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Excelentíssimo Senhor Juiz de Direito do Juizado Especial Cível de Assaí –

Estado do Paraná.

A PARTE AUTORA, já qualificada nos autos, vem respeitosamente à presença


de Vossa Excelência, apresentar sua IMPUNAÇÃO À CONTESTAÇÃO oferecida
pela empresa ré, o que faz nos termos seguintes:

DOS ARGUMENTOS GERAIS TRAZIDOS PELA EMPRESA REQUERIDA.

A empresa requerida apresentou contestação alegando, em síntese:

 A necessidade de suspensão do processo em razão do


trâmite do Incidente de Resolução de Demanda
Repetitiva 1.561.113-5.

 Aventa a imprescindibilidade de realização de


audiência de instrução e julgamento.

 Alega ser necessária a aceitação das telas sistêmicas


como meios de prova.

 Sustenta a inexistência de ineficiência de call center, e,


por conseguinte, a inexistência de dano moral
indenizável.

Em que pese os argumentos da empresa requerida, demonstrar-se-á, a seguir,


que tais fundamentos não subsistem face à uma análise aprofundada dos fatos e
provas trazidos aos autos, conforme é pormenorizado adiante.

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I. DA NÃO SUSPENSÃO DO PROCESSO. MATÉRIA DIVERSA DA TRATADA
NO IRDR 15611135.

Não merece guarida o pedido da empresa requerida para suspender o


processo em razão do IRDR 15611135, sobretudo porque a matéria aqui tratada não
está elencada nas hipóteses de suspensão, notadamente o dano moral advindo da
cobrança indevida em si.

Daí o porquê não deve prosperar o requerimento da demandada, pois no


presente caso, o pedido é sobre o call center ineficiente da empresa, sendo irrelevante
as cobranças dos serviços.

II. DA DESNECESSIDADE DE AUDIÊNCA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO.

O pedido de designação de audiência de instrução feito sobretudo pela


empresa de telefonia TIM S.A., possui manifesto cunho protelatório, cuja
fundamentação baseia-se em alegações genéricas de fraudes calcadas em telas do
sistema interno da operadora, prova esta que possui cunho estritamente unilateral,
sofrendo desprestígios de seu cotejamento

Por fim, levando em conta que o juiz é o destinatário final da prova, cabe a ele
decidir pela realização ou não da audiência de instrução, o que não foi observado no
presente caso, motivo pelo qual pugna-se pelo cancelamento a audiência e o
consequente julgamento antecipado do feito.

Nesse sentido a jurisprudência:

Por fim, acerca dos juros e correção monetária, conforme o Enunciado


Nº 12.13 da TRU/PR “nas indenizações por danos morais, a correção
monetária incide a partir da decisão condenatória e os juros moratórios
desde a citação”. Quanto a alegação de cerceamento de defesa, visto
a não designação de audiência de instrução e julgamento, entendo
que não merece prosperar, visto que, cabe ao juiz analisar as provas
já acostadas aos autos, verificando a necessidade de produção de
novas, nos termos dos art. 355, 370 e 371 do Código de Processo
Civil. Por fim, sobre o pedido de quebra do sigilo, verifico que se pauta

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em provas feitas unilateralmente pela ré – prints de seu sistema
interno, passíveis de alteração, motivo pelo qual, deve ser afastada.
Ante o exposto, decido monocraticamente pelo Ante o exposto, decido
monocraticamente pelo provimento do recurso, reformando a
sentença, para o fim de julgar PROCEDENTE o pedido inicial e fixar
indenização a título de danos morais no valor de R$ 5.000,00 (cinco
mil reais), corrigidos pela média do INPC e IGPDI a partir desta
decisão condenatória e acrescidos de juros moratórios de 1% ao mês
a partir da data da citação – Enunciado 12.13 “a” das TR’S/PR.
Logrando a recorrente êxito em seu recurso, não há condenação em
honorários de sucumbência. Custas na forma da Lei. Observada a
concessão do benefício de justiça gratuita, nos termos do artigo 98, §
3º, NCPC. (TJPR - 3ª Turma Recursal - 0000718-81.2019.8.16.0075
- Cornélio Procópio - Rel.: Juíza Fernanda de Quadros Jorgensen
Geronasso - J. 01.10.2019)

Portanto, considerando que a controvérsia se delimita à análise de matéria


de direito estribada em prova documental, indevida a designação de audiência de
instrução e julgamento.

III. DAS TELAS SISTÊMICAS. INADMISSIBILIDADE COMO MEIOS DE PROVA.

As telas sistêmicas não devem ser valoradas como meio de prova, porque,
indiscutivelmente, foram produzidas unilateralmente, podendo ser alteradas ao alvedrio
da requerida, sofrendo desprestígios de seu cotejamento.

Outro não é o entendimento jurisprudencial:

E no que tange as referidas telas sistêmicas juntadas (seq. 15.1),


temse que por serem de cunho unilateral, sofrem desprestígio de seu
cotejamento, e somente serão relevadas se encontrarem amparo em
outros elementos de prova judicializadas (produzidas sob o crivo do
contraditório), sendo este entendimento pacífico nesta Turma
Recursal. (Recurso Inominado n° 0019054-76.2016.8.16.0031 2º
Juizado Especial Cível de Guarapuava Recorrente(s): OI S.A. - EM
RECUPERACAO JUDICIAL Recorrido(s): CHARLES RENAUT
Relator: Marco Vinícius Schiebel)

E no que tange as referidas telas sistêmicas juntadas (seq. 15.1),


temse que por serem de cunho unilateral, sofrem desprestígio de seu
cotejamento, e somente serão relevadas se encontrarem amparo em
outros elementos de prova judicializadas (produzidas sob o crivo do
contraditório), sendo este entendimento pacífico nesta Turma
Recursal. (Recurso Inominado n° 0019054-76.2016.8.16.0031 2º
Juizado Especial Cível de Guarapuava Recorrente(s): OI S.A. - EM

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RECUPERACAO JUDICIAL Recorrido(s): CHARLES RENAUT
Relator: Marco Vinícius Schiebel)

(...)
A RÉ JUNTA AOS AUTOS ATA NOTARIAL (MOV.38.2), NA QUAL
CONSTA QUE OS PROTOCOLOS CITADOS NA INICIAL NÃO
FORAM ENCONTRADOS. CONTUDO, HÁ QUE SE RESSALTAR
QUE O REFERIDO DOCUMENTO NÃO É SUFICIENTE PARA
RESGUARDAR A PROTEÇÃO DO DOCUMENTO DIGITAL, UMA
VEZ QUE NÃO HÁ CONTROLES DE VERIFICAÇÃO DE
INTEGRIDADE E AUTENTICIDADE. A PRODUÇÃO DE PROVAS
POR MEIO DA ATA NOTARIAL NÃO ATENDE ÀS NORMAS ABNT
NBR ISSO/IEC 27002:2005, A QUAL INSTITUI REGRAS PARA A
GESTÃO DE SEGURANÇA DA INFORMAÇÃO. ADEMAIS, A ATA
NOTARIAL VAI EM DESENCONTRO COM A NORMA DO ARTIGO
39, INCISO VIII, DO CDC, QUE VETA “COLOCAR, NO MERCADO
DE CONSUMO, QUALQUER PRODUTO OU SERVIÇO EM
DESACORDO COM AS NORMAS EXPEDIDAS PELOS ÓRGÃOS
OFICIAIS COMPETENTES OU, SE NORMAS ESPECIFICAS NÃO
EXISTIREM, PELA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS OU OUTRA ENTIDADE CREDENCIADA PELO
CONSELHO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E
QUALIDADE INDUSTRIAL (CONMETRO)”. METROLOGIA,
NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL (CONMETRO)”.
VERIFICA-SE AINDA QUE A AUTORA IMPUGNA OS FATOS E
PROVAS TRAZIDOS PELA RÉ ADUZINDO QUE A ATA NOTARIAL
FOI REALIZADA HÁ MAIS DE UM ANO APÓS A DATA DO
PROTOCOLO, RAZÃO PELA QUAL NÃO APARECEM MAIS NO
SISTEMA DA EMPRESA, VISTO QUE CONFORME É COMUMENTE
ALEGADO PELA OPERADORA, ELA SOMENTE É OBRIGADA A
GUARDAR AS GRAVAÇÕES POR NOVENTA DIAS. DESTE MODO,
POR TODO O EXPOSTO ENTENDO QUE O ATENDIMENTO
PRESTADO PELO CALL CENTER DA RÉ REVELOU-SE
INEFICIENTE (ENUNCIADO 1.6 DAS TR’S/PR), UMA VEZ QUE NÃO
FOI CAPAZ DE ATENDER AO APELO DO CONSUMIDOR QUE
SOLICITOU PELA VIA ADMINISTRATIVA O CANCELAMENTO DOS
SERVIÇOS, PORÉM, NÃO FOI ATENDIDO, TENDO QUE
SOCORRER-SE DAS VIAS JUDICIAIS. DESTACA-SE AINDA QUE
OS TRANSTORNOS GERADOS AO CONSUMIDOR PODERIAM
SER FACILMENTE RESOLVIDOS PELA EMPRESA RÉ SE ESTA
POSSUÍSSE UM SERVIÇO EFICIENTE DE CALL CENTER. DANO
MORAL CARACTERIZADO. (TJPR - 3ª Turma Recursal dos
Juizados Especiais - 0002498-82.2017.8.16.0089 - Ibaiti - Rel.: Juiz
Fernando Swain Ganem - J. 01.08.2019)

Portanto, não devem ser admitidas as telas do sistema interno da empresa ré.

IV. DA COMPROVAÇÃO DA INEFICIÊNCIA DO CALL CENTER. DANO MORAL


DEVIDO. ENUNCIADO 1.6 TRR/PR.

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Por fim, cumpre salientar que a parte autora comprovou que mesmo após as
reclamações no call center da requerida, o problema persistiu, devendo ser aplicado
no caso, o teor do Enunciado 1.6 das Turmas Recursais do Paraná, levando-se, por
conseguinte, a procedência dos pedidos iniciais.

V. REQUERIMENTOS

Considerando que a empresa ré continuou a efetuar os descontos indevidos


mesmo após os pedidos de cancelamento feitos no call center, deve ser julgado
procedente os pedidos iniciais.

Data da assinatura digital

Pede deferimento.

Anderson Flogner
OAB/PR nº 78.164

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