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e Educação
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 4
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS.............................................................................. 9
CAPÍTULO 1
ASPECTOS FILOSÓFICOS E HISTÓRICOS..................................................................................... 9
CAPÍTULO 2
O DIREITO DE TODOS À EDUCAÇÃO – QUESTÕES RELIGIOSAS/CULTURAIS................................. 13
CAPÍTULO 3
O DIREITO DE TODOS À EDUCAÇÃO – DISPOSITIVOS LEGAIS E O ANALFABETISMO..................... 26
CAPÍTULO 4
EDUCAÇÃO BÁSICA, RELIGIÃO E A LEGISLAÇÃO..................................................................... 38
UNIDADE II
EDUCAÇÃO E FILOSOFIA...................................................................................................................... 56
CAPÍTULO 1
PEDAGOGIA E EDUCAÇÃO..................................................................................................... 56
CAPÍTULO 2
OS JESUÍTAS ........................................................................................................................... 65
CAPÍTULO 3
EDUCAÇÃO E FILOSOFIA........................................................................................................ 72
CAPÍTULO 4
OS FILÓSOFOS E A EDUCAÇÃO.............................................................................................. 78
REFERÊNCIAS................................................................................................................................... 97
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de
Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
5
Atenção
Saiba mais
Sintetizando
6
Introdução
Podemos pensar que educação e filosofia estão inteiramente ligadas quando entendemos
que a segunda estuda, debate, dialoga e possibilita melhor compreensão da primeira,
visto que a filosofia é uma área secundária, a qual estuda os campos primários do
conhecimento humano, tal como matemática, biologia, física etc.
Seria estranho e sem efeito tratarmos somente das concepções filosóficas teóricas, se
não tratarmos da questão mais ampla. O filósofo da ciência, Ian Hacking, favorável
à posição de que o desenvolvimento da ciência se dá por meio da experiência, isto é,
segundo ele mesmo ilustra, é preferível um filósofo de balcão do que um de poltrona,
já que o primeiro importa-se com o contexto real ao seu redor, enquanto o segundo
somente conjectura e reflete a respeito das coisas abstratas.
Também trataremos de dispositivos legais que envolvem o setor, bem como planos
governamentais nacionais e internacionais que abordam a questão educativa.
Destarte, com o pano de fundo formado, analisaremos questões do ensino religioso,
confessionalidade e funções de um capelão escolar.
Deste modo, sugerimos que não negligencie as leituras complementares e o bom senso
da busca em caráter proativo de leituras de modo independente, porém, baseadas nos
conteúdos aqui relacionados.
Objetivos
»» Conhecer os principais aspectos da educação e das questões culturais.
CAPÍTULO 1
Aspectos filosóficos e históricos
Concepções iniciais
A história da educação é parte da história da cultura, tal como esta,
por sua vez, é parte da história geral. Não é fácil definir a história, têm
sido dadas muitíssimas interpretações. Para nós, a história é o estudo
da realidade humana ao longo do tempo. Não é, pois, matéria apenas
do passado, senão que o presente também lhe pertence, como corte,
ou seção, no desenvolvimento da vida humana. Por outro lado, a
História da Cultura se refere aos produtos da mente humana, tais como
se manifesta na arte, na técnica, na ciência, na moral ou na religião
e em suas instituições correspondentes. A educação é uma dessas
manifestações culturais; e também tem sua história [...]. Por educação
entendemos, antes do mais, a influência intencional e sistemática
sobre o ser juvenil, com o propósito de formá-lo e desenvolve-lo.
Mas significa também a ação genérica, ampla, de uma sociedade sobre
s gerações jovens, com o fim de conservar e transmitir a existência
coletiva. A educação é, assim parte integrante, essencial, da vida do
homem e da sociedade, e existe desde quando há seres humanos sobre
a terra (LUZURIAGA, 1985, pp. 1-2).
O treino nos processos de obtenção de alimento, de vestiário e de abrigo – que são imposições de natureza direta
e permanente para todo indivíduo na sociedade primitiva – constitui sua educação prática. Apesar disso, nunca, ou
talvez só muito raramente, pode-se encontrar por parte da sociedade um processo de educação consciente e direto.
É que a criança adquire o conhecimento necessário por meio da imitação. Nos primeiros anos de vida, esta imitação é
Educação Prática inconsciente. A criança, nas tribos selvagens e bárbaras, brinca com imitações, em miniatura, dos instrumentos usados
pelos adultos. Seus passatempos e jogos, igualmente, tão-só são imitações das atividades da vida da adulta.
O segundo estágio dessa educação é realizado pela imitação consciente. Meninos e meninas participam das atividades
dos adultos e aprendem por imitação, uma vez que se passa a exigir deles o trabalho. Esta exigência por parte do adulto
não tem o objetivo de educar a criança, mas, sim, o de obter resultados do trabalho.
Há outra fase da vida primitiva, que ocupava os adultos e que possuía valor educativo para o jovem: é a referente às
cerimônias, danças e práticas de feitiçaria. Tais execuções rituais constituem o culto religioso dos povos primitivos e são
necessárias ainda antes do que a caçada, a expedição militar, a colheita, o plantio do grão, o armazenamento dos víveres,
Educação Teórica em suma, antes de qualquer atividade social importante.
As cerimônias de iniciação possuem especial valor educativo. Vamos encontrá-las em todo povo primitivo. Há, geralmente,
cerimônias de iniciação para meninas, orientadas por mulheres; e para rapazes, orientados por homens.
Pelos vários estágios da vida selvagem e da vida bárbara, algum adiantamento, embora perfeitamente inconsciente ou
irracional, pode ser delineado nos seguintes aspectos:
Embora todos os homens de certos grupos participem das representações cerimoniais, estas se acham, geralmente, sob
Uma classe social: a direção de pessoas determinadas. Os atos de magia e feitiçaria, que têm por alvo apaziguar os espíritos e alcançar o
os professores controle sobre eles, por meio da manipulação de símbolos, estão, de fato, nas mãos de uma classe especial possuidora de
um poder sobrenatural sobre os espíritos primitivos.
Ao mesmo tempo em que se processa a organização especial do sacerdócio, a interpretação da vida ou da experiência
Matérias de se torna tão complexa, e a cerimônia tão complicada que se faz mister sujeitá-las a uma forma permanente. É daí que
estudo surgem as linguagens escritas. Formam elas o marco principal de distinção entre os estágios bárbaros e o estágio
civilizado da organização social.
Enquanto a educação consiste apenas em aprender “o que fazer e como fazer” pela imitação direta dos adultos ou
Elaboração do da classe religiosa especial, não se pode ainda falar de método propriamente dito. Há, apenas, treino pela imitação. A
método educação das massas era o treino prático do lar; o treino teórico – realizado em cerimonial religioso – era dado pelo
sacerdócio.
Tão logo vejamos os fatores históricos, sejam eles culturais ou sociais, que levam ao
pensamento da historicidade de ambos, aos quais os mais importantes estão listados
no quadro 2.
Cada povo e cada época têm a suas situações histórica; em outras palavras, cada ponto possui uma ocupação
Situação histórica
histórica da educação. No século XVII, a educação na Europa, em meio às guerras na religião, é bem diferente da
geral
educação do século XIX, por exemplo, ao qual possui um desenrolar histórico mais tranquilo.
Influi na educação de determinada época, diversas formas de manifestações religiosas, filosóficas, políticas etc. Com
Caráter da cultura isto, a educação denominada clássica é política em sua essência; já a medieval, religiosa; quando ao século XVII, é
realista; no que se refere ao século XVIII, racionalista e assim por diante.
O caráter educativo é relativo às classes sociais, à constituição familiar, à vida cotidiana, bem como aos grupos
Estrutura social profissionais que predominam na sociedade. Com isto, a educação em Atenas somente era para quem era livre; na
Idade Média, somente para o Clero e os guerreiros, especialmente; já na Renascença, para os cortesões etc.
O momento histórico é um fator limitante também. Haja vista que a educação foi uma no Império Romano nos
Orientação política primeiros século (d.C.), diferente da Europa no século XV, assim como quase que não se parecia com a do regime
absolutista na Alemanha (séc. XVIII), o revolucionário na França e assim por diante.
Ela também depende da estrutura econômica, localização, produção etc. Nos primórdios dos tempos, era
Vida econômica
essencialmente agrícola e pastoril; no século XIV, gremial, já a do século XIX, comercial e industrial.
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INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
É condicionado a cada época também. À concepção da vida e de mundo: ao cavalheiresco, no período medieval,
Ideais de educação
refere-se ao ideal educacional do nobre; já quanto ao Humanismo, o sistema educacional erudito.
Concepção Baseia-se em ideias de educação de caráter mais importante, ao qual a forma de educação sensorial tem na figura de
estritamente Locke diferente de Fichte; naturalista de Rousseau, oposto à Herbart, sendo o último mais intelectual; a pragmática de
pedagógica Dewey, da de Spranger, mais cultural.
Personalidade e a
Decisivas para o avanço educacional: o autor dá exemplos de cada gênero em: Sócrates e Platão; Lutero e Loyola,
atuação dos grandes
Comenius, Pestalozzi e Froebel.
educadores
Reformas das Leva-se a cabo Frederico, o Grande, na Prússia; na França cita-se Napoleão; Horace Mann no EUA; Sarmiento na
autoridades oficiais Argentina. Figuras as quais mudam severamente a realidade na educação.
Modificações
das instituições e Por fim, tem-se em Ratke e Basedow no passado e ainda Montessori e Decroly na contemporaneidade.
métodos da educação
Com efeito, certamente o sistema educacional foi influenciado por diversos fatores e
diversos modos e posicionamentos de figuras filosóficas. A educação influi de maneira
recíproca em todos, ou ao menos deveria. A maneira pela qual é possível fazer alguma
uma mudança positiva na sociedade, seja ela em qual nível for, é por meio da educação;
haja vista as famosas fases históricas da mudança e construção social da humanidade
nos tempos da Reforma, Iluminismo, Renascença, Revolução Francesa e diversos
pontos importantes na história.
Na antiguidade, caracteriza-se e educação natural, uma vez que aqui a influência de modo espontâneo e direto
Educação Primitiva sobrepõe o intencional. Não existiam povos ou Estados, mas somente pequenos grupos da espécie humana
espalhados pelo planeta.
Grupos já desenvolvidos e civilizados, normalmente autocráticos, religioso e erudito. É composto por diversos países:
Educação Oriental China, Arábia, Egito, Índia, os hebreus etc. Luzuriaga diz que é difícil estabelecer uma ordem cronológica exata, mas
diz-se que tal fase envolve o século XXX ao século X a.C., ou cerca de 20 séculos.
Inicia aqui a civilização ocidental, a qual tem um caráter humano e civilizado bastante acentuado. Grécia e Roma
Educação Clássica possuem características similares. A vida cultural e individual se desenvolve especialmente entre os séculos X a.C. e V
da era cristã, isto é, um espaçamento de quinze séculos.
Desenvolve-se, principalmente, o cristianismo, iniciado na fase anterior, porém agora voltado para o alcance de
Educação Medieval todos os povos Europeus, do século V ao XV, iniciando já uma outra fase, se que, todavia, finde e educação cristã,
chegando até o momento contemporâneo.
Inicia-se no Renascimento, no século XV, muito embora antes seus sinais já eram claros. Representa-se nesta fase o
Educação Humanista retorno à cultura clássica, porém, a ocorrência de uma nova maneira de vida, a qual se baseia na natureza, na ciência
e na arte.
Educação Cristã Como foi a Renascença Cultura Humanista no século XV, aparece no século XVI seu produto: a Reforma Religiosa.
Reformada De um lado, o aparecimento dos fundamentos protestantes, do outro, a reforma na igreja católica e contrarreforma.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
Iniciam-se os métodos educacionais modernos, baseado na ciência e filosofia (logo pensamos em Galileu, Newton e
Educação Realista Descartes). Fase que se inicia no século XVII chegando até os dias atuais, dando lugar a uma das maiores figuras da
didática (Ratke e Comenius).
Patente do século XVIII, surge da denominada “Ilustração”, isto é, o movimento cultura que começou na Renascença.
Educação Racionalista
Século este de Condorcet e Rousseau, cujo final inicia o movimento idealista na pedagogia, por meio da figura de
e Naturalista
Pestalozzi como a mente mais proeminente.
Antes da Revolução Francesa se tem seu início. Chegando ao seu cume no século XIX, promovendo intervenção
Educação Nacional crescente do Estado no sistema educacional, bem como no desenvolvimento de consciência nacional, patriótica para
com todo o mundo civilizado. Estabelece a escola primária universal, de caráter gratuito e obrigatório.
O autor também afirma a dificuldade de caracterizar esta fase da educação do século XX, ao qual possui em seu
aspecto mais forte a tendência para educação democrática, a qual faz das características individuais livres o cerne
Educação Democrática
das atividades, independe da posição social e econômica, proporcionando o grau mais elevado de educação à maior
quantidade de pessoas possíveis.
Veja mais sobre este tema nas obras de Paul Monroe e Lorenzo Luzuriaga,
“História da Educação” e “História da Educação e da Pedagogia”, respectivamente.
Essas obras possuem diversas edições. É válido se aprofundar.
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CAPÍTULO 2
O direito de todos à educação –
questões religiosas/culturais
Breve histórico
Em “Direito à educação: subsídios para a gestão dos sistemas educacionais: orientações
gerais e marcos legais”, Blatter (2006) afirma que a implementação da república
brasileira e o nascimento das primeiras concepções de um planejamento que abordasse
o tema educativo para todo o território brasileiro surgiram em conjunto.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
devia se dar na lei. Blatter (2006, p.110) continua nos ajudando ao afirmar que em 1962
surgiu o primeiro Plano Nacional.
Este plano fora elaborado dentro da vigência primeira Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (Lei no 4.024/1961). Não como Projeto de Lei (PL), mas somente
como uma espécie de iniciativa, aprovada pelo Conselho Federal de Educação, do
Ministério da Educação e Cultura.
Em 1967, ressurgiu a concepção da lei, proposta mais uma vez pelo Ministério da Educação
e Cultura, sendo esta discutida em quatro Encontros Nacionais de Planejamento, porém
não houve concretização. Finalmente, em 1988, por meio da Lei Maior, 50 anos após a
primeira tentativa oficial, “ressurgiu a ideia de um plano nacional de longo prazo, com
força de lei, capaz de conferir estabilidade às iniciativas governamentais na área de
educação. O art. 214 contempla esta obrigatoriedade” (BLATTER, 2006, p.110).
Nos artigos 9o e 87, da Lei no 9.394, de 1996, que “estabelece as Diretrizes e Bases da
Educação Nacional”, é determinado o dever da União o conteúdo do Plano, tendo os
Estados como participantes, DF e demais municípios. Instituiu-se, portanto, a Década
da Educação.
Preconiza, ainda, a Lei que o Plano ao Congresso Nacional seja encaminhado pela
União, um ano depois da citação da lei e sua devida publicação, bem como as metas
e diretrizes com vista a dez anos após tal ocorrência, corroborando com a Declaração
Mundial sobre Educação para Todos.
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INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
Após os anos de 1980 e 1990, o avanço do debate sobre os direitos humanos no Brasil
tomou alguns caminhos importantes e avançou consideravelmente, mas ainda muito
longe do ideal, mesmo assim à frente das décadas de 1960 e 1970.
Muito relevante fora o avanço nos mecanismos de controle social voltado para
políticas públicas, questões étnico-raciais, culturais, econômicas, sociais e ambientais.
Baseando-se em princípios dos direitos humanos e conceitos de cidadania – e aqui entra
a participação fundamental dos pensamentos educacionais de cunho filosófico, a fim de
fazer com o que o cidadão entenda e compreenda seu papel, por meio da educação e
até mesmo de atributos metafísicos, pois sem valores “abstratos” morais resgatados,
dificilmente haverá mudança cidadã – democracia, cidadania ativa e planetária, “por
sua vez inspiradas em valores humanistas e embasadas nos princípios da liberdade, da
igualdade, da equidade e da diversidade, afirmando sua universalidade, indivisibilidade
e interdependência” (BRASIL, 2007, p. 23).
Pinsk e Pinsk (2005) nos trazem um pano de fundo interessante a fim de introduzirmos
o contexto de minorias do próximo tópico:
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
Por um lado, alguns expressam sua opinião favorável devido à falta de oportunidades
que muitos encontram no mercado de trabalho e no mundo acadêmico simplesmente
pelo fato de serem afrodescendentes. Por outro, alguns da própria minoria tratam
essa questão como escandalosamente preconceituosa, já que intelectualmente não há
sentido de tratar os que não possuem pele clara com maior favorecimento, sendo que
terão que estudar de maneiras semelhantes e vestibulares nos seus mais diversos fins
não solicita foto ou algum tipo de identidade física.
Haas e Linhares (2012), baseados em Santos (1999), diz que o intuito das cotas é abolir
as desigualdades históricas, garantir a igualdade de tratamentos e oportunidades,
como também “compensar perdas provocadas pela discriminação e marginalização
decorrentes de motivos raciais, étnicos, religiosos, de gênero e outros”.
»» jurídicos;
»» políticos;
Comumente, são assuntos polêmicos que geram no mínimo reflexão. Por isto a
importância de discorrer, neste material, uma vez que a reflexão gera o debate filosófico,
imbuindo debates pedagógicos e reuniões relacionadas.
Assuntos que achávamos já não ter mais com que se preocupar, como fundamentalismo,
racismos, patriotismo excessivo, que geram ataque e não apenas defesa, nacionalismos
em geral, regionalismos, chauvinismos e muitos outros têm se transformado em
assuntos mais que atuais.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
Eles afirmam que a gravidade da transgressão de princípio é muito mais grave do que
a violação da norma. A desatenção a determinado princípio sugere certa ofensa, não
somente a um mandamento obrigatório específico, porém, ao sistema de comandos
como um todo. “É a mais grave forma de ilegalidade ou inconstitucionalidade,
conforme o princípio atingido, porque representa a insurgência contra todo o sistema e
a subversão de seus valores fundamentais”.
Logo, nossa Carta Magna garante a igualdade, dignidade, liberdade e pleno exercício
da cidadania, participação em uma sociedade democrática, independente de raça, cor,
credo, sexo etc.
Favoráveis Contrários
É possível a promoção de ações afirmativas sem a inserção
de sistemas de cotas injustos; ao invés de compensar as
As ações afirmativas simbolizariam medidas compensatórias destinadas a aliviar o
dificuldades sociais por privilégios (vagas reservadas), é
peso de um passado discriminatório.
melhor insistir sobre critérios para avaliar corretamente o
mérito dos alunos.
Os programas de ações afirmativas são paliativos e não
Ação afirmativa trata da própria exigência de uma educação que se volta para
alteram a justiça distributiva na sociedade brasileira; o
valores e para a promoção da diversidade ético-racial, uma vez que o objetivo
modelo norte-americano não seria a solução para o contexto
maior do processo educacional é o pleno desenvolvimento da personalidade do
político brasileiro, já que poderia provocar uma discriminação
ser humano.
“reversa”.
Por meio da ordem político-social, objetivando uma sociedade mais democrática,
por meio da transformação de organizações políticas e institucionais, o título Haveria a consequente queda do padrão de qualidade das
universitário ainda remanesce como uma espécie de passe para o crescimento universidades públicas pelo fato do ingresso de estudantes
social e para a democratização das esferas de poder. Por meio também do com formação educacional de alta deficiência, havendo então
“empoderamento” dos grupos historicamente excluídos, com efeito, a ampliação a possibilidade intrínseca de marginalização e segregação
do número de afrodescendentes juízes, advogados, procuradores, médicos, dentre dentro da própria instituição.
tantas outras categorias profissionais, o título universitário é fundamental.
Por meio das pesquisas de Oliveira (apud MARTINS et al., 2009), por meio de 60
entrevistas com pessoas de fenótipo branco, fora verificada a superioridade de preleções
adversas aos programas de ação afirmativa, principalmente com relação às cotas para
negros nas universidades públicas.
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INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
»» Étnica: objetiva-se a questão dos critérios por meio dos quais se pode
definir alguém como negro no país.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
Por fim, Martins et al. (2013) afirmam que o presente momento é favorável à psicologia
para o debate a respeito das relações étnico-raciais, bem como no que refere suas
variantes científicas, podendo cooperar para um melhor posicionamento e maior
compreensão do preconceito, da discriminação e do racismo em si.
Os autores prosseguem nos informando que, ante os progressos dos marcos regulatórios
– tal como leis, decretos, portarias, resoluções etc. – e das políticas de proteção e
promoção de direitos no Brasil, vem a psicologia sendo cada dia mais “interpelada e
chamada a contribuir para a compreensão das relações étnico-raciais”.
Não há como afirmar que a inclusão por meio da Lei no 12.711/2012 tenha o condão
de garantir a superação dos desafios apresentados. Ademais, referida legislação não
estabelece parâmetros concretos, capazes de infirmar uma política que não continue
a gerar desigualdades. Talvez aquele discurso se mostre mais destinado à propaganda
eleitoreira do que, propriamente, à análise das circunstâncias que permeiam a lei
sancionada (GOMES; SIQUEIRA, 2013).
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INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
MAIO, Marcos Chor; SANTOS, Ricardo Ventura. Política de cotas raciais, os “olhos
da sociedade” e os usos da antropologia: o caso do vestibular da Universidade
de Brasília (UnB). Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_ar
ttext&pid=S0104-71832005000100011>.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
MACÊDO, Márcia Andréa Durão de. Cotas raciais nas universidades brasileiras:
Legalização da discriminação. Disponível em: <http://www.ambito-juridico.com.
br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6770&revista_caderno=9>.
22
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
Isso inclui atividade públicas, as festas e diversas celebrações, o que engloba eventos como Quarup, Sairé, festejos do Divino
Espírito Santo, Boi de Parintins, bumba-meu-boi, Círio de Nazaré, apresentações teatrais, de dança, recitais poéticos, ternos
Eventos
e folias de reis, reinados do congo, exposições de artes plásticas, tambores, maculelê, tambor de crioula, quadrilhas juninas,
cantos de trabalho, ritos de passagem, cantorias, sambas, que tenham a cultura negra e/ou indígena evidenciada.
Envolve questões de nascimento, o passar da infância/adolescência para a vida adulta, do casamento, da morte etc. São
Rituais
exemplos: moça nova, tucandeira e rituais sagrados, como ocorrem nas religiões de matriz africana.
Trabalho e seus processos, produtos obtidos, que estão relacionados aos municípios e região; característicos do viver,
Ofícios e modos de celebrar, conviver, onde a base histórica e inicial se baseia nas civilizações indígenas e/ou africanas. Encontra-se nas artes
fazer e no artesanato, na culinária, na fabricação de instrumentos e de outros objetos de cunho religioso. Temos também na
medicina tradicional.
Espaços construídos ou naturais, como as aldeias, as reservas indígenas, territórios quilombolas, terreiros, mercados,
Lugares e feiras, rios, cachoeiras, praias, beira-rio, beiradão, mangues, igarapés, igapós, lagos, paranás, várzeas, furos, montanhas,
construções florestas. Eles testemunham passagens importantes da história local e traduzem a experiência indígena e afro-brasileira
no município.
São contados, normalmente, pelos mais idosos, pois conhecem a história e a cultura, tendo o prazer de repassá-las aos
mais jovens, que, e, por conseguinte, passam a se orgulhar de seu pertencimento étnico-racial. A tradição oral faz esse
Mitos, contos,
bem circular, ganhar mundo, organizando a vida, as ideias, mantendo a riqueza cultural de um povo. Isso tudo compõe
histórias
a cultura de cada localidade, mostrando o jeito como as pessoas se relacionam, se vinculam ao passado e à tradição,
dando continuidade à existência.
Normalmente, são pessoas com conhecimentos relevantes da região e com experiência de vida, líderes comunitários,
Lideranças e
artistas. Inclui: caciques, tuxauas, líderes quilombolas, benzedeiras, mães e pais de santo, pajés, guerreiros, cantadores,
personalidades
mestres de manifestações culturais.
Expressões e
Expressões linguísticas de origem indígena e africana que permanecem no falar cotidiano do povo, sua linguagem
vocábulos locais e
específica e seus mais diversos significados. Muitos nomes de rios, povoados, comidas e objetos carregam essa herança.
regionais
Narrativas que contam um pouco da vida do município e/ou de uma comunidade específica, resgatando suas origens,
Histórias dos locais
como surgiu, se existe há muito tempo, quem foram seus pioneiros, se já foi maior, se pertenceu a outro município etc.
e dos territórios
Inclui explanações sobre como o município se encontra atualmente, a história de seus bairros, comunidades e distritos.
Entidades locais representativas da população indígena e afro-brasileira do município, como associações e grupos
Instituições culturais ou comunitários, terreiros, ONGs, movimentos de luta pela terra – a exemplo de seringueiros, Movimento Cabano
ou Cabanagem (1835-1840) etc.
Fonte: Cultura e Identidade: comunicação para igualdade étnico-racial. Disponível em: <http://www.unicef.org/brazil/pt/
br_cultura_guia_sab.pdf>. Acesso em: 7/4/2016.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
Pinsk e Pinsk (2005, pp. 460-461) nos dá uma janela histórica, bem como nos coloca
uma “pulga atrás da orelha” no que se refere à realidade dos fatos atuais:
24
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
Por fim, vale-nos conhecer as diferentes óticas e visões sobre a discrepância da realidade
que aprendemos versus a realidade contemporânea:
Com efeito, até recentemente o destino dos índios vinha sendo traçado
por antropólogos e historiadores, sem falar sobre o pensamento desejoso
da elite dominante, como inexoravelmente condenado ao desfecho de
“fim de raça”. Por esse modo, estaria se confirmando todo um conjunto
de concepções e sentimentos, teorias, hipóteses, e elucubrações em
torno da ideia de que os índios iriam se acabar. Isso constitui o que
chamamos de “paradigma da aculturação”, o qual se pode dizer que
designa o processo histórico de destruição das populações autóctones e
domínio do Novo Mundo, analisado e interpretado como se isso fosse
um evento natural, próprio do confronto entre civilização e barbárie.
A sobrevivência dos povos indígenas atuais, no Brasil, nas Américas e
no resto do mundo não europeu significa que o paradigma tinha fortes
tinturas ideológicas. Estamos assim diante da necessidade de repensar
todo esse processo histórico para que seja compreendido à realidade
atual da sobrevivência étnica (PINSK; PINSK, 2005, p. 435).
25
CAPÍTULO 3
O direito de todos à educação –
dispositivos legais e o analfabetismo
Com efeito, é certo que, para o Plano, a educação e os direitos humanos são entendidos
como um processo sistemático e multidimensional, ao qual orienta a formação do
sujeito de direitos.
26
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
»» sistemas educacionais;
»» saúde;
»» justiça;
»» mídia;
»» comunicação e informação;
»» segurança etc.
Veja mais alguns pontos importantes do PNEDH, aos quais nos importam dentro
de nosso contexto educação, religião e filosofia, uma vez que nos dará um pano
de fundo imprescindível para melhor compreensão do que será tratado na
próxima unidade e demais conteúdos teóricos, tal como o estudo da religião
na educação e as concepções de filósofos em torno deste tema. Infrutífero seria
conjecturar e tratar de pensamentos abstratos, sem antes estar respaldado do
conteúdo teórico inerente ao teor prático legislativo que deve ser aplicado,
haja vista que tais dispositivos marcam a possibilidade da inserção cultural e
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
Conceituações
São-nos úteis algumas definições e, com veremos adiante em Bobbio (2004, p. 45)
que a questão de Direitos Humanos não é de cunho particularmente filosófico, tem
fundamental importância para dar base contemporânea para o correto pensamento e
posicionamento diante da temática, por conseguinte, vejamos:
Quadro 6. Conceituações.
Direito humano à educação não se restringe apenas ao direito de ir à escola, mas sim deve ter qualidade, ter a
Direito humano à
capacidade da promoção do pleno desenvolvimento da pessoa, respondendo aos interesses de quem estuda e de sua
educação
comunidade.
Não é possível dissociar o respeito a outros direitos humanos e o exercício do direito à educação. Deste modo, não se
deve permitir que a creche ou a escola, seus conteúdos e materiais didáticos reforcem preconceitos, por exemplo. Isso
Direitos humanos na
inclui a não aceitação de que o espaço escolar coloque em risco a segurança e a saúde dos estudantes, bem como
educação
gestão autoritária, o que impossibilita a livre manifestação do pensamento de professores e estudantes, bem como sua
participação na gestão da escola.
Os direitos humanos precisam necessariamente fazer parte do processo educativo das pessoas. Elas precisam de
algum modo defender seus direitos, bem como todos precisam conhecê-los e saber como reivindicá-los. Não
Educação em somente isto, a educação em direitos humanos promove o respeito à diversidade: o que inclui as características
direitos humanos religiosas, bem como étnico-racial, cultural, geracional, territorial, de gênero, de orientação sexual, de nacionalidade,
de opção política, dentre outras), a solidariedade entre povos e nações e, como consequência, o fortalecimento da
tolerância e da paz.
Kohan (2003) ressalta o fato de que também é um problema político a questão educacional,
considerando a não aplicação política da educação de qualidade. Por definição, atribui-se
o pensamento filosófico como ferramenta para o avanço da atribuição e aplicação legal do
direito educacional para todos.
28
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
As lições para a filosofia, a educação e a política que Walter Kohan traz é a lição de política
para a filosofia da educação; lição de filosofia para a política da educação; lição de educação
para a política da filosofia; lições de uma experiência de filosofia da educação.
Certamente, cada país possui suas características autônomas que define como será
oferecido à sociedade o acesso à educação e ao ensino. Contudo, para estabelecer um
padrão adequado, é que existem as normas internacionais. O Manual de Direito Humano
à Educação ressalta que elas devem ser:
1. disponíveis;
2. acessíveis;
3. aceitáveis;
4. adaptáveis.
Refere-se que a educação deve ser gratuita e disponível para todas as pessoas. Deve ser a obrigação sumária do Brasil
estabelecer seguramente a implantação de creches e escolas para todos, a fim de garantir as devidas condições, sejam elas
na qualidade de ensino, prediais, materiais de apoio, dentre outros quesitos importantes.
Disponibilidade
Deve haver necessariamente vagas disponíveis para todos. Muito embora o Estado não seja o responsável exclusivo pela
concretização do direito à educação, as normas internacionais acabam por obrigar ser ele afigurar de maior relevância, com
maior poder econômico, portanto, responsável por assegurar a universalidade das oportunidades.
Deve-se ver garantia do acesso à educação pública, isto é, sem nenhum tipo de discriminação. Todos devem ter acesso à
Acessibilidade educação. Seja de cunho não discriminatório étnico, acessivo aos materiais fundamentais, seja acesso econômico, ninguém
deve(ria) ser privado do acesso à educação.
A fim de garantir a qualidade da educação, a aceitabilidade está relacionada aos programas de estudos, métodos
pedagógicos, garantia de qualidade do corpo de professores, bem como assegurar à adequação ao contexto cultural. Quem
Aceitabilidade
deve, portanto, assegurar tais posições é o Estado, e este está obrigado a isto. Desde então o ensino deve ser de qualidade,
com profissionais pedagógicos adequados em perfeito funcionamento das condições materiais e de ensino.
Aduz a adaptabilidade dos grupos de estudantes com a escola. A educação, desta forma, deve corresponder à realidade das
Adaptabilidade pessoas, disposta a respeitar os costumes, a cultura e as religiões, pois é possível a existência de diferenças. A educação
deve se adequar a função social frente às questões discriminatórias de desiguais. A gestão de ensino deve ser democrática.
29
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
1. respeitar;
2. proteger;
30
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
O autor ainda considera os recursos financeiros limitados, bem como nos chama a
atenção para não descurar dele, uma vez que decerto irá atrapalhar o desenvolvimento
e crescimento qualitativo e quantitativo do saber nos países em desenvolvimento. Deve-
se garantir as necessidades sociais adequadas, de acordo com a Constituição do país.
1. Garantia de ensino fundamental O esforço necessário que se dá de maneira prioritária a fim de garantir que todos possuam a mínima
obrigatório de oito anos a todas as formação necessária objetivando exercitar a cidadania para gozo patrimonial no mundo social atual. O
crianças de 7 a 14 anos, assegurando desenvolvimento pedagógico deve condizer com as realidades e vertentes atuais sociais. Com relação aos
o seu ingresso e permanência na mais carentes, a necessidade do período integral é primordial.
escola e a conclusão desse ensino.
2. Garantia de ensino fundamental A prioridade aqui é a erradicação do analfabetismo. A EJA (Educação de Jovens e Adultos) é, então, o
a todos os que a ele não tiveram foco dessa prioridade. Não somente pelo fato da educação, em caráter acadêmico, mas a pedagogia
acesso na idade própria ou que não o voltada para a cidadania, informando-os de seus direitos e deveres para com a sociedade como um todo.
concluíram. Entendimentos básicos de ciências exatas, língua materna, história e política também fazem parte do
objetivo deste tópico.
3. Ampliação do atendimento nos Aqui cabe a educação infantil, ensino médio e a educação superior. A partir dos 6 anos prevê-se a extensão
demais níveis de ensino escolar de modo obrigatório. Seja na educação infantil ou ensino fundamental, bem como a gradativa
extensão quando no ingresso ao ensino médio voltado para jovens que concluíram o módulo anterior,
valendo também para Jovens e Adultos que deixaram de cursar os ensinos coerentes com sua respectiva
idade. Garantir o crescimento gradual de vagas, concomitantemente às oportunidades de formação inerente
às necessidades de idades variadas, é entendido pelo Plano como “ampliação do atendimento”. Isso inclui
níveis maiores tal como a tecnologia, artes e cultura, a política e intelectualidades em geral, empresas e
sindicâncias, afora ainda as oportunidades do mercado de trabalho. Tal prioridade deve garantir ainda no que
se refere à educação profissional, oportunidades para a complementação da educação básica a qual guie de
modo perene o desenvolvimento de talentos para melhor adaptação e produção de cada indivíduo, voltados
também às variadas formas educacionais, tecnológicas, trabalhistas e científicas.
4. Valorização dos profissionais da Aqui a atenção especial se dá à formação inicial e continuada, principalmente para com os professores.
educação Deve-se garantir aqui adequadas condições de trabalho, as quais inclui tempo suficiente para preparar aula,
pagamentos justos de recursos dentro das normas legais, bem como plano de carreira em seu magistério.
5. Desenvolvimento de sistemas de Inclui a educação profissional, a qual contempla o desenvolvimento da coleta e notoriedade de dados,
informação e de avaliação em todos sendo estes indispensáveis para um bom gerenciamento do sistema da educação, bem como a melhoria
os níveis e modalidades de ensino contínua de ensino.
A Lei no 9.394/1996, a LDB na linguagem profissionais de educação, contém normas que regulam a organização e
Normas orgânicas funcionamento do Estado. Estas normas concentram-se, predominante nos Títulos IV - (Da Organização da Educação Nacional,
do art. 8o a 16), VI - (Dos Profissionais da Educação, art. 61 a 67) e VII - Dos Recursos Financeiros (art. 68 a art. 77).
A LDB traz normas que consubstanciam o elenco dos direitos e das garantias fundamentais, limitando a ação dos
Normas
poderes estatais e dão a tônica do Estado de Direito. É norma limitativa o art. 7o, do Título III (Do Direito à Educação e
limitativas
do Dever de Educar).
31
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
A LDB consubstancia normas que revelam o caráter de compromisso liberal/neoliberal do Estado com a sociedade.
Normas Estão estas normas inscritas no Título III – Do Direito à Educação e do Dever de Educar (art. 4o, 6o e 7o) e Título II – Dos
sócio-ideológicas Princípios e Fins da Educação nacional (art. 2o e art. 3o) e Título V – Dos Níveis e das modalidades de educação e ensino
(art. 21 a art. 60).
A LDB traz artigos que asseguram, juridicamente, o acesso ao ensino fundamental (art. 5o), a defesa da aplicação dos
Normas de recursos financeiros (art. 69, §6o) e o ingresso de docente exclusivamente por concurso público de provas e títulos
estabilização nas instituições de ensino, premunindo os meios e as técnicas contra sua infringência, a não ser nos termos nela
da lei própria estatuídos. São os seguintes remédios constitucionais previstos: direito de petição, ação popular contra crime de
responsabilidade, mandato de segurança individual.
Normas formais
A LDB estatui regras de aplicação imediata da Lei. Estão presentes predominantemente nas disposições transitórias (art.
de aplicabilidade
87 a 92) e no art. 1o, preâmbulo da Lei.
imediata
Em grande parte das vezes, os ensaios legislativos de ensino, bem como a historiografia
da educação, não contemplam uma boa exegese jurídica, tornando a hermenêutica fraca,
fazendo consequentemente com que o que se lê sobre Educação dentro de um plano de
ordenamento jurídico no Brasil seja demasiadamente restritiva, isto é, um entendimento
limitado das concepções ali contidas. Ferreira (2008) nos faz um apanhado:
Dificilmente, portanto, se haverá uma compreensão completa da LDB sem uma análise
profunda exegética e interpretativa do texto da CF/1988. À medida que se estrutura
32
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
a educação como norma constitucional, tal compreensão faz com que se fixem
características, incorrendo nas apresentações de modalidades e formatos no ordenamento
jurídico nacional.
Educação Superior
Doutorado
Pós-graduação Programas
Mestrado
Especialização
Cursos Aperfeiçoamento
Outro
Graduação Concluintes do ensino médio ou equivalente.
Cursos Sequências Por campos do saber.
Extensão Requisitos fixados pelas instituições de ensino.
Educação Básica
Outra modalidade:
Ensino Médio Mínimo 3 anos
Educação de Jovens e Adultos
Ensino Fundamental Mínimo 8 anos
Educação Infantil Pré-escolas 4 a 6 anos
Creches 0 a 3 anos
Destarte, vemos que a educação superior se divide em cursos que são sequenciais,
graduação e respectiva extensão, seguida da pós-graduação (stricto sensu e latu sensu,
metrado, doutorado etc.). Vejamo-las:
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
Da nova LDB ao Fundeb: por uma outra política educacional. Disponível em:
<http://dx.doi.org/10.1590/S1981-77462007000300016>.
34
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
Nota: * Em milhares
1
Fonte: IBGE, Censo Demográfico .
Tabela 2. Número e porcentagem de matrículas nas redes pública e privada de ensino – Educação Básica (2010).
Pública Privada
Creches 1.353.736 (65,6%) 710.917 (34,4%)
Pré-escola 3.573.764 (76,2%) 1.118.281 (23,8%)
Ensino fundamental 27.064.103 (87,3%) 3.941.238 (12,7%)
1 Mapa do Analfabetismo no Brasil – Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira. Disponível em: <http://www.oei.es/quipu/brasil/estadisticas/analfabetismo2003.pdf>. Acesso em: 5 de julho de 2015.
35
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
Pública Privada
Ensino médio 7.369.837 (88,2%) 987.838 (11,8%)
Educação de jovens e adultos 4.150.433 (96,8%) 136.801 (3,2%)
Educação profissional 402.250 (43,5%) 522.420 (56,5%)
Educação especial (não incluídos em classes comuns) 75.384 (34,5%) 142.887 (65,5%)
Brasil: 9,7%
Nordeste: 18,7% Sudeste: 5,7%
Brasil: 50,4
Preta/parda: 43,5% Branca: 60,3%
Rural: 35,7% Urbana: 54,4%
Proporção de jovens de 15 a 17 anos cursando o ensino médio Nordeste: 39,2% Sudeste: 60,5%
20% + pobres: 32% 20% + ricos: 77,9%
Homens: 45,3% Mulheres: 56,7%
As desigualdades na escolarização no Brasil.
De acordo com Rizzi et al. (2011, p. 8), em 2010 registrou-se cerca de 51 milhões de
matrículas na educação básica, sendo que 85% delas foram matriculadas nas redes
de ensino público. Avançou-se o cenário educacional, segundo o Manual de Direitos
Humanos à Educação (2011) no Brasil nas últimas décadas, consequentemente o
número de analfabetos caiu.
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INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
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CAPÍTULO 4
Educação básica, religião e a legislação
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
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INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
Por este motivo, houve a inclusão legislativa do inciso VII, ao qual antecipa a existência
de programas adicionais para o devido suprimento da maior parte das deficiências.
Portanto, compete aos pais, de forma clara, a obrigação da matrícula de seus filhos “na
rede regular de ensino”. O descumprimento pode gerar medidas cautelares por parte
do Conselho Tutelar.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
Por fim, endente-se que, de acordo com Hélio X. de Vasconcelos, os municípios contam
com o Estado e a União quando à destinação de recursos, bem como espaço para
desenvolver as devidas atividades e as imprescindíveis programações culturais, assim
como as esportivas, de lazer e afins as quais se destinam à criança e ao adolescente.
Aqui, concepções filosóficas são de grande valia, uma vez que tratam do assunto com
um olhar embora genérico (inerente ao campo filosófico) também específico e profundo.
Decerto de modo gentil, inteligente e estratégico, serão explanados os principais modos
morais a serem obedecidos, com isto...
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
Ao influenciar de modo positivo, estimulando a intimidade com Deus, a busca por Ele
e toda sorte de bênçãos inerentes a atitudes semelhantes, decerto haverá uma forte
resistência ao novo conceito de moral hodierna, a qual ainda é incerta, uma vez que
a mudança cultural está se propagando rapidamente, mas ainda recente na história
do mundo. Martins (2002, grifos nossos) com algumas citações, ajuda-nos a finalizar
este tópico:
44
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
É vedado, portanto, no art. 19, aos Estados e aos Municípios estabelecer cultos religiosos
ou igrejas. Diversos estudiosos ressaltam que este artigo confronta o art. 210. Já outros,
como juristas, questionam tal controversa, uma vez que acreditam que o art. 210 é
inconstitucional, muito embora ali esteja presente.
45
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
Decerto, há neste caso uma total separação entre a Igreja e o Estado e que ambos apenas
associar-se-ão quando se tratar de promover interesse comum.
O deputado Jean Wyllys não se furta em afirmar que o islamismo é que deveria
ser ensinado nas escolas, mas o cristianismo barrado (vide PL no 1.780/2011).
Disponível em: <http://www.camara.gov.br/sileg/integras/905839.pdf>. É no
mínimo estranho para um defensor do Estado laico e diagnosticador da religião
como o principal veículo de “preconceito” homossexual.
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INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
Segundo Santos (2014) em seu livro “Quando a fé escreve a história: dicas práticas para
um capelão levar esperança a professores e alunos”, o autor afirma que nesta lei há uma
amplitude ótima interpretativa para abertura do campo do capelão a fim de preencher as
brechas nos Conselhos Estaduais de Ensino, não somente isto, mas também inserir-se
no Projeto Político Pedagógico de cada instituição de ensino.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
É por este motivo que Santos (2014) nos lembra que, como ser humano, somos um ser
biopsicossocial e espiritual; na sequência, nos fornece um entendimento infantil em
quatro pilares que a pessoa é constituída:
Bio Muitas escolas oferecem médicos, dentistas e, quando não possui esse serviço, o próprio estado providência em uma das unidades públicas.
Social Quase todas as escolas possuem momentos de lazer e interação entre os alunos, para desenvolver essa área.
A escola trabalha diariamente essa área do aluno, expondo-lhe ao saber e às ciências, sem contar que muitas entidades possuem
Psico
parceria com psicólogos, quando não os possuem seu próprio quadro de profissionais.
Essa é uma área totalmente negligenciada pela maioria das entidades de ensino, seja privada, confessional ou pública, ferindo frontalmente
Espiritual o que orienta o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). O Capelão conhecedor da Lei terá facilidade para dialogar com a direção da
escola mostrando a importância do trabalho de Capelania para apoiar o trabalho dos professores, coordenadores e da própria direção.
Temos no Estatuto da Criança e do Adolescente (grifos nossos) que todos temos o direito
à liberdade, livre expressão, crença e culto. Ao discorrer filosoficamente sobre esta
temática, uns apoiam a questão de a livre expressão da posição desfavorável às práticas
homossexuais ser apoiada pela legislação, já os prós PL 122 enxergam homofobia.
Silas Malafaia diz-se ter respaldo da psicologia e filosofia, afora a teologia. Contudo,
cabe avaliar todos os termos e argumentos lógicos de uma argumentação filosófica, a
fim de chegar a conclusões lógicas e posicionamentos coerentes e contundentes, visando
o caráter e a mente de Cristo.
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INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
II - opinião e expressão;
A tomada de culto religioso nas escolas precisa necessariamente ser levada com cuidado
e muita sabedoria, considerando a dificuldade da aceitação mútua.
O pecado de Sodoma e Gomorra era a homossexualidade, pois a palavra conhecer tem conotação sexual e não somente de se “fazer
1 2 conhecido”. Os pecados sexuais são uma forma de egoísmo (Ez.16.49 não exclui a homossexualidade). Sodomia sempre se refere às
perversões sexuais2. A proibição contra a homossexualidade é moral, não apenas cerimonial.
3 A esterilidade não é a razão pela qual a homossexualidade não é aceitável3.
A prática homossexual não é aceitável na Bíblia independente da idolatria4. Os 10 mandamentos fazem divisão dos pecados de idolatria
4
(primeira tábua) dos sexuais (segunda tábua).
5 O ensinamento paulino possui autoridade divina5.
6 A homossexualidade não é equivalente ao comprimento do cabelo.
7 A prática sexual homossexual é uma ofensa a Deus.
8 As práticas homossexuais são contrárias à natureza6.
9 Isaías refere-se aos eunucos7.
Davi e Jônatas não eram homossexuais, haja vista a atração de Davi por Bete-Seba e, seu amor por Jônatas não era sexual (eros), mas sim
10
fraternal (philia). Eles de fato choraram, sem conotação alguma sexual8.
11 O consentimento adulto mútuo não torna o ato correto.
12 O direito à privacidade não dá direito à violação de princípios bíblicos.
13 Todos possuem direitos civis.
14 Não existem evidências unânimes da aceitação de herança genética ou alteração genética homossexual9.
15 A moralidade de Deus é imutável10, pois princípios bíblicos do novo e velho testamento existem mesmo após quatro mil anos.
16 O comportamento de animais não é normativo para seres humanos.
2 Gn 4.1,17 e 25; 19.8; 24.16; 38.26; Ez 16.49-51; Jd 7 / Lv 18.6-14; cap.22 e 23. 1Rm 1.26,27; 1Co 6.9; 1Tm 1.10.
3 Lv 18.24; Mt 19.11,12; 1Co 7.8.
4 Lv 18.22; Rm 1.26,27; Os 3.1; 4.12; Rm 1.22-27.
5 Gl 1.11,12; Rm 1; 1Co 1; 2Co 12.12; 1Co 2.13; 1Co 14.37; Jo.16.13.
6 Rm 1; Gl 2.24.
7 Is 56.3-5; Mt 19.11,12.
8 2Sm 11; 1Sm 18.4; 20.41.
9 Sl 51.5; Ef 2.3; Rm 1.26,27
10 Ml 3.6; Hb.6.18.
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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
O filósofo brasileiro Olavo de Carvalho, em “O mínimo que você precisa saber para
não ser um idiota” (organizado por Felipe Moura Brasil), trata de questões como esta
como posicionamento político, uma vez que, segundo ele, é por conta da perda dos
valores cristãos ao longo dos séculos, e o seguido avanço da moralidade liberalista,
marxista, socialista e comunista, que o mundo encontra-se da atual conjuntura de que
tudo é liberado. Logo, se a igreja em si deixar o assunto de lado, decerto em poucos
anos a sociedade encontrar-se-á totalmente livre e automaticamente em um estado
autodestrutivo.
Há muito que se falar das concepções filosóficas de Olavo de Carvalho, veremos mais
na unidade seguinte.
1. um capelão ou capelão;
50
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
5. secretária da capelania;
De acordo com Sória (1996 apud VIEIRA, 2011), são atribuições do Supervisor
Pedagógico de Educação Religiosa:
Em nosso contexto ainda, o Capelão Escolar – isto é, o agente da difusão religiosa nas
escolas, pensando em termos filosóficos – encontrará, em campo, desafios práticos que
não possuem tanta teoria, portanto:
»» Quem ensina deve saber fazer. Quem sabe fazer e quer ensinar deve
aprender a ensinar.
51
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
Por fim, Vieira (2011, p. 36) nos traz um excelente Organograma de Funções a fim de
melhor compreendermos o que tratamos neste tópico:
Figura 1.
Mantenedora
Direção-Geral
Capelania ou
Pastoral
Coordenação Coordenação
Pedagógica Pedagógica do
Segmento
Capelães Auxiliares e
Secretaria da Docentes de Educação
Capelania Religiosa
Apoio Musical, de
Mídia e Som
52
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
Artigo 210:
Com efeito, não podemos deixar de citar na íntegra, os princípios que regem a ministração
de ensino no país, uma vez que são eles que dão norte aos pedagogos:
11 Em nosso material de apoio sobre Ética Cristã, o filósofo Norman Geisler (2010, p. 296) trata de alguns casos em que a
desobediência ao governo é necessária, em caso de posição contrária à promulgação: (1) quando se permite o mal; (2) quando
se promulgam leis perversas; (3) quando se limita a liberdade; (4) quando se faz uma política opressiva. Já quanto à posição
contrária à compulsão: (1) quando se ordena o mal; (2) quando se obriga a prática de ações perversas; (3) quando se nega a
liberdade; (4) quando se faz uma religião opressiva.
53
UNIDADE I │ INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS
»» A educação deve ter a função de desenvolver uma cultura de direitos humanos em todos os
espaços sociais.
»» A escola, como espaço privilegiado para a construção e consolidação da cultura de direitos
humanos, deve assegurar que os objetivos e as práticas a serem adotados sejam coerentes com os
valores e princípios da educação em direitos humanos.
»» A educação em direitos humanos, por seu caráter coletivo, democrático e participativo, deve ocorrer
em espaços marcados pelo entendimento mútuo, respeito e responsabilidade.
»» A educação em direitos humanos deve estruturar-se na diversidade cultural e ambiental, garantindo
a cidadania, o acesso ao ensino, à permanência e à conclusão, a equidade (étnico-racial, religiosa,
cultural, territorial, físico-individual, geracional, de gênero, de orientação sexual, de opção política, de
nacionalidade, dentre outras) e a qualidade da educação.
»» A educação em direitos humanos deve ser um dos eixos fundamentais da educação básica e
permear o currículo, a formação inicial e continuada dos profissionais da educação, o projeto
políticopedagógico da escola, os materiais didático-pedagógicos, o modelo de gestão e a avaliação.
»» A prática escolar deve ser orientada para a educação em direitos humanos, assegurando o seu
caráter transversal e a relação dialógica entre os diversos atores sociais.
54
INTRODUÇÃO À EDUCAÇÃO: UM DIREITO DE TODOS │ UNIDADE I
55
EDUCAÇÃO E FILOSOFIA UNIDADE II
CAPÍTULO 1
Pedagogia e educação
Pedagogia crítica
Em “Pedagogia crítica e Direitos Humanos: fundamentos para uma proposta
pedagógico-crítica em Direitos Humanos”, Carvalho e Estevão (2013) iniciam seu
trabalho tratando das dificuldades do trabalhar dos Direitos Humanos em sala de aula,
mas principalmente na modalidade EJA (Educação de Jovens e Adultos).
Tal encontro, segundo os autores, é providencial, uma vez que são percebidas as
premissas que fundamentam a Teoria e a Pedagogia Crítica, bem como eram para os
Direitos Humanos – e por isso a importância de tê-los tratado em grande medida na
unidade anterior.
56
EDUCAÇÃO E FILOSOFIA │ UNIDADE II
Logo, o encontro de tais fundamentos “é uma tarefa bem mais complexa dos que
podemos imaginar”, considerando, segundo ainda Carvalho e Estevão (2013):
»» Os contextos de formação.
Buscando um espaço pedagógico para que professores e alunos possam interagir a ponto
de questionar e discutir, os autores se preocupam com suas sugestões, se voltam para
condições sociais, prática pedagógica, baseado em diversas informações históricas.
Destarte, para eles, a Pedagogia Crítica e a Teoria Crítica estão em evolução constante, a
qual se modifica por meio de novas concepções filosóficas, novos problemas e contextos.
Eles explicam melhor, baseando-se sempre em bibliografias diversificadas:
57
UNIDADE II │ EDUCAÇÃO E FILOSOFIA
Rubio (1997) informa que Paulo Freire fora um humanista com os olhos voltados para
a pedagogia crítica. Sendo Freire em grande medida severamente criticado no campo
prática, mas aclamado no teórico, é uma figura a ser estudada, uma vez que possui
também seu papel no campo ideológico filosófico-educacional.
Antes de falarmos de Freire com olhar mais rigoroso, vejamos mais alguns contextos
que a Teoria e Pedagogia Crítica se voltam – em Carvalho e Estevão (2013):
58
EDUCAÇÃO E FILOSOFIA │ UNIDADE II
59
UNIDADE II │ EDUCAÇÃO E FILOSOFIA
O filósofo cita ainda John Egerton (“Searching for Freire”, Saturday Review of
Education, Abril de 1973): “Não há originalidade no que ele diz, é a mesma conversa
60
EDUCAÇÃO E FILOSOFIA │ UNIDADE II
61
UNIDADE II │ EDUCAÇÃO E FILOSOFIA
Remete-se às responsabilidades das instituições de ensino, partindo do princípio da “execução e elaboração de sua proposta
Art. 12
pedagógica”.12
Art. 13 Trata das responsabilidades dos docentes, isto é, a “participação da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de ensino”.13
Refere-se à “gestão democrática do ensino público”, a partir da “participação dos profissionais da educação na elaboração do projeto
Art. 14
pedagógico da escola”.
Preconiza que os sistemas de ensino deem conta e suas próprias unidades educacionais “progressivos graus de autonomia pedagógica e
Art. 15 administrativa e de gestão financeira”.
O objetivo garantir a autonomia do cumprimento do projeto político-pedagógico das instituições de ensino.
12 Altera-se aqui o Art. 43 da Lei 4.024/61 (Art.15), bem como o Art.44 (art.16) no parágrafo primeiro, alíneas (a), (b), (c), (d) e
(e). O parágrafo segundo também é alterado.
13 Altera o art. 45 (Lei no 4.024/1961; art.17).
62
EDUCAÇÃO E FILOSOFIA │ UNIDADE II
63
UNIDADE II │ EDUCAÇÃO E FILOSOFIA
64
CAPÍTULO 2
Os jesuítas
65
UNIDADE II │ EDUCAÇÃO E FILOSOFIA
Contudo, não é nosso objetivo aqui tratar em detalhes, mas sim entender e ter uma
noção da forte influência da companhia na educação, sendo também que os “jesuítas
resistiram com determinação e orgulho ao processo de sua exclusão da cena política e
cultural” (COUTINHO, 2004, p. 320).
66
EDUCAÇÃO E FILOSOFIA │ UNIDADE II
Jonathan Wright, historiador, nos fornece algumas informações que também nos
importam ter em mente, certo de que tais conceitos nos importam para delimitação
da área de influência filosófica (se histórica, contemporânea, metafísica etc.) a respeito
do jesuitismo, considerando que se aprofundou firmemente na história em busca de
conhecer a atuação da Companhia em todos os setores do mundo.
67
UNIDADE II │ EDUCAÇÃO E FILOSOFIA
Portanto, o ecletismo teve sua origem nos gêneros públicos e na poesia retórica a sua
melhor expressão; por poesia retórica o entendimento de Bosi (1994) é que trata do
“verso que se propõe abertamente ensinar, persuadir, moralizar; em suma, incutir um
complexo de ideias e sentimentos”. Ainda continua:
68
EDUCAÇÃO E FILOSOFIA │ UNIDADE II
Desde o começo, ano de Pe. Manuel da Nóbrega no Brasil, o negro aparece como escravo
dos jesuítas. De cara, eles já enxergavam que os índios não cabiam no papel de escravos,
desta forma captaram cada vez mais a simpatia dos silvícolas, os quais necessitavam
de proteção contra as investidas escravizantes ou exterminadoras dos portugueses.
Desta maneira, o negro, o qual imediatamente chegava como escrava estava incerto em
seu futuro. Os jesuítas eram por sua vez, aliados do Rei na “catequização” do escravo
negro, ou seja, no ensinar a língua falada no Brasil por meio de orações e frases do dia
a dia (COUTINHO, 2004).
De acordo com Gilberto Freyre, citado pelo mesmo autor, em “Casa-grande e senzala”,
é examinado a catequese como processo aculturativo, ao qual registra:
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Retomando Jonathan Wright (2010), somos alertados com uma fonte bibliográfica
riquíssima que os jesuítas poderiam ser quem quer que precisassem ser. As armas
de conquista e conversam se davam de forma diversa. Utilizavam da própria ciência
e química para forjar milagres, enganar índios e até mesmo a sociedade comum.
Muito embora muitos deles, de acordo com Baldus (1979), mesmo tendo aversão aos
índios, os tratavam bem.
14 Veja Sublimus Dei, promulgada em 1537, pelo Papa Paulo III, disponível em inglês em <http://www.papalencyclicals.net/
Paul03/p3subli.htm>. Para mais informações em português veja em <http://darwinedeus.blogfolha.uol.com.br/2013/08/27/
a-igreja-declarou-que-indios-e-negros-nao-tinham-alma/>. Acesso em: 11/4/2016.
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EDUCAÇÃO E FILOSOFIA │ UNIDADE II
Como já falamos, Marques de Pombal, sendo inimigo assíduo dos jesuítas, objetivou
expulsá-los por meio da elaboração do “Diretório dos Índios”, também conhecido como
“Diretório de Pombal”. Elaborou e promulgou, em 1757, um conjunto de 95 artigos
normativos com força de lei, na esperança de fazer com que os índios alcançassem
modos civilizados como os portugueses.
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CAPÍTULO 3
Educação e filosofia
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EDUCAÇÃO E FILOSOFIA │ UNIDADE II
O homo complexus, denominado por Morin, envolve todas as facetas humanas o que
inclui as biológicas, psíquicas, sociais, afetivas e racionais. Santos e Hammerschmidt
(2012) ilustram a questão científica com a mudança de paradigma, no entanto, por ser
impossível hodiernamente falar de mudança de paradigma, sem falar de Thomas Kuhm
façamos uma breve menção.
Kuhn crê nos critérios objetivos, mas escolhas subjetivas da ciência não propondo o
encontro da verdade absoluta, pois considera que cada paradigma detém sua verdade e
um não se iguala a nenhum outro, dado a incomensurabilidade dos paradigmas.
Considere o enunciado (tão famoso nas palavras de Popper): “Todos os corvos são negros”.
Para Kuhn, caso se encontre um corvo não negro, é sinal de anomalia. Ssegue-se que
nesta sequência de anomalias gera-se a crise – revolução científica – novo paradigma
(como já vimos). Para ele não é porque se encontrou apenas um caso que o cientista
simplesmente abdicará de sua teoria, pois envolvem (novamente) critérios subjetivos
de prestígio, ideologia, interesses e gostos pessoais, bem como seu modo de interpretar
a questão.
Para Popper basta apenas um caso de falseabilidade para refutar por completo uma
teoria, ela já não serve mais, pois se não fosse falseável nem sequer poderia ter direito
de ser chamada científica. Através de critérios objetivos baseados na experimentação e
observação, deduz-se que um corvo branco encontrado em qualquer lugar faz-se capaz
de anular (refutar) a teoria. É neste momento que se está mais próximo possível da
verdade. Para ele as novas teorias corrigem ou substituem as teorias anteriores.
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UNIDADE II │ EDUCAÇÃO E FILOSOFIA
partes e o exame de cada uma delas, para então se buscar a síntese final;
e com as ideias de Isaac Newton (1642-1726), para quem a incumbência
da ciência consistia em procurar leis universais, que estabelecessem
relações claras de causa e efeito. Como bem disse Heráclito: nada dura
tanto, exceto a mudança; e, apesar do paradigma cartesiano, ainda
nos dias atuais, determinar predominantemente o modo de conhecer,
pensar e agir dos seres humanos ocidentais, no decorrer da história da
ciência um novo paradigma – o da Complexidade – começa a emergir,
na medida em que os três pilares da certeza, a Ordem, Separabilidade
e Razão, sobre os quais o pensamento científico se fundamentou até o
século XX, começaram a ser abalados pelo desenvolvimento, também,
da própria ciência.
2. Do fato de que a ciência propõe e usa leis “em toda parte, o tempo todo”.
Popper relata que (1) e (3) não se opõe, uma vez que percebemos isto se dá conta de
que o aceite de uma lei ou até mesmo de uma teoria pela ciência é apenas provisória,
sendo o mesmo que afirmar que “todas as leis e teorias são conjecturas ou hipóteses
temporárias” (POPPER, 2010, p.102).
Com efeito, é possível rejeitar a lei ou a teoria apenas baseando-se em novos dados,
sem, com isto, descartar as evidências antigas que haviam nos levado a aceitar ou não.
Enquanto que (3), para ele, é integralmente correto.
Segue-se que o que Popper identifica como problema nesta zona de pensamento é:
»» Princípio da indução: não pode ser uma verdade puramente lógica tal
como uma tautologia ou um enunciado analítico (POPPER, 1975, p. 28).
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Deste modo, os autores concluíram que a percepção de toda construção teórica dentro
da história é voltada para quem a compôs, isto é, seu modo de ver o mundo, forma
de pensar, perceber o mundo e o que está ao seu redor, interpretá-lo, compreender a
realidade de uma maneira ímpar e o que gira em torno desses aspectos.
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UNIDADE II │ EDUCAÇÃO E FILOSOFIA
Sobre Morin:
Filosofia da Ciência:
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EDUCAÇÃO E FILOSOFIA │ UNIDADE II
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CAPÍTULO 4
Os filósofos e a educação
Olavo de Carvalho
Sem embargos, vejamos diretamente nas palavras do filósofo sobre a Educação e a
Religião, especificamente a cristã em seu artigo intitulado “Jesus e a pomba de Stalin”:
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EDUCAÇÃO E FILOSOFIA │ UNIDADE II
E finaliza:
Como tratamos em nosso material, este filósofo brasileiro é um cristão assumido que
trata de questões políticas e filosóficas, porém não como visto comumente, isto é,
posicionamentos mórbidos e mornos, mas cheio de intrepidez e ousadia – e por este
motivo mora nos EUA – Olavo posiciona-se veementemente contra o governo atual,
qualquer tipo de regime socialista e comunista, logo, qualquer tipo de ligação ao
marxismo; é contrário também ao que ele chama de movimento gayzista, o feminismo
e as demais posições políticas – camufladas de defesa da minoria – para ele, devem ser
combatidas e resistidas.
Exemplo disto é sua oposição a Antônio Gramsci – franco auxiliador para a propagação
do partido nazista – inspirador de Saul Alisnk e, segundo Olavo, até do próprio Obama.
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Olavo ainda trata que há décadas é inerente aos esquerdistas, quando ouvem a palavra
“virtude”, e ligam de modo instantâneo em toda sua rede neural e cadeia associativa:
“virtude-moral-catolicismo-conservadorismo-repressão-ditadura-racismo-genocídio.
E o bicho já sai gritando: É a direita! Mata! Esfola! “Al paredón!” Enquanto que, ao
ouvir a palavra “social” o esquerdista “começa a salivar de gozo, arrastado pelo atrativo
mágico das imagens: social-socialismo-justiça-igualdade-liberdade-sexo-e-cocaína-
de-graça-oba!”
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Por fim, em “Educando para a boiolice”, Olavo faz duras críticas sobre o “adestramento”
das massas.
Jean Piaget
Um dos mais importantes psicólogos do século XX, Piaget estudava a origem, o
desenvolvimento e a justificativa do conhecimento e da inteligência humana, dentro
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UNIDADE II │ EDUCAÇÃO E FILOSOFIA
de uma concepção construtivista. Embora não fosse pedagogo, Piaget teve grande
relevância por meio de suas teorias para a educação escolar.
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EDUCAÇÃO E FILOSOFIA │ UNIDADE II
Com grande influência na educação em nosso país, principalmente nos anos 1970,
Piaget tornou-se a grande descoberta. As escolas usavam muito suas teorias e, a partir
dos estudos sobre: (1) equilíbrio, (2) a contradição e (3) a abstração, outros conceitos
também foram postos em prática, de modo equivocado, causando novos desencontros;
tal como a concepção de que ele usava magia negra.
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Piaget: notas para uma teoria construtivista da inteligência. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0103-65641997000100008>.
Maria Montessori
O método de Montessori foi criado por Maria Montessori (1870-1953)
para ajudar crianças com dificuldades e considera a aprendizagem
como um processo natural, que se desenvolve através da interacção
com o ambiente). As actividades Montessori envolvem a decomposição
das tarefas, a provisão de materiais para manipular e o uso de
deixas externas, adequando as tarefas às capacidades do indivíduo,
diminuindo desse modo a probabilidade de erro e frustração. Uma das
capacidades mais requisitadas neste método é a memória processual.
Esta ainda se encontra relativamente preservada nos idosos com
demência, comparativamente com outras capacidades cognitivas, o
que defende a aplicação desta prática na população com Doença de
Alzheimer. A operacionalização do método de Montessori engloba um
conjunto de actividades que exploram cinco áreas distintas, sendo estas
as actividades de vida diária, as experiências sensoriais, a matemática
e raciocínio, a linguagem e as ciências. As actividades baseadas neste
método seguem ainda um conjunto de princípios de reabilitação que
permitem que esta prática seja aplicada a pessoas com demência
(BRANDÃO; MARTIN, 2012).
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EDUCAÇÃO E FILOSOFIA │ UNIDADE II
»» sensórios;
»» motores;
»» racionais;
»» intelectuais.
Ela não perdeu a profunda reverência que nutria pelo ser humano; com efeito, fez
a união da atitude espiritual à pedagogia, por meio de uma postura ética, a qual lhe
permitiu gerar o meio mais voltado para o desenvolvimento da criança.
Pedagogia Waldorf
Rudolf Steiner, cujas contribuições se estendem desde a agricultura,
a medicina, a arquitetura, a nutrição, dentre tantas outras, propõe
uma educação diferenciada, alternativa, ou seja, a Pedagogia Waldorf.
O diferencial nesta pedagogia é justamente a sua proposta integrada,
considerando o pensar, o sentir e o fazer. Para atingir este objetivo,
esta Pedagogia tenta respaldar-se na observação fenomenológica do
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UNIDADE II │ EDUCAÇÃO E FILOSOFIA
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Celestin Freinet
Nascido em Gars (1896-1966), na França. Dentre as principais “técnicas Freinet” estão:
»» Jornais de classe.
»» Texto livre.
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»» Cooperativa escolar.
»» Planos de trabalho.
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Para (não) finalizar
Indicamos, portanto, os conteúdos para dar cadência aos seus estudos de temáticas
para pesquisas (não tratadas ou não necessariamente aprofundadas neste Material
de Apoio):
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PARA (NÃO) FINALIZAR
Ética e educação clássica: virtude e felicidade no justo meio. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0101-73302001000300008&lng=
pt&nrm=iso>.
90
PARA (NÃO) FINALIZAR
91
PARA (NÃO) FINALIZAR
»» Resolução CNE/CEB no 1;
»» Resolução CNE/CEB no 4;
»» Resolução CNE/CEB no 3;
Veja também:
92
PARA (NÃO) FINALIZAR
<http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&id=17417&Itemid=866>.
Link curto: < http://goo.gl/4c0Nwk>. Disponível em:
altera a Lei no 10.836, de 9 de janeiro de 2004; revoga dispositivos das Leis nos 9.608, de
18 de fevereiro de 1998; 10.748, de 22 de outubro de 2003; 10.940, de 27 de agosto de
2004; 11.129, de 30 de junho de 2005; e 11.180, de 23 de setembro de 2005; e dá outras
providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-
2010/2008/lei/l11692.htm>. Link curto: <http://goo.gl/K2fL0J>.
Links úteis
Fontes internacionais
94
PARA (NÃO) FINALIZAR
Fontes nacionais
95
PARA (NÃO) FINALIZAR
Legislação brasileira
96
Referências
BACH JUNIOR, Jonas. A filosofia de Rudolf Steiner e a crise do pensamento
contemporâneo. Educ. rev., Curitiba, n. 36, pp. 277-280, 2010. Disponível em: <http://
www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-40602010000100018&ln
g=en&nrm=iso>. access on 29 Feb. 2016. http://dx.doi.org/10.1590/S0104-
40602010000100018.
BALDUS, Hebert. Ensaio de etnologia brasileira. 2a Ed. São Paulo: INL, 1979.
BLATTES, Ricardo Lovatto. Direito à educação: subsídios para a gestão dos sistemas
educacionais: orientações gerais e marcos legais / Organização: Ricardo Lovatto Blattes.
2a ed. Brasília: MEC, SEESP, 2006.
BOBBIO, N. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de Janeiro:
Elsevier, 2004.
BOSI, Alfredo. História concisa da literatura brasileira. 37a Ed. São Paulo:
Cultrix, 2004.
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REFERÊNCIAS
COUTINHO, Afrânio dos S. A literatura no Brasil. 7a Ed. São Paulo: Global, 2004.
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REFERÊNCIAS
KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Ed. Perspectiva,
1962, p.20.
POPPER, Karl. A lógica da investigação científica. São Paulo: Abril S.A. Cultural,
1975.
PINSK, Jaime; PINSK, Carla B. História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2005.
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REFERÊNCIAS
SOUZA, Leonardo Lemos de; VASCONCELOS, Mario Sergio. Juízo e ação moral: desafios
teóricos em psicologia. Psicol. Soc., Florianópolis, v. 21, n. 3, pp. 343-352, Dec. 2009.
Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-
71822009000300007&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 29/2/2016.
SOUZA, Maria Thereza Costa Coelho de. As relações entre afetividade e inteligência
no desenvolvimento psicológico. Psic.: Teor. e Pesq., Brasília, v. 27, n. 2, pp.
249-254, June 2011. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0102-37722011000200005&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 29/2/2016.
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REFERÊNCIAS
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