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Inclusivas
Objetivos da Unidade:
Discutir a relação entre professor e alunos e entre alunos e alunos, assim como
os recursos e as estratégias utilizadas;
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Essas dificuldades incidem até nas pessoas dispostas a ter postura democrática e inclusiva e
mesmo nas famílias que convivem com pessoas com alguma deficiência.
A Deficiência Intelectual
A deficiência, principalmente a intelectual, vem permeada da rejeição social.
Glat (1995) afirma que a rejeição da sociedade às pessoas com deficiência intelectual é reflexo
da própria fragilidade social, pois tudo que é diferente e fora dos padrões de normalidade chama
a atenção, causando diferentes reações. Isso porque essas pessoas, geralmente, possuem
características diferenciadas, quando comparadas às pessoas sem deficiência.
Crochik (1997) enfatiza que a diferença é inerente ao conceito de deficiência; traz em si mesma
a possibilidade do preconceito, caracterizado pela aversão ao diferente.
Por outro lado, o conceito de Deficiência Intelectual (DI) deve englobar também os aspectos
socioeconômicos e político culturais, buscando entender as relações existentes entre o
indivíduo com DI e o ambiente no qual está inserido.
Dessa forma, o ambiente exerce um papel de primordial importância para as crianças que nele
habitam e se desenvolvem, dentro do âmbito cultural, por meio de suas crenças, valores e
padrões. É nesse ambiente que a criança reúne condições de desenvolver suas habilidades.
O ambiente, com seu dinamismo, não deve ser encarado como uma entidade estática e periférica
em relação ao desenvolvimento humano. Embora a criança com DI tenha limitações na sua
capacidade intelectual, ela não está imune às transformações que ocorrem em seu ambiente.
Vygotski (1997) afirma que o ambiente possui as fontes necessárias para o desenvolvimento
infantil, bem como apresenta traços humanos específicos, que são característicos do
desenvolvimento sócio-histórico da Humanidade.
Assim, o ambiente tem importância primordial para o desenvolvimento infantil, das crianças
com ou sem deficiência, no que diz respeito à organização de suas atividades de vida diária e ao
processo de estimulação.
Para Vygotski:
“(...) a influência do ambiente sobre o desenvolvimento da criança, ao lado de
A princípio, não há diferenciação entre a criança com e sem deficiência, vez que ambas estão em
contínua interação com o meio ambiente.
No entanto, o modo como a criança pensa e usa uma habilidade intelectual depende dos modelos
culturais de competência, enquanto o que ela sente e como atua em relação às pessoas com as
quais possui vínculo depende dos modelos culturais de relações interpessoais.
A exclusão tem caráter multidimensional, ou seja, ela se manifesta em diversas áreas do Setor
Social. Determinados grupos sociais são marginalizados, discriminados ou têm o acesso aos
direitos ou desenvolvimento social e humano dificultados dadas as suas condições específicas.
A Educação Especial é, portanto, uma inciativa de justiça social que investe no combate à
exclusão.
Para intervir no processo de exclusão, na década de 1960, surgiu o conceito de integração que,
segundo Mazzota (1998), significa a ampliação da participação social dos indivíduos e dos
grupos marginalizados.
Apesar dos avanços, dada à capacidade de pensar e de realizar políticas e ações públicas no
sentido da diminuição da exclusão social, esse princípio continha uma problemática, como
vimos anteriormente.
A integração, como conceito, e em sua prática, pressupunha uma homogeneização da Sociedade
a partir de determinados modelos, ou seja, as pessoas com deficiência, por exemplo, eram
inseridas dentro de contextos nos quais elas deveriam se adaptar e alcançar esses modelos pré-
estabelecidos. Era como se a situação de uma pessoa com deficiência estivesse aquém do
desejável socialmente e ela tivesse de alcançar esse patamar ideal.
A aposta da inclusão é a da convivência dos diferentes, que eles façam parte de um todo e não
que se igualem diante de preceitos pré-estabelecidos.
Um dos aspectos fundamentais desse conceito e de sua efetivação é que o tratamento dado às
pessoas com deficiência é o da valorização de suas existências, entendendo-as como potentes e
não como sujeitos que precisam alcançar um modo de ser ideal. E o outro aspecto é o
entendimento dessas pessoas como cidadãs e, portanto, é necessário que elas tenham as
oportunidades para se desenvolver e para contribuir para o desenvolvimento humano e social.
Reflita
Um processo pelo qual a Sociedade se adapta para poder incluir em
seus Sistemas Sociais gerais pessoas com deficiência, e,
simultaneamente, estas se preparam para assumir seus papéis na
Sociedade. A inclusão social constitui, então, um processo bilateral, no
qual as pessoas ainda excluídas e a sociedade buscam, em parceria,
equacionar problemas, decidir sobre soluções e efetivar a equiparação
de oportunidades para todos (SASSAKI, 1997, p. 41).
A perspectiva inclusiva gera, então, a Educação Inclusiva que, segundo Macedo (2009), é
norteada pelo cuidado, pela inclusão, pelo reconhecimento e pelo relacionamento entre as
pessoas com deficiência e as demais pessoas que frequentam o ambiente educacional.
Esse processo da Educação Inclusiva é pautado por bases democráticas e comunitárias, porque
seus desdobramentos incluem todas as estruturas e necessitam da participação de todos os
atores sociais envolvidos no espaço em que a Educação se situa.
Então, a Educação Inclusiva visa à garantia de acesso aos direitos e ao valor das pessoas com
deficiência, mas também reconfigura a atuação pedagógica de educadores e educadoras,
colocando o desafio da inclusão como coletivo, bem como a própria formação das estudantes e
dos estudantes que não demandam Necessidades Especiais.
Nesse contexto, as Políticas Públicas têm papel muito importante, especialmente para as
famílias de baixa renda, vez que o gasto com profissionais e com atendimento especializado se
torna oneroso.
Esse fato não exclui a importância do papel da família para que esse processo se concretize. Para
tanto, a família precisa receber o maior número de informações possíveis sobre a deficiência do
filho.
Quanto mais informação e orientação a família receber e quanto mais ela souber da importância
desse tipo de conhecimento para o desenvolvimento de seu filho, mais adequadamente lidará
com os desafios impostos pela deficiência.
Convivemos, atualmente, com práticas de Educação Especial, com movimentos em defesa das
Pessoas com Deficiência, nos quais as próprias pessoas tomam as decisões sobre os caminhos a
seguir, e temos, ainda, pessoas escondidas em casa pelos familiares, porque eles sentem
vergonha de ter um filho com deficiência.
Ao mesmo tempo, presenciamos práticas de exclusão social de Pessoas com Deficiência que
permanecem, por toda a vida, fechadas dentro de casa, sem o convívio com pessoas de fora da
família.
Podemos encontrar práticas que apontam para um processo de inclusão, envolvendo Pessoas
com Deficiência, familiares e a Sociedade mais ampla.
Na última década do século passado, houve avanço expressivo nessa caminhada em prol da
inclusão, que supõe profunda transformação da Escola, e a maior delas diz respeito, em especial,
à alteração do foco de atenção, do aluno com deficiência para o ambiente escolar.
Ao passar a olhar também para o meio e não apenas para a pessoa com deficiência, novas
questões se apresentam e possibilidades se avistam.
Assim, a educação de crianças com deficiência, nas últimas décadas, sofreu mudanças
substanciais, buscando ampliar as alternativas educacionais e terapêuticas, oferecendo,
concomitantemente, oportunidades de participação nos diferentes contextos sociais, que se
constituem em um dos fatores preponderantes para a construção da Educação Inclusiva.
O meio social, representado por diferentes segmentos, constitui um dos fatores mais decisivos
para a construção da Educação Inclusiva.
Essa formação não consistiria apenas na capacitação para a compreensão das características e
necessidades desse aluno e para a utilização de ampla variedade de recursos, mas teria, também,
de levar à construção de uma nova visão de ensino e de aprendizagem fundada em atitudes
genuinamente favoráveis à inclusão.
Embora a inserção do aluno com deficiência na sala comum seja determinada pela Legislação
vigente, essa medida não lhe assegura o acolhimento tanto por parte dos professores quanto
dos colegas de sala.
Muitas das decisões a serem tomadas, as medidas adotadas para a acolhida positiva e a provisão
do imprescindível suporte a esse aluno, visando ao convívio produtivo de toda a Classe, podem
depender da correta compreensão da proposta da Educação Inclusiva e das atitudes sociais
genuinamente favoráveis à inclusão por parte do professor.
A falta de atitudes sociais positivas pode provocar o fracasso da inclusão do aluno. Nesse
sentido, é importante que o professor tenha iniciativa e disponibilidade interna para aceitá-lo e
apoiá-lo.
O contato com a Pessoa com Deficiência nem sempre é simples, pois nele estão implicadas
condições sociais e emocionais.
Para o professor também não é diferente. Apenas manter o contato não é suficiente para que se
modifique o olhar dirigido a esses indivíduos. É necessário que o professor, além do
conhecimento e da informação sobre a deficiência, proponha-se, também, a ver a pessoa que
está ali à sua frente, a ver que, apesar de suas fragilidades, trata-se de um indivíduo que tem
sentimentos, emoções e desejos.
Tal formação implica a revisão de seus pontos de vista e convicções acerca dessas questões,
frequentemente fundados em estereótipos e preconceitos.
Esse profissional necessita do suporte e do auxílio de todo o ambiente escolar para ousar e poder
experimentar, com ética e responsabilidade, Práticas Pedagógicas inovadoras em busca de
Experiências Educacionais capazes de promover a Inclusão Educacional.
É preciso consolidar uma prática social que encoraje toda a comunidade escolar, incluindo os
alunos e suas famílias, a rever suas velhas crenças e comportamentos em relação a alunos e
professores, ao ensino e aprendizagem, às funções da Escola e a outras questões da vida escolar
comunitária.
Faz-se necessária, acima de tudo, a construção de uma cultura inclusiva no interior das nossas
Escolas que tenha repercussões na comunidade na qual essas Escolas estejam inseridas.
Estratégias de Sala de Aula
Um dos grandes marcos mundiais no desenvolvimento da Educação Inclusiva foi, como visto
em outra Unidade, a Declaração de Salamanca (ESPANHA, 1994), nascida da Conferência
Mundial sobre Educação Especial, UNESCO.
Esse valor às diferenças promove a necessidade de que a Escola desenvolva, tanto em sua
estrutura física quanto no quadro de seus profissionais e alunos, um ambiente para todos, no
qual a diversidade e a pluralidade dos educandos não é um entrave, mas sim uma potência.
Ele forja um ambiente escolar mais flexível, estabelece novos métodos de avaliação, desenvolve
espaços de convivência e acesso mais adequados e qualificados, faz-se valer de pesquisas e
estudos de ponta para orientar suas atividades escolares.
A Escola Inclusiva é uma Escola direcionada para a Comunidade que a envolve e se torna,
também, referência para essa mesma Comunidade, ao respeitar a heterogeneidade e valorizar a
diferença como princípio fundamental de uma Sociedade justa, igualitária e democrática.
Nesse sentido, vários estudos sinalizam que as Escolas Inclusivas, tanto no Brasil quanto no
mundo, são benéficas para todos os envolvidos, pois os alunos com deficiência aprendem
melhor e mais rapidamente, vez que contam com a ajuda de seus colegas. Isso propicia a eles
aprender a lidar com suas próprias dificuldades e a conviver com as demais crianças.
Já os alunos que não possuem deficiência também se beneficiam, porque aprendem a lidar com
as diferenças individuais, a respeitar os limites do outro e de si próprios, além de experienciar
processos de aprendizagem diferenciados.
Enfim, todos os alunos, com ou sem deficiência, saem ganhando, porque aprendem a
reconhecer as necessidades e as competências dos colegas, a respeitar as pessoas, a criar e
desenvolver laços de amizade, assim como a diminuir a ansiedade diante das dificuldades.
Embora seja importante a cooperação em sala de aula, ela também deve acontecer fora dela, em
um movimento de interação e interlocução entre professores, gestores, família e Comunidade.
Os professores atuam como facilitadores da aprendizagem dos alunos, contando com o auxílio,
dentro e fora da Escola, dos professores especializados em trabalhar com alunos com
deficiência, dos Pedagogos, Psicólogos e Intérpretes da Língua de Sinais bem como de
monitores ou cuidadores de alunos com necessidade de apoio nas atividades de higiene,
alimentação e locomoção (BRASIL, 2010).
Esse tipo de atendimento pode ser oferecido de forma individualizada ou em pequenos grupos.
No entanto, para que isso aconteça, é necessário que esses professores elaborem de forma
conjunta o Planejamento e que pensem diferentes estratégias de trabalho para que a
aprendizagem aconteça.
Quanto às suas possibilidades de aprendizagem futura, esse processo de avaliação fará a análise
do desempenho do aluno em relação ao seu progresso individual, prevalecendo os aspectos
qualitativos da intervenção do professor.
Algumas publicações trabalham com a possibilidade de duas formas de adaptação que trazem
orientações, mas, principalmente, servem de auxílio para os educadores pensarem e refletirem
práticas de ensino mais diversas em seus métodos e atividades, trazendo possibilidades
pedagógicas, como se observa em suas sugestões de dois tipos de adaptações possíveis.
É importante entendermos que essas adaptações nunca devem ser feitas no sentido de se
preparar atividades, conteúdos diferentes para as crianças com deficiência. As adaptações
devem ser no sentido de adaptarmos recursos, tempos e meios para que as crianças com
deficiência aprendam. Se a adaptação previr algo que seja específico para estas crianças e,
portanto, diferente do que trabalharemos na sala comum não estaremos exercitando a educação
inclusiva, mas estaremos excluindo nossas crianças.
O professor da sala comum deve pensar atividades e recursos que todos seus alunos devem
conseguir realizar. Se o aluno com deficiência precisar de auxílio, este deve ser dado pelo
professor especialista em educação especial, complementando o trabalho na sala de
atendimento especializado, no contraturno.
Por outro lado, a Escola também precisa buscar e estabelecer parcerias com outros Setores da
Sociedade, para que as Pessoas com Deficiência possam, efetivamente, ser inseridas nesses
espaços e para que a própria comunidade rompa as barreiras da resistência e do preconceito.
Dessa forma, a comunidade também se configura como um agente externo que contribui para o
fortalecimento e a multiplicação das ações inclusivas.
A família pode contribuir para o processo de escolarização de seu filho, oferecendo informações
reais sobre o nascimento, composição familiar, desenvolvimento físico e emocional, processo
anterior de escolarização, necessidades e dificuldades da criança, estímulos proporcionados e
suas expectativas em relação ao processo de aprendizagem, independentemente da sua
deficiência.
Cabe à Escola a manutenção de um canal de diálogo com a família, estimulando sua participação
nas reuniões da Escola e construindo um clima de confiança para que os pais possam
manifestar suas dúvidas e angústias sobre a escolarização dos filhos.
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Preparando Professores para Promover a Inclusão de Alunos
com Necessidades Educacionais Especiais
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ʪ Referências
MANTOAN, M. T. E. Inclusão Escolar: O que é? Por quê? Como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.
Disponível em: <http://lab.bc.unicamp.br:8080/lab/links-uteis/acessibilidade-
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OMOTE, S. et al. Mudanças de atitudes sociais em relação à inclusão. Paideia, Ribeirão Preto, v.
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