ESPORTE ATUALIZAÇÕES FITOTERAPIA CLÍNICA

Eletrólitos e sua Ômega-3 e suas atualizações Aplicações da Recomendações nutricionais

importancia hidratação e na aplicação clínica. DHA e fosfatidilcolina. Luteína para procedimentos pré e pós-
reidratação. Trealose, um seus benefícios. Aminoácidos na saúde humana. Quais operatórios. Complexo B na
excelente carboidrato para essenciais, o que você não são os antibióticos saúde feminina. Triptofano na
o desempenho esportivo. pode deixar de saber. naturais? saúde mental e humor.

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Rodolfo Peres João Pinheiro Larissa Túllio Isabela Bozza Gustavo Messora Gabriela Motta

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Nutrição e cuidados pré e pós-operatório. 04

Vitaminas do complexo B e saúde feminina. 14

Triptofano na melhora da saúde mental e humor. 22

Dieta cetogênica, uma breve revisão sobre o assunto. 25

Ômega-3 – Atualizações para a prática clínica. 31
DHA: benefícios e utilização na prática clínica. 38

Aminoácidos essenciais. 44

O papel medicinal da fosfatidilcolina. 50

Luteína na saúde humana. 54

Antibióticos naturais. 59
Eletrólitos e sua importancia hidratação e reidratação. 65
Artigo
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O SUMÁRIO

COLUNA NUTRIÇÃO CLÍNICA

Nutrição e cuidados pré

e pós-operatório.

plenitude 04
educação
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Artigo
E stima-se que 24 a 65% dos pacientes que
passam por um cirurgia se encontram ou já
estão próximos ao quadro de desnutrição (1).
Uma má alimentação e inadequação dos
nutrientes levam a um maior tempo de
internação, maiores taxas de readmissão e
maiores complicações cirúrgicas podendo levar
até maiores riscos de mortalidade (2). Visto isso, a
nutrição se faz um papel fundamental para os
cuidados antes e após um procedimento
cirúrgico, seja uma simples cirurgia estética e
principalmente situações que levam o paciente a
maior tempo de repouso, para apoiar uma
recuperação mais rápida e menores
consequências de perda de massa muscular.
Impactos de um procedimento cirúrgico
Para um paciente em um estado clínico estável,
a cirurgia estimula uma cascata de respostas
inflamatórias, imunes e metabólicas que
resultam em um estado hipermetabólico-
catabólico (3). Estimulado principalmente pela
regulação positiva do glucagon, cortisol e
citocinas pró-inflamatórias, ocasionando um
aumento do catabolismo do glicogênio hepático
e muscular para oferecer grandes demandas
energéticas para realização da cicatrização das
feridas ocasionadas durante o procedimento
cirúrgico.
plenitude
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O SUMÁRIO
O catabolismo proteico é mais elevado devido a
grande exposição estressora ao organismo.
Devido o aumento do cortisol ocasionado
durante a cirurgia, a síntese proteica é reduzida e
a degradação proteica é aumentada. Como
resultado, maior utilização de aminoácidos do
músculo esquelético para fornecer precursores
de aminoácidos para realizar a gliconeogênese,
cicatrização de feridas e função imunológica (5).
Quando o catabolismo muscular associado à
resposta ao estresse da cirurgia está associado ao
estado geral de imobilidade que acompanha a
cirurgia de grande porte, pode ocorrer perda
significativa do músculo esquelético. Em
indivíduos saudáveis, a perda de tecido muscular
começa a ocorrer em apenas 48 horas de
inatividade, com perda significativa em cinco
dias. Em homens jovens saudáveis, o volume
total do músculo da coxa diminuiu 1,7% (0,1 kg) e
5,5% (0,3 kg) após dois e sete dias de desuso,
respectivamente, com a maior quantidade de
atrofia ocorrendo no quadríceps (7). Em
indivíduos mais velhos essas taxas podem se
tornar maiores (8).
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Artigo
A perda de força e funcionalidade decorre da
atrofia muscular. O exercício, especificamente o
treinamento de resistência, é a maneira mais
eficaz de prevenir a atrofia muscular. No entanto,
a cirurgia muitas vezes requer um período de
imobilidade total ou parcial. Os adultos mais
velhos demonstraram ter uma diminuição de
até 14,3% no volume muscular dentro de duas
semanas após a artroplastia total do joelho (7),
juntamente com declínios significativos nos
testes de mobilidade, como levantar da cadeira e
subir escadas. Quanto maior o período de
imobilidade, maiores as consequências
deletérias.
As evidências diretas em pacientes cirúrgicos
ainda são limitadas, para isso dado aplicados na
nutrição esportiva e na recuperação de lesões
são muito utilizados para proporcionar uma
melhor recuperação e reabilitação cirúrgica (8).
Papel dos carboidratos nos procedimentos
cirúrgicos
A ingestão nutricional em torno do período
operatório visa apoiar o aumento das
necessidades nutricionais durante o estado
hipermetabólico e inflamatório, controlar a
resistência à insulina pós-cirúrgica e reduzir a
atrofia muscular. As estratégias iniciais
enfatizaram a ingestão de carboidratos/glicose,
em esforços para reduzir a resistência à insulina
pós-cirúrgica e o aumento da gliconeogênese
(9).
plenitude
educação
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O SUMÁRIO
Uma orientação muito comum pelos médicos é
para que os pacientes se permaneçam em
condições pré-operatórias em jejum. Em
comparação com as condições de jejum, a
ingestão de glicose pré-operatória (contendo
50g, 2h antes da cirurgia) demonstrou reduzir a
resistência à insulina pós-operatória em até 50%)
(10). Além disso, a ingestão de glicose pré-
operatória demonstrou ter um impacto positivo
na manutenção da massa corporal magra e na
função muscular (11). A ingestão oral de de 125
mg/mL de carboidrato consumido na noite
anterior e até 3 h antes da cirurgia foi eficaz na
manutenção do equilíbrio protéico de corpo
inteiro 24 h após a cirurgia (11). Também foi visto
benéfico na redução da perda de força do
quadríceps uma semana após a cirurgia,
enquanto também aumentava a taxa de retorno
aos valores de força pré-cirúrgica em um e dois
meses após a cirurgia (12).
Mesmo que a ingestão adequada de
carboidratos mostre benefícios, a sua capacidade
de suportar o estado catabólico de uma cirurgia
ainda é limitado. Levando em consideração que
temos capacidades limitadas de estoques de
glicogênio (<24h) (10). Em condições normais um
adulto saudável tem uma redução dos estoques
de glicogênio de forma quase linear nas
primeiras 22 horas (13).
06
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Artigo
Agora, levando a uma situação cirúrgica, qual um
indivíduo é submetido a 6-12h de jejum,
significaria que a gliconeogênese
significativamente aumentada antes mesmo do
início da cirurgia. Uma vez que a cirurgia se inicia,
o estresse é aumentado e a taxa de depleção de
glicogênio é consideravelmente elevada (13).
Embora tenhamos visto acima que a ingestão de
50g de glicose em um estado pré-cirurgico foi
capaz de reduzir em 50% a resistência à insulina
após uma cirurgia, a glicose apenas não é capaz
de suprimir totalmente a gliconeogênese,
permanecendo então um estado
catabolismo/oxidação de aminoácidos ainda
elevados (10).
Outra relação negativa, é que a ingestão de
carboidratos no pós-cirurgico tem pouco efeito
na supressão da resistência a insulina ou na
utilização de aminoácidos para a gliconeogênese
(14). Embora a ingestão de glicose pré-cirúrgica
possa ajudar a aliviar a taxa na qual ocorre o
catabolismo de proteínas, os aminoácidos são
necessários para sustentar o aumento da
renovação de proteínas que ocorre em estados
de estresse.
plenitude
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O SUMÁRIO
Papel das proteínas e aminoácidos nos
procedimentos cirúrgicos
é
Como percebido neste artigo, a perda de massa
muscular se torna inevitável. Quando a ingestão
proteica se torna inadequada, a primeira fonte de
aminoácidos para nosso organismo se torna o
nosso músculo esquelético para manter a
síntese de proteínas do nosso corpo. Com isso, a
ingestão proteica deve ser aumentada em dietas
pós-cirurgicas, com o objetivo de atender às
necessidades elevadas de aminoácidos do corpo
e reduzir o risco de catabolismo muscular.
de
A suplementação de aminoácidos pós-cirúrgico
demonstrou reduzir efetivamente o catabolismo
corporal e muscular, estimulando um aumento
de 40% na síntese de proteínas de todo o corpo e
uma redução de 20% na quebra de proteínas de
todo o corpo (15). Após 12 semanas de
suplementação de aminoácidos essenciais, foi
visto uma redução na atrofia muscular e melhora
dos resultados funcionais em idosos com baixo
funcionamento físico (16). Após a artroplastia total
do joelho, a suplementação de aminoácidos
essenciais reduziu a atrofia do quadríceps e
isquiotibiais na perna operada em duas semanas
e seis semanas após a cirurgia em comparação
com placebo (7). A suplementação de
aminoácidos essenciais parece ser eficaz para
manter a força muscular, mesmo quando ocorre
alguma atrofia.
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Artigo
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O SUMÁRIO

Aumentar a ingestão de proteína para 2,3 Dependendo da proximidade da cirurgia

g/kg/dia durante um período de (semanas, dias, horas antes e depois), diferentes
lesão/imobilização é conhecido por reduzir a fontes de carboidratos e proteínas podem ser
perda muscular em estados de balanço aproveitadas para maximizar a ingestão
energético negativo comparado a uma ingestão nutricional.
diária atual recomendada de 1,6g/kg/dia para
Recomendações nutricionais pré-operatórias
indivíduos em quadros clínicos normais (17).

Em um período de 7-10 dias antes da cirurgia, o

Além da ingestão total de proteínas, a
planejamento alimentar deve enfatizar uma
distribuição equilibrada da ingestão diária de
ingestão de carboidratos e proteínas de alta
proteínas em cada refeição também é
qualidade garatindo todas as recomendações
importante. Por exemplo, o consumo de uma
diárias ao indíviduo (figura 1) (8). O aumento de
quantidade moderada de proteína em cada
carboidratos no período pré-operatório é
refeição estimulou a síntese de proteína
recomendado geralmente na noite anterior à
muscular em 24 horas 25% mais efetivamente
cirurgia (5). No entanto, pode ser de maior
do que inclinando a ingestão de proteínas para a
benefício se iniciado dias antes da cirurgia (7 a 10
refeição da noite (18). Ao aumentar a ingestão de
dias). Usar a nutrição esportiva como modelo,
proteínas, o teor de aminoácidos também deve
ingerir ~60% da energia total ou 8 g por kg de
ser considerado. Em particular, a quantidade de
massa corporal por dia de carboidratos por um
leucina, um dos pilares da síntese proteica, é
mínimo de 3 a 4 dias é eficaz para maximizar os
importante (19), visto que a leucina auxilia na
estoques de glicogênio (21). Dar ênfase em
estimulação anabólica, superando a resistência à
carboidratos complexos, como vegetais, frutas e
síntese proteica.
grãos integrais, também garantirá a ingestão
Após a cirurgia, uma combinação de adequada de vitaminas, minerais e fibras, que
aminoácidos essenciais de forma livre mais são importantes no suporte à imunidade e ao
proteína dietética pode ser vantajosa; microbioma, o que pode ter implicações na
estimulando um grande e rápido aumento de absorção de nutrientes, redução da inflamação e
aminoácidos essencial para ativar a síntese de recuperação muscula (8).
proteínas, seguido por uma disponibilidade mais
prolongada de aminoácidos essenciais e não
essenciais para maximizar o ganho líquido em
proteína corporal e precursores gliconeogênicos
(20).

plenitude 08
educação
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O SUMÁRIO

Figura 1. Exemplo de tempo de nutrição pré-operatório que antecedeu a cirurgia. Adaptado de de Smith-Ryan et al.
(2020).

A ingestão de proteínas de 1,2 a 2,0 g/kg/dia de

fontes de proteína de alta qualidade distribuídas
ao longo do dia (20 a 40 g de proteína por sessão)
é recomendada pelos protocolos ERAS
(Enhanced Recovery After Surgery) para ajudar a
garantir que as necessidades de proteína sejam
atendidas antes da cirurgia (1, 2, 8, 22). A
qualidade da proteína é baseada em quatro
fatores primários (23):
Figura 2. Fontes de proteína com consideração da

(1) porcentagem de proteína como aminoácidos fonte de alimento, qualidade da proteína, absorção e
disponibilidade de EAA. Adaptado de Wolfe R.R. et al.
essenciais (EAA);
(2018).
(2) perfil de EAAs;
(3) digestibilidade ileal total (TID) e Maximizar a qualidade da proteína é
(4) biodisponibilidade de EAA. especialmente importante na superação da
resistência anabólica, definida como uma
A fonte de proteína da mais alta qualidade
redução na resposta sintética da proteína à
otimizaria cada uma dessas categorias,
ingestão de proteína que ocorre com o
fornecendo uma alta porcentagem de EAAs, um
envelhecimento e a imobilização (25).
perfil de EAAs que corresponde aos requisitos de
aminoácidos, resultando em uma entrega
adequada de EAA ao tecido apropriado (figura 2)
(24).

plenitude 09
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Como parte da matriz alimentar natural, as
fontes de proteína de alimentos integrais
(animais e vegetais) também são ricas em
micronutrientes essenciais, incluindo vitaminas,
minerais, ácidos graxos ômega-3, fibras,
antioxidantes e outros fitonutrientes que são
importantes para a saúde geral e recuperação
(26).
Atenção especial deve ser dada à ingestão
nutricional nas 24 horas que antecedem a
cirurgia (figura 1). Antigamente, procedimentos
rigorosos eram solicitados aos pacientes que
permanecessem de jejum nas horas anteriores à
cirurgia devido a preocupações de regurgitação
ou aspiração sob anestesia. Com
entendimento da motilidade gastrointestinal, os
efeitos nocivos de longos períodos de jejum no
estresse metabólico, sensibilidade à insulina e
recuperação melhoraram, as recomendações de
jejum pré-cirúrgico foram revisadas. De acordo
com o Enhanced Recovery After Surgery,
atualmente é recomendado que os pacientes
jejuem por 6 h após uma refeição leve e por 2 h
após o consumo de líquidos claros antes da
cirurgia (1, 2, 8, 23).
plenitude
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O SUMÁRIO
Os suplementos dietéticos fornecem nutrição de
forma concentrada, que muitas vezes é mais
facilmente digerida, absorvida e uma forma mais
eficaz de entrega de nutrientes, tornando-os
ideais para as horas que antecedem a cirurgia.
De acordo com as recomendações atuais de
jejum pré-cirúrgico, 6-12 h antes da cirurgia, os
pacientes devem consumir uma refeição
completa, enfatizando carboidratos complexos e
proteínas de alta qualidade (22).
As formas mais comuns de suplementos de
proteína incluem isolado e concentrado de
proteína de soro de leite, caseína, soja e outras
misturas de plantas. Whey protein isolado é
o considerado uma das fontes de proteína de
maior qualidade, com mais de 50% da
concentração de aminoácidos provenientes de
EAA e 2,7g de leucina em uma dose comum de
25g (24).
Duas horas antes da cirurgia, os pacientes são
aconselhados a iniciar o jejum de líquidos claros.
A ingestão de ~ 50g de carboidratos duas horas
antes da cirurgia demonstrou preservar a
sensibilidade à insulina pós-operatória sem
aumento do risco de eventos adversos (25).
Como os suplementos de carboidratos
modificados esvaziam rapidamente do
estômago, o consumo pode manter os níveis de
glicose durante a cirurgia.
10
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O SUMÁRIO

Figura 3. Exemplo de tempo de nutrição pós-operatório que antecedeu a cirurgia. Adaptado de de Smith-Ryan et al.
(2020).

A inclusão de aminoácidos de forma livre duas Recomendações nutricionais pós-operatórias

horas antes da cirurgia também deve ser
A alimentação pós-operatória precoce está
recomendada para promover um balanço
associada à redução de complicações
protéico positivo antes da cirurgia. A leucina é
infecciosas, melhora da cicatrização e diminuição
responsável por ativar a resposta anabólica. No
do tempo de internação. Assim, geralmente é
entanto, sem uma ingestão adequada dos
recomendado retomar a alimentação por via oral
outros EAAs, a síntese/turnover de proteínas é
o mais rápido possível no pós-operatório, com o
substancialmente limitada, conforme revisado
objetivo de retornar aos alimentos sólidos em 24
recentemente (27). Da mesma forma, os BCAAs,
horas. Simplificando, uma abordagem eficaz
que incluem leucina, isoleucina e valina, não
para a nutrição pós-operatória é a nutrição pré-
suportam efetivamente a síntese de proteínas
operatória ao contrário (figura 3) (8).
devido à falta dos outros seis EAAs (27).

Nas primeiras horas do pós-operatório, o apetite

Os suplementos de EAA de forma livre, contendo
do paciente é frequentemente suprimido,
todos os nove EAAs, demonstraram estimular
dificultando o consumo de alimentos sólidos.
uma resposta anabólica maior do que as fontes
Durante esse período, seria vantajoso incentivar o
de soro de leite ou alimentos integrais (28). Como
consumo de EAAs de forma livre. Os EAAs de
os EAA de forma livre se dissolvem facilmente na
forma livre têm efeito mínimo sobre o apetite
água e têm um trânsito rápido do estômago,
(29) e não interferem na resposta anabólica de
eles representam uma opção suplementar ideal
uma refeição subsequentemente consumida.
antes da cirurgia (7).

plenitude 11
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Os efeitos anabólicos dos EAAs de forma livre são Então, 15 a 45 minutos antes da terapia, uma
independentes da insulina e não são bebida contendo carboidratos e proteínas deve
prejudicados pela hipercortisolemia (29). A ser consumida, seguida de outra bebida proteica
ingestão de aminoácidos no período pós- após a sessão de terapia (8).
operatório imediato também pode ajudar a
apoiar a resposta imune (30). Além da proteína, suplementos como creatina
monohidratada, β-hidroxi-β-metilbutirato (HMB),
À medida que o apetite é recuperado, os ácido graxo ômega-3 e suplementação de
pacientes podem fazer a transição para bebidas probióticos demonstraram eficácia no suporte
proteicas com maior densidade calórica, como ao músculo, força e funcionalidade (8).
shakes de proteína, até poder consumir fontes
Conclusão
de alimentos integrais ou refeições.
Como foi justificada neste amplo artigo, a
Para cirurgias que exigem reabilitação física,
adequação nutricional é essencial para
como substituição de articulações, o tempo de
minimizar a resposta ao estresse cirúrgico e
nutrientes em torno das sessões de reabilitação
reduzir a perda de massa muscular, força e
também deve ser considerado. A ingestão de
funcionalidade, bem como outras alterações
nutrientes em torno de uma sessão de
metabólicas ocasionadas e acelerar o processo
exercício/reabilitação pode ajudar a aumentar a
de recuperação e cicatrização das feridas.
massa magra, força e funcionalidade, levando a
um retorno mais rápido às atividades da vida
A ênfase na ingestão proteica durante todo o
diária (32). A ingestão adequada de nutrientes
processo cirúrgico, mas principalmente no pós-
antes da sessão de reabilitação garante que
operatório, reduz o catabolismo muscular e a
energia e nutrientes estejam disponíveis para
conseqüente perda de funcionalidade. Embora
maximizar o desempenho do exercício,
as fontes de carboidratos e proteínas de
enquanto a ingestão de nutrientes após a sessão
alimentos integrais de alta qualidade devam ser
auxilia na recuperação e adaptação (8).
mantidas, as fontes suplementares permitem a

Começando 3 a 4 horas antes de uma sessão de ingestão contínua de nutrientes nas horas

terapia, os pacientes devem consumir uma imediatamente antes e após a cirurgia.

pequena refeição, contendo carboidratos

complexos (50 a 100 g) e proteína de qualidade
(30 a 40 g).

plenitude 12
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EAAs de forma livre, sozinhos ou em adição a

outras fontes de proteína, são especialmente
eficazes para superar a resistência anabólica,
justificando seu uso antes e após a cirurgia para
atenuar a atrofia muscular.

No entanto, não devemos substituir as

recomendações pericirúrgicas atuais, apenas
complementar conforme descrito e
demonstrado nos estudos envolvidos. Devemos
sempre orientar ao paciente a se consultar com
uma equipe de médico/nutricionista para ser
receber orientações individualizadas.

plenitude 13
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COLUNA NUTRIÇÃO CLÍNICA

Vitaminas do complexo B
na saúde feminina.

plenitude 14
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O SUMÁRIO

V itaminas são compostos orgânicos

encontrados nos alimentos, necessárias para que
Estas deficiências
relacionadas ao
de
risco
vitaminas
aumentado
estão
de
aconteça o adequado funcionamento do complicações para a mulher em períodos de
metabolismo e agindo primordialmente como gestação e amamentação, devido à demanda
catalisadoras, permitindo que reações químicas aumentada destas vitaminas, tanto para a
ocorram utilizando-se menos energia e menos mulher, quanto para o desenvolvimento da
tempo. Elas agem na transformação de energia, criança. (2)
atuando em diversos sistemas e nas respostas
Na presença destas hipovitaminoses, há risco
imunológicas e consequentemente protegendo
aumentado para o desenvolvimento de quadros
nosso organismo. (1)
de anemia, mortalidade materna, parto
A deficiência de vitaminas no organismo
prematuro e/ou bebês com baixo peso ao
(hipovitaminose ou avitaminose), pode levar ao
nascer, defeitos congênitos e problemas
surgimento de algumas doenças. (1)
cognitivos. (2)

As vitaminas tiamina (B1), riboflavina (B2), niacina

TIAMINA
(B3), ácido pantotênico (B5), piridoxina (B6),
biotina (B7), ácido fólico (B9) e cobalamina (B12) A tiamina ou vitamina B1 é primordial para

integram as vitaminas do complexo B. Estas auxiliar as células a converterem o carboidrato

vitaminas são hidrossolúveis e contribuem com em energia e também indispensável para a

sistemas enzimáticos essenciais no metabolismo atuação do cérebro e das células nervosas. A sua

energético de ácidos nucleicos, proteínas, deficiência acontece devido ao seu baixo

carboidratos e lipídios. (2) consumo ou aumento de sua necessidade no

As vitaminas do complexo B estão relacionadas à
fertilidade da mulher e à saúde reprodutiva,
especialmente as vitaminas B6, B9 e B12. Na
maior parte dos casos, as deficiências de mais de
uma destas vitaminas ocorrem em conjunto,
tendo em vista estarem correlacionadas em seus
processos metabólicos e, sendo assim, a carência
de uma delas pode acarretar em prejuízos na
absorção e no metabolismo de outra. (2)
período da gestação e lactação, além de uma
dieta com excesso de carboidratos e infecções
parasitárias crônicas. (3)
O leite da mulher é deficiente em tiamina,
porém a quantidade varia tendo em vista a dieta
alimentar da mãe. A deficiência de vitamina B1
acomete as populações que possuem uma dieta
à base de arroz.

plenitude 15
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O beribéri, doença deficitária marcada por
inflamações, lesões degenerativas dos nervos,
sistema digestivo e coração, atinge adultos,
crianças e recém-nascidos que receberam
amamentação de uma mãe com carência desta
vitamina. (4,1)
A tiamina é encontrada em pequenas
quantidades em inúmeros alimentos, sendo
fontes desta vitamina alimentos como leveduras,
farelo de trigo, cereais integrais, castanhas,
hortaliças, frutas, ovos, carne de frango, carneiro e
boi, e o leite, por sua vez, concentra quantidades
reduzidas de vitamina B1. (3)
RIBOFLAVINA
A riboflavina ou vitamina B2 é fundamental para
o funcionamento do metabolismo energético,
principalmente no metabolismo de
aminoácidos, carboidratos e lipídios, além de sua
capacidade antioxidante, sendo essencial para o
desenvolvimento das células, construção de
células vermelhas e para a saúde dos olhos e da
pele, reprodução e crescimento, além de
prevenir tonturas e problemas gastrointestinais.
É também sabido que mulheres que tomam
pílulas anticoncepcionais possuem necessidades
aumentadas desta vitamina. (2,3,5)
plenitude
educação
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O SUMÁRIO
A deficiência de riboflavina pode comprometer a
estruturação do colágeno e está também
correlacionada a algumas complicações como
dor, fissuras e queimaduras nos lábios, boca e
língua, dermatite seborreica, fotofobia, irritação
grave de garganta e olhos e crescimento
atrofiado, além de lesões nos órgãos genitais. (5)
A vitamina B2 deve ser oferecida através da dieta
constantemente, tendo em vista não ser
estocada no corpo em quantidades apropriadas.
É encontrada em uma grande quantidade de
alimentos, porém em pequenas quantidades. Os
alimentos fontes de riboflavina são o leite e seus
derivados, carnes e vísceras como rins e fígado,
vegetais folhosos verdes tais como brócolis,
couve, agrião e repolho, ervilhas e ovos. (2,3)
NIACINA
A niacina, também chamada de vitamina B3, é
um termo genético para ácido nicotínico (NA) e
nicotinamida (Nam), as quais são componentes
de duas coenzimas biologicamente ativas e de
extrema importância para o funcionamento do
metabolismo e para a geração de energia. (2)
16
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O SUMÁRIO

Inúmeras funções da vitamina B3 já são A vitamina B5 tem atuação importante no

conhecidas, tais como sua importante tratamento de doenças tais como alopecia, lúpus
contribuição na cadeia respiratória, no eritematoso, hepatite A, acne, doença celíaca,
metabolismo energético, no armazenamento de doença inflamatória no intestino, osteoartrite,
cálcio no interior das células e também função hiperlipidemia, obesidade e artrite reumatoide.
vasodilatadora, além do seu importante papel na (5)
elevação dos níveis do colesterol HDL. (5)
Indivíduos com insuficiência renal fazendo

A vitamina B3 é encontrada em quantidades tratamento dialítico são considerados grupos de

consideráveis sobretudo em carnes, risco para a deficiência de vitamina B5, assim

especialmente frango, peixe e boi e amendoim. como alcoolistas, idosos e mulheres que fazem

Os ovos e o leite, apesar de não possuírem uso de contraceptivos orais, as quais podem

quantidades consideráveis de niacina, são apresentar baixas concentrações de ácido

excelentes fontes de triptofano, o que os leva a pantotênico. (6)

oferecer uma quantidade considerável de

niacina equivalente. (2) A deficiência desta vitamina restringe a
produção e diferenciação de queratinócitos,
ÁCIDO PANTOTÊNICO
reduz a sua síntese do fator de crescimento e de

O ácido pantotênico, ou vitamina B5, é de procolágeno em fibroblastos, podendo resultar

extrema importância para o metabolismo de em complicações na pele. (5)

proteínas, de hidratos de carbono e lipídios para a

A sua deficiência também está relacionada ao
produção de colesterol. Ela auxilia a moderar a
aparecimento de acne, problemas
resposta do corpo frente ao estresse, colabora na
gastrointestinais, hipoglicemia, úlceras
cicatrização de feridas, na produção de coenzima
duodenais, fadiga, má produção de anticorpos,
A e age na produção dos hormônios
fraqueza de cabelos e unhas, câimbras
suprarrenais, de anticorpos, de esteroides e
musculares, insônia, mal estar, interrupção de
cortisol na glândula suprarrenal, evitando e
crescimento, perda de peso, dermatite,
atenuando o efeito tóxico de medicamentos e os
dislipidemia, doença adrenal e neuropatia. (5)
sintomas de fadiga. (5)

plenitude 17
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A vitamina B5 está abundantemente presente
nos alimentos, tais como em carnes,
especialmente coração e fígado, cogumelos,
gema de ovo, brócolis, couve-flor, abacate, batata
doce e leite. (2)
PIRIDOXINA
A piridoxina ou vitamina B6 é cofator importante
de enzimas que colaboram nas principais vias
metabólicas do folato e da homocisteína. (2)
O consumo de vitamina B6 no período
gestacional relaciona-se à melhora do índice de
Apgar, o qual qualifica a vitalidade do bebê;
também é apontado que em dosagens ideais na
gestante, esta vitamina possui uma influência
positiva no peso adequado do recém-nascido;
proporciona também uma melhora considerável
em sintomas de gestantes com hiperêmese
gravídica. (7)
Em baixas dosagens, pode ocorrer uma
deficiência de folato e elevação da homocisteína,
o que está relacionado a um risco elevado de
complicações no período da gestação, tais como
defeitos do tubo neural, malformações cardíacas
do feto, abortos e também problemas
relacionados à ovulação, podendo causar
infertilidade na mulher. A sua deficiência
também pode ocasionar convulsões, anemia,
confusão, depressão, complicações relacionadas
à saúde capilar, aftas e lábios grutados, dermatite,
nervosismo, risco de tromboembolismo venoso
recorrente e crises refratárias (2,5)
plenitude
educação
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O SUMÁRIO
A vitamina B6 é amplamente encontrada nos
alimentos, mas possui níveis mais elevados nas
carnes, principalmente miúdos, peixes, grãos
integrais, vegetais e nozes. Nos alimentos de
origem animal, a vitamina B6 é normalmente a
PLP, a qual possui maior biodisponibilidade. Já
nos alimentos de origem vegetal, geralmente é
encontrada a vitamina na forma de PN
glicosada, contendo baixa disponibilidade devido
à necessidade de hidrólise no intestino. (5)
BIOTINA
A biotina, também conhecida como vitamina B7,
vitamina H ou coenzima R, possui o enxofre em
sua composição e é essencial para a produção
do ácido ascórbico, do metabolismo de proteínas
e lipídios, atuando em harmonia com as
vitaminas B2, B3, B6 e vitamina A na
manutenção de uma pele saudável, além de
evitar o surgimento de cabelos brancos, calvície e
reduzir os sintomas de dermatite e eczema. (5)
A deficiência de vitamina B7 inclui sintomas
como atraso no desenvolvimento, hipotonia,
queda de cabelo, erupções cutâneas, danificação
das funções metabólicas dos lipídios, fadiga
extrema, depressão, anorexia, ataxia, dermatite,
convulsões, atraso mental, acidose e
malformações fetais. Sua deficiência é rara em
crianças em processo de amamentação e
desmame, porém, pode-se notar descamação,
alopecia, e dermatite eritematosa espalhada pelo
corpo. (5)
18
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Artigo
Suas principais fontes alimentares são alimentos
como leite, levedura de cerveja, arroz integral,
rins, fígado, grãos de soja, cogumelo Paris, aveia,
lentilha e ovos. (5)
ÁCIDO FÓLICO
O ácido fólico ou vitamina B9 colabora para o
metabolismo dos aminoácidos e para a síntese
de ácidos nucleicos, sendo importante para a
produção das células do sangue. As palavras
“ácido fólico” relacionam-se em particular ao
ácido pteroilmonoglutâmico (PteGlu). Nos
alimentos, o anel pterina é diminuído para gerar
os folatos, como 7,8 – diidrofolato (DHF) ou 5,6,7,8-
tetrahidrofolato (THF).
Os folatos, formas naturais do ácido fólico, são
melhor absorvidos pelo organismo e possuem
uma importante atuação no processo de
multiplicação celular, sendo, desta forma,
primordial no período gestacional, interferindo
no aumento dos eritrócitos, alargamento do
útero, no desenvolvimento da placenta e do feto.
O ácido fólico é também essencial para a fase da
lactação, do crescimento e da produção de
anticorpos. Além disso, age como coenzima no
metabolismo de aminoácidos e na produção de
purinas e pirimidinas e síntese de DNA e RNA,
sendo primordial para a divisão celular. (5,3)
plenitude
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O SUMÁRIO
A vitamina B9 também possui como uma de
suas inúmeras funções, o aumento da
quantidade de leite materno, proteção contra
parasitas intestinais e intoxicação por alimentos
deteriorados, além de ajudar na manutenção de
uma pele saudável. (5)
Os alimentos fontes de folato são o feijão, as
vísceras e os vegetais de folhas verdes como
brócolis, espinafre e aspargo, abóbora, abacate,
carne de vaca e de porco, batata, beterraba,
cenoura, fígado, laranja, couve, maçã, ovo, milho,
leite e derivados. (3)
COBALAMINA
A vitamina B12 integra um grupo de compostos
chamados genericamente de cobalaminas, os
quais são transformados nos seres humanos em
metil ou 5-desoxiadenosilcobalamina, sendo a
cianocobalamina o composto referência por
convenção. (7)
Esta vitamina é de extrema importância como
cofator em inúmeras reações bioquímicas e no
organismo humano age como cofator essencial
para a metionina sintase e L-metilmalonil coA
mutase, sendo estas duas direta ou
indiretamente participantes no metabolismo da
homocisteína, tendo também atuação na
regeneração na forma ativa do ácido fólico,
necessário para a formação do DNA. (7)
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Na gestação, a cobalamina é utilizada junto ao Vitaminas devem ser consumidas com cuidado
ácido fólico para promover um melhor e em quantidades tendo em vista as
desenvolvimento do feto, em especial no necessidades diárias de cada indivíduo, pois os
primeiro trimestre da gestação. (7) suplementos vitamínicos não são substitutos de
uma dieta alimentar saudável e o seu consumo
É produzida unicamente por microrganismos
em excesso levam a consequências fisiológicas
como algas, fungos e bactérias, não sendo
que podem acarretar danos à saúde. (5)
encontrada em alimentos de origem vegetal.
Sendo assim, as principais fontes de vitamina B12
são os alimentos de origem animal, como carnes
em geral, vísceras como fígado, rins e coração,
frutos do mar, leite e derivados. (7)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As vitaminas possuem papel essencial para que

tenhamos uma vida saudável, mas é de suma
importância o conhecimento com relação às
quantidades necessárias para que não nos
deparemos com desequilíbrios em nosso
organismo. (5)

Há indivíduos que consomem todas as vitaminas

necessárias através da alimentação; em outro
extremo, existem pessoas que apresentam
deficiências em vitaminas; e por outro lado,
existem pessoas que fazem uso de suplementos
vitamínicos como parte de sua dieta, sem
consentimento médico e em doses elevadas,
com risco de se consumir vitaminas em excesso.
(5)

plenitude 20
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COLUNA NUTRIÇÃO CLÍNICA

Triptofano na melhora da
saúde mental e humor.

plenitude 22
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O
um
aminoácido triptofano, caracterizado como
dos oito aminoácidos essencais, foi
Além síntese de serotonina, o triptofano é
essencial em outras vias metabólicas como a via
descoberto em meados de 1900 por Hopkins e da quinurenina, e em algumas outras funções do
Cole que isolaram sua estrutura a partir da SNC como a participação da síntese de
caseina (1). Seu armazenamento tecidual é dopamina, norepinefrina e melatonina6.
relativamente baixo e sua concentração
De acordo com as Dietary Reference Intakes
plasmática é a mais baixa dentre todos os
(DRIs) a recomendação de ingestão diária de
aminoácidos (2), sendo que alguns fatores
triptofano é de 8,5mg/kg/dia, estando altamente
dietéticos influenciam diretamente em sua
biodisponível em alimentos como aveia, banana,
concentração tecidual que por sua vez
cacau, ameixa seca, cereais integrais, queijo,
influenciam a captação pelo cérebro.
frango, amendoim (6).

O L-triptofano, fração ativa do aminoácido (3), é Triptofano X saúde mental

um precursor da síntese de serotonina. A síntese
O principal transtorno de humor incapacitante
de serotonina ocorre em duas etapas, cujo bom
no mundo é a depressão. Alguns mecanismos
andamento é dependente da concentração de
que influenciam a ocorrência do transtorno estão
triptofano (4). Sabe-se que a maior parte desse
parcialmente elucidados, um deles é a hipótese
aminoácido está ligada à albumina plasmática,
da deficiência de monoaminas. Essa hipótese
impedindo sua ultrapassagem pela barreira
amparou diversos estudos com os principais
hematoencefálica, limitando a síntese central de
agentes terapêuticos utilizados no tratamento
serotonina (5). As frações de L-triptofano que
da depressão: os inibidores seletivos e/ou
ultrapassam a barreira hematoencefálica, são
combinados de recaptação de serotonina, cuja
hidroxiladas à 5-hidroxitriptofano, cuja etapa é a
efetividade se dá em parte pelo aumento dos
considerada limitante na síntese de serotonina
níveis sinápticos de serotonina e noradrenalina e
(5). Subsequentemente são descarboxiladas para
subsequente ativação de receptores pós
só então serem absorvidas pelos neurônios da
sinápticos serotoninergicos e noradrenérgicos (5).
rafe (5).

plenitude 23
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Os efeitos da depleção de triptofano e sua Considerações finais

influência nos transtornos de humor, são
amplamente estudados, uma metanálise que
avaliou trabalhos realizados entre 1966 e 2006
postulou que o grupo de indivíduos com maior
depleção de triptofano, apresentou humor
depressivo mais acentuado (7).
Foram realizados alguns ensaios clínicos e pré-
clínicos, visando avaliar a depleção de triptofano
e correlação com humor depressivo. Alguns
autores discutem que em indivíduos saudáveis e
sem histórico de depressão, a depleção de
triptofano não apresenta associação positiva
com o transtorno de humor. No entanto, ao
avaliar indivíduos previamente deprimidos em
fases remissivas, a baixa do aminoácido parece
estar correlacionada com nova agudização de
sintomas (5).
O triptofano é um aminoácido não essencial,
altamente biodisponível e amplamente utilizado
em diversas vias bioquímicas importantes, desde
síntese proteica, até mesmo na conversão em
serotonina, dessa forma, promove desfechos
positivos nos sintomas depressivos e nos
distúrbios de humor em indivíduos predipostos.
Uma alimentação rica em alimentos como aveia,
banana, queijos, entre outros alimentos ricos em
triptofano, auxiliam no suporte desse nutriente.
Caso o consumo adequado conforme a
recomendação de triptofano não seja atingido,
suplementos com a quantidade individualizada
de triptofano podem exercer uma ótima forma
de garantir a necessidade atingida.

Sabendo que há intrínseca correlação entre os

níveis de triptofano, a produção de serotonina
influenciando diretamente na produção de
melatonina e impactando a qualidade do sono,
se pode constatar que a ingestão deficiente de
triptofano é um fator contribuinte para piora da
qualidade do sono, adiamento de seu início e
despertares noturnos. O que pode gerar um
mecanismo de retroalimentação na piora dos
transtornos de humor, uma vez que a deficiência
de sono pode estar relacionada a um pior
prognóstico de sintomas ansiosos e depressivos.

plenitude 24
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COLUNA NUTRIÇÃO CLÍNICA

Dieta cetogênica, uma

breve revisão sobre o
assunto.

plenitude 25
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A Dieta Cetogênica foi proposta pela primeira

vez em 1921, pelo médico americano Russel
Wilder (1885-1959), com o objetivo de auxiliar no
tratamento do controle da epilepsia, reduzindo
as crises convulsiva dos pacientes, e podendo até
substituir um tratamento medicamentoso. A
dieta foi popularizada quando o filho de um
importante produtor americano fez
tratamento de epilepsia, pois, ele tinha diversas
convulsões ao longo do dia, e com a dieta
cetogênica, passou a não ter mais.
E a partir da década de 1960, tornou-se
amplamente conhecida como um dos métodos
mais comuns para o tratamento da obesidade e
A dieta cetogênica é caracterizada por uma dieta
onde o seu maior consumo energético é
proveniente de fontes de gordura, mais
especificamente de 60% a 80% (ou mais,
dependendo do grau de distribuição das
proteínas e carboidratos) mantendo uma
quantidade moderada de proteínas (1,2-1,5
o g/kg/d, não podendo ultrapassar 1,7g/kg/d para
que não haja gliconeogênese, inibindo assim os
corpos cetônicos), com uma quantidade muito
baixa de carboidratos, inferior a 10% da ingestão
total de calorias diárias, se limitando no máximo
em até 50g/dia. (1).
Podemos dizer que a dieta cetogênica é a única

até mesmo nos dias de hoje essa estratégia tem dieta que pode ser aferida por um biomarcador

se popularizado cada vez mais na nutrição, tanto metabólico, que se daria pela elevação de corpos

como uma estratégia voltada para o cetônicos no sangue, como o acetoacetato, o β-

emagrecimento, quanto como no meio hidroxibutirato (BHB) e acetona. Uma forma

esportivo, visando a utilização de gordura como técnica para a pessoa identificar se esses corpos

principal fonte de energia durante o cetônicos estão presentes é através de um

treinamento. glicosímetro, onde o valor indicado seria a partir

de 0,5mmol/L.

O que é a cetose?

Com a baixa ingestão de carboidratos, não é

possível manter o oxaloacetato necessário para o
ciclo de Krebs, levando o corpo a adotar um
metabolismo centrado na gordura.

plenitude 26
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A cetogênese é o processo de adaptação da
gordura, durante o qual os ácidos graxos são
convertidos em acetil-CoA via β-oxidação dentro
das mitocôndrias, seguido pela conversão em
corpos cetônicos (KBs). Os KBs incluem
acetoacetato (AcAc), 3-hidroxibutirato (3-HB) e
acetona, e são a principal fonte de energia
durante a cetose, termo usado para definir esse
estado metabólico. A adaptação à utilização de
KB pode liberar mais energia disponível do que a
adaptação à glicose. (2)
Vale ressaltar, que a cetose é um estado
relativamente benigno que não deve ser
confundido com cetoacidose, que é um estado
patológico observado em diabéticos tipo 1, onde
ocorre uma superprodução perigosa de cetonas
na ausência de insulina exógena (1).
O que é a cetose?
Existem controvérsias sobre os efeitos da dieta
cetogênica em relação ao desempenho. Estudos
indicam que seguir uma dieta cetogênica não
melhora o desempenho atlético e pode ter o
efeito oposto. Uma razão para isso é que o uso de
gordura como fonte de energia exige mais
oxigênio para produzir a mesma quantidade de
ATP (entre 5% e 8%) o que acaba gerando uma
nova limitação.
plenitude
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O SUMÁRIO
Um estudo de 10 semanas de dieta cetogênica,
com 8 semanas de corrida forçada em
camundongos, com o objetivo de determinar se
o treinamento em conjunto com a dieta
cetogênica teria a capacidade de melhorar a
oxidação de ácidos graxos bem como a
capacidade de treinamento conclui que a os
genes relacionados a oxidação de ácidos graxos
foram regulados positivamente, porém não foi
efetiva sobre a oxidação de ácidos graxos, além
de não ter efeitos benéficos na avaliação de
exercícios de alta intensidade. Portanto, ela pode
ser promissora para melhorar a resistência em
exercícios de baixa a moderada intensidade e
pode não ser uma escolha ideal para aqueles
que buscam melhorar sua performance em
exercícios de alta intensidade (2).
Emagrecimento
Antes de tudo, é necessário a compreensão de
que, no início de uma dieta cetogênica o
resultado sempre será mais nítido e rápido na
balança, mas isso não está diretamente
relacionado com uma perda de gordura
expressiva, e sim, ocorre porque os estoques de
glicogênio no corpo (muscular e hepático) estão
sendo depletados, e a quantidade de água que
fica armazenada com esse glicogênio diminui.
27
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Foi realizada por Hall, uma revisão que analisou Quais alimentos são frequentemente
um total de 32 ensaios, onde a gordura dietética consumidos na dieta cetogênica?
representava de 4% a 84% da energia total e os Pasta de amendoim
carboidratos representavam de 1% a 83%. Peixes
Observou-se que sob circunstâncias de baixo Azeites
CHO, não houve benefício em termos de perda Abacate
térmica ou de gordura. Na realidade, o inverso Oleaginosas
ficou claro. Sob circunstâncias de alto CHO/baixo Ovos com gema e Bacon
teor de gordura, o gasto de energia (EE) e a Queijos gordurosos
perda de gordura foram ambos um pouco
Quais alimentos devem ser evitados na dieta
maiores (EE 26 kcal/dia, perda de gordura 16 g/d),
cetogênica?
embora os autores reconheçam que essas
Macarrão
mudanças eram muito pequenas para serem
Arroz
consideradas praticamente relevante (3).
Pães
O que podemos concluir que, apesar de sua Massas de pizzas e esfihas
popularidade, a dieta cetogênica não é superior a Doces
outros métodos baseados em déficit calórico Refrigerantes
para perda de peso, já que a proposta na perda
Quais cuidados preciso ter ao realizar a Dieta
de gordura seria baseada na redução de
Cetogênica?
carboidratos, que geraria uma redução na
energia total e é baseada em grande parte na O grande erro de muitas pessoas que buscam

inibição da lipólise mediada pela insulina, e fazer a dieta cetogênica é não procurar uma

teoricamente, em uma oxidação de gordura ajuda profissional, pois nessa estratégia acaba

aumentada (1). sendo essencial essa atenção, tanto na

contagem de calorias que o individuo irá
Além disso, é importante lembrar que a dieta consumir para que não haja uma quantidade
cetogênica tem uma das menores taxas de superestimado, não gerando assim um déficit
adesão, o que pode fazer com que o indivíduo calórico, quanto na distribuição de
não consiga manter uma constância na dieta, macronutrientes, para que o indivíduo possa
nem mesmo gerando uma adaptação. entrar em estado de cetose.

plenitude 28
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Conclusão

É fundamental procurar um(a) nutricionista, pois

ele que irá te ajudar a organizar sua dieta, e te
orientar da melhor forma, priorizando acima de
tudo sua individualidade e adesão para
conquistar seus objetivos.

plenitude 29
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COLUNA NUTRIÇÃO CLÍNICA

Ômega-3 – Atualizações
para a prática clínica.

plenitude 31
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Artigo
O s ácidos graxos ômega-3 são ácidos graxos
poli-insaturados (PUFAs) com mais de uma
ligação dupla entre carbonos na sua estrutura
química. Suas fontes provenientes de peixes
incluem o ácido eicosapentaenóico (EPA, ou
20:5), ácido docosahexaenóico (DHA, 22:6) e ácido
docosapentaenóico (DPA, 22:5); o ácido alfa-
linolênico (ALA, 18:3), por sua vez, é um tipo de
ômega-3 de cadeia mais curta encontrado
especialmente em plantas e animais
alimentados com capim, que é parcialmente
convertida em ácidos graxos ômega-3 de cadeia
mais longa no corpo humano (1, 2).
Em 1972, Bang e colaboradores traziam à tona
pela primeira vez a sugestão de que uma dieta
abundante em ômega-3 presente em inuítes da
Groenlândia poderia ser um dos fatores
responsáveis pelas baixas taxas de mortalidade e
baixos níveis de isquemia cardíaca neste povo.
Desde então, o interesse no estudo destes ácidos
graxos como possível protetor para inúmeras
doenças aumentou consideravelmente: No
Pubmed, até o dia 12/07/22, 35.626 artigos
publicados envolvendo ômega-3 no título do
estudo podiam ser encontrados (3, 4, 5).
plenitude
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O SUMÁRIO
Dentre a densa literatura já publicada sobre os
ácidos graxos ômega-3, como em todas as
vertentes que envolvem a área da saúde, novos
estudos são sempre publicados. Este artigo tem
como propósito trazer à tona as principais
atualizações relacionadas ao consumo de
ômega-3 e seus possíveis benefícios relacionados
à saúde do ser humano.
Saúde cognitiva
Com uma população cada vez mais envelhecida,
o declínio cognitivo tornou-se uma preocupação
global: sugere-se que o número de pessoas com
demência, por exemplo, quase dobre a cada 20
anos. Sabe-se que o DHA é um dos principais
fosfolipídios presentes na membrana da
substancia cinzenta do cérebro, compondo
aproximadamente 25% do total de ácidos graxos
presentes no córtex cerebral humano e 50% de
todos os ácidos graxos poli-insaturados
presentes no Sistema Nervoso Central (SNC). Os
níveis de DHA no cérebro diminuem com a
idade adulta, e podem ser particularmente
baixos em pacientes com Alzheimer. Com tais
bases fisiológicas, diversos autores iniciaram a
análise da eficácia da suplementação de ômega-
3 visando melhorias em quadros clínicos
relacionados a saúde cognitiva.
32
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Artigo
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Uma revisão da Cochrane publicada em 2012 Estudos realizados em tal população

não encontrou diferenças expressivas com a demonstraram melhorias em parâmetros como
suplementação de ômega-3 para prevenção de função cognitiva, velocidade de processamento
declínios cognitivos e demência em idosos e mais baixos níveis de ineficiência cognitiva com
saudáveis; em contrapartida, uma outra meta- estudos que duraram entre 16 semanas e 30
análise publicada no mesmo ano apresentou meses – as melhorias geradas pela
dados que sugerem melhorias em quesitos suplementação estão possivelmente
como atenção, velocidade de processamento e relacionadas à efeitos anti-inflamatórios, de
memória imediata em pacientes com redução de stress oxidativo e melhorias na
comprometimento cognitivo leve, mas não em microbiota intestinal, trazendo como
indivíduos saudáveis ou com Doença de consequência uma diminuição na
Alzheimer (DA). Os autores sugerem que neuroinflamação e um aumento nas funções
existem potenciais mediadores da resposta ao cognitivas (6, 7, 8).
tratamento, como polimorfismos presentes no
Doenças Cardiovasculares (DCV) e fatores de
gene ApoE (relacionado a maiores riscos de
risco
comprometimento de memória e declínio
cognitivo) e os níveis plasmáticos de DHA, Como dito no início deste artigo, a redução do

explicando as divergências presentes na risco de doenças cardiovasculares foi o ‘’pontapé

literatura. Um recente estudo publicado em 2022 inicial’’ para o estudo de potenciais benefícios

traz novos dados à discussão, trazendo dados adicionais desta classe de ácidos graxos. Dois

pré-clínicos que reforçam a hipótese de trabalhos publicados em 2012 demonstraram

melhorias em indivíduos com alto risco de que, à nível epidemiológico, concentrações mais

declínio cognitivo precoce. elevadas de ômega-3 na dieta ou no plasma

sanguíneo estariam associadas a menores riscos
de insuficiência cardíaca, doença coronariana e
morte. Recentemente, estes dados foram
atualizados por revisões e meta-análises mais
recentes, que corroboram com boa parte dos
achados anteriores.

plenitude 33
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Uma revisão publicada em 2019 concluiu após a Artrite Reumatoide

análise de dados de mais de 127.000 pessoas que
a suplementação de ômega-3 em dosagens de A artrite reumatoide (AR) é uma doença

0,376 à 4g/dia pode reduzir o risco de infarto do autoimune caracterizada pela inflamação

miocárdio, de mortes relacionadas a Doença crônica nas articulações. Pelos efeitos anti-

Arterial Coronariana (DAC) e mortes por doenças inflamatórios do ômega-3, hipotetizou-se que a

cardiovasculares em geral – estando estes suplementação destes ácidos graxos seria capaz

benefícios relacionados à dosagem de forma de reduzir alguns dos sintomas da AR e a

dose-dependente. Em 2020, uma revisão da dependência dos pacientes de medicamentos

Cochrane analisou 86 ensaios clínicos publicados comumente utilizados, como anti-inflamatórios

entre 1968 e 2019 e foi vista uma redução nos não esteroidais (AINEs) e corticosteroides. Os

níveis de triglicerídeos de aproximadamente 15%, trabalhos se iniciaram entre as décadas de 1980 e

assim como taxas ligeiramente reduzidas para 1990, e alguns ensaios encontraram benefícios na

mortalidade cardiovascular e eventos de DAC. redução dos medicamentos – mas sem um

Por fim, é importante ressaltar que a além da efeito significativo na redução das dores

magnitude dos efeitos da suplementação ter articulares, inchaço nas articulações ou na rigidez

relação direta com a dosagem utilizada no matinal. Posteriormente, novos estudos

protocolo (a dosagem de 1g/dia, por exemplo, publicados entre 2004 e 2012 foram realizados

não teve efeito significativo sobre resultados com o intuito de consolidar tais resultados, mas

primários em vários ensaios, enquanto alguns com resultados inconsistentes: enquanto

estudos com populações de alto risco para DCV algumas revisões sugerem que a

sugerem doses de até 4g/dia), outros fatores suplementação não afeta de forma significativa

como a população do estudo, a ingestão de os sintomas da AR, outras sugerem que

ômega-3 na dieta e o uso de estatinas ou outras sintomas como inchaço, dores articulares e

terapias cardioprotetoras também têm rigidez matinal podem ser amenizados com a

influência direta no tamanho do efeito da suplementação. Cabe a ressalva de que, em

suplementação (9, 10, 11, 12, 13). consenso, a maioria das revisões publicadas até o
momento sugerem que a suplementação é
capaz de reduzir o uso de AINEs.

plenitude 34
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Em 2021, uma nova revisão sistemática publicada
por Raad e colaboradores avaliando um total de
20 artigos que incluíram a suplementação de
ômega-3 concomitantemente à uma
intervenção nutricional visando melhorias dos
sintomas encontrou resultados ainda
heterogêneos, mas alguns dos resultados
avaliados pelos autores sugeriram que a
suplementação em conjunto com uma
intervenção dietética proporcionou benefícios
adicionais quando comparado a intervenção
dietética feita de maneira isolada visando
melhorias na AR (14, 15, 16, 17, 18).
Depressão
Com o objetivo de fortalecer as evidências
relacionando o consumo destes ácidos graxos
com a saúde mental, vários autores buscaram
estabelecer um elo entre a suplementação de
ômega-3 e melhorias no Transtorno Depressivo
Maior (TDM) – a popular ‘’depressão’’. Uma meta-
análise publicada em 2016 sugeriu, após a análise
de 26 estudos que incluíram mais de 150.000
participantes, que havia um risco 17% menor de
se desenvolver depressão quando havia uma
maior ingestão de peixes na alimentação.
plenitude
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O SUMÁRIO
À época, no entanto, uma revisão publicada na
Cochrane concluía que não haviam evidências
suficientes para determinar que a
suplementação de ômega-3 poderia ser
benéfica para melhorias do TDM em adultos. Tal
revisão fora atualizada em novembro de 2021 e,
após a análise de 34 estudos verificando o
impacto da suplementação de ômega visando o
auxílio no tratamento de TDM, demonstrou-se
que a suplementação de ômega-3 resultou em
um benefício pequeno a modesto para a
sintomatologia depressiva em comparação ao
placebo, podendo auxiliar na qualidade de vida
dos pacientes que passam por este tratamento
sem que necessariamente existam maiores
riscos de efeitos colaterais com o tratamento,
uma vez que os níveis de efeitos colaterais entre
o grupo placebo e o grupo suplementado com
ômega-3 se mantiveram iguais (19, 20, 21).
Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade (TDAH)
Pela sua relação com funções cognitivas, os
ácidos graxos ômega-3 também tiveram testes
realizados no âmbito científico para avaliar sua
eficácia no auxílio do tratamento de TDAH. Uma
revisão sistemática e meta-análise publicada em
2016 avaliou 10 estudos e os autores concluíram
que, ainda que em pequena magnitude, a
suplementação de ômega-3 poderia auxiliar na
labilidade emocional e no comportamento de
oposição de algumas crianças com TDAH.
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O SUMÁRIO

Em 2018, uma revisão sistemática e meta-análise Uma vez que a imensa maioria dos estudos
publicada com o intuito de investigar o efeito da citados anteriormente trabalha com
suplementação de ômega-3 em sintomas de quantidades menores do que 5g/dia e sendo
jovens com TDAH sugeriu que a suplementação assim uma suplementação com segurança
melhora os sintomas totais de TDAH em comprovada, o uso de ômega-3 pode ser um
comparação com o placebo, com um tamanho auxílio complementar para terapias
de efeito também modesto. Por fim, em 2021, medicamentosas muitas vezes utilizadas nas
um novo estudo duplo-cego randomizado e doenças acima citadas. Ainda que as evidências
controlado por placebo feito em 78 crianças não sobre vários assuntos sejam por vezes
encontrou benefícios adicionais com a heterogêneas, a segurança do produto pode
suplementação, mas os autores deixam a auxiliar na tomada de decisão final do profissional
ressalva de que a suplementação é da saúde em conjunto com o paciente/cliente
possivelmente mais eficaz em crianças e com visando a utilização deste suplemento. Como em
distúrbios clínicos e/ou desempenho inferior de todas as ocasiões que envolvem uma decisão
funções executivas em comparação a colegas da clínica, um profissional qualificado da área deve
mesma idade, podendo o tamanho do efeito da ser consultado.
suplementação ser modificado de acordo com o
público que a receberá (22, 23, 24).

Segurança & conclusão

De acordo com a Autoridade Europeia para a

Segurança dos Alimentos (European Food Safety
Authority – EFSA), dosagens de 5g/dia sendo
provenientes de uma combinação de EPA +
DHA não conferem maiores preocupações para
a população adulta quanto à segurança,
enquanto a suplementação de DHA sozinho na
quantidade de até 1g/dia não confere maiores
riscos para a população em geral com relação a
possíveis efeitos colaterais. (25).

plenitude 36
educação
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ÔMEGA-3
Seus ganhos dependem da sua saúde e mais do
que apenas recuperação muscular, Ômega 3
Integralmédica é o suplemento que oferta
melhora no funcionamento do cérebro agindo
diretamente na memória e raciocínio.

Ômega-3 da Integralmédica oferta o nutriente

na forma triglicerídeos, a mais biodisponível de
todas as formas. A pureza da matéria-prima é
certificada pelo IFOS (international fish oil
standards program).
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Artigo
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COLUNA NUTRIÇÃO CLÍNICA

DHA: benefícios e utilização

na prática clínica.

plenitude 38
educação
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Artigo
O s ácidos graxos (AG) pertencem a uma classe
de lipídios que são divididos de acordo com o
número de carbonos e a posição da ligação
dupla na cadeia. Os AG são divididos em ácidos
graxos saturados (nenhuma ligação dupla),
monoinsaturados (uma ligação dupla) e poli-
insaturados (duas ou mais ligações duplas).
Dentro do último grupo, encontra-se uma
subclasse conhecida como os ácidos graxos poli-
insaturados de cadeia longa (LCPUFA),
composta por três principais AG do tipo ômega-3
(primeira ligação dupla no carbono 3 a partir do
radical metila): ácido alfa-linolênico (AAL), ácido
eicosapentaenóico (EPA) e ácido
docosahexaenóico (DHA) (4) (07) (10).
O EPA e DHA são classificados como AG
essenciais, ou seja, não são produzidos pelo
organismo. Dessa maneira, precisam ser obtidos
a partir da alimentação como óleo de peixe e
plantas (ex: algas, salmão, cavala, atum, sardinha,
arenque). Existe a possibilidade de sintetizar EPA
e DHA a partir do AAL, encontrado em alimentos
vegetais (óleo de linhaça, óleo de canola, nozes e
vegetais verde-escuro). Entretanto, o percentual
de conversão é pequeno (~5%), sendo
insuficiente para garantir os benefícios destes
nutrientes (4) (6).
plenitude
educação
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O SUMÁRIO
O DHA vem sendo estudado no âmbito da
nutrição, neurodesenvolvimento e imunologia.
Apresenta benefícios consistentes para a saúde
como propriedades anti-inflamatória,
antiproliferativa, antiangiogênica e antioxidante.
Acredita-se que ele pode atuar modulando o
mecanismo de início, meio e fim da inflamação,
desempenhando um efeito protetor contra a
resposta inflamatória (2) (7).
Presente na sua forma metabolicamente ativa,
representa cerca de 20% dos lipídios presentes
no cérebro e na retina humana, evidenciando
sua importância para cognição e saúde da visão,
além de ser fundamental para a formação e
maturação normal do cérebro desde a gestação
até infância e adolescência (7) (5).
Após o primeiro trimestre gestacional, com o
fechamento do tubo neural e o início da
formação da massa cinzenta, o DHA começa a
ser acumulado no cérebro. Essa condição se
prolonga até os dois anos de idade. Entretanto,
por ser um aminoácido essencial, o organismo
não é capaz de produzi-lo e as concentrações
fornecidas pela mãe diminuem ao longo da
gestação, ou seja, a quantidade de DHA
disponível para o feto será determinada pela
dieta materna.
39
GO A HEAD NUTRITION | 25ªed.
Artigo
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O SUMÁRIO

Por essa razão a suplementação de DHA durante Isso acontece porque o DHA durante a gravidez
a gestação é de extrema importância, favorece a regulação imunomoduladora no
diminuindo os riscos de complicações durante a início do parto, afetando os níveis de mediadores
gravidez, como restrição do crescimento inflamatórios como os produtos finais de
intrauterino, pré-eclâmpsia e partos prematuros; glicação avançada (AGEs) e interleucina-6 (IL-6),
eleva a expressão de proteínas transportadoras reduzindo o risco de parto prematuro. Já Carlson
de ácidos graxos através da placenta. Dessa et al. avaliou a suplementação de 1000mg/dia e
maneira, aumenta a disponibilidade de DHA 200mg/dia em 1100 gestantes e notou que as
para mãe e bebê. Vale ressaltar que o leite mulheres que iniciaram o protocolo com baixos
materno possui DHA proveniente da níveis de DHA obtiveram resultados mais
alimentação, mas nem todas as fórmulas infantis positivos do que aquelas com níveis altos de
são enriquecidas com esse AG (2) (5) (10). DHA. Umas das revisões mais recentes da
Cochrane apoia a suplementação de 500-
Em 2020, Massari et al. avaliou o efeito da 100mg/dia de DHA durante a gestação.
suplementação de micronutrientes (12 vitaminas
e 6 minerais) + 200mg de DHA versus nenhuma A suplementação de ômega pode melhorar a

suplementação durante a gestação de mulheres ligação e a sinalização de neurotransmissores no

saudáveis de 18 a 42 anos. O protocolo iniciou na cérebro, mantendo uma ótima fluidez da

13-15 semana gestacional e finalizou no parto. Os membrana, otimizando a função do canal de

pesquisadores chegaram à conclusão de que, proteínas na bicamada lipídica. Além disso, o

apesar do número da amostra pequeno, a DHA promove a translocação o transportador de

suplementação de DHA é um complemento glicose GLUT4 nos adipócitos, melhorando a

essencial durante a gestação para melhora do captação de glicose.

desenvolvimento cerebral e visual do feto e

imunomodulação. Entretanto, Valentina et al.
validou que uma dose maior, 1000mg/dia, de
DHA foi superior a 200mg/dia na prevenção de
partos prematuros.

plenitude 40
educação
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Artigo
Contudo, sua deficiência a nível cerebral pode
favorecer um ambiente pró-inflamatório e o
desenvolvimento/agravamento de desordens
mentais, reduzindo a densidade das vesículas
sinápticas nos terminais do hipocampo em 30%,
os níveis de fosfatidilserina no cérebro em 35%, a
captação de glicose nos neurônios em 30% e a
liberação de dopamina estimulada por tiramina
em 90% (redução da sinalização de dopamina e
serotonina) (4).
Ciappolino et al. submeteu 31 indivíduos
diagnosticados com transtorno bipolar
suplementação de 1250mg/dia de DHA versus
placebo durante 12 semanas e observou que não
houve diferenças significativas entre os grupos
em todos os testes neuropsicológicos, exceto no
teste de inibição de emoção, no qual os
pacientes suplementados com DHA obtiveram
uma melhora significativa no desempenho
cognitivo. Já Aralllanes et al. utilizou uma dose de
2g/dia de DHA em 33 indivíduos com 55 anos e
histórico familiar de demência durante 6 meses,
notando que houve um aumento expressivo de
DHA (28%) e EPA (43%) no líquido
cefalorraquidiano, com portadores do gene
apolipoproteína E (APOE4 – fator de risco para o
desenvolvimento de Alzheimer) tendo um
aumento menor do que não portadores.
plenitude
educação
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O SUMÁRIO
Embora seja possível que a suplementação de
DHA não retarde o declínio cognitivo, esse artigo
tem um grande impacto, visto que os estudos
que utilizaram 1g de DHA não obtiveram
resultados positivos. A hipótese é que as doses
baixas não foram suficientes para fornecer AG
ômega-3 em níveis adequados para o cérebro.
Entrando na sua atuação sobre a visão, o DHA é o
AG dominante dos fosfolipídios da retina,
portanto, favorece a manutenção da sua
integridade ao atuar no desenvolvimento e
a sobrevivência de nervos e células vasculares da
retina e aumento da produção de glutationa
(tripeptídeo com papel antioxidante, responsável
pela eliminação de xenobióticos e na defesa das
células contra o estresse oxidativo). Os estudos
mostram que doses de 500-1050mg/dia de DHA
são capazes de amenizar os efeitos negativos do
estresse oxidativo em doenças oculares que
podem comprometer a visão como diabetes,
glaucoma e degeneração macular relacionada à
idade (7). Em 2019, Lafuente et al. avaliou 55
pacientes diabéticos suplementados com
1050mg/dia de DHA via oral ou placebo durante
3 anos e notou grande melhora da espessura
macular do subcampo central e nos níveis
séricos de hemoglobina glicada e IL-6,
capacidade antioxidante do plasma e conteúdo
de DHA eritrocitário.
41
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Artigo
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O SUMÁRIO

Já Romeo et al. elaborou um estudo

randomizado com 47 pacientes com glaucoma
suplementados com 1g/dia de DHA ou placebo
durante de 6 meses, concluindo que, apesar da
curta duração do tratamento, houve redução
significativa da pressão intraocular, sustentando
o benefício da suplementação de DHA.

Como demonstrado acima, a suplementação de

DHA é considerada promissora e pode favorecer
diversos aspectos da saúde durante toda a vida,
desde a pré-concepção até o envelhecimento
com qualidade. A sua utilização durante a
gestação para um ótimo desenvolvimento
cerebral e da retina do feto é validada.
Entretanto, ainda são necessários mais estudos
para determinar uma dose/resposta quanto a
melhora da capacidade cognitiva e desordens
mentais.

plenitude 42
educação
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COLUNA NUTRIÇÃO CLÍNICA

Aminoácidos essenciais.

plenitude 44
educação
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O SUMÁRIO

O s aminoácidos são blocos construtores que

formam as proteínas. Mais de 300 aminoácidos
Os outros 11 aminoácidos, os “não essenciais”
(arginina, alanina, tirosina, aspartato, asparagina,
são conhecidos na natureza, mas apenas 20 glutamato, glutamina, cisteína, serina, glicina e
podem formar proteínas nos seres vivos, e a prolina) podem ser sintetizados pelo nosso
sequência de suas ligações determinam a organismo através de reações metabólicas
estrutura final e a função da proteína. Dentre eles mesmo sem o consumo de proteínas.
apenas 9 são considerados aminoácidos
Existem também os aminoácidos chamados
essenciais, pois não podemos sintetizá-los no
“condicionalmente essenciais” que podem se
nosso organismo, devendo ser ingeridos através
tornar indispensáveis em algumas situações
da alimentação. (1)
patológicas. São eles a arginina, glutamina,
A qualidade de uma proteína está relacionada a cisteína, tirosina, prolina, serina, histidina e glicina.
sua capacidade de fornecer todos os
aminoácidos necessários para a síntese proteica Para que haja síntese de proteínas musculares

(2). As proteínas de origem animal (carnes, ovos, (SPM) todos os aminoácidos essenciais devem

leite) são consideradas de alto valor biológico ser ingeridos através da alimentação, sejam eles

(AVB), pois possuem todos os aminoácidos de fonte animais ou da combinação de proteínas

essenciais em sua composição, enquanto que as vegetais, como o arroz e feijão por exemplo, onde

proteínas vegetais (arroz, ervilha, feijão, milho) são o aminoácido limitante do arroz (lisina) está

consideradas de baixo valor biológico (BVB), pois presente no feijão, enquanto que o aminoácido

possuem um aminoácido limitante (faltante ou limitante do feijão (metionina) está presente no

em baixa quantidade). arroz.

Os aminoácidos essenciais são compostos pelos Carnes, peixes, ovos, leite e queijos são as
seguintes aminoácidos: Isoleucina, leucina, valina, principais fontes de proteínas de AVB, ou seja,
lisina, treonina, triptofano, fenilalanina, metionina que possuem todos os aminoácidos essenciais.
e histidina.

plenitude 45
educação
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O SUMÁRIO

Feijão, ervilha, lentilha, soja, são utilizadas como Água e proteínas são os principais constituintes
fonte proteica em indivíduos do músculo esquelético. Para que haja ganho de
vegetarianos/veganos, porém não possuem massa muscular é necessário que a síntese de
todos os aminoácidos essenciais, sendo proteínas seja maior do que a degradação
classificadas como proteínas BVB, e, portanto, (balanço nitrogenado positivo). Isso acontece
devem ser utilizadas fontes diversas de proteínas através da ingestão alimentar e pela regulação
vegetais para conseguir obter através da dieta de vários hormônios (insulina, hormônio do
todos os aminoácidos essenciais. crescimento, testosterona, cortisol) (1).

Se o objetivo é ganhar músculos (anabolismo) é

preciso estimular a síntese de proteínas
musculares. Isso acontece quando você estimula
o seu músculo através do treino de força junto
com a adequação nutricional, e ingestão
suficiente de proteínas (4).

Existem situações em que a adequação proteica

O processo de renovação das proteínas do
apenas por alimentos sólidos acaba ficando difícil
músculo esquelético é constante e contínuo. O
ou inviável. É o caso de muitos idosos em risco de
exercício resistido fornece um estímulo ao
perda de massa muscular que possuem
músculo esquelético que resulta em aumento
dificuldade na mastigação, alteração de paladar,
da SPM. Porém isso só irá acontecer se houver
e também o caso de atletas que têm uma
uma ingestão adequada de proteínas. Caso
necessidade aumentada da ingestão de
contrário, irá prevalecer a degradação de
proteínas e a suplementação é um facilitador da
proteínas musculares (DPM) (3).
adequação nutricional, por ser rápida, prática e
muitas vezes mais palatável.

plenitude 46
educação
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Artigo
Portadores de sarcopenia podem se beneficiar
também da suplementação, facilitando a SPM,
indivíduos em pós-cirurgia no auxílio
prevenção da perda de tecido corporal magro,
veganos e vegetarianos complementando as
fontes de proteínas e atletas com auxílio na
recuperação dos músculos.
A suplementação pode fazer parte da rotina de
pessoas comuns, que tem uma rotina corrida,
pouco tempo para cozinhar e preparar suas
refeições, ou então que não conseguem parar o
trabalho para fazer uma refeição sólida, mas um
shake poderia facilitar essa ingestão no meio de
reuniões, atendimentos ou viagens.
A quantidade e a qualidade das proteínas
ingeridas são os principais fatores que afetam a
SPM. A leucina é um aminoácido essencial que
tem um potente efeito sobre a síntese proteica.
(2). A leucina estimula a síntese proteica através
da ativação de uma proteína intracelular
chamada de mTOR (mammalian Target of
Rapamycin). As proteínas com alto teor de
leucina, que são digeridas rapidamente,
fornecem um bom estímulo para a SPM. (7)
A leucina está entre os aminoácidos de cadeia
ramificada (BCAA, branched chain amino acids),
junto com a valina e a isoleucina. Esses
aminoácidos são oxidados no músculo e não no
fígado como os demais.
plenitude
educação
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O SUMÁRIO
Mas para que haja a síntese proteica todos os
aminoácidos essenciais são necessários.
a
O whey protein é uma ótima fonte de EAA’s,
podendo ser suficiente para adequação de todos
os aminoácidos, inclusive os BCAA’s. (6) A
suplementação com EAA’s pode ser utilizada em
casos específicos, como em alterações do trato
gastrointestinal e dificuldade de absorção das
proteínas inteiras, alergias e/ou intolerâncias a
outros tipos de suplementação, ou apenas como
um complemento da ingestão diárias de
aminoácidos, citados anteriormente.
QUANTIDADES NECESSÁRIAS DE PROTEÍNAS
E EAA
Para se obter um balanço proteico muscular
positivo afim de facilitar o reparo dos danos
musculares e o recondicionamento do músculo
esquelético, a ingestão de nutrientes deve estar
adequada. (1)
Além disso, o atleta deve ter um sistema
musculoesquelético (osso, músculo e tecidos
conjuntivos), sistema cardiovascular, sistema
imunológico e todas a funções fisiológicas
funcionando em condições ótimas. (8)
O ideal seria pensar em uma quantidade “ótima”
de proteínas para os atletas, ao invés de pensar
em uma quantidade mínima.
47
GO A HEAD NUTRITION | 25ªed.
Artigo
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O SUMÁRIO

A ingestão dietética recomendada (RDA) é de Sabemos que há um melhor aproveitamento

0,8g/kg de massa corporal, quantidade avaliada das proteínas para a SPM quando estão
para atender as necessidades da maioria da fracionadas ao longo do dia, pelo menos entre 3
população. Porém essa recomendação pode ser e 4 refeições contendo em média 0,3g/kg de
insuficiente em algumas condições, como é o proteína por refeição e uma refeição rica em
caso de indivíduos que praticam algum tipo de proteínas antes de dormir, levando em
treinamento de endurance ou treinamento de consideração o tempo em jejum, contendo
força. (9) cerca de 0,5g/kg de proteínas. (9)

Para alcançar resultados ótimos de saúde em
adultos, a ingestão em torno de 1,2 a 1,6g/kg de
proteínas de alta qualidade parece ser ideal. (9)
A recomendação aumenta para 1,5g/kg de
massa corporal para atletas de endurance, e 1,5 a
2g/kg para atletas de força que desejam a
hipertrofia muscular. Essa recomendação pode
ser ainda maior para indivíduos que desejam
perder peso, chegando até 3g/kg de proteínas,
devido ao poder de saciedade que este
macronutriente possui. (1)
Um fator importante a ser considerado é o
momento de ingestão dessa quantidade de
proteínas. Um estudo realizado em homens
treinados mostrou que ingerir 80g de proteínas
ao longo do dia divididas em 4 porções de 20g é
mais eficiente do que porções de 10g ou de 40g,
sendo mais eficiente para estímulo da SPM (10)
Na prática, um indivíduo de 70kg deve ingerir 4
refeições com 21g de proteínas e 35g antes de
dormir, assim irá atingir 119g de proteínas, o que
equivale a 1,7g/kg. Transformando isso em
alimentos, podemos tomar como base a tabela 1.
A proteína de soro de leite é composta por
aproximadamente 40-50% de EEA, e é digerido e
absorvido rapidamente sendo uma alternativa
muito eficaz para estimo da SPM. O EAA ingerido
na forma livre, não requer digestão, é absorvido
rapidamente e eleva rapidamente as
concentrações periféricas de EAA em relação as
proteínas inteiras. (5)
Na suplementação, temos a comparação do teor
de aminoácidos entre o whey protein
concentrado e EAA.

plenitude 48
educação
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O SUMÁRIO

A manutenção da massa muscular é

fundamental para a longevidade, reduzir
complicações e melhorar condições associadas à
perda de massa muscular. A melhora da
recuperação muscular e aumento da SPM
também é um fator fundamental em indivíduos
praticantes de atividade física, atletas ou não
atletas, que visam melhora da performance e
estética corporal.

Para que isso aconteça, a ingestão de EAA deve

estar adequada, independentemente de sua
fonte principal: De proteínas animais, da
combinação de proteínas vegetais, da
suplementação de proteína inteira (como whey
protein, por exemplo) ou dos EAA isolados.

plenitude 49
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COLUNA NUTRIÇÃO CLÍNICA

O papel medicinal da
fosfatidilcolina

plenitude 50
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O SUMÁRIO

C onsiderada o segundo maior componente

lipídico do organismo, a fosfatidilcolina é um
A absorção da fosfatidilcolina acontece na
mucosa intestinal, e indivíduos sensíveis podem
fosfolipídio de membrana cuja principal ação é apresentar diarreia quando utilizada a
seu papel emulsificante (2). Sua composição suplementação, no entanto a ocorrência não é
consiste em fosfato, colina e um grupamento de comum. Ainda não existem evidências quanto à
ácido graxo. Por ser um constituinte de contraindicações, nem demais efeitos colaterais
membrana, é amplamente encontrada em (4).
todos os tecidos, e também no plasma como
constituinte de lipoproteínas.
Os estudos ainda são pouco robustos, mas
Seu papel emulsificante é fundamental na trazem direcionamentos importantes quanto ao
solubilização da bile, onde o colesterol biliar não é uso, sendo relevante na intoxicação por álcool, no
solubilizado de maneira eficiente na sua ausência manejo das hepatites, e também há relação com
(7). a produção de neurotransmissores relacionados
à memória.
O papel medicinal da fosfatidilcolina é amplo,
podendo beneficicar no manejo das doenças Fígado, metabolismo lipídico e papel

coronárias, pulmonares e também no tecido cardiovascular

cerebral e hepático (3).

A fosfatidilcolina atua amplamente no tecido

Suas fontes alimentares são: fígado, gema de hepático, podendo exercer efeito hepatoprotetor

ovo, soja, trigo, espinafre, amendoim (6). Não é e regulador no transporte e utilização dos lipídios

considerada um nutriente essencial, ou seja, o (9).

organismo é capaz de produzir satisfatoriamente

Alguns autores demonstram a relevância do uso
(6), no entanto a suplementação pode ser
em casos de intoxicação por ingestão excessiva
benéfica em casos específicos como veremos
de álcool (3). Um exemplo clássico é o estudo
adiante.
realizado pelo grupo de Zeisel em 1994, no qual
durante 8 anos os animais foram alimentados
com álcool, onde o grupo intervenção recebeu
fosfatidilcolina e o controle não (12).

plenitude 51
educação
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O SUMÁRIO

O grupo controle evoluiu para fibrose avançada É considerada também um agente

(lesão que precede a cirrose), já o grupo
intervenção apresentou apenas lesões leves e
reversíveis (12).
Há também demonstrativos de recuperação da
lesão hepática causada pelo vírus da hepatite.
Um ensaio clínico randomizado duplo cego,
realizado em 1985 pelo grupo de Visco (10),
recrutou 60 participantes portadores do vírus,
metade do grupo foi suplementada com
1350mg de fosfatidilcolina, e a outra metade com
placebo. O grupo suplementado apresentou
melhoras significativas em relação ao placebo, e
deste 15 participantes se livraram do vírus. (10)
Em relação ao colesterol, um estudo realizado
em 2001 por Jiang e seu grupo, demonstrou que
a presença da fosfatidilcolina na gema do ovo foi
capaz de reduzir a absorção intestinal do
colesterol 5. Salienta-se também sua atuação no
transporte de triacilgliceróis no fígado, uma vez
que possui um papel sumário na secreção da
lipoproteína de muito baixa densidade (VLDL)7.
À nível intestinal aumenta a solubilidade das
micelas, formando os quilomícrons 7. Deste
modo é coerente considerar que a fosfatidilcolina
exerce importante papel no transporte e
utilização das moléculas de gordura, impactando
diretamente no metabolismo lipídico pois atua
em diferentes etapas.
cardioprotetor, uma vez que o manejo dos níveis
séricos de lipídeos é uma das ações realizadas
visando a prevenção de eventos
cardiovasculares.
Sabe-se também que em casos de
hiperhomocisteinemia, ocorre a diminuição da
síntese de fosfatidilcolina, resultando em
dificuldade de incorporação de lipídios ao VLDL,
e também reduz a secreção hepática dos
mesmos, correlacionando assim os quadros de
hiperhomocisteinemia com dislipidemias (1;8)
Ainda em relação ao metabolismo de gordura,
também tem sido discutido um possível efeito
da fosfatidilcolina no acúmulo tecidual de
gordura. Um estudo em animais realizado por
Botezelli simulou a deficiência de fosfatidilcolina
em ratos durante duas semanas, após a
deficiência instalada se pôde constatar um
distúrbio na liberação de gordura intracelular das
células intestinais, para o sistema linfático e em
seguida quando corrigida a deficiência através
da suplementação, o mecanismo se tornava
novamente funcional, o que possibilitou a
conclusão de que a fosfatidilcolina pode ser um
fator limitante na absorção intramembranosa de
gorduras.

plenitude 52
educação
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O SUMÁRIO

Cérebro Por tal razão pode ser considerado um agente

hepatoprotetor e também cardioprotetor. No
No tecido cerebral, parece ter um interessante
cérebro, pode ser um potencial agente na
papel nootrópico justificado por ser um
memória, uma vez que fornece colina para a
fornecedor de colina e esta ser precursora da
síntese de acetilcolina. Quanto à dosagem a ser
acetilcolina (um importante neurotransmissor
utilizada na suplementação, ainda não há um
relacionado à memória) (3).
consenso e mais estudos são necessários.
Existem hipóteses que correlacionam os níveis
de fosfatidilcolina com o curso da doença de
Alzheimer, isso se deve ao fato que uma das
características da doença de Alzheimer, é a perda
potencial dos neurônios colinérgicos tal como de
seus marcadores. Há também significativa
redução da atividade da fosfolipase 2 nos
portadores, a fosfatidilcolina é um dos substratos
desta enzima, que apresentando sua atividade
reduzida, consequentemente reduzindo o
catabolismo da fosfatidilcolina, deixando menos
colina disponível para a síntese de acetilcolina,
contribuindo assim na deficiência colinérgica
presente na doença de Alzheimer. O que está
correlacionado à severidade do declínio cognitivo
e da demência 11.

Considerações finais

Por ser um componente lipídico de membrana,

a fosfatidilcolina está amplamente presente nos
tecidos humanos, tal qual seu papel também é
vasto. É relevante sua atuação no metabolismo
lipídico uma vez que participa de diversas etapas
de síntese, transporte e utilização.

plenitude 53
educação
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COLUNA NUTRIÇÃO CLÍNICA

Luteína na Saúde
Humana.

plenitude 54
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O SUMÁRIO

N utricionistas constantemente alertam sobre a

importância da ampla diversidade nas escolhas
alimentares in natura, o famoso quanto mais
Figura extraída do art. Green leafy vegetable and lutein intake and
colorido melhor. Há décadas em que o estímulo multiple health outcomes.

para uma alimentação rica em vitaminas,

A luteína é encontrada na gema de ovo, cenoura,
minerais, fibras dietéticas, carotenoides,
rúcula, espinafre, mostarda, no abacate, dentre
flavonoides é reforçado, afim de garantir maior
outras frutas e verduras, e que nos possibilita
consumo de compostos ditos como
considera-la um importante nutracêutico por
antioxidantes.
desempenhar diversas funções na saúde

Sabemos que inúmeras causas e desfechos de humana. Bioativo dietético qual desperta grande

doenças são fomentadas via dieta e estilo de entusiasmo no âmbito cientifico, para concretas

vida. Isto ocorre pelo fato de que todos os dias descobertas ao que diz respeito à recomendação

durante nossas 24h, o nosso organismo busca diária de sua ingestão [1,2,3].

constantemente equilibrar os momentos entre o

excesso de oxidantes (agentes estressores) e sua
remoção, através dos sistemas de defesa
antioxidantes.
Você pode estar se questionando a razão pela
qual isso é relevante para nossa conversa. Para
contextualizar então de modo bem simples,
saiba que o saldo final desses momentos citados
anteriormente é o que determina o seu nível de
saúde. Alguns compostos, ainda que essenciais
para um bom funcionamento de organismo, nós
seres humanos não os produzimos, o que se faz
necessário garanti-los através da dieta, como é o
caso da luteína. Foco desta nossa conversa.
Em níveis plasmáticos acima do habitual, os
resultados são animadores frente às ações
antioxidantes, anti-inflamatórias,
neuroprotetoras, fotoprotetoras,
cardioprotetoras, dentre outras possibilidades
observadas após suplementação com doses
elevadas [1].
A luteína é o carotenoide mais abundante no
olho e no cérebro, bem como seu isômero
estrutural zeaxantina. Frequentemente novas
pesquisas buscam autenticar a associação
destes compostos com a saúde dos olhos. Tais
substâncias vieram à tona por conta da
descoberta de que elas são presentes em
abundância na mácula, qual é situada no centro
da retina e responsável pela visão central [3,4,5].

plenitude 55
educação
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Artigo
Com forte plausibilidade biológica, resultados
demonstram que estes pigmentos são capazes
de reduzirem a sensibilidade da mácula à luz
azul de alta energia (como a luz da televisão, tela
do celular, computador, outras). Atuam como
um tipo de ‘’óculos de sol natural’’. Consideradas
imprescindíveis na prevenção e tratamento da
degeneração macular relacionada a idade
(DMRI), esta que é a principal causa de cegueira
em pessoas acima de 50 anos. A fisiopatologia da
DMRI é complexa. Envolve fatores como
predisposição genética, estilo de vida, acúmulo
de fatores apoptóticos, inflamação local e
neovascularização [6,7].
Fato é que os olhos estão relacionados ao
cérebro e diferentes processos cognitivos, agindo
como uma extensão do sistema neural. Partindo
deste ponto sabemos da importância em
preservar e promover a densidade macular, a fim
de melhorar a percepção-motora, memória,
velocidade de processamento e aprendizagem,
linguagem, atenção e cognição social [3,8].
Evidências demonstram possíveis associações de
baixa densidade óptica do pigmento macular e
visão deficiente, em pacientes com doença de
Alzheimer (DA), doença neurodegenerativa mais
comum em idosos e com estimativa próxima
aos 80 milhões de casos diagnosticados até
2040.
plenitude
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O SUMÁRIO
Além disso, dentre as causas mais comuns de
mortalidade em todo o mundo, o acidente
vascular cerebral (AVC) apresenta a mesma linha
de investigação que a DA, qual associam então,
níveis elevados de estresse oxidativo em seus
respectivos desfechos clínicos [9,10].
Há tempos em que centenas de milhões de
pessoas são acometidas por doenças crônicas
respiratórias. Alguns estudos investigam o papel
da luteína como possível protetora das vias
aéreas de danos resultados por inflamação,
como a asma, chiado, displasia broncopulmonar,
função e mortalidade respiratória [11].
Ainda que necessário aprofundar em estudos à
longo prazo para especificar recomendações
dietéticas de luteína nos diferentes mecanismos
envolvidos nos cenários desta nossa conversa,
tomar como base na nutrição humana a
importância dos carotenoides frente à diversas
patologias e condições clínicas é fundamental.
Certo também é o crescente e exacerbado
apetite em consolidar novas razões favoráveis ao
consumo de alimentos providos da mãe
natureza de forma geral, afim de promover
saúde mundialmente.
56
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Artigo
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O SUMÁRIO

Refletimos mais uma vez com esta temática,

sobre a importância do acompanhamento
multidisciplinar com profissionais da nutrição, da
neurologia, psiquiatria, oftalmologia, bem como
todas demais frentes da medicina, na conquista
de uma saúde integra.

plenitude 57
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COLUNA NUTRIÇÃO CLÍNICA

Antibióticos Naturais.

plenitude 59
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CURCUMINA
Os esporos de C. difficile desempenham um
papel crucial na transmissão da doença por
Com a evolução de patógenos bacterianos
virtude de sua capacidade de persistir em um
resistentes aos antibióticos convencionais,
estado dormente por até 5 meses em superfícies
fitoquímicos naturais derivados de plantas
inanimadas. Esses esporos germinam no
medicinais vêm sendo explorados como
intestino para formar células vegetativas
alternativas promissoras.
produtoras de toxinas ao descobrir ambientes,
servindo como a principal causa de
O Clostridium difficile (C. difficile) é um bacilo
disseminação e recorrência da infecção [3,4].
anaeróbio, Gram-positivo, formador de esporos e
produtor de toxinas que causa infecções graves
Tendo em vista a necessidade imperiosa de
em humanos. A infecção por C. difficile ou
novas drogas anticlostridiais, a curcumina vem
diarreia associada a C. difficile são os principais
sendo a linha de foco contra um amplo painel de
problemas de saúde pública. Seus sintomas são
isolados clínicos de C. difficile. Estudos vem
diarreia aquosa, febre, náusea e dor abdominal
investigando a sua capacidade de inibir a
que podem se manifestar em colite
produção de toxina C. difficile e a formação de
psudomembranosa, megacólon, perfuração do
esporos. Seus perfis de segurança em relação aos
cólon, sepse ou colite fulminante [1]. Essas
seus efeitos na microflora intestinal humana –
condições severas são atribuídas a toxinas, que
como Bacteroides, Lactobacillus e
são os principais fatores de virulência do C.
Bifidobacterium – são discutidos.
difficile, esse produz duas toxinas principais -
TcdA e TcdB - que inativam Rho e Rac GTPases A cúrcuma, extraída dos rizomas de Curcuma
nas células epiteliais do cólon, levando à perda de longa, é uma erva natural com diversas
tight junctions, comprometimento da propriedades terapêuticas que vão desde
integridade epitelial e promoção da inflamação anticancerígenas até o tratamento de doenças
da mucosa [2]. Além disso, os endósporos neurodegenerativas. Vários componentes do
produzidos durante a germinação são outros açafrão – incluindo curcuminoides,
fatores de virulência associado. principalmente curcumina,
bisdemetoxicurcumina e desmetoxicurcumina,
e vários óleos voláteis, como açafrão, atlantone e
zingibereno – compõem o pó de açafrão
medicinal.

plenitude 60
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Destes compostos, a curcumina compreende
0,3-5,4% da cúrcuma crua e é o constituinte mais
investigado [4]. A curcumina é objeto de mais de
100 ensaios clínicos devido às suas propriedades
versáteis, incluindo propriedades antitumorais,
anti-inflamatórias e antioxidantes. As atividades
antibacterianas da curcumina foram relatadas
pela primeira vez por Schraufstatter e Bernt em
1949 [5]. Os outros dois curcuminóides -
bisdemetoxicurcumina e demetoxicurcumina -
foram relatados como possíveis atividades
antibacterianas semelhantes [6].
Efeito de derivados de cúrcuma na produção de
toxina de uma cepa toxigênica de C. difficile
mostram que a curcumina tem potencial para
ser usada como medicamento autônomo, bem
como individualmente como suplemento com
medicamentos atuais de escolha para combater
o CDI. [7,8]
MEL DE MANUKA
O mel é usado como medicamento natural há
mais de 2.000 anos, principalmente para
cicatrização de feridas. Embora existam muitas
variedades de mel, apenas alguns deles, por
exemplo, mel Manuka e mel malaio Tualang,
foram estudados em detalhes por suas
propriedades medicinais.
plenitude
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O SUMÁRIO
A Pseudomonas aeruginosa é um patógeno
derivado de hospital e é evidentemente
conhecido por sua resistência a antibióticos. É
um organismo oportunista e pode causar
infecções graves em um paciente que sofre de
outras doenças.
Alguns organismos Gram-positivos, como
membros do gênero Staphylococcus , são
conhecidos como uma causa comum de
infecções bacterianas. Esses organismos Gram-
positivos colonizam com sucesso a pele e as
membranas mucosas do hospedeiro. A bactéria
Staphylococcus pode ser transmitida por
contato pele a pele ou exposição por inalação de
partículas infecciosas; S. aureus.
Muita pesquisas estão focando em abordagens
alternativas para tratar infecções bacterianas.
Descobriu-se que o mel tem vários benefícios
como medicina alternativa, como na cicatrização
de feridas e como agente anticancerígeno [10].
Evidências de ensaios clínicos mostram que o
mel pode ser útil para o tratamento de danos às
barreiras epiteliais devido a lesões por
queimaduras [11]. O mel contém agentes
medicinais originários do néctar das plantas. As
propriedades antimicrobianas são provenientes
da capacidade do mel de inibir o crescimento
bacteriano.
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As infecções na pele, tecidos moles e locais As aplicações tópicas do mel de Manuka são
cirúrgicos são comumente causadas por S. usadas no tratamento de queimaduras, úlceras e
aureus [12]. S. epidermidis é outro membro feridas que não cicatrizam. Também foi
comum do gênero Staphylococcus encontrado demonstrado que combatem cepas de
na microbiota da pele humana. S. epidermidis é infecções resistentes a antibióticos, como MRSA (
um patógeno Gram-positivo, e é uma das mais Staphylococcus aureus resistente à meticilina). O
de 40 espécies pertencentes ao gênero mel de Manuka foi aprovado como alternativa
Staphylococcus [13]. A ocorrência comum dentro recomendada e material natural para o
da microbiota do hospedeiro resultou em uma tratamento de feridas pela US Federal Drug
relação mútua com a possibilidade de fornecer Administration em 2007. O mel de Manuka entre
função probiótica. Como patógeno oportunista, é outros tipos de mel tem sua capacidade de
uma fonte frequente de infecções hospitalares e liberar peróxido de hidrogênio que é um fator
comuns em equipamentos médicos devido à importante para ajudar a reduzir e eliminar
sua ocorrência comum na microbiota da pele atividade bacteriana [15].
[14]. Embora seja uma causa rara de doença fatal,
mas pode ser caro e difícil de tratar. O mel contém agentes medicinais originários do
néctar das plantas. As propriedades
Nos Estados Unidos, os custos do tratamento antimicrobianas são provenientes da capacidade
foram de aproximadamente US$ 2 bilhões do mel de inibir o crescimento bacteriano. As
anualmente, devido a complicações do infecções na pele, tecidos moles e locais
tratamento, como genes de resistência a cirúrgicos são comumente causadas por S.
antibióticos e formação de biofilmes. Em estudos aureus [12]. S. epidermidis é outro membro
recentes, descobriu-se que possui comum do gênero Staphylococcus encontrado
determinantes moleculares específicos, que na microbiota da pele humana. S. epidermidis é
permitem que S. epidermidis evadir o sistema um patógeno Gram-positivo, e é uma das mais
imunológico e causar doenças mais graves [15]. O de 40 espécies pertencentes ao gênero
mel de Manuka pode ajudar no tratamento de Staphylococcus [13]. A ocorrência comum dentro
tais infecções, como a cura de úlceras diabéticas. da microbiota do hospedeiro resultou em uma
relação mútua com a possibilidade de fornecer
função probiótica. Como patógeno oportunista, é
uma fonte frequente de infecções hospitalares e
comuns 2. Infecções bacterianas E. coli [16,17].

plenitude 62
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O mel Manuka é um mel monofloral, produzido
a partir do néctar das flores da árvore Manuka.
Esta variedade é produzida a partir das abelhas
Apis mellifera, usando plantas Manuka da Nova
Zelândia que produzem uma variedade floral
específica denominada Leptospermum
scoparium [18]. O mel de Manuka geralmente é
classificado usando um sistema de classificação
conhecido como Fator Manuka Único (UMF),
que reflete a concentração equivalente de fenol
(%, p/v) necessária para produzir a mesma
atividade antibacteriana que o mel.
A composição do mel Manuka consiste em
carboidratos, minerais, proteínas, ácidos graxos,
compostos fenólicos e flavonóides. Embora esses
compostos sejam encontrados em outros tipos
de mel, outras características únicas também
ocorrem no mel de Manuka, como um nível
incomumente alto de metilglioxal (MGO)
formado a partir de dihidroxiacetona (DHA) que
se correlaciona com a atividade antibacteriana
[19-21]. A atividade antibacteriana é independente
na indução de citocinas inflamatórias durante
uma resposta imune inata [22].
Os estudos identificaram um componente que é
sensível ao calor, resistente a proteases e não
expressa atividade antibacteriana, mas pode
induzir a produção de citocinas através da
interação com TLR4.
plenitude
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O SUMÁRIO
Kato et ai também observou a ocorrência de
metil siringato glicosídeo (leptosperina) como
um fabricante único para autenticação do mel
Manuka [23]. Curiosamente, a classificação UMF
do mel Manuka está fortemente correlacionada
com a equivalência de MGO e a atividade
antibacteriana, mas a relação ainda não é
totalmente compreendida [24].
Além da atividade antibacteriana o mel UMF
tem a capacidade de estimular os macrófagos
através da proteína Apalbumina 1 para liberar
mediadores como TNF-α, IL-1β and IL-6, que são
necessários para reduzir infecções microbianas e
ajudar na cicatrização tecidual [25].
Estudos in vitro sugerem que o mel pode
reverter a resistência aos antibióticos. Portanto, o
mel pode ser usado como parte de um
tratamento combinado para infecções
bacterianas resistentes. Por exemplo, os
pesquisadores relataram sinergia entre a
oxacilina e o mel de Manuka sensibilizando
Staphylococcus aureus resistente à meticilina à
oxacilina [26]. Muller et ai. usaram o mel de
Manuka em combinação com o antibiótico
rifampicina e descobriram que essa combinação
foi capaz de inibir MRSA em isolados clínicos. A
reversão na resistência aos antibióticos foi
explicada como devido ao mel induzir uma
regulação negativa de mecR1, que é um gene de
resistência em MRSA [27].
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Esses dois exemplos nos mostram o quanto os

fitoquímicos naturais derivados de plantas
medicinais são promissores para o combate e
tratamento de inúmeras patologias. Alternativas
essas que driblam a resistência bacteriana
causada por medicamentos sintéticos.

plenitude 64
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COLUNA NUTRIÇÃO ESPORTIVA

Eletrólitos - Importância
hidratação/reidratação no
esporte

plenitude 65
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A água é conhecida comumente como o
líquido da vida, isso porque todas as reações
químicas do nosso corpo acontecem em meio
aquoso (que tem a presença de água) (1).
No ambiente esportivo ela acaba tendo uma
importância grande pensando no controle da
temperatura corporal, que pode sofrer diversas
influências, como o tipo de roupa que o atleta
está usando, umidade do ar, temperatura, idade,
estado de saúde, entre outros fatores (1).
Nosso corpo está acostumado com oscilações de
temperatura entre 36,5 e 38,5ºC, mas
temperaturas muito baixas (<33,5ºC) ou muito
altas (>41,5ºC) acarretam prejuízo funcional de
todo o corpo, as vezes podendo levar a morte (1).
Por exemplo, a taxa de perde de água através do
suor na pele para um exercício leve gira em torno
de 1-2L/h e para atividades mais intensas fica em
torno de 2,5L/h. E claro, podendo sofrer influência
dos fatores que acabamos de ver (1).
Durante a atividade física teremos uma liberação
de diversos hormônios. Sendo que, alguns deles
estarão ligados a uma menor reabsorção de
sódio pelos rins, diminuindo a retenção de água
corporal e favorecendo a produção de urina e a
transpiração (1).
plenitude
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O SUMÁRIO
Uma curiosidade interessante é que para
conseguir manter uma temperatura corporal
adequada durante uma atividade física, não
basta só beber água, precisamos evaporar o suor,
principalmente em ambientes onde a
temperatura é mais alta do que a temperatura
do corpo. Então se você usar uma roupa muito
fechada e que retém o suor sobre a pele, vai
acabar tendo uma elevação da temperatura
interna do corpo, o que com certeza vai impactar
negativamente na sua performance esportiva (1).
O clima também pode facilitar ou dificultar esse
resfriamento interno do corpo. Por exemplo, em
um dia quente e seco, a evaporação do suor é
mais fácil, reduzindo a temperatura corporal. Já
em um dia frio e úmido, a evaporação é mais
difícil, aumentando a temperatura corporal (1).
Dependendo do tempo e intensidade do
exercício, o atleta pode se beneficiar da misturar
de carboidratos e eletrólitos nessa água. As
concentrações vão depender das condições
individuais de cada pessoa e clima (5).
Pensando em hidratação, a ingestão de bebidas
contendo eletrólitos aumenta a absorção de
água no nosso intestino e reduz a eliminação.
Além do mais, através do suor podemos perder
minerais importantes para a contração
muscular, sendo um dos principais deles, o sódio.
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Então em casos em que a taxa de suor é muito
alta, devemos repor esses minerais. E o
carboidrato também vai auxiliar aumentando a
absorção de água no intestino (1).
Nosso corpo possui um mecanismo que regula a
hidratação e é regulado a partir de uma falta ou
excesso de água e vai gerar alertas disso, por
exemplo, a sede. O problema é que esse tipo de
alerta é rapidamente desativado com apenas
200-300ml de água, o que provavelmente não
será o suficiente para hidratar um atleta (1).
E justamente por isso que a “sede” pode até
servir como indicador de hidratação para o dia a
dia, mas o American College Of Sports Medicine
mostrou que esse não é um bom indicador para
pessoas ativas, desencorajando então o uso
desse tipo de método (1).
A nossa principal fonte de energia durante o
exercício físico é a glicose (produto do
carboidrato), principalmente o glicogênio
muscular, que é a forma que estocamos glicose
no músculo e deixamos ali de prontidão para ser
usado em uma contração muscular. Em
exercícios mais intensos teremos uma captação
maior de ácidos graxos (produto da gordura)
pelo tecido muscular (2)
plenitude
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O SUMÁRIO
Contudo, parece que pessoas em estado de
hipo-hidratação tem uma menor captação de
ácidos graxos no tecido muscular e uma menor
taxa de utilização de glicogênio muscular. Ou
seja, o atleta reduz a sua capacidade de fornecer
energia de forma eficiente (1).
A água é tão importante para performance
esportiva que perdas baixas de 1-2% do peso
corporal já pode afetar o desempenho (1).
Entretanto, o excesso de água também pode
trazer prejuízos para performance e para saúde,
então não é recomendado que a ingestão seja
tão alta a ponto de ganhar peso durante uma
competição ou treino (3).
Uma forma menos precisa, mas prática para o
dia a dia de avaliar o estado de hidratação é
através da urina. Se o atleta está fazendo pouco
“xixi” e com uma coloração escura, então ele
deverá beber mais água, mas o intuito aqui não é
fazer com que a urina fique transparente, pois
lembre-se que o excesso também é prejudicial(3)
Em esportes de endurance, dependemos muito
do sistema cardiovascular e da entrega de
oxigênio para os tecidos. No estado de hipo-
hidratação, podemos ter uma redução do débito
cardíaco, o que vai reduzir o fluxo sanguíneo, e
consequentemente, uma menor entrega de
oxigênio para os tecidos. Isso terá impacto direto
na performance (1).
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Importante citar que quanto maior for a O mecanismo pelo qual a desidratação afete o a
densidade energética de uma substância (ex: produção de força ainda não é muito clara, mas
concentração de glicose), maior será o tempo parece que esse prejuízo na força, potência e
para ela sair do estomago e entrar no intestino. resistência em exercício de 30-120 segundos
Isso significa um atraso no tempo de hidratação pode estar ligado a alterações cardiovasculares,
e podendo causar desconfortos intestinal em alterações metabólicas ou redução na
soluções com concentração maior que 10% (1). capacidades de bloquear a acidez (mecanismo
de tamponamento) causados pela baixa
ingestão de água (5).

Geralmente, durante uma atividade física, é

recomendado que a ingestão de água seja feita a
cada 15-20 minutos, não passando de
600ml/hora (1).

Algumas pessoas apresentam dificuldade em

consumir essa quantidade de líquido, mas temos
estudos mostrando que nosso intestino pode ser
treinado a aguentar esse volume, basta apenas
E por mais que alguns trabalhos tenham visto
você começar a ingerir essas quantidades até
um possível aumento de performance na
ficar mais confortável, e principalmente, faça a
desidratação (talvez pelo peso total ficar mais
ingestão em um ambiente que replique o que
leve), por exemplo, aumento do salto vertical,
será vivido nos treinos/competições para que seu
essa acaba não sendo uma estratégia de
intestino se adapte a fazer esse processo sobre
performance recomendada. Isso porque parece
aquele estresse (5).
que o estado de desidratação reduz o torque de
potência e força muscular (4).
Iniciar uma atividade física em estado de hiper-
hidratação também parece melhorar a
tolerância ao exercício e os mecanismos de
termorregulação. Aqui pode ser feito a ingestão
de grandes volumes de água 1-3h antes de iniciar
a prova (5).

plenitude 68
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Entretanto, uma pessoa em estado adequado de O volume de líquido para reidratação deve ser
hidratação terá os mecanismos de controlar de referente a 150% do peso perdido durante a
água corporal funcionando perfeitamente. Isso prova (1). Seguindo esse caminho, a completa
vai causar um aumento da excreção de água reidratação deve ser atingida em até 6h no
pelos rins. Podemos aumentar essa retenção de período de recuperação (5).
água adicionando glicerol ou sódio, sendo que a
segunda opção devemos tomar cuidado com as Como conclusão, nós tivemos um apanhado
quantidades para não gerar desconfortos geral da importância da água na performance
intestinais (5). esportiva e como pode ser complexo a
estruturação de uma estratégia de hidratação, já
A nível de curiosidade, o glicerol entrou na lista de que temos tantas variáveis a serem avaliadas.
substâncias proibidas pela Wordl Anti-Doping
Agency (WADA) em 2010 pelo seu potencial de
aumentar o volume do plasma sanguíneo e
esconder a presença de outras substâncias
proibidas. Posteriormente essa decisão foi
reavaliada através de novos trabalhos e viram
que a os efeitos do glicerol nessa situação era
mínimo, então ele foi retirado da lista da lista de
substâncias proibidas.

E em pós-exercício prolongados, evitem tomar

água pura, porque ela não será eficiente em
recuperar a sua hidratação, isso porque teremos
um aumento na produção de urina. Faça a
ingestão de alguma bebida que tenha sódio, ou
você simplesmente pode usar cápsulas de sódio
(1).

plenitude 69
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Não devemos julgar a vida dos outros, porque cada
um de nós sabe de sua própria dor e renúncia. Uma
coisa é você achar que está no caminho certo, outra é
achar que seu caminho é o único!

Trecho adaptado do livro "Na Margem do Rio Piedra

Eu Sentei e Chorei", de Paulo Coelho.