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SÍNDROME HIPERGLICEMICA HIPEROSMOLAR NÃO-CETÓTICA (SHH)

Definição: descompensação glicemia ≥ 250 mg/dL (geralmente estará > 600) com sinais e sintomas
e alterações laboratoriais.
Fisiopatologia: a SHH ocorre quando há diminuição da ação da insulina que gera excesso de glicose
na corrente sanguínea; intensificado com a ação dos contrarreguladores (glucagon, cortisol,
catecolaminas, GH) que aumentam a disponibilidade de glicose (através da glicogenólise e
gliconeogênese). O excesso de glicose produz estado hiperglicêmico e hiperosmolar, com isso, há
perda de água dos tecidos (por osmose). Há aumento do débito renal e diurese osmótica, gerando
hipovolemia, hipotensão e hipoperfusão tecidual.
Na SHH não há falta total de insulina e, dessa forma, não há lipólise extensa e formação de corpos
cetônicos.
Quadro clínico:
 Poliúria, polidipsia, polifagia, perda ponderal, náuseas, vômitos, taquipneia, dor abdominal,
desidratação, alteração do nível de consciência.
 Pele seca e fria, extremidades frias, hipotonia, palidez mucocutânea, agitação, face
hiperemiada.
 Fatores precipitantes: desidratação, uso incorreto da insulina, abuso de álcool e drogas,
infecções, gestação, traumatismo, cirurgia, IAM, AVE, TEP, pancreatite aguda.
Diagnóstico:
 Exames que devem ser solicitados: Gasometria (arterial ou venosa), hemograma, glicose,
Na+, K+, Cl-, creatinina, ureia.
Glicemia pH Bicabornato Osmolaridade Corpos
cetônicos
>600 mg/dL >7,30 >18 >320 Negativo ou
discreto
*Cálculo osmolaridade: 2x sódio + (glicose/18)
Manejo inicial
 Avaliar nível de consciência – Glasgow.
- Considerar IOT em pacientes com Glasgow < 8 e/ou sinais de insuficiência respiratória.
 Monitorização: FC, PA, O2, glicemia capilar.
 Acesso venoso.
 Oxigênio em cateter nasal se saturação < 94%.
 Colher exames: gasometria, hemograma, glicemia, eletrólitos e função renal. EAS (avaliar
foco infeccioso).
 Manter paciente em jejum.
Hidratação endovenosa
 1-1,5L de SF 0,9% na primeira hora. Se disponível fazer com Ringer Lactato.
 Manutenção: 250-500ml/hora.
 Se Na+ corrigido > 150, utilizar solução hipotônica (SF 0,45%)
- Correção do sódio: para cada 100 a mais de glicose do normal, acrescenta 1,6 de sódio. Ex:
glicemia de 800 -> 700 a mais, 7x a mais, 7x1,6= 11,2 + sódio.
 Quando a glicemia estiver < 300, substituir o SF por SG a 5% (250-500ml/hora).
Insulina Regular
 Administrar apenas se o K+ > 3,3
 Bolus: 0,1 U/kg IV
 Manutenção: 0,1 U/kg/h
 Diluir 25 UI de insulina em 250ml de SF 0,9%.
 Checar glicemia capilar a cada hora.
 Monitorar a queda da glicemia a cada hora (meta de queda: 50-75 mg/dL por hora).
Se a queda for < 50: dobrar a Se a queda for entre 50 e 75: Se a queda for > 75: diminuir
dose de infusão. manter a dose. a dose pela metade.

 Objetivo: manter glicemia entre 200-300.


 Suspender a insulina: glicemia < 300; osmolaridade < 310 e retorno da consciência.

Reposição de potássio
Potássio < 3,3 Potássio entre 3,3 e 5,2 Potássio > 5,2
- Não iniciar insulina - Adm de 20-30 mEq/h de K+ - Não repor.
- Corrigir: adm 10-20 mEq/h em cada 1L de hidratação - Checar a cada 2h.
de K+ IV venosa.
- Ideal manter K+ entre 4-5
meq/L

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