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FILOSODIA - JONAS MADUREIRA

Conciliar fluxo das coisas e a imutabilidade

Conhecer e contemplar

Ideia: forma inteligível das coisas sensíveis conhecidas apenas pelo intelecto

HISTÓRIA DA FILOSOFIA CONCISA


ANTHONY K
SÓCRATES E PLATÃO

Em assuntos morais é que era mais importante procurar o conhecimento


genuíno e expor falsas pretensões. Pois, de acordo com Sócrates,
o conhecimento moral e a virtude eram uma e a mesma coisa.
Alguém que realmente soubesse o que era o bem não podia praticar o
mal; pois, se alguém praticasse o mal, tinha de ser por não saber o que
seria o bem. Ninguém resvala para o mal deliberadamente, visto que
todos querem levar uma vida boa e, assim, ser felizes. Aqueles que
praticam o mal inadvertidamente necessitam de educação, não de
punição. Este extraordinário conjunto de doutrinas é por vezes designado
pelos historiadores como «O Paradoxo Socrático».

A fome, as doenças, os desejos e os medos impedem o estudo da


filosofia. A culpa das dissensões e das guerras é do corpo, porque as
suas exigências requerem dinheiro para serem satisfeitas, e todas as
guerras são causadas pelo amor ao dinheiro. Mesmo em tempo de paz
o corpo é fonte de agitação e confusão intermináveis. «Para conhecermos
com clareza um dado objecto, é indispensável que nos libertemos
da nossa realidade física e observemos as coisas em si mesmas, pelo
simples intermédio da alma; e então, sim, ser-nos-á dado, ao que
parece, alcançar o alvo das nossas aspirações, essa sabedoria que
dizemos amar — depois de morrermos, não já em vida, como a lógica
do argumento pressupõe.» Quem ama verdadeiramente a sabedoria
deixará, portanto, esta vida com alegria.

Alma p.60

1
A beleza e o bem absolutos. Uma coisa só pode ser bela ao participar na beleza em
si p.61

PLATÃO

A república: a justiça é a saúde da alma.

Em resposta, Sócrates passa da análise da justiça no indivíduo para a análise da


justiça na cidade. Aí, diz ele, a natureza da justiça estará escrita em letras maiores e
será mais fácil de ler

Se a própria cidade quiser ser feliz, terá de ser uma cidade virtuosa; e as virtudes da
cidade dependem das virtudes das classes que a constituem.

Quatro virtudes sobressaem como fundamentais: a sabedoria, a


coragem, a temperança e a justiça.

A sabedoria da cidade é a sabedoria dos seus governantes;


A coragem da cidade é a coragem dos seus soldados;
A temperança da cidade consiste na submissão dos artesãos aos governantes.

E a justiça? Radica no princípio da divisão do trabalho a partir do qual teve origem a


cidade-estado: cada cidadão e cada classe fazendo aquilo que lhe é mais
apropriado. A justiça é cumprir a sua função ou preocupar-se apenas com a sua
vida; é a harmonia entre as classes.

Alma Cidade
Almas ou partes  Virtude Classes Funções na Cidade Ideal
da alma sociais

Alma Racional Sabedoria Filósofos Supremos Guardiões da Cidade. O


(Nous) governo deve ser entregue a sábios,
pois estes são os únicos que
ascenderam às ideias superiores de
Uno-Bem e Beleza.

Alma Irascível Força/ Guerreiros Dedicam-se à defesa, manutenção da


(Thymós) coragem ordem, tarefas militares e de
policiamento

Alma Moderação Produtores Dedicam-se às atividades econômicas,


concuspiscente temperança produção de bens e ao comércio
(épithymia

Justiça: Harmonia entre as classes


2
Alma
Almas ou partes da Virtude Oposto
alma

Alma Racional Sabedoria/ Irracional


Compreensão

Alma Irascível Coragem / força Irá, raiva, ódio

Alma concupiscente Desequilíbrio


Apetites:
Desejo sexual
Fome Sede

Temperança: residirá na unanimidade dos três elementos temperança


Definição de justiça: é a harmonia entre as três partes.
Injustiça: é o desacordo entre elas

A injustiça é uma espécie de guerra civil entre os elementos


quando usurpam as funções uns dos outros.

Produzir a justiça na alma, como a saúde no corpo, consiste em dispor, de acordo


com a natureza, os elementos da alma para dominarem ou serem dominados uns
pelos outros; a injustiça, como a doença, consiste em, contra a
natureza, governar ou ser governado um pelo outro.» Visto que a virtude
é a saúde da alma,

 A função da alma é deliberar, governar e cuidar da pessoal

EDUCAÇÃO

Razão: parte incumbida de libertar o homem das correntes e sobras

1 estágio: Desejos e prazeres da concupiscência

REGIMES POLÍTICOS

Monarquia ou a aristocracia: não importa se a sabedoria é incarnada por um ou


por mais governantes.

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Mas há quatro tipos de regimes inferiores: a

Timocracia, (falta sabedoria)


Oligarquia, (falta coragem)
Democracia (falta temperança)
Despotismo. (injustiça)

Se conseguíssemos fixar o nosso olhar no amor da alma pela sabedoria e na sua


paixão pelo divino e eterno, perceberíamos quão diferente seria, uma vez liberta da
busca da felicidade terrena.

Assim, a doutrina de que a justiça é a saúde da alma conjuga-se bem com as teses
socráticas segundo as quais ninguém pratica o mal voluntariamente, sendo o vício
fundamentalmente ignorância.

Em segundo lugar, se a injustiça é uma doença, então deve ser possível erradicá-la
por meio da aplicação da ciência médica. Assim, Platão pode oferecer o programa
de formação e o sistema de ensino da República como a melhor prevenção contra a
epidemia do vício.

Em terceiro lugar, se cada homem vicioso é de facto um homem doente, então o


filósofo virtuoso pode de facto reivindicar ter sobre ele o tipo de controlo que um
médico tem sobre os seus doentes. Encarar a justiça como a doença da alma é
identificar o vício com a loucura

Que a justiça seja a saúde da alma é o tema comum a toda a República,


mas, como vimos, Platão aborda no diálogo:

 Filosofia da mente,
 Filosofia moral,
 Filosofia política,
 Filosofia da educação
 Estética,
 Teoria do conhecimento
 Metafísica.

Em todas estas áreas a teoria das Ideias tem uma intervenção decisiva. Resta-nos
ter em atenção algumas das obras tardias de Platão nas quais a sua filosofia já não
se alicerça nessa teoria

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