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O mundo encoberto de cada

um: técnicas que auxiliam o


autoconhecimento
Juliana Campos de Jesus
CONHECE A TI MESMO
Sócrates : “conhece a ti mesmo” - O homem deveria se voltar para o
conhecimento de si mesmo, com autoconsciência despertada e
mantida em vigília.

Wolff (1982, p. 32-33), é “revolucionário o sentido inédito que


Sócrates lhe dá: não mais sabei que sois apenas homem, mas ao
contrário: que cada um, sabendo quem é, saiba o que faz e por que o
faz”.

Convite à racionalidade moral e à tomada de consciência,


estimulando a capacidade de olhar para as coisas, para os outros e
para si mesmo.

AUTOCONHECIMENTO
AUTOCONHECIMENTO
O temo “autoconhecimento” é descrito como :

“s.m. conhecimento de si mesmo, das próprias características,


sentimentos, inclinações, etc.” (Houaiss, 2009).

Dito de outra maneira, o termo sugere que a pessoa, por ela mesma,
conheça as razões do seu modo de agir, sentir, etc.

INTERPRETAÇÃO COMPORTAMENTAL: repertório comportamental do


organismo de estabelecer relações funcionais do próprio
comportamento. Isto é, que o próprio organismo que se
comporta sabe discriminar e descrever as
contingências de controle do seu comportamento.
• O foco do autoconhecimento está em conhecer eventos
privados (eventos privados são compreendidos como um
conjunto de relações entre estímulos, respostas e
consequências) e as condições em que um determinado
comportamento ocorreu e a quais variáveis o controlaram.

• Autoconhecimento é a descrição de estados privados, instalados


por meio de um comportamento produzido por uma história de
reforçamento (contexto no qual o sujeito está inserido) e as
descrições verbais a respeito das contingências que operam ou
se mantêm no comportamento de uma pessoa.
O ato de prestar atenção em sentimentos e pensamentos (como
quando a pessoa passa a discriminar e/ou descrever eventos e/ou
comportamentos com relação a ela mesma e seu meio ou com ela
própria) se dá de forma única para cada um e é inacessível aos
outros.

Somente a pessoa que se comporta tem acesso ao seu


comportamento privado (nesse caso, o prestar atenção, o sentir, o
pensar, as percepções e sensações), a não ser que o comportamento
se torne público – por meio da verbalização, por exemplo.
EM DETALHES
• É (a) uma discriminação de eventos privados (sejam eles
referentes a eventos públicos ou privados), instalados por
uma comunidade verbal por meio de reforçamento;

• (b) a descrição pública de estados privados (emitida na forma


verbal), sob controle de estímulos discriminativos (nesse
caso, um tato).

AUTO-OBSERVAÇÃO E AUTODESCRIÇÃO
O autoconhecimento, portanto, é um produto social.

Apesar de ser verdadeiro o fato de que somente nós sabemos o que


ocorre no nosso mundo privado, precisamos de uma comunidade
verbal que nos possibilite conhecer o nosso mundo e que evoque em
nós comportamentos descritivos.

Todo comportamento verbal, não importa quão privado pareça ser o


seu conteúdo, tem as suas origens no ambiente.

Embora os fenômenos relacionados ao funcionamento verbal


humano possam variar do mais intimamente pessoal ao mais
publicamente social, toda linguagem que faça sentido tem a sua
forma eficaz modelada pela ação da comunidade verbal.
Comportamento verbal

Skinner (1974/2006) apresenta motivos que justificam a importância


do comportamento verbal para a instalação de repertórios
autodiscriminativos.

1) o indivíduo só se comporta autodiscriminadamente se houver


contingências providas pela comunidade verbal que favoreçam esse
treino discriminativo.

2) é por meio do relato verbal que a comunidade consegue acessar os


comportamentos privados de uma pessoa.
TATO - AUTOCONHECIMENTO
O tato é um operante verbal emitido sob controle de um dado estímulo
discriminativo, seja ele externo ou interno ao organismo. Assim, refere-se a
descrições/informações de eventos.

• descrições controladas por eventos externos físicos;


• externos sociais;
• internos fisiológicos ;
• internos históricos.

AUTOTATO

Ou seja, a comunidade verbal deve prover estímulos discriminativos verbais ao


indivíduo que evoquem comportamentos de auto-observação e descrição das
contingências que o cercam. Uma forma de fazer isso é por meio de perguntas como:
“O que você está fazendo?” ou “O que está sentindo?” (Skinner, 1953/2003).
Perguntas da comunidade são SD para → resposta
de auto-observação que produz → S do próprio
comportamento (e de suas condições e
consequências) que são SD para → resposta de
autotato [relato sob controle do que é observado
– inserção nossa] que produz → S reforçador
social (de Rose et al., 2012).
A comunidade possui restrições ao acesso do comportamento
encoberto, assim como também o próprio indivíduo que se comporta,
uma vez que este pode por inúmeras vezes e por razões distintas
distorcer seu próprio relato para si mesmo.

O ambiente, seja ele público ou privado, poderá permanecer indistinto


até que a pessoa seja “forçada” a fazer alguma observação (Skinner,
1953/2003).

Por mais que haja uma comunidade verbal que evoque esse tipo de
comportamento, as pessoas não estão sempre atentas ou não estão
conscientes do que ocorre a elas enquanto agem.
PSICOTERAPIA
 AUSÊNCIA DE AUTOCONHECIMENTO.
 REPERTÓRIO EMPOBRECIDO – QUAIS VARIÁVEIS CONTRIBUIRAM
PARA ISSO?

 Identificar e intervir sobre tais variáveis seria ampliando o repertório


do indivíduo por meio da psicoterapia, a fim de que o cliente se torne
capaz de discriminar seus comportamentos e identificar as variáveis
que o influenciam.

 Psicoterapia é, em última instância, um espaço para aumentar a


auto-observação ou “trazer à consciência” aquilo que se encontra
“oculto”. Dito de outra maneira, o psicoterapeuta pode servir como
comunidade verbal para instalar repertórios de tatos relativos ao
autoconhecimento do cliente que não teve oportunidade de treinar
tal repertório ao longo de sua história de vida.
Sem a comunidade verbal, ele não estará estimulado a observar os
próprios comportamentos, tendo como efeito uma dificuldade para
discriminar as variáveis que o controlam, isto é, desenvolver
autoconhecimento e tatos precisos.

Questionamentos, perguntas, provocações e/ou manejo de


algumas contingências são algumas das estratégias típicas que a
comunidade empregará para levar a pessoa a se atentar aos
eventos que estão à sua volta.

Uma das possibilidades, em psicoterapia, é que o terapeuta assuma


esse papel da comunidade verbal com o propósito de estabelecer
(modelar) o repertório de autoconhecimento em pessoas que
tiveram tal treino empobrecido.
TERAPEUTA COMO MEDIADOR
 O terapeuta pode atuar como comunidade verbal e social que
ajude o cliente a tatear e descrever as relações entre sentimentos,
comportamentos públicos e ambientes nos quais ele se encontra,
quer sejam esses eventos passados, presentes ou ideações quanto
ao futuro.

 O objetivo do terapeuta é manejar contingências para o


estabelecimento de novos repertórios a fim de minimamente
predispor, no sentido de criar condições, para que o sujeito se
autoconheça melhor.

 Estratégias que ampliem o repertório de auto-observação do


cliente poderão favorecer relatos com maior precisão.
TERAPIA
“A função da terapia é, portanto, dar condições para o cliente
analisar como e por que ele emite determinados padrões
comportamentais (autoconhecimento) e, a partir desse
conhecimento, eleger os que aumentem os reforçadores em sua
vida cotidiana (autocontrole)” (Delitti & Thomaz, 2004)

O terapeuta irá auxiliar seu cliente a ter ciência dos estímulos e


das variáveis das quais o comportamento é função. Isso o colocará
em uma melhor condição de prever e controlar o seu próprio
comportamento.
TÉCNICAS PARA MANEJO
TERAPÊUTICO
 O autoconhecimento, embora possa predispor a mudança, não é condição
suficiente para que ela ocorra (Skinner, 1953/2003).

 Caberá ao terapeuta ensinar, por meio de técnicas e/ou ferramentas, como fazê-
lo.

 Por meio dessas técnicas é que o cliente poderá identificar as consequências que
seu comportamento gerou no passado, as consequências que são produzidas
atualmente e encontrar novas fontes de reforços positivos para que ele amplie
sua variabilidade comportamental.

 Essas técnicas podem variar desde o uso de um arsenal conceitual para fins de
intervenção sobre o comportamento até o emprego específico e focado de alguns
manejos para a modificação do comportamento (p. ex., economia de fichas).
 As intervenções sobre o comportamento operante podem ser
realizadas em qualquer das três variáveis da tríplice
contingência (antecedentes, respostas e consequências).

 Algumas das possíveis intervenções sobre variáveis


antecedentes podem derivar de alterações verbais de controles
discriminativos dos comportamentos do cliente.

 Essas mudanças do controle discriminativo podem ocorrer por


regras, autorregras ou ao longo do contato direto com a
contingência.
1. A regra funciona como estímulo discriminativo verbal que especifica uma
contingência (sejam todos os termos da contingência – regras completas, ou não –
regras incompletas). ANTECEDENTE- RESPOSTA – CONSEQUÊNCIA.

2. Autorregras, assim como as regras, são estímulos discriminativos verbais que


especificam contingências, porém, são formuladas pela própria pessoa que se
comporta. NEM SEMPRE SÃO ACURADAS.

3. O contato com a contingência promoverá, em alguma instância, o próprio


autoconhecimento. Uma vez que regras e autorregras podem reduzir a sensibilidade às
contingências.

O propósito é que o cliente modifique suas descrições acerca do controle das


contingências sobre o próprio comportamento, em favor de controles mais acurados. -
AUTOCONHECIMENTO
TÉCNICAS SISTEMÁTICAS
FADING: passagem gradativa do controle de um estímulo para outro, de modo
que, ao longo de sucessivas repetições, se possam obter respostas semelhantes
a partir de um estímulo modificado parcialmente ou mesmo de um novo
estímulo.

TIMEOUT: à suspensão discriminada, por um certo período, de uma


contingência de reforço.

ROLE-PLAY: arranjo de uma situação análoga ao contexto do cliente, em que se


avalia o desempenho dele, de forma a modelar, via feedback do terapeuta,
comportamentos que se aproximam do objetivo Terapêutico. MODELAGEM
TÉCNICAS NÃO SISTEMÁTICAS

QUESTIONAMENTOS: O uso adequado de perguntas servirá como


SD verbal que estabelece ocasião para respostas de auto-
observação, que serão reforçadas socialmente pelo terapeuta
quando as autoanálises do cliente se aproximarem daquelas
relações funcionais que o terapeuta realizou no momento do
diagnóstico comportamental (análise funcional).

PARA CASA/ INVENTÁRIOS PARA REGISTROS

Tais técnicas são importantes para favorecer o desenvolvimento do


repertório de autoconhecimento.
CASO CLÍNICO
 A cliente não teve oportunidade de aprender a nomear
sentimentos e pensamentos adequadamente, em razão da pouca
disponibilidade de contingências que pudessem reforçar tal
comportamento.

 Quando conteúdos de cunho aversivo precisavam ser


mencionados para ela (p. ex., ter de se expressar ou emitir um
mando), a verbalização de seus pensamentos saía de forma
acelerada e desconexa de sentido entre uma frase e outra –
hiperlalia – de tal forma a atrapalhar-se ainda mais em sua
comunicação e na manutenção de sua respiração durante a fala.

 Rafaela evitava entrar em contato com estímulos que a fizessem


refletir sobre seu comportamento e que consequentemente
apontavam para o seu pouco autoconhecimento.
 Para caracterizar sua ansiedade, ela descrevia somente as
respostas de hiperlalia, insônia e seu “atropelo” pelo excesso de
atividades a fazer; isto é: todas respostas públicas.

 Respostas privadas, como o desconforto sentido por ela nessas


contingências de conflito aproximação-esquiva, não eram
nomeadas pela cliente, embora ela relatasse algum desconforto,
o qual pode ter favorecido episódios de insônia e a consequente
autoadministração de alprazolam. Por seu turno, as
somatizações decorrentes disso eram nomeadas como
“cansaço”, “estresse” e “raiva”.
 Esse contexto de criticidade dos reforços sociais (que são praticamente
os únicos que a cliente tem) e o risco de perdê-los caso emitisse
respostas mais autênticas e/ou assertivas (ao menos é assim que ela se
comporta em função de suas regras) deixavam-na em conflito, o que
estava favorecendo a manutenção dos respondentes de “ansiedade”.

 Por um lado, a emissão de resposta assertiva poderia gerar a perda de


reforçadores (p. ex., desaprovação social), por outro, geraria o reforço
desejado (p. ex., diminuição da carga de trabalho). E, nesse cenário, um
repertório que emergia garantindo o acesso a esse reforçador
(diminuição da carga de trabalho), sem gerar a possível perda de
reforços (desaprovação social), envolvia justamente as somatizações (p.
ex., insônia e preocupações excessivas com coisas cotidianas), que
acabam ganhando um componente operante – isto é, passam a ser
mantidas por reforçamento negativo.
 Ela apresenta grande dificuldade em perceber que seu repertório
atual é fruto de efeito de história, o que é muito compreensível,
uma vez que ela não teve condições favoráveis, isto é, modelos
familiares que estimulassem a expressão de seus sentimentos e
pensamentos. De tal modo, uma orientação terapêutica no
sentido do autoconhecimento revelou-se fundamental, base para
a compreensão de um modelo interacionista do comportamento
com o seu meio, o que poderia motivá-la a modificar padrões
comportamentais.

 Rafaela não considerava suas regras e autorregras, bem como sua


história, como variáveis que instalaram padrões comportamentais,
o que não contribuía para que ela assumisse as rédeas da própria
vida, deixando de ser vítima da própria história, e passasse
ativamente a construir repertórios mais adequados a seus
objetivos e queixas apresentados.
INTERVENÇÃO
As sessões foram planejadas, conforme os passos descritos por Del
Prette e Almeida (2012), no intuito de coletar informações iniciais
para:

(a) realizar a análise de contingências

(b) prover a formulação comportamental

(c) programar as sessões de intervenção

(d) empregar as técnicas a fim de atingir o resultado almejado.

A partir da formulação comportamental, tornou-se evidente que um


dos objetivos do processo terapêutico era promover
autoconhecimento.
TÉCNICAS UTILIZADAS

Modelagem: instalar e aprimorar (modelar) descrições e relatos da cliente sobre


seu conhecimento de si; isto é, modelar repertórios de descrições relacionadas
aos padrões comportamentais por ela apresentados, à sua origem nas
interações passadas e às variáveis presentes e mantenedoras dessas respostas.

Dificuldades para discriminar eventos e condições ambientais que


corroboravam na manutenção de seu repertório comportamental e pela pouca
destreza em descrever respostas privadas de sentimentos e sensações diante de
situações específicas.

AUTOCONHECIMENTO
TÉCNICAS UTILIZADAS
Objetivo de aumentar a sensibilidade da cliente às contingências que a
cercavam e diminuir o controle por suas autorregras arbitrárias acerca
da causalidade de seu comportamento.

(a) timeline

(b) pizza da vida

(c) exercício dos quadrantes

(d) diário dos sentimentos


TIMELINE
INFOGRAFIA: esse tipo de técnica é descrito por Bonato, Zorzi e Umiltá (2012) por
ser uma elaboração longitudinal de eventos apresentados de forma organizada ao
longo da história de vida do indivíduo baseados na interação entre tempo e espaço.

• Isso faz a pessoa se engajar no processo de relatar suas vivências;


• Demonstra a influência dos aspectos contextuais no desenvolvimento
de padrões de comportamento por parte da cliente.
• Elementos para a análise funcional
PIZZA DA VIDA
(“É... está bem
desproporcional,
né?! Mas, é o que
representa minha
vida”).
O principal objetivo dessa atividade é demonstrar à cliente como ela divide
seu tempo e esforço nos oito “setores críticos” da vida. Tal demonstração
gráfica poderá auxiliar no autoconhecimento, em circunstâncias sutis ou
obviamente notórias em que existe um desequilíbrio muito grande entre
setores (p. ex., a pessoa que se dedica quase que exclusivamente ao trabalho
e às finanças e não se ocupa com aspectos do relacionamento amoroso,
familiar, saúde, etc.).

De uma forma geral, trata-se de alocar “respostas” ou “tempo” naquelas


contingências que, de uma maneira ou outra, são mais reforçadoras para o
sujeito. Uma discussão posterior é quanto ao “tipo de reforço” (p. ex.,
positivo ou negativo) e de “contingência” (p. ex., controle por regras ou
contato com a contingência) que mantém esse controle.
EXERCÍCIOS DOS QUADRANTES
O objetivo específico, portanto, era ampliar a descrição dessas
contingências de reforço por parte da cliente e tentar, ao mesmo
tempo, gerar o efeito de discriminação descrito por Sousa e de-
Farias (2014), auxiliando o objetivo terapêutico geral de instalar
repertórios de autoconhecimento.

Essa atividade é uma aproximação didático-terapêutica em que é


possível identificar comportamentos mantidos por reforçamento
positivo (faço e gosto) e negativo (faço e não gosto), bem como
possíveis comportamentos-alvo para fins terapêuticos que estão
em baixa frequência por alguma razão (não faço e gosto).
Rafaela discriminou e descreveu que havia mais comportamentos
alocados na célula “não gosto e faço” do que nas outras (i.e.,
excesso de comportamentos mantidos por reforço negativo em
sua rotina).

Ela dizia que essas atividades “deviam” ser feitas, pois fazem parte
da rotina e dos cuidados com a família, por fazerem parte das
“obrigações” de uma mulher.

O controle por regra era superior ao contato com a contingência.


Em conjunto, as atividades “pizza da vida” e “exercício dos quadrantes”
permitiram à cliente perceber que:

• durante mais de 50% de seu tempo, ela se dedicava à “Família”, “Saúde”


e “Espiritual”, o que, na prática, convertia-se em atividades domésticas
de manutenção da casa (R-), preparação da alimentação (R-) e cuidado
com o neto (R+ de grande custo de resposta), e o pouco contato social
que ela tinha era com os colegas de igreja, uma comunidade verbal que
dispunha, ao mesmo tempo, de reforçadores positivos sociais e grande
controle por regras, que a colocavam em situação de conflito e contato
com estimulação aversiva.

• o seguimento de algumas regras era reforçada positivamente pela


comunidade verbal, mas também gerava estimulação aversiva, como
quando o “respeitar as vontades do marido” era estímulo discriminativo
verbal para ela não dialogar e colocar em questão o fato de ele sempre
chegar em casa, jantar, ir para a cama e ligar a televisão enquanto ela
tentava dormir).
DIÁRIO DOS SENTIMENTOS
O objetivo dessa atividade era:

(a) evocar repertórios de autotatos de sentimentos, alguns dos quais ainda


confundidos pela cliente;

(b) estimular a cliente a falar sobre si com os outros;

(c) modelar alguns desses repertórios verbais (entonação de voz, cadência


das
ideias, etc.);

(d) criar contexto para a discriminação e descrição de relações funcionais


entre as contingências nas quais a cliente estava envolvida e seus
sentimentos.
O USO DAS TÉCNICAS
• Reconhecer a linha de base do cliente, sendo empático e respeitoso quanto às
limitações no momento do uso das técnicas.

• As intervenções também priorizaram o uso de informações visuais e de fácil


discriminabilidade para favorecer o entendimento, por parte da cliente, das
análises realizadas.

• Aquisição e do refinamento do repertório de autoconhecimento de Rafaela e da


discriminação e descrição de sentimentos foi possibilitada pelas técnicas aqui
descritas.

• Além disso, as sessões em si, em conjunto com as perguntas/pontuações que a


terapeuta fazia no setting, alteravam o controle discriminativo de contingências
extraconsultório, o que viabilizava a generalização gradual do repertório de
autoconhecimento que estava sendo modelado no setting.
A cliente passou a reconhecer o aprendizado familiar
e suas autorregras como variáveis que instalaram e
mantinham padrões comportamentais, levando ao
“seu jeito de ser”, em oposição a alguma explicação
mediacional que a atrapalhava no processo de
mudança comportamental.

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