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Direito Das Obrigações - Enriquecimento Sem Causa e Pagamento Indevido
Direito Das Obrigações - Enriquecimento Sem Causa e Pagamento Indevido
ARAPIRACA - AL | 2023
01. CAUSA E ENRIQUECIMENTO SEM CAUSA
Conceito e terminologia
Parágrafo único:
“Se o enriquecimento tiver por
Parágrafo único objeto coisa
884.
Sedeterminada,
o enriquecimento
quem ativer poréobjeto
recebeu coisa
obrigado a
determinada, quem a recebeu é obrigado a
restituí-la,
restituí-la, e, se
se aacoisa
coisanão
não mais
mais subsistir,
subsistir, a
a restituição se fará pelo valor do bem na
época
restituição se faráempelo
quevalor
foi exigido”.
do bem na época
em que foi exigido”.
RESTITUIÇÃO
885
Enriquecimento Enriquecimento
sem causa ilícito
colocação de outdoor de oficina que efetua mais reparos do bovinos que pastam em
propaganda em terreno alheio que o combinado propriedade alheia.
TEORIA DA DESTINAÇÃO
JURÍDICA DOS BENS
Tudo quanto os bens serão capazes de render ou
produzir no seu aproveitamento pertence ao sujeito que
é seu titular. A pessoa que, intrometendo-se nesses bens
jurídicos, retire da coisa qualquer vantagem patrimonial,
obtém-na a custa alheia, mesmo que o titular não
estivesse disposto a praticar os atos donde a vantagem
procede
ENRIQUECIMENTO
POR INTERVENÇÃO
O enriquecimento sem causa por intervenção representa a situação na qual
alguém enriquece mediante a exploração desautorizada de direitos alheios.
Flavio Tartuce
OBRIGAÇÃO DE RESTITUIR
3
Cada caso deve ser analisado de forma individual, buscando
analisar qual meio conferido por lei que melhor se adequa a
situação existente, levando em conta as características do
caso e existência ou não de culpa.
Análise da
Uma ação específica não vincula necessariamente
o interesse agir
situação
concreta Pretensão A Pretensão B
Enriquecimento
Objetivo de enriquecer
como consequência
884
885
A “Art. 885.
restituição A restituição
é devida, é devida,
não só quando não
não tenha só
havido
quando
causa que não tenhao enriquecimento,
justifique havido causamas que justifique
também se
o enriquecimento, mas também se esta deixou
esta deixou de existir.de
” existir. ”
886
“Pagamento é a execução “Art. 876, CC/02. Todo aquele “Pagamento indevido é uma das formas de
enriquecimento sem causa, por decorrer de
voluntária e exata, por parte que recebeu o que não lhe era uma prestação feita por alguém com intuito
do devedor, da prestação devido fica obrigado a de extinguir uma obrigação erroneamente
pressuposta, gerando ao accipiens, por
devida ao credor, no tempo, restituir; obrigação que imposição legal, o dever de restituir, uma
forma e lugar previstos no incumbe àquele que recebe vez estabelecido que a relação obrigacional
não existia, tinha cessado de existir ou que
título constitutivo” (DINIZ, p. dívida condicional antes de o devedor não era o solvens ou o accipiens
270, 2021). cumprida a condição”. não era o credor” (DINIZ, p. 270, 2021).
1
Se o solvens paga a dívida inexistente, ou existente mas
que já foi extinta. Ou seja, quando há erro quanto à
existência ou extensão da obrigação. Exemplo: pagamento
realizado quando pendente a condição suspensiva (débito
inexistente).
Requisitos
a) Enriquecimento patrimonial do accipiens à custa de
outrem;
b) Empobrecimento do solvens;
c) Relação de imediatidade ou de causalidade;
d) Ausência de culpa do empobrecido;
e) Falta de causa jurídica justificativa;
f) Subsidiariedade da ação de in rem verso.
Se alguém receber não só Aos frutos, acessões, Se aquele que indevidamente Se o pagamento indevido
o que não lhe era devido, benfeitorias e recebeu um imóvel o tiver consistiu no desempenho
mas também dívida deteriorações sobrevindas alienado em boa-fé, por título de obrigação de fazer ou
condicional antes de à coisa dada em oneroso, responde somente para eximir-se de
cumprida a condição. pagamento indevido, pela quantia recebida; mas, se obrigação de não fazer, o
aplicam-se as regras agiu de má-fé, além do valor do que
Quanto ao pagamento codificadas sobre o imóvel, responde por perdas e
recebeu a
que tiver por objeto possuidor de boa-fé ou prestação
danos.
extinguir uma obrigação má-fé . deverá
Parágrafo único. Se o imóvel foi
a termo, que se efetuar indenizar
alienado por título gratuito, ou
antes que este seja o que a
atingido o termo, não se, alienado por título oneroso,
cumpriu,
haverá pagamento o terceiro adquirente agiu de na medida
indevido, porque, nessa má-fé, cabe ao que pagou por do lucro
hipótese, há dívida. erro o direito de reivindicação. obtido.
De uma análise geral do Art. 879, CC/02, extraem-se as seguintes regras:
01 02 03 04
Se o bem, indevidamente Se o bem, indevidamente Se o bem fora transferido ao Se o bem fora transferido ao
recebido, fora transferido a recebido, fora transferido a terceiro, a título oneroso, terceiro, a título gratuito,
um terceiro, de boa-fé, e a um terceiro, de má-fé, e a estando este último de má- caberá ao que pagou por
título oneroso, o alienante título oneroso, o alienante fe, caberá ao que pagou erro o direito à
ficará obrigado a entregar ficará obrigado a entregar por erro o direito à reivindicação.
ao legítimo proprietário a ao legítimo proprietário a reivindicação.
quantia recebida. quantia recebida, além de
pagar perdas e danos.
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