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UNIVERSIDADE KIMPA VITA

FACULDADE DE DIREITO – UÍGE


EXAME DA DISCIPLINA DE DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO Data 26/01/2024

Nome do Estudante:___________________________________________________________

Nº Interno:_____________Opção: Jurídico_________________Ano Academico: 2023/2024

Turma:Sala 02 Turno: Noite. Exame Classificação:_____________

Iº GRUPO PROVA DE ESCOLHA ÚNICA


ASSINALA COM V AS ASSERTIVAS VERDADEIRAS E F AS ASSERTIVAS FALSAS
N.B.: A resposta acertada vale 1 valores e a resposta errada vale – 1
A má resposta anula a Boa
1. ____ O objecto de conexão, parte da norma do DIP que indica o direito a ser aplicado (se
nacional ou internacional), será qualificado sempre pelo critério da lex fori. (F)
2. ____ Os direitos constitucionais do brasileiro naturalizado e do português residente no Brasil
são os mesmos, desde que em Portugal também seja assim, tendo em vista do princípio da
reciprocidade. (V)
3. ____ A Lex Mercatoria substituiu o local da constituição das obrigações, como elemento de
conexão, mas somente se estiver assim previsto na cláusula de foro. (F)
4. ____ As normas do DIP, aquelas que solucionam o conflito de leis no espaço, têm natureza
jurídica de direito público e como fonte exclusiva a Lei de Introdução ao Código Civil, que é
norma da lex causae (uma vez que depende de um caso concreto para ser aplicada). (F)
5. ____ A autonomia da vontade pode ser considerada, no que tange ao objecto de conexão
contrato com cláusula arbitral, um elemento de conexão, pois, a Lei de Arbitragem também é
fonte do DIP. (V)
6. ____ As normas contidas na Lei de Introdução ao Código Civil são consideradas normas de
aplicação apenas quando se enquadram como norma do DIP. (F)
7. ____ O objecto de conexão é sempre qualificado pela lex fori. (F)
8. ____ O DIP, ciência que auxilia o operador do Direito a solucionar o conflito de leis e de
jurisdição no espaço, é também denominado direito intertemporal. (F)
9. ____ O elemento de conexão é sempre qualificado pela lex fori. (V)
10. ____ O DIP atua como norma indireta, aplicativa, auxiliando o juiz a solucionar o conflito de
jurisdição e, notadamente, indicando se a norma aplicável é nacional ou internacional. (F).
IIº GRUPO: CASO PRÁTICO (4V)
N.B. evita literatura desnecessária vai directamente ao assunto

Alberto, angolano, residente em Kinshasa, morreu em Luanda solteiro. Betty,


congolesa da RDC, invocando a circunstância de viver há mais de 2 (dois) anos com
Alberto, inicialmente em Angola e, depois, na RDC, como se fossem casados, invoca
o disposto no art. 260º do CF. «Quid iuris» sabendo que o direito congolês não
reconhece quaisquer direitos à união de facto. Mobilize as seguintes regras de
conflitos: arts. 52º, 53º, e 72º do CC

Resposta.

Este direito a alimentos é visionado não como um direito patrimonial e, muito menos,
como um direito patrimonial dependente de um específico regime de bens que nem
sequer existe, mas como um direito de natureza pessoal que encontra o seu
fundamento no direito à assistência entre as pessoas que fazem parte dessa união.
Logo, subsume-se ao conceito-quadro do artigo 52º do Cód. Civ. e, como este artigo
chama a lei congolesa para intervir na regulamentação de questão jurídica em causa,
o artigo 2160º do nosso Código Civil não pode ser mobilizado para resolver esta
questão. Como o ordenamento jurídico congolesa (chamado por força do artigo
52º do Cód. Civ.) não conhece este instituto, o juiz angolano, com base nesse facto,
nunca poderia deferir o direito a alimentos.

IIIº GRUPO: QUESTÕES TEÓRICAS (6V)


N.B. Responde apenas no que perguntado

1. Fale brevemente da teoria de Savigny e explica em que maneira a sua


teoria se aproxime da teoria de Bertrand d’Argenté? (3V)
Segundo Savigny quando surge conflito das normas deve recorrer-se à lei mais adequada e
na sua falta aos princípios gerais de direito, fosse qual fosse o ordenamento jurídico em
questão da norma mais adequada, assim pode – se aplicar num Estado determinado aplica
direito material interno de outro ordenamento jurídico,

Para Savigny a sede é o elemento determinante de cada relação jurídica, é nos efeitos da
teoria de savigny que se encontra as bases da teoria do Bertrand d’Argenté quanto diz que a
matéria do estatuto real deveria ser extensível aos bens móveis, implicando desta forma a
sua aplicação a todas as relações jurídicas quer obrigacionais quer sucessórias.

2. Um cidadão angolano celebra um contrato de trabalho com uma empresa


Congolesa para exercer suas funções na RDC. O contrato não possui
cláusula de eleição de lei aplicável. Após o término do contrato, o cidadão
angolano alega que seus direitos laborais foram violados e deseja
ingressar com uma acção Em Angola. QUAL É O ELEMENTO DE
CONEXÃO RELEVANTE NESSE CASO? EXPLIQUE. (3V)
Resposta sugerida:
No caso em questão, o elemento de conexão relevante é o local de prestação de
serviços. O contrato de trabalho estabelece que o cidadão angolano exerceria suas
funções na RDC, sendo assim, o local de prestação de serviços é o critério
determinante para a definição da jurisdição competente. Nesse caso, a
jurisdição congolesa seria a mais adequada para tratar dos direitos laborais do
cidadão angolano, a menos que existam tratados internacionais ou regras
específicas que permitam a aplicação da lei angolana nesse tipo de situação.

O Docente
______________________
Mestre Jaime M.D.Yamba
Professor auxiliar

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