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net/publication/328199050
Fundamentos de Valuation
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All content following this page was uploaded by Ricardo Goulart Serra on 26 February 2019.
A avaliação de uma empresa por fluxo de caixa descontado, abordagem dos investidores
(operacional ou da empresa), envolve cinco passos. O objetivo deste texto é revisar esses
passos (para mais detalhes e explicações, veja Serra, R.G.; & Wickert, M. (2014). Valuation:
Guia Fundamental, São Paulo: Atlas):
2º Passo: calcular o fluxo de caixa dos investidores (fluxo de caixa operacional ou fluxo de caixa
da empresa) para os próximos "n" anos – o horizonte de projeção.
3º Passo: calcular a perpetuidade, que representa o valor do fluxo de caixa dos investidores do
ano "n+1" em diante, representado por um único valor no ano "n", a Perpn.
4º Passo: calcular o valor presente, ao custo de capital do passo 1, do fluxo de caixa do passo 2
e da perpetuidade do passo 3, obtendo o Firm Value (valor da empresa).
5º Passo: calcular o Equity Value (valor do acionista na empresa), subtraindo do Firm Value a
dívida líquida. Entenda-se por acionista, neste texto, tanto o acionista como o quotista (para o
caso de empresa Ltda.).
Além de revisar os cinco passos acima, também revisaremos (a) a chamada alavancagem e
desalavancagem do beta e (b) como converter um custo de capital em US$ para um custo de
capital em R$.
Uma empresa (Figura 1) é financiada por credores e acionistas (em conjunto, investidores).
Pode-se avaliar uma empresa (i) pelo fluxo de caixa dos acionistas ou (ii) pelo fluxo de caixa do
conjunto dos investidores: credores e acionistas. Na abordagem dos acionistas: o fluxo de
caixa, o custo de capital e o valor presente calculados referem-se aos acionistas (fluxo de caixa
dos acionistas, custo de capital dos acionistas e valor presente dos acionistas: equity value). Na
abordagem dos investidores: o fluxo de caixa, o custo de capital e o valor presente referem-se
aos investidores (fluxo de caixa dos investidores ou da (parte operacional da) empresa, custo
de capital dos investidores ou da empresa – WACC e valor presente dos investidores ou da
(parte operacional da) empresa: firm value ou enterprise value).
Equação 1
Peso Custo
Credores D/(D+E) X rd x (1 - t)
Acionistas E/(D+E) X rf + pp + β x pm
O fluxo de caixa para os investidores (também conhecido como fluxo de caixa operacional ou
fluxo de caixa da (parte operacional da) empresa) é calculado a partir de informações da DRE e
de ajustes posteriores. Na DRE, o último valor que é dos investidores é o resultado
Serra, R. G. (2018). Fundamentos de Valuation. Disponível em 2
https://www.researchgate.net/publication/328199050_Fundamentos_de_Valuation
operacional. Na sequência, divide-se o mesmo entre credores (a despesa financeira) e
acionistas (o lucro líquido). Portanto, o resultado operacional é o primeiro item do fluxo de
caixa para os investidores. Abate-se o imposto de renda operacional, que é recalculado a partir
do próprio resultado operacional, ou seja, multiplicando-o pela alíquota de imposto de renda
corporativo (t). O imposto operacional é diferente do imposto que está na DRE e não considera
o benefício fiscal da despesa financeira (que, como comentado no passo anterior, é
considerado no custo de capital – quando não houver benefício fiscal (por exemplo, a empresa
esteja no regime tributário de lucro presumido), trabalha-se com a parcela do imposto que
seja caixa). A combinação do resultado operacional menos o imposto de renda operacional
resulta no ROL (resultado operacional líquido), NOPAT (net operating profit after taxes),
NOPLAT (net operating profit less adjusted taxes) ou lucro líquido desalavancado, entre outros
nomes utilizados. Pode ser entendido como sendo a "geração interna de caixa da empresa",
com ressalvas. Para saber qual parcela do resultado operacional líquido a empresa pode
distribuir para os investidores (credores e acionistas), é preciso considerar alguns ajustes. O
primeiro ajuste feito é somar de volta a depreciação e a amortização do período, pois não são
despesas caixa (no momento em que ocorrem) e estão consideradas no resultado operacional
líquido (ou seja, é preciso expurgar seus efeitos considerados no resultado operacional).
Posteriormente, é necessário considerar o investimento necessário na empresa, tanto nos
ativos fixos quanto no capital de giro líquido, afinal, uma empresa é constituída desses dois
grupos de ativos, que devem ser "cuidados" no intuito de mantê-la perene. O investimento em
ativos fixos, normalmente, é uma premissa que depende de outras definições e é conhecido
como CAPEX (capital expenditures). O investimento em capital de giro líquido é calculado pela
diferença entre o capital de giro líquido inicial e o capital de giro líquido final. Sendo assim, o
fluxo de caixa dos investidores (ou, como também pode ser referido: operacional, da empresa,
da firma etc.) é calculado como:
Equação 2
O item mais delicado desse cálculo, estando tudo projetado, é o Inv. CGL (investimento em
capital de giro líquido). Conforme antecipado, é calculado como a diferença entre o capital de
giro líquido inicial (CGLi) e o capital de giro líquido final (CGLf), conforme a Figura 3:
C G Li C G Lf Inv C G L
Cada capital de giro líquido, tanto o inicial quanto o final, é calculado subtraindo-se, do ativo
do capital de giro, o passivo do capital de giro. As contas que costumam ser consideradas
como ativos e passivos do capital de giro líquido estão expostas na Figura 4:
Figura 4 – Contas do capital de giro líquido de uma empresa – lista não exaustiva. Elaborada
pelo autor.
Ativo Passivo
Caixa Operacional
Contas a Pagar
Contas a Receber
Impostos a Pagar
Estoque
Salários e Encargos a Pagar
Impostos a Compensar
Verifica-se, na Figura 4, que são consideradas – via de regra, para efeito de capital de giro
líquido, tanto no ativo quanto no passivo, apenas as contas operacionais, não sendo
considerada nenhuma conta financeira.
Normalmente, considera-se que uma empresa é perene, ou seja, foi montada para perenizar
uma ideia. Portanto, o seu valor corresponde ao valor presente de infinitos fluxos de caixa. É
comum projetar o fluxo de caixa por um certo número "n" de anos, chamado de horizonte de
projeção. Toda a fase de transição da empresa deve ser considerada nesse horizonte de
projeção. Normalmente ele tem dez anos. O valor presente do fluxo de caixa do horizonte de
projeção não corresponde ao valor da empresa, pois falta o valor do fluxo de caixa do ano
seguinte (o ano "n+1", normalmente o 11o ano) até o infinito: o chamado valor residual ou
valor terminal. É bem comum utilizar uma perpetuidade para calcular o valor residual, ou seja,
um fluxo de caixa perpétuo.
No caso genérico, o valor de uma perpetuidade pode ser calculado considerando-se o valor
presente de cada fluxo de caixa individualmente (do ano "n+1" ao infinito). No entanto,
existem dois casos particulares de perpetuidade, que podem ser calculados de forma
simplificada:
2. Uma perpetuidade com crescimento: aquela que tem os fluxos de caixa aumentando ou
crescendo a uma taxa constante (g, de growth). Nesse caso, o valor presente de todos os
fluxos de caixa pode ser calculado como FC1/(i-g), em que FC1 é o fluxo de caixa do primeiro
ano da perpetuidade (importa especificá-lo pois, nesse caso, os fluxos de caixa não são
constantes), i é o custo de capital (no caso de fluxo de caixa para os investidores, o WACC) e g
é a taxa de crescimento (constante) dos fluxos de caixa. Essa fórmula foi derivada
considerando que g seja menor do que i, que é uma condição necessária para que essa série
de tempo não seja explosiva. Em aplicações no contexto de avaliação de empresas, essa
condição não será violada, via de regra. Não parece razoável imaginar uma empresa
crescendo, para sempre, a uma taxa maior do que o custo de capital (g > i), pois ela "dominaria
o mundo"!
(a) ...
1 2 3 4 5 6
Painel 2 – Quebra do fluxo de caixa em duas parcelas (a = b + c), sendo a parcela (b)
correspondente ao Horizonte de Projeção e a parcela (c) correspondente à perpetuidade
FC1 FC2 FC3
(b) 1 2 3 4 5 6
(b) 1 2 3 4 5 6
Perp3 = FC4/(i-g) = FC3 x (1+g)/(i-g)
(c’)
1 2 3 4 5 6
Perp3
+
FC1 FC2
FC3
(a’)
1 2 3 4 5 6
Figura 6 – Valor Presente do Fluxo de Caixa para os Investidores. Elaborada pelo autor.
Perp3
FC1 FC2
+
FC3
1 2 3
O firm value ou valor da empresa representa o valor dos ativos operacionais (capital de giro
líquido e ativo fixo) ou da operação da empresa e é atribuído aos investidores, ou seja,
credores e acionistas. Uma parte desse valor, portanto, é dos credores e a outra parte é dos
acionistas (equity value). Para se calcular o equity value é necessário subtrair do firm value a
parte dos credores. A parte dos credores é o valor da dívida líquida na data base da avaliação.
Portanto, o equity value (parte dos acionistas no firm value) é obtido subtraindo-se a dívida
líquida (parte dos credores no firm value) do firm value.
Ativo Passivo
Exemplo
Vamos calcular o firm value e o equity value da AlbAm S.A. por fluxo de caixa descontado. As
demonstrações financeiras projetadas para os próximos cinco anos (horizonte de projeção)
estão apresentadas na Tabela 1. Estima-se que ela crescerá 3,0% a.a. a partir do ano 5,
inclusive. A AlbAm tem 16,0% de dívida (D/(D+E)) a um custo de 10,0%, uma alíquota de
imposto de 34,0% e seu beta é 1,5. A empresa projeta investimento em ativo fixo (CAPEX),
para os próximos cinco anos de (em R$ mil) 800,0, 1.000,0, 1.150,0, 1.250,0 e 968,4. Considere
que os parâmetros gerais para o CAPM são rf = 6,3% e pm = 4,9% (por simplicidade, não será
usado um prêmio pelo risco-país).
Real Projetado
Balanço Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Caixa Operacional 122,2 134,4 145,2 153,9 160,1 163,3
Excesso de Caixa 32,0 440,1 792,0 1.179,9 1.591,5 2.013,4
Contas a receber 502,2 552,4 596,6 632,5 657,8 670,9
Estoque 150,7 165,7 179,0 189,7 197,3 201,3
Ativo Fixo Líquido 6.100,0 6.231,5 6.500,0 6.843,2 7.202,4 7.202,4
Total do Ativo 6.907,1 7.524,1 8.212,8 8.999,2 9.809,1 10.251,3
Real Projetado
Demonstrativo de Resultados Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
Vendas Líquidas 6.110,0 6.721,0 7.259,0 7.695,0 8.003,0 8.163,0
(-) Custo do Produto Vendido 2.749,5 3.024,5 3.266,6 3.462,8 3.601,4 3.673,4
(-) Despesas Operacionais 600,0 636,0 667,8 697,9 729,3 758,5
(-) Depreciação 52,0 668,5 731,5 806,8 890,8 968,4
(=) Resultado Operacional 2.708,5 2.392,0 2.593,1 2.727,5 2.781,5 2.762,7
(-) Despesa Financeira Líquida 235,0 259,5 242,0 233,2 224,9 215,5
(=) LAIR 2.473,5 2.132,5 2.351,1 2.494,3 2.556,6 2.547,3
(-) Imposto de Renda 841,0 725,0 799,4 848,1 869,2 866,1
(=) Lucro Líquido 1.632,5 1.407,5 1.551,7 1.646,2 1.687,4 1.681,2
2º Passo: calcular o fluxo de caixa dos primeiros cinco anos (Tabela 2). O item mais delicado é
o capital de giro líquido, que é calculado como a variação de capital de giro líquido de um ano
para o outro. Portanto, vamos calcular o capital de giro líquido para todos os anos, inclusive o
Real Projetado
Auxiliar Ano 0 Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
(+) Caixa Operacional 122,2 134,4 145,2 153,9 160,1 163,3
(+) Contas a receber 502,2 552,4 596,6 632,5 657,8 670,9
(+) Estoque 150,7 165,7 179,0 189,7 197,3 201,3
(=) Capital de Giro: Ativo (A) 775,1 852,5 920,8 976,1 1.015,2 1.035,5
(+) Contas a pagar 226,0 248,6 268,5 284,6 296,0 301,9
(+) Salários e Enc. a pagar 37,7 41,4 44,7 47,4 49,3 50,3
(+) Impostos a pagar 75,3 82,9 89,5 94,9 98,7 100,6
(=) Capital de Giro: Passivo (P) 339,0 372,9 402,7 426,9 444,0 452,8
(=) Capital de Giro Líq. (A-P) 436,1 479,6 518,1 549,2 571,2 582,7
(=) Invest. Capital Giro Liq. (Final-Inicial) 43,5 38,5 31,1 22,0 11,5
Projetado
Fluxo de Caixa Ano 1 Ano 2 Ano 3 Ano 4 Ano 5
(+) Resultado Operacional 2.392,0 2.593,1 2.727,5 2.781,5 2.762,7
(-) Imposto Operacional 813,3 881,7 927,4 945,7 939,3
(+) Depreciação e Amortização 668,5 731,5 806,8 890,8 968,4
(-) CAPEX 800,0 1.000,0 1.150,0 1.250,0 968,4
(-) Invest. em Capital Giro Líq. 43,5 38,5 31,1 22,0 11,5
(=) Fluxo de Caixa p/ Invest. 1.403,7 1.404,4 1.425,8 1.454,6 1.811,9
3º Passo: calcular a perpetuidade começando no ano 6, cujo valor estará no ano 5. Trata-se de
uma perpetuidade com crescimento, em que g = 3,0% (do enunciado) e i = 12,5% (calculado no
1º Passo):
19.644,8
1.403,7 1.404,4 1.425,8 1.454,6
+
1.811,9
1 2 3 4 5
+ + + + +
+ , + , + , + , + , + ,
5º Passo: calcular o Equity Value (Figura 10). Observe que a dívida líquida da empresa, no Ano
0, é composta de Empréstimos e Financiamentos de Curto Prazo e de Empréstimos e
Financiamentos de Longo Prazo (656,8 + 1.970,4, respectivamente) deduzidos do excesso de
caixa (32,0).
Figura 10 – Firm Value e Equity Value da AlbAm S.A., em R$ mil. Elaborada pelo autor.
Ativo Passivo
Credores
(+) Empr. e Financ (CP e LP) = 2.627,2
Investidores (-) Excesso de Caixa = 32,0
Firm Value: 16.173,8 (=) Dívida Líquida: R$ 2.595,2
Acionistas
Equity Value: R$ 13.578,6
Portanto, o firm value da AlbAm é R$ 16.173,8 mil e o equity value é R$ 13.578,6 mil.
O risco pode ser decomposto em risco diversificável e risco não diversificável. Por ser
eliminável, o risco diversificável não recebe remuneração. Por outro lado, o investidor merece
ser remunerado (premiado) pelo risco não diversificável. O beta é a medida de risco que mede
o risco não diversificável, portanto, a adequada para o cálculo do prêmio.
O beta, por sua vez, é composto, a grosso modo, de dois componentes: o risco operacional e o
risco financeiro. Considera-se que o risco operacional de duas empresas do mesmo setor é o
mesmo (com ressalvas). Esse risco está ligado ao tipo de negócio (ou a elasticidade das vendas)
e à alavancagem operacional (parcela do custo e da despesa operacionais que é fixa). Por
outro lado, considera-se que o risco financeiro não necessariamente é o mesmo para duas
empresas do mesmo setor. Ou seja, duas empresas do mesmo setor têm operações com riscos
iguais, mas não necessariamente financiam essa operação igualmente e, portanto, têm riscos
financeiros diferentes. Quanto mais dívida uma empresa tem, mais arriscada ela é. Portanto,
duas empresas do mesmo setor, sendo que uma das duas tem mais dívida, terão riscos
Equação 3
Exemplo
O beta desalavancado de uma empresa que tem 20% de dívida no capital total (D/(D+E)),
alíquota de imposto de renda de 34% e beta alavancado de 1,40 pode ser calculado em:
Atente para o fato de que a Equação 3 pede D/E e que temos D/(D+E). Se D/(D+E) é 20%,
então E/(D+E), que é o complemento para o 100% do capital total, é 80%, logo, D/E = 20%/80%
ou simplesmente, 20/80 conforme aplicado na solução acima.
Existem muitas alternativas para obtenção dos parâmetros do custo de capital próprio.
Nenhuma delas é unanimidade. Em uma delas, obtém-se tanto a taxa livre de risco como o
prêmio de mercado a partir de informações do mercado norte-americano. Considerando a
taxa livre de risco americana, o custo do capital próprio será calculado em US$. O que também
acarretaria em um custo de capital dos investidores (ou empresa, WACC), provavelmente
(existem alternativas), também em US$. Sendo o fluxo de caixa projetado em R$, faz-se
necessário converter (i) o custo de capital para R$ ou (ii) o fluxo de caixa para US$, para que
ambos, custo de capital e fluxo de caixa, fiquem na mesma moeda.
A fórmula para converter um custo de capital (re ou WACC) de US$ (TXUS$) para R$ (TXR$) é:
Equação 4
Em que TXR$ é a taxa, no caso o custo de capital (re ou WACC), em R$, TXUS$ é a taxa (re ou
WACC) em US$, FXi é a taxa de câmbio no início do período e FXf é a taxa de câmbio no final do
período.
Ou seja, soma-se (por meio da composição de taxas) a taxa em US$ e a variação cambial
(futura) para se obter a taxa em R$. Logicamente, a taxa em US$ e a variação cambial são
expressas na mesma periodicidade (por exemplo, anual). Como não se conhece a variação
Equação 5
Em que inflBR é a inflação brasileira no longo prazo e inflEUA é a inflação americana no longo
prazo. É comum pensar em inflação no longo prazo como sendo a inflação estimada para o
último ano do horizonte de projeção.
Exemplo
Qual seria o custo de capital em R$ de uma empresa sendo que seu custo de capital em US$ é
10,0%, a inflação brasileira no longo prazo é 4,5% e a inflação americana no longo prazo é
2,5%?
Referência
Serra, R.G.; & Wickert, M. (2014). Valuation: Guia Fundamental, São Paulo: Atlas.