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Meu Casamento de Mentirinha - Aline Damasceno
Meu Casamento de Mentirinha - Aline Damasceno
L.A. Creative
Diagramação
Katherine Salles
Livro Digital
1ª Edição
Aline Damasceno
possessivo não contava que desejaria mais e mais que aquele casamento de
mentirinha se tornasse real, e que Isis fosse sua mulher para sempre!
Capítulo Um
longos com tanta força que tive que dar um pequeno passo para trás para
não irmos ao chão. Mais firme, abracei-a de volta, sentindo o cheiro doce
apressado.
Fazendo beicinho, fitou-me com os seus olhos azuis que tinham feito
o maior magnata da Grécia decidir que ela seria dele assim que os viu.
disfarçar.
— Uma semana é muito tempo para ficar sem ver a sua mãe, Aquiles
— emitiu um suspiro profundo —, fora que nesse tempo todo você não me
movimentos.
— Isso não é desculpa, filho, poderia ter tirado alguns minutos no seu
dia para me ligar — ralhou, dando tapinhas nas minhas bochechas, algo que
ela sempre fazia. Fez uma pausa, dando um suspiro, antes de continuar. —
Fora que a sua assistente pessoal me disse que você já tinha voltado dois
dias atrás.
Minha assistente não era proibida para mim apenas por ser a minha
funcionária há mais de dois anos, mas também por ela ser comprometida
com um bosta qualquer que não tinha a mínima intenção de conhecer. Era
cobiçá-la para mim, de querer mais do que tudo ter as suas pernas
obrigados a fazer juntos, muito menos de sentir ciúmes dela por ter outro
neutro:
perceptiva e curiosa, e sua expressão me dizia que ela já havia me lido mais
do que gostaria.
Merda!
Arqueei a sobrancelha.
— Mesmo?
azuis cintilavam. —Fico feliz que pelo menos você dá satisfação a alguma
mulher, filho.
Um calafrio percorreu toda a minha coluna com a implicação das suas
palavras e Agatha sorriu maliciosamente para mim. Dessa vez, tive que me
conter para não soltar os palavrões que estavam na ponta da minha língua.
Tudo o que consegui fazer foi me virar na direção dele, com o cenho
franzido, tentando decifrar sua fala. Por que raios eles me pressionariam?
embora nos negócios ele seja tão rígido quanto eu. Além de extremamente
mas possessivo, que, como sempre, ela retribuiu, enlaçando o seu pescoço.
corpo dela.
Como isso era demais para mim, passei por eles e fui me sentar na
milhões fez com que eu sorrisse. Não havia nada que eu gostasse mais do
que a chance de aumentar meu patrimônio. Bem, havia algo que eu poderia
vir a gostar mais e isso envolvia uma loira de olhos azuis nua e…
— Como foi a viagem, filho? — meu pai perguntou em um tom
presidente, como uma rainha, enquanto Kaius estava de pé, acariciando seus
ombros, como se fosse o seu vassalo. E ele era. Eternamente. Meu pai não
ela. Não foram poucas as vezes que tinha escutado um longo sermão sobre
— Ótimo!
Minha mãe bateu palminhas entusiasmada, mas logo a sua
chata, além de ser mimada e não conseguir aceitar bem uma rejeição. Ela
tinha tentado de tudo para me seduzir nas festas que fui obrigado a
participar, porém nunca tive o mínimo interesse por ela, e, se for honesto,
por nenhuma outra mulher, por mais bonita que fosse. Queria Isis, apenas
ela.
— Sabe quem ela é? — perguntou minha mãe .
— Nada que você também não tenha, tem mais até do que ela —
disse suavemente.
hoje — murmurou. Apesar de ser uma mulher extremamente rica, ela era
orgulhosa dos seus feitos. — Com apenas uns stories, ela fez com que
algumas pessoas influentes cancelassem os contratos conosco, fora que as
assim.
— Não, não mesmo. — Desfez o nosso aperto e moveu a mão de
fixamente.
Engoli em seco, e voltei minha atenção para a mulher espalhafatosa.
— Você!
Capítulo dois
— Não fale com a sua mãe dessa forma, Aquiles — Kaius foi severo
Parei e encarei meu pai, que mantinha uma mão firme sobre o ombro
da minha mãe, ostentando a mesma expressão determinada em sua face.
Não deveria estar chocado com essa resposta. Meu pai sempre
— Estamos mais do que cientes disso, já que faz tempo que não nos
ninguém.
Deu de ombros.
dinheiro para seduzir as mulheres como muitos faziam — não iria admitir
em voz alta o meu celibato por conta da minha fixação por Isis; era pessoal
demais.
— Está mais do que na hora de você começar a construir a sua
— Muitos deles, correndo pela casa, fazendo bagunça… Sabe que eu não
Engoli em seco. O sonho dos meus pais sempre foi ter uma casa cheia
demais, e ter uma segunda poderia ter sido fatal para ela e o bebê. Só não
apaixonar e casar com a mulher que venha a amar, porém, depois de tentar
viril… — Bateu seus dedos sobre a mesa, impaciente, e eu fiz uma careta
com o uso da palavra "viril". — Também acho que deve ter puxado algo do
Estendeu a mão para ele que, com um olhar malicioso, pegou os dedos finos
comentário a respeito sobre o quão mestre nas artes da sedução meu pai era.
mão ao peito como se eu houvesse lhe dado um susto, apenas para sorrir
logo depois.
uma esposa…
Eu engasguei com a sua fala, sem acreditar naquilo que acabou de
dizer.
supermercado.
perigoso.
seu discurso:
dissesse que não tinha nada a ver com aquilo, mas também não faria nada
para impedir minha mãe.
Loucos!
— Você pode ler todas as informações aqui. — Pegou um envelope e
o estendeu para mim quando viu que estava desatento. — Tem fotos
também, caso você não as reconheça pelo nome.
Para quem havia se casado por amor, minha mãe estava abordando o
assunto de maneira bastante cínica e fria. Poderia esperar isso de mim, mas
— Mesmo?
Sua expressão era ardilosa. O sorriso e o brilho em sua expressão
indicavam que ela tinha calculado a minha reação e que o objetivo dela era
Euforia se espalhou pelo meu corpo, e não era por que ela finalmente
havia conseguido uma videoconferência com o milionário escorregadio,
mas, sim, por ela. A sensação aumentou ao imaginar seus olhos azuis
brilhando de diversão enquanto um sorriso suave se formava em seus lábios
cheios e rosados, boca que queria tocar com a minha, descobrindo se era tão
gostosa como aparentava.
Comecei a ficar ofegante, porém tentei me dominar a tempo para não
cadenciada.
— O diretor-geral da empresa de prestação de serviços urbanos
acabou de enviar os documentos que o senhor tinha solicitado com
perdesse o meu tempo, mas era melhor ouvir suas ideias infrutíferas do que
continuar aquela conversa exasperante com a minha mãe.
— Okay.
Com um até breve, encerrei a ligação, guardando o celular no bolso.
— Por mais que você tente fugir, o gios mou[7], você não conseguirá
escapar de mim — sentenciou em um tom firme.
Bufei e dei-me por vencido, tocando a testa dela com os meus lábios.
— Pai? — Aproximei-me dele e Kaius me abraçou.
— Te vejo no domingo? — perguntou ao me soltar, parecendo
expectante.
— Claro. — Sorri, evitando pensar que eu teria que enfrentar o
sentir ainda mais péssima. Também me sentia culpada pelo bebezinho que
seria mãe. Tinha que estar dando pulos de alegria, chorando de emoção, de
gravidez, afinal, sempre quis constituir uma família, uma bem grande e
meu maior objetivo de vida era aprender tudo o que podia com Aquiles e
mais do que pronta para o cargo que ele me ofereceu, mas que eu tinha
por mais que Benedict insistisse, o que ocorreu várias vezes, sempre usei
deixado logo depois, dando uma desculpa qualquer que nem me recordo
mais.
nada muito além disso, já que eu me sentia cansada até mesmo para ficar no
celular.
Ser pupila de Aquiles Mavridis não era nada fácil, exigindo grande
flexibilidade e proatividade, uma vez que o meu chefe às vezes pedia que
fizesse hora extra, algo que se tornou mais recorrente ultimamente, pois o
que muitas vezes falávamos sobre nossas preocupações, porém ele não se
idiota por ter me deixado levar por um relacionamento que nunca teve
futuro, que era apenas uma diversão para ambas as partes, uma brincadeira
que, nesse momento, eu considerava bastante tola, apesar de não ter nada de
atenção esporádica que o Ben me dava. Agora não importava, minha vida
instintivo, recebendo uma espécie de choque com esse primeiro toque. Uma
como seria — fez com que eu sentisse uma forte onda de náusea, a bile
subindo e queimando a minha garganta. Para minha sorte, eu estava
próxima ao vaso, pois não aguentei segurar e coloquei tudo para fora. Torci
fortemente para que o enjoo não fosse uma constante. Depois de limpar a
boca e lavar o rosto, peguei o teste caído no chão. Provavelmente, Ben iria
querer ver com os seus próprios olhos os dois riscos. Sem o exame em
tentando beijar os meus lábios, porém, antes que ele conseguisse, virei o
muitas vezes eu achei sexy, mas não dessa vez. Estava enjoada. Culpei o
nervosismo que sentia pelo que eu tinha que falar. — É um novo tipo de
jogo em que você torna as coisas mais difíceis para mim? Sabe que eu gosto
disso.
mim.
Quis fazer uma careta com a arrogância dele. Antes isso não tinha
porta. — Não tenho ideia do que temos de tão importante para falarmos que
lado. Senti minhas palmas molhadas com o nervosismo, e uma gota de suor
Não respondi.
Senti mais raiva diante do fato dele achar que, se não fosse para
transar, eu era uma grande perda de tempo. Eu não o amava, mas isso não
Uma idiota.
Quis bater palmas irônicas para mim mesma. Eu era uma imbecil.
Novamente senti minha boca encher de fel. Dessa vez, o amargor era
em choque.
Abriu e fechou a boca várias vezes, mas ele não conseguiu emitir
nenhum som.
jogando uma mecha de cabelo para trás. — Nunca pensei que você fosse
capaz de fazer uma brincadeira tão sem graça.
pelo meu corpo com a acusação. Foi instantâneo meus olhos lacrimejarem,
porém não iria chorar na frente do meu ex-amante. Eu não tinha pensado
muito em como a nossa relação ficaria depois disso, mas agora eu tive a
certeza de que não queria mais nada com ele. Ben estava me enojando de
— Não é uma piada, Benedict. — Minha voz saiu mais falha do que
cara de nojo para mim como se tivesse falado para ele tocar na minha urina,
preservativo que se fosse por você, nem teria usado! — explodi, sentindo a
Revirou os olhos.
Fez que não com a cabeça e foi a minha vez de emitir um som nada
elegante que mais se assemelhava a um rosnar.
Bufou.
— Eu tenho vinte e três anos, tenho muitas coisas para viver antes de
ser pai.
pingo de diversão, deixou os meus lábios, o som era estranho até mesmo
para os meus próprios ouvidos. Não estava acreditando que ele estava me
quatro anos.
— Até então eu não era tão velha para trepar com você — retruquei.
diferente. Não estou preparado para me amarrar a você por algo que você
não preveniu.
tom jocoso. — Até onde eu sei, essa criança pode ser do seu…
Antes que concluísse, desferi um tapa forte em seu rosto, que fez com
que minha palma ardesse com o impacto. Nunca na minha vida tinha
fazer você assumir um filho que não é seu — falei baixinho —, muito
nunca tinha escutado antes. — Quem garante que ele não quis essa criança
sido ruim, a dele, mil vezes pior. Toquei o meu ventre, como se eu pudesse
proteger meu bebê dele, das suas palavras.
farei nada.
Fiquei congelada, sem nenhuma reação a não ser continuar
respirando.
Ele… Ele… Benedict não estava me pedindo para…
Um bolo enorme se formou na minha garganta e eu não consegui
instantes em silêncio.
— O que tivemos juntos foi muito bom enquanto durou, Isis, mas…
— Deu as costas para mim, aproximando-se da porta para sair, melhor,
fugir, como o covarde que era. — Eu não quero essa criança, baby.
Encarei-o, mas o rosto dele era um borrão.
ofegante. Meu peito se apertou pelo meu bebezinho; meu coração bateu
dolorosamente por ele. — Mesmo que em partes a culpa tenha sido minha,
fraldas. Se você quiser essa criança, o problema é seu, não conte comigo
para nada.
Antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, girou a maçaneta e saiu,
batendo a porta atrás de si. Não tive forças para ir atrás dele naquele
momento para implorar. A dor era pungente demais, e a única coisa que
conseguia fazer era chorar, não por mim, mas pela sementinha que crescia
direitos dessa criança, mas, por mais que eu insistisse e procurasse por
Benedict, ele não estaria ali para cuidar, para amar, e para fazer o seu papel
de pai, para me apoiar nos momentos que eu precisasse dele; que o nosso
rude escutar a conversa dos outros, mas eu não tinha nenhum escrúpulo em
relação a Isis. Ainda assim, a possibilidade de ela estar chorando, triste, fez
com que eu me sentisse ainda mais próximo de explodir.
Toda oportunidade que minha mãe tinha, ela trazia à tona o assunto
“noivado”. Pensei que com o passar do tempo, vendo que não cederia aos
forma que eu não me renderia, ainda mais que a maldita socialite e suas
minha mãe. Sugeri processá-las por calúnia, mas Agatha não me escutou.
A irritação me invadiu. Não pela mulher que chorava, mas pelo quer
Há dois dias, Isis parecia apática, seus olhos sem o brilho costumeiro.
tristeza que havia nela, que não conseguia mascarar por completo sob a
fachada de profissionalismo.
importantes para mim. Sentia falta dos seus sorrisos e do bom humor. Disse
para mim mesmo que ver minha funcionária contente, sorrindo, era algo
— Posso não servir de muita coisa, querida, mas você não está
sozinha.
A fala da outra mulher foi um estopim para mim e, disposto a
hesitar.
nos olhos azuis, como se eu fosse repreendê-la pelo fato de estar chorando,
traços latinos que fazia a limpeza do meu escritório e que parecia bastante
Voltando sua atenção para mim, Isis engoliu em seco e passou a mão
apoio que eu sabia que ela necessitava. Infelizmente, eu não podia. Eu era
confortá-las, engolindo a frustração que sentia por não ter o direito de tocar
Isis, de cheirá-la, de ter o seu corpo de encontro ao meu. — Não por isso,
Sorri para as duas, mesmo que falsamente. A mulher mais velha deu
um sorriso de volta, parecendo aliviada por ter seu emprego seguro.
— Por que não vai ao banheiro se recompor, Isis? — sugeri, em um
tom que deixava claro que era uma ordem. — Vou esperar você no meu
escritório.
virando-se para ela, e deu um sorriso que há dias eu não via, e que mesmo
que não fosse o mais radiante de todos, deixou-me agitado —, será apenas
uma conversa.
lealdade.
— Gomez…
então virei as costas para elas e entrei no meu escritório, a porta se fechando
gravata, dando um puxão na peça de seda, seguido do meu blazer. Não fiz
certa satisfação ao pensar no quanto minha mãe ralharia comigo pela minha
miseravelmente.
Suspirei, cansado.
— Sem dúvidas, Agatha ainda tem vários clientes para dar atenção e
impulsos sombrios.
pensamentos da mente e o instinto protetor, que nem sabia que tinha com
relação a Isis, tomou cada pedaço do meu corpo, e com ela, novamente, a
direção à porta.
Era como se Isis tivesse um imã que sempre me atraía para ela, que
Bufei perante a tolice sem sentido e passei a mão pelo meu maxilar,
sentindo a barba por fazer.
ciente que todas as suas curvas deliciosas estavam ainda mais ressaltadas
pelo vestido preto de gola alta e mangas longas que parecia moldar a sua
pele.
Merda!
— Sente-se, Isis — ordenei suavemente, apontando para a pequena
não olhar para as nádegas dela, dei as costas para a mulher e caminhei em
direção ao aparador; precisava de uma dose de ouzo para enfrentar aquela
conversa que eu pressentia que iria testar meu autocontrole. Como um
— Isis? — insisti.
Ela ergueu o rosto e me fitou. Balancei a garrafa, indicando o líquido
transparente.
— Não, obrigada, senhor. — Sua voz soou fraca e eu ignorei o
investimentos que eu, às vezes até mesmo ela, tinha feito. Então, me era
estranho a recusa.
posição lânguida que era contrária ao meu estado de alerta que capturava
cada respirar baixo dela, cada nuance da sua expressão.
eletrizado.
— E você também não estava chorando sem nenhuma razão, ángelós
uma pontada de dor atingiu o meu peito. Lutei para não estender a mão e
limpar as gotinhas com o meu polegar, enxugando a sua angústia.
impedisse-os de se moverem.
Theós, ela não sabia o quão linda ficava fazendo esse gesto.
uma boa soma de dinheiro para tê-la para mim, mas pagaria o triplo para
não a ver assim.
Consciente de que o toque seria impróprio e de que poderia ser
repelido, inclinei-me ainda mais em sua direção, ficando muito próximo
senti vivo, eufórico, excitado, coisas que eu não deveria sentir por aquela
mulher proibida, mas que, ainda assim, eu desfrutava sem pudor.
— O que quer que seja que está te fazendo sofrer, Isis, saiba que você
não está sozinha — insisti.
murmurei.
Não temi dizer aquela verdade, que antes me seria bastante
exasperante.
De alguma forma, a partir daquele momento, eu queria que fôssemos
eu respirei fundo, sentindo o cheiro suave que vinha dos seus cabelos.
— Descobrir que vai ser mãe de um bebezinho não deveria ser algo
tão ruim, ángelós mou — girando meu rosto para fitá-la em meus braços,
falei com uma voz baixa e afável.
vestido. — Por mais que eu esteja receosa, já que a minha vida inteira irá
mudar, eu já amo meu filho, Aquiles.
Se eu tivesse alguma dúvida disso, o gesto dela fez com que não
tivesse mais nenhuma. Jurava poder sentir o amor transbordando em seu
toque, em seus olhos, substituindo sua melancolia. O carinho dela pelo bebê
alcançou-me e fez com que eu engolisse em seco perante a sua intensidade;
meu coração batia com força no peito. Estava hipnotizado pelos seus
movimentos suaves, adoráveis, e peguei-me lutando para não tocar o ventre
dela.
— Então por que… — Tentei voltar a questão, mas não consegui
completar a pergunta, minha boca estava subitamente seca.
— Eu contei para o pai dele — falou ao erguer o rosto e me encarar.
Ou talvez fosse a perspectiva de fazer um bebê com Isis que deixava a ideia
mais atraente. Seria bastante prazeroso ter aquele corpo nu, quente e suado
de encontro ao meu, sentindo os músculos dela oferecendo cada vez mais
resistência às investidas do meu pau, ouvindo seus gemidos contra o meu
ouvido enquanto suas unhas cravavam em minhas costas, arranhando-me…
— E que estava dizendo que o filho era dele porque você não quis
assumir — continuou, arrancando-me dos meus pensamentos lascivos.
Uma raiva cega me invadiu. Ninguém questionava o meu caráter
daquela maneira.
— Essas coisas acontecem, Isis — não soube o que dizer além disso.
Sabia que era uma bomba de hormônio no corpo de uma mulher, e
também não sabia se era justo colocar todo o peso da responsabilidade
sobre os ombros de uma única pessoa, ninguém fazia um filho sozinho.
pensamento irritante de que ela poderia ainda gostar desse cara, mesmo
depois dele magoá-la, fez com que eu colocasse fim naqueles pensamentos.
Fiz uma careta.
— Vocês ainda estão juntos, Isis? — Antes que eu pudesse me conter,
a pergunta escapou pelos meus lábios, dita em um tom de desagrado.
Panáthemá se[10].
— Claro que não! — Seu tom estava na defensiva e percebi que
minha pergunta havia a machucado. — Acha mesmo que eu poderia ficar
Merda!
— Sua videoconferência com o senhor Souza começa em meia hora
— fez uma pausa e ergueu-se do seu assento, como se o seu corpo tivesse
uma mola, depois de ver a notificação em seu celular. Baixou o vestido, que
a bebida.
— Deixe aí, depois eu resolvo isso — ordenei quando ela fez um
gesto para pegá-lo.
— Okay.
— Por isso que não quis beber? — questionei o óbvio.
Comecei a caminhar pelo meu escritório, indo em direção ao local em
que havia jogado a minha gravata e o paletó do terno.
— Nada de álcool para mim por um bom tempo, até o bebê desmamar
por completo — disse, parecendo mais animada enquanto seu olhar pousava
sobre a barriga.
Assenti, anotando mentalmente para não pedir nada alcoólico no
nosso jantar.
— Por que não pega um táxi e vai direto para casa tomar um banho
quente e relaxante de banheira? — Sugeri, começando a abotoar a camisa,
sabendo que ela teria que enfrentar um metrô lotado até chegar ao seu
apartamento em Yorkville.
alheia ao que causava em mim, como uma esposa, ela começou a fazer o nó
na minha gravata. Meu pomo de Adão subiu e desceu quando engoli em
seco com o gesto íntimo. Choques de prazer me percorreram de cima a
baixo e eu lutei para não a tocar, para não puxar seu corpo de encontro ao
— Até amanhã.
— Tenha uma boa noite, Isis.
— Boa noite.
Dando-me um sorriso, se virou e caminhou lentamente para fora do
pensava era em uma certa loira nua em uma banheira cheia de espuma me
convidando para me juntar a ela, imagem que, com certeza, alimentaria
Mesmo que o grego fosse bastante tolerante com atrasos, fiquei muito
sem graça por estar atrasada. Tinha demorado mais do que deveria no
— Estou bem, mas quem sabe mais tarde... — A voz do meu chefe
— Não precisa se apressar, ángelós mou, essa noite eu sou todo seu
culpada.
— Okay. — Obedeci.
Nunca tinha imaginado que Aquiles era capaz de sugerir algo tão
nos negócios, que davam a impressão de que ele não era capaz de gestos tão
Talvez fosse exagerado da minha parte afirmar isso, mas ainda que
meu chefe havia conseguido fazer com que eu enxergasse o fato de estar
esperando um bebê não como algo triste, mas, sim, sublime. Mesmo que ele
não tivesse nenhuma obrigação comigo, senti que não estava sozinha,
protegida e acolhida pelo meu chefe. Eu era muito grata a ele pela sua
amizade.
com o modo como eles se abriram, fiz uma maquiagem leve, tomando
cuidado para não se destacar mais do que o vestido verde escuro de cetim
de alças finas, que abraçava todas as minhas curvas e deixava parte do meu
adequada ou não para jantar com o meu chefe, mas assim que ele tinha
sugerido que eu vestisse algo elegante, pensei nessa peça que eu nunca
nos meus cílios —, não vou fazer o Aquiles esperar ainda mais e atrasar a
nossa reserva.
a minha parte. Mesmo que agora precisasse economizar pelo meu bebê,
soprou no meu rosto e eu fiz uma careta. A onda de calor intensa que
direção. Enquanto caminhava até ele, porém, toda a minha atenção estava
no homem que usava um terno escuro feito sob medida que ressaltava seu
mesmo que as peças praticamente fossem sua segunda pele. Com mais de
másculo.
Ele poderia ser o meu chefe, mas isso não me impedia de considerá-lo
“casos” do meu chefe, nem de nenhuma mulher ter ligado querendo falar
com o grego.
a baixo.
Um pequeno arrepio percorreu a minha coluna ao ver um brilho
formava em seus lábios, porém logo tratei de afastar essa sensação absurda.
distância dele.
uma mosca. Me sentia uma boba. O que eu esperava? Além do meu vestido
ser bastante chamativo — eu mesma tinha reconhecido isso a minutos atrás,
— Obrigada. Você também está muito bonito, mas deve saber disso
região, que parecia tensa. Isso fez com que eu recordasse o quão irritadiço
Aquiles andava. Tinha dito a mim mesma que não iria insistir, mas quem
a respeito. Ele tinha sido muito amável em me consolar, e não custava nada
— Eu gosto de ser elogiado, ángelós mou, ainda mais quando sei que
pausa, apenas para adotar um tom divertido que contrastava com o seu
humor irritadiço: — Tenho certeza de que está ciente que é mais do que
linda.
deixou acanhada.
que devorava meu chefe com os olhos como se ele fosse uma peça
suculenta de carne, com um aceno de cabeça. Percebi que fez uma careta
Era imperceptível, mas, para quem o conhecia como eu, sabia que ele
estava irritado. Fiquei ainda mais perturbada ao constatar isso.
— Vamos? — questionei, sorrindo sem-graça para ele, tentando
aliviar um pouco a tensão que caiu sobre nós, não queria estragar a nossa
comemoração. — Acho que já chamamos atenção demais ficando parados
aqui.
— Obrigada, Aquiles.
Deslizei pelo banco e peguei o cinto. Depois que fechou minha porta,
ele deu a volta no carro e entrou. Enquanto ele se ajeitava na frente do
Torci para que o som do motor de não sei quantos cavalos que ouvi
quando ele deu a partida tivesse abafado a minha pergunta imprópria e ele
mortificada.
— Não quis correr o risco de que você ficasse enjoada — falou
Movi-me no assento.
Deus! Pensei que havíamos superado aquele assunto constrangedor e
movimento.
— Deveria ter imaginado. — Balancei a cabeça. — Superpatriota.
acariciei o local.
— Infelizmente só tinha data para semana que vem na clínica que o
senti feliz pela atenção dele estar no trânsito da 79TH East St.
pouco de controle sobre a minha vida, mais do que o grego tinha direito.
Apeguei-me ao fato de que era a forma dele de cuidar de mim. Fazia muito
em questionamento.
— Cavalheirismo, isso é tudo.
importância. Era natural, ainda mais quando ele estava ao lado de uma
desconhecida.
das minhas sandálias, já que minhas pernas estavam bambas. Meu pulso
estava acelerado, e eu me controlei para não ofegar.
— Boa noite, senhor e senhora, sejam bem-vindos. — O maître nos
recepcionou assim que alcançamos o pequeno púlpito onde ele aguardava
os clientes.
mesma que deveria ser um hábito dele. Também não tentei me afastar, nem
mesmo quando seu toque pareceu possessivo demais. No entanto, o contato
foi breve, pois logo alcançamos a mesa.
voltar ao seu posto, sendo substituído por um garçom que encheu nossas
taças de água e depois colocou-se à distância, dando-nos privacidade. Sem
hesitar, levei o copo aos lábios, sentindo certo alívio quando o líquido
deslizou pela minha garganta seca.
garçom, e eu não contive uma risada que me pareceu imprópria para o local,
mas que felizmente soou baixinha. Fizemos nossos pedidos. Rapidamente o
garçom retornou, nos servindo um suco.
— À sua gravidez, e que ele, ou ela, nasça com muita saúde. —
sabores em que eu poderia facilmente me viciar, pena que meu bolso não
concordava com isso, eu perdia a noção do tempo. O ambiente não mais me
oprimia, pois o homem à minha frente me fazia esquecer daquele detalhe.
Tinha que concordar com quem disse que o importante era a companhia.
— Posso te fazer uma pergunta pessoal, Aquiles? — questionei,
tomando coragem de entrar em um campo “proibido”, depois de mastigar
mais uma garfada do lagostim com creme de trufas e cogumelos que, sem
— Compreendo — cochichei.
— Sou um livro aberto para você, nunca tenha medo de me perguntar
o que você quer saber, ángelós mou — continuou, dessa vez, muito mais
doce.
acariciando o meu dorso. —Melhor, não quando você expôs seus medos,
sua insegurança em relação à maternidade, e também a raiva do seu ex.
— Verdade, desculpe a minha tolice, Aquiles.
Emitiu um bufar deselegante, e eu sorri para ele, agradecida, feliz por
de um tempo.
Continuando a me tocar, me encarou fixamente, seus olhos parecendo
esperançosos. Pelo quê? Não sabia dizer.
Tirei a mão debaixo da dele e inverti as posições, apenas para
Aconteceu alguma coisa? Sei que não tem nada a ver com os negócios, ou
você teria me falado e me pedido ajuda ou opinião.
— Ah! Isso. — De um momento para o outro, o sorriso dele morreu,
bem como o brilho em seus olhos.
Claramente a tensão voltou a dominá-lo, se fazendo presente em cada
linha do seu rosto e ombros. Mais do que nunca desejei aliviar aquela
tensão, escutando-o como ele tinha feito comigo.
— Aquiles? — questionei baixinho, preocupada, quando ele não disse
nada. — É algo grave? Vou entender caso você não queira me falar.
— Não, pelo contrário, Isis — disse, emitindo um suspiro cansado ao
passar a mão livre sobre a barba que costumava usar um pouco menos
cumprida. — Na verdade, o que tem me estressado é algo completamente
absurdo.
— Sério? — Não escondi a minha curiosidade.
— Sim, ángelós mou. — Seus lábios se torceram, mostrando
irritação. — E tem uma única causadora: minha mãe!
Franzi o cenho, confusa, mas esperei que ele tomasse a iniciativa de
me contar.
Continuei acariciar o dorso dele, inconscientemente, enquanto pegava
a minha taça e levava-a aos lábios outra vez.
Ele respirou fundo e soltou o ar rapidamente, fazendo um barulho
alto.
— Sabe que a minha mãe tem uma empresa de organização de
casamentos — começou, seu tom expressando a raiva que ele parecia
sentir.
Fiz que sim com a cabeça, recordando umas fotos que tinha visto em
uma revista de casamento. As decorações eram surreais de tão lindas que
eram.
— Acho que qualquer mulher que quer se casar desejaria ter uma
estranho cruzar os olhos dele, mas foi tão depressa que me indaguei se não
estava imaginando coisas. Talvez fosse orgulho de me ouvir falando tão
bem do trabalho da mãe dele. Sabia o quanto a família era importante para o
grego, até mais do que os seus negócios.
Eu achava linda a relação que ele tinha com os pais, e confesso que
sentia uma pontinha de inveja. Minha mãe havia me deixado muito cedo e
meu pai... bem, o fato de eu não falar com ele há anos dizia muita coisa.
Não quis pensar no que o homem severo faria caso descobrisse que estava
feições.
— Se eu tivesse dinheiro, por que não? — Dei de ombros, afastando a
minha mão da dele, que olhou para baixo, antes de segurar os talheres para
cortar um pedaço de lagostim, mas logo voltou a me fitar. — Mas como não
tenho milhares de dólares à minha disposição, não há a mínima chance de
isso acontecer.
— Entendo — murmurou no mesmo tom sério e pensativo, fazendo
meus pelinhos se arrepiarem de maneira injustificada. — Pena que não é
todo mundo que pensa o mesmo.
— Não?
— Uma das clientes da minha mãe, uma influencer, fez um vídeo
difamando-a, e, com isso, os negócios tiveram uma queda.
— Lamento, de verdade. — Senti-me condoída pela mulher que só
não?
— Infelizmente?
— Sim — deu um sorriso amargo que me foi incompreensível,
apenas para cuspir entredentes: — porque ela está determinada a fazer o
meu casamento.
Se eu estivesse bebendo alguma coisa, com certeza teria cuspido o
líquido. Encarei seu semblante sério, transfigurado pela fúria, e abri e fechei
a boca para dizer alguma coisa, porém, estava perplexa demais para falar
algo. Não sei quanto tempo havia se passado, só sei que eu acabei rindo
mais alto do que era apropriado para o ambiente. Lágrimas se formaram em
meus olhos, minha barriga chegou a doer.
— Chocante, não? — Não parecia estar achando nada divertido, pelo
contrário, ele parecia mais tenso.
— Desculpe-me, Aquiles…— Tentei me controlar, porém acabei não
conseguindo e voltei a rir.
Fiz outra pausa, pensativa. Teria sido um erro sair para comemorar a
vinda do meu bebê caso ele estivesse envolvido emocionalmente com
alguém, mesmo que fosse apenas um jantar entre amigos. Se assim fosse,
ele deveria tê-la convidado também.
— Ou tem?
— Não, não tenho, o que torna tudo um grande absurdo. — Sua voz
soou grossa e Aquiles respirou fundo, levando a mão a gravata, como se a
peça o sufocasse, porém não a desafrouxou, baixou-a e a apoio novamente
contra a superfície.
— Dificulta bastante as coisas, com certeza.
— Demais — grunhiu irritado, passando a mão pelos cabelos curtos.
— Mas por quê? — repetir.
— Ela e Kaius acham que estou ficando velho e que tenho que
começar a formar uma família e dar a eles netos.
Fiquei em silêncio. Estranhamente, conseguia entender as duas partes
envolvidas mesmo que meu chefe ainda fosse novo, mas se casar e ter
precisasse disso.
Voltou a soltar um som irritado, seu maxilar parecendo rígido com a
fúria.
— É difícil de imaginar você precisando de ajuda nesse assunto.
Não estava tentando adulá-lo, mas, sim, sendo sincera. Aquiles era
autoconfiante demais para precisar de auxílio nesse quesito. Ele era
charmoso, rico, bonito e sedutor, não duvidava que, quando quisesse, o
grego usaria todo o seu poder de persuasão para conquistar alguém.
— Também não me parece algo tão simples encontrar a pessoa certa
família, mas… — fez uma pausa e soltou outro som frustrado. — Droga, eu
me sinto pressionado, mais do que imaginei ser possível.
— Compreendo — estiquei o braço e voltei a tocar a sua mão —, não
é realmente tão simples.
— Não. — Balançou a cabeça em negativa, dando-me um sorriso
tenso. — Só espero que com o tempo ela desista dessa ideia e coloque seus
esforços em outra pessoa, ou casal.
— Quem sabe?
— Pena que eu mesmo não consigo acreditar que ela vá desistir da
afastou.
Levou a xícara aos lábios, tomando o café que lhe foi servido. Não
me passou despercebido que ele ainda parecia tenso. Quis fazer algo para
ajudá-lo, porém não havia nada que eu pudesse fazer. Também, quem era eu
gemido.
A risada alta e grossa de Aquiles pareceu ecoar pelo salão e com o
canto do olho percebi que várias cabeças se voltaram para nós. Dei de
bom — riu ainda mais e eu pousei meu talher sobre a mesa. — Vamos ver
se esse doce feito com leite e ovos consegue superar o sorvete.
salto no peito ao ver não a sobremesa, mas, sim, uma caixinha com um laço
vermelho a enfeitando.
— Espero que você goste, Isis. — Ele tinha seu olhar fixo no meu,
invadindo.
As lágrimas começaram a se formar em meus olhos. Eu tinha virado
— Abra — sugeriu.
Com os dedos trêmulos, comecei a desembrulhar o pacote, puxando a
vão. Acariciei a peça, sentindo a lã macia contra a ponta dos meus dedos.
— Amo ainda mais por saber que foi você quem escolheu. Deus, Aquiles,
como você pôde pensar por um momento sequer que eu detestaria?
gosto em tudo.
— Isso é verdade — falou lentamente em um tom arrogante, com os
suavemente antes de fazer um gesto para o garçom, pedindo para ele trazer
ficando apenas com o café. Para a minha vergonha, acabei pedindo mais
boa parte do dia do meu chefe era ocupada pelo trabalho. O único dia que
ele tirava para si era domingo, para ficar com os pais. Pensando bem, era
curioso o fato dele não ter tido nenhum compromisso de negócios nessa
noite. — No entanto, duvido muito que você encontre tempo na sua agenda
apertada.
Bufou.
Seu escrutínio fez com que os pelinhos da minha nuca ficassem todos
arrepiados; meu corpo, pela segunda vez, passou a reagir a ele.
— Cobrarei, Isis…
Lançou outro olhar que eu não sabia como interpretar, mas que meu
ridículos da mente.
— Melhor não — repetiu minha fala —, você deve estar cansada.
— Um pouco — não neguei —, foi um dia puxado.
— Sim…
presente em uma mão e segurar minha bolsa debaixo do braço, e fiquei nas
pontas dos pés. Estava ciente do calor do seu corpo, do seu cheiro natural,
era impróprio.
bolso da calça.
Assenti e finalmente entrei. Como consegui, eu não sabia, pois me
sentia mole.
Quando alcancei meu apartamento e fechei a porta atrás de mim,
de sair pela minha boca, foi inevitável não pensar que eu tinha ido longe,
Deveria ter imaginado que meu ex-ficante não iria aparecer na minha
minha gestação, porém, ainda assim, eu insistia, fazia isso pelo meu bebê.
assunto.
O único ponto positivo disso, se é que poderia ser considerado dessa
maneira, era que não lutaríamos ferrenhamente pela guarda dele ou dela,
mas previa que o pedido de pensão alimentícia — algo que não abriria mão,
nem mesmo se eu tivesse muito dinheiro, o que não era bem o caso —, me
daria uma grande dor de cabeça. Ainda assim, isso não me impedia de
sentir-me magoada com ele.
de Pam, Aquiles estava sendo o meu suporte, tanto que a única coisa que o
impedia de estar ao meu lado agora era uma reunião de última hora com um
ele não fosse. Convencê-lo disso não foi nada fácil. Quando ele queria, o
grego era bastante genioso, e não duvidava de que ele iria ficar de cara feia
Não sei quanto tempo aguardei, mas passei o tempo conversando com
eram tocantes. Não consegui sentir inveja delas, algo que seria natural na
minha situação, principalmente por nunca ter tido uma mãe que fosse vibrar
acreditar que deveria ter aceitado a proposta do meu chefe de ele me pagar
uma consulta particular. Ele havia teimado bastante, mas eu insisti que não
chamou o meu nome. Foi com alívio que me ergui e entrei no consultório.
atrás de mim.
menos não havia esperado horrores para não gostar de cara da pessoa.
doença?
corrimento?
— Não — respondi.
bem.
que deduzi que seria o banheiro. Enquanto removia a minha roupa e fazia o
que a médica tinha pedido, foi impossível não me sentir ansiosa pelo que
fora. Nunca imaginei que a sensação de ver e ouvir o meu bebê fosse tão
vista estivesse embaçada, embalada pela doce melodia que era o coração
dele batendo, senti que o amor pulsava dentro de mim com força. Soube
ser possível.
Estava sendo egoísta, mas desejei não ter insistido para Aquiles não
cancelar a reunião, e que ele estivesse aqui, ao meu lado. De alguma forma,
sentia que ele compreenderia o que eu estava sentindo, por mais que não
tivesse ideia se meu chefe tinha afinidade com crianças, mas não era algo
impossível…
sensível e emotiva, essa não era a primeira vez que ela me ligava aos
Sua resposta foi chorar ainda mais, e cada segundo escutando seu
da manhã.
Merda! Ela nunca havia me ligado naquele horário. Com certeza era
algo urgente, não um problema que seria de fácil solução, como das vezes
apertando com força o braço da cadeira até que ficassem brancos, meu
coração se apertando.
Pensar que poderia ter acontecido algo com eles era dilacerador. Não
Seu choro tornou-se mais convulso e o breve alívio que senti tornou-
— Eu…
— Sim — choramingou.
— Tá.
— Isso, agápi mou — escutei a voz do meu pai e ele parecia calmo.
— Oi, filho. Tentei consolar a sua mãe, mas ela está desesperada.
me acalmar.
— Não é pequeno, Kaius! — Ela deu um gritinho angustiado. — É a
minha ruína.
tentei recordar quem era a tal mulher, porém, minha mente ficou em branco.
Fiz uma careta ao pensar que havia quem gastasse tanto tempo
necessário se casar.
Não soube o que dizer. Eu achava isso uma grande bobagem, longe de
ser o fim do mundo, mas quem era eu para zombar dos sonhos dos outros?
Minha ambição poderia ser mais concreta, mas isso não significava que
coisas “imateriais” fossem desprezíveis, fora que realizar esses eventos era
atitude tão insensível e Kaius ajudaria a me bater. Ele poderia ter quase
sessenta anos, mas o grego corpulento era forte. Com raiva, não duvidava
que ele fosse capaz de fazer um belo estrago no rosto de qualquer um.
eu soube que ela começaria a chorar outra vez. — Amanhã, todos vão ficar
O choro dela era como receber mil facadas em meu coração. Antes
— Odeio ver você triste, chorando. Sabe que eu faria de tudo para te
Fechei os olhos, dizendo para mim que estava sendo ridículo, mas
imaginar a expressão da minha mãe quando maquinava algo não me ajudou
mais de duas semanas que Agatha não tinha sequer mencionado a palavra
“casamento” para mim, milagrosamente. Depois que contei que levei Isis
para jantar, ela não havia falado mais sobre isso, mas, ainda assim, a
ausência da pressão da minha mãe não evitou que eu não me sentisse
sufocado.
nunca é um erro.
Escutei o suspiro cansado que meu pai deixou escapar. Acabei
família, de compartilhar a vida com alguém, amar e ser amado... — fez uma
pausa, e o nó se tornou ainda maior. — Carregarei esse peso para sempre
em meus ombros…
Ao ouvir a decepção no tom do meu pai, mais os pequenos soluços da
minha mãe, isso fez com que uma lâmina caísse naquele momento sobre
minha cabeça. Provavelmente era pressão psicológica dos dois, mas,
menos alguns patriarcas gregos deixavam de falar com os seus filhos. Não
correria o risco de desonrar os meus pais.
— Tudo bem — falei em um tom resignado —, eu me caso.
surpresa.
Suspirei, passando a mão pelo queixo, pensando no meu atual
contra mim. Eu empurraria o tecido para cima, até deixá-la somente com a
calcinha minúscula igualmente branca e uma cinta-liga combinando.
da minha secretária…
Capítulo nove
cozinha, que era acoplada com a pequena sala de estar e jantar, e constatei
Eu não tinha ideia do que ele estava fazendo em frente ao meu prédio,
nem conseguia pensar em nada coerente, não quando a sonolência impedia-
Minha testa enrugou-se ainda mais e eu dei de ombros mesmo que ele
dele, temi as consequências de brincar dizendo que não, já que o que mais
queria era voltar para cama, me enfiar debaixo dos meus edredons e dormir.
Aquiles não acharia nenhuma graça nesse momento, diferente das vezes que
— Claro, por que não? — Apertei o botão para abrir a porta em meio
a um bocejo.
— Obrigado — agradeceu em um tom tenso. — Qual o número do
apartamento mesmo?
— Duzentos e dois.
Não apenas via irritação, mas também cansaço no semblante dele, como se
houvesse passado a noite em claro.
péssimo.
apertou por ele. Mesmo assim, pude perceber seu olhar deslizando pelo meu
corpo, detendo-se alguns segundos nas minhas pernas nuas, antes de voltar
e fazer o caminho inverso. Seu escrutínio deixou a minha pele queimando,
— Entre, Aquiles.
Dei um passo para o lado para que ele passasse pelo batente, que
parecia estreito demais para o seu corpo largo. O apartamento pareceu
encolher quando ele entrou, mas disse a mim mesma que era uma besteira, a
presença dele não mudava o fato do meu quarto e sala ter menos de trinta
metros quadrados, o que era um verdadeiro luxo visto o valor que se pagava
Senti vergonha pelo estado da minha casa, que estava tomada pelo pó.
para se sentar.
rude com Aquiles só porque não conseguia lidar com as sensações absurdas
Ele soltou uma risada que soou bem próxima. Virei-me, encontrando
uma marca das melhores. O grego, que era um grande fissurado pela
meu bolso.
Suspirei baixinho.
dentro de mim.
bunda e se demorava nela, como se apreciasse o que visse. Queria dizer que
era apenas coisa da minha cabeça, mas acabei flagrando-o várias vezes
varandinha. Ela era tão minúscula que em menos de dois passos eu poderia
Uma risada baixa deixou os meus lábios sem que eu pudesse contê-la.
tamanho.
— Não é tão terrível assim...
sem querer. Meus pelos se eriçaram, mas, outra vez, desprezei as sensações
que me percorreram com aquele roçar, dizendo a mim mesma que meu
— Sempre…
de Aquiles, que parecia nos céus ao beber café. Senti minha boca salivar,
desejosa por tomar um gole da bebida escura e com certeza deliciosa.
Dei de ombros.
— Você não veio até aqui para discutir minha abstinência, não é
mesmo? — Fui direto ao ponto, a curiosidade vencendo o tato.
O som da porcelana batendo contra a porcelana ecoou nos meus
ouvidos e instantaneamente ele voltou a ficar tenso. Jurei que os olhos
— Entendo.
Deslizei meu dedo pela borda da xícara. Uma buzina fez com que eu
desse um saltinho em meu assento.
— E então? — insisti.
— Eu preciso me casar, Isis — falou em um tom baixo.
que óbvio para mim que aquele assunto ainda aborrecia Aquiles. O grego
não precisava dizer isso em voz alta, estava mais do que claro na sua
Você disse que não iria ceder aos desejos da sua mãe nesse assunto.
— Infelizmente acabei concordando — murmurou, cerrando as
pálpebras.
Com certeza eu tinha os olhos arregalados, a boca aberta.
— Sim.
Abriu os olhos, parecendo receoso, e se movimentou na cadeira,
dele.
frente. Porém, diante daquele absurdo que eu rezava para ter ouvido errado,
não achava a mínima graça.
— Aquiles…
e me encarou.
Busquei algum traço de diversão no rosto dele, torcendo para que
estivesse brincando comigo, porém a seriedade não deixava dúvidas que ele
realmente havia falado para a mãe dele que nós iríamos nos casar.
Merda! Por que meu chefe tinha feito isso? Procurei na expressão
fixamente, que era somente quebrado pelo som de alguns pássaros que
faziam suas algazarras nas árvores em frente ao prédio.
minha barriga, buscando no meu bebê a tranquilidade que eu não era capaz
topo da cabeça.
amaria como Aquiles amava a mãe dele. —Sabe que ela vem enfrentando
cruel.
o meu pai. Não a ajudar quando eu posso seria a minha maior desonra como
filho.
— Compreendo. — Foi a minha vez de suspirar baixinho e fazer uma
pausa. — Mas porque eu, Aquiles, e não uma mulher com quem você já
esteja saindo?
Os olhos verdes cintilaram e um arrepio me varreu de cima a baixo.
mou — falou com a voz aveludada, perigosa. — Se quer mesmo saber, Isis,
Voltei a encará-lo.
sugerir que ele escolhesse uma “noiva” do modo tradicional, passando por
cada uma das etapas. — Quando ela voltou a “listar” as candidatas, falando
orelha.
cansaço.
— Você não pode mentir para a sua mãe, não em relação a algo tão
— Temo que não tenho escolha, ángelós mou, não quando ela já está
Respirou fundo.
— Por favor! —suplicou. — Sei que fingir ser minha noiva não será
nada fácil…
organizará uma cerimônia grandiosa e depois uma festa luxuosa para sabe-
assim!
pudesse contê-la.
— Você está falando sério? — questionei quando ele não riu.
ideia, que para mim estava fadada ao fracasso desde o início, pequenos
mente.
meus.
Sorri para ele e vi as comissuras dos lábios dele querendo se erguer
Jogou a cabeça para trás e riu, parecendo eufórico e, por que não
dizer, aliviado.
A risada rouca, alta, acabou fazendo com que eu caísse na gargalhada
também.
— Calem a boca! — Um vizinho gritou. — São nem oito da manhã.
Rimos ainda mais, até que eu fiz um gesto de chega, sentindo dor na
barriga e as lágrimas escorrendo.
O calor dos seus lábios quentes sobre a minha pele provocou vários
choques no meu corpo.
Era impossível não perceber o quanto era irônico o fato de que eu ter
sido um bom filho a vida inteira, ser um homem íntegro, nunca ter passado
a perna em nenhum concorrente, e isso não ter nenhuma relevância caso eu
me recusasse a me casar.
— Obrigado, pai.
tinha visto esse olhar antes, não uma, mas várias vezes e em situações
diferentes, porém, nunca com tal intensidade.
Merda!
Bom, eu estava animado, mas não pelo motivo que meu pai achava.
O meu desejo por aquela mulher pareceu ultrapassar todos os limites
quando ela abriu a porta para mim trajando apenas um robe de seda, seus
Acho que nem mesmo na noite em que fomos jantar, onde ela estava não
Por mais que a minha intenção tenha sido disfarçar meu escrutínio,
não tive forças para mascarar o meu desejo, nem a minha fome por ela.
Nem mesmo pude evitar dizer coisas de duplo sentido e também de caráter
pessoal.
Eu tinha que parabenizar o meu autocontrole, que me impediu de
colocá-la em cima do balcão da sua pequena cozinha e fazer sexo com ela
nada de falsos.
Se o meu pai soubesse que tê-la era minha motivação para esse
ansioso, mas foi o medo de ser recusado por ela, algo que estava ciente que
perturbava.
Era descabido sentir-me tão nervoso diante de um não, mesmo que
mulher certa.
Caralho!
Fingir era mais difícil do que eu pensava, pois tudo o que eu queria
surpreender. Meu pai poderia ter vindo morar nos Estados Unidos para
fazer muito mais dinheiro que já tinha, mas ele não deixava de ser um grego
tradicional.
apreciação.
dramática da minha mãe, pois mesmo que meu tom tenha soado
admirava por todas essas características, talvez até mais do que o corpo que
— Está mais do que claro para mim que ela é perfeita para você,
filho. — Meu pai pareceu ficar ainda mais satisfeito. — Somente uma
— Eu sou grato a essa moça que fez com que você se apaixonasse —
sussurrou, com a voz embargada. — Pensei que não estaria vivo para ver o
meu único filho subir ao altar e me dar netos… Estou ficando velho…
Tive que me controlar para não engolir em seco. Meu pai sempre foi
para mim uma figura que representava força e determinação. Era frágil só
— Isso porque você não os pinta. — Fiz uma careta e Klaus arqueou
uma sobrancelha para mim, desafiando-me a zombar dele, como não o fiz,
sobre o casamento. Se não fosse por ela e sua insistência, eu não teria
conseguido entender os meus sentimentos pela mulher que está há dois anos
mesa de trabalho.
— Hm.
fitar o meu pai, com o cenho franzido. — Tem certeza de que ele é a melhor
vendas?
— Me admira muito o fato de a mamãe não ter tentado ter feito isso ainda.
— Sua mãe é muito mais esperta do que você, já que ela sabe que o
— Por Hades, eu não preciso ouvir a intimidade dos meus pais que
não tem pudores — interrompi-o, torcendo os meus lábios em uma careta.
que eu tinha dado a ele. Fiz de tudo para não estremecer perante a algo tão
tolo.
— Mas se quer saber, filho, torço para que aconteça o mesmo com
você... — Fez uma pausa dramática, seu sorriso ficando ainda mais
maldoso, e eu me senti amaldiçoado. — Que você vire um maldito
obcecado, que conta os segundos do seu dia para colocar as mãos na sua
esposa.
— Eu já sou — deixei o pensamento escapar, mas, por sorte, foi tão
como ela está. Tenho certeza de que Agatha está precisando relaxar…
— Sei — murmurei, irônico, não querendo nem imaginar o que ele
em pensamentos.
Dei um sorriso predatório que era extremamente falso e escondia a
minha frustração.
instantâneo.
— Precisa que eu veja algum documento antes de eu ir ou assine
algum lugar?
— Não. Estou com ele no bolso.
uma meia-aliança prata com um pequeno topázio, que era bastante simples,
sem nenhum diamante, e voltei a fitar o meu pai.
Não tinha ideia que eles guardaram um anel por tanto tempo para que
— Fez uma pausa, parecendo inseguro. — Ele pode não ser valioso em
termos financeiros, mas todas que usaram esse anel foram felizes em seus
casamentos, e não há nada que desejamos mais, não só para ela, mas
também para você, do que felicidade.
não tinha nem quarenta e oito horas que eu havia criado aquele engodo.
“Não se deixe levar pelas emoções, Aquiles” — disse mentalmente
la pessoalmente. Uma pontada de mim estava feliz com isso, mas a outra
estava confusa de como deveria me sentir.
afundei-me no trabalho. Apenas deixei claro que minha mãe achava que nós
dois estávamos completamente apaixonados.
comportamento estranho e nem o fato de eu não ter ido embora com ele,
afinal, estava na empresa dele.
Não sei quanto tempo fiquei olhando a meia aliança, sentindo o seu
“peso”, seu significado. A única certeza que tinha era que aquela joia
suave do seu rosto, emoldurado por uma mecha loira e suave que escapou
do coque.
uma careta.
— Está tudo bem? — questionou, seu cenho se franzindo.
Porra! Torci para que não fosse isso. Se sim, estaria ainda mais fodido
meu tom diversão, o que não sentia, e sabia que havia falhado no meu
intento.
isso. — O suspiro dela foi audível e eu pressenti que era um péssimo sinal.
— Compreendo. — Balancei a cabeça, embora o fato dela estar
— Certo.
— Primeiro as damas.
tensa. — Eu irei entender caso você não queira seguir com o nosso
casamento de mentira.
irá mudar entre nós. Eu não perderia uma funcionária maravilhosa como
você, a futura presidente de uma das minhas empresas, ainda mais quando o
único culpado dessa merda sou eu.
falou baixinho.
Ela pareceu ferida com a minha fala e eu quis me socar. Não havia
nada mais importante para ela — tirando o seu bebê —, que a sua
Droga, Aquiles!
deixava meu coração acelerado. Eu sabia que não era nenhum fetiche que
acabei descobrindo ter por grávidas, pois nenhuma outra tinha me atraído,
sua loucura.
A confirmação fez com que o alívio me banhasse da cabeça aos pés.
Suspirou, me tirando da hipnose proporcionada pelos seus
— Bom…
que era fodidamente sexy. Meu sangue correu veloz pelas veias, incidindo
— Isis? — insisti.
rapidamente, revelando que isso mexia com ela também. Eu descobri que
— Como iremos conseguir manter essa farsa sem nos trair? — Sua
voz estava um pouco estrangulada, quase ofegante. — Ela com certeza irá
tem experiência demais para perceber se nós realmente nos amamos ou não.
ela é completamente louca pelo meu pai, e agem sem pudor. — Escondi a
— Agatha não esperará menos da minha noiva, ainda mais quando ela
acha que eu tenho a “paixão” dos gregos. — Pareci pensar por uma fração
de segundo.
“Fogoso” poderia ser a palavra mais adequada, mas descobri que não
e ofegante.
— Como vou conseguir beijar, tocar e olhar para você como uma
mulher apaixonada? Ela nunca vai acreditar que há intimidade entre nós
irá acabar em poucos minutos, assim que pousar os olhos sobre nós.
— Não deve ser tão difícil assim… — Fiz uma careta, tamborilando
temerosa.
Dei de ombros.
sua pele.
Olhei para o seu rosto corado e engoli um gemido ao olhar os lábios
rosados entreabertos, buscando por ar. Ela estava envergonhada, mas
igualmente excitada.
— Agora vamos apenas nos olhares como se estivéssemos loucos
coração batia feito um louco. Puxar ar para os pulmões tornava-se cada vez
mais difícil. Eu estava ofegante. Não conseguia disfarçar a ânsia que sentia
por ela.
Fiz o caminho inverso, imaginando como seriam as minhas mãos, não
meus olhos, a explorar o seu corpo, de como me sentiria ao despi-la
Sim! Nas minhas fantasias, ela viria trabalhar sem calcinha todos os
dias, me deixando rígido durante todo o expediente. Seria uma tortura, mas
escutei.
Engoli a frustração e um “eu não estou fingindo”, apenas dei de
deliciosa de assistir.
— Tanto que não faço ideia de como conseguirei resultado similar —
pedaço dela, vi que o seu corpo a traía. O desejo parecia se sobrepor até
mesmo a vergonha.
senti, sim, mais afoito por ela, louco para sentir o calor do seu corpo de
encontro ao meu.
Quando desabotoei o último botão, removi meus braços das mangas e
é minha funcionária e pense que nesse momento você é apenas uma mulher
que deseja, mais do que a própria vida tocar, beijar, lamber, cada parte do
homem a sua frente. Do seu homem.
agradecendo o fato dela não ter me escutado. Se fosse honesto, diria que
nem eu mesmo não estava muito disposto a me ouvir…
outro.
— O que tenho que fazer? — Quebrou o silêncio, a ânsia parecendo
voltar a crescer nela. — Meu Deus, que pergunta besta, está mais do que
óbvio.
— Oh! Claro.
Ergueu-se rapidamente e passou a mão na saia, ajeitando-a, antes de
parar na minha frente. Mesmo que alguns centímetros nos separassem, pude
sentir o calor do seu corpo contra o meu. Dei um passo para frente, atraído
por ela.
— Aquiles — voltou a chamar o meu nome.
— Toque-me, ángelós mou, por favor. — Inconscientemente,
aproximei o meu nariz da curva do seu pescoço e respirei fundo,
impregnando-me dela.
me sentia cada vez mais tenso, mesmo assim, eu morreria se ela parasse de
me acariciar.
Voltando a tocar os meus ombros, ela os contornou antes de deslizar
seus dedos pelo meu peitoral. Como um tolo apaixonado que era acariciado
pela primeira vez pela mulher que amava, arfei, cada vez mais perdido e
preso naquele mar de sensações. Fechei os olhos quando uma mão
espalmou onde meu coração batia forte, enquanto com a outra ela dedilhava
o meu abdômen, me fazendo retesar ao seu contato.
Gemi outra vez quando ela alcançou a região bem próxima ao cós da
minha calça, brincando com aquela área que não sabia que era tão sensível,
me deixando expectante, mesmo que soubesse que ela não iria muito além.
Sem cerimônia, acariciou a minha lombar, subindo cada vez mais
pelas minhas costas, mapeando cada pedaço de pele, cada músculo, fazendo
com que um som gutural escapasse da minha garganta, eu não conseguia ter
controle sobre o meu próprio corpo. Ainda de olhos fechados, estremeci
quando ela alcançou o topo das minhas costas e raspou as unhas pela minha
mas sabia que estava indo muito mais além do que deveria —, por que a
pergunta?
— Fui longe demais…
— Não, ángelós mou. Lembre-se que seremos um casal que toca um
de rir.
— Continue a me tocar — completei em tom de ordem. — Se me
incomodar, eu te falo.
— Certo.
da sensação deliciosa de ter suas mãos pequenas por toda a parte, de sentir o
calor de pele contra pele.
— Aquiles?
— Hm? — respondi com um gemido quando seus dedos alcançaram
calor dela, que me mantinha quente com seu sorriso lindo e o brilho dos
seus olhos.
Enquanto ela continuava a me alisar, ergui uma mão e, com as pontas
dos dedos, acariciei a sua garganta, lentamente, sentindo o movimento
quando ela engoliu em seco.
— Está tudo bem, Isis? — perguntei, receoso, mesmo que visse uma
centelha de desejo em sua expressão.
Não deixei de acariciá-la ali, por mais que fosse uma região sensível.
— Sim — falou em meio a um suspiro.
— Bom.
Um som de contentamento deixou os meus lábios e, com carinho,
acariciei sua nuca enquanto que com a outra mão acarinhava seu braço,
subindo e descendo.
Deus, essa mulher era tão macia, tão deliciosa, tão responsiva... Eu
sentia a pele dela toda arrepiada.
Não mais me contendo, realizando a minha fantasia, enterrei meus
dedos nos fios loiros claros que muitas vezes sonhei em tocar, e desfiz o
dedos.
Ela jogou um pouco a cabeça para trás.
— Perfeitos — murmurei, completamente fascinado pela textura
sedosa.
— Oleosos.
Fiz uma careta, e soltando o seu cabelo, segurei o seu rosto, para que
ela não desviasse o olhar.
— Por que você gosta tanto de depreciar as partes do seu corpo,
ángelós mou?
Deu de ombros.
— Por Hades, você sabe que é uma mulher bonita, uma das mais
lindas que já conheci. — murmurei, deslizando meu polegar pelos seus
lábios, que estremeceram sob o meu toque.
— Fala isso para me agradar. — A respiração dela tocou a minha pele
e eu também tremi.
— Acha que eu realmente sou do tipo que bajula e que prefere a
— Você fará com que eu repita de hora em hora o quanto é linda até
que acabe colocando na sua cabeça que é.
Ela riu e eu comecei a deslizar minha mão, voltando a tocar o seu
pescoço, alcançando seu ombro. Minha outra mão, inconscientemente,
estranho. E posse, uma possessão infundada, pois aquela criança não era
minha e nunca seria, apesar de que, enquanto Isis trabalhasse para mim ou
me quisesse em sua vida, eu estaria ali por ele ou ela. Ainda assim, eu não
conseguia controlar essa possessividade. Era algo profundo, violento, ao
experimento — interrompi-a.
Antes que ela pudesse dizer qualquer coisa, baixei meus lábios sobre
os dela, dando vazão ao desejo que guardava dentro de mim há meses. Um
som primitivo subiu pela minha garganta quando finalmente nossas bocas
minha mulher.
Com um grunhido, inclinei um pouco a cabeça dela, ganhando um
novo ângulo da sua boca, e intensifiquei meus movimentos, minha mão
saindo do seu quadril e indo parar na sua lombar. Puxei-a ainda mais de
sons que ela emitia, era engraçado. Mas ela era única.
Notei que os olhos dela cintilavam, e ela não precisava emitir uma
única palavra para eu saber que se sentia poderosa por me deixar trêmulo.
Permanecemos naquele beijo casto por vários minutos, nossas bocas
movendo-se naquela sincronia lenta, até que, tomando a iniciativa, ela
subterfúgio de um experimento.
Sem pudores, Isis mordiscou, puxou, e usou a língua para lamber os
meus lábios, antes de voltar a me beijar, me fazendo afundar cada vez mais
na irracionalidade e em desespero.
— Abra a boca para mim, Isis — ordenei com a voz áspera em meio a
um ofego quando ela sugou o meu lábio.
Perdendo completamente o controle, enterrei os meus dedos nos seus
cabelos, o homem paciente se dissolvendo no selvagem.
urgência que agitava o meu interior. Meus lábios pressionaram os dela sem
nenhuma gentileza; minha língua demandava que ela retribuísse a minha
fome; minha mão que estava nas suas costas alcançou a sua bunda. Enchi
meus dedos com a sua carne e, deixando-a explorar o céu da minha boca,
voltei a mergulhar nela.
duas mãos. Nosso beijo era tão intenso, nossas bocas e línguas se
— Acho que devemos nos beijar outra vez só para termos certeza que
estamos fingindo direito — menti, antes de voltar a colar nossos lábios,
respirar, o que fez Iris choramingar contra a minha boca. Seu corpo roçando
no meu, suas mãos deslizando freneticamente pela minha pele, pedia que
intensificasse nosso beijo, e eu cedi a sua vontade, não tendo forças para
O gemido gutural que escapou dela quando suguei seus lábios, antes
de tornar a saquear sua boca morna e deliciosa, fez com que eu perdesse a
minha razão e, com o desejo de fazê-la minha, de sentir o seu corpo nu de
pensando no bebê, então me inclinei sobre ela, deixando que meu peso a
lembra? E nem foi tão ruim. Pelo contrário, quem nos visse, acharia uma
atuação bastante convincente.
como se fosse uma bebida amarga que queimava. Fiz uma careta.
— E você é a minha funcionária.
Seu olhar recaiu para o local onde eu a tocava, mas ela não me impediu de
traçar movimentos circulares pelo ventre dela. — Se for pensar bem, você
provas.
Ela ficou branca.
— Aqui tem?
Fiz que não com a cabeça, deslizando minha palma para cima e para
baixo.
— Besta.
dramático.
— Não exagera.
— Sua mãe nunca vai acreditar na gente se eu disser uma coisa e você
outra. — Puxou o ar e exalou devagar. — Com certeza ela irá querer saber
relacionamento.
— Ah, isso! — Não consegui esconder minha decepção.
Merda!
— Um pouco... — Fez uma pausa e eu me concentrei nela, não nos
meus pensamentos lascivos. Havia conseguido muito por uma noite, e tinha
certeza que a sensação de ter o corpo dela por debaixo do meu iria me
Franzi o cenho.
— Hambúrguer?
possíveis perguntas que ela poderia fazer. No final, acabei convencendo Isis
a praticarmos um pouco mais de toques.
amigáveis demais para o meu gosto, mas passáveis para os meus pais, e não
houve mais nenhum beijo. Nem mesmo um selinho.
Capítulo treze
passarmos todo o percurso até a mansão dos pais dele em Valley Stream,
em Long Island, praticamente em silêncio. — Não há nada que possa dar
errado.
deixava ainda mais incerta de que toda aquela farsa acabaria bem, pois eu
ficava ainda mais tensa, uma tensão que, apesar de ter um pouco a ver com
Tudo bem que agradar a família dele, mais do que nunca, era
Sei que ele tinha tido boas intenções, mas, em algum momento, as
O que era para ser inocente e apenas fingimento, tornou-se real, pelo
rigidez do seu corpo, estive muito próxima de deixar que o grego tirasse a
mentira.
Suspirei novamente.
Quando sem querer ele resvalou o dedo bem próximo a minha virilha
grega não queria que a mocinha se casasse com um estrangeiro, e como ele
era o único herdeiro dos Mavridis, imaginava que eles desejariam que ele se
em um tom suave.
Dei de ombros.
meu sexo.
em desagrado, porém não disse nada, nem precisava, pois a frustração dele
Fechei os olhos.
Recordei-me de o grego ter-me dito que fazia bastante tempo que não
transava e, como me mostrei fácil, eu deveria ser uma ótima presa, já que
dificilmente ele se envolveria com alguém prestes a entrar em um
relacionamento falso comigo. Ou se envolveria, correndo o risco de
provocar um escândalo?
imaginei.
meu chefe!
Disse para mim mesma que era porque não queria ser taxada de
“corna”.
algum momento, havíamos passado por um portão, ou guarita, não sei dizer.
se preocupar.
— Sério?
— Sei lá.
Eu não ligo, se você for discreto o suficiente para não aparecer na mídia.
Enquanto você estiver em uma relação comigo, mesmo que falsa, você é
minha.
— Claro.
Aquiles esmagou a minha boca com a dele e, aproveitando que meus lábios
seus lábios, perdendo o meu fôlego quando a sua mão pousou novamente
pele do meu pescoço quando a sua boca deixou os meus lábios. Caramba,
desejo.
a palavra “teatro”.
Abri a porta, antecipando Aquiles, e deixei o veículo. Agarrei a alça
da minha bolsa e, com a mão livre, ajeitei o meu cabelo, colocando-os para
trás.
Sem dizer nada, meu chefe segurou os meus quadris com pressão,
meu ouvido.
Para a minha maior vergonha, uma mulher, que reconheci ser a minha
sogra de mentirinha pelas fotos que tinha visto dela, abriu a porta no
momento em que seu filho deslizava a sua boca pela minha bochecha, com
seus dedos subindo pelas minhas costelas, chegando bem próximo aos meus
seios.
Capítulo quatorze
Por que tinha sido ela e não uma funcionária a abrir a porta? Seria
seus olhos.
abraço. — Quero apresentar a vocês Isis, a mulher pela qual estou cada vez
no meu papel. Inclinando um pouco o rosto para cima, olhei para o “meu
saber que você seria a minha nora — falou. Achei o sotaque grego dela
extremamente melódico.
— Obrigada…
seus dois braços finos. A abracei de volta, me sentindo tocada pelo calor e
alegria genuína que havia nela, ao mesmo tempo que me sentia culpada por
eu estar a enganando.
dia para a noite, acabei não perguntando como faríamos para contar sobre a
minha gravidez, que com o tempo nada seria capaz de disfarçá-la, nem
mesmo a blusa mais solta do mundo. Como Agatha tinha descoberto, já que
a minha barriga poderia ser confundida com pneuzinhos, não sabia dizer,
pai dele que, apesar de não ter dito nada, parecia eufórico.
Um grande bolo se formou na minha garganta e o peso da mentira
— Por que você não me contou? — ela continuou em uma voz fraca.
meu chefe falou suavemente e abraçou-me por trás, pousando seus dedos
soubesse que era encarado, pousou os seus olhos sobre mim. Ele não
precisava dizer uma única palavra para coagir-me a continuar com aquela
farsa, que estava mais do que claro de que iria machucar várias pessoas,
inclusive a mim mesma. Eu não tive coragem de apagar a euforia que via no
parabenizei pela atuação. —Vocês não sabem o quanto foi difícil para ele
colocou no chão, com uma voz meio embargada e meio esbaforida pelos
rodopios.
apaixonado e que vocês estavam juntos, mas saber que esse relacionamento
Eu chorava pela ternura daquela mulher que achava que a criança que
eu carregava era o neto dela, pelo meu bebê que não teria uma avó amorosa
como Agatha, e também por mim mesma, já que não merecia aquele
era bem mais suave. — Tenho certeza de que você quer abraçar seu filho
também.
— Oh! Claro!
satisfeito tomava os seus lábios, deixando suas feições mais leves como
nunca vi antes.
em Aquiles era perturbadora. Primeiro pela sua força; segundo, por não me
oferecer nenhuma pista do que ele realmente pensava daquele fingimento,
nem mesmo das minhas lágrimas. Ele era uma máscara ilegível.
— Sou muito abençoado por ganhar você como filha, uma que eu
diante da mentira, estava muito mal por ele me considerar daquela maneira.
Diante da falta de afeto dos meus próprios pais, estava mais ciente do
quanto o carinho dispensado tanto por Kaius, quanto por Agatha, era algo
precioso e que deveria ser valorizado, mas eu estava pagando com traição.
— E muito mais por descobrir que recebi esse doce presente, um neto
ou neta — murmurou e beijou a minha testa.
que o meu filho era considerado uma benção por ele, um presente, era-me
ainda mais amargo.
— Obrigada.
— Se alguém tem que agradecer, sou eu. — Sorriu e os olhos dele
foram de ternura para diversão quando se afastou. — Digamos que não
esperava que Aquiles iria começar a me dar netos tão cedo… — piscou —,
ele é um pouco lento para as coisas.
você não tenha sido displicente em dar atenção a sua vida pessoal.
— Tenho que concordar, pai. — Pareceu pensativo e falou contra a
Merda! Não sabia que ele era tão possessivo! Enxuguei minhas
lágrimas como pude e segui para dentro da casa.
— Aquiles me disse que a vista que vocês têm do State Park é linda
— comentei, puxando assunto com a mãe de Aquiles, já que ele entrou na
peças clássicas e também azuis roubou o meu fôlego. Mesmo que já fosse
noite, a iluminação do ambiente deixava tudo tão claro que provavelmente
conseguiria rivalizar com a luz do sol. Foi impossível não imaginar como
ficaria pela manhã.
— Acho que ele exagerou um pouco, querida, mas poderemos vê-la
casas dos Estados Unidos. — Não é nada demais, nada tão lindo como a
vista que temos do Mar Jônico na nossa villa em Corfu, na Grécia. Faz
respeito e também a química que havia entre eles era algo palpável.
Suspirei.
o seu papel.
A perspectiva de ficar a sós com ele em uma casa, provavelmente
ativamente delas.
— Mas só no verão? — Fiz beicinho.
Os olhos dele brilharam e me deu um sorriso lascivo.
— Talvez nós duas possamos fazer essa viagem juntas, para fortalecer
nossos laços — a mãe do Aquiles tagarelou e eu me virei novamente para
meu lado. Havia uma tensão enorme entre nós, não apenas pelo fingimento,
mas puramente sexual. Ela crepitava, consumindo-nos.
— Não é mesmo romântico? — Agatha falou, respondendo o meu
comentário muito tempo depois.
— Muito… — Tentei prestar atenção nela, que me olhava
atentamente, e não nos arrepios que me percorriam por ter o meu “noivo”
tão próximo.
— Sou completamente apaixonada por esse cômodo. Quando não
estou realizando os sonhos das minhas noivas, sempre fico várias horas
sentada aqui... — comentou, como se fizesse uma confidência, e olhou para
o marido ao completar:— Principalmente venho para cá quando Kaius me
coisa que havia nos meus, um desejo cru que faria com que nós dois
ultrapassássemos limites outra vez: ele por estar sozinho há muito tempo,
eu por… não sabia dizer.
— Você precisa ver a sua cara, filho — Kaius gracejou, fazendo com
que o filho grunhisse, irritado.
Continuei a gargalhar e os pais dos meus noivos prosseguiram com as
provocações, mas o som morreu em meus lábios quando a respiração
coração se acelerasse.
Riu baixo, demonstrando ciência da minha reação descabida. Depois
de inspirar fundo, voltou a se aprumar.
Olhei para ele com o canto do olho e percebi que Aquiles agia como
Fiz que não com a cabeça, recordando-me de ter lido que as pessoas
gregas gostavam de tratar muito bem seus convidados.
— Pode ser de frutas vermelhas.
— Excelente! — Agatha bateu palmas, satisfeita. — Traga um para
marido”. Eu não soube lidar muito bem com o fato de ele estremecer ao
meu toque, suspirando baixinho.
Sabia que era uma farsa, mas pareceu tão real a reação dele que me
assustou.
agapiménos engonós[16].
Bebericou o suco e estendeu um braço na minha direção, segurando a
minha mão, apertando-a suavemente, e eu quis chorar com a doçura dela.
— Obrigada… — sussurrei.
— E então? Como vocês descobriram que estavam apaixonados? —
insistiu, depois de mordiscar um pedaço de queijo feta com azeitona.
— Mãe…
— Não acho que estou pedindo muito, afinal, quase três meses atrás,
você fez um escarcéu, defendendo sua solteirice…— disse em um tom
dramático e fungou.
Com o canto do olho, vi Aquiles fazer uma careta desgostosa, e o pai
dele, para defender Agatha, pigarreou. A relação deles era hilária, tanto que
tive que sufocar uma risada, pegando mais um “bolinho” de tomate para
disfarçar.
— Apenas não quis admitir que estava apaixonado por Isis há meses,
mamãe, e que eu era um covarde, escondendo meus sentimentos… —
Contou a mentira com tanta convicção que, se eu não soubesse que era um
engodo, até eu iria acreditar.
Fiquei agitada, e o rebuliço se tornou ainda maior quando ele voltou a
pousar sua mão sobre a minha coxa.
— Sabe como sou orgulhoso…— completou.
quanto eu tive que lutar para não demonstrar o meu ciúme, mitéra[17].
Bom que seu pai viu que eu era bem melhor partido do que aquele idiota.
Se ele tivesse dado a sua mão para ele…
Ele deu um soquinho na mesa, indicando o que gostaria de fazer com
ele, em seguida, tomou um pouco do vinho. Minha sogra deu outra
risadinha.
um selinho em seus lábios. Seus dedos fizeram mais pressão na minha coxa.
— Obrigada por ter me convidado para sair, amor — falei contra a
boca dele, antes de, ruborizando, me endireitar no meu lugar.
O interrogatório continuou e eu fiz de tudo para atender as
expectativas que a mãe de Aquiles tinha sobre o nosso relacionamento.
algum tempo caminhando pela estufa enorme, quando tive certeza que
estávamos a sós.
“futuro” noivo só aumentava ainda mais aquela sensação de que ali era um
Eu tinha que voltar para a realidade, para o grande problema que ele
demais.
— Você me ouviu? — falei mais alto, pensando que ele não havia me
perante a intensidade com a qual ele me fitava. Havia mais do que desejo
nos seus olhos verdes, era um sentimento que eu não sabia decifrar.
— Não aqui, Isis, não vamos conversar sobre isso agora. — Sua voz
era suave e eu a senti como se fosse uma carícia no meu íntimo, um afago
de um amante, que era capaz de me incendiar.
— Mas…
nossos lábios. Mesmo que não houvesse nenhuma razão para que nós nos
beijássemos, peguei-me retribuindo, querendo sentir o seu gosto, a sua
e musculoso, deixei que minha mão vagasse pelas suas costas, acariciando-
o, permitindo que a sua boca fizesse o que quisesse da minha, lutando para
minha boca e eu senti que meu coração batia ainda mais forte. — Téleios[18].
murmurada em grego.
Cheirou o meu pescoço, como se estivesse sedento, e eu me contorci
contra ele.
— Não minto quando digo que poderia dizer várias coisas sobre você,
Isis…
dizer isso.
Deslizou seus lábios outra vez pela minha boca e eu pensei que daria
o beijo que o meu corpo todo ansiava, porém, ele não me deu o que eu
queria.
certeza…
na minha frente.
Por uns segundos, fiquei chocada demais por ver aquele homem que
coração pareceu prestes a sair pela boca de tão acelerado que ficou com o
que ele estava prestes a fazer. Meu corpo parecia convulsionar de tanto que
tremia.
bolso da calça.
Levei a mão aos lábios, incrédula, sem acreditar que meu chefe estava
história que contaríamos depois para a mãe dele de como foi feito o pedido.
Não deveria, ainda mais por saber que era de mentira, mas sem
Seja minha, para sempre? Deixe-me fazer parte da sua vida ainda mais, a
cada segundo, dela? Deixe que pelo resto da minha vida você seja a
primeira coisa que eu veja quando acordo e a última quando eu for dormir.
— Eu… — Mal consegui escutar a minha própria voz.
mais, Isis.— A súplica dele fez com que eu sentisse vontade de chorar de
novo.
instantes. — Você me aceita, com todos os meus defeitos, com o meu jeito
palavras.
Caralho ele era um bom ator. Muito bom mesmo. Eu estive por um
triz de acreditar.
— O quê?
sentir o frio do metal contra a minha pele quente, foi-me estranho, já que
antes de se levantar.
uma peça tão preciosa para uma noiva de mentira, algo que deveria ser dado
para a mulher que amasse verdadeiramente.
Engoli em seco. Eu deveria protestar, porém, as palavras não saíram
— É uma joia de família, algo que você deveria dar para a sua futura
esposa.
Colocou uma mecha do meu cabelo que havia caído sobre o meu
rosto atrás da minha orelha e secou minhas lágrimas com os dedos.
— É da cor dos seus olhos, e minha mãe não é a única que gostará de
vê-lo no seu dedo… — sussurrou.
Por um momento tive a falsa esperança de que sim, mas logo as suas
palavras me aterraram, quebrando a magia daquele momento, e eu lutei para
não me abraçar:
— A mídia adorará isso.
mas mantendo um sorriso fraco nos lábios, dei um passo para trás,
desfazendo-me do contato.
— Vamos voltar para o solário. Tenho certeza de que a sua mãe irá
doloroso no peito.
— Droga, Isis! — Segurou o meu braço, chamando a minha atenção.
O agarre não era tão forte, mas ainda assim, eu parei. — Eu…
— Não se preocupe, Aquiles — virei-me para ele —, só estamos
Fingir felicidade para os pais dele quando não havia nenhuma, apenas
decepção, foi a coisa mais difícil que eu tinha feito, e pareceu exaurir parte
noiva brincar com o anel que eu havia dado a ela, parecendo imersa em
pensamentos. Desde que deixamos a casa dos meus pais, Isis não fez
A noite tinha sido perfeita, meus pais a adoraram, mas temia ter
fodido com tudo quando inventei aquela merda da mídia gostar da ideia
dela usando o “anel” de família, com medo da minha própria reação por
Por mais que ela tentasse disfarçar, eu sabia que ela havia ficado
triste. Era como se ela esperasse algo além de mim, mas eu não sabia muito
bem o quê.
Se eu fosse honesto comigo mesmo, nem eu tinha certeza do que eu
queria, a única certeza que tinha era que Isis parecia naquele momento
que eu reagisse.
— Está tudo bem, Isis? Com você? Com o bebê?
— Sim, estamos bem, por que não estaria? — falou suavemente, tom
que sempre adotava para falar da criança que carregava no seu ventre.
— Isis…
— É muita coisa para processar ao mesmo tempo, a gravidez, o
— Entendo.
retrucou.
— Não…
— Hm.
— E as saliências também… — Fiz uma careta.
estômago borbulhando.
voz. — Que bom que treinamos. Nunca iríamos convencer seus pais da
— É…
Outra vez contive a vontade de dizer que não era uma farsa, que eu
realmente a desejava, mas duvidava muito que ela fosse acreditar em mim
Porra! Como queria voltar atrás nas próprias palavras, mas não podia,
falar do passado, das minhas ex, eu não tinha por que evitar.
— Bastante — murmurou.
com o modo como ela disse a palavra ceder, então preferi me apegar um
assunto mais seguro. — Foi por isso que não deu certo, por eu ser
complicado.
— Besta!
Não consegui mais conter a gargalhada quando ela deu um tapinha no
meu braço.
— Hm…
ao prédio dela.
Sorri, mesmo que por dentro eu quisesse bufar pela noite ter acabado.
— Agora você pode descansar… Não sei como não dormiu durante o
Isis não riu do meu gracejo como achava que faria, pelo contrário, ela
Fiquei instantaneamente rígido. Sabia muito bem o que ela iria falar, e
ela, nem mesmo para mim. Droga! Eu estava confuso com tudo.
Com um som cansado, sabendo que estava fodido, fiz o mesmo. Sem
me conter, apoiei uma mão na sua coluna enquanto ela caminhava até a
meus beijos com fome e desejo, me repelia pelas minhas merdas. Porém, ao
mesmo tempo, o fato de não ter estremecido ou sua coluna ter arqueado
pior dos homens por fazê-la sofrer, por ter sido o causador das suas
lágrimas não derramadas. Eu não era melhor que o babaca que a tinha
abandonado.
— Não, não tinha — admiti. Era a única coisa que podia dizer.
a cabeça em negativa.
— Isis…
— O que vai acontecer quando eles descobrirem a verdade? De que
merda toda, mas um lado sombrio dentro de mim não gostou de ela falando
que nunca seria o pai do seu bebê. A razão? Não iria a fundo para
— E o que será de mim e do meu bebê? — Falou tão baixo, tão para
dentro, que quase não escutei.
falar essas palavras —, mas o amor que meus pais já sentem pelo seu bebê
não é. Deixe Agatha e Kaius amá-lo. Não negue isso a eles, por favor.
— Eu…
— Por favor, ángélos, seu filho pode ter avós amorosos… —
a melhor alternativa para todos. Eu sabia que estava sendo um cretino, que
estava usando o ponto fraco dela contra ela, mas havia tanta coisa em jogo
Meus lábios se curvaram para cima, mesmo sabendo que deveria estar
é me odiando.
No fundo, sabia que merecia e muito a acusação, e poderia até ser
chamado de coisas ainda piores. Eu era mesmo um desgraçado
— Desprezível…
Arqueei a sobrancelha.
me abraçar apertado.
— Não precisa agradecer, Agatha — falei, enquanto ela deixava um
inesperada.
sugerisse algo do tipo. Se fosse honesta comigo mesma, ela até havia
relacionamento do filho.
terrível…
para cima.
— Não, não — sorri —, mas já o diretor executivo da empresa de
homem, mas eu não tinha. O tal diretor havia cometido um erro grave,
fraudando algumas notas para embolsar alguns milhares de dólares, mesmo
— Posso imaginar…
— E Aquiles não é louco para jogar o seu mal humor sobre mim —
— Você está certa, querida, temos que mostrar quem manda em quem
da frente para mim, e eu obedeci, colocando minha bolsa sobre o meu colo.
Foi a vez de ela piscar para mim, e eu acabei rindo também, mesmo
que não deveria. Primeiro: eu e meu chefe estávamos bem longe de ter o
Aquiles, e não é não fazendo sexo com ele que eu conseguiria isso.
Pensar nas palavras sexo e Aquiles juntas fez com que eu sentisse um
minha decisão de não trocarmos carícias nem beijos, porém o meu corpo
não concordava com isso. Sempre que eu estava perto dele, contra a minha
queriam sentir os dele cobrindo os meus, sua língua me invadindo até que
ele me deixasse arfando. Muitas noites, mesmo que a minha libido devesse
— Sim…
Pigarreei.
— Verdade.
— Por quê?
— Onde estávamos? Ah, o café. Por que não pode beber, querida?
da médica.
— Théos, me esqueci dessa restrição. — Bateu a mão na testa e
pareceu culpada. — É tão natural para mim marcar todos os encontros para
tomar café, um hábito, já que sempre usamos a bebida como ocasião para
socializar.
— Vou cancelar.
mesmo não tem nenhum pudor em beber várias xícaras na minha frente, eu
ficamos contentes com a notícia. Eu nem acredito que serei vovó. — Deu
um suspiro alegre.
Desviei o olhar para a minha barriga. Contendo a vontade de engolir
em seco, voltei a levar minhas mãos para “acariciar o meu bebê” enquanto
rosto, foi como receber um soco na base do estômago. A culpa pesou nos
meus ombros e apertou o meu peito, tanto que respirar tornou-se tão difícil
Eu sabia que era desprezível por continuar com aquele engodo, por
me deixar levar pela ideia sedutora de dar uma “família” para o meu bebê,
mas ali, diante da minha futura sogra, vendo a alegria dela em ser avó, me
senti ainda pior por mentir.
então me dei conta que tinha me feito falta: convivência com avós
carinhosos, e pelo olhar da mãe do grego, eu sabia que eles dariam o mundo
olhos. O irônico disso tudo é que, embora Aquiles fosse registrar o meu
filho como um Mavridis — pelo menos eu achava que iria — ele só
prometeu avós amorosos.
Apesar de me perguntar sobre a minha gestação e ter sido gentil, em
nenhum momento ele falou que participaria ativamente da vida da criança
me dado até então. O grego não era o pai do meu bebê e nunca seria, ele
não tinha obrigação nenhuma para comigo, e nem com essa criança.
Eu era puro caos e a situação toda parecia tornar tudo mais caótico.
Obriguei-me a comer um pedaço do meu cheesecake, como se com
ele eu pudesse digerir minha amargura, mas nem mesmo a calda de
demais.
Ela me tirou do transe, emitindo um suspiro e comentando:
— A gestação do meu filho foi bastante difícil, de risco, tanto que não
pude ter outros filhos.
— Sinto muito…
Meu coração se doeu pela mulher, que provavelmente queria ter tido
muito mais crianças correndo pela casa. Sem pensar, querendo confortá-la,
estendi a mão para ela, que aceitou.
— Mas o que importa é que agora terei outro bebezinho para amar —
sussurrou.
— Sim…
Deu-me um sorriso sonhador que fez com que as minhas vísceras se
sabe três.
Engoli o líquido para não o cuspir.
— Três?
— Mais três — deu-me um sorriso inocente.
— Acho que seria demais para mim — forcei-me a dizer.
bastante ruim.
Continuou a tagarelar, relembrando algumas coisas da infância de
Aquiles. Fez perguntas sobre a minha vida, sobre a minha relação com o
filho dela, tantas que eu comecei a ficar zonza. Minha sogra era bastante
que Aquiles havia me dado, sentindo novamente o aro pesar em meu dedo.
— Sei que o meu filho já fez o pedido e que muitos noivos optam por
— Hm… — Sorri.
Ao contrário dela, senti uma onda de tristeza ao recordar das palavras
Deus! Eu me achava ainda mais tola por me sentir ferida por Aquiles
ter quebrado a magia do pedido de casamento com a verdade de que não
estávamos apaixonados.
— Todo mundo vai querer saber quem é a plebeia que conquistou o
coração do milionário grego… — Falei em voz alta meu pensamento
súbito.
Tinha esquecido desse detalhe.
que até então mantinha-se solteirão e não era visto saindo com nenhuma
modelo ou socialite, e principalmente sobre a minha gravidez. Senti meu
sangue gelar ao pensar que o meu bebê estaria no meio disso tudo.
Meu filho consegue ser bastante vingativo quando quer. — Deu outro
suspiro.
— Verdade…
Mesmo tendo várias provas de que o gênio do grego era irascível,
esse fato não me consolava, não quando meus instintos queriam proteger o
serzinho na minha barriga.
próprias escolhas.
— Eu que agradeço, Isis.
Kaius ligou para ela. Pelo rubor que coloriu o rosto dela, a proposta tinha
sido bastante indecorosa e também irresistível, já que ela estava um pouco
desnorteada. Sugeri então que nós nos encontrássemos outro dia, pois eu
estava cansada e louca por um banho, e ela acabou concordando.
Com o coração batendo rápido, assim que ela surgiu na soleira, como
se fossem minhas mãos e não meus olhos, percorri lentamente o seu corpo,
emolduradas por uma calça justa branca, a blusinha solta vermelha que
escondia a sua barriguinha de onze semanas de gravidez, até chegar nos
insatisfeito.
Os beijinhos e os pequenos toques que trocávamos nas farsas não me
roubasse o meu ar, que me deixasse trêmulo e ofegante, queria que ela me
a minha atenção.
Olhei para seu rosto, que embora continuasse lindo e angelical, tinha
atenção, muito menos a sensação que se espalhava pelo meu peito. Era uma
que esse instinto protetor tomasse conta de mim, o que quer que isso
significasse.
para mim. Era um pensamento absurdo, mas real. Por quê? Outro ponto que
não analisaria e também não me importava.
Como se para endossar aquilo que falava, levou a mão à boca para
esconder um bocejo.
As duas semanas foram um verdadeiro caos. Por mais que nós dois
mãe, havia muitos detalhes que nunca imaginei que existiam. Toda hora,
—, e todas as tradições que eram infindáveis. Fora que as festas iriam até o
amanhecer…
Caralho! Sentia-me esgotado só de pensar.
— Tudo bem, ángélos… — falei em meio a um arfar.
a ir a algum lugar quando não se sente bem? Que eu seria esse tipo de…
era o pai, ainda mais agora, que todo mundo estava sabendo que ela
esperava um herdeiro Mavridis, então eu tentava não tocar muito no
assunto, ainda que fosse inevitável. Também evitava falar sobre a mídia
com ela, um assunto que, mesmo tendo se passado bastante tempo, ainda
— Que bom que você sabe. — Soei mais arrogante do que deveria.
outro bocejo.
— Ah, o smoking que você me pediu para enviar para a lavanderia
não chegou. — Olhou para o relógio de pulso e fez uma careta. — Já era
para estar aqui, mas vou ligar para ver se eles vão demorar muito. Você
— Não mais…
— Mesmo, Isis?
que fosse um elogio sutil, era um elogio no final das contas, e eu adorava o
fato de ela confessar que me achava bonito, apesar de que a parte mais
ouviria isso, já que estava longe de ter desistido de ter Isis para mim.
bom acréscimo aos negócios, eles não tentariam negociar com o Morozova.
uma resposta e nem gostava de ser deixado de lado, por mais que isso
— Acho que vale a pena tentar, afinal, não seria um valor desprezível
a longo prazo — retrucou. Seus olhos brilharam, sagazes.
Porra! Essa mulher não precisava fazer mais nada para me deixar
ainda mais louco por ela.
— Podemos marcar uma reunião final com eles ainda esse mês —
concedi.
— Mesmo assim…
— Minha obstetra disse que é comum no final do primeiro trimestre,
e nem é o pior sintoma de todos… — Contorceu-se sobre o meu toque
para casa.
— Gostei…
Abriu um sorriso que foi estragado por um bocejo, que não deu tempo
de disfarçar.
— Vamos para o meu apartamento… — completei.
— Por que pareço não ter vontade própria perante você? — disse
baixinho.
Não gostei muito de ouvir aquelas palavras saindo dos seus lábios,
muito menos da resignação que havia em seus olhos. Baixei a mão.
ficar um tempo a mais com Isis, mas sem envolver trabalho e nem a farsa,
mas falhei miseravelmente, tanto quanto fracassei de conter o meu sorriso
abobado.
Capítulo dezoito
Bebericou o suco de melão, que ela disse que era bom para a azia
segundo viu na internet, e encarou o meu torso desnudo. Mesmo que Isis
sorrir de regozijo.
— Está deliciosa…
— Mentirosa… — provoquei-a
Soltou uma gargalhada, que acabou roubando uma risada de mim.
— Bobo!
seu estômago. Embora minha primeira tentativa na cozinha não tenha saído
de toda ruim, estava longe de ser um prato que pudesse ser chamado de
apetitoso.
expressão de prazer no rosto dela. Além do sono, ela vinha tendo bastante
apetite.
Porra! Eu até mesmo poderia dizer que ela estava sexy pra caralho,
algo assombroso, já que as roupas cobriam toda a sua pele e também eram
largas, não deixando nenhuma curva em evidência, mas eu sabia que era a
mulher que havia dentro daquelas peças de flanela que era sedutora. Isis
— Claro.
— Não exagera, me caiu muito bem, tanto que a azia parou um pouco
Seu olhar voltou a percorrer meu torso, antes que ela voltasse a
atenção ao suco.
que já tinha causado uma pequena discussão entre nós, enquanto ela
gestação e devo ficar fora por uns dois meses. — Seu tom foi suave e
remuneração. — Suspirou.
Grécia.
— Você pode tirar mais tempo, afinal você será uma Mavridis…. —
como seria a nossa vida quando disséssemos sim no altar, a única coisa que
havíamos combinado, além de eu ter dito que assumiria o bebê dela, dando
meu sobrenome, era que Isis deixaria algumas coisas dela na minha casa,
tempos depois.
queria pensar naquele momento, muito menos na aversão que sentia pela
eu franzi o cenho para ela, apenas para adotar um tom suave enquanto
tv.
— Claro que não, ángelós, mas acho que você deveria secar seus
— Eu os secarei para você, não quero que você fique doente, não se
— Não é necessário…
— Vou cuidar de você, Isis…
chamou atenção, ainda que eu não soubesse lidar com essas emoções.
— Vamos? — insisti.
— Pronto.
— Vamos!
Sem esperar uma resposta, como um garoto afoito, segurei a mão dela
— Hum…
— E é difícil imaginar você escolhendo isso. — Apontou para o lustre
— De fato.
Fiz uma careta e ambos caímos na risada.
— Se eu fosse você não brincava com isso — olhou para mim, seus
lábios curvados em um sorriso —, é bem capaz de eu me mudar mesmo…
hidromassagem.
Minha diversão morreu instantaneamente.
provocou-me.
excitação que se tornava maior, ao ponto do meu pau começar a ganhar vida
quando pensei nos nossos corpos unidos em meio a uma nuvem de vapor.
la, não iria estragar aquele momento tendo uma ereção. Queria cuidar dela,
nada além disso. Mais do que ninguém, ela merecia ser cuidada, paparicada,
— Tá.
Quando ela parou de frente a pia dupla, coloquei o secador na tomada
e reuni tudo o que eu iria precisar ao alcance das minhas mãos. Pus-me
atrás dela, a uma distância que a deixaria confortável. Coloquei uma toalha
Nunca imaginei que sentiria tanto prazer executando uma tarefa tão
simples, um prazer que nada tinha a ver com sexual, mas era uma satisfação
poderia ficar horas deslizando meus dedos pelos cabelos dela. E o cheiro...
Porra, a fragrância que emanava dela me embriagava e eu sabia que estava
perdido. Fodido!
baixinho.
Continuei a trabalhar nos cabelos dela, prolongando o máximo
possível aquele momento, sentindo meus dedos ficarem cada vez mais
trêmulos.
— Isso é bom…
Estava terminando de secar os cabelos dela, quando a ouvi suspirar
olhos.
Pousei o secador sobre a bancada e a acariciei gentilmente.
pelos fios, abrindo a boca —, mas faz tempo que não recebo um cafuné de
alguém.
— Entendo…
Tirei a escova dos dedos dela e pus sobre a bancada.
— Para sala. Você vai ganhar o melhor cafuné da sua vida — soei
convicto.
coxas, a convidando.
— Tem certeza? — Pareceu insegura de repente, e emitiu um bocejo.
Franzi o cenho.
— Do quê?
— Não precisa fazer cafuné em mim só porque há muito tempo
ninguém faz, Aquiles. — Mordiscou o lábio, deixando-o mais vermelho. —
Você já fez muito por mim hoje, tanto que nem sei como agradecer.
— Bobagem, Isis…
— Você é…
— Seu amigo — não a deixei completar, guardando para mim o “seu
futuro marido”.
— É, mas…
— Entendo se não quiser… — Senti uma pontada de decepção e uma
dorzinha absurda no peito.
— Não é isso… — sussurrou. — Eu só não quero ser uma obrigação
para você.
Contive a vontade de praguejar.
— Você não é minha obrigação e nunca será. Se estou te oferecendo
um cafuné, é porque eu quero fazer, agápi — falei suavemente e voltei a
Soltei o ar que nem sabia que estava prendendo nos meus pulmões,
sorrindo involuntariamente quando finalmente a mulher pousou a sua
cabeça no meu colo. Seus olhos azuis me fitaram, estavam um pouco
arregalados.
Rindo, removi alguns fios que caiam sobre a sua face, e não me
passou despercebido o fato dos meus dedos estarem trêmulos outra vez,
muito menos o contraste entre a minha mão forte e a curva delicada do
rosto dela.
cabeludo.
— E o seu estômago, como está?
— Melhor.
— Hm.
ficar tenso por tê-la deitada no meu colo, porém tudo o que sentia era um
estado de relaxamento que fazia muito tempo que não dominava e, como se
fosse possível, me senti mais terno e protetor com relação a ela e o bebê.
Apreciei cada segundo da sensação de tê-la em meus braços e de
mas o dinheiro de Aquiles abria muitas portas, até mesmo faria com que a
mulher fosse até o apartamento dele para uma primeira consulta, porém, eu
noiva comum, apesar da minha situação não ser nada simples. Eu estava
grávida, meu noivado e meu casamento seriam de mentira, e eu teria uma
demorado para escolher uma data. Eu poderia prever que surtaria com
— Não que seja para todas as mulheres, mas para mim é. Sempre me
imaginei escolhendo um vestido princesa bem extravagante, mas… —
suspirei.
— Com essa barriga que vai crescer ainda mais? — Acariciei o meu
dinheiro que seria gasto. — Mas confesso que procuro algo mais discreto.
Acho que não combino mais com as ideias de quando tinha quinze anos.
— Nunca se sabe, você tem que experimentar — enganchou seu
Ainda que provavelmente não fosse a minha escolha, não podia negar
atendimento.
Sem dúvidas era muito luxuoso, mas toda a minha atenção estava nos
funcionária perguntou.
— Uma água com gás, por favor — Agatha pediu.
— Senhorita?
— Estou bem assim, obrigada. — Sorri para ela, que assentiu, antes
de se retirar.
— Vocês estão esperando mais alguém, ou serão apenas as duas? —
A estilista perguntou.
Aquiles a tenha liberado para vir conosco. Houve um problema na casa dela
dedos como se fôssemos mãe e filha. Senti-me tocada pelo carinho que
Ela não tinha me dado nenhuma pista do que estava pensando para a
cerimônia religiosa, que teria lugar na St. Nicholas Greek Orthodox Church.
Olhei para Agatha, sem saber o que dizer; ela que estava cuidando
desse aspecto.
— Não temos um limite — minha sogra disse divertida, bebericando
a água.
ficar mais acentuado. — Você tem alguma preferência de corte, estilo, tipo
de cintura? De cor?
— falei.
— Certo!
Não escondi a minha empolgação ao me levantar, e minha sogra deu
A designer nos levou a uma sala que mais parecia um paraíso das
é claro.
modelos, faremos várias provas para que fique perfeito. — Sorriu para
— Certo.
— Não sei.
Passei os dedos pelo bordado do corpete, depois deslizei as mãos pela
saia volumosa de tule e renda. Era lindo, mas não sabia se eu gostava ou
não de como ficava em mim.
confortável assim.
— Está linda, filha, uma verdadeira princesa — minha sogra falou
Como para provar isso, dei uma volta em mim mesma, encontrando
certa dificuldade.
— É lindo, mas dá para ver na sua cara que você não amou, querida.
— Mesmo? — Fiquei surpresa com a fala da minha sogra.
— Seus olhos não brilharam de emoção, filha, mas sem dúvidas foi
um bom começo.
— Sim.
— Vamos para o próximo então — a estilista falou, batendo uma
ficando um pouco frustrada por nenhum deles fazer o meu coração disparar
no peito, ou me levar às lágrimas. E minha futura sogra parecia concordar
comigo, pois ela apontava uma série de coisas também, que iam desde o
caimento, a parte do meu abdômen, até mesmo a cauda, e que mesmo
seria real, mas, de alguma forma, eu queria estar linda no dia. Linda aos
olhos de Aquiles.
Estava sendo tola, mas eu desejava que o homem que vinha mexendo
tanto comigo se emocionasse assim que me visse vestida de branco.
Desde que Aquiles cuidou de mim no dia em que eu estava com azia,
nossa amizade.
Respirando fundo, saí do provador.
— E esse? — perguntei para minha sogra, insegura, ao mostrar o
mostrou.
— Excelente. — Minha sogra pareceu mais empolgada do que eu.
— Qual?
— Por que não nos sentamos para discutir o que você gostou ou não
— Claro, Isis, e será bom que você tire um tempinho para assimilar o
que você quer ou não no seu vestido. Quando se sentir preparada, só marcar
um horário com a minha secretária.
— Obrigada.
Rapidamente, me troquei e nos despedimos da estilista, que
Espero que a minha indecisão não te estresse e que você não acabe se
arrependendo de organizar o meu casamento.
Parando, ela jogou a cabeça para trás e riu.
— Pode ter certeza de que deixarei você saber…
Rimos.
— Obrigada, Agatha, de verdade. Obrigada por ter vindo comigo e ter
— Foi um prazer fazer isso por você, Isis. — Acariciou o meu rosto.
— Você é a minha filha de coração. Eu que tenho que agradecer a você por
irmos ao cinema?
— Só se tiver amendoim com chocolate — brinquei, e ela fez uma
careta para mim.
— Fechado — falou pouco depois.
Nós duas rimos, e antes que ela mudasse de ideia, parei o primeiro
táxi amarelo que passou. Previa que ver filme com a minha sogra seria
divertidíssimo.
Capítulo vinte
A voz repetiu, de modo que quase não pude ignorar, mas, ainda
— O quê?
suavemente.
Mesmo trôpega, desvencilhando-me da coberta, sentei-me na cama e
o seu.
comer algodão doce, olhei para o grego que, além de estar impecavelmente
vestido no seu terno preto bem cortado, me encarava com diversão. Senti
uma pontada de inveja por ele parecer tão bem depois de um voo de várias
horas.
— O que foi?
Mexi no meu assento, sentindo cócegas quando o avião começou a
baixar.
imaginando que eu deveria estar descabelada, com remela nos olhos, cara
ombros.
Para provar o seu ponto, os olhos verdes passearam pelo meu corpo, e
Eu poderia estar horrorosa, mas aquele olhar lascivo fez com que eu
me sentisse, além de quente, a mulher mais sexy que ele tinha visto, tanto
que eu fiquei ofegante, e me senti excitada, algo que vinha se tornando cada
Não era exagero falar que eu estava quase subindo pelas paredes.
usar brinquedos não resolviam mais o meu problema. Então, por mais que
minha consciência dizia que eu não devia me envolver com o grego, pois
isso só tornaria a nossa situação mais complicada, meu corpo estava mais
do que disposto a sentir o do Aquiles, dando vazão a ânsia que me
consumia.
Estar ciente de que o meu chefe também não estava transando com
parecia ser um argumento a mais para o meu desejo vencer a batalha contra
contato visual.
aparência é tudo.
“gostosonas”.
por mais que soubesse que estava exagerando, era inevitável não ter aqueles
— Mentiroso… — acusei.
também…
Seu nariz roçou na curva do meu pescoço e o grego inspirou fundo,
— Não duvide do poder que você exerce sobre mim, théa mou[21]. Os
outros homens podem não concordar comigo, mas estou pouco me fodendo
retirei o cinto.
Ele tamborilou os dedos.
banho. Porém, eu me apaixonei pelo lugar assim que acordei e meus olhos
longos demais.
Poderia parecer bizarro, mas minha cabeça estava tão cheia de coisas
lado dele, ainda mais quando as palavras do meu chefe sobre o “poder” que
excitada, em alerta.
Quando nos deitamos e ele me envolveu em uma conchinha, minha
bunda colada a sua pelve, eu pensei que seria uma noite em claro,
desejo insatisfeito, mas, diferente do que pensei, o calor dele era tão
aquele pequeno pedaço de paraíso, que tão cedo eu poderia desfrutar, mas
minha mente não me dava trégua, melhor: Aquiles e aquilo que ele poderia
fez com que o prazer se espalhasse nas minhas veias como se fosse uma
droga potente. Antes mesmo que eu pudesse me controlar, fiquei excitada,
algum alívio, clímax que, ainda que estivesse sozinha no quarto, eu não me
— Droga!
Fiquei mais alguns minutos ali, até que outro tipo de necessidade me
invadiu.
trincado… Sabia que deveria ter parado por aí, mas, desavergonhada,
esquecendo-me de tudo, deixei que o meu olhar baixasse até pousar no pau
Tive tempo até mesmo de perceber que os pelos em volta dele estavam bem
aparados.
controlar, só que mais intenso, muito mais. Meus pelos ficaram todos
desesperada.
minha direção.
prestes a mijar na calcinha, baixei a peça que estava úmida, por uma outra
mesmo tempo que ele, e Aquiles me pegar olhando para o seu pau,
nada.
dele. Emiti um som baixinho, Aquiles poderia ter virado de costas, teria
acompanhar uma gotinha que deslizava lentamente pela pele dele e que
descia em direção a sua pelve. Outra vez fitei o pênis dele, que lentamente
pau dele. Estava fascinada pelo poder que eu exercia sobre o corpo do
cobiçando o meu pau, era um verdadeiro inferno, mas temia que, a qualquer
movimento, aquele feitiço se quebrasse e ela saísse correndo de mim, me
pensando no desejo cru que havia em sua expressão, na luxúria que ela não
Poderia ir atrás dela, seduzi-la, mas eu queria que ela viesse até mim,
que fosse Isis a dar o primeiro passo, que ela destruísse os próprios pudores,
que se esquecesse que ela era minha funcionária, que se esquecesse da
sensação de que, por mais que nós dois quiséssemos a mesma coisa, nunca
iríamos passar dos beijos e toques inocentes que compartilhávamos na
farsa, carícias que nunca seriam suficientes para aplacar meu desespero.
Merda! O maior problema disso tudo não era ela fingir que não havia
nada entre nós, de ela me rejeitar, mas, sim, o fato de que não tinha a
mínima ideia de como continuaria a lidar com a minha obsessão por Isis,
pelo seu corpo, pelo seu gosto...
parte de trás do meu ombro, soube que não era uma fantasia criada pela
na minha pele, fazendo com que eu ficasse mais tenso, mais ereto.
norte. Movido pelo desejo acumulado pelos vários meses agonizando por
excitado e molhado.
nela e que me excitava tanto quanto se ela estivesse nua. Talvez fosse a
mais duro.
Só os Deuses sabiam o quanto me imaginei nesse momento, no
quanto minhas mãos estavam sedentas por remover cada peça, o quanto a
ombro.
que deslizava pela sua pele, tentando esfregar minha pelve na dela, fazendo
com que ela gemesse baixinho e se contorcesse contra mim. — Não há nada
garras sobre mim, mas a excitação era tão forte, que tudo o que eu senti foi
prazer.
Toquei o seu queixo ao ver que ela queria fugir do meu escrutínio,
lábios dela —, porque se não for com você, eu não quero com mais
debaixo e em cima de mim, que eu quero fazer gemer, que eu quero ouvir
Quando ela disse outra vez o meu nome, senti meu pau ficar melado
com o pré-gozo, que escorreu pela ponta e deslizou por toda a extensão.
poderia me submeter ao que ela quisesse. Bem, quase tudo… nunca estaria
Segurei o seu rosto com as duas mãos, acariciando a sua pele macia,
— Nunca trairia o desejo que sinto por você, agápi, prefiro me esvair
nos meus dedos, pensando que estou com você, como venho fazendo há
várias maneiras?
com uma mão, enquanto a outra embrenhava nos meus cabelos curtos.
gostei tanto que me sinto mais do que tentada a pedir para te ver se
acariciando, agora…
— Theós!
— Mas já esperamos tempo demais… — murmurou, os olhos azuis
cintilando.
Concordei. Dando um comando para fechar o registro, a prensei ainda
mais contra a parede com o meu corpo, querendo me colar mais a ela, o que
nos impedia.
dela que, inclinado, oferecia seus lábios em um convite que não hesitei em
aceitar.
Nossas bocas começaram a se mover lentamente, acompanhando a
os bicos do meu peito ficaram excitados com o roçar dos nossos corpos,
nunca imaginei que eu sentiria tantas ondas de prazer irradiando daquele
ponto.
Meu pau latejava contra o corpo dela... Com certeza, pediria que ela
usasse a língua para me estimular ali, mas deixaria esses pensamentos para
mais tarde.
gostoso.
Não me importei em ceder o domínio a Isis, desde que ela continuasse
pelve contra pelve, que me deixava mais sedento por sentir os músculos
dela me agarrando a cada estocada.
sucções, chupadas que certamente deixariam suas marcas, que nem mesmo
o colarinho alto da camisa conseguiria disfarçar. Esfreguei o meu pênis
nela, que poderia explodir de encontro ao seu abdômen, e isso me tirou da
realidade.
Consciente de que estava prestes a perder o controle, de não
gosto, que era o melhor que eu havia provado e que me faria viciar.
Caralho! Quando eu começava, não queria parar... Queria beijá-la
mais e mais, encontrando um prazer indescritível em ter nossos lábios
freneticamente pelas suas curvas sem dar atenção a algum ponto específico,
alcancei a barra do seu vestido. Dando um pequeno passo para trás, não
levemente o cenho.
— Isso — Ergui minha mão para mostrar a ela como estava trêmulo.
satisfação por me deixar bambo —, acho que terei que te ajudar então.
Sem esperar uma resposta, dando um empurrãozinho em mim, fez
com que eu desse um passo para trás. Não era o que eu havia planejado,
mas, ainda assim, fiquei ali assistindo, com o coração saltando pela boca,
Sentia a minha boca secar a cada pedaço de pele que ela desnudava.
Quando ela revelou a calcinha vermelha, mesmo que fosse uma comum, eu
pensei que iria passar vergonha na frente dela, gozando antes da hora.
Olhei para o seu rosto, percebendo que minha noiva estava bem
ciente da reação do meu pau a ela, tanto que mordeu os lábios para me
provocar. Logo minha atenção voltou para as suas mãos, que subiam e
acariciavam a si mesma, fazendo-me inveja, ao mesmo tempo que me
seios, que mesmo pequenos, porra, eram lindos. As pintinhas em sua pele
pediam pelos meus beijos, os bicos túrgidos pareciam clamar pelos meus
curta. Estava obcecado por eles, tanto quanto estava pelo abdômen dela.
— Polý nóstimo[24].
los, mas seria uma pena, pois são lindos do jeito que são.
— Mesmo?
deixando-o mais teso ao meu toque, fazendo com que Isis emitisse um som
baixinho de deleite. Com o dorso da mão livre, eu brincava com a lateral do
outro seio dela, sentindo que aquela era uma região erógena. Tive a certeza
disso quando ela tomou meu lábio inferior entre os dentes e o puxou até que
estalasse enquanto sua mão alcançava a minha lombar e tentava me puxar
mais para si.
caricias. Os sons baixos que saiam dela a cada roçar dos nossos corpos, me
deixava mais pulsando.
Perdendo o meu controle, movido pelo desejo, a beijei furiosamente,
espalmando as minhas mãos nos seus mamilos. Preenchendo os meus dedos
com a carne macia, apertei-os suavemente, e um gritinho rouco escapou da
fios. Passei a lamber e a sugar o pescoço dela, o que a fez estremecer. Fui
descendo até alcançar a região da sua clavícula, e enquanto brincava com
aquela região, minhas duas mãos começaram a acariciar a barriga dela de
modo gentil, mas sabia que tinha um quê de possessão no meu toque.
tenso. Olhei para o seu rosto, e o sorriso malicioso que me deu me fodeu.
Voltei a acompanhar seus movimentos e a observei abaixar a calcinha
até a metade das coxas cremosas, as pontas dos dedos dela chamando a
minha atenção para a sua vagina.
Minha boca encheu d’água, desejosa por sentir o gosto de Isis direto
do seu sexo, mas arfando, esperei o que ela iria fazer. Grunhi, pensando que
eu estava nos céus ao vê-la começar a se acariciar, usando o indicador para
se penetrar enquanto com a outra mão, massageava o mamilo.
Eu não sabia para onde olhar. Ao mesmo tempo que queria vê-la se
acariciando, tocando o seu seio, o estimulando da mesma maneira que eu
tinha feito, eu queria registrar a sua expressão enquanto se masturbava,
dando-se o prazer que eu tinha negado.
acariciar lentamente.
Ver o dedo dela trabalhando em si mesma e escutar os suspiros
prazerosos que ela emitia ao estimular o ponto certo, ao mesmo tempo que
era uma verdadeira tortura, me deixava tão ereto e excitado que eu peguei-
me gemendo junto a ela, como se Isis estivesse me tocando, não a si
pinçando, até que, com um roçar mais urgente, ela removeu os dedos que
usava para se abrir para mim, e cravou suas unhas com força no meu
ombro, como se tivesse medo de cair.
Mantive minhas mãos firmes sobre ela, segurando-a, não contendo
meus próprios gemidos e minha ânsia. Ela se acariciou um pouco mais até
que, colando-se ainda mais na parede, seus dedos pararam de se mover e o
corpo todo dela começou a estremecer com o orgasmo.
— Maravilhosa, agápi — murmurei quando ela emitiu um som
rosto, mas também fazendo-a estremecer ao ser preenchida pelo meu pau.
— Gostosa…
Acariciei as nádegas dela e deixei um beijinho no interior das suas
coxas. Minha barba a arranhava suavemente, e isso fez com que Isis
Como se não estivesse aflito por mergulhar no corpo dela, deixei beijinhos
e mordidinhas na outra coxa, fazendo com que ela suspirasse. Seus dedos,
que antes pareciam garras, passaram a afagar meu ombro, o prazer
lentamente a deixando.
o ventre um pouco abaulado. Com um sentimento que nada tinha a ver com
o desejo, levei as minhas duas mãos à lateral da barriga e segurei-a ali. Foi a
vez do meu corpo estremecer com as sensações que me invadiram e, meio
atordoado, inclinei o meu rosto um pouco para fitar Isis, que acariciava
meus ombros. Apesar da sua pele estar um pouco avermelhada e ela ainda
corpos molhados deslizavam um contra o outro, o atrito dos bicos dos seios
dela no meu peitoral estimulando-me mais uma vez, o que me deixou
maluco, e eu verbalizei isso, enterrando o meu rosto na curva do seu
pescoço:
Por mais que eu quisesse explorá-la, minha mão livre agarrou o quadril dela
para controlar os nossos movimentos.
Encaixando meu pênis na entrada dela, penetrei-a num tranco, e o
percorresse cada uma das minhas células, mas quando Isis movimentou sua
pelve contra a minha, com um grunhido de prazer, sem me tirar
completamente, impulsionei meus quadris para frente e a invadi lentamente,
sentindo cada um dos músculos dela envolverem o meu pau. Gemi alto.
segurou meu rosto com as duas mãos e puxou minha cabeça de encontro a
sua, me beijando suavemente.
Suspirei contra a boca dela, fascinado pelo seu beijo, e acariciei sua
frente, sua língua invadiu a minha boca, fazendo cócegas na parte inferior,
dentro dela, forcei-me a pensar em algo que não fosse aquela mulher, que
dos nossos corpos, a cada vez que as costas dela batiam suavemente contra
tentando me conter.
ondulando o seu corpo contra o meu para me receber, apertando meu pau
com destreza —, perca o controle...
sentindo que ela ficava mais mole ao passo que seu canal ficava mais
retraído, oferecendo resistência para as minhas investidas.
Porra! A nossa primeira vez não poderia ter sido mais perfeita.
Capítulo vinte e três
meu coração que parecia prestes a explodir, e senti uma gota de suor
escorrer por toda a minha coluna. Meus sentidos ainda estavam embotados,
mas estava bem consciente dos beijos dele na minha pele, sua barba me
arranhando suavemente, da sua mão forte segurando os meus quadris, e do
seu pênis que ficava flácido dentro de mim, mas que logo ele removeu.
Não sei quanto tempo permaneci naquele torpor, até que Aquiles
Meu corpo ganhou vida contra o dele novamente quando sua língua
centro.
mordiscou o meu pescoço, sentindo o meu corpo todo vibrar com a carícia,
disse pausadamente enquanto subia com os lábios até pairar sobre a minha
boca.
dentro me sentindo poderosa por ele dar tanta importância assim ao que
— Não estou brincando, Isis. — Sua voz era séria. — Você foi
Ergueu sua mão e segurou o meu rosto em concha com os seus dedos
beijo carinhoso, o que fez com que lágrimas se formassem em meus olhos.
cima a baixo. Por breves segundos, imaginei como seria se as coisas entre
nós fossem diferentes, que houvesse algum sentimento além do carnal, mas
apenas deixei-me levar pelo beijo, pelo roçar suave das pontas dos dedos de
Minha vontade era de cair no choro, porém, não queria estragar o nosso
momento.
Aquiles não tinha me forçado a nada, eu fiz sexo com ele porque quis.
então não fazia sentido eu me comportar como uma tola, ainda mais quando
já tive minha quota de transas casuais. E não seria diferente com o meu
chefe, seríamos um caso um para o outro e nada além disso. Ignorei o peso
do aro de prata no meu dedo anelar, aquele anel nada significava, além da
escorregando as pontas dos dedos para cima e para baixo. Outra vez, não
soube o que sentir em relação àquela carícia, muito menos quando ele
insondáveis.
saudável.
— Mesmo…?
braços, fazendo com que os meus seios ficassem achatados contra o seu
gemido que Aquiles não conseguiu conter foi música para os meus ouvidos.
Passei por Aquiles e o bufar dele arrancou de mim uma risada, mas
envolverem por trás, como se fossem duas barras de ferro, colando o seu
peitoral nas minhas costas. O pau semiereto roçando nas minhas nádegas
fez com que eu me espichasse contra ele, o desejo no meio das minhas
imediato.
meu monte, que me excitou tanto que senti minhas pernas bambearem.
soltou.
Chiei, fazendo o grego rir mais ainda quando passou por mim.
desesperada.
— Você não vem, agápi? — Girou o tronco, passando o sabonete na
dois passos, alcancei-o. Ele deixou o sabonete cair e me puxou contra seu
corpo, e eu, como uma tola, não o impedi de me dar um selinho, depois
meus cabelos, tinha sido bastante relaxante, mesmo que tivesse me deixado
tensa na mesma proporção. Por mais que eu não devesse, gostava da
torvelinho.
— Me leve pra cama, Aquiles — pedi em meio um arfar, apegando-
maquiagem.
— Só terá um bando de velhos chatos e umas mulheres faladeiras —
bem cair.
meu canal até que nós dois chegássemos ao ápice. Tinha sido uma
saber.
ele.
— Nós viajamos até aqui para fechar negócios — fui pragmática,
— Olha o que você fez, Aquiles! — Dei um grito digno da mãe dele e
pousei a maquiagem sobre a bancada.
a boca dele, faminta. O gemido baixo e rouco que emitiu quando toquei o
céu da boca dele foi combustível para a minha excitação. Suas mãos me
Deslizou sua boca pela minha bochecha, ao passo que seus dedos
prazer.
Mesmo que eu fosse ficar toda assada, eu poderia passar minha vida
— Mesmo?
— Mulher gananciosa…
Arqueei a sobrancelha.
pau. — Muito!
— Théos, mulher!
demaquilante.
Tentei não nutrir esperanças de que ele se incomodava com o uso das
minhas palavras, mas, parecia impossível. Tola!
— Tudo bem, ángelós — concordou, não sem antes deixar uma série
mais —, mas se prepare que mais tarde eu tenho planos para nós e, dessa
— E quem disse que vou querer que você pare? — Minha voz soou
rouca.
Ficamos nos encarando através do espelho até que ordenei outra vez
que ele fosse se arrumar, argumentando que estávamos atrasados. Ele saiu
pisando duro.
Assim que terminei, fiquei encarando o meu reflexo por minutos a fio.
— O que o sexo não faz? — Menti para mim mesma, e lutei para não
um futuro juntos.
— Pronta, ángelós?
— Vamos?
pressão que se tornou mais intensa quando alcançamos o local onde alguns
convidados interagiam.
Senti que ficava vermelha com os olhares curiosos sobre nós, mas
obriguei-me a erguer o meu queixo, como se eu e o grego não tivéssemos
falando dos milhões que Aquiles tinha, o que não era diferente da situação
dele.
dele. Quando ele começou a acariciar minha barriga com ternura, fitando-a,
o desalento tornou-se ainda maior dentro de mim.
serviços.
— E eu quero saber todos os detalhes do casamento e da gestação —
Parecia que só havia esses dois assuntos para se falar comigo. A minha
decisão de ajudar Aquiles a fechar um bom negócio estava indo para o ralo,
pelo jeito.
Olhei para o meu “futuro marido” e vi que ele continha uma carranca,
com certeza queria que eu estivesse próxima para passar a mão em mim
displicentemente, mesmo que todos pudessem ver.
Antes que eu conseguisse dizer qualquer coisa, negando a oferta e
desnorteada.
Respondi todas as questões com um sorriso falso estampado no rosto,
e desejei ter escutado Aquiles e ter permanecido com ele no quarto até o
final da viagem, ainda que pudesse ser considerado falta de educação nossa.
Sem dúvida, ser beijada e devorada pelo grego teria sido muito mais
prazeroso do que ficar repetindo como nós dois nos conhecemos e as
noiva era como se meus pais fossem descobrir que eu não era o pai, questão
Fazia duas semanas que, depois da correria do dia a dia, o que incluía
lidar com a minha mãe e sua obsessão pelos mínimos detalhes da cerimônia
insaciável, mas que era tudo o que eu poderia querer em uma parceira.
caindo no sono.
Embora nenhum de nós falasse no futuro, ele estava mais do que claro
para mim.
Apesar de não ser averso ao casamento, não imaginava que me
altar e me casaria com Isis. A ideia que tinha me gerado repulsa no início,
agora era capaz de fazer o meu coração bater acelerado e, se fosse honesto,
me pegava ansioso pela data e, por que não dizer, pela lua de mel, que seria
que me deixava confuso em relação aos meus sentimentos. Toda vez que
uma ânsia dentro de mim por algo que não tinha certeza se conseguiria
explicar, meus instintos de proteção pareciam vir à tona, bem como uma
tanto quanto o fato de saber que ela ainda tentava contato com o bosta do
Porra! Era egoísmo e ridículo da minha parte, mas, por mim, esse cara
pensamentos, e com o canto do olho, vi que Isis conversava com o meu pai.
reflexo do meu.
— Sim, mamãe — minha voz saiu rouca —, ainda mais que será a
sisuda. — É um absurdo você não ter ido em nenhuma consulta com a sua
futura esposa.
minha culpa.
Isis já teve duas ou três consultas, mas, em todas elas, mesmo que eu
tenha dito à “minha noiva” que eu estaria sempre ao lado dela, não pude
contar todos os detalhes, cada uma das emoções que sentiu durante o
ultrassom, estava ciente que era muito pouco que fazia por ela e pelo bebê.
Ainda que Isis nunca tivesse me culpado ou reclamado, dizendo que muitas
gestantes iam desacompanhadas, ficando grata só pelo fato de eu querer
saber sobre a saúde dela e da criança, o mínimo que podia fazer, eu deveria
ser mais companheiro dela, o amigo que tinha dito que era, o homem dela
timbre de voz, ficando de frente para mim, quando a minha mãe foi se
não quero que se arrependa no futuro de não ter estado onde você era
ombros.
Isis, e mesmo não olhando para ela, foi automático segurar a mão dela, que
estranho.
Covarde!
— Mesmo?
baixinho para que meus pais não ouvissem, fitando o rosto de Isis.
Várias emoções percorreram os olhos azuis, e os segundos pareceram
que eu voltasse a respirar, algo que nem sabia que tinha parado de fazer.
Não sei como lidaria se a resposta dela fosse negativa. Éramos amigos,
amantes, mas será que somente esses fatos justificavam minha ansiedade
por estar presente na consulta dela? Por ela sentir os meus dedos trêmulos?
Não sabia dizer e temia também a minha resposta.
na outra.
Não me passou despercebido certa curiosidade em seus olhos, mas ela
era discreta o suficiente para não comentar o fato de estarmos todos ali.
Coloquei-me atrás de Isis, massageando os seus ombros, como se
quisesse que ela relaxasse, sendo que era eu quem necessitava me acalmar.
Minha respiração ficava mais curta a cada instante, meus dedos ainda mais
do bebê.
Minha mãe ficou eufórica, e meu pai riu.
Pela primeira vez, senti certo peso por ter mentido que aquela criança
era minha, mas logo a sensação foi massacrada quando o sentimento de
mostrado.
Para a minha ânsia, demorou um pouco para a doutora preparar o
ouvido.
Théos! Se antes meu coração batia rápido, eu sentia, agora, como se
Quando minha mãe comentou sobre aquele momento, achava que era
apenas um exagero dela, afinal, ela aumentava as situações, mas estava
mim, e olhei para Isis que sorria e chorava ao mesmo tempo, extasiada; essa
imagem dela ficaria gravada na minha alma. Achei que nunca a veria mais
linda do que quando estava em êxtase nos meus braços, mas, outra vez,
estava enganado. Isis nunca ficaria tão espetacular como estava agora. Bem,
talvez quando tivesse seu filho nos braços superasse esse momento.
Ainda mais emocionado, ergui a mão que estava entrelaçada à minha
terminar.
No entanto, eu não precisava de palavras, pelo menos achava que não,
Ela abriu os lábios surpresa, como se fosse dizer algo, mas apenas
sorriu.
queria, parou Isis no hall e a abraçou com força, seus soluços convulsivos
chamando ainda mais a atenção dos presentes que, desde que chegamos, já
Balancei a cabeça. Minha mãe era assim e não havia como mudar
isso.
— Precisamos comemorar — Kaius praticamente gritou, o que me
surpreendeu.
nome?
— Ainda não, mas tenho certeza que decidiremos logo…— Isis
respondeu suavemente e eu vi os olhos dela brilharem.
— Philippos— interrompi-a num sussurro
— Não há nada que eu gostaria mais de comer agora do que uma fatia
de bolo — minha noiva falou maliciosamente e levou a mão à barriga,
acarinhando o seu bebê. — Me deu um desejo súbito por doce...
— Não sei como a sua mãe consegue lidar com isso — falei pela
milésima vez, ao sair do banho de banheira, que embora tenha sido bastante
gostoso, não me deixou completamente relaxada.
poltrona com um jornal na mão, que ele logo pousou na mesinha, sua
braços.
O grego segurou a minha cintura com uma mão, enquanto a outra se
vários arrepios na minha pele. Ainda que estivesse cansada demais para
fazer sexo hoje, era incrível a forma como ele conseguia começar a me
excitar só com o mero roçar das pontas dos dedos sobre mim, como o meu
desejo por Aquiles não diminuía mesmo depois de termos transado várias
nunca me recusou.
por ser a cerimonialista e mãe do noivo. Fora que ela tem as outras noivas
também para cuidar… — Quando o dedo dele roçou na lateral do meu seio,
me concentrar naquilo que dizia se tornou bem difícil.
gosta muito. — Deslizou a boca pelo meu queixo e eu não resisti mais, me
esfregando nele. — Sem as “noivas” dela, acho que minha mãe ficaria
insuportável.
— Hm.
outro.
Não respondi quando a mão que estava no meio seio deslizou para
senso de proteção, e até mesmo amor pelo meu pequeno Philippos que me
como um filho?
Eu sabia que era ir longe demais e fantasiar com algo que nunca
aconteceria. Então por que eu sentia uma pontada de dor no peito? Certa
decepção?
Não poderia exigir nada de Aquiles, não quando ele já me deu muito
interrogatório sem fim por parte do meu amante, tentei voltar ao assunto
mas não sei quantas vezes vou ter que ir experimentar o vestido. Ele é o
sonho de qualquer mulher, mas sua mãe sempre acha algum defeitinho.
Acabei rindo.
Uma esperança tola, que não fazia o menor sentido, ganhava força em
meu interior, mas tentei fazer de tudo para reprimi-la, dizendo a mim
mesma que era uma reação natural, principalmente o silêncio dele. Que
amante gostaria de ter a pessoa com quem você está transando falando de
— Mesmo?
foi instintivo para mim roçar o meu sexo, protegido apenas pela calcinha
fina, no pênis dele, que, embora não estivesse ereto, começava a ganhar
Fiz muxoxo. Emitindo uma risada gostosa, ele segurou o meu nariz,
brincando comigo.
conseguia resistir quando ele ordenava que eu ficasse pelada na sua frente.
desenlaçava o cinto.
pelo tecido do moletom. Suspirei ao tentar convencer o meu corpo que seria
apenas uma massagem relaxante e alguns beijinhos. Nada de sexo por hoje!
— Sim — disse, perdendo o meu fôlego, só por saber que ele estava
minha cabeça, uma habilidade que ele vinha se mostrando cada vez mais
preciso.
— Mesmo?
A resposta dele foi me oferecer um pouco para eu experimentar.
Sentindo o meu sexo se contrair, deslizei a ponta da língua pelo dedo dele,
capturando o óleo, que tinha gosto de baunilha, para depois tomá-lo em
minha boca, como se fosse o seu pênis.
fortes sobre os meus ombros, aplicando uma pressão que não era forte, mas
também não era suave demais.
— Minha única queixa é não ter pedido para você fazer isso antes —
resmunguei.
Não queria saber da lista de mulheres que foram afagadas por ele,
ainda que tivesse a minha lista de homens.
— Em lugar algum…
Passou o óleo pela lateral do meu corpo, e eu perdi a concentração
— É…
Fechei os olhos, o que tornou as sensações mais intensas. O calor dos
arrancavam não apenas suspiros e gemidos, mas também faziam com que
ondulasse meu corpo em direção a boca e a barba de Aquiles. Eu sentia
cada centímetro tenso, meus seios subiam e desciam cada vez mais rápido e
eu aguardava o momento em que ele deixaria algum beijinho na curva dos
meus mamilos. Tombei a cabeça para trás quando finalmente deu-me aquilo
que eu queria.
ordenou.
— Aquiles? — disse depois de me levantar para olhar para ele.
Meu coração começou a retumbar no peito. Várias emoções
para o grego que eu desejava que ele amasse o bebezinho que havia dentro
de mim como se fosse seu próprio filho? Que estava me apaixonando por
ele e que viver aquela farsa de noivado e casamento seria a minha ruína?
— Quando você se sentir segura para me dizer, estarei aqui para
ouvir, agápi — sussurrou antes de curvar o rosto na minha direção e deixar
um beijinho.
Engoli em seco com o seu comentário que mostrava toda sua
paciência, mas também não fiz nenhum movimento para responder.
— Salada Caesar?
— E frango grelhado?
Apenas sorri para ele e, com um último selinho, ele rolou para o lado
e saiu da cama, indo para fora do quarto, para pegar seu celular e fazer o
pedido da comida; ele tinha certa mania de deixar o aparelho em outro lugar
da casa, não no quarto.
— Acorda, Aquiles…
pareciam se multiplicar por faltar pouco mais de quinze dias para acontecer.
Tínhamos uma hora para levantar, fazer a higiene matinal e tomar café da
manhã para encontrarmos Agatha no buffet. Ainda não havíamos decidido o
conhecido por eles como Mati, para tirar o mau olhado, e o sabor seria de
— Aquiles?
O sacudi, mas nada.
língua pelos meus lábios e saquear a minha boca. Sem vontade própria,
completo.
Sua língua controlava a minha, sua boca exigia tudo que eu tinha para
dar, enquanto seus dedos espalhavam calor por onde tocava. Protestei
malícia.
seu braço era quase uma barra de ferro contra a minha cintura.
beijinho na ponta do meu nariz e deslizar seus lábios pelo meu maxilar.
lentamente.
beijos, dos toques, até que eu pedisse que ele me preenchesse, ainda que
estava perdida, fodida quando ele foi baixando até enterrar o rosto no vale
do meu pequeno.
Ele grunhiu, rodopiando a língua pelo mamilo que sua boca dava
me dar.
impedia.
Enquanto continua a explorar com a boca meus seios, a mão livre
deixando mais tensa, sua sucção no meu seio era igualmente lenta.
selvagem. Meus sentidos ficavam cada vez mais atordoados, mas, ainda
preenchendo, e agora.
— Aquiles… — Arranhei o grego novamente, impulsionando os
meus quadris para frente, roçando na ereção dele, fazendo com que ele
contraindo, e, sem precisar implorar ainda mais para ter o seu pau dentro de
mim, ele se posicionou de um jeito que a minha barriga não fosse uma
de modo que eu ficasse aberta para ele, encaixando quadris com quadris,
mas ainda sem mergulhar dentro de mim. Eu sabia que deveria interrompê-
grego me penetrou.
Quis rir do seu jeito mandão, mas, como eu também era viciada nos
beijos dele, segurei o rosto dele e trouxe sua boca para a minha, tragando o
fazia deslizar um pelo outro, exigindo de nós mais energia. Minha mente
ficava embotada ao receber suas investidas e meu corpo movia-se pelo mais
puro instinto, conhecendo muito bem o de Aquiles. Concentrar-me nos
beijos tornava-se difícil, bem como manter aquele ritmo. Eu queria devorá-
lo, cedendo ao desespero que me consumia.
Não quis pensar no fato de que ele também levava pedaços do meu
coração a cada segundo que passava; apenas, mais uma vez, me doei a ele
de corpo e alma, devorando sua boca, tomando aquilo que Aquiles tinha
para me oferecer.
meio do caminho, os sons dos nossos gemidos ecoavam pelo quarto. Nossas
respirações se mesclavam uma com a outra.
Sob meu tato, eu sentia Aquiles cada vez mais rígido. Seu pênis
pulsava dentro de mim a cada penetração, o meu corpo ficando bem
próximo de estilhaçar, principalmente quando ele tomou o controle do beijo
para si, devorando os meus lábios com a mesma fome com a qual entrava e
saía de mim, mas faltava algo. Eu estava bem próxima do precipício, mas
não conseguia me jogar nele. Meu corpo todo antecipava por esse
ganhando uma nova posição que roubou o meu fôlego. Seu pau roçando no
meu clitóris fez com que eu mordesse os lábios com força, e não pensasse
para mim. Me deslizava pelo seu pau, fazendo com que gemêssemos até
que, tomando a minha boca em um beijo furioso, que provavelmente
deixaria meus lábios sensíveis, e com uma última estocada, o grego nos
não abri meus olhos. Eu fiquei lutando por ar, recebendo os carinhos dele,
sentindo sua respiração quente contra a minha pele suada.
— Nóstimo — ouvi Aquiles murmurar a palavra que, segundo ele,
que a doutora tinha dito que os chutes seriam perceptíveis para pessoas
externas. Eu não conseguia lidar com essa ânsia dele, muito menos com as
daquela conversa há duas semanas, não conseguiria fugir pela segunda vez.
Abri os olhos e, sorrindo para Aquiles, dei um beijo longo nele, me
travesso.
Só então recordei do nosso compromisso que seria em… sem saber as
horas, saí do abraço dele com um giro e peguei o celular sobre a mesa de
cabeceira.
Gargalhou.
— Estou apertada… — contei uma mentirinha.
sogros, que tinham me dado uma carona de volta para o meu apartamento
depois da prova do menu e me acompanharam até a entrada do prédio. —
noiva. — Piscou para mim, dando uma risadinha que não enganava
ninguém.
Para o meu desespero e vergonha, Kaius tinha decidido ir com a
para os dois, dando uma desculpa que beirava o ridículo, dizendo que o
— Sei… — murmurei.
mim. Agatha me tratava como se de fato eu fosse sua filha, e nada que eu
carinho.
— Pode ter certeza que vou — cochichou, como se contasse um
curioso, e nós duas apartamos o abraço. — Espero que não estejam falando
mal de mim.
minha sogra respondeu ao virar-se para ele e apoiar as duas mãos no peito
largo.
Meu sogro segurou-a pelo pescoço com uma mão e, baixando o seu
rosto, a beijou como se não houvesse mais ninguém além dos dois ali.
Minha sogra suspirou e se agarrou nele, perdendo completamente a noção
gritinho.
— Aqui, não, Kaius — a voz dela era ofegante ao deixar tapinhas nos
começou a me incomodar. Eles amavam tanto o meu bebê que a culpa por
mentir sempre estava me aferroando.
da minha barriga.
— Tudo bem então — minha sogra voltou a se desvencilhar do
marido para me dar outro abraço e um beijinho em cada lado do meu rosto,
e eu retribuí.
— Se precisar, pode me ligar, filha. Estou sempre à disposição de
— Obrigada.
Me senti tocada pelas suas palavras. Saber que poderia contar com
nos uniam eram fortes, principalmente com a matriarca grega. Ela era para
mim a mãe que nunca tive, uma amiga que, infelizmente, eu não podia
confidenciar tudo…
pequeno transe.
— Claro.
os meus pés.
— Bem melhor assim — falei comigo mesma, movimentando os
dedinhos.
que Aquiles estivesse ali para me fazer uma massagem nos meus pés, mas
empresa, o que me deixou com a decisão de escolher todo o menu que seria
Fiquei naquele torpor até que o som do interfone fez com que eu
resmunguei.
— Sim?
— Isis? — Escutei a voz de Benedict.
— Conversar…
fazer isso? De insistir que você fizesse o mínimo? Depois de você rejeitar o
seu filho? — Dei uma gargalhada. — Você está brincando comigo, não é?
— Mesmo? É um menino?
Deveria dizer que não, mas acabei concordando. Desejei ter o apoio
de Aquiles ao meu lado para enfrentar essa conversa que, sem dúvidas,
Soltando um som resignado, fui abrir a porta para ele. O olhar dele,
enojou. Engolindo a onda de náusea, dei um passo para trás, e fiz um gesto
para que ele entrasse. Como se estivesse na própria casa, foi direto para o
meu sofá, sentando-se nele, sem esperar ser convidado. Revirei os olhos.
— Então, sobre o que você quer conversar? — Fui direto ao ponto ao
— O que você quer dizer com isso? — Meu tom era defensivo.
Toquei a minha barriga, querendo proteger o meu Philippos.
— Esse filho é meu mesmo?
— Se você veio até aqui só para me dizer isso, melhor ir embora,
Benedict… — falei entre dentes, e me levantei.
vergonha na cara e querer cumprir o seu papel de pai, mas se dar o trabalho
de se deslocar só para isso, era ridículo.
— Eu vim te fazer uma proposta…
Tamborilou os dedos no braço do sofá e foi a minha vez de rir, e ri
tanto, tanto, que estava quase chorando. A careta que ele fez era impagável.
— Acha mesmo que aceitaria uma proposta sua?— É um tolo. —
ridicularizado.
Olhei para a expressão triunfante de Benedict, e soube que ele não
que é muito boa de cama, só não sei continua tendo a mesma performance
com essa barriga. — Acariciou a barba, parecendo pensativo.
saber pelas revistas de fofocas que o pai do “netinho” querido dela é outro
homem?
mais agitado. Forcei-me a respirar devagar, fazendo com que o meu coração
apertado bombeasse mais cadenciado.
Quis rir da cara dele, mas não consegui, pois a perspectiva de Agatha
e Kaius descobrirem minhas mentiras, que eu os enganei, era dolorosa
demais.
— Que o filho dele não passa de um bastardo? — acrescentou.
O comentário de Benedict deu forças para que eu fosse até ele e
desferisse um tapa forte no seu rosto, deixando uma marca vermelha na sua
pele branca. Meus dedos latejaram com o impacto.
— Isis…
— Nunca mais fale assim do meu bebê! — gritei.
até de mim mesma e das mentiras que vivia mergulhada nos últimos meses.
— Você não o quer, e nunca quis. Você pode o ter gerado, mas
Philippos é meu!
não tem escolha a não ser me dar o dinheiro, baby. Um milhão de dólares
não é nada para esse cara. Não são vocês que estão dando uma festa
— Acha que sou idiota, Benedict? — Mal reconheci a minha voz, que
era tomada de um amargor, enquanto algo dentro de mim se quebrava com
queimar.
Não sei quanto tempo fiquei ali, me sentindo derrotada, com uma dor
absurda apertando meu peito, sentindo aquele gosto amargo da culpa, de ter
traído duas pessoas boas, até que, respirando fundo várias vezes, tentando
ficar bem pelo meu bebê, me levantei e, após dar descarga, lavei a minha
boca e escovei os dentes.
Eu sabia o que tinha que fazer, por mais doloroso que fosse e
significasse trair o homem que passei a amar.
Capítulo vinte e nove
soou temerosa.
minha intolerância a erros, mas Roberto, que trabalhava para mim há anos e
era um dos meus melhores funcionários, já havia se acostumado com meu
— Boa noite.
Desliguei a ligação. Jogando o celular em cima da mesa, me afundei
de uma carga peixes, que gerou a perda da mercadoria, ainda tinha uma
infinidade de outros contratempos para resolver.
Não podia negar que muitas vezes adorava o trabalho frenético, mas
os e-mails que tinha que responder e a atenção que tinha que dar para a
acariciando os seus cabelos, deixando beijos pelo seu corpo, ouvindo a sua
risada e tocando a sua barriga, torcendo para sentir o primeiro chute do meu
bebê, mas não, tudo o que eu tinha eram essas porras para resolver, que me
— Boa noite, senhor. Só para avisar que seus pais estão subindo.
Franzi o cenho, confuso. O que eles estavam fazendo aqui?
porquê de eles estarem ali me assolou. O assunto deveria ser sério, eles
Senti pânico ao pensar que algo poderia ter acontecido com Isis ou
com o meu bebê, mas eles não viriam juntos até aqui se esse fosse o caso,
não é?
Fiquei ainda mais nervoso quando, sem cerimônia, meu pai girou a
primeiro. Kaius tinha uma expressão severa na face, uma que indicava que
incomodando.
— Você me decepcionou e muito, Aquiles. — A voz de Kaius soou
áspera. Ao fitar os seus olhos, vi aquele olhar amargo que nunca imaginei
suas feições.
— Como você pôde fazer isso? — meu pai continuou naquele tom,
mas, que se tornou mais fraco à medida que falava. — Eu te criei para ser
sabia. Meus pais haviam descoberto a minha farsa sobre o meu casamento.
— Entendo.
envolvendo com Isis. Vocês não foram nada sutis em me levar ao limite.
e isso foi como receber um coice. Preferia mil vezes suas extravagâncias,
do que aquilo.
— Sei que errei, não apenas por te pressionar a algo que você não
queria, mas também por te levar a mentir e fazer com que Isis mentisse
da minha menina...
Levou as duas mãos ao rosto e chorou ainda mais, sentindo dor pela
mulher que agora considerava como filha. Meu pai envolveu os ombros
estreitos da minha mãe, que apoiou a cabeça contra ele, e Kaius deixou
— E o preço que você a fez pagar pelo seu apoio, filho? — meu pai
inocente, por mais que pensar em não ter mais contato com Kaius fosse
bastante doloroso.
Porra! Eu amava o meu pai, mas eu pagaria pelo meu erro, ou melhor,
Ainda assim, seria doloroso não poder mais conversar com ele e ver jogos
— O que você disse? — Senti meu sangue congelar nas veias e meu
Eu não queria acreditar nos meus ouvidos. Não! Isis não podia estar
pai, Philippos será o meu neto e nada mudará isso… — Minha mãe
o meu sobrenome, mas ele será o meu neto e sempre considerarei Isis como
um pouco a cabeça.
— Não, não estou bem... — Minha voz saiu rasgada. Meu coração
parecia se partir ao meio.
seguir? Isis se demitiria? Ela me tiraria da vida dela e do meu bebê para
sempre? A perspectiva era tão amarga, e, como se fosse possível, senti mais
dor.
Olhei para a mulher à minha frente e a vi trocar um olhar com o meu
pai, que também parecia estranho.
falado alto demais com ele, fodendo mais a minha situação, mas não era
mais um garotinho. — Sabe que estou sofrendo, eu…
pronunciei. Não estava apenas apaixonado, paixão era uma palavra fraca
para descrever o que sentia por ela e por Philippos.
— Não sei por que ela pediu para cancelar o casamento, Aquiles, e
muito menos porque ela não conversou com você ainda, mas se disser a ela
eu amo me rechaçasse.
Vi Kaius dar a volta na mesa e, para a minha surpresa, pousar a mão
—, mas não me decepcione outra vez não sendo o homem que eu te criei
para ser. Não seja um covarde, não deixe de lutar para ter a sua família,
Aquiles, com medo de um não que pode nem vir a acontecer — disse, com
voz firme. Deu vários tapinhas em mim e fitou-me com um semblante sério.
— Sim…
— E por que você não foi ainda? — Abriu um sorriso compreensivo,
e eu soube que, embora meu pai não fosse me perdoar tão facilmente e que
ainda voltaria a tocar no assunto, ele não ficaria com raiva de mim para
sempre.
Não precisei de nenhum outro incentivo. Pegando a minha carteira na
gaveta da mesa e a colocando no bolso da calça, levantei-me. O abracei e
Não pensei mais no trabalho e nos problemas que tinha que resolver.
Foda-se o dinheiro, foda-se tudo o que não fosse Isis e o meu bebê.
Enquanto o elevador descia, senti meu coração bater acelerado,
minhas palmas suarem com o nervosismo, por isso decidi não ir com meu
carro, não estava em condições de dirigir.
sentindo o meu peito doer como nunca antes e as lágrimas deslizarem pela
minha bochecha, incontrolavelmente. Sabia que contar a verdade para
Agatha seria difícil, mas machucou muito mais ter a compreensão dela, ao
vê-la chorar por mim ao escutar minha história. Ouvi-la dizer que,
independentemente das mentiras que contei, que estaria ao meu lado, que
laços de sangue não importavam para ela e que Philippos seria para sempre
o seu netinho do coração, insistindo que eu não tivesse dúvidas, que tanto
ela quanto Kaius iriam querer participar da vidinha dele, me emocionou por
demais.
Eu não tinha direito de receber tamanha generosidade dos dois, sabia
que não era digna, mas meu bebê merecia tê-los em sua vida. Ao mesmo
tempo que o meu coração sangrava por ter brincado com os sentimentos
deles, eu sentia mais carinho por eles, melhor, amor. Agatha e Kaius eram
Pensar no grego fez com que eu chorasse ainda mais, e eu senti como
se houvesse um ácido no meu estômago, que subia por todo o meu esôfago
Sabia que deveria ligar para ele, explicar que não pude continuar com
a mentira, e também colocar um fim na nossa relação, mas era uma covarde
que não estava pronta para ficar sem os beijos dele, sem o seu abraço, sem o
Suspirei dolorosamente.
— E quando ele encontrar outra pessoa?
minha mente. Mesmo que não devesse, já odiava todas elas. — Tola.
tocou.
— Não acredito que Agatha largou tudo só para vir me consolar, mas
ser abraçada e mimada vai ser bom … — falei baixinho, erguendo-me
ajudando.
— Oi!
Deus! Como eu não queria que o fim chegasse, mas o destino parecia
— Sim…
Ele não falou mais nada, então forcei-me a caminhar até a porta. Dava
mente a sensação de sentir, pela última vez, o calor do seu corpo, a força
molhado com as duas mãos, me puxou para um beijo cheio de urgência. Sua
Deixei-me levar por aquele último beijo como se fosse morrer sem ele,
ainda que o gosto de Aquiles fosse agridoce. Minhas mãos passaram a tocá-
assim, agápi.
Mais dor.
Deixou vários beijinhos no meu rosto e eu quis rir da sua fala, era
tudo, menos corajosa.
Quis desviar o olhar, mas o grego voltou a segurar o meu rosto,
que me deixaram mal por ele. Odiava ver o homem que amava sofrendo,
mesmo que não compreendesse por que Aquiles parecia tão infeliz.
— Não precisamos mais viver uma mentira, Isis — seu tom era
— Eu te amo, Isis. Eu te amo e acho que sempre te amei, mas era tolo
demais para admitir, para aceitar. — Acariciou a minha face e meu coração
foi apenas isso. Há tantas coisas que admiro em você, tantas que quero em
você, tantas que desejo compartilhar com você, agápi. O meu maior anseio
ser de felicidade.
beijo no queixo barbeado. — Eu te amo como o amigo que você sempre foi
para mim, te amo como o meu amante, e amo ainda mais pelo homem que
você é.
minha esposa, minha mulher de verdade, Isis? Você quer passar toda a sua
próprios sentimentos? Que precisou de uma mãe enchendo o saco para que
para enxergar o que sentia? Que quase perdeu a mulher que ama pela
própria burrice?
sensações de descobrir que eu era amada por Aquiles, o sim estava na ponta
da minha língua, porém contive-me a tempo. Não era justo aceitar, não sem
pouco.
— Não há nada que eu queira mais, Aquiles, do que ser a sua mulher,
acariciei o volume.
Ele pareceu confuso.
Sabia que não havia uma maneira fácil de contar, e que ele não
gostaria.
— Mesmo? E o que ele queria? — O tom dele soou frio, mas sabia
que sua raiva não era direcionada a mim, mas àquele canalha. Semicerrou
apartamento, sendo seguida por ele, que fechou a porta atrás de si.
— Ele o quê? — Os dentes dele trincaram e eu senti a tensão que
um monte de palavrões.
Aquiles espumava de raiva, ao andar de um lado para o outro. Evitei
olhar para o grego para não acabar zonza.
— Foi por isso que você contou a verdade à minha mãe? —
perguntou, depois de vários minutos, estancando no lugar.
— Era melhor ela saber por mim do que pela mídia. Seria ainda mais
humilhante seus pais descobrirem por meio de um site de fofocas que o tão
pode fazer escândalo e dizer o que quiser, nada irá apagar o amor que sinto
por essa criança, agápi. Ele pode não ter o mesmo sangue que o meu, mas
que verá os primeiros passos, que irá brincar com ele, fazendo-o rir, sou eu
quem irá levá-lo para escola quando ficar mais velho, será eu que darei
conselhos e o abraçarei quando ele precisar. Sabe por quê? Porque eu o
amo.
eu, mas também meus pais, fazerem parte da vida dele. — Deixou um beijo
na ponta do meu nariz e sorriu, fazendo com que eu sorrisse também.
tom rouco, que tinha uma pontinha de insegurança. — Quer ser a minha
esposa? Eu prometo te amar até que minha pele fique enrugada, minhas
— Não, e tenho certeza de que meus pais não dão a mínima para os
comentários também — fez uma pausa e seus lábios se curvaram em uma
expressão jocosa. — Pensando bem, acho que minha mãe nunca esteve
preocupada com a empresa dela. No fundo, ela conseguiria abafar os
— Você o conhece, ele não vai querer se indispor com a minha mãe.
— Sorriu, sem vergonha.
— Fato!
Nós dois rimos.
— Temos que ligar para a sua mãe para não cancelar o casamento.
— Duvido muito que ela tenha cancelado algo, agápi, sabe como ela
Emitiu uma risada rouca, que fez o meu corpo todo estremecer, e eu
não precisei de mais nada para dar a mão para ele e puxá-lo em direção ao
meu quarto.
Eu estava mais do que ansiosa para ter o meu corpo beijado pelo meu
homem, porque eu sabia que Aquiles não iria resistir, e muito menos eu.
Capítulo trinta e um
alcançou os meus joelhos, sorrindo por saber que há muito tempo ele já me
chamava de amor.
falando com uma criança teimosa —, mas você vem se estressando sem
necessidade.
Franzi o cenho e emiti um som de desagrado, que se tornou um
— Deixe esse cara para lá, ángélos — pediu —, ele não pode nos
atingir. Esse babaca é um verme que só quer um minuto de fama.
— É…
cada dia que passava, alimentado pelo nosso silêncio e pelas declarações
cada vez mais absurdas dele, que fazia o papel de vítima. Até mesmo alegar
era um grande absurdo, ainda mais que várias foram as vezes que insisti na
presença dele.
Mavridis, ainda mais quando ele for processado em milhões por calúnia e
agitado ao toque dele. Poderia ser um pensamento idiota o meu, mas era
— Mesmo?
de Aquiles e o beijar.
bocas suavemente, a língua dele invadiu a minha boca e tornou o beijo mais
profundo.
Ele ergueu uma das mãos e brincou com uma mecha do meu cabelo.
— Por que não foca no fato de que em alguns dias você será a minha
queixo.
Rebolei nele.
— Não vamos fazer amor agora, Isis — sussurrou, as duas palmas
— Sabe muito bem por quê, safada, não está com a minha camisa à
toa — ronronou.
— Posso removê-la…
— Não parece.
— Théos, mulher…
— Só as mãos? — rosnou.
Não respondi.
— Agápi…
Gargalhei estridentemente.
Gemi.
com você.
— Programação infantil fará parte da minha vida, então acostume-se
— Baklava também…
Senti a minha boca salivar ao pensar na massa folhada recheada de
nozes e canela.
— Vontade de grávida, amor?
— Uhum…
— Seu desejo é uma ordem, ángélos — adotou um tom brincalhão e
— Não precisa ficar nervosa, filha, vocês já são casados aos olhos de
Deus — minha sogra falou num tom de voz mais alto, tentando vencer o
som das buzinas dos carros que faziam parte do cortejo até a igreja em
— Não é muito verdade isso — Maia falou divertida com seu sotaque
grego forte —, muitas pessoas se casam várias vezes. Minha tia materna,
por exemplo,…
fale assim!
— Só estou tentando ajudar, tia… — Deu de ombros e nós duas
me apavorava um pouco, já que não queria cometer uma gafe. Um dos ritos,
por exemplo, começou enquanto eu me arrumava em meio a várias
vermelha com alguns objetos de prata que ela me apresentava, mas eu não
sobre a minha barriga —, você está uma noiva linda, filha. Meu filho vai
remela nos olhos, com a cara amassada, com os pés inchados, que para
Aquiles, eu sempre seria desejável.
isso…
que as duas falavam. Olhei pela janela, percebendo que já estávamos quase
chegando à Catedral, que teve que ser reconstruída, já que ela tinha sido
estacionou. Não respondi, pois sabia que era uma provocação, já que,
igreja, para dar início a celebração. Maia também nos seguia, apesar de que
ramalhete.
assim que ergueu o meu véu, não sem antes deixar seu olhar percorrer todo
instantes, antes de nos virarmos para o sacerdote, que tinha uma barba
comprida e usava uma espécie de chapéu preto, que pediu que eu e Aquiles
déssemos nossas mãos. Ele repetiu uma espécie de bênção três vezes, que
línguas pelos cinco padres. Não prestei atenção nos ritos litúrgicos, só
quanto no católico.
diversão.
nos meus lábios. Não contive uma risadinha antes de me virar novamente
para o sacerdote.
direção.
— Nada mais irá nos separar, agápi mou. Mais do que nunca, agora
você é minha. Essa fita representa que estamos unidos, para sempre, de
— Sou uma mulher feliz por ser sua para sempre… — Abri um
sorriso e ficamos nos encarando, como se não houvesse mais ninguém além
de nós dois ali.
marido.
Pisei no pé de Aquiles, e ele emitiu um som abafado.
trocadas entre nós por três vezes pelo padrinho. Mesmo que a formalidade
tivesse vários detalhes, a cerimônia passou como um borrão para mim, e
quando dei por mim, estávamos sendo conduzidos pelos sacerdotes para dar
de recatado para uma igreja. Sua boca deslizava contra a minha como se
fosse um homem faminto. E ele era, fazia mais de doze horas que nós não
fôlego. A única coisa que me fez parar foi o fato de ele agarrar a minha
nádega com possessividade.
beijo, dessa vez, muito mais suave e contido, mas que foi capaz de
despertar várias emoções no meu interior. Seus dedos baixaram lentamente,
pessoas que convidei, já que não fazia questão de ter meus parentes ao meu
lado.
Sob uma chuva de arroz, de gritos e música animada, quase uma hora
chão do carro.
— Está infestada!
Removeu a coroa da minha cabeça, jogando-a para o lado, e em
— Fica linda de qualquer jeito, Isis, mas muito mais após ser bem-
Segurei nos ombros dele quando o carro deu uma freada, que mesmo
não sendo tão brusca, me pegou de surpresa, pois tudo em mim se derretia
com o beijo do meu marido. Seu braço me enlaçou com força, dando-me
firmeza, ao passo que a sua boca se tornou mais exigente. Eu me abri para
um caminho de beijos e lambidas pela minha pele; não pude negar que
estranhei não ter a barba dele roçando em mim.
cabeça para trás, apreciando os arrepios provocados pelo calor dos seus
lábios contra o friozinho do ar-condicionado.
Ele que era muito gostoso. E meu. A ideia de que éramos um do outro
meu vestido, e foi instintivo para mim ajudá-lo, desnudando um seio. Arfei
meu prazer em primeiro lugar. Várias vezes ele tinha apenas me feito gozar,
realidade de onde estávamos caindo sobre mim. Abri os olhos. Mesmo com
o meu corpo todo parecendo prestes a entrar em combustão, segurei a
cabeça do grego e tombei um pouco para trás, afastando os lábios dele do
meu mamilo.
O som do mundo à minha volta ecoou nos meus ouvidos. Como fui
pouco contrariado.
costas.
— Estamos no carro!
o calafrio de desejo que percorreu toda a minha espinha. Segurei seu rosto
para mim essa comemoração. Eu não posso chegar mais amassada do que já
O puxei para mais um beijo sôfrego, o que fez com que emitíssemos
assim na frente de todos, mas a felicidade que sentia por estar com o grego
minha cabeça.
— Obrigada.
Continuamos a tagarelar sobre os detalhes da cerimônia e esperei a
maquiagem da minha sogra ser retocada também, já que o rímel dela estava
borrado pelas lágrimas. Infelizmente, quanto ao tecido delicado da saia do
meu vestido, não houve nada que eu pudesse fazer a não ser aceitar que
ficaria amarrotada. Aproveitamos e paramos para tirar mais fotos.
espalhados por todo o teto. A luz amarela que incidia sobre os cristais os
faziam parecer pequenas estrelas cintilando sob o céu, que, por falar nisso,
se tornava cada vez mais escuro com o chegar da noite. Todo o espaço
estava decorado com arranjos de bronze com uma profusão de rosas brancas
uma festa, ela, hoje, dava provas do quanto estavam enganados. Cada
detalhe parecia surreal, até mesmo as mesas redondas forradas com uma
— Me adula, querida.
A risada estridente de Agatha chamou a atenção de todos e eu acabei
sorrindo. No fundo, ela sabia que tinha feito a maior festa do ano. Ela
combinou luxo, elegância e romantismo em cada detalhe.
Estava tão imersa em meu deslumbramento, que tomei um susto ao
sentir dois braços fortes envolvendo a minha cintura abaulada. Ele deu um
beijo no meu pescoço, arrepiando-me, e minhas mãos automaticamente o
acariciaram.
— Vocês demoraram demais, estava quando indo atrás das duas! —
Não podia negar que estava adorando cada segundo daquela animação
que, de alguma forma, me era estranha. O cansaço e as limitações do meu
corpo pela gravidez não pareciam me afetar ainda, mas sabia que, mais
tarde, cobraria o seu preço.
da minha sogra.
Depois de me envolver com vários “colares” de dinheiro, Aquiles me
puxou para a pista de dança. Uma pontada de insegurança me dominou por
dançarino, então a chance de nós dois fazermos todo mundo rir é alta.
— Isso não ajuda em nada. — Franzi o cenho, quase imitando os
bufares dele.
Comecei a me mover, tentando acompanhar os movimentos de
rapidamente minhas mãos no peitoral firme. O sorriso dele para mim fez
com que eu acabasse soltando uma gargalhada e colocasse toda a minha
atenção no homem a minha frente que, animado e relaxado, era bem
diferente do tubarão dos negócios sério e arrogante. Tentando acompanhá-
lo, então girei, movimentando os pés com cuidado, rebolei brincando com o
tecido do vestido, e bati palmas.
Trocávamos selinhos e passamos a rir um do outro, já que éramos
péssimos na dança, mesmo que não tivesse uma coreografia marcada.
dormir na beirada da cama, quase caindo dela. Quando não senti o calor da
pele macia, muito menos escutei o resmungo sonolento por odiar ser
já que nem sempre estaríamos juntos, mas a minha mulher sabia que
praguejar.
Passando a mão no meu queixo, sentindo a minha barba, que voltava
imersa na vista do Mar Egeu. Eu não dava a mínima para a paisagem, toda a
minha atenção estava na calcinha pequena, que não cobria nada da bunda
Eu babava por ela, e a cada segundo que passava comendo Isis com
coisas, já que preferia que ela estivesse toda nua, mas talvez devesse rever
Baixei minha vista ainda mais, prestando atenção na barriga dela, até
que meu olhar parasse na vagina, tampada por uma calcinha que mal a
cobria.
Me movi na cama, sentindo desconforto no meu pau, que pulsava ao
esposa.
— Perfeita…
tom provocante.
Infelizmente, tivemos que adiar a nossa viagem por dois dias, já que,
estivesse para ela conhecer minha villa, nunca a faria viajar se não estivesse
completamente bem.
Sorri lascivamente. Cada segundo de espera valeu muito a pena.
movimento dos seus quadris enquanto levava a mão ao meu pênis e dava
centro da cama.
Curioso com o que aconteceria logo a seguir, fiz o que ela pediu,
colocando minha cabeça sobre as minhas mãos, convidando Isis a fazer o
Ela subiu no colchão e veio para cima de mim, me dando uma visão
privilegiada dos seus seios. Deixei um beijo na pele exposta e ela pegou o
a minha pele.
De alguma forma, meu corpo e minha mente intuíram o que ela iria
fazer, tanto que não ofereci resistência, pelo contrário, tudo em mim ficou
prazer que atiçou o meu lado selvagem que desejava mais do que tudo
beijá-la, tocá-la e fazer amor com ela. Tentei me erguer, porém as algemas
uma posição tão vulnerável, e eu não sabia se gostava ou não. Por um lado,
ainda mais tensos, e novamente mexi minha pelve, querendo suas paredes
úmidas me comprimindo.
— Isso, agápi mou — não reconheci minha própria voz, quando, com
boca pela minha, deixando-me mais sedento debaixo dela. Lambeu os meus
— Gostoso…
tornou mais alto quando saqueou a minha boca e me beijou com toda ânsia
que tinha, sua língua enroscando na minha com urgência, dando-me o que
queria.
combustão.
Sem acanhamento, Isis lambia e beijava cada pedaço do meu tronco,
— Caralho, Isis!
Eu arfava, cada gominho do meu abdômen se retesando com o raspar
pulsar contra a sua mão, ficando mais dura. Gemendo, passei a erguer e
descer meus quadris, pedindo com o meu corpo que ela aumentasse o ritmo
Mantendo meus quadris suspensos, rocei meu pau nos lábios dela e,
atendendo ao meu pedido, seus lábios se fecharam em torno da minha
glande e ela passou a sugar a ponta, fazendo com que eu descolasse minhas
costas do colchão. Arqueei a minha pelve contra a sua boca quando ela
quadris, tentando adotar o meu próprio ritmo, embora fosse difícil sem
poder controlá-la por estar com os punhos presos.
A cada estocada que dava, eu sentia meu pau deslizar com mais
facilidade por conta de sua saliva, alcançando a garganta. Minha mulher me
engolia, sem engasgar, tomando breves segundos para inalar ar, permitindo-
Aplicando mais pressão, o que fez com que mais líquido saísse pela
minha ponta, seus dedos passaram a subir e descer pela minha extensão.
tomou todo meu gozo, sem cuspir, e caí na cama, todo molhado de suor,
com os braços pendurados.
amei com a minha boca, tentando retribuir o prazer que ela havia me dado.
Resmunguei quando quis tocar os cabelos dela e não pude. Isis
pescoço.
— Isis…
— E me dá várias ideias…
Capturou uma gota do meu suor com os lábios.
— sussurrei.
Gemeu quando dei um beijo no topo do seio dela, aproveitando que
ela se oferecia para mim. Com a mão liberta, aproveitei para tocar a pele
cintura dela e, tomando cuidado com Philippos, tombei seu corpo contra o
meu, fazendo os olhos azuis dela se arregalaram de surpresa.
Enterrando meus dedos nos fios úmidos pelo suor, antes que Isis
dissesse qualquer coisa, voltei a beijá-la, provocando-a da mesma maneira
que tinha feito comigo, deixando selinhos que só a excitariam ainda mais.
Acariciando seu couro cabeludo, até mesmo dando puxões e
Diminuí a intensidade do beijo, bem como das carícias que fazia nos
seus cabelos, e senti as unhas dela ficando na minha pele, sua boca tentando
acelerar nosso ritmo, porém não deixei.
— Malvado!
Ri, então, provocando-me, esfregou-se em mim e eu mordisquei o
queixo dela, deixando uma trilha de beijinhos pelo seu rosto enquanto subia
com as mãos, brincando com o sutiã.
— Gosto muito — falou, parecendo ficar incoerente.
Isso despertou ainda mais minha ânsia, então tornei a beijá-la,
pelve.
Sem esperar uma resposta, removeu rapidamente o sutiã e apoiou-se
em mim, começando a se estimular no meu pau, mesmo que ainda estivesse
usando a calcinha. Por um momento, apenas contemplei a imagem dos seios
nus dela balançando, ficando mais ofegante enquanto ela se movia sobre
mim, mexendo os quadris para frente e para trás.
Porra! Com os cabelos soltos, mordiscando os lábios, minha esposa
não sabia o quão linda ficava me cavalgando em busca do próprio prazer.
ela gemeu e tombou um pouco a cabeça para trás, movendo a sua pelve
incontrolavelmente, dominada pelas sensações.
Sua pele ficava cada vez mais suada, a cinta-liga na sua coxa
escorregando a cada movimento, seus cabelos ficando emaranhados. Os
olhos azuis, que nem por um momento deixaram de me fitar, pareciam
mole em cima de mim, adotei um ritmo insano, fazendo com que o sexo
dela deslizasse contra a minha ereção.
Eu emitia um som gutural a cada roçar e ficava endoidecido ao sentir
a umidade dela transpassando o tecido fino da calcinha indo para o meu
Quando pediu outra vez, Isis libertou o homem que estava sempre
faminto por ela. Depois de torcer suavemente o botãozinho duro, deslizei a
minha mão, percorrendo a sua barriga. Parei um instante ao sentir um
pequeno chute do meu filho, mas o gemido de Isis fez com que, ainda
e alcançou o clímax.
Meu corpo todo vibrou ao sentir os pequenos espasmos que a
percorriam. Ainda precisando tê-la, removi o meu dedo de dentro dela e,
com apenas alguns puxões, rasguei a calcinha de renda ao meio, o impacto
ricocheteando na sua pele. Ela me fitou, atônita, mas logo me deu aquele
sorriso safado que era a minha ruína. Meu gesto brusco, pelo jeito, a deixou
excitada.
Não contendo mais o meu desejo por afundar-me nela, encaixei meu
da villa grega do meu esposo. A piscina de borda infinita parecia fluir para
as águas cristalinas do mar Egeu que, exageradamente, meu marido falava
que era da cor dos meus olhos, o que estava muito longe de ser verdade,
Mykonos, mas por cada pedacinho da ilha, que era muito maior do que
imaginava.
Era impossível não ficar suspirando quando eu e Aquiles
por Little Venice que eu mais me derretia. Tinha ficado surpresa quando
soube que na ilha havia um bairro cheio de casinhas do século XVIII, que, à
semelhança da cidade italiana Veneza, era bastante romântica.
noite hospedados lá, mas temia que ele achasse que eu não gostava da
pelo amor que sentia por Philippos, que começou a chutar freneticamente
dentro de mim.
que batia sobre a minha pele, ouvindo os barulhos das ondas batendo nas
ventre.
uma bandeja.
Senti minha boca salivar, e não era pelo homem gostoso, mas, sim,
que ele trazia. Esperava que ele não tenha esquecido de comprar o de
homem, franzindo o cenho ao ver que a única coisa que cobria seu corpo
era uma sunga preta que marcava bem seu pau. — Espero de verdade que
Arqueei a sobrancelha para ele, vendo seu pênis endurecer sob o meu
olhar.
ciúmes infantil.
— Algum problema? — perguntou em um tom neutro.
marido riu.
— Está com ciúmes, ángelos? — Pousou a bandeja sobre uma
pequeno, e não precisava olhar para o seu rosto para saber que ele encarava
prova disso.
— Claro que não. — Seu tom baixo e perigoso fez com que eu
suavemente.
— De fato!
Eu estava com vontade, o pareceu se tornar ainda maior por eu não ter
comer determinada coisa. Aquiles tinha satisfeito cada uma delas, menos
dessa vez.
sabor na bandeja.
Abri minha boca para ele e Aquiles me serviu um pouco de sorvete de
minha boca.
Sentia seu pênis ficando cada vez mais rígido, e isso deixava o meu
como uma criança. Ele pegou a minha mão e deixou um beijo no dorso.
Sempre que eu via Aquiles tão encantado por Philippos, até mesmo
ainda mais.
— Eu…
— De preferência sem o biquíni…
— E o que você planeja fazer? — Ergui meu rosto para encarar a face
dele, encontrando apenas lascívia.
— Nadar, é claro.
Piscou para mim, e eu bufei, empurrando o seu ombro, indignada,
enquanto ele gargalhava alto. Com um último beijinho, pegando a bandeja,
em ficar nua e entrar na água fria que contrastava com o calor do sol.
Meu marido voltou rapidamente, já nu, e, sem me decepcionar, tomou
o meu corpo, meus lábios e minha alma com os seus beijos, com os olhares
quentes e fome. Enquanto seu pau deslizava para dentro de mim, a agitação
da água oferecendo um estímulo a mais, acabei esquecendo-me da minha
— Tome, filho, uma dose vai te fazer bem — meu pai falou, parando
de whisky.
retrucou no mesmo volume que eu, emitindo uma risada que fez com que
eu fechasse a cara.
Não ajudou em nada para aplacar minha irritação Agatha falar o
olhar.
minha mãe temiam que fossem contrações falsas, como tinha acontecido
— Você está bem? — Toquei o rosto dela, que estava bastante sereno,
certeza.
falou em um tom suave, mas que não escondia sua advertência. Desprezei o
comentário.
Minutos se passaram, até que ela fez uma careta de dor, que atingiu a
Assim que minha esposa disse isso, eu senti que congelava no lugar,
porque, para o desgosto da minha mãe, eu tinha voltado a andar pela sala
como um animal enjaulado. Ignorando as palminhas de Agatha e o grito
eufórico do meu pai, virei meu corpo em direção a Isis, vendo a calça dela
molhada.
dores, minha mulher não precisou tanto de mim. Sem dúvidas, quando eu
minha mão com força, porém sabia que era muito pouco. Tudo o que mais
lado para o outro para iniciar o parto, eu poderia muito bem ter uma
síncope.
contrações.
— Beijá-lo… — completei.
Isis estava linda, brilhando tanto que ofuscava até mesmo as estrelas.
— Sim.
Isis segurou minha mão com mais força e fez o que a mulher disse.
— Okay!
contorceu um pouco, eu tomei a sua dor para mim. Era como se fosse eu
sendo rasgado ao meio, não a minha esposa. Usei todas as minhas forças
expirar.
ver os sons que minha mulher emitia ficando mais altos, acompanhando a
sua dor.
que se passava comigo, e isso que nem havia olhado para o seu rostinho
ainda, ou tocado os seus dedinhos, sentido o seu cheirinho…
— Falta pouco, meu amor. — Levei a mão dela aos lábios quando ela
inspirou e expirou fundo outra vez, voltando a focar na mulher que amava.
que representava o início de uma vida, a vida de um serzinho tão amado por
nós, era muito mais.
e o comprimento.
— Meu bebê! — Isis sussurrou ao me encarar.
Ficamos absortos, olhando um para o outro, abobados, até que um
— Por favor!
Sentou-se na maca e estendeu os braços para receber Philippos. Por
na sua testinha, e eu soube que eternizaria essa imagem dos dois para
sempre no meu coração, que parecia prestes a explodir.
cabecinha, a expressão franzida pelo choro e ainda sujo dos líquidos, ele era
realmente lindo, muito lindo. E eu poderia cair de joelhos perante a ele. O
gios mou[28]!
— Tão lindo quanto a mãe — sussurrei.
imaginei que isso fosse possível, mas era como se eu fosse um novo
homem, um completo.
primeira mamada, o que seria bom para ambos. Tentei prestar atenção nas
instruções dadas pelo homem, mas não conseguia deixar de fitar o
pequenino, ainda mais quando ele encontrou o bico do seio de Isis e passou
a sugá-lo, pelo menos eu achava que sim.
A cena de mãe e filho pele contra pele, a ternura no olhar da minha
esposa, bem como o sorriso bobo dela, levou-me às lágrimas outra vez.
Querendo fazer parte daquele momento poderoso, deixei um beijo na
— Eu…
Engoli em seco ao sentir os meus dedos ficarem um pouco trêmulos.
— Aquiles?
— Sim… — meu tom soou embargado.
— Está perfeita!
bebê, agápi mou, mas ainda me recordo do que é preciso para dar um banho
deitar meu neto no suporte, com o canto do olho, vi que ele tinha pegado até
mesmo cotonete.
exagerada com o meu zelo. Essa tarefa poderia parecer pouco significativa,
mas, para mim, era bastante especial já que através dela eu me conectava
ainda mais com o meu neto. Meu amor por ele se tornava ainda mais forte a
cada dia.
Mesmo que minha nora ainda estivesse se recuperando do puerpério e
momentos com o bebê. Quando dei à luz a Aquiles, nas primeiras semanas,
eu não deixava ninguém chegar perto, então sabia que ela nos dar essa
sempre à beira das lágrimas com a emoção, fora que também tinha um quê
de nostalgia e me fazia recordar do meu menininho que hoje era um homem
feito.
— Não precisa ficar amuada, amor, só não quero que você me ache
Virei-me para meu marido e pisquei para ele, que riu baixinho e
anos, mas eu tinha certeza de que ainda continuaria amando aquele homem,
Ele poderia não ter o meu sangue, mas o menininho era um pedaço de
mim, e não havia nada no mundo que eu não faria por ele.
Assim que descobri que seria avó, soube que daria minha vida por
ele, e depois de tê-lo pegado no colo, dias atrás, tive ainda mais certeza
disso, da mesma forma que não tinha dúvidas que Kaius também faria o
mesmo.
Sem perder mais tempo com divagações, pegando Philippos no colo
como o pacotinho precioso que era, levei-o até a banheirinha, não contendo
minha nora falou que poderia ocorrer, mesmo que o banho já fizesse parte
Kaius sussurrou com a voz embargada, que não conseguia esconder o seu
orgulho.
meu marido.
— Espero que eles nos deem uma casa cheia de netos — murmurei,
meu neto.
gênio, mas não é novidade nenhuma para mim, tudo em você é brilhante —
bem, também, depois de mais de três décadas juntos, não tinha como ele
não ter desvendado cada faceta minha.
— Muito!
todos, atraindo vários novos clientes pelo mundo para minha agência, e
eu tenha tido que usar todo o meu arsenal dramático, eu só quis dar uma
mãozinha para o meu filho, que, se dependesse dele, iria continuar solteirão
o resto da vida.
falou.
linda…
agradasse mais.
dar o banho mais rápido possível enquanto Kaius tentava distraí-lo, falando
com ele.
era, mas acabei chorando, mais uma vez, ao fitar Aquiles, que parecia
completamente apaixonado e encantado pelo seu filho.
Epílogo
Aquiles e Kaius correndo atrás das crianças e dos cachorros, que brincavam
e gritavam no imenso gramado da villa deles em Corfu, que era tão bonita
havíamos comprado uma enorme mansão em Long Island, que ficava bem
não foi fácil, mas, com o apoio e mentoria do meu marido, acabei me
desgosto do meu esposo, que queria que eu estivesse a frente de uma das
Philippos, para o deleite não apenas meu e de Aquiles, mas também do meu
busca de gêmeos na família, que, para decepção dela, havia aos montes.
amiga.
— Vocês não pensam em ter outro? — disse em tom de confidência,
que tinha também uma pontada de esperança. — Quem sabe tentar até
encarei a minha sogra, atônita. — Acho que três está de bom tamanho!
Fez biquinho.
— Não custava tentar.
depois.
fitá-la. Provavelmente não gostaria muito do que Agatha falaria, já que ela e
Fazia alguns anos que não ouvia falar de Benedict. Para ser exata,
Poderia pedir aos investigadores do meu marido para caçá-lo outra vez, mas
eu acabei concordando com Aquiles, que disse que não tínhamos que ter
esse homem como uma sombra na nossa felicidade, tínhamos que pensar só
na nossa família.
— Entendi.
jardim.
direção.
A mulher abriu um sorriso enorme, já que não havia nada que ela
— Vovô vai nos levar lá — Philippos falou num tom animado, dando
pulinhos no lugar.
voltou a soar junto com a gargalhada de Agatha, que deu a mão para
Philippos e Lysandros.
levantar.
seguir Agatha, que cantava uma música infantil em grego em meio aos sons
passaríamos juntos.
Agradecimentos
essa história, ou me pedir mais um capítulo, mas o amor que você sente por
mim me dá forças para continuar essa jornada. De algum lugar, sei que você
está torcendo por mim e comemorando cada uma das minhas pequenas
vitórias.
Amanda, irmã, não sei o que seria da minha vida sem você. As
palavras não conseguem definir o quanto te amo, o quanto eu sou grata por
você estar, dia após dia, me oferecendo consolo, me abraçando nas crises de
pânico, e também por ler o meu trabalho mesmo odiando esse tipo de
Ana, Fadinha, que entrou na minha vida junto com o Pedro. Eu não
agradeço apenas o carinho enorme que você tem pelo meu trabalho, mas,
sim, o fato de você ser minha amiga. Sua amizade é a coisa mais importante
para mim. Sua torcida, seu carinho, seu abraço, são valiosos. Te amo,
amiga.
Nedja, Débora, Cristina, Ionara, Glei, Yslai, Ju, Leila, Thaty, Wilzanete,
Dri, Vânia, Thais A., Valéria, Jennifer, Ellen, Caroline C., Mônia, Athina,
Roseane, Nay, Rose, Adriana, Edi, Beeh, Sirleni, Kaká, Jéssica Luiza,
Vanessa, Paulinha, Fabi, Erika, Juhh, Thamy, Sueli, Lizzi, Cami, Kelly,
Naiane, Vera, Isis, Ariane, Naira, Fátima, Fernanda, Eugênia, Lara, Eliaci,
Emily, Lindce, Geudyvania, Amanda Leite, Sandra, Amanda Regina,
Simone, e Isis.
Danielle Viegas Martins pelo apoio, por ouvir meus desabafos e várias
Por fim, meu muito obrigada a você, leitora, que se interessou por
essa história, que gosta da minha escrita, que me manda mensagens nas
redes sociais, que vem bater um papo no direct. Vocês me motivam a trazer
Sinopse:
teve uma relação conturbada com o seu avô, Leôncio Fontes, um homem de
menino o amor pela terra, pelos animais e pelas pessoas, o garoto quase
cometeu uma besteira, mas é impedido pelo bondoso homem. Nesse mesmo
dia, o adolescente jurou, em meio a despedida, que faria de tudo pelo seu
pai de coração. O que o milionário não esperava era que essa promessa iria
ser cobrada, nove anos depois, por uma garota que fugiu com uma bebê que
não era dela e que precisava da sua proteção, muito menos que ao oferecer
Atenção: Livro independente com começo, meio e fim, sem gancho para outra história.
Sobre a autora
Mineira, se apaixonou por romances há alguns anos, quando
comprou e devorou um romance de banca que adquiriu em um
supermercado. Após aquela leitura, não parou mais de comprar livros e ler.
https://www.instagram.com/autoraalinedamasceno/
[1]
Meu amor
[2]
Meu filho.
[3]
Deus
[4]
Meu anjo.
[5]
Prato feito com berinjelas, tomates e carne de cordeiro dispostos em camada em um refratário,
cobertas com molho branco. A moussaka é conhecida como lasanha grega.
[6]
Meu anjo.
[7]
Meu filho.
[8]
Caralho.
[9]
Analogia a tragédia grega Medeia, em que, cega pela rejeição do pai dos seus filhos que queria
casar com outra mulher, mata os filhos que teve com ele para se vingar.
[10]
Maldito!
[11]
Expressão francesa para designar composição de cores e elementos variados. No caso, é um prato
assado em que as cores e cortes dos legumes, frutas, ou frutos do mar, combinam entre si,
construindo uma composição harmônica de visual e sabor.
[12]
Pai.
[13]
Mãe.
[14]
Estou completamente louco por você, meu anjo.
[15]
Vovô.
[16]
Neto amado.
[17]
Mãe.
[18]
Perfeita.
[19]
Caralho.
[20]
Inferno, mulher.
[21]
Minha deusa.
[22]
Cristo.
[23]
Gostosa.
[24]
Muito gostosa.
[25]
Que inferno
[26]
Gostosa.
[27]
Espécie de lasanha feita com beringela, carne de cordeiro e especiarias.
[28]
Meu filho.
[29]
Papai te ama.
[30]
Vovó.