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Hipersensibilidade

dentinária e lesões
cervicais não
cariosas

Prof.ª Renata Portela


Hipersensibilidade dentinária e lesões cervicais não cariosas

Hipersensibilidade dentinária

• Situações clínicas de sensibilidade dolorosa apresentada pelo paciente e associação à


exposição dentinária.
• Acomete cerca de 60% da população - Pré-molares.

Prof.ª Renata Portela


Hipersensibilidade dentinária e lesões cervicais não cariosas

Hipersensibilidade dentinária
Etiologia
Restauração
fraturada
• Sensibilidade dolorosa aguda e momentânea,
Dente trincado

Hipersensibilidade
desencadeada por estímulos térmicos, táteis,
Inflamação

dentinária
osmóticos, químicos e/ou evaporativos quando gengival

aplicados à dentina exposta. Sensibilidade


pós-operatória
• Não tem relação com qualquer outra condição, seja Infiltração
marginal
defeito dentário ou doença.
Pulpite
• Diagnóstico por exclusão.
Hipersensibilidade dentinária e lesões cervicais não cariosas

Hipersensibilidade dentinária
Etiologia

Presença de dentina exposta

• Perda de esmalte
• Exposição radicular – perda de cemento

Túbulos dentinários abertos

• Meio bucal
• Polpa dental
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Hipersensibilidade dentinária
Etiologia

Presença de dentina exposta

PERDA DE ESMALTE:
Lesões cervicais não cariosas – erosão, abfração, abrasão e atrição.

EXPOSIÇÃO RADICULAR:
Recessão gengival e perda de cemento – proeminência radicular e mucosa
de recobrimento fina, deiscências e fenestrações, tensão em áreas de
inserção de frênulo, movimentação ortodôntica, doença periodontal.
Hipersensibilidade dentinária e lesões cervicais não cariosas

Hipersensibilidade dentinária
Etiologia

Exposição radicular
• 45% dos casos associados a
hipersensibilidade dentinária.
• Remoção do cemento e exposição da
dentina radicular.
 Escovação excessiva e cerdas duras;
 Raspagem radicular.
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Hipersensibilidade dentinária
Etiologia

Características da dentina exposta


• Número ou padrão de abertura dos túbulos dentinários.

 profundidade
da dentina
exposta Maior fluxo dos
Maior
 volume e fluidos aos
possibilidade de
número de estímulos
hipersensibilidade
túbulos externos
dentinários por
área
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Hipersensibilidade dentinária

Aumenta a
quantidade e o
diâmetro dos
túbulos dentinários
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Hipersensibilidade dentinária
Etiologia

Características da dentina exposta


• Grau de mineralização da dentina.

DENTINA MAIS MINERALIZADA DENTINA MENOS MINERALIZADA

• Menor possibilidade de • Maior possibilidade de


hipersensibilidade dentinária hipersensibilidade dentinária
• Redução do volume dos túbulos pela • Volume dos túbulos é maior
obliteração fisiológica ou reacional • Pacientes mais novos, sem formação
• Pacientes mais velhos ou lesão cariosa de dentina reacional
paralisada.
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Hipersensibilidade dentinária
Etiologia

Características da dentina exposta


• Presença de smear layer recobrindo a dentina.
• A escovação produz uma camada de smear layer que recobre a dentina exposta,
obliterando os túbulos e impedindo a movimentação do fluido dentinário.
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Hipersensibilidade dentinária
Etiologia

Sensibilidade dolorosa do paciente


• Exposição dentinária;
• Número e volume dos túbulos dentinários expostos;
• Intensidade e natureza dos estímulos aplicados à dentina exposta;
• Condição emocional do paciente.
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Hipersensibilidade dentinária
Etiologia

Sensibilidade dolorosa do paciente


• Resposta rápida e intensa – fibras mielinizadas do tipo A.

Sensibilidade cessa
ao remover o
estímulo

Dor mais severa e persistente após remoção do estímulo – inflamação pulpar.


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Hipersensibilidade dentinária
Mecanismo de ação

Teoria hidrodinâmica de Brännström:

Estímulos externos
Movimentação Deformação das
– térmicos, táteis,
rápida do fluido terminações
evaporativos,
dentinário no nervosas da polpa -
osmóticos,
interior dos túbulos mecanorreceptores
químicos

Resposta dolorosa
rápida e intensa –
Impulso nervoso
fibras nervosas
mielinizadas tipo A
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Hipersensibilidade dentinária
Mecanismo de ação

Teoria hidrodinâmica de Brännström:


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Hipersensibilidade dentinária
Diagnóstico

• Relatos do paciente durante a anamnese.


• Confirmados pelo exame clínico.

Intensidade da
Causa da dor
dor

Dieta - ácidos Hábitos


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Hipersensibilidade dentinária
Diagnóstico
• Exclusão de outras situações com sintomatologia semelhante.

Restaurações Infiltração
Cárie
fraturadas marginal

Inflamação
Pulpite
gengival
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

• Eliminação da sintomatologia dolorosa.

• Prevenção para que não ocorra ou recorra – Eliminação ou diminuição dos impactos dos
fatores etiológicos.
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Intervenção na sensibilidade dentinária


• Métodos que interferem na iniciação e condução dos estímulos nervosos pulpares.
• Produtos à base de sais de potássio.

• Métodos que obliteram a abertura dos canalículos dentinários.


• Precipitação de cristais;
• Coagulação ou precipitação dos fluidos tubulares;
• Formação de dentina reacional/reparadora;
• Recobrimento dos túbulos com material resinoso.
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Intervenção na sensibilidade dentinária


• Características ideais do agente dessensibilizante:
• Ação rápida,
• Longa duração,
• Facilidade de aplicação,
• Não irritante à polpa,
• Não causar sensibilidade,
• Não manchar os dentes.
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Produtos à base de sais de potássio


• Nitrato de potássio e cloreto de potássio.
• Interrupção dos impulsos nervosos pulpares decorrentes da estimulação da dentina
exposta.

Despolarização da Bloqueio da
 Concentração de K
membrana das passagem do
extracelular
fibras nervosas estímulo nervoso.
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Produtos à base de sais de potássio

Sensodyne Pró Esmalte Sensodyne Proteção Total Colgate Sensitive Original


Nitrato de potássio Cloreto de potássio Citrato de potássio

Não associar com técnicas que obliteram os túbulos


dentinários!!!!
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Fluoretos
• Pasta dental, gel, colutório e verniz.
• Fluoreto de sódio, fluoreto de estanho, monofluorfosfato de sódio...
• Formação de fluoreto de cálcio na entrada dos túbulos dentinários.
• Solubilidade nos fluidos orais – aplicações contínuas.
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Fluoretos
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Oxalatos
• Oxalato férrico, dioxalato de potássio, oxalato com resina pré-polimerizada, oxalato
de potássio mono-hidratado.
• Precipitação de oxalato de cálcio na abertura e dentro dos túbulos dentinários –
obliteração.
• Certo de grau de insolubilidade aos fluidos orais – longa duração.
• Pode interferir nos procedimentos adesivos.
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Oxalatos

Oxalato de monopotássio monohidratado a 3%

Aplicação do gel
Remoção dos
com bolinha de Repetição
Secagem da superfície excessos sem
algodão por 2 a semanal
lavagem
3 minutos
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Dentifrícios contendo Arginina


• Aminoácido carregado positivamente.
• Associada ao carbonato de cálcio, se liga à
superfície dentária (negativamente
carregada) e guia a precipitação de
glicoproteínas e fosfato de cálcio.
• Obliteração dos túbulos dentinários.
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Laser
• Laser de baixa intensidade – He-Ne e Ga1As.
• Efeito anti-inflamatório e estimulante para
as células nervosas e ação analgésica.
• Laser de alta intensidade - Nd:YAG e CO2.
• Obliteração dos túbulos dentinários pelo
derretimento da dentina.
• Associação com fluorterapia.
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Glutaraldeído
• Obliteração dos túbulos dentinários pela
coagulação das proteínas séricas neles
presente.
• Associado ao hidroxietil metacrilato (HEMA) –
agente umidificador.
• Precipitação das albuminas séricas causam a
polimerização do HEMA, obliterando os
túbulos.
• Potencial antibacteriano.
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Materiais restauradores
• Resina composta ou CIV.
• Lesões cavitadas.
• Não resolução do quadro por
outros métodos.
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Dessensibilizantes resinosos
• Utilizam monômeros resinosos.
• Aplicação de sistemas adesivos para selar os
túbulos – formação de tags resinosos.
• Ação mais duradoura – mais resistentes à
abrasão e menos solúveis que outros agentes.
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Hipersensibilidade dentinária
Tratamento

Cobertura radicular por cirurgia periodontal


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Lesões cervicais não cariosas

Abfração Atrição

Abrasão

Erosão
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Lesões cervicais não cariosas

Erosão
• Ação de ácidos (intrínsecos e
extrínsecos) e dissolução das estruturas
dentárias.
• Não há envolvimento de ácidos
bacterianos.
• Ácidos da dieta, causas ocupacionais ou
intrínsecas.
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Etiologia

Erosão

Ácidos extrínsecos
Frequência e duração da ingestão – tempo de
contato do ácido com a estrutura dental.

Papel da saliva – diluição e remoção das


substâncias ácidas e neutralização pela capacidade
tampão.
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Etiologia

Erosão
Regurgitação ou refluxo
Ácidos intrínsecos
Vômito nervoso, anorexia
nervosa.
Gravidez, alcoolismo, desordens

Ácido gástrico – gastrointestinais


pH 1 a 1,5
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Aspecto clínico

Erosão
• Intrínseca: superfície palatina dos dentes superiores e oclusal dos posteriores
inferiores.
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Aspecto clínico

Erosão
• Extrínseca: vestibular, no terço cervical dos dentes anteriores. Sendo uma área de
baixa autolimpeza, o ácido penetra com mais facilidade e permanece por período
mais prolongado favorecendo a erosão.
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Aspecto clínico

Erosão
• Forma de pires, sem bordas bem delimitadas.
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Diagnóstico

Erosão
• Perda do brilho normal dos dentes;
• Exposição de dentina nas superfícies
vestibular, palatina/lingual;
• Mais desgaste em um arco que em
outro;
• Sensibilidade persistente;
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Diagnóstico

Erosão
• Incisivos encurtados;
• Concavidades dentinárias nas
superfícies oclusais/incisais;
• Exposição pulpar;
• Perda da vitalidade pulpar;
• Restaurações de amálgama salientes
– ilhas de amálgama.
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Tratamento

Erosão
• Eliminar ou diminuir o acúmulo de substâncias ácidas;
• Tratamento para causas intrínsecas;
• Produtos para neutralizar a acidez – manter leite na boca, pastilhas de antiácido sem
açúcar, bochechos com bicarbonato de sódio dissolvido em água.
• Não escovar os dentes após exposição aos ácidos, escovação suave com creme
dental não abrasivo e escovas de cerdas extra macias.
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Tratamento

Erosão
• Bochecho com flúor duas ou mais vezes por
dia;
• Aplicação de gel de fluoreto de sódio a 2% ou
verniz fluoretado regularmente.
• Chicletes sem açúcar para estimular a salivação;
• Restauração adesiva nas superfícies que
sofreram erosão.
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Abrasão
• Desgaste do tecido dental por processos mecânicos anormais que envolvam
substâncias ou objetos estranhos em contato constante com os dentes.
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Etiologia

Abrasão
• Escovação dental – técnica, tempo e
força.
• Tipo de cerdas, flexibilidade da escova
dental.
• Abrasividade, pH e quantidade de
dentifrício.
• Uso abusivo de escova interdental e
palito.
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Aspecto clínico

Abrasão
• Região cervical vestibular dos dentes.
• Forma de cunha de pequena profundidade e
margens não muito definidas.
• Arranhões.
• Mais frequentes do lado oposto à mão
dominante dos pacientes.
• Vários dentes.
• Livre de placa bacteriana.
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Diagnóstico

Abrasão
• Anamnese – hábitos de higiene bucal.
• Avaliação clínica.
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Tratamento

Abrasão
• Uso de escova de dentes de cerdas extramacias.
• Dentifrícios sem abrasivos.
• Atividade educativa de higiene bucal.
• Dessensibilizante ou restauração adesiva.
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Abfração
• Lesões causadas por forças oclusais aplicadas axialmente, levando à flexão do
dente.
• Interferências oclusais, principalmente na lateralidade, expõe um ou mais dentes a
pressões compressivas, tensionais e de cisalhamento intensas.
• Microfraturas no esmalte.
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Lesões cervicais não cariosas


Aspecto clínico

Abfração
• Localizadas na JCE.
• Forma de cunha profunda e bordas
afiladas.
• Subgengivais.
• Dentes isolados – trauma oclusal.
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Diagnóstico

Abfração
• Anamnese.
• Verificar oclusão.
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Tratamento

Abfração
• Realizar ajuste oclusal.
• Restauração adesiva.
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Lesões cervicais não cariosas

Atrição
• Desgaste da superfície oclusal por causas fisiológicas ou patológicas.
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Etiologia

Atrição

Fisiológica Patológica

Degradação lenta e progressiva da


forma dental Desgaste oclusal/incisal é excessivo
Planificação das pontas das cúspides
dos dentes posteriores

Planificação dos mamelões incisais Hábitos parafuncionais


dos anteriores
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Aspecto clínico

Atrição
• Oclusal/incisal desgastadas
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Diagnóstico

Atrição
• Anamnese.
• Exame clínico.
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Lesões cervicais não cariosas


Tratamento

Atrição
• Tratar a parafunção.
• Uso de placas intermaxilares.
• Reabilitação.
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Lesões cervicais não cariosas


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Bons
estudos!

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