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DO CONSUMIDOR
Fabiano Larentins
2010
© 2010 – IESDE Brasil S.A. É proibida a reprodução, mesmo parcial, por qualquer processo, sem autorização por
escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.
ISBN: 978-85-387-1115-5
CDD 658.8342
Processo de decisão 31
do consumidor – etapas iniciais e intermediárias
31 | Introdução
32 | Reconhecimento do problema
34 | Busca de informações
37 | Avaliação das alternativas e decisão de compra
47
Processo de decisão do consumidor – etapas finais
47 | Introdução
47 | Ato de compra
49 | Avaliação pós-compra e consumo
58 | Descarte de produtos
67
Características individuais do consumidor
67 | Introdução
68 | Recursos do consumidor
69 | Conhecimento do consumidor
70 | Personalidade, valores, estilos de vida e autoconceito
72 | Percepções
73 | Atitudes
75 | Motivações e necessidades
78 | Envolvimento
79 | Emoções e sentimentos
80 | Aprendizagem
ário
91
Influências culturais no comportamento do consumidor
91 | Introdução
91 | Influências culturais
107
Influências sociais no comportamento do consumidor
107 | Introdução
107 | Classes sociais
113 | Grupos de referência
115 | Famílias e domicílio
125
Influências situacionais no comportamento do consumidor
125 | Introdução
126 | Situações de comunicação
127 | Situações de compra
133 | Situações de uso
141
Marketing de relacionamento: conceitos, tipos e características
141 | Introdução
141 | Definições de marketing de relacionamento
144 | Satisfação, valor e lealdade
148 | Relacionamento interno, com consumidores finais e com empresas
150 | Níveis de relacionamento
151 | Relacionamentos e tecnologia
sumário
sumário Planejamento do
relacionamento: aplicações estratégicas e táticas
155 | Introdução
155 | Estratégias de marketing de relacionamento
155
Comportamento do Consumidor
nizacional relacionada à identificação e satis-
fação de necessidades e desejos dos clientes.
Implica, portanto, entender e atender os mer-
cados-alvo de determinada empresa, melhor
que os concorrentes, através de produtos e
serviços. Assim, para atender esses mercados,
dos quais fazem parte clientes organizacio-
nais e consumidores finais, deve-se compre-
ender como estes se comportam.
Deve-se entender, então, como acontece
a escolha de marcas, produtos e serviços e
como se desenvolve a compra e o consumo.
Ao final, deve-se identificar como ocorreu
a avaliação pós-compra, principalmente se
houve satisfação ou insatisfação.
Desta maneira, essa disciplina tem como
objetivo básico possibilitar ao aluno a articu-
lação, mobilização e aplicação, em contextos
específicos, de definições e processos relacio-
nados ao comportamento do consumidor.
Para tanto, são abordadas as principais defi-
nições, processos e categorizações a respeito
do tema. Ademais, são descritos e analisados
alguns contextos de aplicação desses elemen-
tos na atividade de marketing.
Este livro apresenta os conceitos introdu-
tórios do tema “comportamento do consu-
midor”; as etapas iniciais e finais do processo
de decisão do consumidor; as características
individuais do consumidor; as influências am-
bientais no comportamento do consumidor:
influências culturais, influências sociais e in-
fluências situacionais, respectivamente; apre-
senta os tipos de tomada de decisão e as re-
lações entre comportamento do consumidor
e a atividade de marketing. Por fim, trata do
consumidor e de seus direitos e responsabili-
dades na sociedade.
Conceitos introdutórios a respeito
do comportamento do consumidor
Introdução
Na atualidade, é inquestionável a importância dada ao consumidor e aos
clientes. Empresas buscam de diversas formas oferecer o que os consumido-
res precisam, para torná-los leais. Os níveis de concorrência são elevados, a
entrada (e saída) de produtos no mercado é elevada, os consumidores pos-
suem ao seu dispor uma diversidade cada vez maior de produtos e serviços,
assim como um volume considerável de informações relacionadas a isso.
O objetivo desta aula é, desta forma, permitir ao aluno uma visão inicial a
respeito do comportamento do consumidor. Serão abordados, inicialmente,
o consumidor e o consumo e definições de comportamento do consumidor.
Em seguida, características do consumidor e as classificações de clientes. Por
fim, as relações entre comportamento do consumidor e o marketing.
O consumidor e o consumo
O consumo faz parte do dia a dia de todos. O consumo é retaguarda
do sistema econômico, considerando que vivemos em um sistema capita
lista. Quantas empresas e empreendedores surgem no intuito de atender
às necessidades das pessoas? Quantas empresas desaparecem porque não
conseguiram dar conta das exigências dos clientes e de suas reclamações?
Quantos empregos são gerados a partir da satisfação de necessidades, trans-
formada em produtos e serviços? Quantos impostos são gerados a partir
do que as empresas produzem e do que os consumidores compram e con-
Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
somem? Mesmo que se admita que algumas empresas não são honestas
quanto às propagandas que divulgam e aos produtos que oferecem (e isso
pode acontecer em outras atividades da vida humana), é importante ressal-
tar que empregos e impostos são gerados a partir de empresas que ofere-
cem produtos e prestam serviços.
Além disso, como indica Solomon (2002), existem diversas situações liga-
das ao chamado lado negro do consumo, como o consumo vicioso (uma de-
pendência fisiológica e/ou psicológica de produtos ou serviços), o consumo
compulsivo (o comprar repetitivo, muitas vezes excessivo, como um antído-
to para a tensão, ansiedade, depressão ou tédio – não confundir com compra
por impulso) e o consumidor consumido (em que os próprios consumidores
se tornam mercadorias, como a venda de cabelos para fabricar perucas ou
apliques). Temos neste caso a Índia, que é reconhecida por ser uma grande
exportadora de madeixas, principalmente pelo corte do cabelo por inteiro
ter relação com questões culturais. Há também as atividades ilegais, como
o roubo de produtos pelo consumidor, assim como o anticonsumo, ou seja,
produtos descaracterizados ou mutilados, tanto em sua forma quanto em
relação à sua imagem.
10
Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
Não se pode esquecer, além disso, que o consumidor está cada vez mais
sofisticado, ou seja, com mais informações disponíveis (é só lembrar das fer-
ramentas de busca na internet, como o Google, e a rapidez do acesso a infor-
mações), com mais conhecimento a respeito de produtos, serviços e práticas
de marketing das organizações, com mais exigência, portanto, em relação a
produtos e serviços, apresentando maiores níveis de insatisfação e menores
níveis de lealdade. O incremento da concorrência e do número de opções
disponíveis para comprar, as facilidades de crédito e a ampliação e melhoria
dos sistemas de comunicação (principalmente a internet) fez com que o con-
sumidor ganhasse poder e se tornasse mais exigente.
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Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
que funcione com urgência ou um livro que não sabemos qual é o final) e de
satisfação ou frustração pelo produto ou serviço ter desempenhado, ou não,
o que esperávamos. Afinal, como reforça Solomon (2002): “você é o que você
consome”.
12
Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
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Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
As atividades físicas, por sua vez, são aquelas envolvidas nos desloca-
mentos, esforços físicos e gastos de energia do consumidor relacionados à
compra, consumo e descarte (caráter predominantemente biológico do con-
sumidor). Como, por exemplo, deslocar-se até o ponto de venda, visitar a loja,
pagar, armazenar o produto, utilizá-lo ou consumi-lo e colocar uma embala-
gem no lixo. Já as sociais são as relacionadas às interações entre as pessoas
nos processos de compra, consumo e descarte (caráter predominantemente
sociológico e antropológico do consumo). Podemos citar como atividades
sociais, também, visitar lojas e pagar, assim como reclamar do atendimento
e solicitar informações ao vendedor.
Características do comportamento
do consumidor
O comportamento de consumo apresenta diversas características. Consi-
derando Solomon (2002), Sheth, Mittal e Newman (2001) e Engel, Blackwell
e Miniard (2000), percebe-se que o comportamento do consumidor é mo-
tivado, é um processo, inclui várias atividades, envolve diferentes papéis, é
influenciado por fatores externos, difere entre as pessoas e é complexo.
tomada de decisão, uma vez que são tomados como referência para certos
comportamentos, como os adolescentes, por exemplo).
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Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
É importante destacar que cada papel pode ser desempenhado por dife-
rentes integrantes da família, assim como um integrante da família pode de-
sempenhar mais de um papel. Isso dependerá das circunstâncias envolvidas
e da forma como as famílias estão estruturadas (número de integrantes, nível
de recursos, escolaridade, conhecimentos a respeito de produtos, cultura e
valores).
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Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
escola, que resolve convencer os outros três (Vítor, Elias e Manuela) que não
estavam interessados em participar da festa; os decisores, José e Ricardo,
que juntam o dinheiro para comprar os alimentos e bebidas e decidem o
que comprar; os compradores, José e Manuela, que vão ao supermercado;
os usuários, os seis amigos que participam da festa.
Classificações de clientes
Conforme Sheth, Mittal e Newman (2001), existem clientes domésticos e
clientes organizacionais, que adquirem tanto produtos como serviços. Aqui
é importante distinguir, então, clientes domésticos de clientes organizacio-
nais e produtos de serviços.
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Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
19
Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
20
Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
Comportamento do consumidor
e o marketing
Os profissionais de marketing, responsáveis nas organizações por entend-
er e atender os mercados (clientes), devem compreender as características do
comportamento do consumidor (o entender o cliente) para poder atendê-
-los e influenciá-los quanto a suas decisões de compra (o atender). Devem,
além disso, considerar que o consumidor não é só influenciado pelas ações de
marketing (relacionadas ao produto, preço, distribuição/ponto de venda e co-
municação/promoção), mas também por influências sociais (as questões cul-
turais, as classes sociais, a renda, os grupos, as pessoas de referência) e influên-
cias situacionais (o ambiente físico, o tempo, as condições presentes naquele
momento e a tarefa envolvida). Ou seja, precisam entender e identificar quem
realiza quais processos, quem desempenha determinado papel, por que de-
terminados processos ocorrem da maneira que ocorrem, quais características
dos próprios clientes determinam seu comportamento, que fatores ambien-
tais influenciam seu comportamento (CHURCHILL; PETER, 2000).
21
Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
Por fim, como indica Solomon (2002), é importante considerar que muito
do que se conhece sobre o mundo é filtrado pelos profissionais de marke
ting. Anúncios indicam como se deve agir e como avaliar outras pessoas.
Além disso, confia-se nesses profissionais para vender produtos seguros e
com o desempenho conforme o prometido, para dizer a verdade sobre o que
estão vendendo e para garantir preço e distribuição justos para os produtos.
Assim, há um componente ético que deve ser considerado nas estratégias
de marketing em relação ao consumidor.
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Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
Texto complementar
O ABC do consumo
Em entrevista exclusiva, o especialista em comportamento de compra, Roger
Blackwell, aborda vários aspectos do consumidor: das forças que modificam
seu comportamento até como entrar em sua mente, passando pelo processo de
decisão de compra
(BLACKWELL, 2003)
As duas devem ser estudadas, mas são os eventos sociais que condicionam
mudanças no comportamento de compra.
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Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
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Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
Em princípio, considerar que uma marca se constrói sobre três “Ps”: pro-
messa, personalidade e proteção. Para desenvolver a promessa, o ponto de
partida é entender o mercado objetivo e os atributos mais desejados por esse
mercado. Depois, é preciso definir a promessa, ajustar-se estritamente a ela e
cumpri-la. Por exemplo: um varejista jamais deveria prometer os preços mais
baixos de seu segmento se compete com lojas que formam parte de uma
cadeia de fornecimento eficiente, capaz de fixar preços muito baixos. A perso-
nalidade de uma marca é, conceitualmente, semelhante à personalidade de
um indivíduo: algumas pessoas atraem as demais, geram um ambiente agra-
dável ao seu redor, e todos querem ficar perto delas. As lojas que possuem um
ar alegre, que conhecem seus consumidores, que sabem o que eles querem e
que lhes oferecem exatamente isso constroem uma personalidade atraente.
Assim, esse atributo se desenvolve com a publicidade e com o ambiente dos
pontos de venda. A proteção está vinculada a uma espécie de segurança; uma
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Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
garantia de que o cliente não desperdiçará seu tempo nem seu dinheiro. Um
varejista “protege” o cliente se lhe fornece o que busca ao preço que está dis-
posto a pagar, com o mínimo possível de inconvenientes do ponto de vista da
operação de compra. [...]
A internet pode ser um bom meio para comprar produtos de baixo giro,
alta margem e preço elevado, que não estejam disponíveis nos pontos de
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Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
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Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
Atividades
1. Por que o autor Solomon coloca que “você é o que você consome”?
28
Conceitos introdutórios a respeito do comportamento do consumidor
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Processo de decisão do
consumidor – etapas iniciais
e intermediárias
Introdução
A soberania do consumidor representa um grande desafio às empresas,
como colocado por Engel, Blackwell e Miniard (2000). Todavia, as habilidades
de marketing podem afetar a motivação e o comportamento do consumidor,
se o produto ou serviço oferecido é desenhado para satisfazer suas necessi-
dades e expectativas e se as ações implementadas no mercado permitem
alcançar isso.
Reconhecimento do problema
A primeira etapa do processo de decisão do consumidor, o reconheci-
mento do problema, segundo Engel, Blackwell e Miniard (2000), é uma per-
cepção da diferença entre a situação desejada e a situação real, suficiente
para despertar e ativar o processo decisório. Ocorre, conforme Churchill e
Peter (2000), toda vez que o consumidor vê uma diferença significativa entre
seu estado atual e algum estado desejado ou ideal. Há um problema a ser
resolvido. Para Sheth, Mittal e Newman (2001), reconhecer o problema é a
percepção de que se precisa comprar algo para voltar ao estado normal de
conforto, uma vez que o problema é a indicação de que há um estado de
privação, desconforto e falta (física ou psicológica).
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Processo de decisão do consumidor – etapas iniciais e intermediárias
Por exemplo: terminou o leite condensado que Maria precisava para ter-
minar o bolo de aniversário de sua filha, cuja festa ocorrerá dentro de algu-
mas horas e várias crianças da vizinhança foram convidadas. Se não fosse a
festa de aniversário, Maria não teria ficado tão preocupada com a falta de
uma lata do produto. Maria só voltará ao estado de conforto quando tiver
uma lata de leite condensado, que ela pode comprar ou pedir emprestada
para uma vizinha.
Por outro lado, é possível que nunca se tenha reconhecido uma neces-
sidade, mas a exposição a um produto ou serviço, que pode ser via propa-
ganda, no ponto de venda ou através de conversas com amigos, tem con-
dições de despertar necessidades, sendo que o seu atendimento gera um
reconhecimento de problema. Muitas pessoas nunca sentiram necessidade
de comprar um celular ou utilizar internet sem fio até que eles fossem dis-
ponibilizados para comprar ou usufruir. É importante frisar que esse impulso
para atender a uma necessidade chama-se motivação.
33
Processo de decisão do consumidor – etapas iniciais e intermediárias
Busca de informações
Conforme Solomon (2002), uma vez que um problema tenha sido reco-
nhecido, o que causa um desconforto ou um estado de privação, os consu-
midores precisam de informações adequadas para resolvê-lo. Aqui o consu-
midor investiga seu ambiente à procura de dados e informações adequados
para tomar uma decisão razoável. Como acontece com o reconhecimento
do problema, a busca de informações, segundo Engel, Blackwell e Miniard
(2000), é influenciada por diferenças individuais e fatores ambientais.
34
Processo de decisão do consumidor – etapas iniciais e intermediárias
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Processo de decisão do consumidor – etapas iniciais e intermediárias
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Processo de decisão do consumidor – etapas iniciais e intermediárias
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Processo de decisão do consumidor – etapas iniciais e intermediárias
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Processo de decisão do consumidor – etapas iniciais e intermediárias
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Processo de decisão do consumidor – etapas iniciais e intermediárias
Texto complementar
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Processo de decisão do consumidor – etapas iniciais e intermediárias
42
Processo de decisão do consumidor – etapas iniciais e intermediárias
os homens (revistas, por exemplo) para evitar que eles abreviem o tempo de
permanência de suas mulheres.
43
Processo de decisão do consumidor – etapas iniciais e intermediárias
Atividades
1. Apresente exemplos reais (podem ser os seus exemplos) para cada
etapa do processo de decisão do consumidor (reconhecimento do
problema, busca de informações, avaliação das alternativas e decisão),
considerando um produto e um serviço específico.
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Processo de decisão
do consumidor – etapas finais
Introdução
Após o consumidor reconhecer que há um problema de consumo a ser
resolvido (necessitar comprar algo ou usufruir de algum serviço), buscar in-
formações, avaliar alternativas e decidir, se efetua a compra propriamente
dita, ou o ato de compra. Em seguida, consumirá e efetuará uma avaliação de
pós-compra (satisfação ou insatisfação). Por fim, efetuará descartes de um
produto ou de partes dele, dependendo de suas características e da situação
em questão.
Ato de compra
Assim que o consumidor avalia alternativas e toma sua decisão, efetua
propriamente a compra. Esta geralmente acontece em pontos de venda
de varejo, mas também pode acontecer em outros locais, como na venda
a domicílio e na compra pela internet. Assim como nas outras etapas, há
também influência de fatores ambientais e diferenças individuais (ENGEL;
BLACKWELL; MINIARD, 2000). Importante destacar que a avaliação de al-
ternativas e a tomada de decisão podem ocorrer antes de se partir para a
compra propriamente dita ou então no mesmo momento ou local em que
ocorre o ato de compra.
48
Processo de decisão do consumidor – etapas finais
Para Sheth, Mittal e Newman (2001), a fase pós-compra, passa por quatro
estágios: confirmação da decisão, avaliação da experiência (consumo), sa-
tisfação/insatisfação e resposta futura. Cada uma delas é caracterizada a
seguir.
50
Processo de decisão do consumidor – etapas finais
Para tanto, Kotler e Keller (2006) sugerem uma lista de ações interessantes
para a gestão de reclamações. É importante implementar uma linha direta
51
Processo de decisão do consumidor – etapas finais
52
Processo de decisão do consumidor – etapas finais
Além disso, uma organização que tem como filosofia encantar seus clien-
tes (superar sempre suas expectativas) deve estar bem preparada para isso.
53
Processo de decisão do consumidor – etapas finais
Por outro lado, o que uma organização deve evitar é reduzir o desem-
penho de seus serviços e a qualidade de seus produtos para os mesmos
clientes – deve ao menos garantir desempenhos passados. A concorrência
sempre está a postos para ganhar um novo cliente e a necessidade de inova-
ções, tanto em produtos quanto em serviços, é constante.
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Processo de decisão do consumidor – etapas finais
55
Processo de decisão do consumidor – etapas finais
Por outro lado, deve ter uma visão sistêmica da empresa para a qual
trabalha, ou a qual representa (caso seja terceirizado). Essa visão sistêmica
envolve enxergar a empresa de forma global, percebendo o que determi-
nadas ações de uma pessoa podem repercutir em diversos outros locais e
departamentos.
Ademais, um bom atendente que se preze precisa ser ágil em suas ativi-
dades, quando for necessário e quando não gerar prejuízo à qualidade do
serviço, e saber solucionar problemas. Muitas vezes os clientes não precisam
que o problema seja resolvido com rapidez, mas que seja resolvido da pri-
meira vez.
Ações de fidelidade
Segundo Kotler e Keller (2006), dentro do processo de atrair e manter
clientes, o ponto de partida são os possíveis clientes (os que presumivel-
mente poderão comprar). Em seguida, a empresa determina quais são os
clientes potenciais, os quais espera reverter em clientes eventuais, depois
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Processo de decisão do consumidor – etapas finais
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Processo de decisão do consumidor – etapas finais
Descarte de produtos
Quanto ao descarte, ou despojamento do produto, Solomon (2002)
indica que o consumidor toma diversas decisões. Uma delas é manter o pro-
duto, utilizando-o para o propósito original, transformando-o para servir ao
propósito original ou guardando-o. O consumidor pode também livrar-se
permanentemente do produto, jogando-o fora, dando-o, trocando-o ou
vendendo-o (o mercado de carros usados é exemplo das ações de descarte).
Além disso, pode livrar-se temporariamente (alugando ou emprestando).
58
Processo de decisão do consumidor – etapas finais
O descarte, por outro lado, vêm ganhando espaços nos últimos tempos
em função do aumento da consciência ecológica, do consumo consciente
e das ações de sustentabilidade, considerando a reciclagem, o uso cons-
ciente de produtos e a logística reversa (o retorno do produto usado ao
fabricante).
Texto complementar
O básico é básico
Em entrevista, Patrick Barwise nada contra a corrente e propõe que, em vez de se
preocupar com a diferenciação e a criação de valor, os profissionais de marke-
ting retornem ao fundamental: atendam às necessidades de seus clientes. Reu-
nindo teoria e prática em marketing [...], ele vem ficando conhecido por advogar
que os profissionais da área precisam concentrar-se no atendimento às aspira-
ções básicas com mais eficácia do que a concorrência, em vez de concentrar-se
na obtenção da proposta de venda única, contrariando o que pregam grandes
pensadores como Rosser Reeves, Jack Trout, Al Ries e até Michael Porter [...]. O
especialista enfatiza que não é fácil conseguir proporcionar aos consumidores o
que eles esperam e sugere a proximidade com eles como meio para que os pro-
fissionais de marketing consigam compreender as experiências dos clientes [...].
(BARWISE, 2006)
Em seu livro Simply Better, o Sr. enfatiza que, para conquistar e con-
servar os clientes, os profissionais de marketing precisam superar a con-
corrência na hora de proporcionar o que as pessoas esperam, em vez de
se concentrar na busca de uma proposta de venda única. Por que essa
última tendência recebeu tanta importância nos últimos tempos?
59
Processo de decisão do consumidor – etapas finais
dores, é preciso oferecer algo que ninguém mais oferece, ou seja, uma propo-
sição diferenciada. Só que os fatos mostraram que essa teoria está errada [...].
Nós sustentamos que há muito mais a levar em consideração além das propo-
sições únicas de venda. Também não somos contrários às boas campanhas de
propaganda de marca. É preciso lembrar que o mundo do cliente e o mundo
do fornecedor são bem diferentes. Quando um consumidor faz uma compra,
a marca escolhida é que lucra, e ser a segunda opção não ajuda em nada.
Assim, enquanto para quem compra pode ser quase indiferente escolher a
marca A ou B, para os gestores de marca as diferenças entre as alternativas
são essenciais. O mesmo vale para a propaganda: quem anuncia tem bem
mais consciência da marca e das comunicações dela do que o consumidor. A
principal contribuição do livro Simply Better é dar ênfase na necessidade de
concentração naquilo que realmente importa para o consumidor – e que nem
sempre coincide com o que poderia revelar-se a partir de uma abordagem-
padrão de marketing. Essa postura exige um modo de pensar que considera
possível apresentar um desempenho melhor no que é básico, além do reco-
nhecimento de todos os fatores que causam desapontamento aos clientes
todos os dias.
60
Processo de decisão do consumidor – etapas finais
A maioria das pessoas (se não todas) é capaz de citar exemplos de pro-
dutos ruins e de péssimo atendimento ao cliente, sem falar nos “casos de
horror” publicados na imprensa. Parece incrível que esse tipo de prática
ainda exista, levando em conta as consequências para a reputação das
empresas. O que isso significa?
Parece incrível, mas é preciso lembrar que, ainda que nossa mensagem
sobre ser bom no que é básico possa parecer simples, é muito difícil colocá-
la em prática. Por esse motivo, nosso livro inclui diversos exemplos de como
algumas empresas conseguiram isso. Um grande problema nas organizações
é a falta de incentivo para que as pessoas abordem os aspectos negativos –
o que quer dizer que os funcionários costumam mentir para seus chefes, e
estes para seus superiores, e assim por diante até o topo da pirâmide. Obter os
dados negativos custa aos profissionais mais graduados boas doses de humil-
dade, esforço e energia. Para isso, os executivos seniores precisam aproximar-
se o máximo possível dos consumidores no ponto de venda ou no local de
prestação do serviço, visitar os clientes da empresa para ver os produtos em
funcionamento, participar de grupos de discussão etc. Outra medida é atuar
como consumidores anônimos dos produtos ou serviços de sua própria com-
panhia, a fim de partilhar a experiência dos clientes. Esse envolvimento, além
de proporcionar insights valiosos, estabelece um exemplo dentro da empresa
ao enfatizar a extrema importância atribuída ao cliente – ou seja, deixa claro
que o foco no cliente é mais do que um slogan. Os dados de satisfação do con-
sumidor (e em particular as fontes de insatisfação do consumidor) ainda não
são objeto de análise e de ação de maneira sistemática. As empresas devem
esforçar-se muito para acompanhar as reclamações dos clientes e, especifica-
mente, os retornos dos consumidores perdidos, que costumam não ser valo-
rizados – as más notícias deveriam ser consideradas informações preciosas,
capazes de ensinar muito e de atuar como ponto de partida para a ação. Outro
problema está no fato de que, ao mesmo tempo que os mercados são com-
petitivos, a concorrência funciona com mais lentidão do que costumamos
acreditar, o que quer dizer que os consumidores podem ir devagar na hora de
61
Processo de decisão do consumidor – etapas finais
mudar de preferência. Isso não significa fidelidade, mas sim certa inércia, que
faz com que os clientes permaneçam um bom tempo com produtos ou servi-
ços que consideram insatisfatórios. Do ponto de vista da empresa, todas essas
notícias são boas: elas significam que provavelmente há uma oportunidade
para que melhorem de modo significativo, embora possa custar tempo para
que os benefícios plenos se manifestem.
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Processo de decisão do consumidor – etapas finais
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Processo de decisão do consumidor – etapas finais
Atividades
1. O que os profissionais de marketing devem considerar em cada uma
das etapas finais do processo de decisão do consumidor?
64
Características individuais
do consumidor
Introdução
O processo decisório de compra e consumo do consumidor geralmente
passa por cinco etapas: reconhecimento do problema (percebe que precisa
comprar ou consumir algo); busca de informações (em relação à necessida-
de de compra ou consumo); avaliação das alternativas e decisão de compra;
ato de compra; consumo, avaliação pós-compra (satisfação ou insatisfação)
e descarte. Conforme apresenta a seguir a figura 1, esse processo gera uma
retroação (feedback) das informações que surgem na avaliação pós-compra
para o reconhecimento do problema e a avaliação de alternativas.
Recursos do consumidor
Os recursos do consumidor, conforme Engel, Blackwell e Miniard (2000),
podem ser classificados como econômicos, relacionados principalmente à
renda, temporais, relacionados com a disponibilidade de tempo em comprar
e consumir, e cognitivos, relacionados com a capacidade de processamento
de informações.
68
Características individuais do consumidor
Conhecimento do consumidor
Conhecimento do consumidor, segundo Engel, Blackwell e Miniard
(2000), refere-se às informações armazenadas na memória. É importante, se-
gundo os autores, que empresas adquiram uma compreensão maior do que
os consumidores sabem, não sabem ou sabem com imprecisão. Isso porque
seu comportamento de compra e consumo depende do conhecimento que
se possui sobre produtos, preços, marcas e imagem, locais de compra e servi-
ços prestados, assim como crenças a respeito de quando e onde as compras
devem ocorrer e como os produtos devem ser consumidos. O conhecimento
dos consumidores, portanto, afeta grandemente seus padrões de compra.
69
Características individuais do consumidor
Além disso, pode-se identificar não apenas o que o consumidor não co-
nhece, mas o que ele percebe de maneira equivocada em função de infor-
mações imprecisas (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000). Um exemplo é a
crença equivocada de um consumidor sobre determinado supermercado
ser o mais caro da redondeza, apesar dele cobrar preços semelhantes aos
concorrentes. Outro exemplo são as informações imprecisas oriundas de
propaganda enganosa, o que pode gerar ações punitivas e/ou corretivas por
parte dos órgãos públicos.
Personalidade, valores,
estilos de vida e autoconceito
Consumidores apresentam tanto características demográficas (que en-
globam gênero, idade, grau de instrução e renda), assim como caracterís-
ticas psicográficas (que englobam seus valores, personalidade, estilos de
vida e autoconceito). As características demográficas têm relação com as
características da população. No caso do consumidor, as características de-
mográficas geralmente consideradas são a idade, o gênero (sexo), o grau de
instrução e os recursos do consumidor (geralmente os econômicos). A partir
delas é possível definir diversas formas de segmentação.
71
Características individuais do consumidor
Percepções
Percepção é o processo pelo qual as sensações, ou seja, a reação ime-
diata de nossos receptores sensoriais (olhos, ouvidos, nariz, boca e dedos) a
estímulos básicos como a luz, cor, som, odores e texturas, são selecionadas,
organizadas e interpretadas. O estudo da percepção concentra-se no que
acrescentamos a essas sensações, a fim de lhes darmos significado para as
sensações. (SOLOMON, 2002).
72
Características individuais do consumidor
Atitudes
As atitudes, conforme Engel, Blackwell e Miniard (2000), estão ligadas aos
gostos e aversões dos consumidores; o que eles gostam e não gostam. Em
outras palavras, as atitudes funcionam como uma avaliação geral duradoura
do consumidor para determinado produto, serviço ou marca. De acordo com
Sheth, Mittal e Newmann (2001), atitudes são predisposições a responder a
um objeto ou a uma classe de objetos de maneira consistentemente favorá-
vel ou desfavorável.
73
Características individuais do consumidor
74
Características individuais do consumidor
Atitude
Intenção
comportamental
Comportamento
Motivações e necessidades
A motivação é o que move as pessoas. Em outras palavras, é a força motriz
do comportamento humano, o estado de moção ou excitação que impele
o comportamento na direção de um alvo. Dois elementos compõem a mo-
tivação: a moção, ou excitação, estado interno de tensão, e o objeto-alvo,
algo no mundo externo cuja aquisição reduzirá a tensão (SHETH; MITTAL;
NEWMAN, 2001).
75
Características individuais do consumidor
Autônoma
Emocional
Resultado
Identificação de
E xperiência de comportamentos
novo estado orientados para o
objetivo
Satisfação
Comportamento
Aproximação ou
evitação
76
Características individuais do consumidor
Envolvimento
Para Engel, Blackwell e Miniard (2000), o envolvimento é o nível de im-
portância percebida ou evocada por um estímulo. É determinado, então,
pelo grau de importância com que o consumidor percebe determinado
objeto ou situação. Em outras palavras, é a percepção da relevância pessoal
em relação a determinado produto ou serviço.
Emoções e sentimentos
Necessidades e emoções, segundo Sheth, Mittal e Newman (2001), estão
intimamente ligadas, pois são capazes de energizar uma pessoa na direção
de objetos-alvo relevantes. O sentimento de privação de objetos-alvo dese-
jados é experimentado como uma emoção negativa e sua conquista como
emoção positiva. As pessoas buscam evitar emoções negativas.
79
Características individuais do consumidor
Aprendizagem
Engel, Blackwell e Miniard (2000) definem aprendizagem como o proces-
so pelo qual a experiência leva a mudanças no conhecimento, atitude e/ou
comportamento. Pela abordagem cognitiva, o foco é em mudanças no co-
nhecimento e no entendimento dos processos mentais que determinam de
que forma as pessoas aprendem a informação (como a informação é transfe-
rida para a memória de longo prazo). Pela abordagem behaviorista, ou com-
portamentalista, o foco é em mudança no comportamento.
80
Características individuais do consumidor
81
Características individuais do consumidor
82
Características individuais do consumidor
83
Características individuais do consumidor
Texto complementar
A força da experiência
Em entrevista exclusiva, a consultora Patricia Seybold alerta que as empresas
devem, além de se preocupar em atrair e manter seus clientes, concentrar-se na
qualidade da experiência oferecida em todos os pontos de contato
(SEYBOLD, 2001)
A Sra. afirma que houve uma “revolução do cliente” e que esta se apoia
em três princípios. Poderia explicar quais são eles?
[...]
84
Características individuais do consumidor
Em seu último livro, a Sra. enumera uma série de passos para chegar a
uma grande experiência para o cliente. Quais são os mais relevantes?
85
Características individuais do consumidor
Isso é algo novo para a maioria das empresas. Nossa metodologia se baseia
em identificar cenários para cada segmento de clientes e anotar os passos
necessários para alcançar o resultado esperado. Os cenários vão desde reser-
vas de passagens para uma viagem de negócios até contratação de um sis-
tema telefônico ou compra de uma geladeira. Cada um tem como ponto de
origem a necessidade do cliente e termina na execução do objetivo. No meio,
há entre seis e dez passos ou tarefas, que envolvem interações do cliente com
a empresa. Quase sempre há tarefas fundamentais, às quais chamamos de
“momentos da verdade”, que é o que realmente importa para o cliente, o que
deve ser medido. Assim, a sequência é: fixar as medições por segmento de
cliente, estabelecer as situações e detectar as chamadas “horas da verdade”.
Por exemplo, para a situação “comprar um produto pela Internet”, as tarefas do
cliente incluiriam: procurar informações sobre o produto, selecioná-las, regis-
trar os dados do cartão de crédito e encontrar informações sobre o status da
remessa. Na Hewlett-Packard, descobriu-se que para os clientes que colocam
um pedido on-line antes das cinco da tarde o mais importante é receber o
produto no dia seguinte. A hora da verdade, o parâmetro que mede a em-
presa, é a entrega em 24 horas. A HP se concentrou nessa tarefa e atualmente
consegue 98% de sucesso.
86
Características individuais do consumidor
fundamente com seus clientes e fazia todo o possível para lhes garantir uma
experiência de compra maravilhosa. Perdeu, porém, o respaldo financeiro da
Disney, que se cansou de apoiar uma loja on-line que vendia brinquedos com
armas e outras características que não interessavam a seus clientes.
[…]
A Sra. propõe uma “planilha de voo” como ponto de partida para pro-
jetar as medidas que as empresas deveriam levar em conta na “economia
do cliente”. Poderia explicar como funciona?
87
Características individuais do consumidor
Atividades
1. Comente como funciona o modelo do processo de motivação (figura
3) e apresente um exemplo.
88
Características individuais do consumidor
90
Influências culturais
no comportamento do consumidor
Introdução
O processo de decisão do consumidor é composto pelo reconhecimen-
to do problema, busca de informações, avaliação de alternativas e decisão,
ato de compra, consumo, avaliação pós-compra e descarte. Esse processo
recebe influências, como um todo, de variáveis ambientais e de característi-
cas individuais.
Influências culturais
Dentro das influências ambientais, a cultura exerce um papel de grande
importância no comportamento do consumidor. Cultura, conforme Engel,
Blackwell e Miniard (2000), refere-se a um conjunto de valores, crenças, ideias,
hábitos, artefatos (produtos e utensílios que apresentam algum significado
cultural), rituais e outros símbolos significativos que auxiliam os indivíduos,
como membros de um grupo, a se comunicar, a interpretar e a avaliar.
Influências culturais no comportamento do consumidor
A cultura e o consumidor
A cultura de um consumidor, segundo Solomon (2002), determina as pri-
oridades globais que ele associa a diferentes atividades e produtos. Um pro-
duto que oferece benefícios coerentes com aqueles que são desejados pelos
membros de uma cultura tem uma chance muito melhor de obter aceita-
92
Influências culturais no comportamento do consumidor
Pode-se dizer que o Brasil, pela sua diversidade de etnias e religiões, tem
uma grande diversidade cultural. É um país-continente cultural, não apenas
geográfico. Podemos perceber isso pela culinária presente em diversas regi-
ões e suas diferenças. Podemos perceber isso dentro mesmo de uma unidade
da federação: diferentes regiões com valores, crenças e símbolos diferentes.
Quanto o habitante da Grande São Paulo é parecido e quanto é diferente se
comparado com o habitante que reside no interior, próximo a Minas Gerais? E
com o habitante que reside no interior, próximo ao Mato Grosso do Sul? Quanto
o habitante que reside na Grande Porto Alegre é parecido ou diferente do ha-
bitante que reside na Serra Gaúcha, do habitante que reside na fronteira com
a Argentina e do habitante que reside na fronteira com o Uruguai? Quanto o
habitante que reside na Grande Salvador é parecido ou diferente do habitante
que reside no sertão baiano e do que reside na divisa com Minas Gerais?
94
Influências culturais no comportamento do consumidor
95
Influências culturais no comportamento do consumidor
Apesar disso, não se pode esquecer que é mais plausível dizer que há
principalmente culturas (no plural) no Brasil, não apenas uma cultura brasi-
leira. Pode-se argumentar também que, dependendo do local, os traços ou
valores essenciais do brasileiro apresentarão maior ou menor intensidade,
uma vez que as etnias presentes no Brasil não são apenas a portuguesa e a
africana: temos indígenas, outros povos europeus e povos asiáticos presen-
tes aqui, que compartilham alguns valores e crenças ainda peculiares. Isso
porque uma ampliação da educação, das comunicações (principalmente
televisão e, atualmente, a internet), do consumo e dos transportes tende a
homogeneizar determinadas crenças e valores, mas reforçar a diferença de
outras. Um mineiro e um gaúcho, apesar de consumir produtos iguais e de
assistir ao mesmo canal de TV, ainda permanecem com valores e crenças que
preservam suas tradições.
Mudanças culturais
Segundo Engel, Blackwell e Miniard (2000), os valores da sociedade
mudam continuamente, muito embora os valores essenciais sejam relati-
96
Influências culturais no comportamento do consumidor
Esses autores, por sua vez, ressaltam que há dois tipos de forças que expli-
cam tanto a constância quanto a mudança de valores. A primeira força é uma
tríade de instituições: família, instituições religiosas e educação. A segunda
são as experiências de início de vida, que incluem guerras, movimentos de
direitos civis e realidades econômicas. Além disso, governo e mídia também
exercem influência em valores. Indivíduos, dessa maneira, aprendem e in-
ternalizam esses valores num processo afetado por amigos e colegas e pelo
próprio processo de aprendizagem. Os autores, por fim, reforçam que con-
forme o indivíduo envelhece, ele vai mudando valores em detrimento de
outros: dá prioridade a alguns e menor importância a outros.
97
Influências culturais no comportamento do consumidor
número de fiéis de igrejas tradicionais, como a católica. Por outro lado, au-
mentou o número de indivíduos sem nenhuma preferência religiosa. Nesse
aspecto, Engel, Blackwell e Miniard (2000) enfatizam que no futuro os valores
dos consumidores serão mais pessoais, diversificados e pluralistas.
Influências étnicas
A globalização, principalmente através do desenvolvimento das comuni-
cações e dos transportes, além do surgimento de diversas marcas globais, fez
com que determinados hábitos de um determinado país (como os Estados
Unidos) fossem disseminados para outros lugares. No entanto, fez também
com que fossem conhecidas, e até mesmo reforçadas, certas peculiaridades
culturais de determinadas etnias e povos, principalmente com o aumento
do poder econômico e político de determinados países, como os que com-
põem o BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China).
98
Influências culturais no comportamento do consumidor
Texto complementar
99
Influências culturais no comportamento do consumidor
Se o Sr. não acredita no que as pessoas dizem, como faz para descobrir
o sistema de referências?
100
Influências culturais no comportamento do consumidor
O cérebro réptil indica para o indivíduo que ele deve se alimentar. Mas o
ritual que segue – a maneira como o faz, a organização, a ordem dos pratos
em uma refeição – é diferente de uma cultura para outra. Por exemplo, na
França, é preciso esperar pela comida; se ela é trazida rapidamente, significa
que não é boa. Nos Estados Unidos, as pessoas querem ser servidas de ime-
101
Influências culturais no comportamento do consumidor
102
Influências culturais no comportamento do consumidor
Alguns afirmam que o mundo se “achatou” e que haverá cada vez mais
referências culturais compartilhadas. O Sr. acha que a globalização está
enfraquecendo as particularidades culturais?
Estou totalmente em desacordo com essa teoria. Não acredito que a glo-
balização elimine as diferenças culturais. Ao contrário: as pessoas podem se
comunicar com membros de sua cultura disseminados pelo mundo. A globa-
lização vai permitir a recuperação de culturas, o que é maravilhoso, porque fa-
vorece a diversidade. O fato de ser possível comer sushi em Paris não significa
que os franceses estejam se tornando japoneses. O acesso a elementos de di-
versas culturas é enriquecedor. Não acredito que as pessoas se interessem por
uma mistura de tudo, sem identidade. Nova York é uma mistura de raças, mas,
se quisermos achar um restaurante típico francês, certamente encontraremos
um tão bom quanto em Paris. Muitos acreditam que com a globalização tere-
mos um mix de produtos adequado ao gosto do mundo. Eu não concordo.
103
Influências culturais no comportamento do consumidor
Atividades
1. Por que a cultura deve ser considerada no estudo do comportamento
do consumidor?
3. O que implica dizer que a cultura não é estática, mesmo que demore para
mudar?
104
Influências sociais no
comportamento do consumidor
Introdução
As tomadas de decisão do consumidor recebem influências de suas ca-
racterísticas individuais, assim como de variáveis ambientais, como as influ-
ências culturais e situacionais. Todavia, outras variáveis ambientais que me-
recem atenção são as relacionadas às influências sociais, especificamente a
classe social, o grupo de referência, a família e o domicílio.
Classes sociais
Classe social, conforme Engel, Blackwell e Miniard (2000), é entendida
como uma divisão relativamente permanente e homogênea numa socieda-
de, na qual indivíduos ou famílias, compartilhando valores semelhantes, po-
sição econômica, estilos de vida, interesses e comportamentos, podem ser
categorizados. Em relação a isso, segundo Solomon (2002), o lugar ocupado
na estrutura social é um importante determinante não só de quanto dinhei-
ro é gasto, mas também de como ele é gasto.
Pessoas que são agrupadas em uma mesma classe social, como indica
Solomon (2002), são aproximadamente iguais em termos de sua posição
social na sociedade. Isso significa que costumam trabalhar em ocupações
aproximadamente semelhantes e tendem a ter estilos de vida parecidos, em
Influências sociais no comportamento do consumidor
De acordo com Engel, Blackwell e Miniard (2000), uma classe social pode
ser determinada por variáveis econômicas, variáveis de interação e variáveis
políticas. As variáveis econômicas têm relação com ocupação, renda e rique-
za. As variáveis de interação estão relacionadas ao prestígio social, associa-
ção e socialização. Por fim, as variáveis políticas têm relação com níveis de
poder, consciência de classe e mobilidade.
108
Influências sociais no comportamento do consumidor
Por exemplo: se uma família que reside no Rio de Janeiro possui duas
televisões em cores, um rádio, um banheiro, um automóvel, uma máquina
de lavar, dois DVDs, uma geladeira duplex e o chefe de família possui grau
superior completo, a pontuação fica a seguinte (vide figura 1):
um rádio 1 ponto
um banheiro 4 pontos
um automóvel 4 pontos
Total 29 pontos
109
Influências sociais no comportamento do consumidor
Conforme alerta a ABEP (2009), o CCEB foi elaborado para definir grandes
classes que atendam às necessidades de segmentação (por poder aquisitivo)
da grande maioria das empresas. Não pode, todavia, como qualquer outro
critério, satisfazer todos os usuários em todas as circunstâncias. No entan-
to, a associação ressalta que uma comprovação adicional da conveniência
do Critério de Classificação Econômica Brasil é sua discriminação efetiva do
poder de compra entre as diversas regiões brasileiras, revelando importan-
tes diferenças entre elas (figura 3).
Sistema de pontos
Posse de itens
(ABEP, 2009)
Quantidade de Itens
4 ou
0 1 2 3
+
Televisão em cores 0 1 2 3 4
Rádio 0 1 2 3 4
Banheiro 0 4 5 6 7
Automóvel 0 4 7 9 9
Empregada mensalista 0 3 4 4 4
Máquina de lavar 0 2 2 2 2
Videocassete e/ou DVD 0 2 2 2 2
Geladeira 0 4 4 4 4
Freezer (aparelho independente ou parte da geladeira 0 2 2 2 2
duplex)
110
Influências sociais no comportamento do consumidor
Classes Pontos
A1 42 - 46
A2 35 - 41
B1 29 - 34
B2 23 - 28
C1 18 - 22
C2 14 - 17
D 8 - 13
E 0-7
Figura 1 – Critério de pontuação CCEB.
(ABEP, 2009)
Renda média familiar (R$)
Classe Pontos
2006 2007
A1 42 a 46 10.697 14.250
A2 35 a 41 6.556 7.557
B1 29 a 34 3.913 3.944
B2 23 a 28 2.107 2.256
C1 18 a 22 1.288 1.318
C2 14 a 17 849 861
D 8 a 13 549 573
E 0a7 318 329
Total 1.671 1.774
Figura 2 – Renda média familiar (R$) por classes pelo critério CCEB. (ABEP, 2009)
Clas- Total Gde. Gde. Gde. Gde. Gde. Gde. Gde. Gde.
DF
se Brasil FORT REC SALV BH RJ SP CUR POA
A1 0,72% 0,30% 0,40% 0,20% 0,80% 0,35% 1,05% 1,20% 0,40% 1,30%
A2 3,86% 4,49% 3,39% 3,69% 3,96% 3,04% 3,69% 5,09% 3,49% 8,38%
B1 8,99% 5,19% 5,79% 6,99% 8,88% 7,88% 10,98% 9,38% 9,38% 9,68%
B2 19,30% 7,88% 9,98% 10,48% 17,47% 19,96% 22,41% 24,45% 25,25% 19,86%
C1 22,96% 13,27% 16,57% 19,46% 20,46% 25,50% 24,35% 24,05% 27,64% 22,46%
C2 22,82% 23,15% 28,24% 27,05% 25,15% 25,05% 20,66% 20,36% 18,06% 19,76%
D 19,51% 35,73% 31,14% 28,34% 21,96% 17,56% 15,97% 14,17% 14,07% 17,86%
E 1,84% 9,98% 4,49% 3,79% 1,30% 0,65% 0,90% 1,30% 1,70% 0,70%
Figura 3 – Distribuição das classes econômicas em 9 regiões metropolitanas (2007).
111
Influências sociais no comportamento do consumidor
Isso não apenas para a classe social real, mas também para a classe social
de aspiração. Segundo Engel, Blackwell e Miniard (2000), o número de con-
sumidores que aspiram às classes sociais superiores é muito maior do que
aqueles que estão nelas. Muitos da classe média compram produtos que
simbolizam a classe social superior: comprar o melhor em pelo menos algu-
mas ocasiões é uma forma de diferenciar-se e reforçar a autoimagem.
112
Influências sociais no comportamento do consumidor
Grupos de referência
Um grupo de referência, como definem Engel, Blackwell e Miniard (2000),
é qualquer grupo de pessoas que influencia significativamente o compor-
tamento de um indivíduo, fornecendo padrões de conduta e valores que
podem se tornar a perspectiva determinante de como uma pessoa pensa e
se comporta. Nos grupos de referências, segundo Sheth, Mittal e Newmann
(2001), os indivíduos buscam aprovação e uma orientação ao comportamen-
to. Um grupo pode, no entanto, servir de referência para um indivíduo e não
para outro. Um exemplo de grupo de referência que surgiu nos últimos anos
é a comunidade virtual.
113
Influências sociais no comportamento do consumidor
114
Influências sociais no comportamento do consumidor
boca. Como existem influências sociais, o boca a boca, tanto positivo quanto
negativo, pode exercer grande impacto nas ações dos consumidores, por ser
encarado como mais confiável e com maior credibilidade do que meios tra-
dicionais de comunicação, como a propaganda. A comunicação boca a boca
pode ser uma alavanca para vendas, assim como uma das razões pelo fracas-
so de um produto ou serviço, interferindo principalmente nas estratégias de
comunicação de marketing da empresa como um todo.
Famílias e domicílio
O processo de decisão do consumidor envolve o reconhecimento do
problema, a busca de informações, a avaliação de alternativas e decisão,
a compra, a avaliação pós-compra, consumo e descarte. Esse processo, no
entanto, é específico do consumidor individual. Quando consideramos o
processo de decisão em uma família, ou outro grupo de pessoas, e em uma
organização, considerando que há outros papéis envolvidos na compra e no
consumo, há algumas diferenças.
115
Influências sociais no comportamento do consumidor
116
Influências sociais no comportamento do consumidor
Texto complementar
Em seu livro BRANDchild, o Sr. afirma que já não é mais possível se co-
municar com crianças e adolescentes – entre 8 e 14 anos – como no pas-
sado. O que mudou?
117
Influências sociais no comportamento do consumidor
118
Influências sociais no comportamento do consumidor
119
Influências sociais no comportamento do consumidor
Os astros do esporte são vistos com outros olhos. O esporte provoca aspi-
rações e traduz uma série de ideais. Esportistas bem-sucedidos trabalharam
muito para chegar ao sucesso e são amplamente admirados. Há também um
forte sentimento comunitário em torno do esporte, uma identidade comum
entre os fãs, mesmo que pertençam a camadas sociais distintas. Em compa-
ração, as conquistas das celebridades são vistas pelos adolescentes como su-
perficiais, vazias.
120
Influências sociais no comportamento do consumidor
Em primeiro lugar, como as marcas vão ser cada vez mais interativas, o ho-
rário de funcionamento do departamento de marketing das empresas deve
ser ampliado para 24 horas por dia, sete dias por semana. Uma campanha de
marketing precisa ser conduzida como uma campanha política. Os responsá-
121
Influências sociais no comportamento do consumidor
Atividades
1. Que relações podem ser apresentadas entre os grupos de referência
e os elementos produto e comunicação do composto de marketing?
Você pode utilizar exemplos.
122
Influências situacionais
no comportamento do consumidor
Introdução
Além das influências culturais e sociais, o consumidor também recebe
influências situacionais, do momento e do contexto em que está envolvi-
do. Situações exercem algumas das influências mais penetrantes no com-
portamento do consumidor por uma simples razão – o comportamento
ocorre sempre dentro de algum contexto situacional (ENGEL; BLACKWELL;
MINIARD, 2000).
Situações de comunicação
Situações de comunicação, como definem Engel, Blackwell e Miniard
(2000), são os cenários nos quais o consumidor é exposto a comunicações
pessoais e não pessoais. Dentre as comunicações pessoais estariam conver-
sas entre consumidores ou entre consumidores e vendedores. Comunicações
não pessoais seriam propagandas e programas e publicações orientados ao
consumidor.
126
Influências situacionais no comportamento do consumidor
Situações de compra
Situações de compra são os cenários nos quais os consumidores adqui-
rem produtos e serviços (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000). Em relação a
isso, os autores destacam que as influências situacionais são bastante predo-
minantes durante a compra. Nesse caso, o foco são as influências originadas
do ambiente varejista no qual a compra ocorre.
127
Influências situacionais no comportamento do consumidor
ida a um shopping center ficam claros os elementos que compõem uma at-
mosfera de loja. Lojas mais tradicionais podem apresentar uma fachada mais
tradicional, atendentes vestidos de maneira mais tradicional e uma sonori-
zação interna mais leve. Uma loja de roupas para adolescentes, por exemplo,
pode apresentar música mais alta, luzes de diversas cores e atendentes que
se vestem como adolescentes. Outras lojas podem ter cheiros relacionados
ao que é vendido.
128
Influências situacionais no comportamento do consumidor
129
Influências situacionais no comportamento do consumidor
130
Influências situacionais no comportamento do consumidor
Essa falta de tempo pode levar, então, ao aumento de erros nas compras
ou de redução nas compras, em função do consumidor não ter segurança de
qual a melhor opção para comprar. Por outro lado, segundo Nickels e Wood
(1999), poupar tempo se tornou uma prioridade para muitos consumidores,
oferecendo uma oportunidade para as empresas que mostram a eles como
evitar gastar tempo comprando ou usando o produto.
131
Influências situacionais no comportamento do consumidor
que está se colocando no lugar do seu cliente e começa a propor ações que
estão corretas, do ponto de vista dele. No entanto, há uma impressão errada
dele a respeito das necessidades e desejos dos clientes. Exige-se, então,
sempre estar atento ao que os clientes querem e não se deixar levar pela ex-
periência e pela quantidade de interação com as pessoas como únicas fontes
de informação para tomada de decisão.
Como indicam Kotler e Keller (2006), estudos feitos mostram que os clien-
tes ficam insatisfeitos em aproximadamente 25% de suas compras. Paralelo
a isso, geralmente 95% dos clientes acham que não vale a pena reclamar
ou não sabem como ou a quem se queixar. Apenas 5% reclamam. Assim,
nas palavras de Jeremy Mitchell (1978), citado por McGoldrick (2005, p. 559):
“Quando as reclamações param de chegar... significa que a empresa está mor-
rendo. Os clientes fizeram o seu protesto final. Já foram para outro lugar”.
132
Influências situacionais no comportamento do consumidor
feitas, por exemplo, por telefone, catálogo, mala direta e internet. Em rela-
ção à isso, deve-se mencionar principalmente o que se chama de comércio
eletrônico (e-commerce). Nos últimos anos, apesar de ainda haver resistência
por parte dos consumidores, houve aumento nos percentuais de vendas via
internet quando comparado às vendas totais do varejo. Pode-se efetuar na
internet, por exemplo, compras de livros, CDs e DVDs, calçados, compras no
supermercado, bem como contratação de assinaturas de revistas, reservas
de hotéis e compra de passagens aéreas e de transporte rodoviário.
Para as empresas, a questão que fica é como vender pelas duas vias: fisi-
camente, através de intermediários ou não, e on-line. Ou seja, que estrutura
e que processos são necessários para lidar com dois tipos de compras que
apresentam lógicas distintas em suas atividades. Em relação a isso, a impor-
tância do e-commerce vem crescendo à medida que empresas adotam um
sistema de canais virtual e real: a integração entre os canais deve levar em
conta as vantagens da venda on-line e da venda off-line, a fim de maximizar
a contribuição de ambas (KOTLER; KELLER, 2006).
Situações de uso
Referimo-nos às situações de uso como aquelas nas quais o consumo
ocorre. Como indicam Engel, Blackwell e Miniard (2000), em algumas situa-
ções, como prestação de serviços, o consumo e a compra são praticamente
as mesmas, como quando consumidores fazem suas refeições em um res-
taurante. O consumo do produto, por outro lado, geralmente acontece, se-
gundo os autores, em momentos diferentes da compra, considerando tanto
o contexto de tempo quanto o contexto de espaço.
133
Influências situacionais no comportamento do consumidor
O mesmo vale para o posicionamento. Vinhos espumantes ainda são vistos como
consumidos apenas no final de ano e comemorações e o setor vinícola tem feito es-
forços para mudar essas percepções. Há ações que procuram posicionar o espuman-
te como uma bebida que pode estar presente em situações de encontros e come-
morações entre pessoas, durante todo o ano.
134
Influências situacionais no comportamento do consumidor
Texto complementar
O comportamento na loja
O estudo do comportamento dos compradores no ponto de venda é bastante
revelador: seus gestos e movimentos permitem identificar os padrões que regem
os hábitos de consumo. Em entrevista exclusiva, o especialista Paco Underhill
comenta os resultados de duas décadas de pesquisa sobre esse assunto. [...]
Considerada irracional e sem fundamento, a postura do consumidor constitui
um dos enigmas que intrigam pesquisadores de marketing, sociologia, antropo-
logia e outras áreas do conhecimento correlatas. Um deles é Paco Underhill, que,
diferentemente dos demais estudiosos, em vez de elaborar teorias complicadas
ou de promover intermináveis pesquisas de mercado, utiliza a observação como
ferramenta básica. A partir de câmeras de vídeo instaladas em locais comerciais,
o especialista grava os compradores em ação para posterior análise minuciosa
das fitas, em busca de padrões de consumo e de hábitos de compra. Grande
parte das conclusões obtidas após duas décadas de trabalho está resumida em
seus livros Vamos às Compras: a Ciência do Consumo e A Magia dos Shoppings
(BABINI, 2006)
135
Influências situacionais no comportamento do consumidor
Vou dar um exemplo: eu, que tenho 53 anos, jamais convidaria um amigo
para passar uma tarde em um shopping. Se tivesse 25 anos, porém, essa seria
uma proposta de lazer bastante possível. Os jovens de hoje se sentem bem
mais à vontade no ambiente de um centro de compras do que a geração an-
terior. Por outro lado, quando se atinge determinada idade, é comum já ter
todas as gravatas, camisas e calças necessárias para passar o resto da vida, o
que faz com que a pessoa prefira gastar com uma viagem, um imóvel ou coisas
para os filhos ou netos. Aos 20 anos, muita gente coleciona objetos pessoais.
A partir dos 30, compra uma casa e constitui uma família. Aos 40, acrescenta
conforto à casa e tenta melhorar a qualidade de vida. Quando passa dos 50
anos, é comum essa pessoa entrar em uma fase de “redução”, decorrente da
saída dos filhos. Nesse momento, muitas pessoas vendem a casa e compram
outro imóvel ou usam o dinheiro para pagar os estudos dos filhos.
136
Influências situacionais no comportamento do consumidor
Para os latinos, a compra tende a ser uma experiência social e, por isso,
é comum sair em grupos formados por pessoas de gerações diferentes. Por
outro lado, a falta de segurança os obriga cada vez mais a fazer compras em
shoppings em vez de lojas de rua.
137
Influências situacionais no comportamento do consumidor
138
Influências situacionais no comportamento do consumidor
Atividades
1. Apresente detalhadamente alguma situação de compra de um produ-
to da qual você tenha vivenciado. Justifique a razão da escolha dessa
situação.
139
Marketing de relacionamento:
conceitos, tipos e características
Introdução
Marketing, como área organizacional, em sua essência procura entender
e atender mercados, em outras palavras, clientes e consumidores (RICHERS,
2000). Ou seja, é a área da organização de relacionamento com o mercado e
aqui estão incluídos pessoas e setores envolvidos com a concepção, apreça-
mento, promoção, venda e distribuição de produtos e serviços.
142
Marketing de relacionamento: conceitos, tipos e características
143
Marketing de relacionamento: conceitos, tipos e características
144
Marketing de relacionamento: conceitos, tipos e características
Além disso, Kotler e Keller (2006) indicam que clientes satisfeitos são
menos suscetíveis a preço e permanecem clientes durante mais tempo, com-
pram produtos adicionais à medida que a empresa lança produtos vincula-
dos ou acrescenta melhoramentos e falam de modo favorável da empresa e
dos produtos para outras pessoas. Todavia, segundo esses autores, empresas
devem estar continuamente avaliando, através de pesquisas, se seus produ-
tos e serviços estão ao nível das expectativas dos clientes.
Para Kotler e Keller (2006), um cliente encantado (com alta satisfação), cria
um vínculo emocional com um produto ou serviço, o que gera nele um alto
nível de lealdade. Em relação a isso, Sheth, Mittal e Newman (2001, p. 651)
definem lealdade do cliente como “um compromisso do cliente com certa
marca ou loja ou fornecedor, com base em uma forte atitude favorável, mani-
festado na recompra consistente”. Por outro lado, Lovelock e Wright (2002, p.
150), definem lealdade como “a decisão voluntária de um cliente continuar
prestigiando uma empresa específica durante um período prolongado”.
Um cliente fiel, assim, pode representar para uma empresa uma fonte
constante de renda durante muitos anos. Essa fidelidade, porém, não pode
ser tomada como certa. Ela só continuará enquanto o cliente achar que está
recebendo valor maior do que o que poderia ser obtido pela troca por outro
fornecedor (LOVELOCK; WRIGHT, 2002).
Nesse sentido, o que é valor para o cliente? Valor para o cliente pode
ser o que comumente chamamos de relação custo X benefício. Em outras
145
Marketing de relacionamento: conceitos, tipos e características
146
Marketing de relacionamento: conceitos, tipos e características
Engel, Blackwell e Miniard (2000), por outro lado, indicam maneiras para
as empresas reforçarem o relacionamento com o cliente:
147
Marketing de relacionamento: conceitos, tipos e características
Relacionamento interno,
com consumidores finais e com empresas
Quando se fala de relacionamento, pode estar se referindo a relaciona-
mentos internos na organização, a relacionamentos com clientes organiza-
cionais (relacionamento entre empresas) e a relacionamentos com o consu-
midor final (empresa e indivíduo comprador). Cada um deles é apresentado
a seguir.
148
Marketing de relacionamento: conceitos, tipos e características
Por outro lado, quando as empresas são menores, tal como um pequeno
varejista, é possível maior aproximação com o consumidor final. Neste caso,
o varejista, mesmo que não tenha acesso ou condições de adquirir equipa-
mentos e softwares de gestão de clientes, pode se aproveitar dessa proximi-
dade, e do menor número de clientes (se comparado a uma empresa maior),
para conhecer e satisfazer melhor as suas necessidades e desejos. Para exem-
plificar, podemos citar os clientes do varejista que neste caso também são
consumidores finais.
149
Marketing de relacionamento: conceitos, tipos e características
Níveis de relacionamento
Dentro da evolução das práticas de marketing de relacionamento in-
serido em uma organização, é importante notar que o próprio relaciona-
mento segue algumas fases, ou níveis, em relação aos envolvidos. Segundo
Dwyer, Schurr e Oh (1987), os relacionamentos podem passar por cinco fases
desde a conscientização da viabilidade do relacionamento até a fase de seu
término:
150
Marketing de relacionamento: conceitos, tipos e características
Relacionamentos e tecnologia
No marketing de relacionamento, busca-se oferecer maior valor ao cliente
através de colaboração e parceria. Em relação a isso, segundo Gordon (2001),
considera-se dentro do marketing de relacionamento a reunião e análise de
dados sobre os clientes individuais, históricos de contrato e informações
sobre transações para facilitar uma comunicação recíproca contínua, refor-
çando a lealdade e a colaboração.
151
Marketing de relacionamento: conceitos, tipos e características
Texto complementar
Case:
Relacionamento – Estratégia de marketing da
Nestlé Brasil
(MARKETING BEST, 2008)
Problema
Para a Nestlé, como produtora de alimentos para todas as fases de vida,
o respeito ao seu público e a importância do relacionamento com o mesmo,
sempre foram questões cruciais. Desde a implementação do Código de Defesa
do Consumidor em 1991 e, particularmente depois de 1994, quando do início
da estabilização da moeda, se observa no Brasil um forte crescimento das ma-
nifestações dos consumidores. As ações dos órgãos de defesa do consumidor
e da mídia, forneceram instrumentos para o fortalecimento dos consumidores
na relação com as empresas, e nesse ambiente desafiador, integrar a comuni-
cação nos diversos pontos de contato, visando uma comunicação 360º base-
ada em estratégia de relacionamento, passou a se constituir em uma oportu-
nidade para a Nestlé.
Diagnóstico
Muitas manifestações de afeto são recebidas no Serviço ao Consumidor
da empresa, refletindo o relacionamento de confiança construído através do
tempo. O conteúdo dessas e outras manifestações já era disseminado e utiliza-
do pelas diferentes áreas da empresa, e o valor desse relacionamento foi se tor-
nando cada vez mais estratégico para a Nestlé. Percebeu-se a oportunidade de
estender a expertise de relacionamento adquirida através desse Serviço a outros
pontos de contato de empresa, dentro de um processo de comunicação 360º.
Plano
Para estender a expertise de relacionamento obtida ao longo dos anos no
Serviço ao Consumidor aos demais pontos de contato era necessário: fazer
uma reestruturação interna na organização, com todas as áreas responsáveis
152
Marketing de relacionamento: conceitos, tipos e características
Execução
A comunicação e relacionamento entre a Nestlé e os seus consumidores
passou a ser não só através do serviço Nestlé ao consumidor, mas também
pela Internet – Portal Nestlé, que possui subportais divididos em grupos de afi-
nidades, 27 sites de marcas e 6 hot sites; eventos diversos; ações de sampling;
ações em ponto-de-venda; materiais impressos como a Revista Nestlé com
Você Faz Bem e coleção Meus Primeiros Pratos; e campanhas publicitárias.
Resultados
A Nestlé hoje possui um banco de dados com 3 milhões e 200 mil consu-
midores cadastrados. Registra mais de 1 milhão de contatos espontâneos de
consumidores/ano. A Revista Nestlé com Você Faz Bem possui 270 mil assina-
turas e a coleção Meus Primeiros Pratos 42.500 assinaturas. Por ano, são gera-
dos cerca de 7,5 milhões de impactos, através das ações de relacionamento.
Atividades
1. Comente sobre a importância do marketing de relacionamento para
as organizações e consumidores?
153
Planejamento do relacionamento:
aplicações estratégicas e táticas
Introdução
Marketing de relacionamento, que se move de uma perspectiva transa-
cional (na qual apenas resultados, independência entre envolvidos e conflito
recebem maior ênfase ou ocorrem com maior freqüência) para uma pers-
pectiva relacional (na qual criação de valor, processos, interdependência e
cooperação mútuas são enfatizadas), significa agir através de parceria, o que
repercute em profundas implicações para o desenho organizacional. Ou seja,
empresas cada vez mais distribuirão produtos ou serviços de outros e utili-
zarão recursos provindos de outras fontes (MORGAN, 2000). Nesse sentido, é
importante compreender como estratégias são desenvolvidas e implemen-
tadas, considerando os relacionamentos.
156
Planejamento do relacionamento: aplicações estratégicas e táticas
157
Planejamento do relacionamento: aplicações estratégicas e táticas
158
Planejamento do relacionamento: aplicações estratégicas e táticas
159
Planejamento do relacionamento: aplicações estratégicas e táticas
Programas de satisfação
Satisfação é o sentimento do cliente derivado da relação entre as suas
expectativas em relação a determinado produto ou serviço e o desempenho
que efetivamente ocorreu. Ou seja, uma comparação entre o que realmente
ocorreu e o que se esperava que ocorresse. Satisfação foi indicada em diver-
sas pesquisas como uma das maneiras de se chegar à fidelidade de clien-
tes. Há uma probabilidade muito grande de clientes satisfeitos continuarem
comprando das empresas que alcançaram, ou superaram, suas expectativas.
Há, também, uma probabilidade muito grande da empresa ser bem falada
por esses clientes. Por sua vez, clientes mais satisfeitos geralmente se tornam
clientes mais exigentes, uma vez que a satisfação é cumulativa (há uma ten-
dência que as expectativas se elevem a partir de experiências que se mostra-
ram positivas com o tempo). (ENGEL; BLACKWELL; MINIARD, 2000)
160
Planejamento do relacionamento: aplicações estratégicas e táticas
Além disso, uma organização deve estar preparada para garantir que ex-
pectativas que vêm aumentando, em função do cliente ter ficado encantado
em experiências anteriores, (satisfeito além das suas expectativas), conti-
nuem sendo atingidas. De outra forma, a organização deve considerar até
quanto tem condições de encantar, para que não crie expectativas que ela
no futuro não possa mais dar conta. Isso apenas é indicativo que sucesso
passado não é garantia de sucesso futuro.
Por outro lado, o que uma organização deve evitar é reduzir o desempe-
nho de seus serviços e a qualidade de seus produtos para os mesmos clien-
tes (ao menos garantir desempenhos passados). A concorrência sempre está
a postos para ganhar um novo cliente e a necessidade de inovações, tanto
em produtos quanto em serviços, é constante.
161
Planejamento do relacionamento: aplicações estratégicas e táticas
Em relação a isso, Kotler e Keller (2006) sugerem uma lista de ações in-
teressantes para a gestão de reclamações. É importante implementar uma
linha direta gratuita (como 0800) para receber e, principalmente, resolver
reclamações. Outra questão fundamental é contatar o cliente insatisfeito o
mais rápido possível, para não haver ampliação do boca-a-boca negativo. É
também interessante não tomar inicialmente como pressuposto que o clien-
te é culpado, escolher pessoas sociáveis para o atendimento e proporcionar
uma solução rápida e satisfatória para a reclamação (alguns clientes que re-
clamam podem estar mais em busca de um sinal de interesse do que de uma
compensação em si).
Programas de fidelidade
Segundo Kotler e Keller (2006), dentro do processo de atrair e manter
clientes, o ponto de partida são os possíveis clientes (os que presumivel-
mente poderão comprar). Em seguida, a empresa determina quais são os
clientes potenciais, os quais espera reverter em clientes eventuais, depois
162
Planejamento do relacionamento: aplicações estratégicas e táticas
Ainda conforme Kotler e Keller (2006), alguns mercados podem ser trata-
dos como os de retenção permanente (uma vez cliente, sempre cliente, o que
acontece com determinados planos de saúde, médicos e casas de repouso).
Outros como de retenção simples (clientes perdidos em caráter permanente
após o término do período contratado, como alguns serviços de telefonia e
assinaturas) e outros como mercados migratórios (clientes podem partir e
retornar, como no varejo). Nos casos tais dos clientes inativos (os que aban-
donam a empresa), é importante definir um programa de reconquista. Ao
menos neste caso as empresas já possuem informações a respeito deles para
efetuar um contato.
163
Planejamento do relacionamento: aplicações estratégicas e táticas
Texto complementar
Case:
Relacionamento Consórcio Scania – Família
Scania Costa Fortuna
(MARKETING BEST, 2008)
Problema
Em um ambiente corporativo cada vez mais competitivo, a capacidade que
as companhias têm de fortalecer os laços que mantêm com os diversos públi-
164
Planejamento do relacionamento: aplicações estratégicas e táticas
Diagnóstico
O Consórcio Scania em 2006 identificou a necessidade de blindar a em-
presa diante de um cenário econômico desfavorável e que exigia investidas
mais agressivas. A companhia elegeu como principal trincheira de atuação, a
solidez da sua operação. E criou um plano de ação para evidenciar a seriedade
da cultura organizacional. O objetivo das táticas empregadas foi amenizar e
anular eventuais prejuízos que a crise de 2006 pudesse acarretar à empresa,
pois as vendas do mercado de caminhões naquele ano, segundo a Anfavea,
caíram perto de 5%, para cerca de 80 mil unidades. Na indústria, o recuo foi
ainda mais acentuado, chegando a 10%, cenário que se repetiu no segmento
de consórcio.
Plano
Nesse contexto, a ampliação do projeto Família Scania, um intenso canal
de relacionamento por meio do qual a empresa alimenta há cinco anos a sua
relação com os parceiros, com a realização da promoção Família Scania Costa
Fortuna foi imprescindível para o Consórcio Scania alcançar seus principais
objetivos. A companhia investiu na transformação desse canal de comunica-
ção em uma plataforma de negócios apta a blindar as suas atividades ante as
dificuldades enfrentadas pelo setor no ano passado, prejudicado pela amplia-
ção da oferta de crédito para compra de caminhões e da redução das taxas
de juros incidentes sobre essas operações. Além disso, a promoção alinhava
o discurso de toda a sua equipe de vendas junto aos consumidores. Para a
realização da promoção foi desenvolvido um posicionamento estratégico que
permitisse ao consumidor enxergar com clareza que o Consórcio Scania é a
forma mais confiável e acessível dele adquirir o seu caminhão; uma solução
capaz de criar laços emotivos com o seu público, de propiciar a eles momen-
tos inesquecíveis e que fossem associados à marca.
165
Planejamento do relacionamento: aplicações estratégicas e táticas
Execução
A dinâmica do projeto, que exigiu um investimento de U$ 4,8 milhões, con-
sistia em premiar o comprador de cotas do consórcio com uma viagem, com
acompanhante em um cruzeiro marítimo, a bordo do navio Costa Fortuna,
entre as cidades de Santos, Ilhabela, Rio de Janeiro e Búzios. Os sorteios real-
izados pelo consórcio foram transmitidos ao vivo pela TV Consórcio Scania que
passou a ser veiculado na Rede Vida de Televisão. Foi implementado um plano
de divulgação com diferentes ações de comunicação que garantiu a presença
do projeto Família Scania Costa Fortuna em todos os eventos promovidos pela
empresa, com informações detalhadas sobre a dinâmica de funcionamento da
promoção, seus aspectos operacionais e os benefícios gerados. Criou-se um
logotipo específico para a ação. Foram desenvolvidas campanhas de incentivo
para o corpo de vendas da rede; distribuídos cerca de 20 mil DVDs com a apre-
sentação da campanha e 15 mil folhetos promocionais para o conhecimento da
rede de concessionárias Scania. Montou-se uma grande infraestrutura de apoio
para que o cliente não se preocupasse com nenhum aspecto burocrático com a
viagem e prestação de serviços de check-in.
Resultados
A empresa registrou em 2006 uma performance comercial 15% em relação
ao ano anterior, enquanto o mercado em geral permaneceu estagnado. O am-
biente das assembléias adquiriu um clima evidentemente familiar. Os even-
tos se tornaram locais de confraternizações. O consórcio, por meio do Projeto
Família Scania Costa Fortuna, conseguiu colocar seus parceiros no cerne do
negócio e torná-los protagonistas das ações desenvolvidas pela empresa.
Perto de 5.800 pessoas embarcaram no cruzeiro.
Atividades
1. Indique implicações às organizações sobre o processo de formação, de
gerenciamento e governança do relacionamento, de avaliação de per-
formance e de evolução relacional.
Introdução
O processo de tomada de decisão de compra e consumo do consumidor
tem como etapas o reconhecimento do problema, busca de informações,
avaliação das alternativas, decisão de compra, ato de compra, consumo, ava-
liação pós-compra e o descarte. O consumidor, no entanto, dependendo do
tipo de produto ou serviço que comprará e consumirá, assim como da im-
portância pessoal de determinada compra (envolvimento), investirá um de-
terminado tempo no processo de decisão e buscará algumas informações.
Decisões rotineiras
A decisão pode ocorrer, conforme Engel, Blackwell e Miniard (2000), para
uma primeira compra ou para compras repetidas. Para a compra pela primeira
vez, as ações do consumidor se basearão em alguma forma de solução de pro-
blemas (a compra do produto). Para as compras repetidas, o indivíduo pode
ocupar-se da solução de problemas mais de uma vez, quando precisar decidir
por um produto ou serviço diferente do que foi comprado anteriormente.
Tipos de tomada de decisão
170
Tipos de tomada de decisão
Assim, para Engel, Blackwell e Miniard (2000), por haver pouca busca de
informação e avaliação antes da compra, a etapa da decisão “reconhecimen-
to do problema” leva praticamente à ação de comprar. Aqui, à busca inten-
sa de informações e avaliação das alternativas são evitadas devido a baixa
importância da compra. Ou seja, qualquer fornecedor que ofereça uma di-
ferença competitiva, por menor que seja, pode ganhar uma vantagem tem-
porária. Como reforçam os autores, considerando a Solução de Problemas
Limitada, o maior desafio do profissional de marketing é lidar com o hábito
do consumidor.
Para Engel, Blackwell e Miniard (2000), a escolha pode ser feita seguindo
uma regra simples, como comprar uma “marca que eu conheço”, ou comprar
a “mais barata”. Em relação a isso, uma resposta do consumidor a um questio-
171
Tipos de tomada de decisão
namento ou desafio, feito por amigos ou pela propaganda, do tipo “por que
não experimentar?” pode levar a uma troca de marca.
172
Tipos de tomada de decisão
Decisões limitadas
As decisões limitadas, por outro lado, envolvem mais dispêndio de tempo,
energia mental e física, ao menos na busca de informações, como apresen-
tam Churchill e Peter (2000). Em outras palavras, o processo de decisão de
compra pode demorar mais. O termo “decisões limitadas” utilizado por Chur-
chill e Peter se assemelha à Solução de Problemas de Médio Alcance, apre-
sentada por Engel, Blackwell e Miniard (2000), presente na figura 1, para pri-
meiras compras e compras repetidas.
173
Tipos de tomada de decisão
Decisões extensivas
Com características diferentes das decisões rotineiras e limitadas, as deci-
sões extensivas necessitam de mais tempo na busca de informações, na ava-
liação de alternativas e na decisão. O processo de decisão extensiva ocorre
para produtos mais complexos, mais caros, pouco conhecidos ou, ainda,
muito importantes para os consumidores (alto envolvimento) (CHURCHILL;
PETER, 2000). Um carro para um consumidor final ou um serviço de pesquisa
de marketing para uma empresa podem ser exemplos. Convém ressaltar que
a decisão extensiva se assemelha à Solução de Problemas Ampliada (SPA)
para compras iniciais e compras repetidas, apresentada por Engel, Blackwell
e Miniard (2000).
176
Tipos de tomada de decisão
177
Tipos de tomada de decisão
Texto complementar
Você sabe tudo que precisa saber sobre as razões que levam os consumi-
dores a comprar de sua empresa e não dos concorrentes? Conhecer quais
das centenas de elementos que envolvem uma decisão de compra do con-
sumidor são os principais fatores motivadores dessa escolha possibilita que
os líderes aloquem os recursos da forma mais adequada, reforçando ações
que terão impacto eficaz no crescimento do negócio. Armadas com ideias que
explicam melhor por que os consumidores escolhem certos produtos, canais
e concorrentes em relação a outros, as empresas podem comercializar pro-
dutos existentes com mais eficiência do que suas rivais e abocanhar fatias de
mercado delas.
178
Tipos de tomada de decisão
O modelo
O modelo CDP é uma técnica que aplica análises matemáticas avança-
das aos processos de decisão do consumidor. Está dividido em cinco fases
integradas:
179
Tipos de tomada de decisão
Fase 1
O que fez com que você começasse a pensar e olhar para o produto/
serviço?
Fase 2
180
Tipos de tomada de decisão
e
xpectativas pós-compra – antes mesmo de tomar a decisão final de
compra, o consumidor avalia suas expectativas em relação a questões
de pós-venda, como desempenho do produto, serviços de instalação e
garantia. [...] Durante o período que segue à compra – que pode durar
vários anos–, o consumidor avalia sua satisfação geral com o produto.
Mais importante, essas avaliações pós-venda se tornam um mecanismo
de feedback na série de “incubações” de compras que se seguirão.
Fase 3
181
Tipos de tomada de decisão
1. Etapa de incubação:
2. Etapa do gatilho:
Ao pensar em sua compra, o que melhor descreve por que você de-
cidiu comprar o novo produto/serviço nesse momento?
Fase 4
Limitar-se Buscar um
a olhar Fase de produto
“Decisão-alvo”:
incubação durável
escolha do canal
de venda
Esperar o
momento
Preparar-se Etapa de Etapa de
adequado Adiar a para comprar pesquisa e expectativas
decisão compra pós-compra
182
Tipos de tomada de decisão
Fase 5
Os dados obtidos por meio do modelo CDP, juntamente com outras infor-
mações sobre consumidores e estratégias de negócios, são alavancados para
impulsionar oportunidades de receita. [...] As empresas podem usar dados
obtidos do CDP por toda a organização, em áreas como estratégia corpora-
tiva, vendas, marketing, tecnologia da informação, cadeia de fornecimento e
recursos humanos, para melhorar sua posição no mercado.
Atividades
1. Faça um comparativo entre a tomada de decisão rotineira, limitada e
extensiva. Em seguida indique com quais tipos de solução de proble-
mas cada tipo de decisão tem relação.
183
Estratégias de marketing e o
comportamento do consumidor
Introdução
O propósito da atividade de marketing é satisfazer necessidades e de-
sejos dos clientes, ou seja, procurar entender e atender mercados-alvo. O
campo do comportamento do consumidor, segundo Kotler e Keller (2006),
estuda como pessoas, grupos e organizações selecionam, compram, usam
e descartam artigos, serviços, ideias ou experiências para satisfazer suas ne-
cessidades e desejos.
Solomon (2002), por sua vez, comenta que muito do que se sabe sobre o
mundo é filtrado pelos profissionais de marketing. Anúncios indicam como
se deve agir e como avaliar outras pessoas. Ademais, esses profissionais são
responsáveis por vender produtos seguros e com o desempenho conforme
o prometido, por dizer a verdade sobre o que estão vendendo e por garantir
preço e distribuição justos para os produtos. Desta maneira, apresentaremos
o relacionamento entre as características do comportamento do consumidor
e as estratégias de marketing. Primeiramente se abordará marketing e o pro-
cesso de decisão e a relação de marketing com as características individuais
do consumidor. Em seguida, se apresentam as relações entre marketing e as
influências ambientais. Por fim, o consumidor e a difusão de inovações.
186
Estratégias de marketing e o comportamento do consumidor
Uma empresa que efetivamente procura entender para atender bem seus
consumidores, procura facilitar a tomada de decisão do consumidor, dispo-
nibilizando informações e apresentando evidências a respeito dos produtos
e fornecendo um ambiente de venda, serviços e profissionais capacitados a
tornar o ato de compra um momento agradável. Além disso, procura estar
interessada em satisfazer o consumidor e em saber como suas ofertas foram
percebidas por ele, tendo um espaço para reclamações, as quais serão utili-
zadas em ações de melhoria.
187
Estratégias de marketing e o comportamento do consumidor
seja trocada por outras marcas. Por outro lado, os tipos de canais de distribui-
ção pelos quais um produto é oferecido também influenciam a percepção
dos consumidores sobre a imagem do produto, como calçados disponíveis
apenas em butiques de prestígio.
Marketing e as características
individuais do consumidor
As características individuais do consumidor se referem aos recursos que
ele possui, como tempo e renda, a personalidade, valores e estilos de vida, o
seu nível de conhecimentos, as percepções, suas atitudes, seu nível de moti-
vação, o envolvimento, suas emoções e a aprendizagem. Com a compreen-
são dessas características, os profissionais de marketing podem propor ações
que se aproximem dos consumidores e que atendam suas necessidades.
Saber quais os estilos de vida dos consumidores e seus valores pode au-
xiliar na definição de mercados-alvo (como, por exemplo, as pessoas que são
aventureiras, independente da idade). Identificar o nível de recursos pode
ser outro indicativo de segmentação de mercado e a quantidade de tempo
disponível dos consumidores pode indicar para a empresa de que forma ela
pode auxiliar o consumidor a não perder tempo nas compras.
188
Estratégias de marketing e o comportamento do consumidor
189
Estratégias de marketing e o comportamento do consumidor
(KOTLER; ARMSTRONG,
2007, p. 126)
Alto envolvimento Baixo envolvimento
Diferenças
Comportamento de compra Comportamento de compra em
significativas
complexo busca de variedade
entre as marcas
190
Estratégias de marketing e o comportamento do consumidor
191
Estratégias de marketing e o comportamento do consumidor
192
Estratégias de marketing e o comportamento do consumidor
Deve-se ressaltar, nesse aspecto, que empresa que lança novos produtos
deve facilitar a passagem dos consumidores por essas etapas, como ofereci-
mento de um plano de experimentação do produto com opção de compra
(KOTLER; KELLER, 2006).
193
Estratégias de marketing e o comportamento do consumidor
34% 34%
13,5% 16%
2,5%
194
Estratégias de marketing e o comportamento do consumidor
Texto complementar
Os segredos do relacionamento
O valor percebido pelos clientes é o mais importante impulsionador de sua
lealdade, seguido da confiança. Ao contrário do que muitos pensam, eles pesam
mais do que a satisfação na hora de fidelizar compradores. É o que afirmam
Cláudio Hoffmann Sampaio e Marcelo Gattermann Perin, professores da PUCRS,
com base em um estudo em três setores: varejo de confecções, setor bancário
(usuários de internet banking) e educação a distância
(SAMPAIO; PERIN, 2006)
195
Estratégias de marketing e o comportamento do consumidor
Quer dizer que ter bons funcionários na linha de frente não adianta
nada se não houver boas práticas...
196
Estratégias de marketing e o comportamento do consumidor
197
Estratégias de marketing e o comportamento do consumidor
198
Estratégias de marketing e o comportamento do consumidor
frente e nas políticas e práticas gerenciais, uma vez que uma reforça a outra.
Em todos os três setores, a comparação da importância da confiança nas po-
líticas e práticas gerenciais com a importância da confiança nos funcionários
da linha de frente como antecedentes do valor percebido demonstra que a
confiança na primeira dimensão é imprescindível para que o cliente perce-
ba valor na relação de troca. Pode-se afirmar, portanto, que os profissionais
de marketing devem reforçar sua ação gerencial na direção da consolidação
da confiança dos clientes caso queiram estimular a maior percepção de valor
destes. Outra importante implicação dos resultados diz respeito à relevância
do aumento do valor percebido pelos clientes como etapa fundamental para
o desenvolvimento da lealdade. Nos três setores pesquisados, o valor perce-
bido foi identificado com um forte antecedente da lealdade. Dessa forma, os
executivos de marketing têm mais um importante indicativo sobre possíveis
ações a serem tomadas para a construção de relacionamentos duradouros
com os clientes. Em resumo, os resultados da pesquisa apontaram a relevân-
cia do valor como o mais significativo antecedente da lealdade dos clientes,
mostraram ainda a importância de cada um dos antecedentes estudados na
formação da lealdade dos consumidores.
Atividades
1. Descreva com detalhes uma situação de compra pessoal que possa ser
classificada em um dos seguintes tipos de comportamento de com-
pra: compra complexa, compra em busca de variedade, compra com
dissonância cognitiva reduzida e compra habitual. Apresente as estra-
tégias de marketing percebidas por você em relação a essa compra.
199
O consumidor e a sociedade
Introdução
É inegável o número de inovações que surgiram para atender às neces-
sidades dos consumidores nas últimas décadas no intuito de satisfazê-los
e fidelizá-los. Outras empresas, no entanto, estavam interessadas apenas
na otimização dos lucros, à revelia do consumidor. Isso gerou movimentos
dentro da sociedade para a proteção de seus direitos e o surgimento de leis
de defesa do consumidor.
202
O consumidor e a sociedade
203
O consumidor e a sociedade
Segundo Moreira et al. (2000), uma das partes que compõem a relação
de troca é o fornecedor, que pode ser não apenas o fabricante, segundo o
código, mas também o distribuidor/atacadista, o varejista, o importador e
o prestador de serviço. Então, mesmo quem se dedica apenas ao comércio
deve estar atento aos produtos que vende, uma vez que para o comprador
ele também é um fornecedor e responderá como tal.
204
O consumidor e a sociedade
Por outro lado, o site indica que uma das lições da crise financeira mun-
dial foi a importância do consumo consciente. Ou seja, é possível perceber
a necessidade de saber qual o momento certo de adquirir novos produtos e
serviços.
205
O consumidor e a sociedade
Além disso, cada vez mais os cidadãos exigem dos governantes atitudes
em relação à preservação dos recursos naturais e à redução dos impactos ao
meio ambiente, mas também se sentem responsáveis pela redução da de-
gradação ambiental. Pesquisas demonstram que consumidores conscientes
estão interessados em pagar mais por produtos ditos sustentáveis (EQUIPE
AGENDA SUSTENTÁVEL, 2009).
206
O consumidor e a sociedade
207
O consumidor e a sociedade
Dimensões do comportamento de
consumo ecologicamente Descrição
consciente
Consciência em relação a produtos, relacionada com
a preocupação do consumidor em comprar ou consu-
PRODUTO mir apenas produtos que não gerem, de alguma for-
ma, prejuízos ao meio ambiente ou de empresas que
não apresentem descaso com questões ambientais.
208
O consumidor e a sociedade
Dimensões do comportamento de
consumo ecologicamente Descrição
consciente
Dimensão da consciência ecológica onde o consu-
midor apresenta uma preocupação em utilizar apenas
RECICLAGEM E REUTILIZAÇÃO
produtos que possam ser reciclados ou que de alguma
maneira sejam reutilizáveis.
Dentro desta dimensão, as variáveis caracterizam um
consumidor que apresenta uma preocupação direta
com a origem dos alimentos que consome, incluindo
ALIMENTAÇÃO E SAÚDE as preocupações quanto ao uso de agrotóxicos e os
seus prejuízos ao meio ambiente; e os cuidados com
os danos provocados à saúde humana por alimentos
nocivos.
Comportamento ecológico observado nos hábitos
HÁBITOS DOMÉSTICOS
domésticos e familiares.
Comportamento ecológico manifestado através do
conhecimento e informações no sentido de reduzir o
AÇÃO DE MUDANÇA
consumo de recursos escassos e/ou prejuízos à natu-
reza.
Comportamento de troca relacionado a produtos e/
ou hábitos decorrente de informações ou campanhas
específicas. Neste caso, nota-se o impacto evidente de
CONSUMO DE ENERGIA
campanhas públicas visando à redução do consumo
de energia através do uso de eletrodomésticos mais
econômicos.
209
O consumidor e a sociedade
Texto complementar
O movimento consumerista
(IDEC, 2006)
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O consumidor e a sociedade
Princípio da Independência
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O consumidor e a sociedade
Princípio da Solidariedade
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O consumidor e a sociedade
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O consumidor e a sociedade
Atividades
1. Como você se sente em relação aos seus direitos básicos de consumi-
dor? O que é cumprido? O que não é cumprido? Dê exemplos.
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Gabarito
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Gabarito
Influências culturais no
comportamento do consumidor
1. A cultura é um elemento de ordem ambiental que influencia o
processo de compra e de consumo do consumidor. Com a cultura
lidamos com crenças, valores, rituais, hábitos e costumes, que te-
rão grande peso na escolha e na forma de consumir determinado
produto ou serviço. A cultura interferirá na forma como os indiví-
duos satisfazem suas necessidades e desejos.
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Gabarito
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Gabarito
Influências situacionais no
comportamento do consumidor
1. Resposta pessoal. É importante aqui que se faça a relação da história
com o assunto apresentado em aula. Pode-se ter como exemplo a com-
pra de uma TV em cores LCD. A descrição da compra pode ser feita des-
de o momento em que se entra na loja até o momento que o produto é
entregue ao consumidor.
Marketing de relacionamento:
conceitos, tipos e características
1. Podemos entender a importância do marketing de relacionamento
para as organizações por meio das seguintes vantagens:
Planejamento do relacionamento:
aplicações estratégicas e táticas
1. O relacionamento não é apenas a escolha do parceiro com os me-
lhores e maiores recursos financeiros e competências, mas também
envolve a gestão dessa parceria. As organizações devem estar cientes
dos elementos que envolvem os primeiros momentos do relaciona-
mento, a escolha do parceiro e suas características necessárias para
o relacionamento ter continuidade. O gerenciamento e a governança
implicam em uma estrutura necessária de planejamento, organização,
direção e controle das atividades das pessoas e das empresas envol-
vidas no relacionamento. Por fim, a avaliação de performance implica
nos controles que serão definidos e acordados e a evolução do relacio-
namento no que as empresas pensam em fazer no futuro e o que pode
complicar a execução desse futuro.
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Gabarito
Estratégia de marketing e o
comportamento do consumidor
1. Resposta pessoal. Terá que levar em conta qual o nível de envolvimen-
to (alto e baixo) e o número de marcas disponíveis para a compra em
questão. Se o número de marcas for elevado e o envolvimento alto,
é compra complexa; se o número de marcas for elevado e o envolvi-
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Gabarito
O consumidor e a sociedade
1. Sendo opinião, o aluno deve refletir a respeito de suas compras e de
como os direitos básicos do Código de Defesa do Consumidor brasilei-
ro são cumpridos: como o consumidor é tratado, o que na lei poderia
ser diferente e o que está adequado. Nesse sentido, deve apresentar
o que ele percebe, considerando inclusive suas experiências, o que
está sendo cumprido, em termos de lei, e o que não é cumprido, com
exemplos.
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Gabarito
226
Gabarito
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Referências
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Anotações