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Aya Yokoyama, Breno Sérgio Oliveira, Dara Farias, Eduardo Costa, Vera Lúcia
Andrade.
RESUMO
O presente artigo apresenta o conceito e aplicação do usucapião — modo de adquirir
propriedade pela posse pacífica e sem interrupção durante certo tempo. Portanto, no decorrer
da assertiva será exposto o conceito e importância do objeto de estudo no Espaço Urbano
Imóvel. Metodologia: Foram aplicados uma pesquisa bibliográfica e um estudo de caso para a
coleta de informações. Resultados: Com resultado da pesquisa foi possível esclarecer que a
legislação brasileira permite que uma pessoa possa adquirir a propriedade de um bem através
de seu uso por um determinado tempo, sem interrupção, e desde que cumpra os requisitos
exigidos pela lei. Todavia, em nenhuma hipótese é possível usucapião de bem público. Para que
o direito seja reconhecido, é necessário que haja uma decisão judicial ou procedimento
extrajudicial em cartório de registro de imóveis, desde que o interessado seja representado por
um advogado. Nesse sentido, ao analisar a lei do usucapião, pode-se perceber que tratar-se de
um artigo subsequente, dividindo-se em tipos de usucapião: ordinário, extraordinário e especial.
É inegável a importância de tal princípio, visto que possibilita a garantia da função social de
terra e o uso do espaço urbano imóvel. Em suma, é concedido às famílias, por meio da lei de
usucapião, o direito à moradia.
ABSTRACT
This article presents the concept and application of adverse possession – a way of acquiring
property by peaceful possession and without interruption for a certain time. Therefore, in the
course of the assertion, the concept and importance of the object of study in the Urban Space
immovable will be exposed. Methodology: A bibliographical research and a case study were
applied to the collection of information. Results: As a result of the research it was possible to
clarify that the Brazilian legislation allows a person to acquire the property of a good through
its use for a certain time, without interruption, and as long as it meets the requirements required
by the law. However, under no circumstances is adverse possession of the public good possible.
For the right to be recognized, there must be a judicial decision or extrajudicial procedure in a
real estate registry office, provided that the interested party is represented by a lawyer. In this
sense, when analyzing the law of adverse possession, it can be perceived that it is a subsequent
article, dividing into types of adverse possession: ordinary, extraordinary and special. The
importance of such a principle is undeniable, since it allows the guarantee of the social function
of land and the use of immovable urban space. In short, families are granted, through the law.
Keywords: adverse possession; urban still space; right to housing; city statute; case study
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 3
2. METODOLOGIA ............................................................................................................. 3
3. DISCUSSÃO E RESULTADOS ....................................................................................... 3
3.1. Conceito ...................................................................................................................... 3
3.2. Usucapião Especial Urbana ...................................................................................... 5
3.2.1. Requisitos específicos de usucapião urbano ..................................................... 5
3.2.2. Documentos a serem apresentados ................................................................... 5
3.3. Usucapião Especial Urbana Individual .................................................................... 6
3.3.1. Requisitos do Usucapião Especial Individual ................................................... 7
3.4. Usucapião Especial Urbana Coletiva ....................................................................... 8
3.4.1. Requisitos do Usucapião Especial Coletivo .................................................... 10
3.5. Aspectos comuns à usucapião especial urbana e coletiva .................................... 12
3.6. Estudo de caso .......................................................................................................... 13
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................................... 14
5. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA .............................................................................. 15
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1. INTRODUÇÃO
O presente artigo científico foi realizado com o objetivo de proporcionar a
compreensão do conceito e aplicação do Usucapião no Espaço Urbano Imóvel, de maneira
objetiva e inteligível. Dessa forma, ao longo da dissertação será abordado o conceito geral da
usucapião, tal qual de total relevância, para que, por fim, seja possível o entendimento desse
instrumento no viés Urbano Imóvel.
2. METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, que consiste na coleta de informações,
podendo ser por meio de leituras de livros, artigos acadêmicos, teses, leis, ou seja, materiais de
cunho teórico que contribuam para o propósito do tema a ser abordado.
Outro método escolhido para o desenvolvimento do artigo foi o estudo de caso, que
pode ser definido como uma estratégia, que no contexto e intenção do atual trabalho terá a
função de exemplificar a usucapião especial urbana na realidade, por intermédio de uma
abordagem que um caso existente, onde será discutido o seu processo e polêmicas ao longo e
após o julgamento.
3. DISCUSSÃO E RESULTADOS
3.1. Conceito
A palavra usucapião tem origem do verbo em latim “usocapio”, sendo “capio” o
ato de adquirir ou tomar, e “usus” que significa posse. Assim, o termo usucapião pode ser
interpretado como ocupação ou posse, mediante o uso. Um fator interessante sobre a etimologia
sobre tal palavra, é a sua polêmica quanto ao seu gênero, muitos a empregam no gênero
feminino, enquanto outras no masculino, atualmente os dois modos são aceitos como corretos.
A usucapião é um instrumento que compreende na forma do indivíduo se tornar
dono de uma propriedade, após se ocupar e cuidar dele por um determinado de tempo, tal qual
definido por uma lei, essa concessão se aplica para bens móveis (eletrodomésticos, veículos),
assim como para bens imóveis (casa, prédio, apartamento).
É importante ressaltar que existem diferentes tipos de usucapião, contudo, todos
possuem o mesmo objetivo: conferir uma função social à propriedade. Entretanto, para que
ocorra essa abonação é necessário que essa ocupação respeite os limites impostos pelo
arcabouço jurídico da República Federativa do Brasil, sendo que cada tipo de usucapião deve
seguir à risca os termos para que haja a aquisição da propriedade devidamente. Tratando-se
apenas no âmbito dos bens imóveis, existem 3 tipos de usucapião:
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• Ordinária
Nela são exigidos:
o Comportamento como proprietário do bem;
o Inexistência de oposição a posse;
o Existência de um contrato ou compromisso de compra e venda;
o Boa-fé;
o Posse ininterrupta durante 10 anos, podendo ser reduzida para 5
anos, se for adquirido de forma onerosa, ou seja, com base em
registros no cartório competente. Essa redução será aplicada,
somente, se o ocupante ter estabelecido moradia e realizado
investimentos de caráter social e econômico do imóvel.
• Extraordinária
Nela são exigidos:
o Comportamento de proprietário;
o Inexistência de oposição;
o Ininterrupto por 15 anos;
o Não é obrigatório a apresentação de contrato, nem a comprovação
de boa-fé;
o Assim como na ordinária, esse tempo pode ser reduzido para 10
anos, caso o ocupante tenha realizado sua moradia no imóvel ou ter
feito obras e/ou serviços de caráter produtivo.
• Especial
Nela há cinco vertentes:
1. Urbana
o Comportamento de proprietário
o Inexistência de oposição
o Ininterrupto por 5 anos
o Não pode exceder 250m²
o O ocupante não pode ser proprietário de outro imóvel (urbano ou rural);
o Não pode ter tido reconhecida essa forma de usucapião anteriormente.
o Ocupação mansa e pacífica
2. Rural
o Comportamento de proprietário;
o Inexistência a posição;
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do real proprietário, dessa forma sendo uma ocupação mansa e pacífica (boa-fé). Esse requisito
pode ser comprovado, mediante uma certidão comprovando que o indivíduo nunca foi
processado em uma reiteração do imóvel em vista, tal documento pode ser retirado no fórum
físico ou on-line).
3.2.2. Documentos a serem apresentados
• RG e CPF;
• Justo título, que nada mais é que um documento que demonstra boa-fé
• Comprovante de residência;
• Relação dos confinantes (nome, endereço, profissão, estado civil);
• Planta e memorial descritivo: prefeitura, pagar um topógrafo para realizar
tal serviço;
• Certidão de propriedade do imóvel (se imóvel não tiver matrícula própria,
pode-se pedir a certidão de propriedade da área maior onde ele está inserido)
• Certidão de distribuição cíveis no autor nome e outro no nome do ocupante
tanto na esfera estadual como na federal
• Conta de água
• Conta de luz
• IPTU
• Fotos do imóvel
• Telefone
• Matrícula
• Averbações do imóvel
3.3. Usucapião Especial Individual
O usucapião individual é objeto do art. 9.º do Estatuto da Cidade, que reproduz o
art. 183 da Constituição Federal e é, por sua feita, reproduzido no art. 1.240 do Código Civil de
2002.
A relação que o artigo do Estatuto da Cidade, tem com o artigo da CF, causa a falsa
impressão de que o Estatuto em nada inovou no que concerne à figura da usucapião especial
individual. Contudo, constata-se que não consiste em uma mera reprodução do art. 183 da
Constituição Federal, refere-se não só dá área, não só do solo urbano, mas também da
edificação, o que não consta do texto constitucional. A primeira delas está no uso dos termos
“área ou edificação” no artigo 9º do Estatuto. O artigo 183 da Constituição Federal fala somente
em “área urbana”.
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O art. 183 da CF, ainda gera questionamentos ao citar a área ou edificação de até
250m². Tal dúvida refere-se ao limite do solo, à construção ou a ambos. A resposta para ela é
que, o limite de 250m² abrange tanto a área de terreno como a construção. Em razão da omissão
do preceito constitucional e das interpretações diferentes geradas pelo texto da Lei.
Além disso, a segunda diferença no que diz respeito ao § 3º do art. 9º, que dispõe
sobre a sucessio possessionis, assegurando que o herdeiro legítimo continua, de pleno direito,
a posse de seu antecessor, “desde que já resida no imóvel por ocasião da abertura da sucessão”.
Estabelece, portanto, a lei limitação não prevista no art. 183 da Carta Magna, uma
vez que houve o acréscimo de um novo requisito, qual seja, o de que o herdeiro somente
permanece com pleno direito a posse de seu antecessor, desde que já resida no imóvel por
ocasião da abertura da sucessão. A norma denuncia a preocupação quanto ao objetivo da
proteção: a moradia.
Outro aspecto a ser mencionado é que, caso exista composse entre marido e mulher
ou entre companheiros e um deles venha a falecer, a posse deverá prosseguir em favor do
supérstite e não do herdeiro, salvo se o próprio supérstite ostentar a qualidade de herdeiro
legítimo.
O que deve ser evitado são situações de visível distorção, como absorção de áreas
contíguas à construção, até o preenchimento do limite, com extravasamento abusivo do lote
original ou daquele que faz pressupor a efetiva utilização para moradia.
Situação diversa se verifica quando há pluralidade de herdeiros legítimos. Segundo
Francisco Loureiro, em vista do instituto da saisine e do litisconsórcio necessário que se instaura
entre os herdeiros, três soluções são possíveis:
o Todos os herdeiros aguardam o prazo para outras modalidades de
usucapião, como o ordinário e o extraordinário do Código Civil, que não
exigem o requisito da moradia no momento da morte do antecessor;
o Ou o herdeiro que reside no imóvel nega a composse dos co-herdeiros,
arroga-se possuidor exclusivo, mantém soberania sobre o imóvel,
deixando tal situação inequívoca aos compossuidores e inaugura novo
prazo quinquenal, para efeito de Usucapião;
o Ou a situação jurídica de um herdeiro (aquele que reside no imóvel)
beneficia os demais co-herdeiros.
Dentre tais soluções a que parece melhor amoldar-se ao desiderato do legislador e
resguardar a posse com finalidade de moradia é a terceira.
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judicial de usucapião que desrespeite a legislação urbanística, devendo tal requisito ser
observado, sob pena de se reconhecer direito de propriedade que não atenda à função social;
por outro, a ocupação para fins de moradia, que é privilegiada pelo instituto, certamente atende
ao previsto no art. 5º, inc. XXIV da Constituição Federal.
“Art. 10. As áreas urbanas com mais de duzentos e cinquenta metros quadrados,
ocupados por população de baixa renda para sua moradia, por cinco anos, ininterruptamente e
sem oposição, onde não for possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor, são
susceptíveis de serem usucapidas coletivamente, desde que os possuidores não sejam
proprietários de outro imóvel urbano ou rural.
A este fica encarregado uma dupla tarefa, isto é, não só regularizar a situação
fundiária, mas permitir a urbanização de áreas ocupadas por população de baixa renda,
alterando o perfil socialmente indesejável de determinados núcleos habitacionais urbanos.
Nota-se, pois, que deve o referido instituto ser examinado como mecanismo de regularização
fundiária e, sobretudo, de reorganização urbanística.
Outrossim, pode-se claramente compreender que que o referido instituto possui
como objetivos a melhoria das condições de vida da população por meio da ordenação do
espaço urbano e de uma legislação específica, de modo a conservar as singularidades das
ocupações espontâneas e integrá-las à estrutura urbana da cidade formal; garantindo a
permanência da população nas áreas ocupadas, priorizando o direito à moradia sobre o direito
à propriedade; a instalação de um processo de apoio à organização comunitária por meio da
participação da população beneficiária em todas as etapas da regularização, desde o seu
planejamento inicial até o resultado; e a minimização da segregação urbana e exclusão social
existentes nas cidades brasileiras.
Posto isso, faz-se presente o objeto de áreas urbanas com mais de duzentos e
cinquenta metros quadrados, a partir do momento em que essas são ocupadas por população de
baixa renda para sua moradia, com posse qualificada com os requisitos do art. 183 da CRFB/88,
onde não seja possível identificar os terrenos ocupados por cada possuidor.
A usucapião especial coletiva constitui-se em uma categoria da usucapião
constitucional urbana, que evidencia algumas características peculiares para resolver situações
fáticas que encontravam barreiras de natureza formal para o cumprimento da prescrição
aquisitiva. Sendo assim, admitir-se-ia o ajuizamento imediato de ações de usucapião coletivo,
aproveitando o período de posse anterior à vigência do Estatuto da Cidade. Em outros termos,
desde a Constituição Federal de 1988, a posse por cinco anos acompanhada dos requisitos
expostos no art.183 já se convertia em propriedade, não consistindo no usucapião coletivo
maior encargo para o titular do domínio.
Normalmente, existe áreas que não são destinadas à moradia nesses núcleos. Porém,
deve-se levar em consideração que os núcleos habitacionais formam um todo orgânico, de modo
que se excluir tais áreas resultaria na desfiguração do todo.
Há o requisito a ser aqui apontado reside na posse ininterrupta e sem oposição pelo
prazo de 5 (cinco) anos, entendido este o prazo de ocupação por parte da comunidade ali
presente, ainda que haja alteração de seus componentes no curso do prazo. Faz-se necessário
comprovar ainda em juízo que durante esse tempo não houve oposição ou qualquer interrupção
no prazo prescricional aquisitivo entre terceiros em relação à comunidade ou mesmo à
ocupação.
Por fim, é necessário que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel
urbano ou rural. Portanto, não há possibilidade de se reconhecer o direito aquele possuidor que
anteriormente já tenha sido beneficiado pelo instituto. O entendimento infirmado decorre da
interpretação do art. 183, §2º da CRFB/88 c/c art. 9º, §2º do Estatuto da Cidade.
É evidente o descaso do Estado com caso, isso é evidenciado desde o início das
ocupações, com a falta de adoção de políticas públicas para regularizar as áreas ocupadas, além
da lentidão dado ao processo de concessão de usucapião, tal demora que afetou negativamente
os moradores, que além de estarem sempre com insegurança quanto a ocupação do solo, as
questões básicas de saúde que deveriam ser proporcionadas pelo governo foram custeadas pelos
próprios moradores, tais como iluminação, pavimentação e etc.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No primeiro momento, começamos a análise a lei da usucapião, nota-se que a lei é
subdividida em tipos de usucapião, sendo elas, ordinária, extraordinário e especial (ordinário,
extraordinária e especial). Com esse embasamento, foi possível definir qual o tipo de usucapião
mais adequa em cada caso específico. Portanto, é notável que esse instrumento é necessário
para a garantia da função social da terra.
A princípio, esse estudo, observa-se que estatuto da cidade, na Seção V, da
Usucapião Especial de Imóvel Urbano, apresenta algumas condições para que tem o direito ao
uso da usucapião e o processo de jurídico para obter a posse da terra. Nesse sentido, por
intermédio desse direito é garantido o uso e função do espaço urbano imóvel e permitido que a
família conquiste o eu lar, por meio da usucapião, e assim usando o direito à moradia.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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