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AULA 4 - BIOQUÍMICA – COMPOSTOS ORGÂNICOS – LIPÍDIOS

Os lipídios são compostos orgânicos caracterizados por serem formados por cadeias de
carbono que os deixam insolúveis em água. Além de átomos de carbono, as moléculas de
lipídios contêm átomos de hidrogênio e oxigênio. Dependendo do grupo de lipídios, suas
funções podem variar, assim como os alimentos que servem como fonte de lipídios.

Os lipídios, de acordo com suas características químicas, são classificados sem cinco grupos:
glicerídeos, cerídeos, carotenoides, fosfolipídios e esteroides.

- GRUPOS DE LIPÍDIOS

1- GLICERÍDEOS: quimicamente, todos os lipídios glicerídeos contêm uma molécula de


glicerol unida a uma, duas ou três moléculas de ácidos graxos. O principal exemplo è o
triglicerídeo, formado por um ácido graxo + 3 ácidos graxos. Os triglicerídeos estão presentes
na gordura e nos óleos (azeite, óleo de soja, etc). Os ácidos graxos contêm longas cadeias
carbônicas, com 14, 16, 18, 20 e até mais átomos de carbono. Os ácidos graxos saturados
estão presentes na gordura da carne, do leite, do abacate, do presunto, da manteiga, etc. Os
ácidos graxos insaturados estão nos óleos, de origem vegetal ou animal (óleo de fígado de
bacalhau). Os glicerídeos têm duas funções principais nos seres vivos: atuam como reserva de
energia e ajudam na retenção de calor no corpo, contribuindo para evitar a hipotermia,
principalmente, em animais de clima frio. Nos animais, os triglicerídeos são muito encontrado
dentro das células do tecido adiposo. e, nas plantas, dentro de certas semente s e frutos.

Nas plantas, têm triglicerídeos dentro de certas sementes (girassol) e frutos.


OBS: A primeira fonte de energia para as células é o carboidrato, o lipídio, entra como
reserva de energia, sendo a segunda fonte. Em situações de extrema necessidade, o corpo
pode usar as proteínas na obtenção de energia, o que não é o ideal.

OBS: O excesso de gordura no tecido adiposo espalhado pelo corpo pode provocar ganho
de peso e obesidade, doença relacionada com hipertensão, infarto, arteriosclerose (que
obstrui artérias) e diabetes.

2- CERÍDEOS: esse grupo de lipídios é representado pelas ceras, presentes na superfície de


certas folhas, nas penas de aves que nadam e mergulham na água, nos favos de mel e no
ouvido de mamíferos, protegendo-o contra a entrada de bactérias. Nas folhas, a cera evita o
excesso de transpiração, impedindo a perda de muito vapor d`água. Nas aves, há uma glândula
próximo a cloaca chamada uropígea, que produz cerídeos. Com o bico, as aves espalham essa
secreção nas penas, para evitar que elas fiquem encharcadas de água.

3- CAROTENOIDES: esses lipídios são de origem vegetal e têm coloração amarela, laranja ou
vermelha. São encontrados em alimentos, como beterraba, tomate, batata, melão, mamão,
etc. Além disso, eles estão presentes nas folhas, ajudando na absorção deluz para a
fotossíntese acontecer. Nos animais, a partir do consumo dos alimentos citados, o carotenoide
é transformado em vitamina A no fígado. Essa vitamina atua na retina do olho, ajudando na
captação de luz, contribuindo para visão. A falta dessa vitamina dificulta a visão em ambientes
mal iluminados.

4- FOSFOLIPÍDIOS: esses lipídios têm função estrutural, pois participam da composição da


membrana plasmática das células de todos os seres vivos. Sua molécula tem uma parte
contendo dois ácidos graxos (parte lipídica) e uma “cabeça” com o fostato (um íon que contém
fósforo).
5- LIPÍDIOS ESTEROIDES: esses lipídios são derivados da molécula de colesterol. Os
principais exemplos são: os hormônios sexuais (testosterona, progesterona e estrogênio) e a
molécula de vitamina D. O colesterol é encontrado apenas nos animais e é produzido no
fígado. Ele pode ser obtido também através da alimentação. O colesterol participa da
composição da membrana celular, e sua molécula pode ser transformada em hormônios
esteroides, como os citados acima e em vitamina D na pele. Portanto, esse grupo de lipídios
pode atuar como hormônios e como vitamina D.

OBS: O fígado produz moléculas de colesterol e de triglicerídeos, que são envolvidas por
membranas, formando glóbulos microscópicos. Esses glóbulos funcionam como “pacotes
transportadores” de colesterol e de triglicerídeos pelo sangue para as células. De acordo com a
quantidade de colesterol e de triglicerídeos dentro deles, eles podem ser classificados em HDL
(lipoproteína de alta densidade) e LDL (lipoproteína de baixa densidade).

O COLESTEROL E AS DOENÇAS CARDIOVASCULARES

Os glóbulos de LDL possuem mais colesterol e o HDL possuem mais triglicerídeos. Além
disso, eles possuem diferentes tipos de proteínas nas suas membranas.

O excesso de LDL no sangue pode provocar doenças cardiovasculares, pois, com o tempo, as
proteínas presentes na membrana do LDL de aderem nas paredes de artérias, podendo formar
placas calcificadas com colágeno, chamadas de placas de ateroma, que entopem parcialmente
ou totalmente uma artéria. Quando artérias estão com placas de ateroma nas suas paredes,
ocorre uma doença chamada arteriosclerose.
Isso prejudica a passagem de sangue para oxigenar as células do tecido, provocando
doenças graves, como acidente vascular encefálico, quando uma artéria do cérebro, por
exemplo, se rompe com a pressão do sangue (derrame) ou um infarto no miocárdio (músculo
do coração).

No infarto do miocárdio, as células cardíacas morrem devido a uma obstrução em algum


ramo da artéria coronária, responsável pela irrigação sanguínea do coração. Dependendo do
ramo obstruído, a área necrosada (com células mortas) pode variar. Por isso, o infarto pode
apresentar sintomas como dor no peito, dormência no braço esquerdo, vômito, falta de ar e
até a morte (quando a área necrosada é muito extensa).

A figura 1 abaixo mostra um ramo da artéria coronária entupido. A figura 2 mostra uma das
formas de aumentar o fluxo de sangue numa coronária, que o uso de stent. Um dispositivo
inserido dentro da artéria entupida que funciona como uma “mola”, distendendo o vaso
sanguíneo e aumentando seu calibre para que o fluxo de sangue aumente por ele.

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