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LICENCIATURA EM FILOSOFIA
FORTALEZA/CE
2023
JOHNATAN JOZIEL DA SILVA RODRIGUES
FORTALEZA/CE
2023
AGRADECIMENTOS
7. ANEXOS .............................................................................................................. 13
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2. DOS OBJETIVOS:
3. SOBRE A ESCOLA:
um plano de aula, porém pelo que observei o planejar se revela como peça
fundamental para a profissão docente pois é nesse momento que o professor se
prepara para difícil tarefa que é lecionar; tarefa difícil demais.
Sensibilizar os discentes e cativar sua atenção é muito mais complicado do
que se pensa; dependendo da turma é quase impossível. Jogar em cima do aluno a
responsabilidade total de absorver o que é ensinado, principalmente quando é
ensinado de “qualquer jeito”, é cruel. Faz parte do planejar observar a realidade dos
alunos e pensar na forma como os conteúdos que serão abordados nas aulas os
afetarão.
Durante os dois primeiros Estágios, passei todo um ano letivo (2022)
frequentando a escola semanalmente, tive bastante tempo de conversar com alunos
e professores de outras áreas de ensino, e o que pude observar é que há
descontentamento de ambos os lados. Enquanto professores apontam que os alunos
não se importam mais com o seu aprendizado, não valorizando as aulas e os
conteúdos os alunos apontam que os professores não se importam com a forma que
os conteúdos são ensinados e a forma como as aulas são montadas.
É uma grande bola de neve: os alunos não se importam com seu
aprendizado, ignorando as aulas, não participando e desrespeitando os professores,
logo os professores se desmotivam e param de tentar “inovar” em sala, seguindo
sempre pelo molde “mais fácil” de dar aula, o que causa tédio e falta de conexão com
os alunos... é um problema que se repete ano após ano.
Tendo em vista todas essas questões e sabendo que a filosofia carrega
uma dose a mais de “desprezo” dos alunos (reflexo de uma sociedade inteira que
despreza a área de conhecimento), vi aí que é uma emergência filosófica
readequarmos nossos conteúdos a essa juventude que domina o mundo, pois senão,
a Filosofia será deixada cada vez mais de lado e sabemos os resultados de uma
sociedade sem Filosofia. Uma educação que não ensina a pensar e a questionar gera
massa e não povo.
tive a oportunidade de mais uma vez ser acolhido pelo professor supervisor que abriu
portas de suas salas de aula tanto em Estágio I quanto em Estágio II, vi aqui a
oportunidade de experienciar uma metodologia antiga, a muito já explorada,
entretanto que me entregou os resultados esperados.
O projeto “Ciné-Filô” nasceu de uma inquietação minha e foi de pronto
abraçado pelo professor supervisor Fernando, numa tentativa de proporcionar aos
alunos a busca filosófica por eles mesmos. A proposta central do projeto era: a
apresentação de obras audiovisuais que os permitissem, em uma discussão, chegar
as suas próprias conclusões. Sempre seguindo o cronograma de conteúdos do
Professor as atividades do projeto ocorreram de forma bimestral e com alunos dos 1ºs
e 2ºs anos do ensino médio.
O principal desafio da execução desse projeto era o tempo, afinal cinquenta
minutos não era suficiente para montar equipamentos, apresentar um filme, debater e
em sequência desmontar tudo e ir para outra sala. Veio então a ideia de usar curtas-
metragens como essa ferramenta audiovisual, o que permitiria uma execução plena
das atividades do projeto.
aguardavam famintos no porão do amaldiçoado navio, Torrin, após uma clara traição
de sua tripulação, ateia fogo aos barris de óleo de tubarão presentes no navio e quase
perdendo a vida, consegue atingir seu objetivo: inibir a proliferação daquele mal. A
obra termina com o problema filosófico clássico: os fins justificam os meios?
Tendo como tema de estudo principal, em filosofia e sociologia, as relações
de poder e políticas que compõem o Estado, os alunos do 2º ano do ensino médio
tem como percurso proposto pelo material didático um passeio que vai desde as
concepções políticas e de organização do Estado na Grécia antiga, passando pelos
medievais até desencambar nos dias atuais. Tendo em vista esses assuntos e,
principalmente, as relações que perpassam essas concepções, a obra escolhida para
exibição, “Viagem Ruim”, apresenta de forma simbólica, para além da questão ética,
embates de forças na busca pelo comando na tomada de decisões, decisões essas
que interferem diretamente na vida de todos.
No curta-metragem a democracia (ou sorte) é sobrepuja pela força física (e
esperteza), que é driblada pela inteligência e, consequentemente, pela letalidade da
arma de fogo. Surge então a questão ética: o sacrifício de poucos para que muitos
sobrevivam; a quem pertence a essa escolha? O poder bélico traz um tom de tirania
a obra e expande a narrativa para uma profunda exploração filosófica. A obra pode
ser vista como uma releitura do clássico “dilema do bonde”.
Ora, tal atividade serviu tanto para demonstrar como o debate filosófico
pode ocorrer dentro de sala de aula, por meio de conceitos apreendidos de variados
estímulos. No caso, o audiovisual, foi o estímulo e associado a ele a orientação que
os fizeram recordar os conteúdos visto nas aulas anteriores.
Sem sombra de dúvidas, as duas atividades realizadas no projeto,
funcionaram como um laboratório para a metodologia que a muito queria
experimentar. É muito difícil desligar-se completamente de metodologias tradicionais,
pois o tempo para capturar obras, que se alinhem perfeitamente as demandas do
currículo atual do ensino médio, é muito curto o que inviabiliza o trabalho; entretanto,
com planejamento e tempo para maturar a ideia, construindo assim um arcabouço de
materiais somente para a execução das atividades, incluindo-as em uma estruturação
de currículo previamente pensado, talvez seja o caminho para estimular o pensamento
filosófico e crítico em nossa sociedade.
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS:
7. ANEXOS
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