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Márcio A. Guimarães
Nos últimos anos tem aumentado de forma assustadora os casos de abusos moral, físico e
sexual contra as mulheres, bem como casos de assassinatos – o feminicídio! Diz o ditado que
sempre houveram casos de abusos, só que hoje se divulgam mais. Será?
Em síntese, o abuso contra pessoas do sexo feminino são delitos graves como abusos sexuais,
humilhação moral, estupros, xingamentos, mortes e agressões às companheiras, namoradas
ou esposas. Sim, o maior número de casos de violência contra a mulheres são causados por
companheiros, namorados ou maridos, justo quem devia proteger! No atual mundo das redes
sociais e da internet, com notícias instantâneas, em tempo real, na ponta do celular, em quase
duas décadas, somadas às mudanças jurídicas com a importante criação de legislação protetiva
como a Maria da Penha, passa a impressão de que se divulga mais o que sempre existiu, numa
perigosa naturalização da violência. Mas será que é assim mesmo?
A maior incidência de casos pode em parte ser tributada à maior conscientização das vítimas
em denunciar abusos, em recorrer às autoridades policial e do Ministério Púbico, hoje
preparadas e contando com profissionais qualificados para lidar com os crimes cometidos
contra a mulher, além do que o aumento da demanda por busca do acesso à justiça aumentou
a especialização, os estudos acadêmicos e o número de profissionais – delegados de polícia,
patrulhas especializadas da polícia militar, advogados, promotores e juízes que, cada um em
seu campo de atuação, se dedica ao combate à violência contra as mulheres. Não obstante
todas estas considerações, observa-se que realmente ao longo dos últimos anos houve um
drástico aumento dos casos de violência e o motivo para isso pode ser encontrado em outra
causa, talvez a causa principal.
Que causa seria então? Na realidade, como eu todo fenômeno social e humano, não existe
uma causa única, mas diversas. Por isso, a multicausalidade é a regra da complexidade dos
fenômenos sociais. O que se pode discutir é que dentre tantas causas, uma concorre mais para
determinar um acontecimento. Para uns existem muitas causas de igual intensidade, enquanto
que para outros, existiriam uma causa determinante dentre as demais
O fato é que a violência contra a mulher e as formas de lidar com o aumento da incidência de
casos de brutalidade, a fim de proporem-se leis e políticas públicas de cunho social e
preventivo são objetos de estudos e análises de sociólogos, antropólogos, juristas e psicólogos.