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1º CICLO DE FORMAÇÃO PRÁTICA FORENSE

SÍNTESE DE APOIO ATINENTE AO MÓDULO DE PROCESSO LABORAL (Por Manuel SERAFIM1).

1. DIPLOMAS ESSENCIAIS DO PROCESSO LABORAL

1.1. Nota prévia:

A priori, cumpre referir que, em Angola não há um instrumento legal aglutinador das
normas de processo laboral. Tais normas encontram-se dispersas em variados
diplomas avulsos e também desajustados com o contexto actual, razão pela qual a
Assembleia Nacional na 6.ª reunião plenária da 1.ª sessão legislativa da V Legislatura,
aprovou a proposta de lei do Código de Processo de Trabalho, sendo este um
instrumento essencial e basilar no sistema de justiça Laboral.

Assim, podemos elencar os diplomas essenciais do Processo Laboral:

 CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLIDA DE ANGOLA


 LEI GERAL DO TRABALHO (LGT) Lei 7/15, de 15 de Junho
 LEI DE MEDIAÇÃO E CONCILIAÇÃO DE CONFLITOS, Lei 12/16, de 12 de Agosto;
 EXTINÇÃO DOS ÓRGÃOS DE JUSTIÇA LABORAL Lei 22-B/92 de 9 de Setembro;
 LEI DA JUSTIÇA LABORAL, Lei 9/81 de 2 de Novembro;
 REGULAMENTO DA LEI DE JUSTIÇA LABORAL, Decreto Executivo Conjunto
3/82 de 11 de Janeiro;
 Decreto n.º 44.597, de 30 de Dezembro de 1963, que aprova o Código de
Processo de Trabalho;
 Código de Processo Civil.

2. Noção de Direito Processual Laboral

Ramo jurídico-público que assenta nas normas, princípios e instituições cujo escopo é
a materialização da legislação jurídico-laboral, ou seja, o Direito do Trabalho
substantivo.

O Direito Processual Laboral, visa adjectivar o Direito Laboral, sempre que se


impulsione as instituições Judiciárias havendo situações controvertidas emergentes
das relações jurídico-laborais.

1Licenciado, pela Faculdade de Direito da UNIKIV, Mestrando (aguardando a defesa pública de dissertação) em
Ciência Política e Administração Pública pela Faculdade de Ciências Sociais da UAN, Advogado, consultor jurídico,
Docente Universitário e pré-universitário.
3. Direito do trabalho na perspectiva formal e material: relação

As normas que prescrevem Direitos e obrigações de cunho trabalhista (v.g. LGT,


Decreto Presidencial n.º 155/16, de 9 de Agosto - R.J.T.D) inserem-se no âmbito do
Direito Laboral material, cuja concretização em casos de conflitos na relação jurídico-
laboral, fica na alçada do direito adjectivo: o Direito Processual Laboral, ocupando
das regras sobre o ingresso em juízo e o desencadeamento de actos e formalidades
para que o Juízo diga o Direito.

Nesta ordem de ideia cumpre aludir que, para lançar mão ao mecanismo processual
laboral, não basta que haja a necessidade de materializar o direito laboral
substantivo, pois vale observar os pressupostos processuais2 que se impõe, a saber:

Legitimidade.
trabalhador/empreg
ador (art. 17.º LJL),
Sindicatos, IGT.

Capacidade Judiciária
(art. 13.º, 254.ºLGT,
9.º CPC)

Competência do
Patrocínio Judiciário
Tribunal
9.º LEOJ
art. 50.º/1 e)

PRINCÍPIOS NORTEIADORES
celeridade processual/siplificação da
equidade do processo
tramitação processual
Favori laboratori vs salvaguarda do art. 291.º/5 LGT, 29.º do RLJL
interesses de gestão do empregador 29.º/5 CRA, 28.º LJL

Princípio do dispositivo 282º e 291.ºLGT, Livre apreciação das provas


Princípio da aquisição processual art. 18.º do RLJL art. 33.º RLJL
art. 21.º do RLJL

Hipervalorização do acto conciliatório


Prevalência da justiça material sobre a
288.º LGT, 18.º RLJL, 32.º LJL
justiça formal

2
Vale referir que, vamos reduzir os pressupostos processuais à medida do que há de específico neles ao processo laboral,
prescindindo assim alguns pressupostos gerais.

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