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ENZIMAS

Enzimas são proteínas que atuam controlando a velocidade e regulando as reações que
ocorrem no organismo. Elas catalisam reações químicas específicas atuando sobre
substratos específicos e em locais específicos desses substratos.Nos seres vivos, as
enzimas possuem papel fundamental nas reações metabólicas, logo são indispensáveis
para a sobrevivência de qualquer um deles

CONCEITOS IMPORTANTES

● Taxa de reação = velocidade em que o substrato é transformado em produto


● Catalisador = são substâncias que podem acelerar uma reação química ou biológica
sem que sofram alteração permanente, ou seja, sem serem consumidas durante a
reação
● Substrato= composto químico que sofre uma reação catalisada por uma ou mais
enzimas
● Produto= é o resultado das transformações que as enzimas fizeram nos
substratos(moléculas sobre as quais as enzimas atuam)
● O sítio ativo ou centro ativo= é a pequena região de uma enzima onde ocorre uma
reação química.
● Sítios de ligação = são regiões na superfície de uma enzima especialmente
modeladas para interagir com outras moléculas.

AUMENTO DA TAXA DE UMA REAÇÃO

As enzimas são capazes de acelerar uma reação mediante a diminuição da energia de


ativação, ou seja, elas reduzem a quantidade de energia que deve ser adicionada para que
uma reação tenha início.

ESPECIFICIDADE ENZIMÁTICA

A especificidade enzimática é a propriedade das enzimas apresentar preferência por seus


substratos. Todas as enzimas possuem alta especificidade pois atuam somente sobre
substratos específicos.

MODELO CHAVE-FECHADURA VS MODELO DE ADAPTAÇÃO-ENCAIXE INDUZIDO

O modelo CHAVE- FECHADURA de Emil Fischer, diz que que o sítio ativo da enzima é
complementar em tamanho, forma e natureza química à molécula do substrato,
proporcionando, assim, um encaixe perfeito entre a enzima (a fechadura) e o
substrato(chave). Esse modelo não é suficiente para explicar a relação da enzima com o
seu substrato porque as estruturas tridimensionais das enzimas não são estáticas (rígidas)
como uma fechadura, mas sim, dinâmicas.

Nesse modelo(chave-fechadura),
somente o substrato perfeito( a
chave), vai conseguir se encaixar
na fechadura (enzima).
Já no Modelo de Encaixe induzido de Daniel E. Koshland, o sítio ativo não apresenta
uma forma geométrica rígida (como a do modelo chave fechadura), mas um arranjo
espacial preciso e específico dos grupos R dos aminoácidos do sítio ativo das enzimas.
Desta forma, quando o substrato interage com a cadeia polipeptídica da enzima, induz nela
uma mudança conformacional (mudança na estrutura), ao que a enzima se distorce,
Quando a enzima se distorce, induz também uma mudança na estrutura do substrato. O
substrato distorcido se liga adequadamente ao seu sítio ativo.

Observa-se que nesse modelo, a enzima


adapta-se ao substrato, ou seja, a enzima é
flexível, e de acordo com a forma do substrato o
sítio ativo também muda de forma e consegue
fazer o encaixe perfeito e realiza assim a reação.

ISOENZIMAS

Existem enzimas que catalisam a mesma reação, mas que apresentam estruturas diversas,
dependendo do tecido ou organela em que ocorrem em um organismo — são as
isoenzimas

PROENZIMAS ou zimogênio

Um zimogênio também é denominado como proenzima. Ou seja, é um precursor (def.:


aquilo que vem antes) inativo de uma enzima. Como a proenzima está inativa, para que
se torne uma enzima deve passar por uma reação química.Exemplos dessas mudanças
são uma reação de hidrólise ou
uma mudança de configuração
para revelar o sítio ativo.

Nesta imagem, observa-se que


uma proenzima ou zimogênio,
passou por uma mudança e teve o
seu sítio ativo revelado, virando
então uma enzima.

APOENZIMA

Denomina-se cofator a toda a molécula capaz de se ligar a uma enzima, tornando-a


cataliticamente ativa. A enzima sem o seu cofator é chamada de apoenzima, enquanto na
sua forma ativa, ou seja, na presença do cofator, é chamada holoenzima.

Nesse caso, observa-se a enzima sem seu cofator,


caso em que se denomina, APOENZIMA. Quando
ocorre a ligação deste cofator(molécula), com a
enzima, temos então a HOLOENZIMA, ou seja,
enzima+encaixe da molécula= holoenzima. No primeiro momento a proenzima está
inativa, quando ela se torna ativa, chama-se de holoenzima.

IMPORTÂNCIA DO COFATOR

Os cofatores participam da reação. Ou seja, sem o cofator, a reação não ocorre. Muitos
dos cofatores não são sintetizados pelas células humanas e precisam ser adquiridos na
dieta. Por isso, estes cofatores são conhecidos como vitaminas.

DIFERENÇA ENTRE COFATOR E COENZIMA

Enzimas que atuam junto com alguns íons são chamados apenas de cofator , quando
este cofator é orgânico nós chamamos de coenzima.Além disso, as coenzimas estão
fracamente ligadas à enzima, mas existem alguns outros cofatores, que estão fortemente
ligados à enzima. Fora isso, a coenzima pode ser removida facilmente da enzima, enquanto
o cofator só pode ser removido desnaturando a enzima. Então, essa é outra diferença entre
coenzima e cofator.

FATORES QUE INFLUENCIAM NA ATIVIDADE ENZIMÁTICA

Temperatura: Seguindo o comportamento das reações químicas, a velocidade da atividade


enzimática aumenta quando se aumenta a temperatura. Entretanto, a velocidade da reação
aumenta até um máximo, após determinada temperatura a velocidade declina rapidamente,
mesmo aumentando a temperatura. Isso ocorre porque a estrutura tridimensional das
enzimas se rompe, impossibilitando-a de formar o complexo enzima-substrato. Pode-se
dizer que a velocidade de reação aumenta ou diminui por um fator de 2 a cada variação de
10 graus centígrados na faixa de 10° a 70°.
No caso do pão, esse fator é importante pois, assim que o pão entra no forno, a
temperatura no seu interior é menor que na parte de fora. Assim as enzimas agem no
açúcar com grande rapidez na primeira metade do tempo de assadura. Após isso são
destruídas.

pH: Assim como no caso da temperatura, existe um valor para atividade ótima o qual,
após ele ocorre um rápido decréscimo.PH: cada enzima tem uma faixa ótima de pH. Mudar
o pH para um valor fora dessa faixa fará com que a atividade enzimática diminua. Valores
extremos de pH podem causar a desnaturação das enzimas.

Tempo: A atividade enzimática é influenciada diretamente pela ação do tempo.


Quanto mais tempo a enzima estiver em contato com o substrato, mais produtos serão
produzidos, enquanto houver substrato.

Os inibidores competitivos: retardam o progresso da reação ao se ligar à enzima,


geralmente no sítio ativo, impedindo que o verdadeiro substrato se ligue. De cada vez,
somente o inibidor competitivo ou o substrato pode estar ligado à enzima (e não ambos ao
mesmo tempo). Portanto, o inibidor e o substrato competem pela enzima. A inibição
competitiva age diminuindo o número de moléculas enzimáticas disponíveis para se ligar ao
substrato.(
Os Inibidores não competitivos: não impedem que o substrato se ligue à enzima. Na
verdade, o inibidor e o substrato não afetam de maneira nenhuma a capacidade um do
outro de se ligar à enzima. Contudo, quando o inibidor está ligado, a enzima não consegue
catalisar sua reação para produzir um produto. Assim, a inibição não competitiva age
reduzindo o número de moléculas enzimáticas funcionais que podem realizar a reação

Regulação alostérica(MODULADOR ALOSTÉRICO DE ATIVAÇÃO E INIBIÇÃO): em termos


gerais, é qualquer forma de regulação em que a molécula reguladora (um ativador ou
inibidor) se liga a uma enzima em algum lugar diferente do sítio ativo. O lugar onde o
regulador se liga é chamado de sítio alostérico.

Modulação covalente: Na regulação covalente essas enzimas reguladoras são


interconvertidas entre duas formas: ativa e inativa. A ativação ou inativação dessas enzimas
ocorre através da ligação covalente de um grupo químico a um átomo ou grupo de átomos
dos sítios ativos dessas enzimas.

INIBIDOR COMPETITIVO E NÃO-COMPETITIVO


● Um inibidor pode se ligar a uma enzima e bloquear a ligação do substrato, por
exemplo, ao se ligar ao sítio ativo. Isso é chamado de inibição competitiva, porque
o inibidor "compete" com o substrato pela enzima, isto é, somente o inibidor ou o
substrato podem estar ligados em um determinado momento.
● Na inibição não competitiva, o inibidor não impede o substrato de se ligar ao sítio
ativo. Em vez disso, ele se liga a outro sítio e impede a enzima de realizar seu
trabalho. Essa inibição é chamada de "não competitiva", pois o inibidor e o substrato
podem ambos estar ligados à enzima ao mesmo tempo.

EXPLICANDO A MODULAÇÃO ALOSTÉRICA OU REGULAÇÃO ALOSTÉRICA


Praticamente todos os casos de inibição não competitiva (juntamente com alguns casos
exclusivos de inibição competitiva) são formas de regulação alostérica.No entanto, algumas
enzimas que são reguladas de forma alostérica apresentam um conjunto de propriedades
únicas que as distinguem. Estas enzimas, que incluem alguns dos nossos principais
reguladores metabólicos, muitas vezes recebem o nome de enzimas alostéricas

Enzimas alostéricas normalmente têm múltiplos sítios ativos localizados em subunidades


proteicas diferentes. Quando um inibidor alostérico liga-se a uma enzima, todos os
sítios ativos nas subunidades proteicas são alterados ligeiramente de forma que não
funcionem tão bem.

Também existem ativadores alostéricos. Alguns ativadores alostéricos ligam-se a uma


enzima em locais diferentes do sítio ativo, causando um aumento na função do sítio
ativo. Além disso, em um processo chamado de cooperatividade, o próprio substrato pode
servir como um ativador alostérico: quando se liga a um sítio ativo, a atividade dos outros
sítios ativos sobe. Isso é considerado uma regulação alostérica porque o substrato afeta os
sítios ativos longe de seu local de ligação.

CINÉTICA ENZIMÁTICA
A cinética enzimática é o estudo das taxas de reações catalisadas por enzimas e quais os
fatores que afetam a velocidade das reações enzimáticas. Estes parâmetros muitas vezes
incluem a temperatura, o pH e a concentração de substrato.

COMO MEDIR A TAXA DE REAÇÃO ENZIMÁTICA


Como se determina a velocidade da reação? Na verdade, queremos a velocidade inicial da
reação, quando se acaba de combinar a enzima e o substrato, e a enzima catalisa a reação
o mais rápido possível para aquela concentração específica de substrato (posteriormente a
velocidade de reação diminuirá para zero conforme o substrato vai sendo utilizado).
Portanto, deve-se medir a quantidade de produto produzido por unidade de tempo bem no
começo da reação, quando a concentração do produto está crescendo linearmente. Esse
valor, a quantidade de produto produzido por unidade de tempo no início da reação, é
chamado de velocidade inicial, ou V zero(velocidade inicial) para aquela concentração.

Agora, digamos que você encontrou seus valores de V 0, para todas as concentrações de
seu interesse. Você pode, então, representar graficamente cada concentração de substrato
e seu V 0 como um par (X, Y). Depois que representar todos os seus pares (X, Y) no gráfico
para diferentes concentrações, pode ligar os pontos com a curva melhor ajustada para obter
um gráfico. Para muitos tipos de enzimas, o gráfico que você vai obter lembra a reta roxa
mostrada acima: os valores de V 0 , vão aumentar rapidamente com concentrações baixas
de substrato, e depois, vão nivelar em um platô com altas concentrações de substratos.

O melhor momento para se estudar as reações


enzimáticas é no início da reação, pois nesse
momento o substrato não é limitante.
SATURAÇÃO ENZIMÁTICA

A saturação enzimática ocorre quando todas as enzimas disponíveis já estão ocupadas


processando substratos.

TODAS AS ENZIMAS SÃO PROTEÍNAS ?

Apesar de serem frequentemente definidas como catalisadores biológicos de natureza


proteica, nem toda enzima é uma proteína. Há alguns RNAs que funcionam como enzimas,
os chamados ribozimas. A maioria das enzimas, no entanto, são proteínas, sendo
formadas, portanto, por aminoácidos.

AS ENZIMAS SÃO CLASSIFICADAS NOS SEGUINTES GRUPOS, CONFORME O TIPO


DE REAÇÃO QUÍMICA QUE CATALISAM

➔ Oxido-redutases: reações de oxidação-redução ou transferência de elétrons.


Exemplo: Desidrogenases e Oxidases.
➔ Transferases: transferência de grupos funcionais como amina, fosfato, ácil e carboxi.
Exemplo: Quinases e Transaminases.
➔ Hidrolases: reações de hidrólise de ligação covalente. Exemplo: Peptidases.
➔ Liases: reações de quebra de ligações covalentes e a remoção de moléculas de
água, amônia e gás carbônico. Exemplo: Dehidratases e Descarboxilases.
➔ Isomerases: reações de interconversão entre isômeros ópticos ou geométricos.
Exemplo: Epimerases.
➔ Ligases: reações de formação de novas moléculas a partir da ligação entre duas
pré-existentes. Exemplo: Sintetases.

POR QUE COM ALTAS TEMPERATURAS AS ENZIMAS FICAM INATIVAS ?


O aumento de temperatura provoca maior agitação das moléculas e, portanto, maiores
possibilidades de elas se chocarem para reagir. Porém, se for ultrapassada certa
temperatura, a agitação das moléculas se torna tão intensa que as ligações que estabilizam
a estrutura espacial da enzima se rompem e ela se desnaturaliza.

POR QUE COM ALTAS CONCENTRAÇÕES DE SUBSTRATOS ENZIMAS REDUZEM A


ATIVIDADE?

Aumentar a concentração de substrato também aumentará a taxa de reação até um


certo ponto. Assim que todas enzimas tenham se ligado, mais nenhum aumento de
substrato terá efeito sobre a taxa de reação, uma vez que as enzimas disponíveis
estarão saturadas e trabalhando em sua taxa máxima.

MOTIVO PARA EXECUTAR REAÇÕES ENZIMÁTICAS EM SOLUÇÕES TAMPÕES

O conceito original de ação tamponante surgiu de estudos bioquímicos e da necessidade


do controle do pH em diversos aspectos da pesquisa biológica, como por exemplo em
estudos com enzimas que têm sua atividade catalítica muito sensível a variações de pH.
O motivo seria a sensibilidade da atividade catalítica das enzimas a variações de pH.

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