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Hume
Ao longo dos anos, fomo-nos deparando com vários filósofos e com as suas perspetivas em relação ao
conhecimento. Dois dos mais importantes foram David Hume e René Descartes.
David Hume foi um filósofo e historiador escocês que se interessou por várias áreas da filosofia, tendo as
suas ideias suscitado muitas reflexões e reações filosóficas.
Já Descartes foi um filósofo e matemático francês com interesses muito diversos, pelo que também fez
investigações em física, astronomia e fisiologia.
Começando com David Hume, ele valoriza a experiência, ou seja, como é um filósofo empirista, considera que
a fonte principal do nosso conhecimento, assim como tudo o que está na nossa mente, deriva da experiência.
Outra vantagem é que não aceita as ideias inatas. Isto quer dizer que, como Hume defende, no princípio da
cópia, que as ideias são cópias enfraquecidas das impressões, sendo as últimas mais detalhadas, e mais claras e nítidas,
se não pudermos ter experiência de uma certa coisa, não conseguiremos formar ideias acerca dela, logo não existem
ideias inatas. A ideia de Deus, por exemplo, que Descartes considera inata, é descrita por Hume como uma ideia
complexa, já que é uma associação de duas ideias mais simples.
A última vantagem de David Hume, é o facto de defender a existência de crenças sem justificação que não
podemos rejeitar. Este filósofo diz que os céticos, em parte, têm uma certa razão, visto que temos muitos
conhecimentos, mas em muitas áreas não temos conhecimento, apenas temos crenças sem justificação que não
conseguimos contradizer, ou seja, que não são possíveis de rejeitar.
Passando agora a Descartes, como na sua época havia um clima de ceticismo generalizado, ele decidiu criar
um fundamento indubitável para refutar os céticos e para provar que existe conhecimento. De modo a chegar ao seu
objetivo, criou a dúvida cartesiana.
Através dela, Descartes conseguiu filtrar o conhecimento, descartando todas as crenças que não fossem
totalmente evidentes tornando o conhecimento mais seguro e claro.
Além disso, ao encontrar essa crença indubitável, o Cogito, encontrou alicerces seguros para o edifício do
conhecimento.
Desta forma, conseguiu refutar o ceticismo e provar que o conhecimento é possível.
Já Hume mostrou que não existem relações necessárias entre acontecimentos, mudando a nossa perspetiva
sobre os acontecimentos do nosso quotidiano.
Outra inovação de Hume foi pressupor que os pensamentos mais complexos podem ser quebrados em
pensamentos mais simples, sendo essa a sua justificação para as nossas ideias mais abstratas.
Por fim, podemos dizer que estes dois filósofos deram-nos, definitivamente, aprendizagens que levaremos
para o nosso futuro, sendo essas:
Não acreditar no que nos dizem, sem antes pensar racionalmente e reconhecer que há sempre experiência
por detrás das nossas ideias mais abstratas.
Concluindo, podemos afirmar que nos enquadramos mais na perspetiva de David Hume, dado que, como
nós mencionamos nas vantagens da sua teoria, concordamos bastante com o facto de ele não aceitar as ideias
inatas, propostas na teoria de Descartes e, por outro lado, valorizar a experiência.
Assim, podemos afirmar que o vencedor deste confronto é David Hume :)