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COMPREI
JOSIANE VEIGA
A ESPOSA QUE COMPREI
JOSIANE VEIGA
1ª Edição
2019
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou
transmitida por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e
gravação) ou arquivada em qualquer sistema ou banco de dados sem autorização
escrita da autora.
Esta é uma obra de ficção. Os fatos aqui narrados são produto da imaginação.
Qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real deve ser
considerado mera coincidência.
Título:
A ESPOSA QUE COMPREI
Romance
ISBN – 9781079679793
Texto Copyright © 2019 por Josiane Biancon da Veiga
Sinopse:
Mathilde não tinha grandes sonhos. Uma vida difícil sempre a preparou para um futuro pior
ainda. E esse pior chegou quando, num mesmo dia, perdeu seu trabalho e o homem com quem
havia construído uma vida.
Agora, sozinha e desamparada, foi presa fácil para as garras de Manuel, um poderoso e rico
empresário que só queria dela um acordo firmado para receber sua herança.
O que nenhum deles esperava é que aquela mentira tornou-se a verdade absoluta em suas
vidas.
Sumário
JOSIANE VEIGA
Nota da Autora
Capítulo Um
Mathilde
Capítulo Dois
Manuel
Capítulo Três
Mathilde
Capítulo Quatro
Manuel
Capítulo Cinco
Mathilde
Capítulo Seis
Manuel
Capítulo Sete
Mathilde
Capítulo Oito
Manuel
Capítulo Nove
Mathilde
Capítulo Dez
Manuel
Capítulo Onze
Mathilde
Capítulo Doze
Manuel
Capítulo Treze
Mathilde
Capítulo Quatorze
Manuel
Capítulo Quinze
Mathilde
Capítulo Dezesseis
Manuel
Capítulo Dezessete
Mathilde
Capítulo Dezoito
Manuel
Capítulo Dezenove
Mathilde
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Nota da Autora
Seguindo o padrão literário de escrever livros fofos e tranquilos em 2019, e inspirada pela novela
Amor Real (a qual homenageei usando o nome dos protagonistas), trago a vocês uma história de amor
que se constrói num ambiente adverso.
Importante frisar que a inspiração foi apenas com o nome dos personagens, pois a personalidade
e o tempo decorrido da história é distinto.
príncipe encantado.
S essas linhas você busca a história
da princesa encantada, moça pura
e gentil, que encontrou seu
Sinto muito, repito, não sou nada disso. Não porque não quisesse (Oh,
que moça não sonha com um amor dos sonhos?), mas porque a vida jamais
me sorriu.
Meu nome é Mathilde. Não é um nome imponente, mas que combina
com a simplicidade que sempre me cercou. Simplicidade essa que também
esteve presente na minha vida diária de empregada doméstica, de salário
baixo e condições difíceis.
Aos quinze anos eu saí de casa. Fui com o primeiro homem que me
estendeu a mão. Precisava fugir de um pai alcoólatra e abusivo. Era
espancada desde que me lembro, juntamente com a minha mãe, mas
diferentemente dela, jamais me conformei.
Certa vez, chamei a polícia. Tinha treze anos e havia recebido tantas
pancadas na cabeça que acreditava que algo havia ficado frouxo dentro do
meu crânio. Minha mãe me amaldiçoou por ter feito isso, e meu pai disse aos
policiais que eu estava me tornando uma puta, e por isso precisava me
corrigir. Na época eu nem sabia direito o que era puta, apesar de ser insultada
com a palavra diversas vezes.
Que tola eu era na minha vida cheia de paz. Nem imaginei que logo
meu mundo iria virar de cabeça para baixo.
***
Soma-se isso ao ônibus lotado para voltar para casa. Uma mão
— Sinto muito.
Dizer que acreditei nele era uma mentira. Alguma coisa estava
acontecendo, eu não sabia exatamente o que era. Para começar, os turnos à
noite cada vez mais frequentes. Depois, sua falta de interesse em sexo.
Agora, ele parecia se incomodar em dividir as despesas, colocando tudo nas
minhas costas.
Minhas mãos e meu queixo tremem, mas não consigo impedir que as
emoções ameacem me sobrecarregar.
— O quê?
— Eu odeio ter que dizer isso para você, Mathilde. — Meu chefe,
Antônio, dá os ombros. — Não é nada pessoal. Todos nós sabemos que você
dá duro no seu trabalho. Mas, está havendo um corte no pessoal. Algumas
empresas não estão mais precisando dos nossos serviços, e... enfim, é difícil
dizer isso, mas eu precisava escolher quem ficaria e quem sairia. Enfim, você
é jovem e tenho certeza que conseguirá faxinas por aí...
Tento ser adulta e me levanto. Diante de mim, ele também faz a mesma
coisa. Depois, estende a mão na minha direção.
***
Saio da praça e vou até o ponto de ônibus. Não é horário de pico e não
está lotado. Como nos clipes de Ed Sheeran, eu sento-me com a cabeça
Mais tarde, enfim, chego em casa. É meio-dia, Afonso ainda deve estar
na fábrica (afinal de contas, nem ele, nem eu, íamos no horário de almoço
para casa) então me preparo para a casa quieta. Coloco minha bolsa em nossa
mesa de entrada, depois minha caneca de café no balcão.
acontecendo...
Está acontecendo.
adianta. A loira que ele estava fodendo na nossa cama está agachada em seu
lado da cama, braços escorregando em uma camisa que não é dela.
É a camisa de Afonso.
Tudo, todas as minhas dúvidas nos últimos meses vem juntas. Toda
preocupação que eu tenho, todo medo que está incomodando em minha
mente há meses...
Aquela réstia de dignidade que nem sei porque existe me toma. A casa
não é minha e eu jamais me sujeitaria a viver com um homem que me trai.
A loira ainda está se vestindo, e se ela está incomodada por ele não
estar prestando atenção nela, ela não está mostrando isso. Ótimo. Ele não está
nem me traindo com alguém que importa, ele está apenas transando com
pessoas que não dá a mínima.
— Mas...
— Não.
Eu olho para ele, mostro-lhe cada gota de dor que estou sentindo, e
vejo apenas uma quantidade mínima de dor refletindo em seus olhos. Deus,
isso dói também. Ele não se importa com o que fez.
Sem lhe dar tempo para responder, corro para o banheiro e tranco a
porta atrás de mim.
Manuel
Se foi...
Mesmo no auge dos seus quase cem anos, você não pensa na brevidade
da vida até que alguém forte e aguerrida como Regina dá seu suspiro final.
Minha tia-avó foi a única mulher na minha vida desde que me lembro.
Tenho pais; mas sou órfão de pais vivos. Ora, eles estão sempre tão bêbados
ou idiotas, dependendo do dia. Todas as minhas boas memórias estão
embrulhadas em Regina e em sua mansão em um penhasco da Serra Gaúcha
onde eu ia escapar da minha família de gente cruel.
Puta que pariu. Puta que te pariu, Regina. Eu encaro o caixão, num
misto de dor e raiva.
Seis meses.
Ele divulgou mais detalhes, como o casamento tem que durar três anos
antes que eu possa reivindicar a propriedade, mas até então, ela é mantida em
uma relação de confiança em meu nome. Eu posso entrar se quiser, mas
posso perdê-la para meu pai caso nada dê certo.
Meu pai não pode conseguir a herança! Não posso deixar! Ele não vale
nada, colocaria tudo que Regina construiu no lixo. Aposto até que ele,
antevendo que Regina me pedisse algo impossível, já devia estar planejando
vender a propriedade e torrar todo o dinheiro com bebidas.
Não me abato.
Esse advogado é tão louco quanto Regina. Ele está agindo como se ler
um testamento daqueles em pleno funeral fosse perfeitamente normal.
Me afasto do corpo de Regina e caminho em direção à porta. Lá, sinto o
aperto no braço de meu amigo de infância.
— Por três anos? — repito. — Não quero uma mulher que vai me
custar o peso em ouro. Preciso de alguém normal, que encare a situação como
um trabalho formal, que não tenha vida própria e que não se importe de
bancar a esposa por tanto tempo.
***
Depois que me despedi de Raul, passei a zanzar de carro pela cidade,
indo até a praça central de Esperança, onde um bonito e natural lago
centralizava peixes e cágados. Era bom olhar os animais de vez em quando.
Eu me programei para beijá-la ali, num dos dias em que a turma fosse
para lá flertar. Contudo, ela abandonou os estudos e, soube depois, foi morar
com um cara que trabalhava na fábrica de fumo.
O que devia ser dela, hoje? Nem do nome me lembrava mais. Mas,
imaginei que estaria cheia de filhos e fazendo faxina para sobreviver.
Mulheres como ela nunca tinham uma vida diferente...
O arranhou?
Mathilde
Oh droga!
Puxo uma respiração profunda que não faz nada para acalmar a
adrenalina correndo por mim, enquanto tento me aproximar do carro para ver
os danos. Atrás e ao meu redor, as pessoas estão encarando.
Ele aperta os olhos para mim e suas mãos param de se mover em suas
têmporas.
— Estou bem.
Manuel me puxa para o peito e minhas mãos não têm para onde ir a
não ser agarrar-se a seus braços.
E que braços bonitos eles são...
Com que dinheiro, Mathilde? Você só pode estar louca! Admita que é
uma pobretona sem teto, no momento.
Eu sabia o que eu era. Minha pele sem cuidados, meus cabelos lavados
com shampoos baratos, unhas curtas e rachadas, mãos calejadas...
Obviamente ele tentava buscar alguma jovem na mente que se parecesse
minimamente comigo.
Por um breve momento, vejo um sorriso e ele aponta para minha mala.
— Você está bem? Parece que você tem toda a sua vida na mala.
— Você é Mathilde?
— Sim.
— Me siga.
Ele dá passos e se apressa para entrar em seu carro. Quando seu motor
finalmente liga, ele olha para mim através da janela traseira.
— Na verdade — ele diz com aquela voz profunda que eu não ouvi
muito, mas que faz coisas ruins para o meu estômago de uma maneira que eu
gosto muito. — Eu tenho uma proposta para você. Quer se juntar a mim para
para comer algo?
— Tipo, você quer fazer uma proposta para eu arrumar seu carro? Eu
não tenho dinheiro comigo, mas posso arrumar nos próximos meses.
O que seria?
— O quê?
Manuel
E reconhecê-la. Estava
diferente da moça linda e
jovial com quem havia
tão
estudado. Claro, os anos passaram, para nós dois, mas Mathilde envelheceu
de um jeito terrível.
Que idade tinha agora? Era um pouco mais nova que eu, talvez um ou
dois anos. Então, estava quase na faixa dos trinta.
Seu corpo era magro, quase excessivamente. Sua pele não tinha viço,
seus cabelos pareciam quebrados. Mas, realmente, o que mais me chamava a
atenção era seu olhar.
Que olhos cansados, fartos da vida que levava.
Não vou culpar a bebida com Raul ou o fato de ter acabado de velar a
única família que conhecia. A verdade é que meu amor da adolescência
ressurgiu na minha vida exatamente no momento que eu precisava
exatamente disso.
Sento diante dela na mesa. A observo sobre a luz clara que entra pela
vidraça do restaurante.
— Não. Eu não costumo sair. O dinheiro que ganho mal dá pra pagar
as contas.
Assim que o garçom sai, descanso meus antebraços na mesa. Antes que
eu possa fazê-la entender por que a tenho aqui, preciso saber algumas coisas.
— Eu sei que isso pode parecer rude, mas quantos anos você tem,
Mathilde? E você é solteira?
Olho suas mãos. Sem aliança. Não tenho certeza, pobres costumam se
unir sem oficializar. Mas, algo me diz que ela é solteira. Caso contrário, ela
me diria que tem um namorado babaca em casa esperando chutar a minha
bunda se eu a tocar.
Claramente, porém, ela não será uma mulher que cai aos meus pés e
revela seus segredos.
— Conte-me sobre o seu dia. Você disse que foi ruim. O que
aconteceu?
Agradeço.
— Eu?
— Antes de falar sobre isso, conte-me sobre esse dia muito ruim que
você teve e porque estava chorando — não ignorei os olhos inchados. Ela
tinha que saber que eu sabia das suas dores. — Confie em mim. Mas estou
prestes a oferecer algo que vai fazer você pensar que sou completamente
insano, além de ter falado sobre meu pai. Isso não é de conhecimento comum
e estou confiando em você para manter isso em sigilo.
— Bem...
Lindos olhos castanhos se arregalam tão rapidamente que acho que eles
podem sair de sua cabeça.
Ela pareceu pensar. Enquanto isso, a comida chega, mas Mathilde não
faz menção de ir até o prato.
Eu gosto dela. Gosto da maneira como parece não ter meias palavras.
Tudo o que ela está dizendo significa que eu me deparo com a mulher
perfeita para mim.
Quando ela termina de falar, todo o seu corpo está tremendo, e antes
que eu possa pensar, estou fora da minha cadeira e deslizo para seu lado,
puxando-a para os meus braços. Eu também não sou um idiota. Os poucos
clientes que podem nos ver puxam seus celulares e começam a clicar.
Em poucas horas, fotos nossas estarão nos instagrans de fofocas do país.
Isso é perfeito.
— Case-se comigo.
Capítulo Cinco
Mathilde
— Você concorda?
Eu fecho minha boca. Que legal! Agora ele vai saber realmente que eu
me lembrava dos nossos anos de escola. E o que ele vai pensar sobre isso?
— Oh, querida, eu sei que não é. — Sua mão pousa na minha coxa, me
fazendo pular com o contato repentino dele. Através do meu jeans, a mão
dele me aquece e eu solto uma respiração curta. Isso nunca vai funcionar. —
Pode ter certeza que não tem graça nenhuma. Eu estou prestes a perder a
minha herança e isso não é exatamente um sonho para mim.
Ele me enfrenta por um momento, mas não consigo ver nada por trás
de seus olhos. Aliás, lindos olhos. Tão azuis claros que me fazem sentir meus
joelhos moles.
Eu abro minha boca para responder com a única opção que tenho:
— Certo.
***
Aquela era uma das mansões mais lindas que eu já vi, mesmo tendo
visto várias em revistas ou na televisão.
Não é a primeira vez que ele diz meu nome, mas com sua voz áspera,
dura e grossa, soa bonito saindo de seus lábios.
— Sinceramente, fico feliz por não vir aqui sozinho. Então, obrigado
por ter dado uma chance ao meu plano louco.
Sorri.
Manuel olha pela janela e eu dou a ele o tempo que ele precisa para
resolver o que ele está pensando, esperando até que ele abra a porta do carro.
Saindo do meu lado, eu o encontro quando ele contorna o capô e pega minha
mão, me guiando em direção à porta.
Certo.
Quartos separados. Isso era bom. Ele manteria o combinado. Ele não
vai me levar para a cama. E, do que eu já vivi sexualmente, estava grata por
isso.
***
A casa é ainda mais bonita por dentro do que impressionante por fora.
A decoração é refinada. A riqueza de detalhes e suas mobília me lembra
imagens de cinema.
Estamos na serra e nessa época do ano faz frio. Mesmo assim, cada
quarto é surpreendentemente quente. A casa é convidativa. E lembra os
Fontes. Eles sempre parecem tão perfeitos e bem comportados, um pouco
frios e distantes. Vendo uma casa cheia de gerações de memórias familiares,
incluindo uma fotografia original datada da época da construção da
propriedade, me surpreende e me acalma ao mesmo tempo que percebo certa
humanidade.
Assim que entrei no ambiente, quis que aquele fosse o meu, pelo
menos temporariamente.
E claro que ele não é. Por um lado, ele cresceu com essa visão e ele
provavelmente não a percebe mais, por outro, eu só posso imaginar o quão
difícil é para ele estar aqui, cercado por memórias de sua avó, ao tentar
cumprir seu desejo.
Capítulo Seis
Manuel
Merda.
Eu tomo uma bebida e olho para as montanhas que me cerca. O sol está
se pondo, e sou bombardeado por mil memórias de Regina e de mim no
pátio, compartilhando um pouco de cerveja.
Por causa dela, viajei o mundo, estudei no exterior por meses a fio. Eu
fiquei nos melhores hotéis, jantei nos melhores e mais fabulosos restaurantes,
conheci senadores e presidentes, príncipes e reis.
Por causa dela... Eu nunca amei nenhum lugar tanto quanto este lugar.
É mais que uma casa onde eu cresci, e eu posso perder isso.
— Parece bom.
Ela me segue para fora, mas eu não me incomodo de esperar por ela.
Eu sei exatamente o que quero. Eu me dirijo para a mobília ao ar livre,
arrasto duas espreguiçadeiras para o gramado, e arranco um par de cobertores
de um banco próximo.
Depois que eu termino minha cerveja, entro na casa e volto com uma
garrafa de uísque e duas taças para o caso de ela querer se juntar a mim. Eu
estou no meu segundo copo quando Mathilde ri.
***
— Eu nem sei o que dizer. Meu pai me batia muito. Ele bebia e
avançava contra mim. Eu cansei de apanhar, e Afonso pareceu ser a solução.
Apesar de ele nunca ter me sustentado, ao menos ele não me batia...
— Não tem como isso funcionar, você sabe. Ninguém vai acreditar que
dois estranhos podem realmente estar apaixonados.
— Não há cláusula que diga que nosso amor precisa ser provado. Isso
não poderia ser feito de qualquer maneira. Vamos trabalhar nos detalhes em
interpretar um bom papel, mas você deve estar preparada para o que virá.
Minha família vai pirar quando perceber que eu já tenho uma candidata.
Aliás, já devem saber. Estou apostando que fotos de nós na rua e no
restaurante já estão on-line.
— Mesmo?
— Você usa facebook?
— Sim.
— Terá que apagar hoje mesmo. Vão investigá-la. Seu celular é bom?
— É um modelo simples...
Ela vira o rosto, e é óbvio que o rubor que atinge suas bochechas não
tem nada a ver com vergonha.
— Sim, será.
Aquele homem abusou da boa vontade de Mathilde. Era claro, será que
ela nunca percebera?
E Manuel Fontes.
Mas tenho que manter meu coração fora disso. Até porque o leque de
oportunidades que estão se abrindo para mim estão longe de qualquer
sentimentalismo. Eu sairia com dinheiro e educação dessa situação. Eu teria
um futuro. Era muita sorte.
...E eu o estava desculpando assim como minha mãe fazia ao meu pai
após cada surra.
Afonso me traiu porque quis, assim como meu pai batia porque queria.
Tudo que importa no momento é meu enlace com Manuel. E, para que
tudo de certo, preciso estar protegida de qualquer sentimentalismo barato que
possa nutrir. Especialmente porque amor não existe. Isso é apenas coisa de
menina sonhadora que não sabe como o dia a dia ao lado de alguém pode ser
desgastante.
Ele está no fogão, a gordura dos ovos estalando enquanto ele revira a
omelete e depois mistura queijo ao refogado.
Se isso não é um lembrete de por que estou aqui, não sei o que seria.
— Certo. Obrigada.
Ele coloca a omelete num prato junto com torradas quentes. Depois
comemos em silêncio. O silêncio parecia ser um vínculo nosso.
— Isto é para você — ele diz, depois de comer e deixar o prato na pia.
— Espero que você não pense que eu sou um idiota, mas é um contrato
que eu escrevi esta manhã. Não é tecnicamente vinculativo, mais uma lista de
diretrizes para concordarmos. Se você tiver alguma dúvida, pergunte.
Espero até que a batida de seus passos nas escadas acalme antes de
despejar o resto do meu café da manhã no lixo.
Eu também não me incomodo de dizer a ele que estou pronta para ir.
Uma olhada rápida em minha roupa sugere que não estou vestida
adequadamente para um passeio público com ele, mas em vez de trocar de
roupa, lavo a louça e limpo a cozinha.
Se Manuel Fontes acha que se casar com uma mulher normal é a sua
melhor opção, então eu não vou me arrumar para ir no supermercado. Ele
pode me levar como eu estou ou encontrar alguém melhor para usar.
Capítulo Oito
Manuel
Tê-la no café da manhã fez-me pensar em tudo que eu não vivi. Jamais
tive uma mulher para lanchar comigo numa manhã. Jamais tive uma mulher
para ir ao supermercado... jamais... companheirismo.
Então eu não tenho mais que apenas me casar e seguir os passos que
Regina delineou. No mínimo, eu preciso fazer as pessoas acreditarem que eu
realmente me apaixonei. O que significa que não posso viver exatamente em
uma residência separada da minha esposa.
Na verdade, não quero que ela pense que eu vou casar com ela e pagá-
la por sexo, e em algum momento, eu sei que isso será pensado. Mas depois
de vê-la nessa manhã, a cintura e os quadris aparentes expostos a partir do
moletom, penso se vou ser capaz de manter minhas mãos longe dela.
Nós vamos ter que nos tocar. Nós vamos ter que nos beijar. Nós vamos
ter que vender uma imagem que estamos completamente e loucamente
apaixonados.
Seria o paraíso. Seria melhor do que qualquer noite que eu tive antes,
porque Mathilde não é uma mulher que pode fingir ou esconder sua atração.
Cada momento de transar com ela seria intenso.
***
— E?
— Bem, diz que você tem seis meses para se casar e então o casamento
tem que permanecer válido por três anos antes que você possa realmente se
apropriar da casa.
A frase me atingiu, mas tentei não pensar nela. Talvez tivesse alguma
importância se eu tivesse conseguido beijá-la quando planejei, ou se
tivéssemos namorado. Mas, nada disso aconteceu.
Seus dedos cravaram em suas coxas, e eu olhei para ela, tirando meus
olhos da estrada por um momento.
— Então, você concorda com a minha ideia? Casar e fazer esse teatro?
Sua voz é triste, mais quieta e mais corajosa do que o normal, e eu não
gosto disso.
Ela engasga, como se ela também sentisse, e sua mão fica tensa.
Eu não a deixo ir, e a aperto mais forte.
É isso?
Eu abro minha boca para dizer alguma coisa, mas nada sai. Não há
mais nada a dizer, realmente.
— Três anos, certo? Isso me dará tempo para colocar tudo no lugar.
Ela não disse nada. Ela mencionou metas, mas nada específico.
Ela ri mais forte, fria e tão sem emoção quanto sua voz se transforma
novamente.
— Mas, isso é tão difícil, não é? Quero dizer, eu nem tenho habilitação
de carro. Não tenho estudo. Teria que terminar o ensino médio, e só depois ir
para uma faculdade... e já sou velha para isso.
Meu coração doeu por todos os seus sonhos que tiveram que
desaparecer. Céus, seu pai e seu ex eram tão babacas... E, infelizmente, ela
não teve uma Regina para ajudá-la a vencer as pressões.
— Obrigada, Manuel.
Piedoso Deus...
Seu corpo é fantástico, vestido com o mais sexy terno preto que eu já
vi.
Seus olhos estavam colados onde minha bunda estava, eu sabia, mas
ele não disse nada. Com a mandíbula cerrada, ele está pálido, mas não
demonstra mais nada além disso.
Eu acho que ele gosta do vestido.
— Hora de ir.
OK. Talvez ele não gostasse do vestido, ou não me caiu bem. Talvez
ficasse melhor no tipo de mulher com quem ele costuma sair.
Eu tento encontrar algo para dizer, mas ele deixa claro, mantendo seu
olhar em seu telefone, que não quer nada comigo agora. O que é uma pena.
Decepcionante.
Uma carranca puxa meus lábios, mas eu ignoro isso. Talvez ele esteja
tão estressado e preocupado quanto eu. Apesar de todas as conversas que
tivemos na semana passada, ainda não nos conhecemos bem, mas eu o vi
passar de amigo gentil para um babaca com um estalar de dedos.
***
— Eu quero que você fique perto de mim essa noite — ele diz, sem se
incomodar em olhar para mim. — Se isso vai funcionar, vamos ter que fingir
que estamos apaixonados. Pode significar que eu te toque mais do que o
normal ou te beije, então se você não acha que pode lidar com isso, você
precisa me avisar agora. Caso contrário, como eu disse, fique perto de mim.
Em todos os momentos. Meu pai aproveitará qualquer oportunidade que ele
tiver para te despedaçar, e eu não quero dar a ele uma chance. Sem mencionar
que algumas das mulheres podem ser indelicadas. Eu tive muitas amantes —
contou, sem medo, à porta da mansão onde seus pais moravam.
Puta que pariu, porque ele não me disse nada disso antes? Eu poderia
ter digerido melhor tudo que ocorreria. E também havia a maneira como ele
falava, parecia estar com raiva de mim. Fiquei enojada.
Ele percebeu minha fúria e tentou se explicar:
— Você está agindo como um idiota completo e não o cara legal que
você tem sido toda a semana. Se eu fiz algo para te aborrecer, podemos
discutir isso, mas não me trate mal e espere que eu me apresente
silenciosamente. Se não me engano, nosso contrato também afirma que
seremos respeitosos e cordiais um com o outro.
— Manuel...
— Não tem nada a dizer? Não vai divagar sobre o que estou propenso a
fazer?
O que ele está propenso a fazer?
O que existe nesse homem que me faz ter pensamentos infantis? Coisas
como princesa que se apaixona? Amor não existe. Então... por que eu...?
Por que eu quero que ele me beije?
Sim. Por favor, por favor, beije e me livre desse turbilhão de emoções
que você começou em mim.
Eu duvido muito que este seja o tipo de beijo que ele me daria em
público. Minhas mãos saltam para seus ombros quando eu me abro para ele e
sua língua mergulha dentro.
Isso é um erro.
O que quer que tenha acontecido entre nós, quaisquer faíscas acesas,
estou mantendo-as.
Por ela...
A manter meu semblante sobre
controle. Contudo,
obviamente, estou abalado.
Isso tem que parar, no entanto. Estou pagando para ela ser minha
esposa no nome, não para ser minha prostituta. Todavia, no momento, está
muito difícil pensar em outra coisa além de tirá-la daqui e afundar meu pau
dolorido dentro dela.
Olho para os lados, a procura dos meus amigos. Tenho dois. Raul e
Carina. Ele, data da época de escola, ela da faculdade. E ambos seriam
difíceis de convencer em relação ao meu casamento, afinal, conheciam-me
bem demais.
Bom, nunca fiz algo tão revoltante na minha vida. Igualmente, também
nunca precisei procurar por uma mulher dessa maneira, e o pensamento me
deixa doente, mas se essa é a única maneira que eu posso foder uma mulher e
ajudar a manter minhas mãos longe de Mathilde de um jeito que eu estou
suspeitando que ela não desprezaria inteiramente, então preciso considerar a
ideia.
— Você vai?
Meu olhar bate em seu peito arfante. A ideia talvez a apavore mais.
O balançar dos seus seios me tira o ar. Como pode ser tão maravilhosa?
Céus... Não consigo pensar em nada de errado com ela. Cada momento
ela vira aquele sorriso para mim, eu quero fazer tudo o que for possível para
mantê-lo em seu lindo rosto.
***
— Meu pai vai te odiar e te tratar como lixo, minha mãe vai ficar
quieta e agir como se o comportamento dele não fosse absurdo ou insultuoso,
e então ela vai te dar um beijo na bochecha antes de ir embora. — eu
expliquei, enquanto nos aproximamos do casal mais velho, conversando com
membros da alta classe de Esperança. — Calma?
Meu pai faz uma careta para a mão dela como se estivesse abaixo dele,
e, não pela primeira vez na minha vida, eu sou grato pelo meu pai e eu não
sermos parecidos.
Podemos ter a mesma altura, mas com seus cabelos escuros e olhos
ainda mais nebulosos, ele não só é intimidador, como também parece ser
cruel. Eu há muito desisti de considerar a possibilidade de ter um pequeno
indício de bondade nele. Minha mãe, por outro lado, era apenas uma alma
sugada sem energia de lutar contra nada. As vezes vejo suas fotos da
juventude. Ela era esbelta e elegante, loira e de olhos azuis, e eu agradeço por
todos os meus atributos virem da minha mãe.
Seu tom é claro. Mas não permitirei que ninguém, especialmente esse
desgraçado, insinue que Mathilde é uma prostituta.
A mão de Mathilde aperta meu braço. Antes que eu possa responder,
ela rapidamente intervêm:
Eu puxo Mathilde de volta para o meu lado, sorrindo para ela, e isso
não é falso.
A voz masculina diferente irrompeu entre nós. Suponho que seja Raul,
mas Manuel não se move. Seus olhos ficam nos meus, o polegar no meu
queixo. Eu não posso fazer nada além de me lembrar de respirar. Assentindo
uma vez, ele solta a mão do meu queixo e olha para seus amigos.
— É mesmo?
“Ei, olhe para mim”, é como se ela dissesse. Mas, o olhar de Raul
permaneceu no meu. Não era romântico nem sedutor. Ele apenas queria
lembrar, eu sabia.
Eu tento ser eu mesma, a única coisa que posso ser, enquanto observo
os dois flertarem um com o outro. O assunto muda um pouco, para a época da
faculdade. Não demora muito para que Carina tenha todos nós rindo com as
memórias dos três em Rio Grande. Pelo que entendi ela era a princesinha no
meio de dois ogros.
Mas, não era. E o beijo trocado antes me deixa mais ciente disso.
Nunca fui tocada assim por um homem.
Na nossa primeira noite, ele não me preparou. Não que fosse bruto,
mas foi doloroso me tornar mulher de um jeito tão mecânico. Depois, no
resto da nossa vida à dois foi apenas para a satisfação dele. Viver algo assim,
com Manuel, toques carinhosos e beijos de tirar o fôlego, era novidade para
mim...
Eu via isso em novelas, mas nunca pensei que fosse real. Que as mãos
formigassem, que o corpo entrasse em um estado de euforia profunda, que
houvesse uma necessidade que eu não sabia exatamente como explicar, mas
que me fazia tão bem...
Minha mente está girando com o riso de seus amigos, mas meu corpo
está focado em seu cheiro delicioso quando ele se inclina para mim. Quando
sinto seus lábios roçarem meu ouvido para sussurrar algo, pulo em minha
cadeira e fico tensa.
— Não. Eu já volto.
— Não demore. — Ele se inclina, seus lábios tão perto dos meus, e
minha parte, quase implorando-lhe para que esfregasse a boca sobre a minha.
Meu Deus, o que aconteceu comigo? — Eu vou sentir sua falta. — Enquanto
ele fala, ele arrasta as costas de seus dedos pelo meu braço.
Ele sorri, e é inegável para nós dois o efeito que ele está tendo em mim.
Ele... me usou.
— Eu? — Ele se inclina e deixa cair as mãos dos meus braços. Logo
segura minhas mãos. — O que você está fazendo aqui? E com Manuel
Fontes?
Ele não continuou. Mas, eu sabia o que era. Ele achou que me tornei
prostituta. Não estava errado, de certa forma.
Ele não merece minhas respostas, e eu pisco a imagem que tenho dele,
uma loira debruçada sobre a nossa cama - meu lado da cama, seus braços
agarrados ao meu travesseiro - enquanto ele a penetra por trás.
Claro, eu não havia dado a metade que me cabia naquela semana. Ele
teve que se virar.
— Eu não tenho nada a dizer para você — eu digo, minha voz sem
fôlego.
— Você tem que me deixar explicar, Mathilde. Por favor. Eu odeio que
você tenha visto o que viu.
Suas palavras queimam através de mim, fogo dispara dos meus olhos
de uma maneira que eu gostaria que o queimasse.
— Ah, tenho certeza que vê-lo me traindo não é algo que eu também
tenha gostado de ver.
Eu não lhe dou nada além de frieza. Ele perdeu o direito de ter
qualquer outra coisa de mim.
Ele tenta se aproximar.
Mas, agora, eu sinto... eu sou outra pessoa. E essa pessoa nunca poderá
estar com Afonso novamente. Não porque ele é mentiroso e trapaceiro, mas
porque essa pessoa quer mais da vida do que ser uma serva de um homem.
Eu abro minha boca para falar quando outra voz corta o ar.
— Eu vou ter que pedir para você tirar as mãos da minha garota.
Manuel.
Seu olhar corta para mim e, sob sua raiva, outras emoções estão
girando em seus olhos, mas a mais óbvia é a dúvida.
— Ela trabalhou duro para você durante anos, e um dia chega em casa
depois de ser demitida e o encontra enrabando outra pessoa na cama dela.
Tenho certeza que é toda a explicação que ela precisa. — A memória me
atinge novamente, fazendo meu estômago revirar. — Agora ela encontrou
outra pessoa. Você perdeu.
Oh, Afonso... eu sei que eu irei sofrer. Não sou tola, como você
imagina.
Já sei que vou acabar sozinha depois de tudo, mas pelo menos eu
finalmente vou conseguir realizar alguns dos meus sonhos e ter algum
dinheiro.
E isso será o suficiente.
Capítulo Doze
Manuel
ão me despeço de ninguém.
Eu nem sei como dei a ela o poder de me deixar assim, mas odeio isso.
Ela tem alguma ideia do que faz comigo? Quão insano eu me senti
quando a vi com aquele outro?
Mas vê-la com aquele cara fez-me cegar. Agora estou chateado.
— Eu não tinha ideia de que ele estaria aqui — diz Mathilde. Ela está
sem fôlego, ofegante e novamente eu sou um idiota. Não há motivo para
levá-la para fora daquele jeito.
— Eu sei. — Meu queixo dói por ranger os dentes. — Aposto que você
não sabia que ele estava fazendo bicos de garçom por aí. – A ironia me toma.
Nossa, eu sabia. Ela havia me dito antes como foi usada por um cara
que devia mantê-la. E isso estava errado. Um homem de verdade jamais devia
usar o dinheiro de uma mulher. Não daquela forma. Não é machismo, é
simplesmente a constatação que um casal deve se ajudar mutuamente, não
um explorar o outro.
— Machucou?
Uma linha aparece entre os olhos e ela inclina a cabeça para o lado.
— O quê?
— Ele foi o único homem que já tive. É claro que ver tudo isso doeu.
Claro.
Foda-se!
É só um acordo de negócios.
— Você acha que eu vou voltar para ele? Porque ele me prendeu do
lado de fora do banheiro e se desculpou?
Merda...
***
— Mathilde.
— Apenas me deixe...
— O quê? Explicar? Deixe que eu explico algo para você. Sim, eu já
fui usada e abusada de várias maneiras pelos homens que conviveram
comigo. Meu pai e Afonso. Ambos me machucaram. Mas, não estou abrindo
espaço para você fazer o mesmo. Eu não sou uma vadia, não sou uma
prostituta. Eu estava desesperada sim quando aceitei esse acordo, mas não
estou autorizando você a me ferir de forma alguma. Se isso não está bom para
você, encerramos aqui.
Solto a gravata no meu pescoço. Dou a ela o silêncio que ela quer,
sabendo ser incapaz de consertar a forma como a tratei.
— Você está certa — digo, por fim. — Mas, apenas... você o amava?
Sim, ela está ficando bêbada. Se ela não estivesse, de jeito nenhum ela
estaria divagando comigo.
— Eles estão mortos para mim, Manuel. — Ela toma outro gole de
tequila.
— Mathilde...
— Você não é idiota, Mathilde. — Eu estou ao lado dela, mas ela não
olha para mim. — Lutar para construir um relacionamento não a faz idiota e
sim corajosa. Alguém disposto a arriscar o próprio coração para ter uma
família.
— Quando digo que sou idiota, não estou falando sobre Afonso. Eu
não pensava nele. Na verdade, estava pensando em você. — admite.
Minha mão vai até seu queixo e eu inclino sua face para que seu rosto
fique mais claro para mim. Sim, ela está tão bêbada, com lábios entreabertos,
que seria uma covardia me aproveitar disso.
Minha mão desliza para o lado de sua garganta. Seu pulso é selvagem,
flutuando contra a palma da minha mão.
Seus olhos piscam e ela fica tão azul quanto seu vestido.
certeza.
S parede, vislumbrado por um
relance de luz que entra pela
cortina entreaberta, me dá essa
Então, nada.
E depois de uma pesquisa rápida, eu percebo que Manuel não está aqui.
Na última semana desde que me mudei para o condomínio de Manuel, não é
incomum que ele saia antes de eu acordar. Mas o café é geralmente quente e
fresco e há sempre uma nota ou um texto dele me avisando quando ele vai
estar em casa.
Quente...
Que embaraçoso.
Nada disso faz sentido. Ele está gentil em um minuto, gelado no outro.
Ele pula de brincalhão para tenso rápido o suficiente para me dar uma
chicotada.
***
Ela parte. Eu acho que gosto disso. Carina parece ser o tipo de pessoa
que deixa tudo sair e não tem nada a esconder. Meu tipo de pessoa.
Ela ri baixinho.
— O quê?
— Mas você quer ter certeza de que sou boa o suficiente para ele? Eu
entendo. Eu realmente entendo. Ele tem bons amigos que o protegem. — O
garçom chega com a porção de batatas.
Ela pisca rapidamente, como se a ideia nunca lhe ocorresse, e então ela
joga a cabeça para trás e ri. É uma risada suave, doce e mágica. Eu olho para
ela.
Respiro fundo.
— Ok. Mas você não pode dizer a Raul. Pelo menos deixe Manuel
fazer isso, e você não pode dizer nada a ele até que eu diga a ele que te
contei. Combinado?
Ela concordou. Assim, conto tudo a ela. Desde a manhã, há pouco mais
de uma semana, que agora parece há tanto tempo. Ela faz perguntas, mas
principalmente me dá tempo para conversar, parando apenas quando outra
caneca de chopp é trazida.
Foi ficando mais fácil respirar depois de contar tudo a ela. Eu não havia
percebido que mentir se tornou um fardo pesado. É bom ter alguém para
conversar. Alguém que conhece Manuel tão bem, alguém que possa
responder minhas perguntas.
— Pois é.
— Então vá encontrá-lo.
— Por favor. — Ela revira os olhos. — Você sabe exatamente onde ele
está e aposto que, se você pensar o suficiente, sabe o que ele está fazendo.
Minha sugestão: se você quiser conhecer Manuel, encontre-o e descubra
quem ele realmente é.
Enquanto ela se afastava da mesa, percebi que ela era minha amiga. A
primeira da minha vida. Muitas novas emoções estava vivendo por causa de
Manuel.
Capítulo Quatorze
Manuel
Mas quando cheguei em casa e ela não estava, sem uma nota ou uma
palavra, fiquei cada vez mais preocupado.
Em pânico.
Apavorado.
Ela me deixou?
Na minha casa.
Ela voltou.
Por que uma forte e rápida respiração me escapa com o quanto estou
aliviado?
Mathilde olha para minha mão e puxa. Eu a deixo ir, mesmo não
desejando isso.
É então que vejo a mágoa em seus olhos, algo que está tentando
esconder.
— Não?
— Lidar? Você não tem nada para se envergonhar. Todo mundo enche
a cara, às vezes.
Ela fica tensa novamente e recua, esfregando o braço onde minha mão
estava. Não evito um sorriso. Ela não parece perceber que ela está
acariciando suavemente onde eu estava apenas tocando.
— Que verdade?
— Sobre o contrato e tudo mais. Eu não pretendia, mas ela sabia; ela
disse que ela e Raul já sabiam. Eu disse a ela para falar com você, mas bem,
Carina é meio que...
Respirei fundo.
Deus!
Preciso transar. Com ela. Bater meu pau todas as manhãs não está
fazendo nada para apagar a luxúria que me atinge toda vez que estamos tão
perto.
— Não há má notícia.
— Manuel...
A voz de Mathilde é suave e abro os olhos. Ela está mais perto agora.
Muito perto. Há muito em mim que precisa ser liberado, ou empurrado para
baixo do tapete. Eu recuo, colocando espaço que não quero entre nós.
— Você estava na Mansão, não? O que você estava fazendo lá, afinal?
Irônico.
— Nós vamos nos casar, Mathilde. Você não acha que é da sua conta
saber o que seu futuro marido está fazendo e onde ele está?
CARALHO!
Quero tirar a roupa dela, jogá-la no balcão e fodê-la até que esteja
gritando, e ela está casualmente mastigando legumes frescos.
Céus, eis a verdade: quero que ela se interesse porque quero que ela se
importe. Quero que me queira.
Ela congela, um olhar suave passa por suas feições, e seu olhar se
move para a minha sala antes de lentamente voltar para mim.
— Você... é um pintor?
— Talvez.
— Mathilde...
— Pode ser fácil ajudar as pessoas se você tiver dinheiro, Manuel, mas
você também precisa ter um coração para fazer isso.
Talvez se eu segurar a mão dela para sempre, ela aceitará ficar comigo
assim. Um gemido se acumula na minha garganta, a tensão entre nós
crepitando, se espalhando, girando ao nosso redor, nos unindo, e eu não
posso evitar.
Ela é tudo em que eu tenho pensado. E, mesmo quando não pensei nela, ainda
assim estava centrado nela. É tão óbvio, agora...
— Posso ver?
— Ver o quê?
— Essa noite? Mas, amanhã temos um almoço com sua mãe, e temos
que acertar o noivado.
Ela se afasta, sem fôlego, suas mãos saindo do meu corpo como se
fosse a última coisa que ela queira fazer.
***
— Tudo é tão lindo. Eu não posso acreditar que você fez tudo isso.
Como você começou?
— Ela era uma alma indomável, mas não solitária. Ela é o tipo de
pessoa que conseguia viver com sua própria companhia, e isso não é ruim. Eu
a invejava. Eu precisava dos meus pais, mesmo quando eles demonstravam
que não me queriam por perto.
De repente, ela se vira para mim, sua mão segurando minha bochecha e
eu congelo.
— Mathilde?
Agarro sua cintura e a trago para mim. Meu corpo contra ela demonstra
que esse beijo é muito mais do que o que nós compartilhamos na outra noite.
É um beijo de amor.
Minha mão cai da sua cintura para o cós da sua calça, e a frieza do
tecido, o calor de sua carne, são uma contradição que me leva à loucura.
Estou ofegante. Minha mão sobe passa sobre seu sutiã, meu polegar
dançando sobre o seu mamilo endurecido.
Eu preciso de mais. Preciso que ela me faça vir, me liberte num espiral
de prazer que cresce rapidamente.
Sinto sua mão deslizar para minha frente e ela segura minha dura
ereção. A protuberância é óbvia, pressionando firmemente contra sua coxa.
Ela corre sua mão, pressionando e se movendo para o zíper da calça jeans, a
fim de libertá-lo da mesma forma que eu quero fazer com seu sutiã.
Merda.
— Não. — Ela não se vira para olhar para mim. — Por favor, eu
preciso ficar sozinha.
Eu estraguei tudo.
***
Não.
Hesito diante da sua porta. Eu lhe devo desculpas, e devia lhe pedir.
Inferno! Eu quero essa mulher.
Ela está pensando em mim? Quão quente foi quando eu a beijei e quase
perdi a cabeça por querê-la tanto?
Porque ela está se casando comigo, e quando isso acontecer, tudo entre
nós será mais do que real.
Capítulo Quinze
Mathilde
Não bato. Entro em seu quarto e o observo com uma toalha na cintura e
um olhar espantado na minha direção.
— Mathilde?
E ele sorri para mim, um sorriso sensual que faz minhas pernas
tremerem. Há emoção em seus olhos. Necessidade quente, flamejante, e é
para mim. Sim.
Eu lambo meus lábios, abrindo minha boca para falar, mas logo ele
está junto a mim, as pontas dos dedos pressionando um pouco acima dos
meus quadris.
Eu vou dar a ele o que ele quiser. Eu só espero que ele retorne o
sentimento.
Suas palavras cortam através de mim e eu me rendo. Para ele. Para nós.
Para tudo que eu quero é mais profundo do que os nomes assinados em um
contrato.
Isso não é para mostrar ao mundo, fingimento para ele receber a
herança. Nós passamos por essa barreira.
Minha mão pousa em seu peito, sobre o bater de seu coração, correndo sob
sua camisa.
Ele desliza uma mão para a minha bunda, a outra para a parte de trás
do meu pescoço, e eu estou tão perto dele, corpos pressionados juntos, sem
hesitação, sem álcool e sem raiva afetando este momento, eu pressiono meus
lábios em sua garganta para beijá-lo.
Ele geme enquanto eu deslizo meus lábios até sua garganta, a sua
mandíbula. Meus olhos se fecham e me perco na sensação dele, seu cheiro de
ar fresco, que agora sei que é tanto dele, quanto do artista que ele esconde por
trás da faceta séria.
Mal noto ele me deita na sua cama, me cobrindo.
Meus quadris estão se movendo, pernas bem abertas e meu centro está
encharcado. Eu arqueio, procurando por ele, pelo conforto, quando ele
desembaraça suas mãos debaixo de mim para cobrir minha bochecha.
— Reencontrou?
— Você tinha um sorriso tão lindo. Era triste, mas era lindo. Estava
sempre com um rabo-de-cavalo jovial, e seu uniforme azul combinava com
seus olhos. Eu fiquei encantado, apaixonado... Mas, antes que eu pudesse
dizer qualquer coisa, você saiu da escola.
Eu estou chocada. Quero chorar por tudo que não vivi. Mas, então
percebo que as minhas experiências até agora me deixaram mais forte para
que ele tivesse alguém capaz de suportar tudo para estar ao seu lado.
Eu me moldei para Manuel. Inconscientemente...
Ele se ajoelha, aquele movimento sexy que os homens podem fazer que
faz os músculos flexionarem e saltarem, e veias saírem de seus ombros para
baixo de seus braços, e eu quero minhas mãos em tudo isso. Eu quero traçar o
mapa de suas veias com minha língua e meus dedos, e eu quero suas mãos
ásperas e calosas em meus mamilos e no meu núcleo.
Eu quero isso. Eu quero que ele perca o controle. Eu quero que ele
esteja tão desesperado por mim quanto eu estou por ele. Preciso disso.
Preciso da confirmação de que não sou o única enlouquecida e insana.
Minha vagina pulsa com força. Eu o solto, para retornar para a cama,
para deixar que ele veja o quanto estou tremendo de vontade.
— Eu tenho — digo. Olho para ele que leva a cabeça para trás, e me
inclino para frente, lambendo a ponta dele.
Suas coxas apertam, suas palavras são uma mistura de “foda”, “sim”,
“mais forte”, “droga” e “Mathilde”.
Seus dedos de sua mão livre cavam em minha cabeça e ele interrompe meu
movimento, me puxando para fora dele. Sua mão emaranha no meu cabelo e
nos encaramos, peitos arfando, ambos prontos e desejando.
— Coloque-o.
— Venha para mim — ele diz, tomando meu outro mamilo em sua
boca e empurrando dois dedos grossos dentro de mim. O calcanhar de sua
palma mói contra o meu clitóris, seus dedos enrolam por dentro, e eu estou
tão perto. Ele chupa meu outro mamilo, morde e o agita. É muito.
Ele está apenas rosnando para mim de novo, e então ele bate de volta,
estalando seus quadris com uma ferocidade que evapora qualquer lembrança
de qualquer um que tenha entrado em mim antes.
Grito seu nome. Para sempre. Por favor. Meu. Por favor.
Ele me segue, seu pau pulsando enquanto ele explode dentro de mim e
depois desmorona, me dando seu peso, me esmagando. Eu não me importo.
Ele está me dando tudo de si, e não posso desejar mais nada.
Isso me basta.
A realidade me basta.
Capítulo Dezesseis
Manuel
la é linda.
E Suave
gentil.
Linda...
Mesmo
e
quando meu pau estava dentro dela, e ela suspirava louca por mim, ainda
assim, era linda.
Então, te agradeço.
Sua mão desliza entre nós, envolve-me e eu sorrio contra sua garganta.
Ela arqueia os quadris em minha direção e eu ainda a seguro com a mão.
— Temos coisas para conversar. Decisões que precisamos tomar. —
Mas eu estou beijando sua clavícula, seu peito, mordiscando seus mamilos, e
sentindo como se meu pau estivesse prestes a explodir de seus pequenos
dedos e palma quente.
— Aguente...
— Eu não posso — Mathilde devolve. Ela se vira e olha para mim por
cima do ombro. — Eu nunca vivi algo assim...
Então ela vem por todo o meu rosto. Louco, selvagem, verdadeiro
abandono, e é lindo.
***
Ela não precisa trabalhar, mas eu não quero lhe dar ordens. Não quero
ser o machista, fazendo com que ela viva apenas para mim. Mathilde tem
todo o direito de ter uma profissão, de fazer alguma coisa.
Ela fica quieta alguns segundos, mas logo me envolve com seus braços
e me beija nos lábios.
Dessa forma, decidi que era hora de sair do meu confortável casulo e ir
até à escola onde as aulas para adultos eram dadas.
Faria o jantar que ele desejasse. Estava tão feliz com o leque de
oportunidades que se abriam que só desejava mostrar minha gratidão com
tudo que podia.
Tão logo entrei, uma atendente anotou meu pedido. Chá e um pedaço
de torta de maçã. Lá fora, o vento do inverno parecia acariciar a vista. Um
jornal estava perto da minha mesa e eu o peguei para ver as notícias.
— O quê?
Manuel disse que ele está a caminho daqui. Quero que Afonso vá
embora logo para que eu não tenha que lidar com essa situação embaraçosa.
Eu suspirei.
Quero que ele vá embora logo, mas Afonso parece não entender porque
não estou choramingando e me atirando em seus braços.
— Certo.
Meu telefone vibra na minha bolsa, e eu sei que é Manuel. Ele está
chegando.
— Obrigada por explicar, mas isso não muda nada, Afonso. Você
mentiu, me enganou, mas não me feriu. Francamente, nem me importo com a
sua desculpa ou sua traição. Simplesmente, não ligo.
— Mathilde...
— Além disso?
— Nada — respondo.
Ele sai da mesa e passa a mão pelo rosto, soprando uma respiração
pesada. Virando, ele dá uma última olhada para Manuel.
uando um homem – um de
O ideal é que fôssemos assim com todas, mas nem sempre é possível
ou provável. De qualquer forma, Mathilde faz parte daquele núcleo de
mulheres batalhadoras que o cara admira antes de desejar.
Afonso sabia disso. Todo homem sabe, quando se depara com um belo
exemplar de uma mulher forte, que aquela joia precisa de cuidados e de
consideração. Eu via no olhar de Afonso sua culpa por ter perdido a
oportunidade de tê-la para si para o resto da vida.
Quando ela desce a escada vestida com calças e blusas largas (que me
deixa louco por algum motivo), faço a primeira coisa em que posso pensar
para apagar Afonso de sua mente.
Eu a puxo para o sofá e depois me rolo, meu corpo cobre o dela. Ela ri e eu
assisto. Então eu a beijo, saboreando-a e tocando-a em todos os lugares até
que a campainha soa.
Ela ainda está rindo baixinho, deitada no sofá quando eu volto com
pizza e pratos. Ela se estica languidamente e se senta, e eu sento perto dela,
servindo nosso jantar.
— Eu não sei o que aconteceu com Afonso — ela fala, passando a mão
pelos cabelos. — Ele me encontrou como se estivesse esperando por mim, ou
procurando... Ele deu uma desculpa sobre a traição... De qualquer forma —
Mathilde acena a mão e pega outro pedaço de pizza —, não importa. Suas
desculpas são vazias e, realmente, as coisas terminaram entre a gente. Eu não
sinto a menor falta dele.
Eu puxo sua mão com mais força, forçando-a a cair em mim, e quando
ela está perto, eu aperto seus quadris e a puxo sobre mim até que ela esteja
por cima, comigo segurando seus quadris em minhas mãos.
Minha intenção é acalmá-la, mas assim que ela estremece, meu pau
percebe. Pulsante, ele endurece e empurra contra o meu zíper.
Seus olhos se arregalam e ela abre a boca, mas eu não a deixo falar. Eu
pressiono minhas mãos em sua mandíbula, deslizo meus dedos em seus
cabelos e a puxo contra mim até que nossas bocas estejam fundidas.
— Eu sei.
Ela enterra a cabeça no meu ombro, sua respiração contra a minha pele
me queimando.
Ela desliza a mão sobre o meu pau, pega minhas bolas e aperta.
— Eu não me importo.
Conectados.
Eu estremeço na sensação dela. Sem látex entre nós. Toda ela, o calor
pulsante me reivindicando.
Puta merda, é essa mulher! A mulher! Ela vai se casar comigo e algum
dia ela vai ter meus filhos, e eu mal posso esperar para começar essa família.
Meu controle foi quebrado como um cristal e não há como voltar atrás.
Não há vontade de voltar. Você não cola cristais.
Ela empurra contra mim, sua buceta apertando em volta de mim. Sua
boca se abre em surpresa ou excitação, não sei...
Não dou a ela uma chance de pensar. Eu bato sua boca na minha,
seguro-a contra mim e então nos movemos.
Alto.
— Eu te amo. Eu te amo.
Eu não preciso da resposta dela. Porque sua resposta está na forma
como ela sorri na minha direção.
u te amo.
E Três
palavras
que mudam
tudo. Todo
meu mundo até então. Palavras que eu jamais ouvi antes, mas que agora eram
ditas repetidamente. A voz de Manuel me embala quando chegamos à cama.
Ao som de suas juras, eu adormeço. E quando acordo durante a noite, todas
às vezes, crendo estar saindo de um sonho – um bom sonho – ele está lá,
abaixo de mim, minha cabeça em seu peito, minha mão em seu estômago,
minha coxa envolta sobre a dele. Ele está quente, um pouco suado, e ainda
assim ele me segura a noite toda em um aperto tão firme que me faz sentir-
me protegida.
Eu te amo...
Sinto medo de dizer a mesma coisa, mas sim... meu Deus, eu o amo.
Não faz sentido, nos conhecemos a tão pouco tempo, mas é tão perfeito.
Corpo. Alma.
Eu te amo. Eu te amo.
Eu te amo. Eu te amo.
Subo em seu colo, coloco meus braços sobre os ombros e brinco com o
cabelo atrás de sua cabeça, indiferente que ele está de terno ou que eu poderia
enrugar isso. Estou nua. Não me importo.
Me veja... Eu te amo...
— Eu tenho uma reunião com meu advogado hoje, passando todos os
detalhes de algumas coisas.
— Eu adoraria isso.
Eu te amo.
Diga de novo, Manuel. Diga que não foi apenas um momento do sexo.
Quero ouvir. Que se dane o contrato. Queime-o. Jogue-o fora. Eu só quero
você.
Mas o que eu terei são três anos ao seu lado. É mais do que muitas
mulheres tem em toda a vida.
Sou grata.
***
Ele parece surpreso, mas não faz objeção. Não seguro a risada, entre
fungadas de um choro feliz, enquanto ele se ajoelha no chão.
— Eu não sou o homem mais perfeito desse mundo, mas o homem que
sou quero entregar a você. Case-se comigo, Mathilde.
Eu serei sua esposa. Sua esposa de verdade. Não uma que ele comprou
com dinheiro, mas uma que ele conquistou com paixão.
Fim.
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Ela era o paraíso, mas ele foi feito para o inferno.
Victor Bianconi era membro de uma máfia que tinha origem na Itália e agora dominava a Serra
Gaúcha. Ele havia sido salvo por aqueles bandidos e devia a eles mais que a vida, toda a sua
lealdade.
Sem princípios morais que pudesse carregá-lo, ele sempre acreditou que cumprir seu papel de
vilão bastaria... Até ela aparecer.
Francine Stein era de uma boa família. E era, igualmente, uma boa pessoa. O tipo de gente que
jamais iria se aproximar de um bandido como Victor.
Mas, o destino provou-se ser mais forte que tudo.
Anjo e Demônio queriam coexistir.
Aquilo seria, definitivamente, o apocalipse.
Anne Ryle acreditava em contos de fadas. Na verdade, durante toda a sua vida preparou-se
para um casamento dos sonhos com o rapaz que sempre amou. Contudo, o noivo a deixou às vésperas
do casamento para ficar com sua própria irmã.
Duplamente traída, Anne focou-se na carreira e prometeu jamais amar alguém novamente. Mas, não era
seu desejo que a família soubesse o quanto ela era solitária e derrotada. Assim, quando foi convidada
para um encontro familiar onde veria o antigo noivo com sua irmã, planejou atentamente um plano para
proteger seu orgulho ferido.
E para isso, ela só precisava de um namorado... Mas, nada a preparou para alguém como Alexander.
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Blake estava de volta. E ele queria apenas uma coisa: o seu bebê.
Isis era uma mulher simples que caiu na lábia de um homem de moral questionável. Apesar de
Blake Code ser conhecido por destruir seus opositores nos negócios, ele a fez tremer nas bases, e
avassalou seus sentimentos e sua razão. Contudo, ela conseguiu dizer adeus.
Porém, agora ele estava de volta. E não queria apenas aquela mulher. Seu desejo profundo era
3° Arrebatador - https://amzn.to/2e6KTzJ
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5° o Pecador - https://amzn.to/2zVgWhF
6º O Perverso - https://amzn.to/2DhSsRM
Livro 4 - https://amzn.to/2LNDkQR
Josiane Biancon da Veiga nasceu no Rio Grande do Sul. Desde cedo, apaixonou-se por literatura, e
Aos doze anos, lançou o primeiro livro “A caminho do céu”, e até então já escreveu mais de vinte
livros, dos quais, vários se destacaram em vendas na Amazon Brasileira.