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Cláusula 13. a - Uma vez co.mpro.va- público.s e particulares, deverá ser ra-
da, na base de dado.s técnico.s devida- zo.ável e que po.r o.utro. lado., êsse trá-
mente do.cumentado.s, a existência da fego. não. será de caráter o.nero.so. para
reserva mineral mínima prevista na a Emprêsa e não. virá prejudicar o. em-
cláusula anterio.r, e, uma vez que a co.ns- preendimento. que é o.bjeto dêste co.n-
trução. de uma via férrea se apresente trato., isto. é, a pro.dução. do. minério. de
co.mo. a so.lução. mais eco.nômica, e ao. manganês".
mesmo. tempo. tecnicamente a mais indi- Mínimo. expo.rtável:
cada para o. transpo.rte do. minério., a "Cláusula 20. a - Caso. seja ado.tada a
Emprêsa so.licitará ao. Go.vêrno. federal so.lução. de uma estrada de ferro., êsse
co.ncessão. para co.nstruir e o.perar a via mínimo. co.meçará a vigo.rar no. ano. se-
férrea. guinte à co.nclusão. da estrada, sem pre-
Cláusula 14.a - Tôdas as despesas de juízo. do. pagamento. previsto. nas cláu-
co.nstrução. da estrada, aquisição. de ma.- sulas 32. a e 33. a .
terial ro.dante e qualquer o.utro. equipa- Cláusula 21. a - Se, preenchidas as·
mento. indispensável à o.peração. da mes- condições da cláusula 19.a , isto. é, co.m-
ma, co.rrerão. por conta da Emprêsa. pro.vada a existência de uma reserva
Cláusula 15. a - Dentro de quatro mínima de cinco. milhões de to.neladas
(4) anos, a co.ntar de 31 de dezembro. de minério de manganês de alto. teor
àe 1951, ou, se a cOlice,,:;ào amda n[;o econômicamente expo.rtável e a existên-
tiver sido expedida, da data do Decreto cia de mercado. franco. a preço.s co.mpen-
~.:J Govê!rno iederal dando. à Emprêsa sado.res para a expo.rtação. de cinqüenta
a concessão. para a co.nstrução. da via mil (50.000) to.neladas de minério po.r
férrea, a Emprêsa terminará a sua ano., e, se dentro. do. prazo. previsto. na
co.nstrução. e iniciará a sua o.peração. Cláusula anterio.r, a Emprêsa por defi-
para o. transpo.rte de minério. e para ciência de o.utro.s meio.s de transpo.rte
uso. público., o.bedecendo. a tudo. que fôr não. co.nseguir realizar a exportação.
estipulado. no. Decreto. de co.ncessão.. anual do. mínimo de cinqüenta mil to.ne-
Cláusula 16.a - Findo. o. prazo fixado. ladas, neste caso. ficará a Emprêsa o.bri-
na Cláusula 15. a e ainda não. esgo.tado. gada a levar avante a co.nstrução. da
o. que para tal fôr estipulado. no. de- via férrea prevista na Cláusula 13.a~
creto de concessão. da estrada, se esta estabelecendo-se, então., co.ndições co.n-
não. estiver co.ncluída, será co.ncedido. à dizentes co.m as to.nelagens a serem
Emprêsa prazo. de to.lerância para fa- transpo.rtadas.
zê-Io.; isso. dependerá, entretanto, de ve- Cláusula 30. a - Se, desco.bertas o.u-
rificar-se que as obras estejam então tras jazidas de minério. de manganês,
bastante adiantadas e de que o. atraso. além das mencionadas na cláusula 27. a •
constatado. não derive de pro.telação. ma- cujo aproveitamento depende da utili-
liciosa o.u de desídia da Emprêsa, mas zação. do.s serviços da estrada de ferro
deco.rra de fatôres estranhos, que a ou do. pôrto., co.nstruídos pela Emprêsa,
Emprêsa não. tenha po.dido. remo.ver ou em região. tributária dessa via férrea,
superar, po.r mo.tivos alheios à sua in- compromete-se o. Território. a dar à Em-
fluência o.u po.r exigirem sacrifício.s in- prêsa prioridade de avaliação, estudo.s
co.mpol'táveis. e pesquisas, bem como. para o apro.vei-
Cláusula 17. a - A Emprêsa reserva- tamento dessas jazidas, em igualdade
rá para uso público. uma capacidade de de co.ndições com o.utros co.nco.rrentes".
tráfego até 200.000 to.neladas anuais, Rescisão:
distribuídas metade no. sentido. das jazi- "Cláusula 40,a - a) se, preenchidas
das e metade no. sentido. do pôrto., me- as co.ndições estipuladas nas Cláusulas
diante tarifas fixadas de acôrdo. co.m a 13.a e 14.a , a Emprêsa deixar de cons-
legislação. brasileira. Fica entendido truir a estrada de ferro. prevista".
que o. o.bjetivo. primordial da estrada de Favores co.ncedido.s pelo. Território.:
ferro. consistirá no. transpo.rte do. miné- "Cláusula 44. a - O Território. auxi-
rio. de manganês da Emprêsa, e que seu liará a Emprêsa nas diversas fases do.
uso., co.mo. meio. de transpo.rte para fins seu trabalho no. Território Federal d<J
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para construção, uso e gôzo, sem ônus É lógico, portanto, que a estrada de
para a União, de uma estrada de ferro ferro a ser construída, de acôrdo com a
industrial destinada, principalmente, ao concessão que lhe foi feita, não poderia
transporte de minério de manganês, en- deixar de ficar intimamente ligada à
tre Pôrto de Santana, situado a montan- exploração de minério de manganês,
te da cidade de Macapá, na margem es- objetivo principal de todo o empreen-
querda do canal norte do rio Amazo- dimento.
nas, e as jazidas de manganês da Serra Do contrário, se fôsse permitido ao
do Navio, situadas nos vales dos rios concessionário da estrada de ferro es-
Araguari e Amapari, no Território Fe- tabelecer o traçado que bem entendes-
deral do Amapá. se, ou atender a outros objetivos que
Concedeu ainda o Govêrno, à mesma não a exploração e transporte do mi-
Emprêsa, autorização para a construção nério de manganês, tôda a riqueza de-
dos ramais necessáriQS para que a es- corrente da exploração resultaria em
trada atendesse aos seus objetivos. inomináveis prejuízos para a região e
Estabeleceu desde logo o citado de- para a nação.
creto as cláusulas reguladoras da con- Daí, o cuidado do Govêrno em esta-
cessão, conforme se pode verificar de belecer na concessão a estrita observân-
seu art. 2. 0 • cia das cláusulas do contrato de explo-
Vê-se, pois, claramente, que a conces- ração de minério de manganês.
são foi outorgada com o objetivo prin- Assim procedendo, agiu sábia e pa-
cipal de atender ao transporte de mi- trioticamente.
nério de manganês da região. Trâmites do processo no Tribunal de
Assim, sendo, entendeu o Govêrno de Contas:
estabelecer desde logo as cláusulas a O presente contrato deu entrada no
serem observadas, para os efeitos do Tribunal em 8 de abril dêste ano, en-
que dispõem as cláusulas 13. a , 14. a , 15. a caminhado com o Aviso n.o 435, do Sr.
e 17.[>. do contrato firmado entre o Go- Ministro da Viação, da mesma data,
vêrno do Território Federal do Amapá recebendo o n.O 8.888-53.
e a Indústria e Comércio de Minérios O exame do processo pela diretoria
S.A. - I~CO:\II, em 6-6-1fl50, contrato competente, concluiu pela regularidade
êsse ratificado pelo art. 6. 0 da Lei n.o do mesmo, observadas como foram, as
1.235, de 14 de novembro de 1950 e re- formalidades legais atinentes à espécie.
gistrado pelo Tribunal de Contas, em (fls. 21).
sessão de 19 de janeiro de 1951. O Dl'. Procurador Geral a 20 de abril
Em outras palavras, tendo em vista de 1953, opinava pelo registro (fls. 21).
a imuortância das jazidas de minério Distribuído o processo em 22 de abril
de m·anganês, existentes no Território de 1953, a 28 do mesmo mês foi pelo
Federal do Amapá, e o indiscutível inte- relator solicitado novo parecer do Dl'.
rêsse público de que se reveste o seu Procurador, que, em 4 de maio, ofereceu
aproveitamento, o Govêrno federal, au- o 2.0 parecer, concluindo por uma dili-
torizou nelo Decreto n.o 28.162, de 31
gência no sentido de ser ouvido sôbre a
de maio' de 1950, o Govêrno daquele
concessão o Conselho de Segurança N a-
Território a convencionar a revisão do
contrato para estudos e aproveitamento cionaI (fls. 22-45).
de jazidas de minérios de manganês, A 8 de maio, solicitamos vista do
existentes no mesmo Território. processo (fls. 45), cuja devolução fize-
O decreto referido estabeleceu as cláu- mos na sessão seguinte, 12 de maio,
sulas indispensáveis ao bom êxito do quando foi oferecido pelo Dl'. Procura-
empreendimento. Entre as cláusulas dor o seu 3.° parecer (fls. 46-47), rea-
constantes do contrato de 6 de junho de firmando seu parecer anterior.
1950 várias se referem à concessão à O Tribunal, em sessão de 12 de maio
emp;êsa contratante, para construção, de 1953, converteu o julgamento em
uso e gôzo de uma estrada de ferro. diligência, para que fôsse solicitada ao
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pital orçado para a construção das mes- Essa era a legislação em vigor, a 15
mas estradas. Esta subvenção far-se-á de novembro de 1889, por ocasião da
efetiva à proporção que cada Km, fôr proclamação da República.
sendo construído. Em 26 de junho de 1890, o Govêrno
Poderá igualmente tomar ações das Provisório expediu o Decreto n. o 524,
referidas Emprêsas até o máximo aci- modificando as normas reguladoras da
ma indicado, não recebendo dividendos competência para as concessões de es-
senão quando a renda líquida da es- tradas de ferro.
trada atingir, em relação ao capital dos ~ste Decreto, considerando que o de-
outros acionistas, o juro de 7 0/0. senvolvimento da viação férrea de todo
Art. 21. Nas concessões de estra- o território da República exigia, que
das de ferro pelo Govêrno, além das sôbre as respectivas concessões fôsse
cláusulas que forem convenientes, em claramente discriminada a competência
referência a cada uma, serão expressas do Govêrno federal da dos Governos
as seguintes: dos Estados; considerando ainda que as
§ 1.0 Não poderão começar os tra- exposições da circular n. o 2, de 16-1-1873
balhos de construção sem que tenham e as do Regulamento que baixou com
sido previamente submetidos à aprecia- o Decreto n. o 5.561, de 26-2-1874, re-
ção do Govêrno o plano definitivo e o gulando esta matéria deviam ser modi-
orçamento das despesas, bem como o ficadas, não só para atender aos in-
relatório geral demonstrativo das obras convenientes que na prática se mani-
projetadas" . festaram, mas também, para serem
Do n. o 1 ao n. o 8 dêste parágrafo adaptadas à organização atual do país,
constam os detalhes dêsse plano. decretou uma série de medidas no sen-
"§ 6. 0 Findo o prazo da concessão, tido de discriminar perfeitamente a
e não havendo expressa estipulação em competência entre o Govêrno da União
contrário, reverterão para o Estado tô- e os Governos dos Estados.
das as obras da estrada, bem como o Diante do exposto, verifica-se que a
respectivo material rodante, sem inde- concessão outorgada pelo Govêrno fe-
nização alguma. deral a favor da Indústria e Comércio
§ 9.0 O Estado terá o direito de de Minérios S.A. - INCOMI, pelo De-
desapropriar a estrada passado o pra- creto n. o 28.162, de 31 de maio de
zo de 15 anos; sendo o preço da de- 1953, decorreu da expressa competência
sapropriação regulado, em falta de que lhe é atribuída, legal e constitucio-
acôrdo, pelo têrmo médio do rendimen- nalmente.
to líquido do último qüinqüênio". Nada mais lógico. Tratando-se de um
O Decreto n.o 6.995, de 10-8-1878, Território Federal, sob a jurisdição da
estabeleceu bases gerais para a con- União, não seria concebível que outro
cessão de estradas de ferro com fian- fôsse o poder concedente.
ça ou garantia de juros do Estado, Regulada como está em nosso siste-
nos têrmos dos Decretos ns. 641 e 2.450, ma jurídico a competência para tais
aprovando as cláusulas que deveriam concessões, qualquer violação dos pre-
ser observadas nos contratos celebra- ceitos legais, esbarraria diante dos prin-
dos com os respectivos concessionários. cípios da autonomia dos Estados, essen-
O Decreto n. O 7.959, de 29-12-1880, cial ao regime federativo.
no intuito de uniformizar os têrmos O art. 7. 0 da Constituição republi-
das concessões das estradas de ferro cana dispunha de modo mais explícito,
gerais do Império, aprovou as cláusu- ao declarar no seu § 6. 0 que o Govêrno
las que daquela data em diante deve- federal não poderia intervir em negó-
riam regular as mesmas concessões. cios peculiares aos Estados.
O Decreto n.o 7.960, de 29-12-1880, Cada Estado se regerá pela Cons-
alterou as cláusulas do Decreto n. o tituição e pelas leis que adotar obser-
6.995, de 10-8-1878, de conformidade vados os princípios estabelecidos na
com as que pelo mesmo foram baixadas. Constituição federal (art. 18).
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Quando fôr votada e sancionada a 1950, pela simples razão de ser o único
lei especial, o problema será natural- vigente nesta data.
mente resolvido. Antes disso, não há O têrmo de 29 de abril de 1953, além
..que cogitar-se do mesmo por in opor- de não se referir direta ou indireta-
-tuno. mente à estrada de ferro, não existia
Além do mais, não existe somente na ocasião, sendo assim impossível qual-
.êsse problema a resolver, futuramente, quer vinculação ao mesmo.
quando ocorrer a hipótese prevista no A concessão outorgada para a cons-
art. 3.° da Constituição. Todos os de- trução, uso e gôzo da estrada de ferro,
mais assuntos da mesma relevância, objeto dêste contrato só poderia obe-
]lara os quais a união tem concorrido decer ao que havia sido estipulado a
respeito, em obrigação anteriormente
com vultosas verbas, - no caso a União
estabelecida - contrato de 6 de junho
não concorre com a mínima parcela dos
de 1950 - , à lei n.o 1.235, de 14 de
recursos previstos - deverão ser igual- novembro de 1950, que houve por bem
mente tratados. retificá-lo e às cláusulas aprovadas pelo
"Dentro da Organização Federal, o próprio Decreto que outorgou a con-
Território na estrutura política do Bra- cessão.
sil é entidade constitutiva do Estado 3.° - porque não foi consignada, de
Federal, pertencendo à União sua base forma expressa, a data limite para a
física que se integra ao Território Fe- reversão da concessão.
deral, como entidade administrada di-
Em primeiro lugar, quer nos parecer
retamente pela União, sendo a sua ad- que na redação ao 3.° fundamento da
ministração regulada por lei especial decisão do Tribunal, houve manifesto
(Decreto-lei n.o 839, de 21 de setem- equívoco; pOl:que, ali se refere à re-
bro de 1943). versão da concessão, quando o que re-
Constitui, assim, uma unidade de as- verte não é a concessão mas sim o acer-
sociação, a base física, o Govêrno e a vo da estrada.
administração exercida por prepostos A cláusula décima terceira, dispondo
da União, representando a entidade sôbre a vigência do contrato, estabele-
Território Federal com Instituto de Di- ceu o seguinte:
-reito Público Interno". (Océlio Medeiros "A vigência dêste contrato começará
- Territórios Federais). na data do seu registro pelo Tribunal
Além do mais, o contrato deveria de Contas e terminará simultâneamente
obedecer, estritamente, às cláusulas com a exploração das jazidas de miné-
.aprovadas pelo Decreto que outorga a rio de manganês, de que a estrada con-
concessão, o que não aconteceria se ou- cedida é acessório, mediante notifica-
tra fôsse a estipulação nesse sentido. ção da INCOMI ao Govêrno de que com-
Finalmente, porque o Poder compe- pletou a exploração a que tem direito
tente para outorgar a concessão, isto ou no caso de caducidade ou encampa-
é, a União concedente, assim determi- ção da concessão. Expirada a conces-
.fiOU pela sua le.gítima autoridade. são todo o acervo da estrada reverterá
2.0 - porque a Estrada de Ferro se para o Território, independentemente
destinar, principalmente, ao transporte de qualquer indenização".
de minérios, a sua concessão não pode- Determina expressamente a cláusula
ria estar vinculada apenas a um dos acima, que a vigência do contrato co-
contratos de mineração, mas a todos os meçará da data do seu registro pelo
instrumentos em vigor. Tribunal de Contas e terminará simul-
A nosso ver, a concessão, outorgada tâneamente com a exploração das jazi-
pelo Decreto n.o 32.451, de 20 de mar- das de minério de manganês, de que a
ço de 1953, cujo têrmo foi assinado a estrada concedida é acessório.
28 do mesmo mês e ano, só poderia Quando termina a exploração das ja-
-estar vinculada ao contrato de explo- zidas? Pelo contrato em vigor cláusu-
ração do minério, de 6 de junho de la 29. 8 , o prazo de exploração é de 50
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"Yia férrea, a Emprêsa considera que, i) que, qualquer que seja o pronun-
para que se justifique tal construção, ciamento do Tribunal, registrando ou
será necessário constatar a existência recusando registro ao contrato, nenhum
~e uma reserva mínima de dez milhões prejuízo acarretará à contratante, que
(10 000 000), de toneladas de minério poderá adotar outro meio de trans-
de manganês de alto teor, econômica- porte que atenda exclusivamente aos
mente exportável (cláusula 12.a ); seus interêsses, evitando a inversão de
e) que comprovada, na base de da- vultoso capital, na construção de uma
~os técnicos, a existência dessa reser- estrada de ferro que, futuramente de-
va, e, uma vez que a construção de verá reverter, sem indenização de qual-
uma via férrea se apresente como a quer espécie ao Território, com mani-
solução mais econômica, e, ao mesmo festo desprêzo ao desenvolvimento da
tempo técnicamente a mais indicada região, que dificilmente poderia contar
para o transporte do minério a Em- com outra oportunidade tão favorável
prêsa solicitará ao Govêrno federal, como se apresenta, neste momento, para
concessão para construir e operar dita a construção de uma via férrea, meio
via férrea (cláusula 13.a ); de transporte tão oneroso como ates-
f) que tôdas as despesas com a tam, com raríssimas excessões, as es-
construção da estrada, material rodan- tradas de ferro do país.
te e quaisquer outras indispensáveis à Do acôrdo com o exposto, e, tendo
operação da mesma, correrão por con- em vista que o contrato em discussão,
ta da Emprêsa contratante (cláusu- obedeceu, em suas linhas gerais, aos
la 14.a ); dispositivos legais aplicáveis à espécie,
g) que, pelas cláusulas 19.a e 22. a com observância dos princípios jurídi-
se os estudos previstos apresentarem cos especialmente estabelecidos para os
como conclusão a inexistência da reser- contratos dessa natureza, e consideran-
va mínima de minério de manganês, de do ainda, que todos os demais requisi-
alto teor econômicamente exportável, a tos e condições essenciais à sua vali-
Emprêsa poderá, se assim o entender, dade foram devidamente cumpridos,
depois de aceita a conclusão pelo Ter- voto para que se tome conhecimento do
ritório, utilizar de outro meio de trans- recurso, pela sua tempestividade, a fim
porte, que julgar técnica e econômica- de ser registrado o contrato de 23 de
março de 1953, reconsiderando-se, as-
mente mais indicado;
sim, a decisão de 24 de julho de 1953.
h) que no exame das cláusulas re-
Sala das Sessões, 9 de outubro de
feridas, transparece, de um lado, o 1953. - Rogério de Freitas.
interêsse e o cuidado do Govêrno do
Território, em zelar pelo desenvolvi- *
mento econômico da região, fim primor- Pelo Sr. Ministro Silvestre Péricles,
dial de todo o empreendimento, e de foi emitido o seguinte voto, no julga-
outro a cautela da Emprêsa contratan- mento, pelo Tribunal, do Processo n.o
te, na escolha do meio de transporte 8.888-53 relativo ao contrato de 28 de
março de 1953, celebrado, ex-vi do De-
mais indicado, atendendo ao mesmo tem-
creto n.O 32.451, de 20 de março citado,
po aos interêsses do Território, sem
com a Indústria e Comércio de Minérios
prejuízo dos resultados econômicos da Sociedade Anônima (lNCOMI), para
exploração de minério, cujas condições construção, uso e gôzo de uma estrada
têm de ser cumpridas, nos têrmos do de ferro industrial no Território do
contrato em vigor. Entre tais condições Amapá, ligando o Pôrto de Santana à
existe a obrigação de exportar anual- margem esquerda do Canal Norte do
mente uma quantidade mínima, sôbre Rio Amazonas às jazidas da Serra do
a qual deverá passar ao Território, Navio:
uma taxa de 4 % por tonelada métri- "Enlaçado a três outros contratos -
ca exportada, mais 5 0/0, sôbre o que () primitivo, o principal e o aditivo - o
exceder a 500.000 toneladas anuais; presente contrato de concessão de uma
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ela nos concede para essa deliberação, o então Ministro da Viação e Obras
que decidimos, nesta data, realizar o Públicas, por parte do Govêrno federal
aproveitamento das jazidas de manga- da República, outorgou concessão à In-
nês da Serra do Navio. Rio de Janeiro, dústria e Comércio de Minérios S. A.,
2 de maio de 1953. Indústria e Comér- INCOMI "para construção, uso e gôzo,
cio de Minérios S.A. - INCOMI - sem ônus para a União, de uma estra-
Augusto Trajano de Azevedo Antunes, da de ferro industrial, destinada, prin-
diretor-presidente. - Francisco de Pau- cipalmente, ao transporte de minérios
la da Costa Carvalho, diretor-secre- de manganês, entre Pôrto de Santana,
tário". situado à montante da cidade de Ma-
13. A cláusula 29. a está assim redi- capá, na margem esquerda do Canal do
gida: "O arrendamento de que trata a Norte do Rio Amazonas, e as jazidas
cláusula anterior dêste contrato será de manganês da Serra do Navio, situa-
pelo prazo de cinqüenta anos e come- das nos vales dos rios Araguari e Ama-
çará a vigorar automàticamente, inde- pari, no Território Federal do Amapá,
pendentemente de novo contrato, na e dos ramais que forem necessários para
data em que a Emprêsa comunicar ao que a estrada atenda aos seus objeti-
Território que decidiu realizar o apro- vos", com observância das cláusulas que
veitamento das jazidas, desde que o se firmaram no contrato.
faça até 31 de dezembro de 1953". Por decisão de 22 de maio do corren-
Mas a verdade é que autêntica seria te ano, o Tribunal converteu o julga-
a carta enviada ao Governador do Ter- mento em diligência, para que fôsse
ritório, ou uma cópia dela, se revestida "solicitada ao Conselho de Segurança
das formalidades legais, e não a cópia Nacional certidão da ata contendo o
de uma cópia de urna suposta carta assentimento à concessão, na forma do
apres",ntada pelo próprio interessado, a art. 180 da Constituição federal". Essa
INCO~II. Nada mais é preciso aduzir, certidão não foi enviada ao Tribunal,
com a esquisita coincidência de data. e, em sua substituição, completamente
14. A propósito, convém acentuar ineficaz, remeteu-se uma cópia da Ex-
que tanto o contrato principal como o posição de Motivos n. o 367, de junho
seu nditivo não consignam a cláusula findo, da Secretaria-Geral do referido
salutar de que só terão vigor depois do Conselho, feita ao Presidente da Repú-
reg'i~tJ·o pelo Tribunal, transgredindo- blica, a qual assim concluiu: "todos os
se nssim a sua constante jurisprudên- membros do Conselho de Segurança Na-
cia. cional manifestaram-se pela aprovação
15. Afigura-se desnecessário acres- dos contratos, caso não seja adotada
centar na argumentação para a man- por Vossa Excelência a preliminar de
tença, nos seus estritos têrmos, da de- não interferência do Conselho de Segu-
cisão de 24 de julho: concordo integral- rança Nacional por não se encontrarem
mente com as palavras e fundamentos os objetivos a que se reportam os con-
dos preclaros Ministros dêste Tribunal, tratos dentro dos 150 quilômetros ao
na conformidade das provas dos autos. longo das fronteiras terrestres. Em 11
Mas, com o meu voto, venho talvez do mesmo mês, o Presidente da Repú-
focalizar outros aspectos da matéria, blica despachou: "Transmita-se o pa-
lesivos da Constituição e dos interêsses recer".
vitais do povo brasileiro. E decidiu-se, em 24 de julho do cor-
Se a finalidade principal do Tribunal rente ano, com o voto de desempate do
de Contas consiste em resguardar a ri- Presidente do Tribunal: "O Tribunal
queza pública e impor a honestidade na de Contas nega registro ao contrato
Administração, não se pode reconside- pelos seguintes fundamentos: 1.0 _
rar a decisão recorrida sem ferir fron- porque a reversão da estrada de ferro
talmente essa finalidade. deveria ser em benefício da União, que
8. Em 28 de março do corrente ano, é concedente, e não em favor do Terri-
na conformidade do Decreto n. o 32.451, tório do Amapá, que à época em que
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