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MENTAL

Vol. 1 Issue
NOV/DEZ
PT €15.50

PERFORMANCE
Neurociência & desenvolvimento

Criatividade Criatividade e Sucesso


Gestão de Conflitos
Performance Mental
Uma vida a vender ideias
PUB.
Edição nº 0
Setembro de 2021

MENTAL
PERFORMANCE Neurociência & desenvolvimento
editor's note

MENTAL
PERFORMANCE
RICARDO CARDOSO
EDITOR IN CHIEF

Maximizar o Potencial Mental para um Elevado Desempenho

"Mental Performance", é um projeto onde exploramos os fascinantes domínios da neurociência,


do desenvolvimento humano e do alto desempenho no trabalho. Num mundo em constante
evolução, nunca foi tão crucial compreender a complexidade do cérebro humano e como
podemos otimizar as suas capacidades para alcançar o sucesso.

A neurociência desempenha um papel fundamental nesta viagem de descoberta pela melhor


fórmula para o alto desempenho. Cada vez mais, estamos a desvendar os segredos do cérebro
humano, compreendendo como este processa informações, toma decisões e como se adapta a
diferentes desafios. Estas descobertas oferecem insights valiosos para aprimorar a nossa
mentalidade e capacidades cognitivas. Desde o desenvolvimento de estratégias de
aprendizagem mais eficazes até o aperfeiçoamento das nossas habilidades de tomada de
decisão, a neurociência está a abrir portas para um desempenho superior.

O desenvolvimento humano é outra área crucial. À medida que progredimos nas nossas
carreiras, é imperativo que continuemos a crescer como indivíduos. Este crescimento abrange
não apenas o desenvolvimento das nossas habilidades técnicas, mas também a nossa
inteligência emocional e social. O equilíbrio entre competências técnicas e humanas é essencial
para o sucesso no mundo laboral de hoje.

É importante salientar que o alto desempenho não significa necessariamente trabalhar mais, mas
trabalhar de forma mais inteligente. A produtividade não se mede pelo número de horas que
passamos a trabalhar, mas sim pela qualidade do nosso trabalho e pelo impacto que causamos.

À medida que mergulhamos nas páginas desta edição da "Mental Performance", convidamo-lo a
refletir sobre como pode aplicar os conhecimentos da neurociência e do desenvolvimento
humano para alcançar um alto desempenho no trabalho. Lembre-se de que o crescimento
pessoal e profissional é uma jornada contínua, e cada pequeno passo que damos na direção
certa nos aproxima do nosso potencial máximo.

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Setembro de 2021

MENTAL
PERFORMANCE Neurociência & desenvolvimento
Desempenho Mental Fomenta a
Criatividade e o Sucesso

A liderança eficaz transcende a simples gestão de recursos e tarefas. Na visão de Daniel


Goleman, célebre especialista em inteligência emocional, a chave para liderar com
sucesso reside na compreensão das emoções, tanto próprias quanto dos outros. Além
disso, a ligação entre inteligência emocional e desempenho mental é inegável. Neste
artigo, exploraremos como a perspectiva de Goleman sobre a liderança se relaciona com
a criatividade e como o desempenho mental é um fator determinante para o sucesso
nesse contexto.

A Perspectiva de Daniel Goleman sobre


Liderança e Inteligência Emocional

Daniel Goleman revolucionou a teoria da liderança ao destacar o papel crítico da


inteligência emocional. Ele identificou cinco elementos-chave da inteligência emocional:

Autoconsciência: Reconhecer e compreender as próprias emoções.


Autorregulação: Gerir e controlar as emoções, evitando respostas impulsivas.

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Motivação: Usar emoções para orientar a ação e alcançar metas.
Empatia: Compreender as emoções e perspectivas dos outros.
Habilidades Sociais: Influenciar e inspirar os outros, construindo relacionamentos
eficazes.

Goleman argumenta que líderes excepcionais possuem altos níveis de inteligência


emocional e empregam essas habilidades para criar ambientes de trabalho mais
produtivos e saudáveis.

A criatividade é uma das características mais valorizadas em líderes, especialmente num


mundo em constante mudança. Líderes criativos têm a capacidade de pensar fora da
caixa, encontrar soluções inovadoras e enfrentar desafios complexos de maneiras únicas.

O desempenho mental é o catalisador da criatividade. Quando se trata de liderança,


líderes mentalmente resilientes, focados e emocionalmente inteligentes têm uma
vantagem competitiva na promoção da criatividade nas suas equipas e na resolução de
problemas complexos.

1. Resiliência Mental: A capacidade de lidar com o fracasso e a adversidade é


essencial para a criatividade. Líderes que mantêm a calma sob pressão inspiram
confiança e proporcionam um ambiente seguro para a experimentação criativa.
2. Foco: O desempenho mental também inclui a habilidade de se concentrar nas tarefas
em mãos, bloqueando distrações. Isto permite que os líderes e as suas equipas
mergulhem profundamente em problemas e encontrem soluções inovadoras.
3. Inteligência Emocional: A compreensão das emoções próprias e dos outros é um
componente fundamental da liderança criativa. Líderes que são emocionalmente
inteligentes podem ler as dinâmicas da equipa e criar um ambiente que promova a
expressão criativa.

A liderança eficaz, na perspectiva de Daniel Goleman, requer não apenas habilidades


técnicas, mas também inteligência emocional e um desempenho mental sólido. Essas
características são vitais para promover a criatividade, que é essencial num mundo
empresarial em constante evolução. Líderes que compreendem as suas emoções,
gerenciam-nas eficazmente e cultivam um ambiente que incentiva a criatividade estão
bem posicionados para alcançar o sucesso duradouro. A inteligência emocional e o
desempenho mental são a base sobre a qual a liderança criativa floresce, impulsionando
as equipas e organizações para novas alturas.

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A criatividade na gestão de
conflitos em equipas de trabalho

Os conflitos são inevitáveis em qualquer ambiente profissional, mas a forma como são
abordados pode fazer toda a diferença no sucesso da equipa. A criatividade permite que
as equipas encontrem soluções inovadoras e construtivas para os desafios que surgem.
Em primeiro lugar, a criatividade ajuda a equipa a pensar fora da caixa. Quando um
conflito surge, é fácil cair em padrões de pensamento convencionais. A criatividade
permite que a equipa explore diferentes perspetivas e considere opções que não seriam
evidentes de outra forma. Isso pode abrir caminho para soluções não convencionais e
mais eficazes

A criatividade também ajuda a equipa a encontrar soluções que


atendam às necessidades de todos os envolvidos.

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Além disso, a criatividade promove a comunicação eficaz. Muitos conflitos surgem de
mal-entendidos ou falta de comunicação. Ao incentivar a criatividade na equipa, cria-se
um ambiente onde os membros se sentem à vontade para expressar as suas
preocupações e ideias de maneira aberta e construtiva. Isso facilita a resolução de
conflitos, uma vez que todos estão dispostos a ouvir e colaborar.

A criatividade também ajuda a equipa a encontrar soluções que atendam às


necessidades de todos os envolvidos. Em vez de adotar uma abordagem "ganha-perde",
a equipa pode trabalhar em conjunto para encontrar soluções que beneficiem todos. Isso
não apenas resolve o conflito imediato, mas também fortalece o relacionamento entre os
membros da equipa.

Além disso, a criatividade na gestão de conflitos permite que a equipa aprenda com as
suas experiências. Cada conflito é uma oportunidade de crescimento e aprendizagem. Ao
abordar os problemas de forma criativa, a equipa pode identificar as causas subjacentes
dos conflitos e implementar medidas preventivas para evitá-los no futuro.
Em resumo, a criatividade desempenha um papel essencial na gestão de conflitos em
equipas de trabalho. Ela promove o pensamento inovador, melhora a comunicação, ajuda
a encontrar soluções equitativas e permite que a equipa aprenda e cresça com as
experiências. Portanto, cultivar um ambiente criativo pode ser a chave para o sucesso na
gestão de conflitos em equipas de trabalho.

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A performance mental é um fator
determinante no sucesso.
O desempenho mental desempenha um papel crucial no caminho para o sucesso. A
mentalidade, a capacidade de concentração e a resiliência emocional são elementos-
chave que influenciam o desempenho em qualquer empreendedor. A capacidade de
definir metas claras, manter a motivação mesmo perante desafios e desenvolver
habilidades de gestão do stress são componentes essenciais da performance mental.
Aqueles que dominam esses aspetos tendem a tomar decisões mais acertadas, perseverar
em momentos difíceis e manter um foco consistente nas suas metas, pavimentando o
caminho para o sucesso nas suas vidas pessoais e profissionais.

A performance mental não se resume apenas à força de vontade, mas também à


capacidade de gerir emoções, adaptar-se a mudanças e manter a clareza mental em
situações de pressão. É a base para a criatividade, a inovação e a tomada de decisões
informadas. A performance mental está intrinsecamente ligada à saúde mental, uma vez
que o equilíbrio emocional e a resiliência desempenham um papel crucial na
sustentabilidade do sucesso ao longo do tempo.

Para além disso, a performance mental está diretamente relacionada com a qualidade de
vida. Indivíduos com uma mentalidade positiva e habilidades sólidas de gestão de stress
tendem a desfrutar de relacionamentos mais saudáveis, bem-estar emocional e físico
melhorado. A busca contínua pelo melhoria da performance mental, através da prática de
técnicas de mindfulness, meditação e treino cognitivo, pode levar a um aumento
significativo na eficácia pessoal e profissional.

Em conclusão, a performance mental é um fator determinante no sucesso, influenciando


não apenas a capacidade de alcançar metas e objetivos, mas também a qualidade de vida
e o bem-estar geral. Investir no desenvolvimento da performance mental é, portanto, uma
estratégia fundamental para aqueles que aspiram ao sucesso duradouro e à realização
pessoal.

A gestão do stress são componentes essenciais da performance mental

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MENTAL
PERFORMANCE Neurociência & desenvolvimento
Opinião

Passamos toda uma vida


a vender ideias

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Não há dia nenhum em que cada um de nós não venda algo a alguém. Não acredita?
Então lembre-se daquela vez em que foi às compras com os seus filhos e que eles
queriam levar tudo o que havia na loja… ou então quando tentou explicar ao seu colega
de casa para não deixar a luz acesa da sala sempre que sai da mesma. Ou ainda, no
seu último jantar com os amigos, onde tentou explicar porque deveriam ir passar férias
ao Vietname em vez da Tanzânia como o José Carlos tanto queria. Passamos toda uma
vida a vender ideias e nem nos apercebemos de tal. Sempre me lembro de existir uma
ligeira desadoração quando perguntam a alguém se gostariam de trabalhar na área de
vendas… ainda hoje quando converso com colegas sobre este tema, muitos me dizem
que não eram capazes de lidar com o facto de ter de “impingir” algo alguém e por isso
vendas não é para eles. Mas a verdade é que as vendas são muito mais que impingir
coisas e incomodar quem quer que seja. É vender uma emoção, uma ideia, uma forma
de alguém conseguir algo que quer. Quando tem um projeto na sua empresa que quer
implementar o que faz? Não vende a ideia ao seu chefe? Bingo! Acabou mais uma vez,
de vender algo a alguém!. A venda é sempre uma relação emocional pois temos que
entender quem está do outro lado. Entender as motivações da outra parte e qual o tipo
de discurso que deverá usar. Se quem está do outro lado é muito analítico e gosta de
ter o poder, então eu tenho que mostrar informação consistente que suporte a minha
ideia e discursar no sentido em que a pessoa decida que esta é a melhor opção. Não
sou eu que estou a dizer que é a melhor opção, mas é toda a informação que mostra
uma nova solução que aquela pessoa ainda não tinha visto e que tem o poder de
decidir se é a solução viável ou não.
Todos nós devemos ter um pouco esta consciência de venda dentro de nós. E não ter
medo de o fazer. Porque é uma missão diária tanto na nossa vida pessoal como na vida
empresarial. Teremos empresas com mais sucesso, se conseguirmos fazer com que
estas entendam a importância de saber vender ideias, de motivar pessoas… de
segmentar o discurso a cada colaborador. De vender o mesmo objetivo mas de forma
diferente.
Por isso, aceite que todos os dias vende uma ideia e construa de forma bem mais fácil o
caminho para o sucesso empresarial e pessoal!

Débora Neves
Gestora
Opinião

O sucesso
(neste caso empresarial)

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A palavra sucesso remete-me sempre para a minha adolescência e para a frase
mítica que um treinador de andebol reiteradamente verbalizava no nosso balneário.
Não a posso reproduzir de forma literal, por todo o respeito que esta publicação me
merece, mas dizia mais ou menos isto: “cuidado, o sucesso não é fiel, hoje está
contigo amanhã com o teu adversário”.
O sucesso é circunstancial, o sucesso é relativo, para mim o sucesso não é o que é
para ti, e o que é para mim hoje já não o é amanhã.
Está, pois, sempre em metamorfose.
Nas empresas, quando olhamos para o sucesso, olhamos para os resultados, e são
eles mesmos, os resultados, que materializam essa metamorfose.
E, para falar de resultados, posso falar de método, de planear, de medir, de
controlar, de errar, de voltar a planear, de voltar a controlar, de voltar a medir.
Também posso falar de Passivo, de Activo de Capitais Próprios, de Liquidez, de
Solvabilidade, do EBITDA ou até da Rentabilidade do Activo.
Há também quem trate o sucesso com outro encanto: fale de briefings, de meetings,
de brainstormings, de ter um CEO e um CFO, de assets, de start ups, de exit stages,
decline stages ou established stages, como se a forma valesse mais do que o
conteúdo!
Não vale, claramente. Há outras coisas que alteram a nossa sensibilidade e hoje,
olhando para o Mundo, para o país ou para os meus filhos, os resultados que
traduzem o sucesso na minha empresa são irremediavelmente diferentes.
Claro que queremos gerar valor - o conceito de valor é que se sublimou:
1 – Queremos gerar valor, muito valor se possível, e que esse valor seja distribuído
pelos nossos colaboradores.
2 – Queremos gerir suscitando bons sentimentos, desenvolver talentos, promover
autonomia, envolver nos resultados, que normalizem o erro com o intuito de podermos
vir a comemorar juntos.
3 – Queremos que os outros, os clientes, os fornecedores, os parceiros, sintam
confiança quando falam connosco.
4 – Queremos gerar empatia, dentro e fora, queremos que gostem de nós e que nós
gostemos uns dos outros.
5 – Queremos perceber que fazemos parte de um território e que queremos valorizá-
lo assumindo a nossa responsabilidade social.
6 – Queremos muito Incluir, queremos muito inovar socialmente, queremos ter
connosco essencialmente os que estão preparados, e outras vezes prepará-los, sem
preconceitos, raciais de identidade de género ou opção sexual.
7 – Queremos acordar diariamente com essa cultura enraizada. Sim, estou a falar de
empresas, neste caso da empresa que almejo conseguir ter.
Estamos a caminho do sucesso e, acredito eu, também da felicidade.
E sim, a felicidade, aparece aqui à boleia do sucesso, mas de uma coisa tenho
certeza: uma e outra são igualmente circunstanciais, relativas e quase sempre
imensuráveis. Haverá sempre coisas novas para construir.

Pedro Violante
Gestor

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Opinião

Chegar ao topo
na actividade física

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Esta é uma questão que, para ser respondida em toda a sua dimensão, depende do
conceito e da definição que cada um dará ao que é a actividade física e o que é o topo
da mesma. Aqui, se me permitem, respeitando as múltiplas opiniões, vou tentar unificar a
referida interpretação como sendo o alcançar do objectivo de cada um. Certamente,
todos temos objetivos a atingir quando nos propomos a algo e a prática da actividade
física não será excepção. Não teremos todos os mesmos objetivos mas, acredito eu, o
alcançar do objetivo de cada um terá o mesmo impacto, seja ele perder peso, ser mais
saudável, sentir-se mais bonito, sentir-se mais confiante, ter uma melhor performance
profissional, … A questão que se coloca é: como conseguirei lá chegar? A resposta
poderá ter uma abordagem mais simples ou mais complexa e detalhada. Pelo limite de
palavras que me deixaram terei de optar pelo desafio da mais simples mas, nem por isso,
menos completa… Como em qualquer área da nossa vida, o sucesso não se obtém devido
a um fator isolado mas sim a uma combinação de vários que contribuem em conjunto
para o resultado final. Ninguém atinge o objetivo a que se propõe apenas por ter
isoladamente um fator favorável, seja ele o ADN , o apoio, as condições, a força de
vontade ou até mesmo a disciplina adequados. Do que me vale o ADN se não me
esforço? Do que me vale a disciplina se não tenho as condições? Do que me vale a força
de vontade se não tenho o apoio de que preciso? Acredito sim que, não deixando de
respeitar o padrão, somos seres únicos e, como tal, com necessidades e condições
únicas. É, por isso, fundamental que haja uma interpretação completa e holística de cada
pessoa, pois só assim poderemos proporcionar os estímulos adequados para alcançar o
objetivo, ou seja, o topo.
Em jeito de conclusão eu defendo que todas as áreas das nossas vidas contribuem para
quem nós somos e, como consequência, contribuirão para o nosso sucesso, ou não, na
área da atividade
física. Como fatores mais importantes destaco o ADN, o motivo que nos move, a
disciplina, a resiliência, o saber aproveitar as oportunidades que nos surgem e, apesar
de acreditar nas excepções à regra, a ajuda de que todos precisamos
para chegarmos ao sucesso. Por fim, para quem não acreditar em nada do que foi
escrito anteriormente, pode sempre tentar a sorte, mas… ao jeito de Ralph Emerson
“Acredito muito na sorte. Quanto mais trabalho mais sorte pareço ter.”

Luis Adriano Lagos


performance Coach
Opinião

“Zero calorias”
Escolher um padrão alimentar com base no valor calórico dos alimentos é algo que, na
minha opinião, deve ser moderado, ou pelo menos, explicado. A caloria é uma unidade
de medida de energia e alimentos com o mesmo valor calórico podem ter mais ou menos
nutrientes. 100 quilocalorias de bife de frango ou de batata-doce têm composições
nutricionais diferentes e um efeito distinto no nosso corpo. É inegável que o valor
calórico dos alimentos contribui para flutuações de peso, apesar disso, o foco e a
premissa de “quanto menos, melhor” torna-se muito confuso e até um pouco
problemático.
Um alimento designado como saudável significa que é bom para a saúde. Logo, igualar o
conceito de “calórico” ao de “saudável” torna-se pouco lógico. Afirmar que um alimento
“zero calorias” é mais saudável do que o mesmo, na sua versão original, nem sempre é
correto. A composição em fibra, proteína, gordura, hidratos de carbono, água, vitaminas
e minerais não deve ser esquecida, na realidade são esses os nutrientes que nos
alimentam.
Na hora da escolha, olhar para os rótulos e compreendê-los é importante, mas mais
ainda é pensar nos alimentos que nos saciam, que nos sabem bem, que o corpo precisa e
que não rejeita, e que nos dão conforto…em vários níveis, até digestivo.

Beatriz Ferreira
Nutricionista

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Opinião

Roupa com um
design minimalista e exclusivo

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O nome Mental Performance foi escolhido cuidadosamente para reflectir os valores que
queremos transmitir através da marca.
Acreditamos que a mente humana é uma ferramenta poderosa e muitas vezes
subestimada, mas capaz de alcançar resultados surpreendentes.
Queremos encorajar os nossos consumidores a explorar o seu potencial e alcançar um
alto desempenho em todas as áreas das suas vidas.
Esta não é apenas mais uma marca de roupa, assume a responsabilidade de redefinir um
estilo de vida.
Nestes moldes a criação ultrapassa a simples venda de um produto, tem um propósito
agregado.
A moda torna-se apenas um veículo para promover o desempenho mental.
As roupas são desenvolvidas para para oferecer conforto, estando aliadas a um design
minimalista e exclusivo.
O objetivo é criar uma identidade visual única.
Em suma, a Mental Performance é uma marca de roupa que vai muito além do
superficial.
Queremos ser uma fonte de inspiração e apoio para os nossos consumidores.
Ajudando-os a alcançar o seu potencial mental e físico, promovendo uma mentalidade
saudável e uma moda responsável.
Convidamo-lo a juntar-se a nós nesta viagem de crescimento mental e alcançar todo o
seu potencial.

Ana Pão
Design Moda
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Setembro de 2021

MENTAL
PERFORMANCE Neurociência & desenvolvimento
entrevista

Ricardo Graça
(fotojornalista)
A neurociência refere a criatividade como sendo a expressão das várias
experiencias vividas, para ti o que é a criatividade?

É um parto sem sexo? É a grande expedição pelo novo? É uma espreitadela inadvertida
pela construção do que está para nascer? Também pode ser Deus, ou o acaso, ou algum
algoritmo cósmico criado por uma tribo de extraterrestres com o intuito de se rirem
connosco a falhar. Não, já sei, é o coito entre a soma de várias experiências vividas e
sabidonas que se juntam numa ménage tórrida em quarto de motel barato forrado a
veludo roxo e a cheirar a pecado, com um sensualão naco tórrido de trabalho e uma
escultural e fresca imprevisibilidade. Bom, é o que a neurociência diz e acabou-se!

Quem é o Ricardo Graça, será um artista?

Só se não puder trabalhar! - Calma artistas, estava a brincar! Artista nunca será porque
é fraco de cabeça para isso. Eu diria que esse senhor é o fruto de uma fraca cultura
contraceptiva e uma tesão imparável entre antípodas, calhou ser detentor de uma
estrutura óssea que lhe permite falar com artistas… ministros, narigudos, pançudos,
desalinhados, carneiros, tecnicistas, activistas e sapateiros!

Ser fotógrafo sempre foi uma convicção ou aconteceu por um acaso?

A verdade é que tremia demasiado das mãos para prosseguir a carreira como
neurocirurgião e ainda tenho um bocadinho grande de calão encrustado na alma para
trabalhar como as pessoas, além disso tenho a imensa convicção que são os acasos que
nos guiam pela aventura da existência, só que, no meu caso, os acasos são ambliopes.

Lembro-me do Ricardo Graça ser um jogador de andebol criativo, um músico


apaixonado, na tua adolescência já eras preenchido pela criatividade? O que te
faz ter essa inquietude?

O senhor toma memofante, não toma? Na verdade, “há sempre qualquer coisa que está
pra acontecer, qualquer coisa que eu devia perceber. Porquê, não sei. Porquê, não sei
ainda”. Hoje é uma espécie de necessidade natural, seja ela uma coisa boa ou má, fiz
muito pouco para a merecer. Na adolescência, como muitas outras coisas, não me
recordo bem! Gosto de pensar que sempre fui mais ou menos como sou mas às tantas
sofri, e sofro, de evolução, como qualquer outra pessoa. Tu queres ver que às tantas até
sou humano?! A inquietude é uma patologia crónica, no meu caso consiste em acreditar
que noutra situação é que vai ser como deve ser, sabendo que se lá chegar, outra
situação se atravessará na sua época de acasalamento e os cães que vivem no meu
sótão ficarão a abanar a cauda e prontos para correr desalmadamente atrás.

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Já pertenceste a uma revista cultural a “Preguiça Magazine”, agora ao “Café
Central”, sentes que a cultura é uma forma de intervenção social?

Sinto que a força do bem é a verdadeira forma de intervenção social. A cultura é uma
de muitas possibilidades. Mas sim, se considerarmos cultura aquilo que fazemos e
fizemos, acredito que ela é uma força do lado certo para mostrar outras realidades,
para incluir e aproximar pessoas e universos, para educar para a riqueza da diferença,
para fomentar a criação, a beleza, a partilha, o sentimento de pertença, de comunidade
e todas aquelas homilias sociais que devíamos professar. “ Pensa globalmente, age
localmente” era uma frase grafitada algures pela cidade quando éramos novos, às vezes
as coisas pintadas nas paredes ecoam para sempre!

Esta tua pro-atividade é respeitada pela sociedade ou sentes que é apenas


apreciada por um grupo restrito de pessoas, mais próxima de ti.

As notícias sobre a minha pro-atividade são manifestamente exageradas! Vivemos em


bolhas onde somos todos mais ou menos iguais, lidem com isso, não sei o que acham os
meus caros concidadãos habitantes de outras bolhas mas, pela minha conta bancária,
presumo só ser respeitado pelas pessoas mais próximas e, mesmo assim, nem todas! Mas
estou pronto para não ser respeitado por ninguém, desde que seja respeitado por mim!
Chupa Gustavo Santos!

São estes valores morais e sociais que tentas ensinar aos teus filhos? Estimulas a
criatividade social neles?

Não sei. Se o faço não o faço de uma forma consciente, nem problematizo muito à volta
disso. Presumo que eles a absorvam através do nosso tipo de vida, conduta e forma de
estar. Em relação aos valores morais e sociais tentamos que eles tenham a visão certa
sobre as coisas, como todos os pais como deve ser devem ser E fazemos por os imprimir
neles. E sei que são esses valores que nos vão (aos pais) representar quando os miúdos
baterem contra a vida e todas as suas decisões e decisõezinhas, porque nós não
estaremos lá, só lá estarão as nossas vozes a dizer: olha que…

Como é o Ricardo Graça enquanto pai e enquanto marido, criativo? Hahaha!

Enquanto marido, sim. A minha outra parte está-me sempre a dizer: Ricardo, mas o que é
que é isso? Tu ainda te vais magoar com essas acrobacias, Ricardo! Enquanto pai
também! sou uma espécie de trapezista mas tenho um mantra que me serve de rede e
que me fez percorrer com distinção estes nove anos de parentalidade: Já se têm filhos
há milhares de anos, não vou ser eu a dar cabo desta porra!
entrevista

“Tu queres ver que às tantas até sou humano?! “


Como estimulas a imaginação dos teus filhos?

Através do humor, talvez existam estimulantes melhores, mas é o que tenho. Também os
alimento e dou-lhes tecto, amor, educação, acesso a informação e formação mas onde
me distingo mesmo é na bola vermelha no nariz, e no nariz por si só.

Sentes que a nossa “escola de hoje” limita a criatividade e o futuro


empreendedorismo das crianças?

Sinto que a escola de hoje, para as aulas de música, mantém a mesma flauta vinda de
um saquinho de plástico verde, acoplada a um piaçaba fininho para limpeza. Sinto que
há exercícios para os mais pequenos onde se pede para pintar com a cor da pele e que
tenho de andar a dizer aos miúdos que cor de pele não existe. Sei que o professor, esse
“segredo” para um mundo melhor tem perdido importância social, ou, melhor dizendo, ele
não a tem perdido, nós, sociedade, é que lhe temos atribuído menos e sei que isso é um
verdadeiro problema. Isto tudo para dizer que, mais que as instalações, os programas, a
estratégia, a tecnologia, (embora tudo isto seja importante, claro) o maestro da coisa faz
toda a diferença.

Que tipo de presentes ofereces aos teus filhos? Objetos, experiências…

Ofereço-lhes regularmente um grande presente que eles, se calhar, só mais tarde irão
valorizar, mesmo que não o assumam, o exemplo. Também lhes oferecemos algum lixo de
plástico mas não é tão trendy, nem tanto do nosso agrado!

Quais são as recordações que queres deixar aos teus filhos?

Todas valem. Quero ver se deixo mais das boas do que das más, mas sei que nenhuma
vida se faz só com boas recordações. Se a pergunta é como é que eles me vão recordar
se eu algum dia por acaso falecer, quero que me vejam como um bom ser humano que
andava sempre a tentar ser melhor e que conseguiu até onde podia.

Sentes que os teus pais te influenciaram na forma de veres a sociedade e te


desassossegaram para seres um ser “Socialmente Consciente”?

Nem por isso. Sinto que sou mais um produto dos amigos, do que fui vivendo e das
circunstâncias com que me fui deparando. Dos meus pais veio este corpo de deus grego
e esta carinha de anjo que, parecendo que não, influencia sempre bastante mas mais na
forma como os outros me vêem do que como eu vejo o outro.

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MENTAL
PERFORMANCE Neurociência & desenvolvimento
comida & bebida

Onde a alta performance acontece !

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Um pouco fora da cidade de Leiria, encontra-se o misterioso "Café dos Ferreiros", um
lugar verdadeiramente único onde a gastronomia combina com a terapia numa
experiência que desafia todas as expectativas. Este restaurante não é apenas um lugar
para desfrutar de uma refeição deliciosa, mas também um palco onde os colaboradores
desempenham papéis de personagens numa performance emocional que quase
transforma o jantar numa sessão de psicodrama.
Ao entrar nos "Ferreiros", os clientes são recebidos por uma equipa de pessoas
altamente treinadas para se apresentarem como personagens fictícias. Cada
personagem tem uma história e uma personalidade distinta, interagindo com os clientes
de uma maneira que desafia e envolve as emoções. Pode ser um simples empregado de
mesa que representa um indivíduo há procura do seu grande amor, ou simplesmente
nesse dia resolve representar um empregado revoltado com a vida.
A experiência começa quando os clientes escolhem os seus pratos e instalam-se nas
mesas. À medida que a refeição avança, os personagens começam a revelar as suas
histórias pessoais e dilemas emocionais. Às vezes, essas histórias refletem temas
universais, como amor, perda, esperança e superação. Noutros momentos, as
personagens podem envolver os clientes em situações que desafiam as suas próprias
crenças e experiências de vida.
Os clientes não são meros observadores; são convidados a participar na narrativa,
explorando as suas próprias emoções e reflexões. À medida que a noite avança, o
restaurante transforma-se num espaço de expressão emocional e descoberta pessoal. As
conversas entre os clientes e as personagens podem ser profundas e impactantes,
levando a insights e conexões emocionais genuínas.
A gastronomia servida nos "Ferreiros" é igualmente impressionante. O chef cria pratos
cuidadosamente elaborados que não apenas satisfazem o paladar, mas também
complementam a experiência emocional. Cada prato é uma obra de arte culinária que
reflete os temas e as emoções da narrativa em andamento.
No final da refeição, os clientes têm a oportunidade de compartilhar as suas próprias
experiências e reflexões com todos aqueles que permanecem no espaço. É um momento
de encerramento e integração, onde as emoções são processadas e as conexões são
fortalecidas.
Os "Ferreiros" é mais do que um simples local para jantar; é um lugar onde a
comida, a psicologia e a emoção se unem de maneira única. Aqueles que se aventuram
a entrar neste mundo de personagens cativantes e histórias emocionais saem com mais
do que uma barriga satisfeita; saem com uma experiência transformadora que os faz
refletir sobre as suas próprias vidas. Este restaurante desafia os limites do que é
possível fazer numa refeição e oferece uma jornada emocional que permanece na
memória por muito tempo depois das luzes se apagarem.

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MENTAL
PERFORMANCE Neurociência & desenvolvimento
organizações

A Criatividade como Motor


da Inovação Sustentável

Amy L. Kristof-Brown
Universidade de Iowa, IowaCity, Iowa
A interseção entre criatividade e sustentabilidade é um tópico relevante e cativante no
mundo contemporâneo. Ambos os conceitos desempenham papéis cruciais na busca por
um futuro mais próspero e equilibrado. A professora Amy Kristof Brown, uma
especialista de renome em educação e sustentabilidade, oferece uma visão
esclarecedora sobre como a criatividade pode impulsionar soluções sustentáveis num
mundo cada vez mais desafiante.
Amy Kristof Brown, doutorada, é uma investigadora e educadora que dedicou a sua
carreira à promoção da sustentabilidade através da educação. Ela acredita que a
criatividade é uma ferramenta poderosa que pode transformar a maneira como
abordamos os desafios ambientais, económicos e sociais de hoje. Neste artigo,
exploraremos a opinião da Professora Brown sobre a relação entre criatividade e
sustentabilidade.
A Criatividade como Motor da Inovação Sustentável
Segundo a Professora Brown, a criatividade desempenha um papel fundamental na
busca por soluções sustentáveis. Ela argumenta que a capacidade de pensar de forma
original e encontrar abordagens inovadoras para os problemas é essencial para
enfrentar os desafios globais, como as mudanças climáticas e a escassez de recursos
naturais.
A criatividade permite que as pessoas pensem "fora da caixa" e desenvolvam soluções
que podem reduzir o impacto ambiental, melhorar a eficiência energética e promover a
equidade social. A inovação sustentável, de acordo com Brown, requer uma mentalidade
criativa que esteja disposta a questionar o estado atual das coisas e a explorar novos
caminhos.
A Educação como Fomentadora da Criatividade Sustentável.
Amy Kristof Brown argumenta que a educação desempenha um papel fundamental na
promoção da criatividade sustentável. Ela enfatiza a importância de incorporar a
sustentabilidade no currículo escolar desde cedo. Isso não apenas aumenta a
consciencialização dos alunos sobre questões ambientais, mas também os inspira a
encontrar soluções criativas para esses problemas.
A professora acredita que os educadores têm a responsabilidade de nutrir a criatividade
dos seus alunos, encorajando-os a questionar, experimentar e colaborar em projetos
relacionados à sustentabilidade. Ela argumenta que, ao fazer isso, estamos a preparar a
próxima geração de líderes e inovadores capazes de abordar os desafios globais com
pensamento criativo. Criatividade e Empreendedorismo Sustentável
Além disso, Amy Kristof Brown destaca o papel vital do empreendedorismo sustentável
na transformação de ideias criativas em ações concretas. Ela argumenta que os
empreendedores podem desempenhar um papel significativo na promoção de práticas
de negócios mais sustentáveis.

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Brown observa que os empreendedores criativos frequentemente encontram maneiras
inovadoras de produzir bens e serviços que minimizam o desperdício, reduzem o
consumo de recursos e promovem a responsabilidade ambiental. Eles também podem
criar modelos de negócios que incorporam princípios éticos e sustentáveis desde o início.
Conclusão
A visão da Professora Amy Kristof Brown sobre a criatividade e a sustentabilidade é
inspiradora. Ela lembra-nos que a criatividade não é apenas uma qualidade desejável,
mas uma ferramenta essencial na construção de um futuro sustentável. Através da
educação, do empreendedorismo e da inovação, podemos aproveitar o poder da
criatividade para abordar os desafios globais de forma eficaz.
Portanto, é crucial que a sociedade como um todo, juntamente com os formuladores de
políticas, as instituições educacionais e as empresas, reconheçam a importância da
criatividade e da sustentabilidade em conjunto. Seguindo o exemplo da Professora
Brown, podemos criar um mundo mais sustentável, onde a criatividade seja uma força
motriz na busca por soluções inovadoras e equitativas para os desafios que
enfrentamos.

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Edição nº 0
Setembro de 2021

MENTAL
PERFORMANCE Neurociência & desenvolvimento

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