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QUALIDADE
Mariana Bonome
E-book 4
Neste E-Book:
Introdução���������������������������������������������������� 3
Auditorias da qualidade�������������������������� 5
Auditorias internas ou de primeira parte����������������6
Auditorias de clientes ou de segunda parte�������� 16
Auditorias externas ou de terceira parte������������� 21
Considerações finais������������������������������29
Síntese����������������������������������������������������������31
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INTRODUÇÃO
Neste quarto e último módulo da disciplina “Gestão
da Qualidade”, você aprenderá sobre um importante
instrumento para a verificação da qualidade em uma
organização: as auditorias. Elas são essenciais para a
sustentação de um Sistema de Gestão da Qualidade
(SGQ) ou Sistema de Gestão Integrada (SGI) porque
revelam o estado atual desses sistemas, seus pontos
fortes e a desenvolver.
3
Essas auditorias, por serem bastante difundidas e
demandarem cuidados específicos, são analisadas
em detalhes neste módulo, o qual também conta
com recomendações para que você possa extrair o
melhor dessas três modalidades de auditoria para o
desempenho da organização onde você atua.
Bons estudos!
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AUDITORIAS DA
QUALIDADE
Agora, você será apresentado a um recurso ampla-
mente utilizado para que SGQs e SGIs sejam manti-
dos e aprimorados ao longo do tempo: as auditorias.
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• Confirmar se o SGQ ou SGI é capaz de garantir os
requisitos especificados por seus clientes.
• Aferir se o SGQ ou SGI está apto a cumprir padrões
de gestão estabelecidos por sua alta direção, para a
execução de seus processos.
• Averiguar se um SGQ ou SGI atende os requisitos
necessários para que seja certificado por um orga-
nismo certificador independente.
• Verificar se um SGQ ou SGI cumpre os requisitos
estabelecidos por prêmios de excelência em gestão,
como o PNQ – Prêmio Nacional da Qualidade e outros.
Auditorias internas ou de
primeira parte
As auditorias internas, ou auditorias de primeira parte, são
assim denominadas porque realizam um processo ava-
liativo da Gestão da Qualidade exercida dentro da própria
organização. Elas podem abranger a verificação de aten-
dimento às especificações estabelecidas para produtos,
processos ou mesmo para o funcionamento do SGQ ou
SGI mantido pela organização (AMBROZEWICZ, 2015).
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A realização de auditorias internas é demandada pela
NBR ISO 9001:2015. Em seu requisito 9.2, a norma
requisita o estabelecimento de programas periódicos
de auditorias internas, capazes de verificar se o SGQ
atende ou não aos requisitos que estabeleceu para o
próprio funcionamento do sistema e aos requisitos
da NBR ISO 9001:2015, da seguinte forma:
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As recomendações acima também se aplicam ao caso
de SGIs, sejam eles direcionados ou não para processos
de auditoria externa. Mais detalhes sobre esse tema
podem ser conferidos no tópico "Auditorias externas
ou de terceira parte" na página 21 deste módulo.
FIQUE ATENTO
É importante que a equipe de auditores inter-
nos seja rigorosa no cumprimento de suas res-
ponsabilidades. Entretanto, esta mesma equipe
deve cuidar para que as auditorias internas não
tenham caráter punitivo em relação aos proces-
sos auditados ou às pessoas envolvidas em tais
processos.
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Inicio Fluxo
Preparar a Agenda
auditoria
Lista de Verificação
Documentos a auxiliar
Notificar o responsável
da área a ser auditada
Agenda
Ata da reunião da abertura
Notificação
Lista de verificação
Auditar
Ata da reunião de encerramento
Emitir solicitação de
ação corretiva
Emitir relatório da
auditoria e reunião de
encerramento Lista de verificações
preenchidas
Relatório
Lista de de auditoria
verificação
Distribuir relatório e
Informe de solicitação de
arquivar documentação ação corretiva
Termino Fluxo
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Uma auditoria interna pode ser conduzida por in-
tegrantes da equipe responsável pela Gestão da
Qualidade na organização, ou mesmo por especia-
listas externos, contratados para esta finalidade
(AMBROZEWICZ, 2015; PALADINI, 2019). Em todo
caso, a equipe de auditores deve contar com um
auditor-líder para conduzir suas atividades. Também
é interessante assegurar que os auditores internos
pautem suas atividades de acordo com as diretrizes
da NBR 19011:2018 (ABNT, 2015b).
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• Acordar previamente com os responsáveis pelos pro-
cessos eventuais paralisações nos trabalhos que forem
necessárias para a realização da auditoria interna;
• Praticar a objetividade ao questionar os auditados
e ao solicitar evidências;
• Buscar entender as relações de causa e consequ-
ência dos processos auditados, especialmente para
os clientes da organização. A auditoria interna deve ir
além da mera busca por evidências que comprovem
o atendimento aos requisitos. O SGQ ou SGI auditado
deve demonstrar ter foco no cliente, além do cum-
primento de requisitos normativos e estatutários;
• Ouvir atentamente os auditados;
• Não inferir, nem supor qualquer informação: deve
haver evidências objetivas para embasar quaisquer
conclusões;
• Exercer confidencialidade diante de informações
sigilosas;
• Documentar cada uma das observações integran-
tes da auditoria, tornando-as de conhecimento dos
auditados no relatório final;
• Comunicar-se claramente, tanto nas reuniões que
conduzir como nas auditorias que realizar e nos re-
latórios que elaborar.
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escopo a ser auditado; a identificação dos auditores
internos; o cronograma de atividades da auditoria;
a pauta e a duração prevista para as reuniões de
abertura e de encerramento da auditoria; os critérios
adotados para assegurar confidencialidade e objeti-
vidade à auditoria.
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Figura 2: Exemplo de registro de auditoria interna da qualidade. Fonte:
Carpinetti e Gerolano (2016)
Podcast 1
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e o registro das não conformidades identificadas.
Conforme estudamos anteriormente, a NBR ISO
9000:2015 define não conformidade como “não
atendimento a um requisito” (ABNT, 2015a, p. 19).
Ambrozewicz (2015) diferencia as não conformida-
des em duas escalas, menor e maior, como indicado
pela Quadro 1.
Exemplos: Exemplos:
• Falta ou falha no preen- • Casos isolados de processos
chimento de registros que que passaram por melhorias,
comprovem o atendimento a porém não contam com docu-
processos essenciais do SGQ mentação adequada de seus
ou SGI; procedimentos;
• Não cumprimento de requisi- • Falta de um registro que
tos legais ou estatutários, evi- evidencie o comparecimen-
denciados durante a auditoria to de um funcionário a um
interna. treinamento.
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O relatório final de auditoria interna deve destacar os
pontos positivos evidenciados no SGQ e SGI e as não
conformidades identificadas, sejam elas de escala
maior ou menor. Seu conteúdo deve ser imediata-
mente disponibilizado aos gestores dos processos
onde se identificou a não conformidade, para que
essas lideranças, suas equipes e a área responsável
pela Gestão da Qualidade possam sanar as não con-
formidades com ações corretivas, a serem realizadas
nos prazos mais curtos possíveis (AMBROZEWICZ,
2015; CARPINETTI; GEROLANO, 2016).
SAIBA MAIS
Para saber detalhes sobre os requisitos que um
auditor deve respeitar nas auditorias internas,
bem como para compreender como se formar
um auditor interno, consulte o capítulo 9 de Am-
brozewicz (2015), o capítulo 2 de Carpinetti e Ge-
rolano (2016) e a NBR ISO 9000:2015. Também é
recomendada a leitura da NBR ISO 19011:2018,
que contém as diretrizes a serem seguidas pelos
auditores internos de SGQs e SGIs.
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frequência semestral, para que haja tempo hábil
para a realização das ações corretivas necessárias.
Entretanto, quanto mais auditorias internas forem
realizadas, mais chances a organização terá de
identificar oportunidades de correção, prevenção e
melhoria em seu SGQ ou SGI (AMBROZEWICZ, 2015;
PALADINI, 2019).
Auditorias de clientes ou de
segunda parte
Este segundo tipo de auditoria ocorre quando os
clientes de uma organização avaliam o cumprimento
do SGQ ou SGI de organizações que atuam como
seus fornecedores ou como organizações subcon-
tratadas. Por exemplo, uma montadora pode acordar
com seus fornecedores de autopeças ciclos periódi-
cos de auditorias de segunda parte (AMBROZEWICZ,
2015; PALADINI, 2019).
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O propósito das organizações-cliente com a realização
de auditorias de segunda parte junto a seus forne-
cedores é assegurar que estes últimos apresentem
evidências das condições de cumprir os compromis-
sos contratualmente assumidos. O cuidado com a
capacidade e com a qualidade de fornecimento deve
ser ainda maior nos casos dos fornecedores cujos in-
sumos ou serviços influenciam diretamente a capaci-
dade da organização-cliente em atender os requisitos
normativos e estatutários que ela deve cumprir.
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contratante e aos próprios fornecedores, atividades
pós-entrega, controle de mudanças
• 8.6 Liberação de produtos e serviços, por parte
do fornecedor.
• 8.7 Controle de saídas não conforme.
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Figura 3: Exemplo de relatório de inspeção de produtos adquiridos de
terceiros. Fonte: Carpinetti e Gerolano (2016, p. 118)
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Figura 4: Sugestão de procedimento para avaliação de fornecedores.
Fonte: adaptado de Carpinetti e Gerolano (2016, p. 120)
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Auditorias externas ou de
terceira parte
Quando uma organização deseja uma comprovação
de que seu SGQ ou SGI é capaz de atender os requisi-
tos normativos de uma ou mais normas, é necessário
que ela se submeta a uma avaliação, planejada e
realizada por um organismo externo e independente.
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(IAF) (CARPINETTI; GEROLANO, 2016). A Figura 5
esclarece a relação entre organizações interessadas
em certificações externas, organismos certificadores,
organismo acreditador e o IAF.
INMETRO
Organismo acreditador brasileiro, único autorizado
pela IAF a acreditar organismos certificadores
Organismos certificadores
independentes
Organizações que voluntariamente se sujeitam a
obter a acreditação para desempenhar seu papel
de certificadora de SGQs e SGIs
Organizações
Empresas privadas, públicas e organizações não
governamentais, interessadas em validação
externa e independente de seus SGQs ou SGIs,
desenvolvidos com base em normas
reconhecidas internacionalmente
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SAIBA MAIS
No Brasil, é possível conhecer quais organismos
certificadores são acreditados pelo INMETRO,
consultando o seu site: http://www.inmetro.gov.br.
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Inicio Fluxo
Contratar empresa
independente de auditoria
Estabelecer os Manual de
parâmetros da auditoria auditoria
Procedimentos
Documentos
a auditar
Auditar
Ata da reunião de
abertura
Lista de verificação
Solicitação de
ação corretiva
Sim
Termino Fluxo
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É possível observar algumas semelhanças entre os
processos de auditoria interna e externa descritos nas
Figuras 1 e 6. Assim como nas auditorias internas, as
auditorias externas para certificação contam com eta-
pas de planejamento, abertura, execução, emissão e
divulgação de relatório com os resultados da auditoria.
Isso se deve ao fato de que as auditorias internas devem
ser suficientes para preparar a organização para alcan-
çar a almejada certificação mediante auditoria externa
(CARPINETTI; GEROLANO, 2016; CUSTÓDIO, 2015).
Podcast 2
25
É importante destacar que o processo de auditoria
externa é tão minucioso quanto o da auditoria inter-
na. Logo, caso os auditores externos identifiquem
não conformidades de escala menor, elas deverão ser
tratadas pela organização com rapidez, cumprindo
o cronograma estabelecido para a execução da au-
ditoria externa. O propósito é evitar que o processo
de certificação seja interrompido.
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cação: não conformidades de escala menor deman-
dam tratativas urgentes; não conformidades de escala
maior suspendem a validade do certificado obtido
(CARPINETTI; GEROLANO, 2016; CUSTÓDIO, 2015).
REFLITA
Os custos de obtenção e manutenção dos certi-
ficados de um SGQ ou de um SGI são considera-
velmente elevados e podem representar grande
dispêndio financeiro para organizações de pe-
queno porte. Logo, vale a pena mesmo obter uma
certificação para o SGQ ou SGI?
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exemplo, fazer com que seu SGQ cumpra os re-
quisitos normativos da NBR ISO 9001:2015 sem
obter reconhecimento externo por meio de um
processo de certificação. Isso se deve ao fato de
que os requisitos normativos são de adesão vo-
luntária e o texto original desta norma pode ser
rapidamente obtido adquirindo-o do catálogo da
ABNT, disponível em: www.abntcatalogo.com.br.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi possível conhecer, neste módulo, as principais
características das auditorias, especialmente destes
três tipos: internas, de segunda parte e externas.
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obter e manter certificações relativas aos proces-
sos de seus SGQs ou SGIs. Tais auditorias ocorrem
mediante contratação de um organismo de certifi-
cação independente, além de requerer a definição
clara do escopo do SGQ ou SGI que será submetido
ao processo.
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Síntese
GESTÃO DA QUALIDADE
AUDITORIAS DA QUALIDADE