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PUNÇÃO LOMBAR

1. DEFINIÇÃO: É um procedimento que permite a coleta do líquido cefalorraquidiano (LCR).

2. INDICAÇÕES:
 Nas situações clínicas em que se faz necessário o exame do LCR, como por exemplo: nos
processos infecciosos do sistema nervoso central (SNC), nos tumores intracranianos, nas
afecções desmielinizantes do SNC e nas neuropatias periféricas.

3. CONTRA-INDICAÇÕES:
 Síndrome de hipertensão intracraniana com efeito de massa.
 Infecção no trajeto da agulha.
 Distúrbios de coagulação e contagem de plaquetas menor que 50.000/mm3.

4. MANEQUIM:
 O manequim consiste em um molde acurado da porção inferior das costas. Foi desenhado para
facilitar o ensino, a demonstração e a execução da anestesia espinhal, punção lombar, analgesia
epidural, analgesia caudal, bloqueio de nervo sacral e bloqueio simpático lombar. Possibilita ao
executor, a palpação exata dos pontos anatômicos de referência e a sensação real durante a
introdução da agulha.
 O manequim deve ser preenchido com água em local determinado, para simular o LCR.
 O simulador pode ser colocado como se o paciente estivesse sentado ou deitado.
 A porção funcional do manequim abrange da 3ª à 5ª vértebras lombares até os ossos sacro e
coccígeo.
 Existe espaço epidural preciso (de 3 a 5 mm) entre L2 e L5 e a perda de resistência durante a
introdução da agulha é facilmente percebida pelo executor do procedimento. Posteriormente,
ao ultrapassar a duramáter, com maior resistência, também percebe-se o espaço desejado e
deverá fluir o LCR, confirmando a execução da técnica correta do procedimento (Figura 3).
 Pode ser realizada a medida da pressão abertura logo após a realização da punção liquórica, com
a utilização de manômetro próprio.

5. MATERIAIS NECESSÁRIOS:

 Luvas estéreis
 Material de curativo com pinça, gaze
estéril e solução degermante para assepsia
do local a ser puncionado (Figura 1)
 Campo estéril
 Agulha fina para injeção e seringa de 5ml
para anestesia da pele e trajeto que será
percorrido pela agulha de punção
 Anestésico local (xilocaína 2% sem Fig 1 - Assepsia do local Fig 2 - Agulha espinhal
6. vasoconstrictor)
TÉCNICA PARA REALIZAÇÃO:
 Agulha espinhal com estilete para punção
lombar (Figura 2)
 3 frascos estéreis para coleta do LCR
1. Esclarecer ao paciente sobre o
procedimento a ser realizado.
2. Colocar o paciente na posição correta:
deitado em decúbito lateral com
membros inferiores fletidos e pescoço
também fletido, com joelhos colocados
junto ao toráx (posição fetal).
3. Lavar as mãos, colocar máscara cirúrgica
e calçar luvas estéreis.
4. Fazer assepsia do local a ser abordado
com solução degermante.
5. Colocar campo estéril.
6. Injetar anestésico no local palpável, onde
será introduzida a agulha de punção.
7. A punção é geralmente realizada nos
espaços entre L3-L4 ou L4-L5 (localizados
perpendicularmente à crista ilíaca) .
8. A agulha de punção deve ser introduzida
lentamente em angulação aproximada de
30⁰ até haver a passagem pela duramáter
(resistência maior) e chegada no espaço
subaracnóide onde o LCR se encontra.
9. Ao chegar no espaço subaracnóide,
retirar o estilete da agulha. Fluirá LCR que
deverá ser coletado para análise em
frascos estéreis.
10. Poderá ser medida a pressão de abertura,
conectando-se um manômetro à agulha.
11. Após término da coleta, introduzir o
estilete e retirar o conjunto.
12. Fazer curativo apenas com esparadrapo.
Figura 3 - Técnica para realização da punção lombar: 13. Manter o paciente deitado.
a agulha deve ultrapassar a duramáter para coleta do LCR.

7. COMPLICAÇÕES:
 Cefaléia pós-punção
 Infecção
 Sangramento

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
 Porto CC, Melo-Souza SE. Semiologia Geral. In: Guanabara Koogan, editor. Sistema nervoso: exames complementares. Rio de Janeiro:
2001: 1194-99.
 Manual de instruções para simulação em injeção espinhal da Life/Form, by Nasco (LF01036U). 1999: www.eNasco.com
 Torpy JM, Lynm C, Glass RM. Lumbar Puncture. JAMA 2006; 296(16): 2049-50.

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