A elaboração de políticas de recursos humanos (RH), em especial as políticas de
remuneração e benefícios (salários, premiações, seguro de saúde, alimentação, etc.) são atividades que um profissional de RH precisa dominar, pois são exigidas em sua prática profissional. Neste experimento, você terá a possibilidade de praticar essa atividade. Então, está pronto? Venha participar dessa jornada de ampliação de suas competências.
POLÍTICAS DE BENEFÍCIOS
As políticas de RH são instrumentos fundamentais para a gestão de pessoas
bem-sucedida em uma organização. De acordo com Camacho (2016, p. 40), as políticas de RH “são as diretrizes de atuação que buscam objetivos de médio e longo prazo para as relações organizacionais e orientam as práticas de gestão de pessoas”.
Essas políticas de RH devem, então, nortear as ações de remuneração,
benefícios, treinamento, recrutamento e seleção, segurança do trabalho, entre outras. É possível incluir as regras de compliance, sempre em conformidade com a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no rol das políticas de RH de uma organização (BRASIL, 1943).
Compliance é uma palavra inglesa derivada do inglês to comply, que significa,
em português, estar em conformidade com normas, leis, regulamentos, políticas e diretrizes estabelecidas. As regras de compliance têm por objetivo garantir que as relações e os negócios dentro de uma empresa ou organização de trabalho estejam ALGETEC – SOLUÇÕES TECNOLÓGICAS EM EDUCAÇÃO CEP: 40260-215 Fone: 71 3272-3504 E-mail: contato@algetec.com.br | Site: www.algetec.com.br LABORATÓRIO DE ADMINISTRAÇÃO POLÍTICAS DE RH
baseadas em fundamentos éticos, com a devida observância das normas legais
(COMPLIANCE, 2021).
No que tange à construção de políticas de RH, estas devem observar não só as
normas legais constituídas, como a Constituição e a legislação trabalhista (em especial a CLT), mas também aquilo que é estabelecido em convenção ou acordo coletivo de trabalho.
A convenção coletiva de trabalho é um contrato coletivo firmado entre
sindicatos representantes das categorias de empregados e empregadores. Já o acordo coletivo de trabalho é um contrato coletivo firmado entre uma empresa e o sindicato dos empregados (CHOHFI; CHOHFI, 2011).
Dessa maneira, se a convenção ou o acordo coletivo estabelece que
determinados benefícios devem ser ofertados pelas empresas aos seus empregados, como remuneração ou salário indireto, uma empresa não poderá construir uma política de benefícios que contrarie o que está previsto em contrato coletivo de trabalho.
O processo de construção das políticas de RH deve considerar a estratégia
organizacional e a cultura da empresa como elementos norteadores. As ações na área de gestão de pessoas devem ser construídas para ajudar as empresas e organizações a alcançarem seus objetivos. Essas ações ajudam a empresa a contribuir para a satisfação dos colaboradores, além de servir como estímulo à motivação. Assim, uma política de recrutamento e seleção, por exemplo, precisa enfatizar os atributos que novos colaboradores precisam atender (competências) para que contribuam com os propósitos organizacionais. Ainda, a política de recrutamento deve especificar as regras para aproveitamento interno em vagas que venham a surgir. Isso irá comunicar aos colaboradores as regras para ocupação de postos por meio de promoção, promovendo, assim, transparência quanto às decisões de ocupação de postos na organização.
Outro exemplo de política de RH é a que especifica as normas de remuneração
e benefícios. Essa política estabelecerá as normas de concessão de benefícios,
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aumentos salariais e promoções. Os benefícios constituem uma parcela remuneratória
ofertada de maneira indireta (por isso denominada salário indireto, pois não é pago em dinheiro).
Benefícios são facilidades, conveniências, vantagens e serviços que são
ofertados ao trabalhador, poupando-lhes tempo e esforço. Por exemplo, um benefício bastante comum são os planos de saúde. Certamente, a maioria dos trabalhadores teriam a preocupação de contratar um plano de saúde individualmente, no entanto, isso sairia mais caro, e as empresas têm maior poder de negociação com as operadoras de planos de saúde e, também, podem ajudar na resolução de eventuais problemas na prestação desses serviços pelas operadoras, graças ao seu maior poder de barganha (CAMACHO, 2016, p. 54).
Os benefícios podem ser classificados quanto aos objetivos em assistenciais,
recreativos e supletivos (de apoio). Os benefícios assistenciais têm em vista prover o funcionário e sua família de certa segurança, em casos imprevistos ou de emergência. São exemplos dessa categoria os seguros de vida; a assistência médico-hospitalar; a remuneração por tempo não trabalhado; e os programas de alimentação, com a oferta de ticket alimentação ou vale-alimentação e auxílio-funeral.
Já os benefícios recreativos têm por objetivo proporcionar diversão, repouso,
higiene mental ou lazer. São exemplos: grêmio de empregados, excursões, colônia de férias, convênio com bibliotecas e operadores de serviços de streaming ou de televisão por assinatura, etc.
Por fim, os benefícios supletivos ou de apoio oferecem conveniências ou
algumas utilidades, tais como transporte, restaurante, estacionamento, posto bancário, venda de produtos da empresa a preço de custo, etc.
Sobre a oferta de benefícios é importante observar aqueles que são
obrigatórios e os que têm natureza espontânea.
Vale ressaltar que há benefícios que são compulsórios ou obrigatórios, como
o vale-transporte, a gratificação natalina (13° salário) e o auxílio- maternidade. Outros, no entanto, são espontâneos, ou seja, cabe à empresa
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decidir se vai oferecê-los ou não. São eles: plano de saúde, plano
odontológico, seguro de vida, vale-alimentação, vale-refeição, previdência privada, entre outros.
Não há obrigatoriedade em oferecê-los, mas vale salientar que, uma vez
ofertados, a eventual descontinuidade ou interrupção da oferta pode provocar profundos estragos no sistema de gestão de pessoas, acarretando perda de confiança por parte dos empregados e prejuízos para o clima organizacional. Isso certamente poderia provocar a debandada de empregados para outras empresas (CAMACHO, 2016, p. 54).
Ainda, outro aspecto importante na construção de políticas de benefícios por
parte das empresas é considerar a possibilidade de construção de pacotes de benefícios flexíveis.
Benefícios flexíveis são um formato de concessão de benefícios em que cada
funcionário pode escolher quais são mais adequados para a sua realidade. Os benefícios podem ser escolhidos dentro de uma cesta previamente configurada.
As principais vantagens da oferta de benefícios flexíveis são as seguintes
(RIBEIRO, 2015):
Propicia a todos os funcionários a escolha de benefícios que se encaixam
melhor às suas necessidades individuais. Amplia a satisfação com os benefícios recebidos. Aumenta a motivação da equipe. Produz impacto positivo na atração e retenção de talentos.
Por outro lado, as desvantagens na construção de benefícios flexíveis são as
seguintes (RIBEIRO, 2015):
Maior necessidade de planejamento e organização da equipe de RH da
empresa. Maior custo de administração do sistema de benefícios.
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Os funcionários podem fazer escolhas inadequadas e comprometer a
segurança desejada. Perda de escala na negociação com os fornecedores de determinado benefício. Escolhas erradas dos funcionários podem comprometer o caráter estratégico de alguns benefícios. Riscos legais.
A construção das políticas de gestão de pessoas traz inúmeros benefícios, como
aumentar a produtividade dos funcionários e manter a cultura organizacional e garantir que todos os funcionários sejam adequados, além de melhorar a retenção de funcionários e a reputação corporativa. Portanto, cuidar da construção adequada de políticas de gestão de pessoas é uma tarefa em que aspectos estratégicos são considerados, pois contribuem com a missão da organização e comunicam aos colaboradores as regras e as normas da organização na gestão de pessoas.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Decreto-Lei n° 5.452, de 1 de maio de 1943. Aprova a consolidação das leis do
trabalho. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 1943. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452compilado.htm. Acesso em: 20 set. 2021.
CAMACHO, M. Gestão estratégica de pessoas. Rio de Janeiro: Seses, 2016.
CHOHFI, T.; CHOHFI, M. C. Relações sindicais e negociações trabalhistas. Rio de
janeiro: GEN, 2011.
COMPLIANCE. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2021.