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As Bases da

Fisioterapia Pélvica
JULIANA BONANNI
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Bases Anatômicas

 Limites ósseos e pontos de origem e


inserção dos músculos do assoalho
pélvico
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Bases Anatômicas
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Bases Anatômicas
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Bases Anatômicas
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Bases Anatômicas
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Bases Anatômicas
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Bases Anatômicas
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Bases Anatômicas
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Bases Anatômicas
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Bases Anatômicas

 Respiração e sua relação com o


assoalho pélvico
 Ações na INSpiração
 Ações na EXpiração
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Bases Anatômicas
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Funções do Assoalho Pélvico

 Suporte de Vísceras e útero gravídico


 Função esfincteriana
 Função sexual
 Estática pélvica e postura
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Funções do Assoalho Pélvico
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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico

 Dados Pessoais (nome, data de nascimento, médico acompanhante,


profissão, estado civil)

 Anamnese Geral (HDA, queixa principal)


 peso(kg)_____ altura(cm)______ IMC ______ atividade esportiva _________
 alergias (latéx, metais, outros)_________________________________
 patologia associadas: □ diabetes □ hipertensão □ pneumopatias
□ neoplasias_________
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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico

 fármacos: □ diuréticos □ tranquilizantes □ cortisona


□anticolinérgicos □ hormônios
________________________________________________________________________
 fumante □ sim □ não _____________
 consumo frequente de: □ álcool □ café □ chá
□chocolate □ adoçante □ refrigerante □frutas
cítricas □ pimenta
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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico

 Anamnesi Ginecológica:

 ciclo mestrual: □ amenorréia □ regular □ irregular □ dolorosa

 menopausa: □ não □ fisiológica □ cirúrgica □ idade em que entrou


na menopausa ____________

 atividade sexual: □ inativa □ ativa □ dispareunia □ anorgasmia □


incontinência ______________
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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico

 Anamnesi Obstétrica:

 nº de gravidez______ nº de partos_____nº de abortos____ idade no


momento do(s) parto(s)_________

 parto: □ normal □ cesáreo □ fórceps □episiotomia □ laceração


perineal □ com manobras externas

 duração do trabalho __________

 peso dos neonatos_________________________________


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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico

 Anamnesi Colon-proctológica

 Presença de: □ constipação □ diarréia □ alvo alternante □ soiling


□ incontinência de gases □ incontinência fecal □ hemorróidas
□fissuras

 Frequência das evacuações ______________

 Consistência das fezes _______________


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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico
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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico

 Anamnesi Urológica:

 Incontinência relacionada a : □ menopausa □ cirurgia □ esforço □ pós parto


□ gravidez □urgência □outros ____________________________

 Duração da incontinência (meses)______________ Frequência das fugas_______________

 Causas das fugas: □ contato com água fria □ ato sexual □ caminhada
□emoções □ passagem à posição ereta □ risada □ salto/corrida □ levantamento
de peso □ espirro/tosse □ outro______

 Consciência das fugas : □ sim □ não

 Característica das fugas: □ poucas gotas □ jato □ esvaziamento da bexiga


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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico

 Consegue interromper o jato urinário: □ sim □ não

 uso de : □ dispositivos de absorção tipo: _______________________


nº/dia _______

 presença de prolapso : □ sim □ não tipo____________________


grau________________

 Frequência urinária diurna : ____________

 Frequência urinária noturna: ____________


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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico

 Avaliação e anotações relevantes de exames realizados


 Estudo Urodinâmico
 Manometria Anorretal
 US / Ressonância/ TC / Biopsia / PSA
 Urofluxometria

 Diário miccional
 Questionários relacionados à queixa principal (ICQ-short form; FSFI; IIFE; Kings
Health; etc)
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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico

 Exame Físico
 Presença de diástase abdominal : □ sim □ não

 Dinâmicas respiratórias: □ torácica □ diafragmática □ paradoxal


□ harmônica

 Respiração perineal: □ normal □ reduzida

 Presença de cicatriz perineal □ sim □ não ________ □ dolorosa □


não dolorosa
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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico

 Abertura vulvar □ 0 □+ □ ++ □ +++

 Centro tendíneo do períneo □ normal □ hipotônico □ hipertônico

 Esfincter anal externo □ normal □ hipotônico □ hipertônico

 Dor na palpação externa do períneo □ sim □ não

 Inversão de comando □ sim □ não


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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico

 Pc test (AIPDA 2007) ________/4 contração □ simétrica □ assimétrica

 Endurance (AIPDA 2007) □ A duração da contração <5 segundos

□ B duração da contração entre 5 e 10 s

□ C duração da contração >10 segundos

 Repetibilidade ______________________________________________________
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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico

 Isolabilidade Coordenação respiratória:


□ mantém a contração seja durante
 □ boa seletividade
a inspiração que na expiração
 □ dificuldade de □ efetua a contração em fase
recrutamento seletivo__________ expiratória mas não consegue mantê-
la em fase inspiratória.
 □ incapacidade de
recrutamento seletivo _________ □ efetua a contração em fase
inspiratória mas não consegue mantê-
la em fase expiratória
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Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico

 PERFECT  Escala de Ortiz


 Power  Grau 0 : sem função perineal objetiva, nem mesmo
à palpação
 Endurance
 Grau 1: sem função perineal objetiva,
 Repetição reconhecível apenas à palpação
 Fast  Grau 2: função perineal objetiva débil,
reconhecível à palpação
 Every Contractions timed
 Grau 3: função perineal objetiva presente, com
força opositora não mantida à palpação
 Grau 4: função perineal objetiva presente, e com
resistência opositora mantida à palpação por mais
de 5 segundos
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Principais Recursos Utilizados

 Biofeedback
 Eletroestimulação
 Cones Vaginais
 Cinesioterapia
 Radiofrequência
 Laser
 Terapia Manual
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Biofeedback

 Arnold Kegel em 1946 propôs o uso de uma sonda vaginal manométrica

 O biofeedback perineal é uma técnica de reabilitação ativa que ajuda


a reconhecer, a contrair/relaxar corretamente a musculatura do
pavimento pélvico.

 Seu objetivo é modificar uma resposta fisiológica inadequada ou


propiciar a aquisição de uma nova resposta fisiológica.
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Biofeedback

 O uso do biofeedback na reeducação perineal permite a


conscientização do complexo pelve-perineal através de uma
retroinformação instantânea das atividades musculares e facilita a
eliminação de atividades sinérgicas antagonistas e agonistas.
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Biofeedback
• Biofeedback Manométrico
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Biofeedback
• Biofeedback Eletromiográfico
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Biofeedback
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Biofeedback

 Com as telas atuais o biofeedback deixa de ser caracterizado apenas


como instrumento inicial e passa a ser utilizado durante todo o percurso
terapêutico, uma vez que se adequa a proposta de tratamento à fase
clínica atualizada do paciente.
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 Vídeo do biofeedback
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Biofeedback
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• MELHORA DA
CONSCIENTIZAÇÃO
/PERCEPÇÃO PERINEAL

• REFORÇO MUSCULAR

Objetivos • INIBIÇÃO DE EVENTUAIS

terapêuticos com SINERGIAS

o uso do • MELHORA DA RESISTÊNCIA

Biofeedback • AVALIA E REDUZ ESTADO DE


HIPERCONTRATILIDADE
PERINEAL
• PROMOVE CONSCIENTIZAÇÃO 39
DOS MÚSCULOS, SUA
CONTRAÇÃO E RELAXAMENTO
• PACIENTE MAIS ATENTO À TERAPIA
• DESENVOLVIMENTO DO
CONTROLE PERINEAL
• ESTÍMULO A BUSCAR OS
RESULTADOS
DESEJADOS/ESTABELECIMENTO DE
METAS

Vantagens • MAIOR ENVOLVIMENTO E


COMPREENSÃO DO TRATAMENTO
• É POSSÍVEL CONTEXTUALIZAR OS
EXERCÍCIOS NO COTIDIANO DO
PACIENTE. SEMPRE DE ACORDO
COM A ANAMNESE/AVALIAÇÃO E
A DEVIDA EVOLUÇÃO
TERAPÊUTICA DO MESMO.
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Biofeedback
• “O comando verbal e a presença
constante do fisioterapeuta é
fundamental para a obtenção de
bons resultados terapêuticos”
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Eletroestimulação

 A eletroestimulação é um eficiente método conservador através do


qual impulsos elétricos estimulam a musculatura do assoalho pélvico
aumentando a percepção cortical do paciente e facilitando a
capacidade do mesmo em executar contrações voluntárias
(CORDEIRO, 2002).
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Eletroestimulação

 É usada para promover a contração passiva da musculatura do assoalho


pélvico e assume um importante papel na conscientização da
contração desta musculatura em pacientes que têm dificuldade em
identificar a contração ou realizar uma contração voluntária e eficiente
(POLDEN e MANTLE, 2005).
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• PERCEPÇÃO E
APRENDIZAGEM DA
CONTRAÇÃO MUSCULAR

• INIBIÇÃO DA
Objetivos da HIPERATIVIDADE

Eletroestimulação DETRUSORIAL

• AUMENTO DO TÔNUS E
REFORÇO MUSCULAR

• ANALGESIA
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Eletroestimulação

 A eletroestimulação nos dá a possibilidade de gerar a nível nervoso ou


muscular um potencial de ação artificial mediante aplicação de um
campo elétrico externo.

 Cria-se, no tecido excitável, uma corrente iônica, e quando o


transferimento dos íons é tamanho ao ponto de superar o limiar da
membrana se gera um potencial de ação.
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• ESTIMULAÇAO
INTRACAVITÁRIA
(VAGINAL OU ANAL)

• ESTIMULAÇÃO
TRANSCUTÂNEA PERINEAL

Possíveis vias de • ESTIMULAÇÃO


Eletroestimulação PARASSACRAL

• ESTIMULAÇÃO DO NERVO
TIBIAL POSTERIOR
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Tipos de sondas/eletrodos
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Tipos de sondas/eletrodos
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Contraindicações

 Marcapasso cardíaco
 Infeccções urinárias
 Neoplasias intrapélvicas
 Lesões cutâneas
 Lesões do sistema nervoso periférico
 Deficit de sensibilidade
 Gravidez*
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• FREQUÊNCIAS DE CERCA 50HZ
PROPICIAM UM MAIOR
RECRUTAMENTO MUSCULAR. COM
AMPLITUDE DE 0.2 E 0.3
MILISSEGUNDOS.

Dicas de • QUANDO SE UTILIZAM FREQUÊNCIAS


IGUAIS OU SUPERIORES A 35HZ O
TEMPO DE REPOUSO ENTRE AS DUAS
Parâmetros CONTRAÇÕES DEVE SER DE, PELO
MENOS, O DOBRO DO TEMPO DA
ESTIMULAÇÃO.
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PARA INIBIR O MÚSCULO DETRUSOR OS


PARÂMETROS OTIMAIS SÃO: DURAÇÃO
DO IMPULSO DE 0,5 E 1MS (VALOR
SELETIVO PARA FIBRAS AFERENTES
SENSORIAIS) E FREQUÊNCIA ENTRE 5 E 10
HZ

Dicas de TRENS DE PULSO ENTRE 0.5 E 1MS

Parâmetros ESTIMULAM SELETIVAMENTE AS FIBRAS


NERVOSAS SENSITIVAS

TRENS DE PULSO ENTRE 0.2 E 0.3 MS


ATIVAM AS VIAS NERVOSAS MOTORAS
(GERALMENTE DEVIDO À EXCITABILIDADE
DAS FIBRAS SENSITIVAS)
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Cones Vaginais
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Cones Vaginais

 O cone vaginal é um artifício, dentro da reabilitação do assoalho


pélvico, que oferece sobrecarga à musculatura do assoalho pélvico e
pode ser utilizado durante a realização de diversos exercícios.

 Podem variar em material, peso e tamanho

 A utilização do cone estimula as contrações voluntárias e involuntárias do


assoalho pélvico
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Cones Vaginais

 Objetivo
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Cones Vaginais

• Antes de inserir o cone se deve lavar as mãos e o próprio cone


com água e sabão

• Com o dedo indicador na base do cone, perto do fio, se insere o


cone na vagina na parte mais profunda

• Em seguida realizar o protocolo de exercícios proposto

• Os cones vaginais são facilmente laváveis, devem ser


ensaboados e enxutos cuidadosamente.
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Cones Vaginais

 Contraindicações
 Mialgias perineais

 Dor pélvica crônica

 Retenção / obstrução urinária

 Infecções urinárias
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Cinesioterapia Pelve-perineal

 Contrações simples,
localizadas e
sincronizadas à
respiração
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Cinesioterapia Pelve-perineal

 Exercícios de
mobilidade pélvica
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Cinesioterapia Pelve-perineal

 Contrações associadas a
sinergias (valendo-se da
técnica de
transbordamento de
energia)
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Cinesioterapia Pelve-perineal

 Exercícios
avançados
eliminando
sinergias (uso de
força exclusiva
do períneo)
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Cinesioterapia Pelve-perineal

 Integração Funcional:
Contextualizar a contração
perineal em esquemas motores
simples e complexos
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Principais Disfunções Pelve-perineais

 Incontinência Urinária
 Prolapsos Urogenitais
 Vaginismo
 Anismo
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Incontinência Urinária

 Conceito
 A incontinência urinária é definida
pela Sociedade Internacional de
Continência (ICS) como “ a queixa de
qualquer perda involuntária de urina”
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Incontinência Urinária

A IU só afeta
idosos?
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Incontinência Urinária

 Prevalência
 Em pessoas com mais de 60 anos de idade pode atingir até 30% das pessoas

 Diferença da IU masculina e IU Feminina


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Incontinência Urinária

 Tipos de Incontinência Urinária


 Incontinência Urinária de Esforço

 Incontinência Urinaria de Urgência

 Incontinência Urinária Mista

 Incontinência por Transbordamento


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Tipos de Incontinência Urinária
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Incontinência Urinária

 Tratamento
 Fisioterapia Pélvica

 Medicamentos

 Cirurgias

 Dicas comportamentais
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Prolapsos Urogenitais

 Conceito
 O prolapso urogenital é a saída de um ou mais órgãos pélvicos (bexiga, útero,
porção apical da vagina ou reto) através das paredes da vagina.

 Ocorre quando os músculos e os ligamentos que constituem o pavimento


pélvico ficam incompetentes na sua função de sustentar os órgãos
localizados na região pélvica.
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Prolapsos Urogenitais
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Prolapsos Urogenitais

Tipos de Prolapsos
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Prolapsos Urogenitais

 Fatores de risco
 Obesidade
 Características genéticas
 Traumas no assoalho pélvico
 Constipação
 Tosse crônica
 Envelhecimento / menopausa
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Prolapsos Urogenitais

 Sintomas

 Tratamento
 Fisioterapia Pélvica
 Mudanças comportamentais
 Uso de pressários
 Cirurgias
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Vaginismo

 Vaginismo é uma disfunção sexual


feminina onde estão presentes
espasmos musculares do assoalho
pélvico que impedem ou dificultam a
penetração vaginal, seja por um
pênis, espéculo, absorvente interno
ou mesmo o próprio dedo.
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Vaginismo

 Ciclo da dor
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Vaginismo

 Diagnóstico

 Tratamento
 Reconexão com o assoalho pélvico
 Resgate do Controle Voluntário de contração e relaxamento
 Alongamento e elasticidade perineal
 Abordagem multidisciplinar
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Vaginismo

 Recursos Utilizados
 Massagem Perineal
 Radiofrequência
 Dilatadores Vaginais
 Eletroestimulação
 Cinesioterapia
 Biofeedback
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Anismo

 Anismo ou dissinergia do assoalho


pélvico, é definido como contração
paradoxal ou relaxamento
inadequado da musculatura do
assoalho pélvico durante a tentativa
de evacuar.

 Foi estimado que cerca de 50% dos


pacientes que apresentam
constipação intestinal crônica
apresentam dissinergia do assoalho
pélvico.
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Anismo

 Diagnóstico
 Manometria anorretal
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Anismo

 Tratamento Fisioterapêutico
 Biofeedback
 Cinesioterapia
 Balonete

 Dicas Comportamentais
 Banco
 Ingesta hídrica
 alimentação
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Anismo
“Feliz é aquele que transfere o que
sabe e aprende o que ensina”
Cora Coralina

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