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UNIVERSIDADE PAULISTA – UNIP

PROJETO E PRÁTICAS DE AÇÃO PEDAGÓGICA PROJETO


DE INTERVENÇÃO DIDÁTICA

NOME ALUNOS

SÃO PAULO
2022
BRINCADEIRAS POPULARES

TÍTULO: JOGOS, BRINCADEIRAS E PINTURAS

SÃO PAULO
2022
TEMA: BRINCADEIRAS POPULARES

Este projeto tem como objetivo apresentar propostas de intervenção didática para
crianças da educação infantil de 04 e 05 anos, para isso será apresentado propostas de
aprendizagem através de brincadeiras populares como, massinha, pintura, brincadeiras de
ciranda, entre outras. Cada proposta deverá apresentar o objetivo a ser alcançado com as
crianças e os principais desenvolvimentos ao ser trabalhado determinada brincadeira e
como podem ser utilizadas de forma didática na educação de crianças menores de 06
anos.

De acordo com Zacarias (2007), Froebel foi um dos primeiros educadores a enfatizar a
importância do brinquedo na primeira infância como uma fase decisiva na formação de
crianças. Em meados de 1840, Froebel fundou o primeiro jardim da infância (o
Kindergarten) no qual constituía um centro de jogos para crianças de até 06 anos de
idade, onde o papel principal é mostrar que ali as crianças estariam livres para aprender
sobre si e sobre o mundo com manuseio de objetos, brinquedos e atividades lúdicas,
estas também serão propostas apresentadas ao longo deste projeto, além de exemplificar
como as crianças podem ser avaliadas durante a execução de uma brincadeira, quais
resultados esperar e até por quanto tempo trabalhar um determinado projeto durante o
ano letivo.

Para trabalharmos jogos e brincadeiras com as crianças de quatro e cinco anos de idade
é necessário seguir uma estratégia de ensino e aprendizagem que favorece a construção
do conhecimento científico e proporciona experiência em situações reais ou imaginárias.
Ao propor um jogo ou brincadeira específica às crianças desta faixa etária o professor
deve pensar quais são os objetivos para com a criança, quais as sensações, emoções
que ela poderá transmitir, o que poderá ser explorado e como a criança pode agir em
determinada brincadeira e que possam auxiliar no desenvolvimento da afetividade,
concentração, imaginação e habilidades motoras e psicomotoras no decorrer de cada
atividade.
Segundo o RCNEI, Brasil (1998), o brincar atua como um cenário onde as crianças podem
não apenas imitar, mas também transformar a vida e através da brincadeira, a criança
forma conceitos, escolhe pensamentos, observações e socializa cada vez mais com
outras crianças e adultos ao seu redor.
Brincar faz parte do esforço infantil para entender o mundo. A menina que
cuida de sua boneca, imita a mãe; as crianças que brincam de trabalhar
com os pais, estão, na verdade, tentando entendê-los, em princípio como
pessoas, mas também por suas ocupações, identificando seus atos
(GARCIA & MARQUES, 2001).

Para Burgos (1997), é brincando que a criança interage com o mundo ao seu redor e é
brincando que ela expressa seus valores, sentimentos, maneiras de pensar e de agir.
SITUAÇÃO PROBLEMA
Ao trabalharmos jogos e brincadeiras com crianças de quatro e cinco anos de idade
podemos observar certa dificuldade no realizar a atividade proposta em sala. Durante a
educação infantil é comum que crianças não possuam coordenação motora, não
consigam expressar seus sentimentos e prestar atenção no professor em sala e por isso
as aulas podem ser realizadas de forma lúdica com o objetivo de desenvolver pontos de
melhoria coletiva e individual para as crianças. Neste momento as crianças estão
aprendendo a reconhecer a si mesmo e a interagir com crianças da sua idade, estão
aprendendo a compartilhar e deverão desenvolver estas habilidades durante o ano letivo
com ajuda do professor.
Em cada atividade realizada o professor poderá se deparar com alguma dificuldade do
aluno seja ela no relacionamento social dentro da escola, no desenvolvimento do aluno
em relação ao proposto e até mesmo referente as suas vontades durante a aula que
devido a faixa etária também precisam ser levadas em consideração.
Cada atividade aqui descrita tem como objetivo levar o aluno para um caminho de
autoconhecimento e desenvolvimento de novas habilidades durante a execução de cada
atividade para que assim os alunos consigam demonstrar e verbalizar como se sentem.
Entender o aluno de quatro e cinco anos de idade nem sempre será fácil, uma vez que o
aluno nesta idade possuí suas próprias vontades e o relacionamento da criança dentro da
escola é diferente do seu relacionamento na área externa com pessoas de seu convívio
diário. Portanto, as atividades trarão também uma forma de lidar com as emoções do
aluno através das brincadeiras que permita os alunos a observar suas expressões e dos
colegas da classe e também demonstrar o que pensam como no mural da pintura e o
autorretrato.
JUSTIFICATIVA E EMBASAMENTO TEÓRICO
Na educação infantil é importante que as crianças vivam em um ambiente onde possam
manusear objetos, brinquedos e se comunicar com outras crianças, e acima de tudo
possam aprender, pois o brincar é uma importante forma de comunicação e aprendizagem
durante a primeira infância. Brincar ajuda a aprendizagem fazendo com que as crianças
gerem conceitos e ideias que lhes permitam criar, explorar e reinventar o conhecimento.
Este tema trás exatamente a necessidade de ensinar brincando de forma que o aluno não
se sinta pressionado inseguro; poderá apresentar brincadeiras que o aluno já conhece ou
trazer novos momentos a ele, proporcionando o desenvolvimento das habilidades
mencionadas ao longo deste projeto.
O aprendizado através das brincadeiras traz à escola um ambiente lúdico que torna o
ensino mais agradável, flexível e motivador, incentivando as crianças a completarem
tarefas e participarem ativamente na aprendizagem. Durante as brincadeiras propostas as
crianças começam a aprender e a estabelecer regras feitas por elas mesmas e/ou pelo
grupo. Dessa forma, eles aprendem a resolver conflitos e desenvolvem sua capacidade de
compreender diferentes perspectivas e se fazer entender.
PÚBLICO ALVO E OBJETIVOS

Público Alvo:
Este projeto tem como público alvo crianças com faixa etária de 04 e 05 anos e serão
desenvolvidas atividades que ajudarão a criança na interação social com outras crianças e
adultos.

Objetivo Geral:
O projeto tem como principal objeto mostrar a importância de se trabalhar o lúdico como
prática pedagógica no processo de ensino aprendizagem. Portanto, realizaremos
atividades que promovam aos alunos o desenvolvimento pessoal e possibilite o trabalho
contínuo de socialização e conhecimento de si mesmo para o aluno; sendo que o aluno
durante as brincadeiras possam perceber o seu bem estar físico, social e emocional, além
de perceber seu espaço e como se relacionar com aqueles que estão ao seu redor
durante o processo de aprendizagem.

Objetivos Específicos:
• Criar estratégias para desenvolver o interesse da criança pelo conteúdo.
• Estimular a criança em seu desenvolvimento.
• Estimular a comunicação através do brincar, facilitando a construção da autonomia,
reflexão e da criatividade.
• Facilitar a interação entre os alunos e professores.
• Possibilitar uma aprendizagem significativa e prazerosa.
• Trabalhar atividades como pintura para desenvolver a atenção, imaginação,
aspectos motes e sociais.
• Utilizar os jogos como estratégia de ensino para estimular na criança
potencialidade cognitivas, linguísticas, afetivas, motoras e sociais.
PERCURSO METODOLÓGICO, RECURSOS E CRONOGRAMAS
Esta etapa do projeto irá apresentar como as atividades serão realizadas junto aos alunos
e o quais os materiais necessários para o desenvolvimento do projeto; além de definir o
cronograma para que cada atividade possa ser realizada ao longo do ano.
• Autorretrato em Tamanho Real
Uma atividade que trabalha a autoestima, desenvolve as habilidades socioemocionais,
estimula a criatividade, a auto aceitação, amor próprio e ajuda também a definir sua
própria identidade. Será um autorretrato em tamanho real, podendo ser feito a partir da
sombra das crianças ou suas silhuetas.
A professora que deve conduzir a brincadeira desenhando o contorno dos corpos de cada
aluno em folhas de papel kraft, grandes o suficiente para caber o corpo todo, feito isso o
papel é recortado pelas crianças com auxílio do professor e cada aluno fará um desenho
de si mesmo, incluindo suas características físicas como os cabelos, formato e cor dos
olhos, tom da pele e até as roupas que gostam de usar.
Recursos: Para esta atividade é necessário a disponibilização de papel kraft, cartolina
branca ou papel pardo, giz de cera lápis de cor e tantas guache, livros com reprodução de
auto retrato para que as crianças consigam visualizar o que devem reproduzir.
Cronograma: 1º bimestre, com duração de 4 semanas sendo realizado uma aula por
semana para conclusão do autorretrato.

• Massinha de Modelar
Criar, explorar e experimentar diferentes sensações como a textura dos materiais
utilizados, estimular a coordenação motora fina e o fazer artístico, ajudando no
desenvolvimento intelectual, cognitivo, emocional e físico. Além destes, trabalhar com
massinha proporciona aos alunos um momento de prazer durante a aula, seja com
massinha pronta ou preparando sua própria massinha de modelar com ingredientes
caseiros.
Recursos: Massinhas de cores variadas, formandas de letras e animais terrestres e
aquáticos, botões, canudos e folhas sulfites. Para fazer sua própria massinha, é
necessário farinha de trigo, sal, água e corante para dar cor à massinha.
Cronograma: Esta opção pode ser realizada com os alunos de forma bimestral onde será
possível atingirmos os objetivos da atividade que é o estímulo da coordenação motora,
criatividade e até relaxamento ao apenas brincar de modelar.
Opções de trabalho com massinha

• Teatro de Fantoches
A aula com teatro de fantoches tem a proposta de estimular a construção de identidade da
criança a partir do momento que interpretam vários personagens e possibilita que o aluno
explore sua imaginação, criatividade no momento de criar. Este é um projeto que prepara
o aluno para interagir consigo mesmo e criar vozes para seu personagem, podendo
estimular a criança a realizar o teatro de acordo com a sua vivência, fortalecendo a
habilidade de expressão de cada um. Essa interação torna possível reforçar os laços
criados na educação infantil e que crianças de 04 e 05 sintam-se seguras ao compreender
a importância da diversidade e de criar e expressar o que pensa e sente.
Recursos: O teatro de fantoches pode contar com fantoches prontos realizados por
profissionais e também construídos com eva, botões, lã e tecidos de cores e tamanhos
variados.
Cronograma: Realizado no 2º bimestre o projeto tem uma duração de 06 semanas, sendo
uma aula por semana com duração de 30 minutos para confecção de fantoches e três
aulas com duração de 30 minutos para que os alunos com auxílio do professor possam
realizar o teatro e manusear os fantoches, inventar histórias de acordo com a sua
vivência.

• Mural da Pintura
A pintura aliada a ludicidade tem um papel significativo na educação infantil com crianças
de 4 a 5 anos de idade; ela vai possibilitar que a criança explore seus sentimentos, que
através das cores elas demonstrem sua alegria, sua tristeza e que ela possa perceber
dentro do seu desenho coisas do seu próprio cotidiano de maneira artística. Além disso, a
pintura permite o desenvolvimento da coordenação motora, uma que poderá ser
trabalhado movimentos leves e repetitivos, podendo ser realizado com auxílio de um
pincel ou das próprias mãos da criança.
Recursos: O mural da pintura poderá ser realizado em uma parede lavável da escola ou
em um papel pardo ou em cartolinas brancas e coloridas quando realizados em conjunto e
em telas de pintura quando trabalhado individualmente, além destes são necessárias
tintas guache de diversas cores, pincéis de tamanhos variados e um avental ou camiseta
velha para as crianças.
Cronograma: Realizado no 2º semestre em uma única aula de até uma hora ou de acordo
com a interação de cada aluno e finalização do trabalho. Este também poderá ser mantido
por um determinado período na escola para que as crianças possam reconhecer os seus
próprios desenhos ao andar pela escola, estimulando as sensações ao reconhecer a sua
arte.

• Caixa Sensorial
A caixa sensorial faz com que as crianças aprendam utilizando os cinco sentidos: visão,
olfato, paladar, tato e audição. Despertando exercícios sensoriais que trabalham a
psicomotricidade fina, ou seja, desenvolve a capacidade de manipular objetos e usar as
mãos e dedos de forma precisa. Esta atividade aguçar a curiosidade das crianças em
saber o que há dentro da caixa, estimulando a criatividade, motricidade fina para
manipular objetos e até linguagem, introduzindo novo vocabulário ao colocar objetos
desconhecidos em uma caixa. O educador pode tornar ainda mais interessante orientando
as crianças a pegarem um brinquedo e adivinhar o que é, ou pegar determinado objeto
pela formato ou barulho que faz.
Opções de Caixa Sensorial

Recursos: Para a caixa sensorial é necessário uma caixa de papelão e de acordo com seu
tamanho será adaptado os sentidos que poderão ser explorados. Além desta, é
necessário lixas de unha, pedras, pinhas, escova de cabelo, escova de dente, bonecos,
formas de gelo, brinquedos, chocalhos, apitos, alimentos como arroz e feijão cru e muito
mais Cronograma: A caixa sensorial pode ser utilizada diversas vezes sempre explorando
um novo sentido ou o mesmo sentido com um objeto diferente. Portanto pode ser
realizado pelo professor diversas vezes ao longo do 2º semestre.

• Leitura Lúdica
Impulsionar a leitura na infância é essencial para a evolução de habilidades de
comunicação, expressão, interpretação e até mesmo da capacidade de empatia e para
isso é possível contar com a hora da leitura durante as aulas, onde o professor conta uma
determinada história de forma lúdica para que as crianças compreendam o que está
sendo relatado e consigam replicar, demonstrar e interpretar o que foi contado. Para este
projeto é possível que as escolas em parceria com as famílias usem estratégias para criar
uma relação positiva entre a criança e a leitura.
Opções de Contação de Histórias
...não se esgota na decodificação pura da palavra escrita ou da língua
escrita, mas se antecipa e se alonga na inteligência do mundo. A leitura do
mundo precede a leitura da palavra, daí que a posterior leitura desta não
possa prescindir da continuidade da leitura daquele (Freire, Paulo. 2000).

Paulo Freire (2000) ressalta que toda criança lê o mundo de diversas maneiras, mesmo
que ainda não esteja alfabetizada e letrada. A instituição que investe em formar leitores
ainda nos primeiros anos de vida da criança, tem maior sucesso em desenvolver os
hábitos de ler no futuro enquanto jovens e adultos.
Existem diversas formas de incentivar a criança durante as atividades de leitura, uma
delas é permitir que o aluno crie um final alternativo para uma derivada história, conto ou
poema e até mesmo reinvente a história com as suas palavras. Após a atividade de leitura
é possível complementar a história pedindo que os alunos desenhem e até encenam a
história com os colegas de classe, potencializando a interação e troca de informações
entre os alunos.
Recursos: Prateleiras fixas ou móveis, ambiente iluminado, tecido grande de uma ou mais
cores, almofadas e tapetes, tatames ou colchonetes, além de diversos livros com
temáticas infantis com texturas diferentes. Os livros podem abordar contos, histórias em
quadrinhos, poemas.
Cronograma: O momento da leitura pode ser realizado a cada duas semanas sem prazo
pré determinado para ser encerrado, sendo possível que ao final de cada aula o professor
peça que os alunos desenhem a história e realize um varal dos desenhos realizados.
AVALIAÇÃO E PRODUTO FINAL
A avaliação deste projeto deverá ocorrer ao longo do ano, durante todo o processo em
cada atividade, respeitando o desenvolvimento da criança ao longo do tempo. Portanto, o
professor deve observar e avaliar cada aluno individualmente de acordo com suas
habilidades cognitivas, sociais e motoras para que possa concluir o quanto cada aluno
desenvolveu durante a atividade.
O objetivo do projeto é conscientizar a escola, pais e responsáveis a importância das
brincadeiras populares na educação infantil como meio de promoção do desenvolvimento
infantil, considerando que os brinquedos que são construídos e as brincadeiras que são
realizadas são muito mais do que entretenimento para as crianças e sim uma forma de
aprendizagem que ajuda a criança a expressar seus sentimentos e desenvolver
habilidades necessárias para os anos iniciais. O projeto será finalizado com uma
apresentação das atividades realizadas como um mural com os desenhos das aulas,
fotografias da contação de histórias e uma apresentação de cada autorretrato realizado
pelos alunos. Será entregue aos pais no fim de cada semestre um portfólio com fotos
individuais e em grupo dos alunos realizando as atividades, os desenhos realizados e um
relatório com o desenvolvimento individual da criança para que possam acompanhar o
desempenho e interação de seu filho.
REFERÊNCIAS
Aidar, Laura: Brincadeiras para a Educação Infantil. Disponível em:
https://www.todamateria.com.br/brincadeiras-para-educacao-infantil/. Acesso em
novembro 2022.

Arce, A. Friederich Froebel: O pedagogo dos Jardins de Infância. Petrópolis, RJ:


Vozes. 2002.

Ayres, Liliane A; Riveiro, Marinês. A Importância do Brincar na Educação Infantil –


Alvorada- RS, Revista SMED 2016.

Colegio Academia – Atividades Lúdicas para crianças e sua importância. Disponível em:
https://blog.academia.com.br/atividades-ludicas-para-criancas/. Acesso em novembro
2022.

Kendzierski, Mariana; Gardacho Pietrobom, Sandra. Friederich Froebel e os Jardins de


Infância. Unicentro 2012.

Moratori, Patrick Barbosa. Por que utilizar jogos educativos no processo de ensino
aprendizagem? – Universidade Federal do Rio de Janeiro - Instituto de matemática. Rio
de Janeiro, RJ, 2003.

Oliveira, Marta Kohl de. Vygotsky: Aprendizado e Desenvolvimento um processo


sóciohistórico. São Paulo, 1995 – 3º Ed.

Roque, Cassoa L. Bittencourt; Canedo, Maria Luiza: A Importância do Incentivo à Leitura


nos primeiros anos de Infância. Rio de Janeiro.

Vygotsky, Lev Semenovich; Luria, Alexander Romanovich; Leotiev, Alex N. –


Aprendizagem e Desenvolvimento Intelectual na Idade Escolar – São Paulo, 2010.
Tradução de Villalobos, Maria da Pena, 11º Ed.

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