIENTE (CLV)
r
CLV = m
1+i–r
r = taxa de retenção
Premissas
i = taxa de desconto a) Margens constantes
b) Taxa de retenção constante
c) CVL estimado em período infinito
40
COMPARANDO O VALOR DO CLIENTE (CLV) DAS
EMPRESAS “A” E “B”
r Margem = 15%
CLV = m
1+i–r Taxa de desconto = 15%
0,80 0,54
CLV= $250 x 0,15 x CLV= $342 x 0,15 x
(1 + 0,15 – 0,80) (1 + 0,15 – 0,54)
Lucratividade Gestão de
de Cliente Produtos
Gestão de
Canais e Força
Margens e Participação de de Vendas
Lucros Mercado
Penetração no
Mercado
Concentração de
Estratégia de
Mercado Preços
Marketing e
Finanças
Promoções de
Publicidade Vendas
Webmarketing
41
MARGENS E LUCROS
Margem ≠ Mark Up
MARGENS E LUCROS
Do Fabricante ao Varejista
Fabricante
$0,50 MP Distribuidor
Vende para
Distribuidor Vende para Atacadista
por $1,00 Atacadista
por $2,00 Vende para Varejista
Varejista
por $3,00
Vende para
Consumidor
por $5,00
$4,50 (90%)
Fonte: Farris, Bendle, Pfeifer & Reibstein
42
MARGENS E LUCROS
Análise de Ponto-de-Equilíbrio
$
Receita
Total
Break-Even Ganhos
CT
CV
Perdas
CF
Unid.
MARGENS E LUCROS
Contribuição por Unidade ($) Preço Venda p/ Unid. – Custos Variáv. p/ Unid.
43
MÉTRICAS DE MARKETING NO CENTRO DA EMPRESA
Lucratividade Gestão de
de Cliente Produtos
Gestão de
Canais e Força
Margens e Participação de de Vendas
Lucros Mercado
Penetração no
Mercado
Concentração de
Estratégia de
Mercado Preços
Marketing e
Finanças
Promoções de
Publicidade
Vendas
Webmarketing
MARKETING E FINANÇAS
EVA - Valor Econ. Adicionado Lucro Oper. depois Imp. - Custo Capital
DNP
44
MARKETING E FINANÇAS
Y2
Y1
Vendas ($)
Yo
X1 X2
Despesas c/ Marketing ($)
Fonte: Farris, Bendle, Pfeifer & Reibstein
MARKETING E FINANÇAS
(Y2 - Y1)
Retorno de Receita Incremental
(X2 - X1)
45
MÉTRICAS DE MARKETING NO CENTRO DA EMPRESA
Lucratividade Gestão de
de Cliente Produtos
Gestão de
Canais e Força
Margens e Participação de de Vendas
Lucros Mercado
Penetração no
Mercado
Concentração de
Estratégia de
Mercado Preços
Marketing e
Finanças
Promoções de
Publicidade
Vendas
Webmarketing
PUBLICIDADE E WEBMARKETING
46
MÉTRICAS DE MARKETING NO CENTRO DA EMPRESA
Lucratividade Gestão de
de Cliente Produtos
Gestão de
Canais e Força
Margens e Participação de de Vendas
Lucros Mercado
Penetração no
Mercado
Concentração de
Estratégia de
Mercado Preços
Marketing e
Finanças
Promoções de
Publicidade
Vendas
Webmarketing
PROMOÇÕES DE VENDAS
47
MÉTRICAS DE MARKETING NO CENTRO DA EMPRESA
Lucratividade Gestão de
de Cliente Produtos
Gestão de
Canais e Força
Margens e Participação de de Vendas
Lucros Mercado
Penetração no
Mercado
Concentração de
Estratégia de
Mercado Preços
Marketing e
Finanças
Promoções de
Publicidade
Vendas
Webmarketing
ESTRATÉGIA DE PREÇOS
Preço
Propensão Máxima a Pagar
P2
“Consumer Surplus”
P1 Preço cobrado
Qtde.
48
ESTRATÉGIA DE PREÇOS
Lucratividade Gestão de
de Cliente Produtos
Gestão de
Canais e Força
Margens e Participação de de Vendas
Lucros Mercado
Penetração no
Mercado
Concentração de
Estratégia de
Mercado Preços
Marketing e
Finanças
Promoções de
Publicidade
Vendas
Webmarketing
49
GESTÃO DE CANAIS E FORÇA DE VENDAS
50
GESTÃO DE PRODUTOS E MARCA
Gestão de
Lucratividade
Produtos e
de Cliente
Marca
Gestão de
Canais e Força
Margens e Participação de de Vendas
Lucros Mercado
Penetração no
Mercado
Concentração de
Estratégia de
Mercado Preços
Marketing e
Finanças
Promoções de
Publicidade
Vendas
Webmarketing
Lealdade à Marca
Conhecimento da Marca
Qualidade Percebida
Associações da Marca
Outros ativos da empresa
11 Dimensões
51
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Calkins, Tim, Breakthrough Marketing Plans: How to stop wasting time and start driving growth, New York,
Palgrave Macmillan, 2008
• Costa Melina, A Crise Não é Para Todos, reportagem da Revista Exame, Edição de 11 de março de 2009
• Farris, Paul, Bendle, Neil, Pfeifer, Philip and Reibstein, David, Marketing Metrics: 50+ Metrics Every
Executive Should Master, New Jersey, Wharton School Publishing, 2006
• Grabois, Ana Paula, PIB cai 3,6% e queda afetou todos os setores, reportagem do Jornal Valor Econômico
de 11 de março de 2009
• Gupta, sunil, Lehmann, Donald, Managing Customers as Investiments: The Strategic Value of Customers in
the Long Term, New Jersey, Wharton School Publishing, 2004
• Lay, Philip, Hewlin, Todd, Moore, Geofrey, In a Downturn, Provoke your Customers, Harvard Business
Review, March 2009
• Nueno, José L., The Recession: What Should I Do Today? In Six Months? In Two Years?, Iese Alumni
Magazine, January-March, 2009
• Ogilvy & Mather Booklets, Optimising the Marketing Budget in Recession, 2008
• Ogilvy & Mather Booklets, How to Get More Effective Advertising, 2008
• Ogilvy & Mather Booklets, In a Downturn: Smart Strategies for Tough Times, 2008
• Rhodes, David, Stelter, Daniel, Seize Advantage in a Downturn, Harvard Business Review, February 2009
• Rust, Roland, Zeithaml, Valarie, Lemon, Katherine, O Valor do Cliente: O Modelo que Está Revolucionando a
Estratégia Corporativa, Porto Alegtre, Ed. Bookman, 2001
• Srinivasan, Raji, Rangaswamy, Arvind, Lilien Gary L., Turning Adversity into . Advantage: Does proactive
marketing during a recession pay off?, Journal of Research in Marketing, pp. 109-125, 2005
• Williamson, Peter J., Zeng, Ming, Value-for-Money Strategies for Recessionary Times, Harvard Business
Review, March 2009.
52
ARTIGO HSM
Dossiê como crescer
QUANDO OS MERCADOS
NÃO CRESCEM
Reflexos
A
vocação para o crescimento desemprego –um fantasma real que ronda lojas da rede. Uma clássica estratégia “click
sustentável e lucrativo sempre as economias movidas principalmente pelo and brick” que aumenta a conveniência do
foi uma das habilidades mais va- consumo das famílias. cliente porque este também conta com a
lorizadas no mundo corporativo. Assim, nesse cenário, a rede de fast- ajuda de um consultor virtual que o ajuda
Porém inovar na geração da demanda –ou food McDonald’s dos Estados Unidos a navegar e concluir a compra.
seja, ser capaz de gerar um novo crescimen- vem experimentando crescimento com a O Magazine Luiza, por sua vez, mergu-
to que decorre da expansão das fronteiras chegada de novos consumidores movidos lhou fundo nos hábitos e preferências de
do mercado de atuação– não é tarefa fácil, pela necessidade de economizar em gastos consumo dos paulistanos antes de abrir as
mesmo quando os mercados crescem. E se com restaurantes. Da mesma forma, a rede lojas na grande São Paulo. Uma curiosa e
tomarmos o cenário de crise financeira e de Wal-Mart tenderá a obter maiores vantagens bem treinada grande equipe de marketing
recessão econômica que vem impactando de crescimento durante a crise por ostentar visitou centenas de lares e estabelecimentos
mercados em todo o mundo atualmente, é uma proposta de valor baseada em preços comerciais para conhecer melhor a realidade
tarefa mais complexa ainda. baixos, capaz de atrair uma massa de con- do mercado local. Com isto foi possível criar
Vamos considerar o setor de varejo sumidores que se tornam mais sensíveis a diferenciais de serviço como a entrega das
como ponto de análise, uma vez que repre- preços. Assim, é importante ter um olhar compras com agendamento de horário, um
senta um excelente termômetro para medir inteligente para entender os novos hábitos, fator de conveniência para consumidores
o ritmo (ou a “temperatura”) da atividade preferências a atitudes dos consumidores que trabalham durante o dia. A implantação
econômica, que pode revelar-se fria, morna em momentos de crise e de retração da das lojas na Grande São Paulo foi precedida
ou aquecida. “Se o varejo vai bem, bom demanda. Mais do que nunca, a crise enseja de um minucioso processo de recrutamento
sinal”, diz uma velha crença e que explica a oportunidade do olhar estratégico para as e seleção de vendedores. Um dos pontos
muitos fatos econômicos. Afinal, o varejo mudanças do presente e, principalmente, determinantes é que eles devem morar num
é por excelência o último elo das cadeias aquelas que estão por vir. raio de 40 minutos de distância das lojas,
produtivas. Ë claro que existem muitas Recentemente no varejo brasileiro pre- justamente para estreitar o relacionamento
transações que ocorrem no âmbito dos senciamos dois movimentos expansionistas com os clientes, o que normalmente já
mercados industriais –também conhecidos impactantes articulados pela Casas Bahia acontece em muitas cidades do interior
como B2B–, nos quais as empresas que e pelo Magazine Luiza, respectivamente, o onde a rede possui lojas.
ali atuam constroem suas estratégias de desenvolvimento de uma mega plataforma Esses dois movimentos de crescimento
crescimento no contexto de inovação de de comércio eletrônico e a inauguração si- evidenciam um olhar diferenciado para o
demanda. Assim, uma visão mais abran- multânea de quase 50 lojas na Grande São mercado, algo tão essencial na construção
gente que todo construtor de demanda Paulo. Aparentemente, dois movimentos sustentável de demanda que permite a
deve ter é vislumbrar sempre a perspectiva presumíveis de crescimento engendrados geração de valor para a empresa e para o
B2B2C. Equivale dizer que a WEG – que por duas grandes empresas no campo cliente. É claro que em momentos de crise
fabrica motores - ao fornecer produtos para de batalha do varejo, em que a cobertura e retração de mercado, a saúde financeira
a Whirlpool – fabricante de geladeiras – de território –leia-se estar próximo do da empresa representa um pulmão extra
deve entender profundamente da cadeia cliente e prover acessos– é fator crítico na corrida em busca de vendas e lucros,
de valor da Whilrpool, mas também de de sucesso. viabilizando estratégias de crescimento mais
suas estratégias de mercado, passando a Alguns aspectos de ambas as estraté- ofensivas, como ressaltam os consultores
conhecer melhor o consumidor final, o que gias de crescimento merecem destaque. da McKinsey. Também fica evidente a
lhe fortalece como parceiro de negócio. Nos três últimos anos a Casas Bahia necessidade da empresa criar uma nova
O enorme espectro dos mercados de trabalhou diligentemente na construção do visão sobre o mercado. Mesmo com notória
varejo –englobando desde alimentos até seu site de comércio eletrônico, enquanto capacidade financeira, nenhuma empresa
automóveis– evidencia que a crise não crescia a penetração dos computadores cresce com relevância sem desenvolver a
é a mesma para todos. Uma empresa do domésticos nos lares das classes C e D, habilidade de olhar para fora de maneira
setor de alimentos, por exemplo, tende a principal alvo de mercado do varejista. Um mais abrangente. Só assim é possível
sofrer menos que outra do setor de eletro- dos pontos interessantes desta operação ampliar as fronteiras da demanda.
domésticos, cujos consumidores deixam de virtual é sua interligação com o mundo
comprar bens duráveis, em um cenário de físico: o cliente tem a opção de comprar *Leonardo Araújo é professor e pesqui-
crédito escasso e de aumento da taxa de pela internet e retirar o produto em uma das sador da Fundação Dom Cabral.
Fraco Forte
Saúde relativa da empresa
(balanço, capacidade de gestão, desempenho geral)
(*) SGA: custos de vendas, gerais e administrativos; os custos indiretos excluem mão-de-obra e compras não relacionadas com a mercadoria que não
sustentam operações da loja, como acessórios, tecnologia e serviços externos.
os dados da gestão de relacionamento com o cliente aumentar a eficiência administrativa, aspecto em geral
e as bases de dados transacionais. A iniciativa permi- esquecido –dedicando o tempo ganho ao atendimento
tiu prever a demanda local de forma mais acertada e ao cliente. O foco deve ser deslocado para a realização
decidir quais artigos deveriam ganhar mais espaço no de mais vendas contando com os recursos existentes e
material publicitário. Os números das vendas de lojas não apenas com a redução das horas trabalhadas.
comparáveis subiram entre 2% e 4% nos mercados Em termos amplos, os varejistas devem levar em
estudados graças à nova ferramenta voltada para conta que, durante um ciclo desfavorável, a alter-
ampliar a eficiência das promoções. nativa menos eficiente é procurar um abrigo
Os varejistas que contam com boa saú- durante o temporal. Embora a dor seja inevi-
de financeira e atuam em setores maduros tável, a movimentação ágil permite melhor
também podem adotar enfoque ofensivo posicionamento para o inevitável ciclo de
pela aplicação de medidas para aumentar Os varejistas expansão que virá em seguida.
os ganhos com rapidez, como estimular o
movimento das lojas com ofertas atraentes
devem levar em © The McKinsey Quarterly
e com uma equipe preparada para aten- conta que, Este artigo foi publicado
der o cliente no momento da compra. originalmente em The McKinsey
Os com uma posição financeira mais
durante um ciclo Quarterly, n. 4, 2008. © 2008,
desfavorável, a McKinsey & Company.
frágil devem se concentrar na redução
Todos os direitos reservados.
de custos. Esses varejistas têm impor-
tantes oportunidades de racionalizar
alternativa menos Reproduzido com autorização
de McKinsey & Company.
suas unidades de estoque (em inglês, eficiente é procurar
SKU), liberando capital de giro, e de
renegociar as condições de forne-
um abrigo durante O estudo foi realizado por Ashish A. Kotecha,
Josh Leibowitz e Ian MacKenzie, todos consul-
cimento direto. Também podem o temporal tores da McKinsey nos Estados Unidos.