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EXERCÍCIO: ESTIMATIVA DA CARGA TRIBUTÁRIA

Anexos________________________________________________________________

ANEXO A: REGRAS BÁSICAS DE APURAÇÃO DOS TRIBUTOS EMPRESARIAIS

IPI

O IPI é um imposto não cumulativo, sendo que a maneira escolhida pelo legislador para viabilizar
esse princípio foi a sistemática de débitos e créditos, onde o saldo decorrente da confrontação de
ambos resulta no valor a recolher, caso os débitos superem os créditos, ou a recuperar em períodos
seguintes, caso os créditos superem os débitos. O período de apuração é, como regra geral, mensal.

Os débitos são calculados sobre o valor das saídas de produtos do estabelecimento industrial ou
equiparado a industrial. A alíquota é definida na Tabela de Incidência do IPI (TIPI), sendo que cada
produto tem sua alíquota específica.

Os créditos são calculados sobre o valor das entradas de insumos e produtos adquiridos para ser
utilizado no processo de produção. Também é devido na importação de bens e produtos em geral,
sendo que o valor pago no desembaraço aduaneiro gera crédito para o contribuinte. O valor do
imposto, na maior parte dos casos, vem destacado na nota fiscal.

ICMS

Segue as mesmas regras do IPI, sendo que as alíquotas internas são definidas na legislação de cada
estado da federação. No caso do RGS, há uma alíquota maior para as mercadorias consideradas
menos essenciais (30%), uma menor para as mercadorias mais essenciais (12%) e uma alíquota
geral (17%) que se aplica aos demais produtos não especificados nas alíquotas anteriores. Para as
operações interestaduais, as alíquotas são fixadas pelo Senado Federal da seguinte forma: (1) 12%,
no caso de saídas para contribuintes do RS, SC, PR, SP, RJ e MG; e (2) 7%, no caso de saídas para
os demais estados.

ISSQN

Incide sobre o valor dos serviços constantes da lista anexa à LC 116/03. Cada município tem a
competência para definir as suas alíquotas, respeitado o limite mínimo de 2% e o máximo de 5%. A
alíquota para os serviços em geral, em Porto Alegre, é 5%. Há alíquotas específicas para
determinados serviços. O valor a recolher é calculado simplesmente aplicando a alíquota sobre o
valor total dos serviços prestados no mês.

PIS e COFINS

A idéia que está por trás da não cumulatividade introduzida na apuração do PIS e da COFINS foi
inspirada no IPI e no ICMS. Assim, o valor a recolher é apurado deduzindo-se o valor do crédito
calculado sobre a aquisição de bens e serviços do débito calculado sobre a receita bruta da empresa.
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Uma das principais diferenças em relação ao IPI e ao ICMS é que não há destaque do valor do
tributo no documento fiscal. Isso implica na necessidade de controles adicionais para que os
créditos sejam todos aproveitados.

A alíquota do PIS é de 1,65% e a da COFINS é de 7,6%, ambas aplicadas sobre o valor das receitas
tributadas (débitos) ou dos bens e serviços adquiridos (créditos). O período de apuração é mensal.
Como regra geral, somente bens e serviços adquiridos de pessoa jurídica é que dá direito a crédito.
Sobre receitas financeiras, as alíquotas de PIS e COFINS são, respectivamente, 0,65% e 4%.

No regime cumulativo, as contribuições incidem apenas sobre as receitas, não havendo a


possiblidade de dedução de créditos. As alíquotas são de 0,65% para PIS e de 3% para COFINS.
Como regra geral, não há incidência sobre outras receitas que não sejam parte do objeto social da
empresa.

No caso de recebimento de Juros sobre o Capital Próprio (JCP), como o objeto social da holding é,
normalmente, a participação societária em outras empresas, há incidência de PIS/COFINS sobre o
valor recebido, tanto no regime cumulativo quanto no regime não cumulativo.

Tornou-se definitiva a decisão do STF que declarou inconstitucional a inclusão do ICMS na base de
cálculo de PIS/COFINS. Diante disso, calcule PIS e COFINS sem a inclusão do ICMS na base.

CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS e FGTS

As contribuições previdenciárias são aquelas que se destinam ao custeio da previdência social dos
trabalhadores (aposentadoria, pensão e outros benefícios), e incidem sobre a folha de salários e
outras remunerações de serviços pagas pela empresa. Existe uma alíquota básica geral de 20%
incidente sobre o valor da folha de pagamento, a chamada contribuição patronal. Some-se a ela o
seguro acidente de trabalho (SAT), que pode ser de 1%, 2% ou 3% conforme o grau de risco da
atividade, o salário-educação e as chamadas contribuições para terceiros (SESC, SESI, SENAI,
SENAC, SEBRAE e outros). Para os fins deste exercício de estimação da carga tributária, considere
uma alíquota total de 28,5%.

O FGTS, apesar de não ser um tributo, é usualmente considerado nos estudos sobre carga tributária.
A alíquota é de 8% sobre o valor do salário do trabalhador.

IRPJ e CSLL – LUCRO REAL

O IRPJ e a CSLL são calculados sobre o lucro contábil da empresa, ajustado por adições, exclusões
e compensações. Assim, depois de feitos os ajustes no lucro contábil, apuram-se a base de cálculo
do IRPJ, denominado lucro real, e a base de cálculo da CSLL. Os esquemas de apuração da base de
cálculos desses tributos constam dos anexos C e D.

As adições ao lucro líquido decorrem, como regra geral, de despesas e outros valores não
dedutíveis; as exclusões, por sua vez, decorrem, como regra geral, de receitas e outros valores não
tributáveis. Após ajustado o lucro líquido pelas adições e exclusões, é possível compensar prejuízos
fiscais acumulados. Essa compensação é limitada a 30% do valor do lucro ajustado pelas adições e
exclusões.
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A alíquota da CSLL é de 9%. A alíquota do IRPJ é de 15%, mais um adicional de 10% sobre o
lucro anual que exceder a R$ 240 mil. Se o período de apuração for trimestral, o adicional incide
sobre o lucro que exceder a R$ 60 mil.

IRPJ e CSLL – LUCRO PRESUMIDO

No regime do Lucro Presumido, as alíquotas são iguais ao Lucro Real, mas a base de cálculo é
apurada com base em percentuais de presunção estabelecidos pelo fisco, de acordo com cada
atividade desenvolvida pela empresa.

Como regra geral, o percentual de presunção de lucro das receitas com vendas é de 8% para o IRPJ
e 12% para fins de CSLL. No caso de serviços em geral, o percentual de presunção é de 32% para
ambos os tributos. As demais receitas, tais como as financeiras e os ganhos de capital, são
acrescidos à base de cálculo.

ANEXO B: MODELO DE DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO (ART.


187 DA LEI 6.404/76)

ANEXO C: ESQUEMA BÁSICO DE APURAÇÃO DA BASE DE


CÁLCULO DA CSLL

Lucro líquido do exercício (antes do IRPJ e da CSLL e após as participações nos lucros)
(+) Ajustes do lucro líquido
Adições
(-) Exclusões
=Lucro líquido ajustado
(-) Compensação da base de cálculo negativa da CSLL de períodos anteriores (limitada a 30% do lucro líquido ajustado)
=Resultado Ajustado (Base de Cálculo da CSLL)

ANEXO D: ESQUEMA BÁSICO DE APURAÇÃO DO LUCRO REAL


(BASE DE CÁLCULO DO IRPJ)

Lucro líquido do exercício (antes do IRPJ e após as participações nos lucros)


(+) Ajustes do lucro líquido
Adições
(-) Exclusões
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=Lucro líquido ajustado


(-) Compensação de prejuízos fiscais acumulados (limitada a 30% do lucro líquido ajustado)
=Lucro Real

Marcelo Coletto Pohlmann

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