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neste capítulo analisaremos, portanto, o conceito, os modos de constituição,


características, os requisitos de validade e seus fatores de eficácia e por sim a sua extinção.

CLASSIFICAÇÃO
Bilateral Gera obrigação para ambas as partes, com
eficácia obrigacional e efeito translativo
(transmissão de um direito real)

Fiduciante Fiduciário

Forma de Constituição: registro do contrato


Resulta subordinação a um evento futuro e
incerto
Oneroso Fiduciante: instrumento creditício para
aquisição ou financiamento de um bem ou
atividade
Fiduciário: ampla garantia de retorno do
investimento efetiva transferência da
propriedade

OBS: em caso de inadimplemento, não se sujeitará à


eventual insolvência do fiduciante

Complexo Composto de duas declarações de vontade ou


dois vínculos jurídicos justapostos.

Transmissão com finalidade de garantia


restituição do bem após o adimplemento da obrigação.

OBS: não perde sua estrutura unitária os dois


vínculos são ínsitos ao próprio ato.
Acessório O contrato não existe por si só, precisa
obrigatoriamente de um principal.
Solene Poderá ser celebrado por escritura pública ou
instrumento particular com força de escritura
pública.

REQUISITOS DE VALIDADE E EFICÁCIA

VALIDADE e EFICÁCIA
Agente capaz
Objeto lícito, possível
Determinado ou determinável
Forma prescrita ou não defesa em lei
ART.104 CC
Bens Imóveis (Lei 9.514/97) Bens Móveis (Lei 4.728/65 e DL 911/69)
Qualquer pessoa, NÃO sendo privativo às entidades Sociedades de crédito e financiamentos
atuantes no SFI
Pode ter como objeto a propriedade plena, bens Fungíveis e infungíveis; títulos de crédito, valores
enfitêuticos, direito de uso especial p/ fins de moradia, imobiliários (ações, debêntures, partes beneficiárias e
direito real de uso e a propriedade superficiária bônus de subscrição), aeronaves e embarcações
Registro de Imóveis Registro de Títulos e Documentos ou Repartição
competente para o licenciamento (veículos)

Propriedade

Tradicional

Resolúvel: Art. 1359,CC

Decisões

EMENTA PROCESSO CIVIL. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA NO RECURSO ESPECIAL. ALIENAÇÃO


FIDUCIÁRIA. TRANSMISSÃO CONDICIONAL DA PROPRIEDADE. BEM DE FAMÍLIA DADO EM
GARANTIA. VALIDADE DA GARANTIA. AUSÊNCIA DE SIMILITUDE FÁTICA E JURÍDICA ENTRE OS
ACÓRDÃOS CONFRONTADOS. ACÓRDÃO EMBARGADO NO MESMO SENTIDO DA
JURISPRUDÊNCIA ATUAL DO STJ. SÚMULA Nº 168 DO STJ. EMBARGOS NÃO CONHECIDOS.

STJ - RESP Nº 1559348 - DF (2015/0245983-2)

A jurisprudência do STJ reconhece a validade e eficácia da alienação fiduciária de bem


de família, baseando-se no entendimento de que estando o imóvel livre e
desembaraçado e sendo o proprietário dotado de capacidade civil, pode dar seu único
imóvel, residencial, em garantia.

sentido de restringir comportamentos contraditórios e, eventualmente oportunistas,


como o do devedor fiduciante que constitui essa garantia e posteriormente invoca a
proteção do bem de família quando se torna inadimplente.

A título de ilustração o Recurso Especial n° 1560562 de Santa Catarina julgado em 02


de abril de 2019 pela Ministra Relatora Nancy Andrighi salientou que a Lei n° 8.009/90,
que dispõe sobre a impenhorabilidade do bem de família, estabelece que o imóvel
assim caracterizado não responderá por qualquer tipo de dívida. Aduziu a Ministra
Relatora que em nenhuma passagem da lei se estabeleceu que o bem não poderia ser
alienado pelo seu proprietário. Acrescentou que a vontade do proprietário é soberana
ao colocar o próprio bem de família como garantia, de modo que não se pode concluir
que o bem de família legal seja inalienável.

DIREITO CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE


NULIDADE DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DE
BEM IMÓVEL RECONHECIDO COMO BEM DE FAMÍLIA.
POSSIBILIDADE. CONDUTA QUE FERE A ÉTICA E A BOA-FÉ.

STJ - RESP 1560562 / SC 2015/0254708-7

AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE EXECUÇÃO. PENHORA DE


DIREITOS ORIUNDOS DE CONTRATO DE ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA. BEM DE
FAMÍLIA. POSSIBILIDADE. A proteção conferida ao imóvel residencial próprio
constante no artigo 1º da Lei nº 8.009/90 não obsta a penhora sobre os direitos da parte
executada relativos ao contrato de alienação fiduciária do imóvel, a qual incide apenas
sobre esse eventual crédito remanescente, proveniente da alienação do imóvel a
terceiros pelo credor fiduciário, na hipótese de a dívida garantida pelo bem não vir a ser
integralmente quitada. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (TJ-GO - AI:
05397674720188090000, Relator: ORLOFF NEVES ROCHA, Data de Julgamento:
28/03/2019, 1ª Câmara Cível, Data de Publicação: DJ de 28/03/2019)

Com relação ao argumento de que o bem sequer poderia ter sido alienado, o ministro
Salomão ponderou acerca da necessidade de se vedar, também, as atitudes que atentem
contra a boa-fé, e que a lei 8.009/90 em nenhum artigo dispõe que tal bem não possa ser
alienado pelo seu proprietário, de forma que não se pode concluir que o bem de família
é inalienável e, por conseguinte, que não possa ser alienado fiduciariamente por seu
proprietário se assim for sua vontade.

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