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Todavia, a criação efetiva da magistratura do censor é apenas apontada para o século 443 a.c.
pela maior parte da doutrina, nomeadamente pelos Professores Eduardo Veracruz, João de
Castro Mendes. Contudo, a efetividade na sua identidade foi apenas consagrada no séc 367 a.c
com a implantação da res publica, o período áureo das magistraturas.
Esta figura do censor era eleita nos comitia centuriata pelo período de 18 meses desde a Lex
Aemilia de censura minuenda de 434 a.c, sendo esta uma magistratura maior, ordinária, e não
permanente, ou seja, os titulares do cargo não exerciam funções continuadas.
Desta forma, é crucial ter em conta que a censura, embora se caracterizasse como uma
magistratura maior era desprovida do poder de imperium, logo um poder soberano e ilimitado.
Por isto, questiona-se de que modo é que o censor, desprovido deste poder, poderia exercer
tamanha influência nos restantes magistrados e na própria moral publica?
Este elevado controlo de conduta exercido pelo censor acabou, mais tarde por evoluir para os
cargos das magistraturas e dos senadores, sendo este o alicerce do tema que decidi expor, a
manipulação das restantes magistraturas pelo censor e o próprio controlo da corrupção.
Entre vários casos relativos aos magistrados de que há informação, podemos destacar alguns
como o de alguns magistrados exercerem arbitrariamente o poder de vida ou de morte que lhe
foi conferido …
Por outro lado, há de igual modo informações relativamente ao abuso do exercício do ius
agendi com populus para propor leis nocivas ou revogar leis benéficas. Mais especificamente,
descreve-se que os censores M. António e L. Flanco expulsaram Durónio do Senado, porque
enquanto tribuno da plebe havia revogado uma lei aprovada para limitar o dinheiro gasto em
banquetes, sendo este um abuso de poder já que foi estabelecido para benefício próprio do
magistrado, Durório
Em primeiro lugar, os censores na perceção dos diversos delitos atribuam, por norma, a
possibilidade de um debate contraditório, denominado de causa cógnita, para que o cidadão
acusado se pudesse defender. (LER THEODOR MOMMSEN LE DTRIOT IV P36). Acredita-se que
este processo tenha sido modelado como um processo de primeira instância da justiça popular.
No qual se facultava a cada cidadão a defesa que terminaria num julgamento de consciência,
discricionário, proferido pelos Censores, que apresentavam total arbitrariedade, já que este
processo não se encontrava previsto na lei, na punição dos indivíduos.
Mais tarde no fim da república, este processo acabou mesmo por adquirir uma maior
formalidade ao ser estabelecido que estas deliberações deveriam ser realizadas por ambos os
censores, já que este era um órgão colegial e que assim se poderiam estabelecer decisões mais
justas, e realizado segundo um processo de acusação.
Em primeiro lugar, estabelecia-se a acusação que era formulada por um terceiro (accusatio) e a
defesa era assistida por um conselho, mais tarde dava-se a citação dos factos(vocatio), a
organização da quaestio, falamos de uma contraposição de argumentos, a discussão e provas.
Posteriormente o caso era deliberado pelos censores e procedia-se à senrença.
Após este debate e respetiva punição, os censores poderiam limitar-se a uma admoestação,
logo uma reprimenda pelo comportamento inadequado do cidadão através de uma nota
indicativa da situação por meio de um comum acordo estabelecido. Ou a esta nota adicionar-
se-ia este nome à lista de cidadãos, cavaleiros ou até mesmo do próprio senado.
Neste sentido, caso estes cidadãos fizessem parte do senado então seriam expulsos e a esta
nota seria adicionada esta respetiva situação, tal como podemos percecionar pela declaração
de Tito Livo que escreveu “Dentro da memória dos nossos pais diz-se ter surgido o costume
que o censor devia juntar a nota ao nome dos que haviam sido expulsos do senado”
Esta nota tinha duração até ao lustrum, um termo romano para purificação. Exceptuando-se
os casos de possível rescisão dos magistrados quando esta era formada por uma condenação
criminal ou confissão de um crime,
a
negligencia dos agentes subalternos do Estado no cumprimento dos seus deveres o cidadão
Caio Ateio, um homem honrado e distinto que foi estigmazado
Deixar corromper
de utilizar o ius agebdi com populus para propor leis nocivas ou revogar leis benéficas
Casos
Como funcionava o apuramento da honorabilidade
Como funcionava nos senadores
TESE
OPINIÃO
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De um modo inicial, é crucial destacar que, no período da República em Roma, as
magistraturas refletiam, na sua totalidade, o princípio de divisão de poderes e de sua execução
em prol da comunidade. Contrariando em grande medida a centralização desse poder numa
única figura, como ocorria anteriormente com o rex, as magistraturas estabeleceram uma
estrutura de descentralização do poder.
Contudo, a efetiva criação desta magistratura é geralmente atribuída ao século 443 a.C., com
sua consolidação durante a implementação República, por volta de 367 a.C, tal como é
destacado por grande parte da doutrina, nomeadamente, pelos Professores Eduardo Vera Cruz
e João Castro Mendes. Posto isto, a eleição do censor ocorria nos comitia centuriata, por um
mandato de 18 meses desde a Lex Aemilia de Censura Minuenda de 434 a.C., sendo instituída
como uma magistratura maior, ordinária e não era permanente, logo, os titulares deste cargo
não exerciam funções de forma continuada.
Assim, é fundamental denotar que, apesar de a censura ser uma magistratura maior, esta
carecia do poder de imperium, um poder soberano e ilimitado. Por isto questiona-se como
poderia uma magistratura, desprovida de um poder de tamanha importância, estabelecer
influência nos demais magistrados e na moral pública?
Mais tarde, este controle de conduta acabou por evoluiu para os cargos das magistraturas e
senadores, sendo este o alicerce do tempo que pretendo abordar: Falamos da manipulação das
magistraturas pelo censor e o respetivo controle da corrupção.
Entre os diversos casos de que há informações, merecem destaque. Por um lado, um caso em
que magistrados, detentores de cargos de elevada importância, exerciam arbitrariamente o
poder de vida ou morte que lhes foi conferido. Por outro lado, também há informações acerca
de casos como de abuso do exercício do poder de ius agendi com populus para propor leis
prejudiciais ou revogar leis benéficas. Mais especificamente, relata-se que os censores M.
António e L. Flanco expulsaram Durónio do Senado, pois, enquanto Tribuno da Plebe, havia
revogado uma lei aprovada para limitar os gastos em banquetes, configurando-se como um
abuso de poder estabelecido para benefício próprio do magistrado, Durório.
Dessa forma, evidenciamos a extrema importância do censor não apenas na identificação dos
desvios de honorabilidade entre os diversos cidadãos, mas também na luta contra a corrupção
nas magistraturas e no próprio senado, visto que esse papel visava preservar a moralidade
pública. Questionando-se de que modo realizaria o censor este combate que visava
preservação dos valores e da moralidade pública, sendo essenciais para a sustentação
do tecido ético da República."
O combate à corrupção e aos desvios de conduta era realizado, em grande medida, por meio
da avaliação dos censores sobre os delitos cometidos pelos cidadãos. Este processo incluía um
debate contraditório, conhecido como causa cognita, que proporcionava ao acusado a
oportunidade de se defender. Acreditando-se que este processo se assemelhava a uma
instância inicial da justiça popular.
Inicialmente, a revisão da lista do Senado não acontecia, visto que os assentos senatoriais
eram vitalícios na altura do rex e das gentes e no início da res publica. Apenas em caso de
morte eram atribuídas as vagas que ficavam liberta, algo que se manteve até o seculo IV.
Contudo, com a realização do Plebiscito Ovínio em meados do século 312 a.c esta questão
altera-se.
Este plebiscito atribuiu aos censores um poder de escolha dos senadores por meio da revisão
da, estabelecendo, de igual modo, princípios de escolha. Falamos dos ex omni ordine, logo, as
ordens de magistrados. Já que era um facto incontestado que um dos meios de alcançar o
senado era ter exercido um cargo de magistraturas.
Contudo, cabia aos censores eleger entre estes os melhores homens, sendo os indignos
removidos. Conferindo importância à nota censória que contrariava o carater vitalício dos
assentos senatoriais ao estabelecer uma lista do senado, que era revista pelos mesmos e,
portanto, valia apenas até à feitura de uma nova
Detes modo entende-se que este plebiscito visava restringiur a kiberddae dos magistrados
encarregues de reevr a lista dos senadores que a partir deste passam a ser os censores.
Estabeleceu categorias de cidadãos sobre os cais poderia recair a escolha.
Posto isto, imporá entender que os senadores eram votados pelo povo, nos comitia
centuraiata, cabemdo apenas a revisão da lista aos censores
Inicialmente, a revisão da lista do Senado não acontecia, visto que os assentos
senatoriais eram vitalícios na altura do rex e das gentes e no início da res publica.
Apenas em caso de morte eram atribuídas as vagas que ficavam liberta, algo que se
manteve até o seculo IV.
No entanto, com a instituição do Plebiscito Ovínio, por volta do ano 312 a.C., esta
realidade sofre uma alteração significativa. De facto, este conferiu aos censores a
possibilidade de escolha dos senadores por meio da revisão da lista do Senado.
estabelecendo, de igual modo, os princípios orientadores de revisão e escolha.
Referimo-nos, concretamente, aos ex omni ordine, ou seja, indivíduos provenientes de
todas as ordens de magistrados. Tendo em conta que era ponto pacífico que uma das
vias para aceder ao senado era através do exercício de funções magistrais.
um dos meios para aceder ao Senado passava pelo exercício de cargos magistrais.
Ora, até ao presente momento, têm sido considerados as vias de revisão da lista
senatorial; entretanto, o significado intrínseco desse processo ainda não foi
minuciosamente esclarecido. Nesse ínterim, torna-se imperativo aprofundar a
compreensão acerca da substância subjacente a este conceito."
Embora a missão primordial dos censores não fosse a erradicação direta da corrupção,
sua atuação na preservação da ordem moral e na promoção da virtude cívica conferia
implicações profundas, contribuindo, assim, de forma indireta, para a salvaguarda da
integridade social e, por conseguinte, para a mitigação dos efeitos nocivos da
corrupção.
salvaguarda dos princípios morais e sociais que sustentavam a essência da
sociedade. A despeito de sua função específica não ser centrada explicitamente
na erradicação da corrupção, as atribuições que abarcavam o censo
populacional, a classificação estratificada dos cidadãos e a supervisão da
moralidade coletiva, conferiam aos censores um papel transcendental na
manutenção da integridade social.