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471)
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO
PROCURADORIA REGIONAL DA UNIÃO NA 4ª REGIÃO
EXMO SR. DR. JUIZ PRESIDENTE DO
E. TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO.
Processo nº 5009741-39.2014.404.0000
Recorrente: União
Recorrido: Gilberto de Oliveira Ferreira e outros
A União, pessoa jurídica de direito público interno, por sua advogada signatária,
vem, com fundamento na alínea “a” do inciso III do artigo 105 da Constituição Federal, à presença
de Vossa Excelência interpor
RECURSO ESPECIAL,
NORLANA FINGER
ADVOGADA DA UNIÃO
Documento recebido eletronicamente da origem
OAB/RS 42.043
(e-STJ Fl.472)
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EGRÉGIO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA.
COLENDA TURMA.
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lógica do pagamento na via administrativa é o cômputo de juros negativos
sobre tais parcelas.
“(...)
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inovação, uma vez que não foi aventada nos embargos à execução. Os percentuais
ora hostilizados já haviam sido apresentados na conta original e sua exatidão
deveria ter sido questionada oportunamente, operando-se a preclusão.
É o voto.”
Ao decidir dessa forma, “data maxima venia”, o Tribunal “a quo” não deu a
interpretação exata aos dispositivos legais aplicáveis ao caso sob enfoque.
2 - DO CABIMENTO DO RECURSO
No que tange ao requisito da letra “a” do mesmo inciso, tem-se que, como se
demonstrará a seguir, aquele julgado contrariou a inteligência dos artigos mencionados neste
recurso.
Presentes, dessa forma, os requisitos do recurso, nos termos do art. 105-III- letras
“a”, da CRFB/1988, requer sua admissibilidade.
(e-STJ Fl.475)
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- art. 741, V do CPC; arts. 471 e 473 do CPC; § 3º do art. 475 – B, do CPC –
que tratam do excesso de execução e da ausência de preclusão no caso em tela.
Veja-se, ainda, que os embargos à execução se deram sobre a totalidade desta, sendo que a
sentença de parcial procedência oportunizou ao exeqüente a confecção de cálculos novos, com a
inclusão de critérios que, anteriormente não foram dados à União conhecer, e, dessa forma,
garantiu-se-lhe a oportunidade de impugná-los, o que fez o ente público oportunamente.
É de se atentar para o fato de que, ao ser determinada a compensação dos valores recebidos
na via administrativa pelo exeqüente, restaram acolhidos também os critérios que envolvem
tal pagamento, tal como este pagamento foi feito ao exeqüente na via administrativa,
afastando a possibilidade de inclusão na base de cálculo de rubrica de insalubridade e
determinando-se a observância do índice residual de 0,48% devido a parte de junho/98, com
o afastamento, em março de 2000 do percentual de 3,74% e, a partir de março/2001, do
percentual de 16,29%. Por fim, consequência lógica do pagamento na via administrativa é o
cômputo de juros negativos sobre tais parcelas.
ora transcrito:
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Portanto, não há falar em preclusão, como entendeu o acórdão recorrido, em
evidente violação às normas dos arts. 471 e 473 do CPC.
“(...)
4. Por outro lado, ainda que assim não fosse, é certo que o ponto controvertido estava
compreendido no chamado efeito translativo da apelação, por força do qual o tribunal, uma vez
conhecido o recurso, pode decidir sobre a matéria de ordem pública, sujeita a exame de ofício em
qualquer tempo ou grau de jurisdição, como é o caso das nulidades absolutas, das condições da
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ação, dos pressupostos processuais e das demais matérias referidas no § 3º do art. 267 e no § 4º
do art. 301 do CPC. Ora, no processo de execução, o título executivo é requisito indispensável
(CPC, arts. 580 e 586), sem o qual há nulidade (CPC, art. 618, I).
Liebman, inspirador teórico do sistema processual brasileiro, considera o título "condição
necessária e suficiente da execução" (LIEBMAN, Enrico Tullio. Processo de Execução, 3ª ed.,
Saraiva, 1968, p. 8), entendimento placitado também na doutrina especializada
(THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, vol. II, 41ª ed., Forense,
2007, p. 154). Há quem o classifique como pressuposto processual (ASSIS, Araken de. Manual do
Processo de Execução, 8ª ed., SP, RT, p. 141). Seja ele pressuposto de validade, seja condição
da ação, seja pressuposto processual, o certo é que o título executivo, sua existência suficiência e
regularidade, pertencem ao domínio jurídico dos temas sujeitos a conhecimento de ofício, de
(e-STJ Fl.477)
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acordo com os citados dispositivos processuais. E, como bem observou Dinamarco, nos casos de
excesso de execução, “a parcela do pedido que não estiver coberta pelo título, ou seja, a parte
excedente , apresenta-se como pedido sem título executivo” e “como é notório, o juiz deve
indeferir a inicial executiva que vier desacompanhada de título, porque neste é que reside a
indicação da probabilidade suficiente de existência do crédito, legitimadora de constrição judicial
sem prévia verificação” (DINAMARCO, Cândido. As três figuras da liquidação de sentença,
Atualidades sobre liquidação de sentença , coord. Tereza Arruda Alvim Wambier, SP, RT, p. 24).
Daí porque a adequação entre o valor executado e o título correspondente constitui matéria de
ordem pública, controlável não apenas por provocação do devedor, como também por iniciativa
oficial, inclusive em grau de apelação.
Sustentamos esse entendimento em sede doutrinária, com amparo em autorizadas fontes
(Processo de Execução – Parte Geral, 3a. ed. SP:RT, pp. 280-286 e 414). No caso, ao extirpar da
execução parcela do pedido que considerou sem apoio no título executivo, o Tribunal recorrido
agiu em legítimo exercício de juízo sobre matéria de ordem pública, nos termos do art. 267, § 3o.
do CPC.
(...)”
Com a devida vênia, tal decisão fere o disposto no art. 535, II, do CPC, atual art.
1022, I e II, do CPC e os artigos 5.º, XXXV, LIV e LV, e 93, IX, da Constituição Federal de 1988,
pois inviabiliza à Recorrente o acesso aos Tribunais Superiores, e, por conseguinte, a plenitude
de jurisdição, impedindo que se exerça plenamente o direito à ampla defesa, além de implicar
contrariedade direta às demais normas legais aqui indicadas.
Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acórdão os elementos que o embargante suscitou, para
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Por outro lado, caso Vossas Excelências entendam que a matéria já se encontra
devidamente prequestionada, passa a apresentar razões para reforma do acórdão.
Por fim, quanto ao mérito, consoante restou demonstrado nos autos, não merece
prosperar a pretensão do demandante, eis que de acordo com o art. 876 do Código Civil, todo
aquele que recebeu o que não lhe era devido fica obrigado a restituir. Da mesma forma o art. 884
do Código Civil estabelece que quem sem justa causa, se enriquecer à custa de outrem, será
obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a atualização dos valores monetariamente. No
caso, a sistemática de cálculo adotada pela recorrente vai de encontro ao art. 741, V, do CPC,
atual art. 535, I e II, do Novo CPC, pois, conforme demonstrado em juízo, importa em excesso
de execução.
Veja-se, ainda, que os embargos à execução se deram sobre a totalidade desta, sendo
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residual de 0,48% devido a parte de junho/98, com o afastamento, em março de
2000 do percentual de 3,74% e, a partir de março/2001, do percentual de 16,29%.
Por fim, consequência lógica do pagamento na via administrativa é o cômputo de
juros negativos sobre tais parcelas.
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principal. Descabida a aplicação do art. 354 do CC. (TRF4, AG 5016469-
33.2013.404.0000, Quarta Turma, Relator p/ Acórdão Luís Alberto D'azevedo
Aurvalle, D.E. 28/08/2013) – grifos nossos.
“(...)
4. Por outro lado, ainda que assim não fosse, é certo que o ponto controvertido
estava compreendido no chamado efeito translativo da apelação, por força do qual o
tribunal, uma vez conhecido o recurso, pode decidir sobre a matéria de ordem
pública, sujeita a exame de ofício em qualquer tempo ou grau de jurisdição, como é o
caso das nulidades absolutas, das condições da ação, dos pressupostos processuais
e das demais matérias referidas no § 3º do art. 267 e no § 4º do art. 301 do CPC.
Ora, no processo de execução, o título executivo é requisito indispensável (CPC,
arts. 580 e 586), sem o qual há nulidade (CPC, art. 618, I).
Liebman, inspirador teórico do sistema processual brasileiro, considera o título
"condição necessária e suficiente da execução" (LIEBMAN, Enrico Tullio. Processo
de Execução, 3ª ed., Saraiva, 1968, p. 8), entendimento placitado também na
doutrina especializada
(THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil, vol. II, 41ª ed.,
Documento recebido eletronicamente da origem
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crédito, legitimadora de constrição judicial sem prévia verificação” (DINAMARCO,
Cândido. As três figuras da liquidação de sentença, Atualidades sobre liquidação de
sentença , coord. Tereza Arruda Alvim Wambier, SP, RT, p. 24). Daí porque a
adequação entre o valor executado e o título correspondente constitui matéria de
ordem pública, controlável não apenas por provocação do devedor, como também
por iniciativa oficial, inclusive em grau de apelação.
Sustentamos esse entendimento em sede doutrinária, com amparo em autorizadas
fontes (Processo de Execução – Parte Geral, 3a. ed. SP:RT, pp. 280-286 e 414). No
caso, ao extirpar da execução parcela do pedido que considerou sem apoio no título
executivo, o Tribunal recorrido agiu em legítimo exercício de juízo sobre matéria de
ordem pública, nos termos do art. 267, § 3o. do CPC.
(...)”
4. CONCLUSÃO
NORLANA FINGER
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