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Considerado em sua época o “carro de corrida do futuro”, o Opel Rak 2 1928 foi um dos projetos mais malucos da indústria automotiva. No lugar de um motor a combustão, usava um conjunto de foguetes. Imagem: Opel Post.
NÃO TEM PISTÃO NEM BIELAS, MAS AINDA É UM MOTOR. NÃO TEM FONTE DE IGNIÇÃO NEM CÂMARA DE
COMBUSTÃO, MAS TAMBÉM É UM MOTOR. E SE UM VEÍCULO USASSE UM MOTOR DE AVIÃO? ELE RODARIA
NORMALMENTE.
Essas são algumas situações em que um novo conceito de acionamento substitui o motor convencional. Ou seja, aquele nosso
velho conhecido que prevê a queima do combustível em uma câmara selada, com uma explosão que gera o acionamento de outros
componentes móveis, fazendo as rodas se movimentarem e o veículo se deslocar.
Alguns desses motores são adaptações de arquiteturas de funcionamento baseadas nas ideias concebidas por outros inventores,
especialmente os criadores do motor de Ciclo Otto* e o de Ciclo Diesel**.
Neste e-book vamos abordar três tipos de motores não convencionais. São propulsores que utilizam estratégias de funcionamento que
diferem dos padrões criados por Nikolaus Otto e Rudolf Diesel, e que foram ou são utilizadas para mover veículos.
Dois deles, o motor Wankel e o motor radial, utilizam o conceito do motor a combustão interna com alimentação por combustível, mas
as semelhanças com seus antecessores param aí.
O terceiro, o motor movido a hidrogênio, é uma quebra de paradigmas. Ele mantém a combustão, mas substitui a queima de combustível
pela reação química que gera energia.
Vamos conhecer um pouco mais desses motores desenvolvidos no passado que ainda devem rodar no futuro. Ou que eram o futuro,
mas ficaram no passado.
Não vamos abordar os motores alimentados por baterias ou veículos com motores híbridos, pois temos dois e-books inteiramente
dedicados a esse assunto.
* Em 1876, o engenheiro alemão Nikolaus August Otto criou o motor movido por pistão de ignição com faísca, o conhecido motor de quatro tempos ou Ciclo Otto.
** Já o engenheiro mecânico franco-alemão Rudolf Christian Karl Diesel foi o inventor do motor de Ciclo Diesel, em 1897. Também um motor de combustão interna, mas no qual a ignição do
combustível é causada pela elevação da temperatura do ar no cilindro devido à compressão mecânica.
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Neste e-book SABÓ vamos conhecer três motores que nada têm de convencionais. E guardam pouca relação com os conhecidos motores
de Ciclo Otto e Ciclo Diesel, os propulsores que dominaram a indústria automotiva mundial até recentemente.
Eles são tecnologias que tentaram dividir a preferência das montadoras e oferecer uma nova opção de motores com aplicação veicular.
No entanto, por diversos fatores, não tiveram êxito e foram descontinuados. Representam também conceitos de geração de energia
que surgiram há muito tempo e que, em breve, podem ser a matriz dominante do setor de mobilidade sobre rodas.
Em 1924, o jovem alemão Felix Heinrich Wankel desenvolveu o conceito de um motor rotativo. Tratava-se de um novo tipo de propulsor
que, ao invés dos pistões subindo e descendo, possuía um sistema em que o motor simplesmente girava. Tinha a vantagem de ter
menor número de peças e peso reduzido.
Esse motor mais leve compacto e eficiente foi batizado com o nome do seu criador (Wankel) e oficialmente patenteado em 1933.
O interessante é que o motor rotativo continuava realizando a queima do combustível em quatro etapas, idêntico aos quatro tempos
de um motor convencional (admissão, compressão, explosão e escape).
Esquema de funcionamento dos quatro tempos nos motores rotativos. Imagem: Carros e Garagem.
A diferença mais significativa é que, no lugar do sobe e desce dos pistões, o que gira é um rotor em formato semelhante a um triângulo.
Em relação à capacidade cúbica (cilindrada), o motor Wankel não ficava devendo nada a seus concorrentes de ciclos Otto e Diesel.
Nos motores convencionais, a cilindrada é o resultado da soma da capacidade cúbica de cada pistão dentro dos cilindros em um ciclo.
Ou seja, em um motor de quatro cilindros, a cada duas voltas do virabrequim, dois cilindros realizam a admissão e compressão e dois
realizam a explosão e o escape.
Já o motor rotativo realiza um ciclo de admissão enquanto as outras partes do triângulo completam a compressão, a explosão e o
escape. Portanto, em uma única volta do rotor acontecem todas as fases da combustão.
Nele, a caixa do rotor faz o papel de câmara de combustão; o rotor desempenha as tarefas de pistão, válvulas, balancins e molas; e o
eixo de excêntricos substitui o virabrequim. Tudo muito simples!
Todas as etapas da conversão energética acontecem nas três áreas formadas pelo espaço entre o rotor e a caixa. O movimento circular
do rotor é transmitido para um eixo de excêntricos, semelhante a um virabrequim. Este eixo, por sua vez, envia a energia para a caixa
de câmbio.
Leve, compacto, poucas peças móveis, e suave. Esse motor
criado pelo engenheiro alemão tinha tudo para substituir
completamente o motor convencional. Tinha, mas nem tudo era
perfeito.
Pontos Negativos
O Spider, primeiro veículo com motor rotativo produzido pela NSU, levou 13 anos para ser
apresentado. Imagem: Wikipédia.
Hoje, porém, os carros NSU com motores Wankel são clássicos apreciados, principalmente por causa de sua raridade.
Em meados dos anos 60, a Toyo Kogyo (Mazda), a Citroën e a Mercedes-Benz apresentaram vários modelos com esta motorização. Foi
o período de maior desenvolvimento do conceito.
Com o passar dos anos, muitos fabricantes desistiram e só a Mazda manteve a sua utilização.
O governo japonês estava disposto a conquistar novos mercados e a Mazda, para adquirir independência, decidiu investir num projeto
único, desenvolvendo seu próprio motor Wankel.
O primeiro veículo Mazda com motor rotativo foi o Cosmo, com uma pequena produção iniciada em 1967. Era um GT semelhante ao Ford
Thunderbird, dois rotores, 491 cm³ e 110 cv. Ficou em produção durante cinco anos.
O esportivo Mazda Cosmo Série I foi o primeiro modelo com motor Wankel lançado pela montadora japonesa Mazda. Imagem: Wikipédia.
Após essa experiência, a corporação ficou mais confiante e lançou sucessivos modelos.
O progressivo aperfeiçoamento do motor rotativo Wankel levou a equipe de design da Mazda a buscar um veículo que gerasse interesse
tanto para a empresa como para o seu novo motor rotativo. Para atrair a atenção da imprensa automotiva, uma das estratégias é criar
um carro esportivo chamativo.
O carro-conceito Mazda Cosmo foi exibido pela primeira vez no Salão do Automóvel de Tóquio de 1964 e causou grande impacto. A
Mazda começou a testar exaustivamente os carros Cosmo de pré-produção em janeiro de 1965.
Foram fabricados 80 desses carros e foram
equipados com a versão 0810 do motor L10A. A
carcaça do rotor do motor era feita de alumínio
fundido. Em seguida, as laterais da carcaça
do rotor foram pulverizadas com aço carbono
fundido para maior resistência.
Com os testes concluídos satisfatoriamente, o Mazda Cosmo entrou em produção regular em maio de 1967. A fabricação dos carros
da série I foi de apenas 343 unidades e terminou em junho de 1968.
A série II do Mazda Cosmo foi produzida por apenas quatro anos e teve 1.176 unidades. Imagem: Road and Track.
Os Mazda Cosmo Série I e II alcançaram tudo o que a fabricante esperava. Os carros da empresa tornaram-se famosos e a Mazda
conseguiu tornar-se líder mundial na tecnologia de motores Wankel.
Sensatamente, a Mazda comercializou carros com motor Wankel e carros com motor convencional no mesmo estilo de carroceria. Assim,
os clientes podiam escolher entre o desempenho rotativo Wankel ou o desempenho do carro convencional.
Com a descontinuação do Mazda Cosmo Série I e II original, construído à mão, a empresa decidiu abandonar a imagem da era espacial
e construir um carro com motor Wankel mais próximo ao estilo americano.
O novo modelo com o nome Cosmo não era de forma alguma derivado do original, mas sim um novo carro com motor Wankel. O veículo
foi chamado de modelo “AP” (Antipoluição) e foi o primeiro carro a passar pelos novos regulamentos de emissões de escapamento do
Japão em 1976. O AP recebeu forte publicidade e vendeu mais de 20 mil unidades nos primeiros seis meses de produção.
Outros grandes atrativos eram o preço e a beleza. O desenho A versão de exportação desse modelo foi comercializada como
do AP foi fonte de inspiração para outras marcas por anos a fio. Mazda RX-5 e muitas vezes vendida em paralelo com um modelo
idêntico com motor de pistão, o Mazda 121.
Sua aplicação com objetivos econômicos, contudo, era inviável,
e as vendas despencaram nos Estados Unidos. A única exceção O Mazda AP foi fabricado com dois motores Wankel diferentes:
ficou para o novo Cosmo, versão modernizada do Cosmo
original. Foram conseguidos 270 cv de um motor construído • AP/CD22 - Equipado com um motor de rotor duplo tipo 12A
em alumínio, com três rotores, dois turbocompressores, injeção de 1.146 cc.
eletrônica e 2,6 litros. Mas as vendas só tiveram êxito no Japão.
• AP/CD23 - Equipado com um motor de rotor duplo 13B de
Em 1977 também foi lançado um modelo com teto landau 1.308 cc.
coberto de vinil: foi chamado de Cosmo L. Nos mercados de
exportação, este carro foi designado Cosmo CD.
Dois modelos de motor a pistão foram vendidos em paralelo
com os modelos de motor Wankel:
Este modelo foi construído em duas séries, assim como o Cosmo O Mazda HB Cosmo sucedeu o AP e recebeu o nome de Mazda 929 para exportação. Imagem: The Classic.
original.
Havia três opções de motor rotativo: o 1.1 litros 12A-6PI (6PI =
“indução de seis portas”); o 12A Turbo – turboalimentado; e o
O AP/CD Série I foi fabricado de 1975 a 1978 e o Série II de 1979
mais interessante deles, o 1.3 litros 13B-RESI.
a 1981. Os carros CD Série I foram exportados para os EUA e
outros mercados, mas as vendas foram fracas. Então, os carros O 13B-RESI usava o que a Mazda chamava de a “superinjeção de
Série II foram feitos apenas para o mercado interno do Japão, motor rotativo”. Era um sistema de injeção de combustível Bosch
onde permaneceram populares. L-Jetronicem no qual o motor usava ressonância de Helmholtz*.
Esta ressonância era criada pela abertura e fechamento das
portas de admissão em uma caixa de dois níveis, para fornecer
efetivamente pressão positiva na porta de admissão em
sincronia com o ciclo de admissão.
Em 1981, a segunda geração do Cosmo AP foi lançada. Disponível como um cupê esportivo de duas portas ou
um cupê mais imponente de quatro portas. Imagem: Arquivo Mazda Motor Corporation.
Após ter investido muito dinheiro no projeto, a GM chegou a cogitar a produção de 80% de seus veículos com motor rotativo a partir de
1980. Mas a legislação de emissões ainda mais rígida na Califórnia fez com que a montadora abandonasse o projeto.
Outras marcas que apostavam nos motores rotativos foram a francesa Citroën e a alemã Mercedes-Benz
A marca francesa lançou dois veículos: o Ami 6 e o GS Birotor, sem grande sucesso e com vida bastante curta.
Apenas dois modelos Citröen utilizaram motores rotativos. A esquerda, o Ami 6 e, a direita, o GS Birotor. Imagens: Citroenet.
O grupo Daimler-Benz, detentor da marca Mercedes-Benz, experimentou esse propulsor no exótico carro-conceito C111. O modelo
foi apresentado em 1969 no Salão de Frankfurt, nas versões de três e quatro rotores, com potência de 320 e 450 cv. A empresa, no
entanto, não chegou a colocar nenhum modelo em produção.
A Mercedes chegou a produzir protótipos do C-111-I e C-111-II, utilizando o motor rotativo, mas ambos não chegaram às linhas de
produção. Esse fato não se deveu à falta de potência do motor Wankel, pois ambos apresentaram números surpreendentes. A versão
C-111-II chegava a 350 cv e registrou a marca de 0 a 100 km/h em 4.8 segundos.
O protótipo Mercedes-Benz C-111 também utilizava motor rotativo. Mesmo com excelentes resultados em potência, o modelo nunca chegou a ser fabricado em série. Na foto acima, o esportivo de linhas arrojadas e, ao lado, o motor
Wankel M950F de três rotores montado no centro, capaz de produzir 280 cavalos de potência. Imagens: arquivo Mercedes Magazine.
MOTORES RADIAIS
Motores radiais, também chamados motores em estrela, são motores de combustão interna de simetria radial. Os pistões estão dispostos
em torno de um ponto central na árvore de manivelas. Esta configuração foi muito utilizada para mover as hélices de aeronaves.
O motor radial ainda hoje é muito utilizado na aeronáutica, sendo raro em outros tipos de veículos.
Isso não significa que não se tenha tentado usar esse motor
em veículos terrestres. Um exemplo dessa outra aplicação
foi o tanque M4 Sherman, que possuía um motor de nove
cilindros em estrela. Ele foi o tanque médio mais usado
pelos Estados Unidos e aliados na Segunda Guerra Mundial.
Outro exemplo é a motocicleta Megola, que usava motor
rotativo de cinco cilindros na roda dianteira. Exatamente! O
motor ficava na roda.
Com boa relação peso-potência, suavidade de funcionamento e boa refrigeração, mesmo funcionando em marcha lenta no solo, os
motores radiais eram muito confiáveis. Durante a Primeira Guerra Mundial, esses motores foram considerados os ideais para equipar
aviões militares.
A solução encontrada foi semelhante à utilizada nos motores dois tempos. Ou seja, o lubrificante (óleo de rícino) era adicionado à
gasolina, o que garantia uma apropriada lubrificação dos componentes móveis. Uma bomba de óleo fornecia o lubrificante à mistura
ar-combustível pouco antes da mesma ser levada ao motor, para evitar sua diluição excessiva.
Em 1889, em Munique (Alemanha), nascia Friedrich Gockerell, pioneiro na construção de motocicletas, automóveis e motores. Suas
patentes foram registradas como Fritz Cockerell, e assim ele ficou conhecido, Fritz, com o sobrenome grafado com C mesmo.
Para ligar a moto Megola com motor radial, o piloto tinha que girar a roda dianteira enquanto a motocicleta
estava no cavalete. Imagem: Silodrome.
Uma válvula borboleta controlada manualmente ficava
localizada no virabrequim oco, para regular o acelerador.
A potência de saída era de 14 cv e a potência de freio eram
modestos 10 kW, mas aplicada diretamente na roda, com dois
freios independentes para a roda traseira.
Mas esses não eram os únicos pontos intrigantes dessa motocicleta. Além do motor na roda dianteira, ela tinha dois tanques de
combustível. O principal ficava escondido sob o longo quadro, e o combustível dele era levado para um tanque muito menor acima do
motor, por meio de uma bomba manual.
Poucos exemplares da moto com motor radial foram preservados. A maioria está em poder de colecionadores. Na foto acima um exemplar de 1923
ainda sem restauração. Imagem: Sheldon´s EMU.
MOTOR MOVIDO A HIDROGÊNIO
Considerado por muitos o futuro dos veículos convencionais, os carros movidos a hidrogênio são a próxima meta dos fabricantes de
veículos que estão preocupados em substituir os combustíveis fósseis por uma fonte de energia limpa e renovável.
Veículos movidos a hidrogênio possuem um motor de combustão interna, mas, no lugar de um combustível convencional, utilizam hidrogênio para funcionar. Imagem: Tech Auto.
Conhecidos pela sigla HICEV (Hydrogen Internal Combustion Engine Vehicle), são veículos movidos a hidrogênio, equipados com um
motor de combustão interna. Isto é, a mecânica é a mesma, porém, em vez de queimar diesel, gasolina ou etanol, o motor utiliza o
hidrogênio para funcionar.
Muitas montadoras já estão na corrida para desenvolver e aprimorar tecnologias que contribuam com um futuro mais limpo.
A Mazda produziu o Wankel rotativo por hidrogênio. Em seguida, a BMW testou, entre 2005 e 2007, o Hydrogen 7. Outra marca a lançar
um motor similar foi a divisão austríaca da Alsete GmbH. O motor a hidrogênio foi utilizado no Aston Martin Rapide S, nas 24 Horas de
Nürburgring.
O Japão tem liderado os estudos a respeito e é o país que mais usufrui dessa tecnologia em seus automóveis. O Toyota Mirai é a primeira
produção em série no mundo. Está em sua segunda geração no Japão, mas ainda não tem previsão de lançamento no Brasil.
Nas fotos acima e abaixo, o pioneiro na tecnologia de células de combustível. O Toyota Mirai é vendido no Japão desde 2014 e também na Califórnia e no norte da Europa, locais onde há postos de hidrogênio. Imagens: Toyota – Divulgação.
O carro é zero emissor de poluentes e está no livro dos recordes por ter rodado quase 1.400 km com um tanque de hidrogênio. Outros
modelos, como o Corolla Cross, GR Corolla H2, GR Yaris H2 e, recentemente, a Hilux, já possuem versões do novo motor.
A Porsche também está em fase de avaliação do motor em um modelo da sua linha. A empresa realizou um estudo no circuito de
Nürburgring, para avaliar o potencial dos motores movidos a hidrogênio. Para os testes, foi utilizado um motor V8 twin-turbo de 4,4
litros a gasolina, modificado para rodar com hidrogênio.
Nas fotos acima: um modelo Porsche Panamera com motor V8 twin-turbo de 4,4 litros adaptado para rodar com hidrogênio. Imagem: Porsche – Divulgação.
O objetivo do estudo é compreender como um motor de alto O calor e a água saem do cano de escapamento como vapor
desempenho se comporta com o combustível. Diferente do d’água e a eletricidade vai direto para o motor, ou para uma
Toyota Mirai, o modelo da Porsche usa o hidrogênio como parte bateria que armazena a eletricidade para quando o veículo
de uma reação química que gera energia para alimentar um precisar.
motor elétrico.
Há uma grande diferença entre o carro movido a hidrogênio e o
O hidrogênio é o único combustível a base de água. Por isso, carro elétrico. O motor do carro elétrico é alimentado por uma
pode ser queimado em um motor de combustão interna com bateria embutida, que é carregada por uma fonte externa. Já o
diversas misturas combustível-ar e reduz em praticamente motor movido a hidrogênio usa uma célula de combustível de
zero a emissão de poluentes emitidos pelo escapamento do baixo impacto ambiental para produzir energia.
automóvel. Ou seja, a combustão do motor não gera emissões
de CO (monóxido de carbono), CO2 (dióxido de carbono), SO2 As baterias usadas nesse tipo de veículo são geralmente
(dióxido de enxofre), HC ou MP (hexacloroetano e material menores do que as encontradas em veículos elétricos, uma vez
particulado, respectivamente). que a célula de combustível está constantemente em recarga.
Dessa forma, não cria a necessidade de uma bateria maior e
Os automóveis movidos a hidrogênio são abastecidos de mais pesada.
forma semelhante ao combustível convencional. O hidrogênio
é armazenado no tanque de combustível, onde reage com o Em comparação aos veículos com motor de combustão, os
oxigênio, produzindo energia elétrica, calor e água. carros a hidrogênio são uma opção atraente graças ao seu
alcance superior: com um “tanque cheio”, podem rodar cerca de 300 a 450 quilômetros. Em relação aos elétricos, têm a vantagem do
tempo de reabastecimento: o hidrogênio pressurizado leva menos de 10 minutos para “encher o tanque”, enquanto um veículo elétrico
convencional pode demorar de 3 a 14 horas.
Além disso, carros movidos a hidrogênio são mais silenciosos, apresentam menos ruídos e vibrações. E, o mais importante, garantem a
mobilidade sem liberar gases do efeito estufa.
Assim como acontece com os veículos movidos a gasolina e com os carros elétricos, a energia que será usada por esses automóveis
necessita ser armazenada em algum local.
Com os carros elétricos, por exemplo, essa eletricidade é guardada em baterias de lítio, enquanto nos veículos movidos a hidrogênio, o
armazenamento é feito em tanques específicos. Estes são capazes de aguentar as temperaturas baixíssimas do hidrogênio, que podem
chegar a até -36ºC.
Isso significa que, por mais que esses veículos sejam movidos a
hidrogênio, o seu motor depende diretamente de eletricidade, da
mesma forma como acontece com os já conhecidos automóveis
elétricos.
Não há emissão de poluentes – Em um mundo onde a consciência ambiental é crescente, o fato de os veículos movidos a hidrogênio
não emitirem poluentes na atmosfera é, sem dúvida, uma de suas maiores vantagens. Porém, vale destacar que mesmo que esse tipo
de automóvel não gere poluentes, os processos utilizados para obter o hidrogênio fazem uso de outras energias, o que acaba gerando
alguma poluição.
Reabastecimento ágil e fácil – Em cerca de cinco minutos o tanque de hidrogênio já fica completamente carregado. Um processo
apenas um pouco mais demorado do que os carros movidos a gasolina, que são reabastecidos em cerca de dois minutos.
Ótima autonomia – A autonomia é outro diferencial em comparação aos veículos com motores elétricos. Os modelos mais modernos
de carros que utilizam o hidrogênio já estão rodando aproximadamente 600 km até que precisem ser reabastecidos.
Desvantagens:
Esses valores podem cair significativamente com melhorias de ordem técnica e operacional, redução do custo de investimentos nos
projetos (Capex), concessão de incentivos fiscais e melhores custos de financiamento.
Nesse contexto, a produção do novo combustível renovável alcançaria rapidamente custos semelhantes ao do hidrogênio cinza – obtido
a partir da queima de combustíveis fósseis, como o gás natural –, já amplamente utilizado por indústrias químicas e refinarias.
Com as otimizações, o custo desse mercado no Brasil também ficaria mais próximo do observado em países que largaram na frente na
corrida do hidrogênio verde, como os EUA.
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