Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
2011
Agradecimentos
Agradecimentos
Introdução
Caracterização do alunado
Capítulo 2: O Estágio
Caracterização da professora
Atividades no estágio
Plano de aula
Desenvolvimento da aula
Conclusões
Anexos de imagens
Paul H. Hirst
Introdução
A exemplo do ocorrido nos eventos de observação da ação docente em sala de aula;
em cumprimento às determinações das atividades de disciplinas anteriores; a
expectativa com relação às funções que como estagiário eu teria que desenvolver foi
bastante grande.
A razão para tanta esta expectativa tinha três aspectos: o primeiro condizia com o
aprendizado que a experiência proporcionaria, visto o retorno de reflexão e
aprendizado que a mera observação havia propiciado. O segundo aspecto era devido
ao fato de que eu me encontraria fora da minha zona de conforto, considerando que
sempre fui professor de ensino técnico – profissional e o meu público se encontrava
com, pelo menos, o ensino médio concluído ou então em andamento. Quer dizer, eu
iria trabalhar na educação de crianças cuja formação era ainda elementar e
totalmente suscetível às minhas sugestões, fossem elas positivas ou mesmo
negativas. Este aspecto, eu diria, compunha a maior parte da aflição referente à
expectativa citada: a responsabilidade do professor na educação da criança.
Seu primeiro diretor foi Artur Victor de Azevedo Segurado. Quando do seu
falecimento em 1939, o educador foi homenageado através do rebatismo da escola
para seu atual nome. Mas, somente em 1959 a escola passou a ter prédio próprio,
onde se situa atualmente, na Av. Brasil 2080.
A instalação da escola conta com 10 classes por período e mais uma Sala de Apoio
Pedagógico Especializado ( SAPE ), distribuídos do seguinte modo: quatro classes
da 1ª série, quatro da 2ª série, cinco classes da 3ª série, seis da 4ª série e as classes
especializadas SAPE A e B, atendendo um total de 600 crianças, distribuídas em
dois períodos de aula; o matutino, compreendendo o horário entre 7:00 Hs e 11:30
Hs, e o Vespertino, ocupando o intervalo entre 13:00 Hs e 17:30 Hs, tanto para os
cursos do ciclo I quanto para o SAPE. Além disso, há um processo de reforço ao
aluno em dificuldade de aprendizagem, denominado “Projeto de Recuperação de
Aprendizagem”, o qual funciona às 2ªs, 4ªs e 5ª - feiras das 11:40 Hs às 12:30 Hs.
A escola conta ainda, dentro de sua estrutura, com uma biblioteca, um Centro de
Memória; onde a história da escola é apresentada; e uma brinquedoteca. As salas de
aula têm cerca de 40 m2 e pé – direito com cerca de 4,5 m, com lousas frontal e
lateral, bem ventiladas e com boa iluminação natural.
Cada sala conta ainda com um “Cantinho da Leitura”, onde há vários livros infantis e
gibis, os quais são emprestados às crianças para a leitura dos mesmos. Cortinas,
armários, carteiras estudantis individuais; dispostas aos pares; mesa para a
professora, ventiladores e cartazes com o alfabeto sobre a lousa completam a sala.
O que pude constatar, é que o nível sócio – econômico das crianças é, basicamente,
o mesmo dos alunos para os quais eu ministro aulas. De igual modo, verifiquei ainda
que a qualidade formativa dos professores não difira muito da qualidade formativa
dos professores que integram o corpo docente das escolas em que atuo ( Escola
SENAI e escola particular convencional. OBS.: Do ponto de vista dos sindicatos
profissionais, o SENAI também é considerada uma escola particular, visto ser ela
uma instituição mantida pela associação patronal das indústrias paulistas ). Com isso
quero afirmar que a diferença das qualidades de ensino não está exatamente
vinculada à qualidade formativa dos corpos docentes das instituições, pois verifiquei,
em diversas ocasiões, que diversos professores da escola privada atuam também na
escola pública.
Por outro lado, nem a quantidade de alunos é fator determinador para determinar o
fracasso ou o êxito dos processos de aprendizagem, visto que numa das escolas em
que atuo apresentar cerca de 40 a 50 alunos por sala de aula. Contudo, se comparo
ao SENAI e aos recursos de que a instituição dispõe, penso que a melhoria da
qualidade de ensino tem forte vínculo aos recursos pedagógicos disponibilizados.
Aliás, quando da minha observação da ação docente, em outra disciplina, tive a
oportunidade de acompanhar o desenvolvimento das atividades dentro de uma das
unidades escolares do SESI, e o que vi foi a disponibilidade de recursos postos a
serviço do professor e uma classe limitada a 25 alunos.
Capítulo 2: O estágio
Acho que infelizmente, eu comecei meu estágio num momento inoportuno, pois;
considerando que o realizai no transcorrer da semana da criança, em outubro; as
atividades estavam mais voltadas para as Artes, muito embora a profª Márcia
aproveitasse inclusive aquele momento para trabalhar a alfabetização e a escrita dos
alunos.
Nesta última, os alunos tinham à sua frente duas réplicas de obras de Tarsila
do Amaral: “O pescador” (1925) e “Abaporu” (1928). Após uma breve
introdução histórica sobre a pintura, a pintora e o momento histórico do Brasil
quando o mesmo foi pintado, foi proposto às crianças que fizessem uma
releitura das pinturas. Nesta releitura, as crianças, armadas de pincéis e tintas
de diversas cores fariam um novo quadro, uma nova obra, com sua visão do
que as obras representariam. Para executar a tarefa, as crianças tinham de
30 a 40 minutos. Passado este tempo, as tarefas eram recolhidas, já com as
assinaturas ( nome do aluno ) dos artistas e fixados no corredor.
Tarefa feita, as crianças se dirigiam para outra sala, onde outra atividade
inusitada as aguardava. O processo de rotatividade prosseguia até que todas
as turmas tivessem passado por todas as atividades.
No intervalo, já na sala dos professores, o comentário sobre as ocorrências e
as impressões foram bastante boas, com especial destaque para o fato de
que a tarefa possibilita, dentre outras coisas, que todos os professores
tivessem contato com todas as turmas do período escolar.
Com base no exposto pude perceber ao longo do meu estágio a diferença entre ser
professor e ser educador. Atividades que, para mim, eram pouco atrativas porque eu,
pessoalmente, não me sinto à vontade em trabalhar concepções de natureza
artística, representaram para as crianças atividades realmente lúdicas,
proporcionando prazer, atividade em grupo, exercício de análise crítica e do
raciocínio lógico. Enfim, o que me pareceu inicialmente uma atividade que visasse
apenas agradar a criança, representou uma estratégia diferenciada para a promoção
das aprendizagens.
Plano de Aula:
Conteúdo : O Ar
Objetivos gerais:
Objetivos específicos:
Conteúdos:
Tópicos e metodologia:
Atividades e condições
Tópicos Atividades dos alunos
oferecidas pelo professor
(Continuação):
Os alunos apresentam
oralmente e por grupo as
Avaliação
características, opiniões e
conceitos do que, agora,
eles entendem sobre o
tema apresentado,
respondendo ainda à
pergunta: “O que você
aprendeu hoje sobre o ar?”
Desenvolvimento da Aula:
Conversando com a Profª Márcia, ela demonstrou interesse que eu tentasse dar uma
aula que usasse alguns aspectos da minha formação em engenharia, dado que ela
sabia que eu sou professor em cursos técnicos de Mecatrônica, Automação e
Eletrônica. Sinceramente, não vi muitas condições para isso, visto que a escola
pública não conta com recursos de robótica educacional. Por outro lado, também não
me senti nada à vontade quando a professora de apoio sugeriu que eu regesse uma
aula de Geografia para as crianças, uma paixão dela na verdade.
Apresentei minha idéia para as professoras. Cada qual teve uma reação diferente.
Enquanto a Profª Márcia, professora – regente, aceitou com alguma naturalidade, a
professora de apoio se preocupou. Talvez, ela pensasse que eu, como engenheiro,
aprofundasse demais na temática e, por isso, viesse a confundir as concepções
infantis sobre o assunto. Para usar as palavras dela, ”Você vai fazer isso de um
modo bem lúdico, né?”. Entendi sua preocupação e expus o meu plano.
Disse a elas que eu queria dar uma aula que fizesse com elas o que meus
professores dos antigos cursos primário e ginasial não conseguiram: Trazer, para
dentro da sala de aula, o cientista que cada criança é!... Queria que elas, as crianças,
me acompanhassem na construção dos raciocínios: “Pessoal, o que é o ar?”, “O ar
existe?”, “Se existe, como podemos provar que ele existe?”. A proposta era provar a
existência do ar e suas peculiaridades por meios experimentais.
Já durante a regência, foi assim que os eventos aconteceram; felizmente, tal como
havia imaginado; onde cada uma das perguntas produziria mais questionamentos,
dúvidas e discussões. Perguntei em determinado momento: “como vocês poderiam
mostrar para mim que o ar existe?” Um garoto todo agitado grita mais alto: ”Eu faço
vento quando faço assim com as mãos (abanar)”, disse ele.
Respondi que era isso mesmo. Tudo que existe pode ser empurrado e o ar também é
assim. Em seguida, demonstrei uma pequena experiência usando uma garrafa, um
funil, um tubo entortado a 90º de caneta “BIC” e uma ventoinha de papel. Quando a
água era jogada no funil, o ar contido na garrafa era empurrado pelo tubinho até
chegar à ventoinha e movê – la (vide imagem 8, no anexo).
Mas, as minhas provocações não pararam por aí, eu queria um pouco mais das
crianças. Questionei: ”Mas, se o ar existe, então ele deve ter algum peso, não é?”.
Outro garoto me respondeu: “É!... Mas, o ar deve ser bem levinho, né?”
Eu disse:”Tem razão. Então, como faço para provar que o ar tem peso?”. Seguiu – se
mais uma experiência, dessa vez usando varetas de pipa para formar um suporte,
onde outra vareta ficava colocada transversalmente e praticamente livre. Nesta última
vareta, amarrei, em cada ponta, uma bexiga cheia de ar (vide imagem 9 e 10, no
anexo)
Vários alunos gritando, dizem: ”Um dos lados ficou mais pesado”.
“Então, vamos fazer a experiência para ver se é assim mesmo que acontece?”. De
fato, a vareta caiu para um dos lados. Disse: “Então pessoal, o ar tem peso?”. A
resposta veio em quase uníssono: ”Sim!...”.
Eu quis, por fim, fazer algo mais que deixasse um impacto, uma impressão forte,
mas muito positiva no imaginário infantil. Tinha preparado para isso, a demonstração
de uma outra experiência que demonstraria como funcionaria um submarino.
Perguntei à classe: “Podemos usar o ar para alguma coisa?”. Uma resposta veio com
“Para respirar”. Eu disse: “Tem razão. Mas, será que existe alguma máquina que use
o ar para funcionar?”. Um garoto disse; “Ah, para mexer aqueles cata-ventos
grandes, esqueci o nome”. Eu disse, “Moinhos. Muito bem, o moinho funciona com o
ar”. “Mas, eu queria fazer mais uma experiência que mostra uma máquina que
funciona com o ar: O submarino. Alguém conhece, sabe o que é?
As crianças dizem que vêem submarinos em filmes ou revistas. Aí, usando uma
garrafa PET, um canudinho de refrigerante, um balão de ar e uma pequena tina com
água. O submarino seria a garrafão. Alguns furos feitos em duas laterais e
prendendo, com fita adesiva, algumas moedas na frente e atrás da garrafa. Como o
balão estava cheio, a garrafa flutuava na água. Quando eu solto o canudinho, o ar do
balão sai e ele esvazia. Devido ao peso das moedas, o nível da garrafa fica um
pouco abaixo do nível da água e como o balão está vazio, a água penetra na garrafa.
Com o aumento do peso, a garrafa afunda na tina. Depois, soprando ar pelo tubinho,
o balcão infla e expulsa a água, fazendo a garrafa subir à superfície (vide imagens
11, 12, 13 e 14, no anexo).
Neste experimento, uma caixa de papelão tinha uma das suas faces vedada, através
de papel celofane incolor, de modo que se pudesse ver o que se passava dentro da
caixa. No topo superior da mesma, instalei um pequeno ventilador; daqueles usado
para insuflar o ar quente de dentro dos computadores para o meio atmosférico.
Acendendo um incenso e jogando – o para dentro da caixa, o que se verificava era
que, em pouco tempo, o redemoinho de ar produzido pela ventoinha fazia com que a
fumaça do incenso acompanhasse o movimento turbulento do ar. A visão
impressiona certo tanto, visto que a aparência era de um pequeno furacão sendo
formado. Planejei, mas o tempo de uma aula que busque interação com a classe
demandou mais tempo que uma aula convencional, embora o aproveitamento do
realizado fosse, para mim, bastante surpreendente, senão, ao menos, com
considerável aproveitamento.
3. Conclusão
Sendo assim, com base em minha própria opinião e a partir das opiniões percebidas
ao término da aula, creio que a tarefa em si teve bom desempenho, foi agradável
para todos, professores e alunos e, para mim, o mais importante, trouxe, sim, o
pequeno cientista incutido em cada criança para dentro da sala de aula. Quiçá, eu
não tenha ajudado na formação de um futuro cientista ou engenheiro? Pretensões à
parte, os experimentos, embora feitos na forma de demonstração; por pura falta de
tempo; logrou transmitir aos alunos o que vários minutos de aula expositiva não
conseguiriam.
Anexos :
Imagens da escola e das atividades desenvolvidas na
regência ou para ela.
http://www.prof2000.pt/users/gracsantos/netmag/exper_ar_agua.htm , acessado em
10/10/11;