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1 tarismo cada vez maior. É comum a coexistência utilizada como coadjuvante no tratamento de dis-
lipidemias, pois atua como um importante cofa-
tor na oxidação de ácidos graxos de cadeia longa, racterizando importante redução da quebra pro-
aumentando a utilização de triglicerídeos para o teica (CLARKSON, 1998; ARMSEY, 1997; NISSEN,
fornecimento de energia. Além de importante ao 1996; PETERSON, 1999; PAPET, 1997).
músculo, a L-carnitina contribui para o bom fun- São constatados os seguintes benefícios do
cionamento de outros órgãos, tais como o fígado, HMB:
órgão central na regulação do metabolismo e sis- • prevenção do catabolismo do músculo;
tema nervoso, onde é possível que a L-carnitina • aumento da massa muscular magra (diminui
possa melhorar a capacidade de suportar esforços o processo de proteólise – quebra da proteína
físicos ou ajudar na recuperação após o esforço, muscular – que ocorre durante a prática de
por mecanismos que não dependem da ação dire- exercícios de resistência e intensos);
ta sobre o músculo. • diminuição da gordura do corpo;
No músculo esquelético, a concentração de L- • diminuição dos níveis de colesterol no san-
carnitina é cerca de cem vezes superior à do san- gue (convertido nos músculos é reduzido no
gue, onde ela é necessária para transformar os protoplasma, inibindo a síntese do colesterol
ácidos graxos em energia para atividades muscu- no fígado);
lares. Participa da oxidação lipídica, ou seja, faz • diminuição de lesões musculares (realça a re-
com que o organismo utilize ácidos graxos (gor- cuperação dos músculos após os exercícios
duras) como fonte de energia. Pela ação das en- pesados);
zimas carnitina aciltransferase I e carnitina acil- • mantém a saúde do músculo durante o trei-
transferase II, os ácidos graxos de cadeia longa namento;
atravessam a membrana celular para serem utili- • aumento no processo de regeneração de teci-
zados como energia por meio de uma reação bio- dos.
química, um composto essencial devido a seu pa-
pel na produção de energia celular. A carnitina Cromo
presente na dieta responde por aproximadamente O cromo é um elemento que tem o seu uso e
75% do total de carnitina. aplicação de forma crescente na nutrção animal.
Na última década, pesquisas têm mostrado a im-
portância do cromo na alimentação dos animais e
HMB (Hidroximetilbutirato) a sua ação se faz notar em situações em que ocor-
O HMB é um metabólito do aminoácido leu- re maior mobilização de glicose, por exemplo, es-
cina (uma combinação chamada alfa-ketoisoca- tresse emocional, físico e metabólico, resultante
proate) e a L-leucina é um aminoácido da cadeia do manejo dos animais e de outras práticas que
ramificada (BCAA). Pesquisadores supõem que tendem a levar alterações metabólicas aos ani-
apenas 5 % do total da leucina ingerida na die- mais (MOWAT, 1994, 1996, 1997).
ta é convertida em HMB pelo organismo, portan- A principal ação do cromo no organismo ani-
to, para alcançar um valor de 3 g há necessidade mal é referida por sua participação como compo-
de ingestão diária de pelo menos 60 g de leucina. nente integral e biologicamente ativo no fator de
Algumas plantas, como a alfafa e partes de ou- tolerância à glicose (GTF), que potencializa a ação
tras, como espigas de milho, parecem ter abun- da insulina na célula. O átomo de cromo encon-
dantes concentrações de HMB. No entanto, tal trado no GTF facilita a interação entre a insulina
como acontece com várias vitaminas e outros mi- e os receptores dos tecidos musculares e gorduro-
cronutrientes, é difícil ou até mesmo impraticável sos (MERTZ, 1987). Assim, o GTF (Glicose Toleran-
o consumo desses alimentos regularmente e em ce Factor) com o cromo trivalente é um mensagei-
quantidades suficientes de modo a alcançar os ro químico que se liga a receptores na superfície
benefícios desejados do HMB. das células dos tecidos, estimulando sua capaci-
O HMB é caracterizado por suas propriedades dade de usar a glicose como energia metabólica,
anticatabólicas após exercícios físicos (aumento ou então, armazená-la sob forma de glicogênio. O
da força muscular, de acordo com o ACMS AME- GTF é importante não só para o metabolismo dos
RICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 1998), carboidratos, como também para o de proteínas,
além disso, regula o metabolismo proteico dimi- lipídios e hormônios do crescimento (BURTON,
nuindo o efeito anabólico, induzindo o aumento 1995). O cromo atua no funcionamento normal
da massa muscular magra propriamente dita e ca- das células ß, secretoras de insulina no pâncreas, 2
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de AGV é a acidificação do cólon, que pode evitar nucleico) da mucosa, RNA (Ácido Ribonucleico) e
a proliferação excessiva de bactérias indesejadas, proteína.
como os clostrídios. O acetato e a maior parte do Para cães e gatos, o NRC (1985) e o NRC (1986)
propionato atingem o fígado por meio do sangue não citam qualquer recomendação sobre os ní-
portal. O butirato é absorvido pelas células do có- veis mínimos de fibra indicados e quais suas li-
lon e utilizado como “energia prontamente dispo- mitações. A maior parte dos alimentos comerciais
nível” por essas células. A absorção do butirato é apresenta um teor de fibra compreendido entre
acoplada à reabsorção de sódio e água, e pode, 1 % e 4 % da matéria seca com exceção dos produ-
assim, proporcionar um efeito antidiarreico. Isso tos com finalidade terapêutica. Segundo Hussein
é apoiado por evidências obtidas em ratos desnu- (2003), altos níveis de fibra (5 a 25% da MS) podem
tridos, em que a ausência de produção de butirato ser incluídos em dietas para cães obesos e em die-
induziu a “diarreia de inanição” porque a reabsor- tas para animais saudáveis com peso dentro do
ção de água e sódio foi diminuída. padrão, quando recebem alimento a vontade.
A alimentação dos enterócitos e colonócitos Polpa de beterraba branca e polpa cítrica são
pelos AGV conduz a uma hipertrofia da mucosa fontes de fibras adequadas para utilização na ali-
intestinal e aumento do seu peso e superfície, o mentação de cães, apresentando boa relação de
que otimiza a digestibilidade dos nutrientes por fibras solúveis e insolúveis, produzindo fezes se-
uma expansão da sua superfície de absorção. cas e bem formadas, otimizando a absorção de
Animais recebendo fibras moderadamente fer- nutrientes e auxiliando na integridade intestinal
mentáveis apresentaram aumento do tamanho (SUNVOLD, 2003). Fibras moderadamente fer-
do cólon, maior área de superfície mucosa e sua mentáveis, como a polpa de beterraba, fornecem
hipertrofia, quando comparados com animais re- benefícios nutricionais comprovados para cães,
cebendo fibra não fermentável. O efeito dos AGV pois não contém quantidade significativa de açú-
sobre a integridade das células do cólon e a reab- car nem altera a coloração das fezes. Ela é o pro-
sorção de água pode ter uma importância crucial duto da beterraba branca após a extração do açú-
para a diarreia associada a antibióticos, quando a car, uma importante fonte de fibra que ajuda na
flora normal é afetada pela droga. absorção dos demais nutrientes.
Durante a terapia antibiótica, espécies bacte-
rianas potencialmente patogênicas, normalmente
presentes em pequenos números e que são resis-
tentes aos antibióticos, podem proliferar. A pro-
Referências
liferação bacteriana excessiva resultante pode 1. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE.
causar má absorção e translocação bacteriana. As O uso de esteroides anabolizantes nos espor-
fibras solúveis podem ajudar a controlar a proli- tes (trad.). Rev Bras Med Esporte, 4(1), 31-36
feração bacteriana excessiva, mantendo os níveis (trabalho original publicado em 1987). 1998.
de AGV que acidificam o conteúdo do cólon e evi-
tam a produção de aminas biogênicas e seus efei- 2. ANDERSON, R. A. Chromium. In: MERTZ, W.
tos deletéricos, diminuem a produção de gases, Trace elements in human and animal nutrition.
principalmente o gás sulfídrico. Funcionam como New York: Academic Press, 1987. p. 225-240.
importante fonte de energia às células do cólon,
mantendo a integridade intestinal e apoiando o 3. ARMSEY, T. D. JR; GREEN, G. A. Nutrition Su-
desenvolvimento de bactérias normais saudáveis pplements: Science vs Hype. The physician
a expensas das bactérias patogênicas. and sportsmedicine, 25(6). 1997.
Algumas fibras solúveis (como a inulina e ou-
tros FOS) são, de preferência, fermentadas por bi- 4. BURKHOLDER, W. J.; TOLL, P. W. Obesity. In:
fidobactérias e lactobacilos, aumentando o nível HAND, M.S. et al. Small animal clinical nutri-
dessas bactérias saudáveis na microflora. Isso tem tion. 4th.ed. Topeka: Mark Morris Institute,
sido chamado de “efeito prebiótico”. As fibras die- 2000. p.401-430.
téticas (especialmente as solúveis altamente fer-
mentáveis) promovem o desenvolvimento do epi- 5. BURTON, J. L. Supplemental chromium: its be-
télio do cólon em ratos, conforme mostrado por
um aumento no teor de DNA (Ácido Desoxirribo-
nefits to the bovine immune system. Animal
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