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REUMÁTICA AULA
ARTRITE REUMATOIDE
Bibliografia: Cecil Essentials of Medicine 9.ª ed.
Complementado por Harrison’s principles of internal
medicine 20.ª ed.
WWW.ACADEMIADAESPECIALIDADE.COM FACEBOOK.COM/ESPECIALIDADE
LEGENDA
SÍMBOLO COMPETÊNCIA SÍMBOLO SIGNIFICADO
MECANISMOS
MD de DOENÇA
INTEGRAÇÃO DE
CONHECIMENTO
D
Estabelecer um
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
P Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
MUITO IMPORTANTE
T Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
CONHECIMENTO
Elaborar plano de ESSENCIAL
GD GESTÃO DO DOENTE
MENOS perguntável
SÍMBOLO SIGNIFICADO
REFERÊNCIA INCOERÊNCIA
CHECK
a outros capítulos
2
LEGENDA ESPECÍFICA
SÍMBOLO SIGNIFICADO
INFORMAÇÃO EXTRA
BIBLIOGRAFIA
CONSELHO
REUMA FUNDAM 2013
Livro de Reumatologia PARA EXAME
Fundamental, LIDEL (2013)
EULAR AR 2016
Recomendações europeias
sobre AR (2016) NÃO VE
Recomendações europeias
EULAR AI 2016
sobre Artrite Inicial (2016) NÃO PRESENTE OU
DIFERENTE DA
Recomendações europeias VERSÃO EXTENSA
EULAR EX IMAG 2013 sobre exames de imagem na
AR (2013)
3
BIBLIOGRAFIA
HPIM 351:
Artrite Reumatoide
CEM 77:
Artrite Reumatoide
4
BIBLIOGRAFIA EXTRA
ABREVIATURAS
DOENÇAS: ARTICULAÇÕES:
AEnt - Artrites Enteropáticas CMC - Carpometacárpicas
AIJ – Artrite Idiopática Juvenil IAP – Interapofisárias posteriores
APs – Artrite Psoriática IFD – Interfalângicas Distais
AR – Artrite Reumatoide IFP – Interfalângicas Proximais
ARe – Artrite Reativa IT – Intertarsais
DM - Dermatomiosite MCF – Metacarpofalângicas
DMTC – Doença Mista do Tecido Conjuntivo MTF – Metatarsofalângicas
DTC – Doença do Tecido Conjuntivo TT - Tibiotársicas
DDCPC – Doença de deposiçao de cristais de
pirofosfato de cálcio ANALISES E SEROLOGIAS:
EspA – Espondiloartrites AACL – Anticorpos anticardiolipina
ESpAI – espondiloartrites Indiferenciadas AAβ2GP1 – Anticorpos anti-β2 Glicoproteína 1
EA – Espondilite Anquilosante ACL – Anticoagulante lúpico
FBM – Fibromialgia Anti-CCP– Anticorpos Antipépticos Citrulinados
LES – Lupus Eritematoso Sistémico Cíclicos
PM - Polimiosite ANA – Anticorpos antinucleares
PMR – Polimialgia Reumática ANCA – anticorpos anticitoplasma de neutrófilos
OA – Osteoartrose HLA – Antigénio leucocitário Humano
OP - Osteoporose FR – Fator reumatoide
SAAF – Síndrome de Anticorpos Antifosfolípidos
SS – Síndrome de Sjögren
6
ABREVIATURAS
FÁRMACOS ATIVIDADE DA DOENÇA
AINE – Anti-inflamatórios não esteróides AD – Articulações Dolorosas
DMARDs – Fármacos antirreumáticos modificadores de AT – Articulações Tumefactas
doença (Disease-Modifying Antirheumatic Drugs) DAS – Disease Activity Score
- csDMARDs – DMARDs Sintéticos Convencionais HAQ – Health Assessment Questionnaire
- tsDMARDs – DMARDs Sintéticos Dirigidos
- bDMARDs – DMARDs Biológicos
GC - Glicocorticóides
iTNFα – Inibidores do TNFα
IFX - Infliximab
LEF – Leflunomida
HCQ – Hidroxicloroquina
MTX – Metotrexato
SSZ – Sulfassalazina
SUMÁRIO
• Definição e Epidemiologia
• Mecanismo de Doença
• Diagnóstico e Classificação
• Apresentação Clínica
• Exames Complementares de Diagnóstico
8
DEFINIÇÃO
DEFINIÇÃO
• Doença Crónica, Inflamatória e Sistémica
• Caracteriza-se por:
PATOLOGIA MANIFESTAÇÕES
POLIARTRITE
PERIARTICULAR EXTRA-ARTICULARES
• Sinovial das • Sinovial dos tendões • Sistema imunológico
articulações e bursas reativo
Destruição do osso
e cartilagem
10
MECANISMO DE DOENÇA
MD
11
MECANISMO
• DESCONHECIDO
TABACO Genes do
• Interação entre: MHC II
Genética HISTÓRIA FAMILIAR
Ambiente ↑Risco de AR e AR
em parente de 1ºG
↑ Risco em 2-10x
Sistema imune mais Grave
Perda de Tolerância
Imunológica
12
McInnes IB et al. (2011) The pathogenesis of rheumatoid arthritis. NEJM 365 (23):2205-2219.
PATOLOGIA E PATOGÉNESE
ESQUEMA RESUMO
Perda de Tolerância
Imunológica
Inflamação da Sinovial -
SINOVITE CARACTERISTICA
PATOLÓGICA DA AR
Proliferação e Hiperplasia
da Sinovial
PANNUS SINOVIAL
CARACTERISTICA
PATOLÓGICA DA AR
Destrói a cartilagem e
osso subjacente
13
McInnes IB et al. (2011) The pathogenesis of rheumatoid arthritis. NEJM 365 (23):2205-2219.
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1
Mulher de 45 anos de idade, escriturária, refere desde há 1 ano, dor e tumefação a nível das
articulações das mãos e punhos. Posteriormente, refere sintomatologia idêntica ao nível dos
pés com carácter bilateral e simétrico.
Apresentava também rigidez matinal das mãos com cerca de 4 horas de duração, fadiga e
emagrecimento de 4 kg desde o início da doença. Nega outras queixas de órgãos e sistemas.
Tem como antecedentes uma Dislipidemia medicada com sinvastatina. Nega outra medicação,
nomeadamente AINEs.
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SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1
Mulher de 45 anos de idade, escriturária, refere desde há 1 ano, dor e tumefação a nível das
articulações das mãos e punhos. Posteriormente, refere sintomatologia idêntica ao nível dos
pés com carácter bilateral e simétrico.
Apresentava também rigidez matinal das mãos com cerca de 4 horas de duração, fadiga e
emagrecimento de 4 kg desde o início da doença. Nega outras queixas de órgãos e sistemas.
Tem como antecedentes uma Dislipidemia medicada com sinvastatina. Nega outra medicação,
nomeadamente AINEs.
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SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1
Mulher de 45 anos de idade, escriturária, refere desde há 1 ano, dor e tumefação a nível das
articulações das mãos e punhos. Posteriormente, refere sintomatologia idêntica ao nível dos
pés com carácter bilateral e simétrico.
Apresentava também rigidez matinal das mãos com cerca de 4 horas de duração, fadiga e
emagrecimento de 4 kg desde o início da doença. Nega outras queixas de órgãos e sistemas.
Tem como antecedentes uma Dislipidemia medicada com sinvastatina. Nega outra medicação,
nomeadamente AINEs.
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SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1
Mulher de 45 anos de idade, escriturária, refere desde há 1 ano, dor e tumefação a nível das
articulações das mãos e punhos. Posteriormente, refere sintomatologia idêntica ao nível dos
pés com carácter bilateral e simétrico.
Apresentava também rigidez matinal das mãos com cerca de 4 horas de duração, fadiga e
emagrecimento de 4 kg desde o início da doença. Nega outras queixas de órgãos e sistemas.
Tem como antecedentes uma Dislipidemia medicada com sinvastatina. Nega outra medicação,
nomeadamente AINEs.
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1
Mulher de 45 anos de idade, escriturária, refere desde há 1 ano, dor e tumefação a nível das
articulações das mãos e punhos. Posteriormente, refere sintomatologia idêntica ao nível dos
pés com carácter bilateral e simétrico.
Apresentava também rigidez matinal das mãos com cerca de 4 horas de duração, fadiga e
emagrecimento de 4 kg desde o início da doença. Nega outras queixas de órgãos e sistemas.
Tem como antecedentes uma Dislipidemia medicada com sinvastatina. Nega outra medicação,
nomeadamente AINEs.
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EPIDEMIOLOGIA
D
• Poliartrite Crónica MAIS COMUM 40-50A
• Prevalência: 0,5% -1%
RARO
↑ C/ IDADE
45A 75A 45A
20
DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO
D
21
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
• Manifestações Osteoarticulares
• Manifestações Extra-articulares
• Comorbilidades
22
RESUMO/SUSPEITA CLÍNICA
↑RISCO SE características de
MAU PROGNÓSTICO
• FR+ / Anti-CCP+ / Incapacidade
Precoce / Tabagismo / Doença não
controlada
OSTEOARTICULAR EXTRA-ARTICULAR
40-50A PRECOCES MAIS COMUNS
• Oligo/Poliartrite Crónica • Anemia NN de Doença Crónica
• Pequenas articulações das mãos e • Nódulos SC (cotovelo e t. Aquiles)
pés - MCF, IFP e MTF de forma • SS Secundário
simétrica • Nódulos Pulmonares e DIP
• Artralgias e edema com ritmo
inflamatório OUTROS
• Rigidez matinal prolongada • Constitucionais
• Palpação com AD e AT • Pleuropericardite
… TODAS AS ARTICULAÇÕES
• Squeeze test positivo COM SINOVIAIS PODEM SER
ENVOLVIDAS
• Trombocitose
ANTLANTOAXIAL • Esclerite e episclerite
(C1-C2)
PERIARTICULARES
• Tenossinovite dos flexores dos dedos RAROS
• Síndrome do Túnel Cárpico • Vasculite cutânea e SNP
• Quisto de Baker • S. Felty
• Exames Laboratoriais
• Líquido Sinovial
• Exames de Imagem
24
EXAMES LABORATORIAIS
HPIM 363 - ARTRALGIAS
Quando solicitar exames laboratoriais num doente com artralgias? E quais?
• HEMOGRAMA COMPLETO
EXAMES LABORATORIAIS
• Anemia NN Pouco Sensíveis e pouco Específicos
ESTADO INFLAMATÓRIO
• Osteoartrose Poliarticular
• Trombocitose • Fibromialgia
• Serologias:
Requisitar FR e Anti-CCP
o FR pois existe:
o Anti-CCP • AR FR+ e Anti-CCP-
• AR FR- e Anti-CCP+
NÃO
VE
• 75% AR
C Crónicas: DHC e DPC (silicose e asbestose)
• Mais raro noutras condições mas pode
H
ocorrer
R Reumatoide (80%) REUMA FUNDAM 2013
EXAMES LABORATORIAIS
Apoiam diagnóstico
• Serologias: FR e Anti-CCP
Não utilizados na monitorização
ASSOCIADOS A AR
MAIS GRAVE E EROSIVA
TÍTULO:
SEM correlação com Atividade da
MAIS PRECOCES (antes do FR e da
Doença Clínica de AR) – uteis para apoiar Dx
inicial
Úteis para apoiar a impressão Dx ↑ ESP – permite DDx com Doenças
(não confirma Dx) com FR+
28
LÍQUIDO SINOVIAL BASEADO HPIM 351
• Radiografia Convencional
30
RADIOGRAFIA
Quando realizar?
EULAR EX IMAG 2013
31
• Semanas - Meses
32
RADIOGRAFIA BASEADO HPIM 351
• Meses
33
• Meses - Anos
• Estreitamento da entrelinha articular • Quistos subcondrais
uniforme
34
RADIOGRAFIA BASEADO HPIM 351
• Anos
• Luxações, Subluxações e Deformações
35
ECODOPPLER E RMN
Quando realizar? Porquê? Alterações
periarticulares
precedem as
lesões ósseas
1. AVALIAÇÃO INICIAL se:
EULAR EX IMAG 2013
1. Ausência de alterações no Rx Inicial
Comparando com o Rx:
• Identifica SINOVITE e TENOSSINOVITE
• > Sensibilidade para EROSÕES ÓSSEAS PRECOCES
2. Dúvida se Artrite Clínica – Identificar Artrite Subclínica
CRITÉRIOS
Comparando com o EO: ACR/EULAR 2010
Porquê? Alterações
periarticulares
1. ECODOPPLER precedem as
lesões ósseas
2. RMN
REUMA FUNDAM 2013
Quando realizar?
Sinal precoce de
APESAR DA TAC SER O EXAME MAIS
inflamação e Identifica EDEMA ÓSSEO SENSIVEL PARA EROSÕES ÓSSEAS
precede erosões Fator de Mau Prognóstico (raramente usado neste contexto)
ósseas
37
Se Instabilidade ou Subluxação da
Articulação atlóido-odontoideia
38
RESUMO/ALGORITMO ECD
Suspeita Clínica de AR
20% dos
TODOS EXAMES LABORATORIAIS • Anemia NN doentes têm
• Hemograma completo • Trombocitose AR
• VS e PCR • ↑ VS e PCR seronegativa
• Gerais • FR +/- (80%)
• Serologias virais (HBV, HCV, Parv. B19, HIV) • Anti-CCP+/- (75%)
• FR e Anti-CCP
• (ANA)
MONOARTRITE
Líquido Inflamatório: turvo; ↓ viscosidade; GB
ASPIRAÇÃO DO LÍQUIDO SINOVIAL >2.000 e < 50.000; predomínio PMN; sem cristais
TODOS
• Osteopenia Periarticular
RX DAS MÃOS E PÉS • Opacificação das partes moles
Sem alterações • Erosões ósseas
Artrite Clínica duvidosa • Estreitamento da entrelinha articular
NÃO EXISTE TESTE • Quistos subcondrais
QUE PERMITE O ECODOPPLER • Subluxações, Luxações e deformações
DIAGNÓSTICO DE
Persiste Dúvida • Sinovite/Artrite
CERTEZA
RMN • Erosões ósseas
• Edema ósseo (RMN)
41
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1 (CONTINUAÇÃO)
Mulher de 45 anos de idade, escriturária, refere desde há 2 anos, dor e tumefação a nível das
articulações das mãos e punhos. Posteriormente, refere sintomatologia idêntica ao nível dos
pés com carácter bilateral e simétrico.
Apresentava também rigidez matinal das mãos com cerca de 4 horas de duração e maior
cansaço e emagrecimento de 4 kg desde o início da doença. Nega outras queixas de órgãos e
sistemas.
Tem como antecedentes uma Dislipidemia medicada com sinvastatina. Nega outra medicação,
nomeadamente AINES.
Ao exame objetivo osteoarticular destaca-se dor e tumefação na palpação das MCF (2ª e 3ª),
IFP de ambas as mãos e nas MTF de ambos os pés
Neste sentido, foram solicitados exames laboratoriais e radiografias das mãos e pés.
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1 (CONTINUAÇÃO)
A imagem seguinte mostra a radiografia das mãos da doente, com uma ampliação ao lado.
44
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1 (CONTINUAÇÃO)
A imagem seguinte mostra a radiografia das mãos da doente, com uma ampliação ao lado.
A. Osteopenia Periarticular
B. Sinovite
C. Erosão óssea marginal
D. Diminuição da entrelinha articular
E. Edema ósseo
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SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1 (CONTINUAÇÃO)
A imagem seguinte mostra a radiografia das mãos da doente, com uma ampliação ao lado.
A. Osteopenia Periarticular
B. Sinovite
C. Erosão óssea marginal
D. Diminuição da entrelinha articular
E. Edema ósseo
46
TRATAMENTO
T
47
TRATAMENTO
T • Medidas Gerais
• DMARDs
• Cirúrgico
48
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1 (CONTINUAÇÃO)
Mulher de 45 anos de idade, escriturária, refere desde há 2 anos, dor e tumefação a nível das
articulações das mãos e punhos. Posteriormente, refere sintomatologia idêntica ao nível dos
pés com carácter bilateral e simétrico.
Apresentava também rigidez matinal das mãos com cerca de 4 horas de duração e maior
cansaço e emagrecimento de 4 kg desde o início da doença. Nega outras queixas de órgãos e
sistemas. Tem como antecedentes uma Dislipidemia medicada com sinvastatina. Nega outra
medicação, nomeadamente AINES.
Ao exame objetivo osteoarticular destaca-se dor e tumefação na palpação das MCF (2ª e 3ª),
IFP de ambas as mãos e nas MTF de ambos os pés
Dos exames laboratoriais destaca-se: Anemia NN, Elevação da VS e FR positivo num título
elevado. As radiografias das mãos e pés revelaram osteopenia periarticular e algumas erosões
ósseas.
5. Qual a terapêutica farmacológica mais adequada para esta situação clínica? (assinale a
afirmação mais correta)
A. Prednisona + Leflunamida
B. AINE + Metotrexato + Hidroxicloroquina
C. Metotrexato + Acido Fólico
D. AINE + Prednisona + Sulfassalazina 49
E. AINE + Prednisona + Metotrexato + Ácido Fólico
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1 (CONTINUAÇÃO)
Mulher de 45 anos de idade, escriturária, refere desde há 2 anos, dor e tumefação a nível das
articulações das mãos e punhos. Posteriormente, refere sintomatologia idêntica ao nível dos
pés com carácter bilateral e simétrico.
Apresentava também rigidez matinal das mãos com cerca de 4 horas de duração e maior
cansaço e emagrecimento de 4 kg desde o início da doença. Nega outras queixas de órgãos e
sistemas. Tem como antecedentes uma Dislipidemia medicada com sinvastatina. Nega outra
medicação, nomeadamente AINES.
Ao exame objetivo osteoarticular destaca-se dor e tumefação na palpação das MCF (2ª e 3ª),
IFP de ambas as mãos e nas MTF de ambos os pés
Dos exames laboratoriais destaca-se: Anemia NN, Elevação da VS e FR positivo num título
elevado. As radiografias das mãos e pés revelaram osteopenia periarticular e algumas erosões
ósseas.
5. Qual a terapêutica farmacológica mais adequada para esta situação clínica? (assinale a
afirmação mais correta)
A. Prednisona + Leflunamida
B. AINE + Metotrexato + Hidroxicloroquina
C. Metotrexato + Acido Fólico
D. AINE + Prednisona + Sulfassalazina 50
E. AINE + Prednisona + Metotrexato + Ácido Fólico
MEDIDAS GERAIS
• Educação do Doente
• Doença Crónica Incurável
• Objetivos do Tratamento:
• Terapêutica PRECOCE AGRESSIVA para diminuir lesão articular e
incapacidade
• TREAT TO TARGET - Atingir Remissão ou Baixa Atividade da
Doença
• Terapêutica individualizada e combinada quando apropriado
• Monitorização atividade da doença e minimizar toxicidade
• ↓ Stress Articular
• Ortóteses (punhos, mão e pés) e canadianas
• Diminuir peso
• Repouso nas agudizações
• Terapia Ocupacional 51
1. AINES
Quando usar? E objetivo?
Quando evitar?
52
TRATAMENTO SINTOMÁTICO E COMO “PONTE”
1. AINES
Contraindicado:
• Doença ulcerosa péptica (DUP)
• Hemorragia Gastro-intestinal (HGI)
Evitar se:
DRC RISCO GI ELEVADO RISCO CV ELEVADO
•Idosos •Antecedentes pessoais de
•Antecedentes pessoais de úlcera acidente vascular cerebral,
péptica acidente isquémico transitório,
•Corticosteroides sistémicos sindrome coronário agudo
•Anticoagulantes (varfarina ou •Angina estável
outros) •Antecedentes pessoais de
•Ácido acetilsalicílico revascularização arterial
•Doença arterial periférica
2. Glicocorticóides
EULAR AR 2016
I. Sistémicos (orais)
1. TERAPÊUTICA “PONTE” na AR INICIAL para controlo da doença até
eficácia dos DMARDs
•
Quando usar? E objetivo?
II. Intra-articulares
1. CONTROLO SINTOMÁTICO de EXACERBAÇÕES AGUDAS com
envolvimento de POUCAS ARTICULAÇÕES
NÃO SE PODE UTILIZAR
Diagnóstico diferencial de MONOARTRITE AGUDA NA ARTRITE SÉPTICA 54
TRATAMENTO SINTOMÁTICO E COMO “PONTE”
DMARDs
Nomenclatura: EULAR AR 2016
1. Sintéticos:
1. Convencionais (csDMARDs)
• Metotrexato (MTX)
• Sulfassalazina (SSZ)
• Leflunomida (LEF)
• Hidroxicloroquina (HCQ)
2. Dirigidos –”Targeted” (tsDMARDs)
• Inibidores da JAK - Tofacitinib e Baricitinib
2. Biológicos (bDMARDs)
1. Originais (boDMARDs)
• Inibidores do TNFα (iTNF α )
• Tocilizumab (Inibidor da IL-6)
• Anakinra (Inibidor IL-1)
• Abatacept (Inibidor CD80-CD86)
• Rituximab (Inibidor CD20)
2. Biossimilares (bsDMARDs) 56
DMARDs
Objetivo?
• Atrasam a Progressão da Doença
• Melhoram os outcomes a curto prazo e longo prazo
• Melhoria Clínica
• Melhoria na Progressão Radiológica
Quando usar?
• Terapêutica PRECOCE é mais eficaz – LOGO APÓS DIAGNÓSTICO
EULAR AR 2016
57
Características Gerais:
• Início de ação LENTO – 1 a 6 meses
• Necessário monitorização da TOXICIDADE
CONVENCIONAIS
METOTREXATO (MTX)
SULFASSALAZINA (SSZ)
LEFLUNOMIDA (LEF)
HIDROXICLOROQUINA (HCQ)
EULAR AR 2016
1. Metotrexato (MTX)
4. Hidroxicloroquina (HCQ)
• Administração oral
• Dose 200-400 mg/dia
• Reações Adversas
o Rash
o Náusea e diarreia
o Toxicidade ocular (Maculopatia)
60
DMARDs - csDMARDs
Recomendações SPR
Antes de começar?
Rx Tórax
DMARDs – bDMARDs
Características Gerais: DOENTES IDOSOS
• Administração SC ou IV • MAIOR RISCO DE TOXICIDADE
FARMACOLÓGICA
• Mais caros • MAIS COMORBILIDADES
• DECLÍNIO DA FUNÇÃO RENAL
• MAIOR RISCO INFECIOSO
• MAIOR RISCO INFECIOSO
• Reativação de TB Latente TERAPÊUTICA
MENOS
AGRESSIVA
62
DMARDs – bDMARDs Baseado no
HPIM 351
Anticorpos Monoclonais
1. Infliximab - Quimérico (IV)
2. Adalimumab – Humano (SC)
3. Golimumab – Humano (SC)
• Reações Adversas
o Reativação da tuberculose Latente
o Infeções fúngicas e bacterianas
o Toxicidade hepática (↑das transaminases) e medular
o Agravamento IC
o Reações Infusionais (IV) de gravidade variável (febre, prurido, urticária,
dispneia e hipotensão)
o Reações inflamatórias locais no local da injeção 64
DMARDs - bDMARDs
EULAR AR 2016
Avaliação Inicial + ACR 2015
• Excluir Infeção
• Rastreio Tuberculose Latente - CDP
• Radiografia do tórax
Contra Indicações iTNFα
• Prova Tuberculínica • Infeção Ativa
• IGRA • Hipersensibilidade
• Hepatite B Crónica
• Excluir IC classe III-IV NYHA • IC III/IV
• Exames Laboratoriais:
• Hemograma, PFR e PFH
• PCR e VS
• Serologias HBV, HCV e HIV
TUBERCULOSE
DOENÇA REUMATOLÓGICA INFLAMATÓRIA Recomendações SPR
TRATAR TB ATIVA
Possibilidade Rastreio
de TB LATENTE TB ATIVA?
TRATAR TB LATENTE
66
DECISÕES TERAPÊUTICAS
Baseado no HPIM 351
AR INICIAL MODERADA A GRAVE
• 1ª LINHA – MTX
GESTÃO DO DOENTE
GD
68
GESTÃO DO DOENTE
• EVOLUÇÃO
GD • INCAPACIDADE
• ATIVIDADE DA DOENÇA
• REMISSÃO
• DESCONTINUAÇÃO
• TOXICIDADES – DMARDs
• OUTRAS COMPLICAÇÕES
• VACINAÇÃO
• GRAVIDEZ 69
EVOLUÇÃO Baseado no
HPIM 351
Inicialmente Tardiamente
• Correlaciona-se • Correlaciona-se
com Atividade com Lesão
Geralmente da Doença Estrutural Geralmente
REVERSÍVEL (Inflamação) Articular IRREVERSÍVEL
VACINAÇÃO
Deve ser feita de forma profilática nos doentes com AR:
EULAR AR 2016
+ ACR 2015
• Apenas ANTES:
• Herpes zoster (vacina VIVA atenuada)
72
GRAVIDEZ Baseado no
HPIM 351
73
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1 (CONTINUAÇÃO)
Aos 9 meses após início da terapêutica, a doente regressa à consulta, medicada com MTX sc
em dose máxima + Ácido Fólico + PDN, com as seguintes análises:
Hb 10,2 g/dL com VGM de 85 fL. Leucograma e plaquetas normais
PCR negativa e VS 75 de mm/1ªhora
Creatinina 0,6 mg/dL
ALT 17 U/I e ALT 18 U/I
Além disso, nega alivio da sintomatologia, mantendo dor e rigidez matinal nas mãos, pés e nos
cotovelos, com uma escala de atividade visual da doença de 60/100. Refere ainda náuseas e
aftose oral que associa ao MTX. Do exame objetivo destaca-se dor e edema na palpação das 3-
5ª MCF e das 2-5ª IFP de ambas as mãos, da 2-3ª MTF de ambos os pés e tumefação elástica
em ambos os joelhos. Após cálculo do índice de atividade de doença, pelo DAS 28, constata-se
que mantém elevada atividade de doença (7.49).
6. Tendo em conta a evolução da doente, qual das seguintes abordagens terapêuticas é válida?
6. Tendo em conta a evolução da doente, qual das seguintes abordagens terapêuticas é válida?
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1 (CONTINUAÇÃO)
Aos 9 meses após início da terapêutica, a doente regressa à consulta, medicada com MTX sc
em dose máxima + Ácido Fólico + PDN, com as seguintes análises:
Hb 10,2 g/dL com VGM de 85 fL. Leucograma e plaquetas normais
PCR negativa e VS 75 de mm/1ªhora
Creatinina 0,6 mg/dL
ALT 17 U/I e ALT 18 U/I
Além disso, nega alivio da sintomatologia, mantendo dor e rigidez matinal nas mãos, pés e
nos cotovelos, com uma escala visual de atividade da doença de 60/100. Refere ainda
náuseas e aftose oral que associa ao MTX. Do exame objetivo destaca-se dor e edema na
palpação das 3-5ª MCF e das 2-5ª IFP de ambas as mãos, da 2-3ª MTF de ambos os pés e
tumefação elástica em ambos os joelhos. Após cálculo do índice de atividade de doença, pelo
DAS 28, constata-se que mantém elevada atividade de doença (7.49).
6. Tendo em conta a evolução da doente, qual das seguintes abordagens terapêuticas é válida?
77
Um homem de 48 anos de idade recorre ao consultório médico devido a uma história de dois a
três meses de dor articular com rigidez matinal envolvendo as mãos. O exame físico revela
calor, eritema e espessamento sinovial das articulações metacarpofalângicas. São detetados
múltiplos nódulos subcutâneos ao longo da superfície extensora dos antebraços. Os resultados
dos estudos laboratoriais revelam uma velocidade de sedimentação de 70 mm/h e resultados
negativos para anticorpo antinuclear e fator reumatoide.
Estes achados são mais consistentes com qual das seguintes condições clínicas?
A. Artrite Reumatoide
B. Esclerose Sistémica
C. Gota
D. Lúpus Eritematoso Sistémico
E. Síndrome de Reiter
78
PROVA MODELO 2018
Um homem de 48 anos de idade recorre ao consultório médico devido a uma história de dois
a três meses de dor articular com rigidez matinal envolvendo as mãos. O exame físico revela
calor, eritema e espessamento sinovial das articulações metacarpofalângicas. São detetados
múltiplos nódulos subcutâneos ao longo da superfície extensora dos antebraços. Os
resultados dos estudos laboratoriais revelam uma velocidade de sedimentação de 70 mm/h e
resultados negativos para anticorpo antinuclear e fator reumatoide.
Estes achados são mais consistentes com qual das seguintes condições clínicas?
A. Artrite Reumatoide
B. Esclerose Sistémica
C. Gota
D. Lúpus Eritematoso Sistémico
E. Síndrome de Reiter
79
Um homem de 48 anos de idade recorre ao consultório médico devido a uma história de dois
a três meses de dor articular com rigidez matinal envolvendo as mãos. O exame físico revela
calor, eritema e espessamento sinovial das articulações metacarpofalângicas. São detetados
múltiplos nódulos subcutâneos ao longo da superfície extensora dos antebraços. Os
resultados dos estudos laboratoriais revelam uma velocidade de sedimentação de 70 mm/h e
resultados negativos para anticorpo antinuclear e fator reumatoide.
Estes achados são mais consistentes com qual das seguintes condições clínicas?
A. Artrite Reumatoide
B. Esclerose Sistémica
C. Gota
D. Lúpus Eritematoso Sistémico
E. Síndrome de Reiter
80
PROVA 2019
Uma mulher de 50 anos de idade vem ao consultório médico por dor e rigidez nas mãos
surgida nos últimos seis meses. Ela refere que a rigidez é particularmente problemática de
manhã. Nas suas avaliações prévias não se constatou inflamação articular ativa, mas vinha
apresentando ligeira limitação na flexão e extensão completa dos dedos por dor. Na sua visita
mais recente detetou-se de novo calor e edema das articulações interfalângicas proximais dos
2º, 3º e 4º dedos esquerdos. Das análises obtidas regista-se fator reumatoide sérico negativo.
A. Artrite reumatoide
B. Doença articular degenerativa
C. Esclerose sistémica progressiva
D. Gota
E. Lúpus eritematoso sistémico
81
PROVA 2019
Uma mulher de 50 anos de idade vem ao consultório médico por dor e rigidez nas mãos
surgida nos últimos seis meses. Ela refere que a rigidez é particularmente problemática de
manhã. Nas suas avaliações prévias não se constatou inflamação articular ativa, mas vinha
apresentando ligeira limitação na flexão e extensão completa dos dedos por dor. Na sua visita
mais recente detetou-se de novo calor e edema das articulações interfalângicas proximais
dos 2º, 3º e 4º dedos esquerdos. Das análises obtidas regista-se fator reumatoide sérico
negativo.
A. Artrite reumatoide
B. Doença articular degenerativa
C. Esclerose sistémica progressiva
D. Gota
E. Lúpus eritematoso sistémico
82
PROVA 2019
Uma mulher de 50 anos de idade vem ao consultório médico por dor e rigidez nas mãos
surgida nos últimos seis meses. Ela refere que a rigidez é particularmente problemática de
manhã. Nas suas avaliações prévias não se constatou inflamação articular ativa, mas vinha
apresentando ligeira limitação na flexão e extensão completa dos dedos por dor. Na sua visita
mais recente detetou-se de novo calor e edema das articulações interfalângicas proximais
dos 2º, 3º e 4º dedos esquerdos. Das análises obtidas regista-se fator reumatoide sérico
negativo.
A. Artrite reumatoide
B. Doença articular degenerativa
C. Esclerose sistémica progressiva
D. Gota
E. Lúpus eritematoso sistémico
83
TESTA O CONHECIMENTO
84
PERGUNTA 1
Uma mulher de 70 anos de idade recorre ao consultório médico devido a uma história de seis
meses de artralgias e rigidez matinal envolvendo as mãos, os pés e os joelhos. Tem história
conhecida de diabetes mellitus tipo 1 e realiza insulinoterapia. O exame físico revela dor e
edema das articulações metacarpofalângicas, interfalângicas proximais, metatarsofalângicas e
joelhos. Os resultados dos estudos laboratoriais revelam uma anemia normocitica e
normocrómica de 10,5 g/dL e proteina C reativa de 11 mg/dL. O anticorpo antipéptico
citrulinado cíclico é positivo e o anticorpo antinuclear e fator reumatoide são negativos.
A. Artrite Psoriática
B. Gota
C. Lúpus Eritematoso Sistémico
D. Artrite Reumatoide
E. Osteoartrose
85
PERGUNTA 1
Uma mulher de 70 anos de idade recorre ao consultório médico devido a uma história de seis
meses de artralgias e rigidez matinal envolvendo as mãos, os pés e os joelhos. Tem história
conhecida de diabetes mellitus tipo 1 e realiza insulinoterapia. O exame físico revela dor e
edema das articulações metacarpofalângicas, interfalângicas proximais, metatarsofalângicas
e joelhos. Os resultados dos estudos laboratoriais revelam uma anemia normocitica e
normocrómica de 10,5 g/dL e proteina C reativa de 11 mg/dL. O anticorpo antipéptico
citrulinado cíclico é positivo e o anticorpo antinuclear e fator reumatoide são negativos.
A. Artrite Psoriática
B. Gota
C. Lúpus Eritematoso Sistémico
D. Artrite Reumatoide
E. Osteoartrose
86
PERGUNTA 1
Uma mulher de 70 anos de idade recorre ao consultório médico devido a uma história de seis
meses de artralgias e rigidez matinal envolvendo as mãos, os pés e os joelhos. Tem história
conhecida de diabetes mellitus tipo 1 e realiza insulinoterapia. O exame físico revela dor e
edema das articulações metacarpofalângicas, interfalângicas proximais, metatarsofalângicas
e joelhos. Os resultados dos estudos laboratoriais revelam uma anemia normocitica e
normocrómica de 10,5 g/dL e proteina C reativa de 11 mg/dL. O anticorpo antipéptico
citrulinado cíclico é positivo e o anticorpo antinuclear e fator reumatoide são negativos.
A. Artrite Psoriática
B. Gota
C. Lúpus Eritematoso Sistémico
D. Artrite Reumatoide
E. Osteoartrose
87
PERGUNTA 2
Um homem de 55 anos de idade recorre ao centro de saúde devido a uma história de quatro
meses de artralgias e rigidez matinal envolvendo as mãos e os pés. O exame físico revela
eritema, dor e edema das articulações metacarpofalângicas, interfalângicas proximais, e
metatarsofalângicas. Nega outras queixas.
Qual dos seguintes exames complementares deve ser requisitado para apoiar o diagnóstico
mais provável?
88
PERGUNTA 2
Um homem de 55 anos de idade recorre ao centro de saúde devido a uma história de quatro
meses de artralgias e rigidez matinal envolvendo as mãos e os pés. O exame físico revela
eritema, dor e edema das articulações metacarpofalângicas, interfalângicas proximais, e
metatarsofalângicas. Nega outras queixas.
Qual dos seguintes exames complementares deve ser requisitado para apoiar o diagnóstico
mais provável?
89
PERGUNTA 2
Um homem de 55 anos de idade recorre ao centro de saúde devido a uma história de quatro
meses de artralgias e rigidez matinal envolvendo as mãos e os pés. O exame físico revela
eritema, dor e edema das articulações metacarpofalângicas, interfalângicas proximais, e
metatarsofalângicas. Nega outras queixas.
Qual dos seguintes exames complementares deve ser requisitado para apoiar o diagnóstico
mais provável?
90
PERGUNTA 3
Uma mulher de 64 anos de idade recorre a uma consulta hospitalar devido a uma história de
três meses de artralgias e rigidez matinal envolvendo as mãos e os joelhos. O exame físico
revela eritema, dor e edema das articulações metacarpofalângicas, interfalângicas proximais, e
joelhos. Os resultados dos estudos laboratoriais revelam uma anemia normocitica e
normocrómica de 11 g/dL. O anticorpo antinuclear, o fator reumatoide e o anticorpo
antipéptico citrulinado cíclico são negativos.
91
PERGUNTA 3
Uma mulher de 64 anos de idade recorre a uma consulta hospitalar devido a uma história de
três meses de artralgias e rigidez matinal envolvendo as mãos e os joelhos. O exame físico
revela eritema, dor e edema das articulações metacarpofalângicas, interfalângicas proximais,
e joelhos. Os resultados dos estudos laboratoriais revelam uma anemia normocitica e
normocrómica de 11 g/dL. O anticorpo antinuclear, o fator reumatoide e o anticorpo
antipéptico citrulinado cíclico são negativos.
92
PERGUNTA 3
Uma mulher de 64 anos de idade recorre a uma consulta hospitalar devido a uma história de
três meses de artralgias e rigidez matinal envolvendo as mãos e os joelhos. O exame físico
revela eritema, dor e edema das articulações metacarpofalângicas, interfalângicas proximais,
e joelhos. Os resultados dos estudos laboratoriais revelam uma anemia normocitica e
normocrómica de 11 g/dL. O anticorpo antinuclear, o fator reumatoide e o anticorpo
antipéptico citrulinado cíclico são negativos.
93
PERGUNTA 4
Uma mulher de 58 anos de idade recorre a uma consulta hospitalar devido a uma história de
três meses de artralgias e rigidez matinal envolvendo as mãos e os joelhos. Nega outras
queixas de órgãos e sistemas. O exame físico revela eritema, dor e edema das articulações
metacarpofalângicas, interfalângicas proximais, e joelhos. Os resultados dos estudos
laboratoriais revelam uma anemia normocitica e normocrómica de 11 g/dL e uma velocidade
de sedimentação de 50 mm/h. O fator reumatoide é positivo em titulo elevado e o anticorpo
antipéptico citrulinado cíclico e o anticorpo antinuclear são negativos. A pesquisa do antigénio
HLA-B27 é negativa. As radiografias articulares não mostram alterações.
A. Sulfassalazina
B. Leflunomida
C. Metotrexato
D. Anakinra
E. Inibidor do TNFalfa
94
PERGUNTA 4
Uma mulher de 58 anos de idade recorre a uma consulta hospitalar devido a uma história de
três meses de artralgias e rigidez matinal envolvendo as mãos e os joelhos. Nega outras
queixas de órgãos e sistemas. O exame físico revela eritema, dor e edema das articulações
metacarpofalângicas, interfalângicas proximais, e joelhos. Os resultados dos estudos
laboratoriais revelam uma anemia normocitica e normocrómica de 11 g/dL e uma velocidade
de sedimentação de 50 mm/h. O fator reumatoide é positivo em titulo elevado e o anticorpo
antipéptico citrulinado cíclico e o anticorpo antinuclear são negativos. A pesquisa do
antigénio HLA-B27 é negativa. As radiografias articulares não mostram alterações.
A. Sulfassalazina
B. Leflunomida
C. Metotrexato
D. Anakinra
E. Inibidor do TNFalfa
95
PERGUNTA 4
Uma mulher de 58 anos de idade recorre a uma consulta hospitalar devido a uma história de
três meses de artralgias e rigidez matinal envolvendo as mãos e os joelhos. Nega outras
queixas de órgãos e sistemas. O exame físico revela eritema, dor e edema das articulações
metacarpofalângicas, interfalângicas proximais, e joelhos. Os resultados dos estudos
laboratoriais revelam uma anemia normocitica e normocrómica de 11 g/dL e uma velocidade
de sedimentação de 50 mm/h. O fator reumatoide é positivo em titulo elevado e o anticorpo
antipéptico citrulinado cíclico e o anticorpo antinuclear são negativos. A pesquisa do
antigénio HLA-B27 é negativa. As radiografias articulares não mostram alterações.
A. Sulfassalazina
B. Leflunomida
C. Metotrexato
D. Anakinra
E. Inibidor do TNFalfa
96
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
1. Reumatologia Fundamental. Edições Lidel (2013)
João Eurico Fonseca, Helena Canhão, Mário Viana Queiroz.
2. Recomendações EULAR
(site: https://www.eular.org/recommendations_home.cfm)
• EULAR recommendations for the use of imaging of the joints in the clinical
management of rheumatoid arthritis
Ann Rheum Dis 2013;72:804–814. doi:10.1136/annrheumdis-2012-203158
97
MEDICINA VERSÃO
REUMÁTICA AULA
ARTRITE REUMATOIDE
Bibliografia: Cecil Essentials of Medicine 9.ª ed.
Complementado por Harrison’s principles of internal
medicine 20.ª ed.
WWW.ACADEMIADAESPECIALIDADE.COM FACEBOOK.COM/ESPECIALIDADE
MEDICINA VERSÃO
REUMÁTICA EXTENSA
ESPONDILOARTRITES
Bibliografia: Cecil Essentials of Medicine 9.ª ed.
Complementado por Harrison’s principles of internal
medicine 20.ª ed.
WWW.ACADEMIADAESPECIALIDADE.COM FACEBOOK.COM/ESPECIALIDADE
LEGENDA
SÍMBOLO COMPETÊNCIA SÍMBOLO SIGNIFICADO
MECANISMOS
MD de DOENÇA
INTEGRAÇÃO DE
CONHECIMENTO
D
Estabelecer um
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
P Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
MUITO IMPORTANTE
T Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
CONHECIMENTO
Elaborar plano de ESSENCIAL
GD GESTÃO DO DOENTE
MENOS perguntável
SÍMBOLO SIGNIFICADO
REFERÊNCIA INCOERÊNCIA
CHECK
a outros capítulos
2
LEGENDA ESPECÍFICA
SÍMBOLO SIGNIFICADO
INFORMAÇÃO EXTRA
BIBLIOGRAFIA
BIBLIOGRAFIA
HPIM 355:
Espondiloartrites
CEM 78:
Espondiloartrites
4
BIBLIOGRAFIA EXTRA
Capítulo 9: Espondiloartrites
ABREVIATURAS
DOENÇAS: ARTICULAÇÕES:
AEnt - Artrites Enteropáticas CMC - Carpometacárpicas
AIJ – Artrite Idiopática Juvenil IAP – Interapofisárias posteriores
APs – Artrite Psoriática IFD – Interfalângicas Distais
AR – Artrite Reumatóide IFP – Interfalângicas Proximais
ARe – Artrite Reativa IT – Intertarsais
DII – Doenças Inflamatórias Intestinais MCF – Metacarpofalângicas
DM - Dermatomiosite MTF – Metatarsofalângicas
DMTC – Doença Mista do Tecido Conjuntivo SI - Sacroilíacas
DTC – Doença do Tecido Conjuntivo TT - Tibiotársicas
DDCPC – Doença de deposiçao de cristais de
pirofosfato de cálcio ANALISES E SEROLOGIAS:
EspA – Espondiloartrites AACL – Anticorpos anticardiolipina
ESpAI – espondiloartrites Indiferenciadas AAβ2GP1 – Anticorpos anti-β2 Glicoproteína 1
EA – Espondilite Anquilosante ACL – Anticoagulante lúpico
FBM – Fibromialgia ACPA – Anticorpos Antipépticos Citrulinados Cíclicos
LES – Lupus Eritematoso Sistémico ANA – Anticorpos antinucleares
PM - Polimiosite ANCA – anticorpos anticitoplasma de neutrófilos
PMR – Polimialgia Reumática HLA – Antigénio leucocitário Humano
OA – Osteoartrose FR – Fator Reumatóide
OP - Osteoporose
SAAF – Síndrome de Anticorpos Antifosfolípidos
SS – Síndrome de Sjögren 6
ABREVIATURAS
FÁRMACOS ATIVIDADE DA DOENÇA
AINE – Anti-inflamatórios não esteróides AD – Articulações Dolorosas
DMARDs – Fármacos antirreumáticos modificadores de AT – Articulações Tumefactas
doença (Disease-Modifying Antirheumatic Drugs) DAS – Disease Activity Score
- csDMARDs – DMARDs Sintéticos Convencionais HAQ – Health Assessment Questionnaire
- tsDMARDs – DMARDs Sintéticos Dirigidos
- bDMARDs – DMARDs Biológicos
GC - Glicocorticóides
iTNFα – Inibidores do TNFα
IFX - Infliximab
LEF – Leflunomida
HCQ – Hidroxicloroquina
MTX – Metotrexato
SSZ – Sulfassalazina
SUMÁRIO
• Definição e Generalidades
• Diagnóstico e Classificação
• Apresentação Clínica
• Exames Complementares de Diagnóstico
• Classificação
• Diagnóstico
8
DEFINIÇÃO E GENERALIDADES
DEFINIÇÃO
• Anteriormente designadas Espondiloartropatias ou Artrites
Seronegativas
colite
espondilite
oligoartrite Espondiloartrites
sacroileíte
HLA-B27 Espondilite Anquilosante (EA)
uveíte Artrite Psoriática (APs)
Entesite
Artrite Reativa (ARe)
APs Artrites Enteropáticas (AEnt)
Cervicite/uretrite
Artrites Enteropáticas Espondilartrite Juvenil (EspAJ)
conjuntivite
Artrite Reativa Espondiloartrites Indiferenciadas (EspAI)
EA ASAS 10
GENERALIDADES D
Manifestações Cardinais
OLIGOARTRITE
• ARTRITE PERIFÉRICA ASSIMÉTRICA
• ENTESITE (inflamação da enteses - local de DOS MIS
PERIFÉRICAS inserção de tendões, ligamentos e cápsulas)
CALCÂNEO COM
• DACTILITE OU “DEDO EM SALSICHA” (Edema
dos tecidos moles de todo o dedo) TALALGIAS
INFLAMATÓRIAS
11
GENERALIDADES D
Características Gerais
PREDISPOSIÇÃO
GENÉTICA LIGADA AO • Variável consoante o subtipo
ANTIGÉNIO HLA-B27
AUSÊNCIA DE FACTOR
REUMATOIDE E ANA • Excepto pequeno grupo de APs
(“SERONEGATIVAS”)
12
GENERALIDADES D
ARTRITE PSORIÁTICA
• ALTERAÇÕES UNGUEAIS
E ARTRITE REACTIVA
• INFEÇÃO GÉNITO-URINÁRIA OU
ARTRITE REACTIVA
GASTROINTESTINAL PRECEDENTE
GENERALIDADES D
SINDESMÓFITOS
14
PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA E
EPIDEMIOLOGIA
15
PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA
Ligada ao Antigénio HLA-B27
COMPLEMENTADO
HPIM 355
APs e
POPULAÇÃO
CAUCASIANA
APs e AEnt
Periféricas AEnt
Axiais
ARe EspAJ EA
8% < 20% 50-70% 60-80% 80% 80-90%
% > Se Uveíte
16
EPIDEMIOLOGIA
D
EspA Axial EspA Periférica
<45A <45A
17
COMPLEMENTADO
D
19
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
• Comuns
• Outras
• Específicas
20
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
• Grupo de Doenças relacionadas com características clínicas que se
sobrepõem
COMPLEMENTADO
COMPLEMENTADO
≥ 5 cm – MOBILIDADE
NORMAL
≤ 3-4 cm – MOBILIDADE
REDUZIDA (varia consoante
bibliografia)
24
COMPLEMENTADO
> 10 cm -
MOBILIDADE
NORMAL
25
COMPLEMENTADO
≥5 cm –
MOBILIDADE
NORMAL
26
COMPLEMENTADO
EA inicial
INFLAMAÇÃO
E ESPASMO Doença mal (Característico da EA)
MUSCULAR
controlada
↓da Mobilidade da Coluna
↓ da Expansibilidade Torácica Anquilose das
Articulações SI
e Vertebrais
COMPLEMENTADO
Monoartrite do Joelho
O que é?
• Articulações COSTOESTERNAIS
• Dor na face ant do toráx
• Apófises espinhosas
• Tuberosidade isquiática
• Grande trocânter
• Tuberosidade Tibial Entesite do tendão de Aquiles
29
COMPLEMENTADO
O que é?
ETIOLOGIA
Outras Etiologias:
- DMTC
- Esclerodermia
- Sarcoidose
- Anemia falciforme COMPLEMENTADO HPIM 393 -
- Gota Poliarticular ARTRALGIAS
30
COMPLEMENTADO
Uveíte Anterior
Uveíte Anterior
Características Gerais:
• Principalmente associada HLA-B27
• Episódios AGUDOS
• UNILATERAL
• Tendência para Episódios Recorrentes com
risco de Glaucoma e Cegueira
Clínica
EA e ARe APs e AEnt • DOR
• OLHO VERMELHO
• AGUDA • CRÓNICA
• Visão Turva
• UNILATERAL • BILATERAL • Fotofobia
• Lacrimejo 31
COMPLEMENTADO
32
OUTROS ORGÃOS E SISTEMAS
Ocasionalmente…
Aortite da Aorta Ascendente
• Pode resultar em:
• IAo (dilatação da raiz da Ao)
• Pode originar IC
• Disseção Ao
Defeitos na Condução Cardíaca (BAV)
Amiloidose Secundária
• Rara
• Associada a EspA de longa evolução 33
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 3
Doente do sexo masculino de 35 anos recorre a uma consulta de por lombalgia com cerca de 4
anos de evolução. Descreve a dor de inicio insidioso e progressivamente pior. Refere que a dor
o acorda à noite e de manhã tem rigidez com cerca de três horas. A dor melhora com a
mobilização da coluna. O doente nega febre, alterações cutâneas, ungueais e oculares. Nega
diarreia ou disúria. Nega perda de peso e traumatismo.
Ao exame objetivo destaca-se dor na palpação das articulações sacroilíacas.
34
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 3
Doente do sexo masculino de 35 anos recorre a uma consulta de por lombalgia com cerca de 4
anos de evolução. Descreve a dor de inicio insidioso e progressivamente pior. Refere que a dor
o acorda à noite e de manhã tem rigidez com cerca de três horas. A dor melhora com a
mobilização da coluna. O doente nega febre, alterações cutâneas, ungueais e oculares. Nega
diarreia ou disúria. Nega perda de peso e traumatismo.
Ao exame objetivo destaca-se dor na palpação das articulações sacroilíacas.
35
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 4
Doente do sexo feminino de 32 anos recorre ao médico de família por quadro com 5 meses de
evolução com dor em duas articulações interfalângicas distais na mão esquerda e no calcâneo
direito. Nega febre, alterações cutâneas, ungueais e oculares. Nega diarreia ou disúria. Nega
perda de peso e traumatismo.
O doente nega doenças conhecidas e refere que a mãe tem psoríase.
Ao exame objetivo destaca-se dor, tumefação e calor das articulações interfalângicas distais e
do calcâneo e edema difuso e eritema do 4º dedo do pé esquerdo. Ao nível do cotovelo
esquerdo e pavilhões auriculares existem placas eritematosas e descamativas.
36
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 4
Doente do sexo feminino de 32 anos recorre ao médico de família por quadro com 5 meses de
evolução com dor em duas articulações interfalângicas distais na mão esquerda e no
calcâneo direito. Nega febre, alterações cutâneas, ungueais e oculares. Nega diarreia ou
disúria. Nega perda de peso e traumatismo.
O doente nega doenças conhecidas e refere que a mãe tem psoríase.
Ao exame objetivo destaca-se dor, tumefação e calor das articulações interfalângicas distais e
do calcâneo e edema difuso e eritema do 4º dedo do pé esquerdo. Ao nível do cotovelo
esquerdo e pavilhões auriculares existem placas eritematosas e descamativas.
37
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
38
COMPLEMENTADO
RECORDANDO…
Predileção pelo Esqueleto Axial
(Envolvimento das SI e Coluna Vertebral) 10-30A
VARIAVEL
• ALTERAÇÕES POSTURAIS CARACTERÍSTICAS HLA-B27
TARDIO 80-90%
• Pode resultar em Anquilose (20-30%)
39
COMPLEMENTADO
Atrofia Glútea
Respiração abdominal
e superficial por
patologia Restritiva REUMA
FUNDAM 2013
PROGRESSÃO DA DOENÇA 40
COMPLEMENTADO
RECORDANDO…
Predileção pelo Esqueleto Axial
(Envolvimento das SI e Coluna Vertebral) 10-30A
OUTROS:
• Envolvimento Cervical
• Dor e limitação (principalmente na rotação)
• Geralmente mais tardio
• Pior prognóstico
COMPLEMENTADO
RECORDANDO…
Manifestações Osteoarticulares Periféricas
10-30A
• Mais em comum em Mulheres
Comuns
30-50%
OLIGOARTRITE
PERIFÉRICA • Mais comum nos Joelhos e TT
ASSIMÉTRICA DOS MIS
HLA-B27
DACTILITE 80-90%
42
COMPLEMENTADO
Manifestações Osteoarticulares
Exame Objetivo Osteoarticular REUMA FUNDAM 2013
COMPLEMENTADO
Manifestações Osteoarticulares
Exame Objetivo Osteoarticular ASAS
≥ 5 cm – mobilidade normal
≤ 3-4 cm – mobilidade
reduzida (varia consoante
bibliografia)
44
COMPLEMENTADO
Manifestações Osteoarticulares
Exame Objetivo Osteoarticular ASAS
> 10 cm – mobilidade
normal
45
COMPLEMENTADO
Manifestações Osteoarticulares
Exame Objetivo Osteoarticular ASAS
Envolvimento das
articulações
costoesternais e
costovertebrais
↓ Expansibilidade
Torácica
Padrão Pulmonar
Restritivo
≥5 cm – mobilidade
normal
46
ESPECÍFICAS - EA
Manifestações Osteoarticulares
Exame Objetivo Osteoarticular ASAS
47
ESPECÍFICAS - EA
Manifestações Osteoarticulares
Exame Objetivo Osteoarticular ASAS
48
COMPLEMENTADO
Manifestações Osteoarticulares
Exame Objetivo Osteoarticular
ENTESITES
3. Palpação dolorosa das Apófises espinhosas e articulações IAP
ESPONDILITE
49
COMPLEMENTADO
RECORDANDO…
Manifestações Extraarticulares
10-30A
Comuns:
5-
40% 10% 10% DOENÇA
UVEÍTE ANTERIOR
PSORÍASE INFLAMATÓRIA
CARACTERÍSTICA
INTESTINAL
Raras e Tardias:
• Fibrose Pulmonar dos Lobos Superiores HLA-B27
• SCE
• Amiloidose
80-90%
• Fibrose Retroperitoneal
50
COMPLEMENTADO
O QUE É? RECORDANDO…
(disúria e corrimento)
clínico?
COMPORTAMENTOS
HLA-B27
INTERVALO ATÉ 1 MÊS SEXUAIS DE RISCO
60-80%
ESPONDILOARTRITE 51
COMPLEMENTADO
Oculares
HLA-B27
Mucocutâneas 60-80%
52
COMPLEMENTADO
PREDILEÇÃO PELO
Envolvimento Axial
ESQUELETO PERIFÉRICO GI
• OLIGOARTRITE • LOMBALGIA OU
ASSIMÉTRICA E RAQUIALGIA
ADITIVA COM INFLAMATÓRIA:
PREDOMÍNIO DOS MIS • Sacroileíte
(joelhos, TT, MTF e IF) • Espondilite
• Dactilite • Entesite e osteite HLA-B27
• Entesite (sobretudo no 60-80%
calcâneo)
53
COMPLEMENTADO
Mecanismo
COMPORTAMENTOS
SEXUAIS DE RISCO
CLÍNICA
Cervicite ou Uretrite ou • Assintomática HLA-B27
salpingite Prostatite
Não • Disúria 60-80%
Gonocócica • Corrimento
54
COMPLEMENTADO
SÍNDROME REITER
subtipo definido pela tríade HLA-B27
Conjuntivite Bilateral
CONJUNTIVITE 60-80%
URETRITE
ARTRITE
REUMA FUNDAM 2013 55
COMPLEMENTADO
QUERATODERMIA BLENOHEMORRÁGICA
Rash papuloescamoso (com pápulas, vesiculas e pústulas) com erosão central e GI
hiperqueratose periférica (mais característico nas palmas das mãos e plantas dos pés)
HLA-B27
60-80%
56
DDx: Psoríase e APs
COMPLEMENTADO
BALANITE CIRCINADA
Rash com vesículas que evoluem para erosões indolores com bordo GI
circinado e bem demarcado na glande e prepúcio
HLA-B27
60-80%
57
COMPLEMENTADO
ÚLCERAS ORAIS
Superficiais, transitórias e assintomáticas GI
HLA-B27
60-80%
58
COMPLEMENTADO
ALTERAÇÕES UNGUEAIS
Onicólise, Hiperqueratose e Leuconíquia distal GI
Onicólise, Hiperqueratose
NOTA: Ausência de ungueais e Dactilite do 4º dedo
Depressões
Punctiformes
Característico da APs HLA-B27
60-80%
59
COMPLEMENTADO
GI
Evolução
AGUDA E AUTO-
Recorrente Crónica
LIMITADA
HLA-B27
MAIORIA COMUM MINORIA (15%)
60-80%
duração da artrite até Associada a Shigella e Chlamydia
3-5 MESES Associada HLA-B27+
60
COMPLEMENTADO
RECORDANDO…
Subgrupos Clínicos da APs (classificação de Moll and Wright)
Padrões sobrepõe-se e são dinâmicos (geralmente o inicial difere daquele que
persiste de forma crónica) CAUCASIANO
30-40A
1. Oligoartrite Assimétrica
• Predomínio de grandes articulações dos MIs
• Algumas pequenas articulações dos dedos 30%
• Frequente com Dactilite
COMPLEMENTADO
Apresentação Clínica
CAUCASIANO
30-40A
Osteoarticulares
Psoríase Cutânea
Ungueal
HLA-B27
50% (axial)
Outras
<20% (periférica)
62
COMPLEMENTADO
Apresentação Clínica
CAUCASIANO
30-40A
OSTEOARTICULARES
Predileção pelo
Envolvimento Axial
Esqueleto Periférico
OLIGOARTRITE ASSIMÉTRICA COM SACROILEÍTE E ESPONDILITE
PREDOMÍNIO DOS MIS
PODE OCORRER EM QUALQUER
POLIARTRITE SIMÉTRICA SUBGRUPO
COMPLEMENTADO
Apresentação Clínica
CAUCASIANO
30-40A
OSTEOARTICULARES
Artrite das
IFD
Artrite HLA-B27
mutilante
50% (axial)
Apresentação Clínica
CAUCASIANO
30-40A
OSTEOARTICULARES
DACTILITE
DACTILITE
HLA-B27
50% (axial)
<20% (periférica)
Psoríase
65
COMPLEMENTADO
Apresentação Clínica
CAUCASIANO
30-40A
OSTEOARTICULARES
HLA-B27
50% (axial)
<20% (periférica)
66
COMPLEMENTADO
Apresentação Clínica
CAUCASIANO
30-40A
PSORÍASE CUTÂNEA
Evolução:
1. 1º Psoríase -> APs 60-70%
• Antecedentes pessoais de Psoríase HLA-B27
2. 1º APs –> Psoríase 15-20% 50% (axial)
• Diagnóstico mais difícil
<20% (periférica)
3. APs e Psoríase desenvolvem-se em ≤ 1 ano 15-20%
67
COMPLEMENTADO
Apresentação Clínica
CAUCASIANO
30-40A
PSORÍASE CUTÂNEA
PLACAS
ERITEMATOSAS E
DESCAMATIVAS
Couro cabeludo,
pavilhões auriculares,
cotovelos, joelhos e HLA-B27
pregas glúteas
50% (axial)
ANTECEDENTES <20% (periférica)
FAMILARES
também são FR 68
COMPLEMENTADO
Apresentação Clínica
CAUCASIANO
30-40A
UNGUEAL Distrofia Ungueal Psoriática
COMPLEMENTADO
Apresentação Clínica
CAUCASIANO
30-40A
UNGUEAL Distrofia Ungueal Psoriática
HLA-B27
50% (axial)
<20% (periférica)
Depressões punctiformes Hiperqueratose e onicólise 70
COMPLEMENTADO
Apresentação Clínica
CAUCASIANO
30-40A
OUTRAS
COMPLEMENTADO
O QUE É? RECORDANDO…
Manifestações
Axiais Periféricas
RECORDANDO…
Tipos de Artropatia
DE ACORDO COM CEM 37 / HPIM 319 - DII CAUCASIANOS
ARTRITE PERIFÉRICA EA SACROILEÍTE 10-30A
Frequência na 1-10%
50-80A
10-50% Até 20%
DII
+ Comum DC DC =
COMPLEMENTADO
RECORDANDO…
Outras Manifestações Extra-intestinais
DE ACORDO COM CEM 37 / HPIM 351 - DII CAUCASIANOS
DERMATOLÓGICAS ERITEMA NODOSO PIODERMA GANGRENOSO
10-30A
50-80A
Clínica Lesão eritematosa e quente, Pústula -> úlcera com margens
dolorosa, com 1-5cm, + comum nos violáceas e tecido necrótico
MIs tornozelos, coxas e braços central até30cm
++ face dorsal dos pés e MIs
HLA-B27
Correlação com SIM NÃO 50% (axial)
atividade da DII
<15% (periférica)
Psoríase Aftose oral 74
COMPLEMENTADO
RECORDANDO…
Outras Manifestações Extra-intestinais
DE ACORDO COM CEM 37 / HPIM 351 - DII CAUCASIANOS
10-30A
50-80A
AFTOSE
Mucocutâneas PSORÍASE
ORAL
• UVEÍTE
• Bilateral e Crónica
Oculares • Sem correlação com DII
• Conjuntivite, Episclerite e Irite
COMPLEMENTADO
RECORDANDO…
Clínica
• Oligoartrite assimétrica dos MIs (joelhos, TT e CF) 7-16A
• Entesites
• Sem manifestações extra-articulares
• Maioria sem raquialgia inflamatória mas com
sacroileite ativa na RMN
Evolução
• Maioria desenvolve EA na adolescência
HLA-B27
80%
76
COMPLEMENTADO
O que são?
• Podem ser formas precoces de apresentação ou formas de sobreposição
• Útil classificação em EspA Axial ou Periférica
Clínica
• Manifestações clínicas características das EspA
• Não são enquadráveis em nenhuma das EspA clássicas - não cumprem
critérios de classificação
Epidemiologia
• Geralmente Adolescentes ou Jovens adultos
• HLA-B27 + em 50%
• Pode existir História Familiar
77
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 5
Doente do sexo masculino de 22 anos recorre ao hospital por quadro com 3 semanas de
evolução de artralgias inflamatórias do joelho esquerdo e, posteriormente, do calcanhar
esquerdo e punhos. Refere também lesões cutâneas na glande. Há 1 semana teve os dois olhos
vermelhos que resolveu espontaneamente.
O doente nega doenças crónicas conhecidas mas refere uma relação sexual desprotegida há 4
semanas com um corrimento uretral durante 2 semanas.
Ao exame objetivo destaca-se dor, tumefação e calor das articulações do joelho, punhos e do
calcâneo Ao nível do da glande observa-se lesões eritematosas e vesiculares com algumas
ulceras indolores.
78
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 5
Doente do sexo masculino de 22 anos recorre ao hospital por quadro com 3 semanas de
evolução de artralgias inflamatórias do joelho esquerdo e, posteriormente, do calcanhar
esquerdo e punhos. Refere também lesões cutâneas na glande. Há 1 semana teve os dois
olhos vermelhos que resolveu espontaneamente.
O doente nega doenças crónicas conhecidas mas refere uma relação sexual desprotegida há 4
semanas com um corrimento uretral durante 2 semanas.
Ao exame objetivo destaca-se dor, tumefação e calor das articulações do joelho, punhos e do
calcâneo Ao nível do da glande observa-se lesões eritematosas e vesiculares com algumas
ulceras indolores.
79
• Exames Laboratoriais
• Líquido Sinovial
• Exames de Imagem
80
BASEADO
EXAMES LABORATORIAIS HPIM 355
Generalidades
Não existem exames laboratoriais que façam o diagnóstico
PRESENTE NO
Marcador Genético HLA-B27 CRITÉRIOS DE
• Variável consoante o subtipo de EspA CLASSIFICAÇÃO
BASEADO
EXAMES LABORATORIAIS HPIM 355
• Radiografia Convencional
• Tomografia Computorizada (TC)
• Ecografia com Doppler (Ecodoppler)
• Ressonância Magnética (RMN)
Fase Primária -
NEOFORMAÇÃO
• Osteite Reabsorção Óssea • Osteófitos (periarticular e com ÓSSEA
• Sacroileite direção horizontal)
• Osteopenia Periarticular • Sindesmófitos (na região dos
• Esclerose Subcondral corpos vertebrais , entre discos e
LLA e com direção vertical)
• Erosões Ósseas
• Entesófitos (na enteses)
• Anquilose (fusão óssea)
Fase Secundária -
Fase inflamatória
Osteoblástica
TC TC
83
RX RX
COMPLEMENTADO
85
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
Alterações radiográficas são muito específicas
↑ a certeza de diagnóstico no contexto clínico
apropriado
86
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
87
COMPLEMENTADO
INFLAMAÇÃO
FAZ PARTE Lesões Estruturais Reabsortivas
DOS SACROILEITE ATIVA Lesões Estruturais
CRITÉRIOS
1. OSTEÍTE COM EDEMA ESCLEROSE Neoformativas
ÓSSEO MEDULAR EROSÕES ÓSSEAS NAS SI E PROTOCOLO
SUBCONDRAL PONTES ÓSSEAS/ANQUILOSE DIFERENTE
CORPOS VERTEBRAIS
- Sinal mais precoce de Sacroileíte DO NORMAL
- Localização periarticular
2. Sinovite e Capsulite (intra- Melhor visualizada nas
articulares)
sequências STIR ou T1
com contraste (gadolíneo)
Sinais Hiperintensos com saturação de gordura 88
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
RMN das SI
89
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
RMN das SI
Sinal Hipertintenso
Periarticular
90
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
RMN das SI
Sinal Hipertintenso
Intraarticular
91
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
Grau 0 Normal
Grau 1 Alterações Suspeitas
Desmineralização subcondral com pseudolargamento articular
Sem esclerose ou erosões
92
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
93
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
Desmineralização subcondral
com pseudoalargamento do
espaço articular
94
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
Entrelinha articular
muito diminuída
Esclerose subcondral
evidente
95
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
SI Fantasmas
96
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
2. Espondilite
INFLAMAÇÃO
Anquilose com
Lesões Estruturais Reabsortivas
OSTEITE fusão óssea –
Lesões Estruturais Neoformativas
ESCLEROSE OSSEA Aspeto de “COLUNA
DOS “CORNOS Ossificação do anel
ANTERIORES” DOS fibroso
EM BAMBO”
CORPOS
VERTEBRAIS “SQUARING” OU
“BARRELING” DOS
EROSÕES ÓSSEAS CORPOS SINDESMÓFITOS
MARGINAIS VERTEBRAIS que originam
“PONTES
ÓSSEAS”
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
ASAS
2. Espondilite
98
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
ASAS
2. Espondilite
Sindesmófitos
99
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
2. Espondilite
APs e ARe EA
Coluna em Bambo
Sindesmófitos
Sindesmófitos Simétricos e
Assimétricos e Grosseiros 100
Finos formando pontes ósseas
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO AXIAL
2. Espondilite
• Diferenciação entre alterações degenerativas (Espondilose) vs EspA
EspA EspA
Espondilose
Anquilose das Sindesmófitos
articulações Osteófito
(horizontal) (vertical)
zigapofisárias
101
COMPLEMENTADO
ENVOLVIMENTO PERIFÉRICO
Artrite
Entesopatia Dactilite
Periférica
• Esclerose • Esclerose • edema do
subcondral subcondral tecido mole
• Erosões • Erosões de todo o
ósseas ósseas dedo
• Periosteíte • Periosteíte
com com
proliferação Proliferação
óssea óssea –
• Diminuição do Entesófitos
espaço
articular
102
EXAMES DE IMAGEM
ENVOLVIMENTO PERIFÉRICO NA ARTRITE PSORIÁTICA
COMPLEMENTADO HPIM
355 E REUMA FUNDA
103
EXAMES DE IMAGEM
ENVOLVIMENTO PERIFÉRICO NA ARTRITE PSORIÁTICA
COMPLEMENTADO HPIM
355 E REUMA FUNDA
• Dactilite com edema do tecido mole de todo o dedo
104
EXAMES DE IMAGEM
ENVOLVIMENTO PERIFÉRICO NA ARTRITE PSORIÁTICA
COMPLEMENTADO HPIM
355 E REUMA FUNDA
• Artrite
EXAMES DE IMAGEM
ENVOLVIMENTO PERIFÉRICO NA ARTRITE PSORIÁTICA
COMPLEMENTADO HPIM
355 E REUMA FUNDA
• Artrite Mutilante com Osteólise
• Deformidade bico de lápis e taça (“pencil-in-cup”)
Deformidade bico
de lápis e taça
(“pencil-in-cup”)
106
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 6
Doente do sexo masculino de 25 anos recorre a uma consulta por lombalgia com cerca de dois
anos de evolução, tornando-se progressivamente pior. Refere agravamento de manhã com
rigidez matinal com cerca de duas horas e alivio com a mobilização da coluna. O doente nega
febre, alterações cutâneas, ungueais e oculares. Nega ainda diarreia ou disúria. Ao exame
objetivo destaca-se dor na palpação das articulações sacroilíacas e teste de Schober positivo.
1. Qual dos seguintes exames laboratoriais apoia a hipótese de diagnóstico mais provável?
A. Fator Reumatoide
B. Anticorpos antinucleares
C. Antigénio HLA-B27
D. Serologia de Clamydia Trachomatis
E. Anticorpos anticitoplasma de neutrófilo
107
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 6
Doente do sexo masculino de 25 anos recorre a uma consulta por lombalgia com cerca de dois
anos de evolução, tornando-se progressivamente pior. Refere agravamento de manhã com
rigidez matinal com cerca de duas horas e alivio com a mobilização da coluna. O doente nega
febre, alterações cutâneas, ungueais e oculares. Nega ainda diarreia ou disúria. Ao exame
objetivo destaca-se dor na palpação das articulações sacroilíacas e teste de Schober positivo.
1. Qual dos seguintes exames laboratoriais apoia a hipótese de diagnóstico mais provável?
A. Fator Reumatoide
B. Anticorpos antinucleares
C. Antigénio HLA-B27
D. Serologia de Clamydia Trachomatis
E. Anticorpos anticitoplasma de neutrófilo
108
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 6
Doente do sexo masculino de 25 anos recorre a uma consulta de por lombalgia com cerca de
dois anos de evolução, tornando-se progressivamente pior. Refere agravamento de manhã
com rigidez matinal com cerca de duas horas e alivio com a mobilização da coluna. O doente
nega febre, alterações cutâneas, ungueais e oculares. Nega ainda diarreia ou disúria. Ao exame
objetivo destaca-se dor na palpação das articulações sacroilíacas e teste de Schober positivo.
109
CLASSIFICAÇÃO E DIAGNÓSTICO
• EspA Axial
• EspA Periférica
• Diagnóstico
110
CLASSIFICAÇÃO
Critérios de Classificação do Grupo Assessment in Spondyloarthritis
International Society (ASAS) baseado nas formas de apresentação clínica:
• Espondiloartrite Axial
• Espondiloartrite Periférica
111
112
CLASSIFICAÇÃO – EspA AXIAL
HPIM 355
113
114
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de EspA é Clínico e assenta:
115
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de EspA é Clínico e assenta:
116
DIAGNÓSTICO EA
A RETER… RECORDANDO…
• Predileção por Esqueleto Axial
10-30A
• Colocar em qualquer doente com LOMBALGIA INFLAMATÓRIA CRÓNICA (>3M)
COM MENOS DE 45 ANOS
DIAGNÓSTICO EA
RECORDANDO…
• Critérios de Nova Iorque Modificados (1984)
• Pouco sensíveis em fases precoces da doença 10-30A
• Tem em conta:
• Sacroileíte Radiológica
• Lombalgia Crónica Inflamatória
• Limitação da Mobilidade da Coluna Lombar
• Limitação da Expansibilidade Torácica
HLA-B27
80-90%
118
DIAGNÓSTICO EA
A RETER… RECORDANDO…
• DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE LOMBALGIA
10-30A
• Existem causas muito mais comuns de Lombalgia mecânica sem red flags
TRATAMENTO
SINTOMÁTICO
INVESTIGAR COM CONSERVADOR
MCDTS
HLA-B27
80-90%
119
DIAGNÓSTICO ARe
A RETER… RECORDANDO…
• Predileção por Esqueleto Periférico
20-40A
• Colocar em qualquer doente com Quadro AGUDO de oligoartrite assimétrica e aditiva ou
tendinite
GU
• Episódio de Infeção GI (diarreia) ou GU (disúria, corrimento) até 1 mês
• Detetar infeção - serologias, culturas ou PCR-DNA podem ser úteis mas não utilizados para
excluir
• HLA-B27 tem baixo VPN (não é útil para excluir) mas é útil para apoiar o diagnóstico e
identificar casos atípicos
HLA-B27
60-80%
• Geralmente Evolução Aguda mas recorrências são comuns (varia com MO)
120
DIAGNÓSTICO ARe
RECORDANDO…
DIAGNÓSTICO APs
A RETER… RECORDANDO…
• Predileção por Esqueleto Periférico
• Dactilite é comum
• Forma Mutilante é rara mas muito deformante com osteólise e telescopagem 50% (axial)
dos dedos
<20% (periférica)
122
DIAGNÓSTICO APs
RECORDANDO…
Utilizar Critérios CASPAR (Sens e Esp > 90% - 2006)
CAUCASIANO
30-40A
HLA-B27
50% (axial)
<20% (periférica)
123
DIAGNÓSTICO AEnt
A RETER… RECORDANDO…
• Associada a Doenças inflamatórias intestinais
CAUCASIANOS
• Tipicamente surge depois da DII
10-30A
• Mais comum na DC 50-80A
• Envolvimento Periférico, com Oligoartrite Assimétrica dos MIs, é mais comum e
correlaciona-se com a atividade da DII
3. Envolvimento Axial:
• Infeções indolentes - Sacroileíte, Espondilite ou Discite infeciosa
• Espondilose (OA da Coluna Vertebral)
• DISH (Diffuse idiopathic skeletal hyperostosis)
• Calcificação e ossificação dos ligamentos paraespinhais
• Preserva as articulações interverebrais, SI e inter-apofisárias
• Meia-idade e idosos
• Assintomático 125
RESUMO
126
RESUMO
127
TESTA O CONHECIMENTO
128
PERGUNTA 1
Homem de 27 anos recorre a uma consulta de ortopedia por lombalgia e sensação de rigidez
desde há 3 anos com agravamento progressivo. Inicialmente a dor era mais localizada à direita,
moderada e intermitente mas, atualmente, o doente descreve a dor como bilateral e
persistente, referindo que já acordou à noite devido à dor. Além disso, refere que a dor é
acompanhada de rigidez e diminuição da mobilidade da coluna sobretudo ao acordar e que
melhora com o exercício, com duração de 1 hora. O doente nega febre, alterações cutâneas,
ungueais e oculares. Nega ainda diarreia ou disúria ou infeções recentes. Ao exame objetivo
destaca-se dor na palpação das articulações SI, manobra de FABERE positiva bilateralmente e
diminuição da Flexão Lateral bilateral
Os exames laboratoriais do doente destaca-se uma VS 113 mm/hr, sendo o FR e os ANA
negativos. O HLA-B27 é positivo. Foi requisitada uma radiografia da bacia que é apresentada
na figura a seguir.
A. Espondilite Anquilosante
B. Artrite Psoriática
C. Discite Infecciosa
D. Artrite Reativa
E. Espondilose Lombar 129
PERGUNTA 1
130
PERGUNTA 1
Homem de 27 anos recorre a uma consulta de ortopedia por lombalgia e sensação de rigidez
desde há 3 anos com agravamento progressivo. Inicialmente a dor era mais localizada à
direita, moderada e intermitente mas, atualmente, o doente descreve a dor como bilateral e
persistente, referindo que já acordou à noite devido à dor. Além disso, refere que a dor é
acompanhada de rigidez e diminuição da mobilidade da coluna sobretudo ao acordar e que
melhora com o exercício com duração de 1 hora. O doente nega febre, alterações cutâneas,
ungueais e oculares. Nega ainda diarreia ou disúria ou infeções recentes. Ao exame objetivo
destaca-se dor na palpação das articulações SI, manobra de FABERE positiva bilateralmente e
diminuição da Flexão Lateral Bilateral
Os exames laboratoriais do doente destaca-se uma VS 113 mm/hr, sendo o FR e os ANA
negativos. O HLA-B27 é positivo. Foi requisitada uma radiografia da bacia que é apresentada
na figura a seguir.
A. Espondilite Anquilosante
B. Artrite Psoriática
C. Discite Infecciosa
D. Artrite Reativa
E. Espondilose Lombar 131
PERGUNTA 2
132
PERGUNTA 2
Mulher de 30 anos, empregada de balcão, recorre ao médico assistente por “manchas na
planta dos pés” desde há 2 semanas, edema e dor no joelho e tibiotársica esquerdos. As
queixas álgicas eram de predomínio matinal, melhoravam com o exercício mas não com o
repouso. O quadro foi acompanhado por dor no calcâneo esquerdo. Simultaneamente, refere
também astenia, febre baixa (38ºC) e os dois olhos vermelhos. Quando interrogada diz que há
cerca de 4 semanas teve um quadro de febre e diarreia com 7-8 dejeções diárias, sem sangue
ou muco que durou 6 dias. A doente nega episódios anteriores ou outras queixas. Nega
doenças conhecidas.
Ao exame objetivo destaca-se conjuntivite bilateral, artrite do joelho e TT direitos e tendinite
aquiliana esquerda. Ao exame objetivo mucocutâneo identificou-se as seguintes alterações
ilustradas na figura ao lado.
Laboratorialmente valoriza-se: Hb 11 g/dL com VGM normal; Sem Leucocitose ; VS 80
mm/1ªhora; FR e ANA Negativos; HLA-B27 Negativo.
A. Artrite Psoriática
B. Artrite Reativa
C. Espondilite Anquilosante
D. Gota
E. Doença de Crohn
133
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
1. Reumatologia Fundamental. Edições Lidel (2013)
João Eurico Fonseca, Helena Canhão, Mário Viana Queiroz.
2. Site: https://www.asas-group.org/education/asas-slide-library/
134
MEDICINA VERSÃO
REUMÁTICA EXTENSA
ESPONDILOARTRITES
Bibliografia: Cecil Essentials of Medicine 9.ª ed.
Complementado por Harrison’s principles of internal
medicine 20.ª ed.
WWW.ACADEMIADAESPECIALIDADE.COM FACEBOOK.COM/ESPECIALIDADE
MEDICINA VERSÃO
REUMÁTICA EXTENSA
WWW.ACADEMIADAESPECIALIDADE.COM FACEBOOK.COM/ESPECIALIDADE
LEGENDA
SÍMBOLO COMPETÊNCIA SÍMBOLO SIGNIFICADO
MECANISMOS
MD de DOENÇA
INTEGRAÇÃO DE
CONHECIMENTO
D
Estabelecer um
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
P Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
MUITO IMPORTANTE
T Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
CONHECIMENTO
Elaborar plano de ESSENCIAL
GD GESTÃO DO DOENTE
MENOS perguntável
SÍMBOLO SIGNIFICADO
REFERÊNCIA INCOERÊNCIA
CHECK
a outros capítulos
2
BIBLIOGRAFIA
HPIM 365:
Gota e Outras Artropatias Microcristalinas
CEM 82:
Artropatias Microcristalinas
BIBLIOGRAFIA EXTRA
4
ABREVIATURAS
DOENÇAS: OA – Osteoartrose
AEnt - Artrites Enteropáticas OP - Osteoporose
AIJ – Artrite Idiopática Juvenil SAAF – Síndrome de Anticorpos Antifosfolípidos
APs – Artrite Psoriática SS – Síndrome de Sjögren
AR – Artrite Reumatóide
ARe – Artrite Reativa ARTICULAÇÕES:
DCV – Doenças Cardiovasculares CMC - Carpometacárpicas
DiabM - Diabetes Mellitus IAP – Interapofisárias posteriores
DM - Dermatomiosite IFD – Interfalângicas Distais
DMTC – Doença Mista do Tecido Conjuntivo IFP – Interfalângicas Proximais
DRC – doença Renal Crónica IT – Intertarsais
DTC – Doença do Tecido Conjuntivo MCF – Metacarpofalângicas
DDCPC – Doença por deposição de cristais de MTF – Metatarsofalângicas
pirofosfato de cálcio TT - Tibiotársicas
DDCHC - Doença por deposição de cristais de
hidroxiapatite de cálcio ANALISES E SEROLOGIAS:
DDCOC - Doença por deposição de cristais de oxalato AACL – Anticorpos anticardiolipina
de cálcio AAβ2GP1 – Anticorpos anti-β2 Glicoproteína 1
EspA – Espondiloartrites ACL – Anticoagulante lúpico
ESpAI – espondiloartrites Indiferenciadas Anti-CPP– Anticorpos Antipépticos Citrulinados
EA – Espondilite Anquilosante Cíclicos
FBM – Fibromialgia ANA – Anticorpos antinucleares
LES – Lupus Eritematoso Sistémico ANCA – anticorpos anticitoplasma de neutrófilos5
PM - Polimiosite HLA – Antigénio leucocitário Humano
PMR – Polimialgia Reumática FR – Fator Reumatóide
ABREVIATURAS
FÁRMACOS ATIVIDADE DA DOENÇA
AINE – Anti-inflamatórios não esteróides AD – Articulações Dolorosas
DMARDs – Fármacos antirreumáticos modificadores de AT – Articulações Tumefactas
doença (Disease-Modifying Antirheumatic Drugs) DAS – Disease Activity Score
- csDMARDs – DMARDs Sintéticos Convencionais HAQ – Health Assessment Questionnaire
- tsDMARDs – DMARDs Sintéticos Dirigidos
- bDMARDs – DMARDs Biológicos
GC - Glicocorticóides
iTNFα – Inibidores do TNFα
IFX - Infliximab
LEF – Leflunomida
HCQ – Hidroxicloroquina
MTX – Metotrexato
SSZ – Sulfassalazina
6
SUMÁRIO
• Definição e Generalidades
• Gota
DEFINIÇÃO E GENERALIDADES
8
DEFINIÇÃO
Grupo de ARTROPATIAS INFLAMATÓRIAS caracterizado pela deposição
de microcristais ao nível das articulações originando uma reação
inflamatória
ARTROPATIA MICROCRISTAIS
MAIS
Gota Monourato de sódio (MUS) COMUM
Doença por deposição de cristais de Pirofosfato de cálcio
pirofosfato de cálcio (DDCPC)
Doença por deposição de cristais de Hidroxiapatite de cálcio
hidroxiapatite de cálcio (DDCHC)
Doença por deposição de cristais de Oxalato de cálcio
oxalato de cálcio (DDCOC)
GENERALIDADES
EVOLUÇÃO CARACTERÍSTICA (MAIS NA GOTA)
10
GENERALIDADES
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Mono/oligoartrite •Patologia
Aguda Periarticular
• Artrite Crónica (tendinites, bursites e
entesites)
•Tofos
•Artrite destrutiva
•Envolvimento axial
•STC
11
GENERALIDADES
DIAGNÓSTICO
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1
Homem de 75 anos recorre ao serviço de urgência por dor exuberante no primeiro dedo do
pé direito que o acordou durante a noite. A dor é muito intensa e o dedo encontra-se
vermelho e edemaciado. Refere que “gosta de comer e beber uns copos” (sic) e na noite
anterior foi jantar com uns amigos a uma marisqueira e bebeu 1 litro de vinho e uma
aguardente. Tem história conhecida de hipertensão arterial, dislipidemia e doença renal
crónica. Como medicação habitual refere uma “estatina e um diurético” que não sabe
especificar.
Ao exame físico o doentes estava queixoso. Os sinais vitais são temperatura timpânica 37,6ºC,
tensão arterial 150/88 mmHg, frequência cardíaca 87 bpm, frequência respiratória 17 cpm. A
oximetria de pulso em ar ambiente revela saturação de O2 de 97%. O 1º dedo do pé direito
está edemaciado e eritematoso com dor intensa à mobilização e palpação.
15
GOTA
GENERALIDADES E EPIDEMIOLOGIA
16
GENERALIDADES
Associado a HIPERURICEMIA ÁCIDO ÚRICO sérico > 6.8 mg/dL
GENERALIDADES
• Evolução em 3 Fases
18
EPIDEMIOLOGIA
• Artropatia Microcristalina MAIS COMUM
• Sexo e Idade:
• ↑ com Idade – Mais comum a partir 40-50A
• Mais comum nos HOMENS (3-6X)
19
EPIDEMIOLOGIA
80-95%
5-20%
Pós Menopausa
IDOSO (>50A)
HF+ OA
Obeso com Fatores risco CV HTA com DRC
Refeições copiosas e álcool
Diuréticos
20
GOTA
MECANISMO DE DOENÇA
MD
21
ORIGEM
Produto final do metabolism das purinas que têm origem:
1. Dieta
2. Catabolismo Celular – com libertação de ácidos nucleicos
3. Purinossíntese de novo
Pool de ácido úrico no
CIRCULAÇÃO NO SANGUE
organismo - 1000 mg
• Maioria - livre no plasma
• Pequena percentagem – ligação a proteínas plasmáticas
Ácido úrico sérico
ELIMINAÇÃO (uricémia) – 4 a 6,8
• Renal (2/3)
• Filtração Glomerular do urato livre
mg/dL
• Elevada Reabsorção no TCP
• Alguma Secreção tubular
• Apenas 10% do urato filtrado é excretado na urina
• Trato GI (1/3)
22
HIPERURICEMIA
A maioria dos casos de
Fisiopatologia Hiperuricemia são IDIOPÁTICOS
1. Diminuição da excreção renal – 90% associados à DIMINUIÇÃO DA
2. Aumento da produção – 10% EXCREÇÃO RENAL
3. Ambos os mecanismos
Etiologia
1. Primária
• Idiopática (mais comum)
• Defeitos enzimáticos que aumentam a produção de ácido úrico (raros)
2. Secundária
• Associada a doenças que alteram o balanço de ácido úrico
23
HIPERURICEMIA
Hiperuricemia Primária
• História Familiar Positiva
• A forma idiopática é a causa mais comum
de hiperuricemia e está associada a uma
diminuição da excreção renal exacerbada
por erros alimentares, consumo de álcool
e uso de diuréticos
• Defeitos enzimáticos devem ser
pesquisados em doentes jovens
Hiperuricemia Secundária
• Geralmente sem HF
Hiperuricemia Secundária
• Geralmente sem HF
HIPERURICEMIA
EFEITO DOS FÁRMACOS NA EXCREÇÃO URINÁRIA DE ÁCIDO ÚRICO
• DIURÉTICOS DE ANSA
• DIURÉTICOS TIAZÍDICOS
• Salicilatos em dose baixa
• Ciclosporina e Tacrolimus Os diuréticos estão muitas vezes
• Etambutol e Pirazinamida associados a Hiperuricemia e
• L-dopa crises de gota aguda
26
HIPERURICEMIA
EFEITO DOS FÁRMACOS NA EXCREÇÃO URINÁRIA DE ÁCIDO ÚRICO
GOTA
HIPERURICEMIA ASSINTOMÁTICA 20% GOTA
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1 (CONTINUAÇÃO)
Homem de 75 anos recorre ao serviço de urgência por dor exuberante no primeiro dedo do
pé direito que o acordou durante a noite. A dor é muito intensa e o dedo encontra-se
vermelho e edemaciado. Refere que “gosta de comer e beber uns copos” (sic) e na noite
anterior foi jantar com uns amigos a uma marisqueira e bebeu 1 litro de vinho e uma
aguardente. Tem história conhecida de hipertensão arterial, dislipidemia e doença renal
crónica. Como medicação habitual refere uma “estatina e um diurético” que não sabe
especificar.
Ao exame físico o doentes estava queixoso. Os sinais vitais são temperatura timpânica 37,6ºC,
tensão arterial 150/88 mmHg, frequência cardíaca 87 bpm, frequência respiratória 17 cpm. A
oximetria de pulso em ar ambiente revela saturação de O2 de 97%. O 1º dedo do pé direito
está edemaciado e eritematoso com dor intensa à mobilização e palpação.
3. Qual dos seguintes mecanismos fisiopatológicos não contribui para a hiperuricemia neste
doente?
A. Diurético
B. Estatina
C. DRC
D. Aumento do consumo de purinas
E. Álcool
31
GOTA
DIAGNÓSTICO
D 32
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Evolução em 3 Fases
1. Hiperuricemia Assintomática
LOCALIZAÇÃO PODAGRA
LOCALIZAÇÃO
Surge frequentemente em
articulações previamente lesadas,
ex. nódulos de Heberden e
Bouchard (IFD e IFP respetivamente)
QUADRO CLÍNICO
• Súbito em 8-24h
• Tipicamente à noite
• Dor exuberante com “incapacidade
de suportar o lençol”
• Tumefacção, calor e eritema
• Palpação muito dolorosa Monoartrite do Joelho direito
• Mobilidade muito limitada
36
CRISES GOTOSAS AGUDAS
2. Crises Agudas Periarticulares
• Menos comum
• Tenossinovites e Bursites
• Sinais inflamatórios exuberantes
• Localizações comuns:
o Olecraniana
o Pré-patelar
o Calcâneo
3. Quadro Sistémico
• DIURÉTICOS TIAZÍDICOS
(HIDROCLOROTIAZIDA) E DE ANSA
(FUROSEMIDA) Fármacos CV
Fármacos • AAS
Hipouricosúricos • Terapêutica Hipouricemiante
• Outros: Ciclosporina e Tacrolimus, Não deve ser iniciada na crise
Etambutol, Levodopa mas não deve ser suspensa se faz
parte da medicação habitual
• ÁLCOOL
Excessos • REFEIÇÕES ABUNDANTES RICAS EM
PURINAS (CARNES VERMELHAS E Excessos
alimentares MARISCO) alimentares
• Bebidas açucaradas
• CIRURGIAS, PROCEDIMENTOS E
Situações de
INTERNAMENTOS HOSPITALARES Comum no
• Infeções e Hemorragia
Stress • Doença Médica Grave (AVC, EAM) doente internado
• TRAUMATISMO
38
PERÍODO INTERCRÍTICO
Definição:
Intervalo de tempo entre as crises agudas
COMPLETAMENTE ASSINTOMÁTICO
Evolução da Doença:
• Maioria dos doentes tem segunda crise aguda
39
Quando?
Após vários anos de Gota Aguda Intermitente (cerca de 10 -15 anos) quando
os PERÍODOS INTERCRÍTICOS PERMANECEM SINTOMÁTICOS (DOR)
TOFOS GOTOSOS
TOFOS GOTOSOS
CLÍNICA
• Nódulos subcutâneos
• INDOLORES
• Consistência DURA
• Podem ser esbranquiçadas
42
ARTROPATIA GOTOSA CRÓNICA
Outras Manifestações da Gota Crónica
CHECK ARTRITE
TOFOS GOTOSOS REUMATÓIDE
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
NÓDULOS REUMATÓIDES SUBCUTÂNEOS
•CLÍNICA
Massas subcutâneas
• Nas Superfícies Extensoras
• Massas
• Maissubcutâneas
comum no cotovelo
• Indolores
• Também nos dedos e tendão
• Consistência dura
aquiliano
• Esbranquiçadas
Indolores
• Firmes
• Aderentes aos tendões/periósteo
43
ENVOLVIMENTO RENAL
• Tardio
• Duas formas:
NEFROPATIA GOTOSA LITÍASE RENAL
1. Qual dos seguintes fármacos mais provavelmente foi prescrito pelo médico assistente para
controlo tensional e que pode contribuir para desencadear o episódio de monoartrite?
A. Beta-bloqueante
B. Bloqueador do canal de cálcio
C. IECA
D. Diurético Tiazídico
E. ARA
45
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 2
Homem de 68 anos recorre ao serviço de urgência por dor no primeiro dedo do pé esquerdo com
agravamento progressivo desde há 4 horas. A dor é muito intensa e o dedo encontra-se quente, vermelho
e edemaciado, impossibilitando a marcha. Refere que é o 3º episódio neste dedo no último ano e que já
aconteceu duas vezes no dedo do outro pé. Desde o 3º episódio está medicado com um fármaco para
reduzir o ácido úrico que não se recorda, mas refere que faz ocasionalmente. Nega história de traumatismo
recente. Há uma semana refere ter sido diagnosticado com hipertensão arterial no médico assistente,
tendo sido medicado com um fármaco que não sabe especificar. Tem história conhecida de doença arterial
periférica e angina de peito, não sabendo a medicação habitual.
Ao exame físico está febril, tensão arterial 135/82 mmHg, frequência cardíaca 77 bpm, frequência
respiratória 14 cpm. A oximetria de pulso em ar ambiente revela saturação de O2 de 96%.
O 1º dedo do é esquerdo está quente, tumefacto e eritematoso com dor intensa à palpação. Observam-se
vários nódulos firmes e indolores no antebraço esquerdo e pavilhões auriculares.
1. Qual dos seguintes fármacos mais provavelmente foi prescrito pelo médico assistente para
controlo tensional e que pode contribuir para desencadear o episódio de monoartrite?
A. Beta-bloqueante
B. Bloqueador do canal de cálcio
C. IECA
D. Diurético Tiazídico
E. ARA
46
COMO DIAGNOSTICAR?
1. Diagnóstico PRESUNTIVO é fortemente sugerido pela clínica:
Súbita em 24h
Sinais inflamatórios exuberantes
• Monoartrite Aguda Distribuição articular característica nos MIs
+++ 1º MTF
Resolução em 5-14 dias
47
COMO DIAGNOSTICAR?
2. Necessário CONFIRMAR o diagnóstico por:
DIAGNÓSTICO DEFINITIVO
Identificação de Cristais de MUS na
Microscopia Ótica com Luz Polarizada
48
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
1. Exames Laboratoriais
2. Líquido Sinovial
3. Exames de Imagem
49
EXAMES LABORATORIAIS
Solicitar:
• Uricemia
• Uricosúria (urina de 24h)
• Hemograma completo
• Parâmetros Inflamatórios
• Função Renal
• Função Hepática
• Perfil Lipídico
• Glicémia em Jejum
50
EXAMES LABORATORIAIS
Uricemia
• Hiperuricemia – urato sérico > 6.8 mg/dL
• Útil como marcador para o diagnóstico DURANTE EVOLUÇÃO DA
DOENÇA (geralmente elevado em alguma fase)
• Não é confiável como marcador diagnóstico durante crises agudas
pois o valor pode estar diminuído ou normal (efeito uricosúrico das
citocinas inflamatórias)
• Monitorização da terapêutica hipouricemiante
• Marcador de RISCO CV
EXAMES LABORATORIAIS
Durante as CRISES GOTOSAS AGUDAS:
• Hemograma completo e Parâmetros Inflamatórios
Pode verificar-se ALTERAÇÕES INFLAMATÓRIAS INESPECÍFICAS:
• Leucocitose ligeira a moderada com neutrofilia
• Elevação de parâmetros inflamatórios: VS e PCR
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
ARTRITE SÉPTICA
52
EXAMES LABORATORIAIS
Solicitar:
• Função Renal
• Função Hepática
• Perfil Lipídico
• Glicémia em Jejum
53
LÍQUIDO SINOVIAL
QUANDO?
ARTRITE INFLAMATÓRIA
MONOARTICULAR AGUDA
O que avaliar?
SEMPRE SUSPEITA DE INFEÇÃO NÃO
• Aspecto • Coloração Gram e cultura do líquido sinovial • Glicose
• Viscosidade SUSPEITA DE ARTRITE GONOCOCICA • Proteína
• Contagem de • Teste de amplificação de acido nucleico (PCR) • Lactato
Leucócitos e diferencial - Chlamydia trachomatis ou N. gonorrhoeae desidrogenase
• Microscopia Polarizada SE MONOARTRITE CRÓNICA • Ácido láctico
para identificar cristais • Cultura para M. tuberculosis e fungos • Autoanticorpos
54
LÍQUIDO SINOVIAL
Artrocentese diagnóstica tem indicação na suspeita de Gota
Úrica para:
• Confirmar o diagnóstico na GOTA AGUDA e GOTA
CRÓNICA
• Sobretudo em casos de Monoartrite Aguda para excluir
ARTRITE SÉPTICA (e artropatias microcristalinas)
DIAGNÓSTICO DEFINITIVO
LÍQUIDO SINOVIAL INFLAMATÓRIO Identificação de Cristais de MUS na
• Turvo Microscopia Ótica com Luz Polarizada
• Viscosidade diminuida
• Aumento do nº de leucócitos (>2.000 cels/microL até
60-100.000 cels/microL)
• Predomínio de Polimorfonucleares (>75%)
MO com luz polarizada: cristais em AGULHA, com FORTE
BIRREFRINGÊNCIA NEGATIVA e de predomínio intracelular
55
LÍQUIDO SINOVIAL
ARTRITE SÉPTICA é o principal DDx na Monoartrite Aguda
Pensar em ARTRITE SÉPTICA se:
• Fatores de Risco para Sepsis: porta de entrada, drogas iv, imunossupressão (DiabM,
HIV, GC, doença crónica), procedimento invasivo recente, prótese articular
• Monoartrite Aguda com quadro sistémico e febre alta
• Parâmetros Inflamatórios elevados (Leucocitose + ↑ PCR + ↑VS)
RESUMO
LÍQUIDO ASPECTO VISCOSIDADE CONTAGEM CONTAGEM MO COM LUZ GRAM E DOENÇA
SINOVIAL LEUCÓCITOS DIFERENCIAL POLARIZADA CULTURA
EXAMES DE IMAGEM
Radiografia Articular
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
DDCPC COM CRISES DE
PSEUDOGOTA
• Início ↓ abrupto
• ↑ longas (um a vários meses)
• Sobretudo grandes
articulações
• Artrocentese confirma cristais
de pirofosfato de cálcio
ESPONDILOARTRITES PERIFÉRICAS
Algumas Semelhanças:
• Mono/Oligoartrite Assimétrica
dos Mis
• Pode ser aguda (++ ARe)
• Pode ter quadro sistémico
com febre e ↑ VS e PCR
• Dactilite pode ser visível na
Gota Poliarticular
Algumas Diferenças:
• Envolvimento ungueal, ocular,
entesites do calcâneo, HLA
B27+ são característicos das
EspA
• Liquido Sinovial Inflamatório
mas sem cristais MUS
60
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
AR
Algumas Semelhanças:
• Artrite com envolvimento
predominante das mãos e
pés pode ser semelhante à
Gota Poliarticular crónica
• Tofos Gotosos em
localizações e com aspeto
semelhante aos nódulos
reumatóides
Algumas Diferenças:
• Geralmente mulheres entre
os 40-50A
• Início insidioso
• Sem crises agudas e súbitas
• Seropositividade para FR e
Anti-CCP comum
• Liquido synovial
inflamatório mas sem
cristais de MUS
61
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1 (CONTINUAÇÃO)
Homem de 75 anos recorre ao serviço de urgência por dor exuberante no primeiro dedo do
pé direito que o acordou durante a noite. A dor é muito intensa e o dedo encontra-se
vermelho e edemaciado. Refere que “gosta de comer e beber uns copos” (sic) e na noite
anterior foi jantar com uns amigos a uma marisqueira e bebeu 1 litro de vinho e uma
aguardente. Tem história conhecida de hipertensão arterial, dislipidemia e doença renal
crónica. Como medicação habitual refere uma “estatina e um diurético” que não sabe
especificar.
Ao exame físico o doentes estava queixoso. Os sinais vitais são temperatura timpânica 37,6ºC,
tensão arterial 150/88 mmHg, frequência cardíaca 87 bpm, frequência respiratória 17 cpm. A
oximetria de pulso em ar ambiente revela saturação de O2 de 97%. O 1º dedo do é direito
está edemaciado e eritematoso com dor intensa à mobilização e palpação.
T GD P 63
• Probenecid
• Sulfinpirazona +
• Benzbromarona
INIBIDORES DA
INFLAMAÇÃO
• AINES -
• Corticosteróides
• Colchicina 65
Regras Gerais:
• Objetivo controlar a inflamação e a dor
• Iniciar terapêutica o MAIS PRECOCE POSSÍVEL
• Na Gota estabelecida, educar o doente para reconhecer os sintomas e iniciar
medicação o mais precocemente
• NÃO SUSPENDER TERAPÊUTICA HIPOURICEMIANTE
• NÃO INICIAR TERAPÊUTICA HIPOURICEMIANTE
• Consiste:
1. Repouso da articulação
2. Aplicar gelo
3. Terapêutica anti-inflamatória (AINEs, Colchicina,
Corticóides)
66
CRISES GOTOSAS AGUDAS
Terapêutica Anti-inflamatória
1ª LINHA Por vezes, pode-se
Colchicina oral em doses baixas realizar terapêutica
OU combinada
AINE em dose máxima
SE INFECICÁCIA, CONTRA-INDICAÇÃO OU
INTOLERÂNCIA
GLICOCORTICÓIDES
Glicocorticóides Sistémicos se Poliarticular (Prednisolona)
OU
Glicocorticóides intra-articulares se Monoarticular
SE CONTRA-INDICAÇÃO
67
Evitar se:
1. DRC
2. Doença Gastro-intestinal
3. Fármacos inibidores da Glicoproteina-P ou CYP3A4 (macrólidos,
sinvastatina ou ciclosporina) – aumentam toxicidade
Contraindicado:
• Doença ulcerosa péptica (DUP)
• Hemorragia Gastro-intestinal (HGI)
Evitar se:
DRC RISCO GI ELEVADO RISCO CV ELEVADO
•Idosos •Antecedentes pessoais de
•Antecedentes pessoais de úlcera acidente vascular cerebral,
péptica acidente isquémico transitório,
•Corticosteroides sistémicos sindrome coronário agudo
•Anticoagulantes (varfarina ou •Angina estável
outros) •Antecedentes pessoais de
•Ácido acetilsalicílico revascularização arterial
•Doença arterial periférica
70
CRISES GOTOSAS AGUDAS
Glicocorticóides Intra-articulares
• Metilprednisolona ou Acetonido de Triamcinolona
71
1. Estilo de Vida
72
PERÍODO INTERCRÍTICO E GOTA CRÓNICA
1. Estilo de Vida
73
74
PERÍODO INTERCRÍTICO E GOTA CRÓNICA
• < 6 mg/dL
75
DURAÇÃO
76
PERÍODO INTERCRÍTICO E GOTA CRÓNICA
OPÇÕES TERAPÊUTICAS
1. Uricostáticos
• Alopurinol
• Febuxostato
2. Uricosúricos
• Probenecida
3. Uricolíticos
• Pegloticase
• Rasburicase
77
ALOPURINOL
• Tratamento hipouricemiante de PRIMEIRA LINHA
(sobretudo se DRC, aumento da produção ou nefrolitiase)
• Também usado na profilaxia do Síndrome de Lise Tumoral na
Quimioterapia
ALOPURINOL
• Efeitos Adversos: REAÇÕES DE HIPERSENSIBILIDADE
• Exantemas (incluindo formas graves, síndromes de Steven
Johnson e Lyell)
• Vasculites Mais comum se
• Hepatite granulomatosa Diuréticos Tiazídicos ou
• Nefrite intersticial e IR Alergia à Penicilina
• Alterações da visão e do paladar
• Neuropatia
• Hematológicas (leucopenia, trombocitopenia, anemia
hemolítica, anemia aplástica)
79
FEBUXOSTATO
• Se AUSÊNCIA DE EFICÁCIA OU INTOLERÂNCIA AO
ALOPURINOL
• Probenecide
• Contraindicado se TFG < 50 mL/min ou Nefrolitiase
• Necessário beber > 1,5 L água por dia
81
82
PERÍODO INTERCRÍTICO E GOTA CRÓNICA
Opções:
• 1ª LINHA - COLCHICINA em dose baixa
• Se intolerância ou contra-indicação para Colchicina – AINEs em dose
baixa
Todos os doentes:
• Aconselhar sobre alterações no estilo de vida:
• Perda de peso
• Evitar o consumo de álcool (especialmente cerveja) e bebidas açucaradas
• Evitar refeições copiosas
• Evitar carne vermelha, vísceras e marisco
• Evitar diuréticos (especialmente de ansa e tiazídicos)
• Consumir lactícineos com baixo teor em gordura
• Exercício físico regular
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 2 (CONTINUAÇÃO)
Homem de 68 anos recorre ao serviço de urgência por dor no primeiro dedo do pé esquerdo com
agravamento progressivo desde há 4 horas. A dor é muito intensa e o dedo encontra-se quente, vermelho
e tumefato, impossibilitando a marcha. Refere que é o 3º episódio neste dedo no último ano e que já
aconteceu duas vezes no dedo do outro pé. Desde o 3º episódio está medicado com um fármaco para
reduzir o ácido urico que não se recorda, mas refere que faz ocasionalmente. Nega história de traumatismo
recente. Há uma semana refere ter sido diagnosticado com hipertensão arterial no médico assistente,
tendo sido medicado com um fármaco que não sabe especificar. Tem história conhecida de doença arterial
periférica e angina de peito, não sabendo a medicação habitual.
Ao exame físico está febril, tensão arterial 135/82 mmHg, frequência cardíaca 77 bpm, frequência
respiratória 14 cpm. A oximetria de pulso em ar ambiente revela saturação de O2 de 96%.
O 1º dedo do é esquerdo está quente, tumefacto e eritematoso com dor intensa à palpação. Observam-se
vários nódulos firmes e indolores no antebraço esquerdo e pavilhões auriculares.
2. Qual dos seguintes fármacos mais provavelmente foi prescrito pelo médico assistente para
controlar o ácido úrico?
A. Febuxostato
B. Probenecide
C. Colchicina
D. AINEs
E. Alopurinol
86
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 2 (CONTINUAÇÃO)
Homem de 68 anos recorre ao serviço de urgência por dor no primeiro dedo do pé esquerdo com
agravamento progressivo desde há 4 horas. A dor é muito intensa e o dedo encontra-se quente, vermelho
e tumefato, impossibilitando a marcha. Refere que é o 3º episódio neste dedo no último ano e que já
aconteceu duas vezes no dedo do outro pé. Desde o 3º episódio está medicado com um fármaco para
prevenir as crises que não se recorda, mas refere que faz ocasionalmente. Nega história de traumatismo
recente. Há uma semana refere ter sido diagnosticado com hipertensão arterial no médico assistente,
tendo sido medicado com um fármaco que não sabe especificar. Tem história conhecida de doença arterial
periférica e angina de peito, não sabendo a medicação habitual.
Ao exame físico está febril, tensão arterial 135/82 mmHg, frequência cardíaca 77 bpm, frequência
respiratória 14 cpm. A oximetria de pulso em ar ambiente revela saturação de O2 de 96%.
O 1º dedo do é esquerdo está quente, tumefacto e eritematoso com dor intensa à palpação. Observam-se
vários nódulos firmes e indolores no antebraço esquerdo e pavilhões auriculares.
3. Qual dos seguintes fármacos é o mais indicado para o tratamento da crise aguda neste
doente?
A. Alopurinol
B. Diclofenac
C. Paracetamol
D. Prednisolona
E. Colchicina
87
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 2 (CONTINUAÇÃO)
Homem de 68 anos recorre ao serviço de urgência por dor no primeiro dedo do pé esquerdo com
agravamento progressivo desde há 4 horas. A dor é muito intensa e o dedo encontra-se quente, vermelho
e tumefato, impossibilitando a marcha. Refere que é o 3º episódio neste dedo no último ano e que já
aconteceu duas vezes no dedo do outro pé. Desde o 3º episódio está medicado com um fármaco para
prevenir as crises que não se recorda, mas refere que faz ocasionalmente. Nega história de traumatismo
recente. Há uma semana refere ter sido diagnosticado com hipertensão arterial no médico assistente,
tendo sido medicado com um fármaco que não sabe especificar. Tem história conhecida de doença arterial
periférica e angina de peito, não sabendo a medicação habitual.
Ao exame físico está febril, tensão arterial 135/82 mmHg, frequência cardíaca 77 bpm, frequência
respiratória 14 cpm. A oximetria de pulso em ar ambiente revela saturação de O2 de 96%.
O 1º dedo do é esquerdo está quente, tumefacto e eritematoso com dor intensa à palpação. Observam-se
vários nódulos firmes e indolores no antebraço esquerdo e pavilhões auriculares.
4. Qual dos seguintes fármacos é o fármaco mais indicado o controlo tensional neste doente?
A. Metoprolol
B. Amlodipina
C. Furosemida
D. Losartan
E. Hidroclorotiazida
88
OUTRAS ARTROPATIAS
MICROCRISTALINAS
89
90
GENERALIDADES
• Predomina a forma idiopática, sendo mais comum nos idosos
91
EPIDEMIOLOGIA
• Predomina nos IDOSOS
• > 80% são pessoas com > 60 anos
• Prevalência aumenta com a idade > 55 A
• 65-75 anos – 10 a 15%
• 85 anos – 30 a 50%
• Raro em pessoas com < 50 anos
• Excepto se história de trauma ou
meniscectomia
• Sugere DOENÇA METABÓLICA OU
FAMILIAR
• Secundária
Associado a doenças metabólicas: Causas raras
• Hiperparatiroidismo Investigar em Pessoas
• Hemocromatose
• Hipomagnesemia
com <50 anos
• Hipofosfatasia
• Hipotiroidismo Hiperparatiroidismo
• Síndrome de Gitelman secundário à DRC em
• Gota úrica doentes com >55 anos
• Pós-traumática (ex: pós meniscotomia) 93
MECANISMO DE DOENÇA
MD Deposição de cristais de pirofosfato de cálcio
Deposita-se:
1. Cartilagem Hialina e Fibrocartilagem
• Origina CONDROCALCINOSE – Calcificação de cartilagens hialinas e
fibrocartilagem
• Cristalização é favorecida por alterações biomecânicas na cartilagem
que acontecem com o envelhecimento ou outras doenças
94
MECANISMO DE DOENÇA
Crises de Pseudogota
Mecanismo: desencadeado pela libertação de cristais de pirofosfato de cálcio
no líquido sinovial com fagocitose pelos macrófagos e fibroblastos residentes e
ativação do inflamossoma-NALP3
95
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
96
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
D Cinco apresentações clínicas distintas:
1. Assintomática
2. Pseudogota (Artrite Aguda)
3. Poliartrite Crónica Simétrica
4. Pseudo-osteoartrose
5. Pseudoartropatia neuropática (Artropatia destrutiva)
Geralmente coexistem
97
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
1. Assintomática
• 20-30% dos casos
• Condrocalcinose detectada em radiografias, principalmente:
• Joelho: meniscos e cartilagens
• Punho: ligamento triangular do carpo
• Bacia: sínfise púbica
98
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
2. Pseudogota (Artrite Aguda) Semelhantes às crises gotosas
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
3. Poliartrite Crónica Bilateral e Simétrica Semelhante à AR
100
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
4. Pseudo-osteoartrose Semelhante à OA
101
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
5. Pseudoartropatia neuropática (Artropatia destrutiva)
• Rara
• Artropatia destrutiva de evolução rápida
• Mais comum no joelho, coxofemoral e ombro
102
DIAGNÓSTICO
1. Exames de Imagem
2. Líquido Sinovial
3. Exames Laboratoriais
103
EXAMES DE IMAGEM
D Radiografia
105
EXAMES DE IMAGEM
Radiografia do Punho
Calcificação ligamento triangular do carpo
106
EXAMES DE IMAGEM
Radiografia da Bacia
Calcificação da sínfise púbica
107
LÍQUIDO SINOVIAL
D Artrocentese diagnóstica deve ser sempre realizada na
suspeita de DDCPC:
• Confirmar o diagnóstico nas formas Aguda e Crónica
• Sobretudo em casos de Monoartrite Aguda para excluir
ARTRITE SÉPTICA e GOTA
D DIAGNÓSTICO DEFINITIVO
Identificação de Cristais de Pirofosfato de Cálcio
na Microscopia Ótica com Luz Polarizada
D DIAGNÓSTICO PRESUNTIVO
Na ausência de derrame articular ou indicações para biopsia sinovial, a
identificação de CONDROCALCINOSE por Radiografia estabelece o
diagnóstico provável
108
LÍQUIDO SINOVIAL
Na Artrite Aguda - Pseudogota
LÍQUIDO SINOVIAL INFLAMATÓRIO
• Turvo
• Viscosidade diminuida
• Aumento do nº de leucócitos (>2.000 cels/microL até
100.000 cels/microL)
• Predomínio de Polimorfonucleares (>75%)
• Abundantes cristais de predomínio intracelular
LÍQUIDO SINOVIAL
Na Artrite Crónica
LÍQUIDO SINOVIAL NÃO INFLAMATÓRIO
• Claro
• Viscosidade Normal
• Leucócitos < 2.000 cels/microL
• Predomínio de Mononucleares
• Raros cristais de predomínio extracelular
110
EXAMES LABORATORIAIS
Na Pseudogota:
• Hemograma completo e Parâmetros Inflamatórios
111
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Pseudogota
• Gota Relativamente à OA:
• Artrite Séptica • Fator de risco conhecido e comum em
doentes com DDCPC
A RETER…
• Suspeitar em doentes idosos com antecedentes pessoais de trauma ou OA
116
GENERALIDADES
• Comum em mulheres idosas com OA, Diabetes e DRC
EPIDEMIOLOGIA
• Predomina nos IDOSOS
118
MECANISMO DE DOENÇA
MD Deposição de cristais de hidroxiapatite de cálcio (fosfato
de cálcio básico)
Alteração do metabolismo do fósforo e cálcio com alterações locais promovem
cristalização e deposição dos CRISTAIS HIDROXIAPATITE DE CÁLCIO
Originam CALCIFICAÇÕES
Depositam-se: As calcificações
1. PERIARTICULAR tendinosas são um
• Tendões - Local mais comum
2. Articular achado característico
3. Subcutâneos
119
ETIOLOGIA
MD 1. Calcificação distrófica RETER: A doença está principalmente
Áreas de lesão tecidual associada a idosos com história de OA
ou doentes com Hiperparatiroidismo
• Idade avançada ou DRC de longa duração
• Osteoartrose
• Artrites
• Doenças periarticulares como tendinites e bursites
2. Calcificação metastática
Associado a estados de Hipercalcémia
• Hiperparatiroidismo
• DRC +/- em diálise
• Outros
3. Desconhecida 120
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
121
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Localização: Evolução e duração:
1. Periarticular 1. Assintomática com identificação de calcificação
• Tendinopatia radiográfica
• Bursite 2. Episódios agudos e autolimitados até várias semanas
2. Articular 3. Crónica
3. Subcutâneos
122
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
D O mais característico…
A localização mais comum é a nível peri-articular, originando uma
PERIARTRITE CALCIFICANTE
Clinicamente:
• Omalgia de inicio súbito ou crónica e insidiosa, intensa e
constante acompanhada com impotência funcional marcada
(diminuição da mobilidade articular +++ abdução)
123
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
OUTRAS APRESENTAÇÕES CARACTERÍSTICAS
• Síndrome do Ombro de Milwaukee ou Ombro Senil Hemorrágico
• Mulheres idosas
• Tendinopatia com destruição da coifa do rotadores
• Artropatia da Glenoumeral não inflamatória e destrutiva
• Forma de Hemartrose com cristais de HP
• Liquido sinovial não inflamatório
• Pseudo-pseudogota
• Artrite Aguda e autolimitada
125
EXAMES DE IMAGEM
D Radiografia
127
LÍQUIDO SINOVIAL
D DIAGNÓSTICO DEFINITIVO
Identificação de Cristais de Hidroxiapatite de
cálcio na MICROSCOPIA ELETRÓNICA
128
LÍQUIDO SINOVIAL
Geralmente (sobretudo nas formas Crónicas)
LÍQUIDO SINOVIAL NÃO INFLAMATÓRIO
• Claro (pode ser alaranjado)
• Viscosidade normal
• Nº de leucócitos normal (<2.000)
• Predomínio de Mononucleares
ME
DIAGNÓSTICO DEFINITIVO
• IDENTIFICA OS CRISTAIS
129
TRATAMENTO
SEMELHANTE À GOTA
Tratar DOENTES SINTOMÁTICOS
NÃO TRATAR A CALCIFICAÇÕES
T Crises Agudas de Artrite ou Bursite
• Repouso e Gelo
ASSINTOMÁTICAS
• AINEs ou colchicina
• GC intra-articulares /periarticulares
• Após excluir infeção
130
A RETER…
• Suspeitar em mulheres idosas com antecedentes pessoais de OA, DiabM,
DRC
A RETER…
• O Síndrome do Ombro de Milwaukee ou Ombro Senil Hemorrágico, a
Pseudo-pseudogota, a Hiperostose Esquelética Idiopática Difusa (DISH)
são apresentações típicas. Exacerbações agudas em doentes com
Osteoartrose também deve levar à suspeição
132
Doença por deposição de
cristais de oxalato de cálcio
(DDCOC)
133
EPIDEMIOLOGIA
• Doentes com DRC EM HEMODIÁLISE OU DIÁLISE
PERITONEAL DE LONGA DURAÇÃO
DRC em diálise
134
ETIOLOGIA
MD 1. Oxalose Primária A doença está principalmente
Defeitos enzimáticos hereditários associada a DRC em diálise
• Raros
• Clinicamente:
• Envolvimento Renal com Nefrocalcinose e DRC
• Envolvimento Osteoarticular tardio com Artrite Aguda ou Crónica;
Periartrite e doença óssea
2. Oxalose Secundária
DRC em Diálise de longa duração (principalmente se consumo de
vitamina C)
• Mais comum
• Deposição nos vasos, órgãos, ossos e cartilagem
MECANISMO DE DOENÇA
MD Associado a HIPEROXALEMIA que origina deposição de
CRISTAIS DE OXALATO DE CÁLCIO
Originam CALCIFICAÇÕES
Depositam-se:
1. Periarticular
2. Ossos
3. Cartilagem (condrocalcinose)
4. Sinovial (articular)
136
APRESENTAÇÃO CLÍNICA
D Artropatia ou Periartrite localiza-se mais frequentemente:
• Dedos
• Punhos
• Cotovelos
• Joelhos
• Tornozelos
• Pés
Clínica:
1. Episódios de artrite aguda autolimitados (semelhantes à Gota)
2. Artropatia crónica deformante
3. Doença óssea
4. Envolvimento renal com Nefrocalcinose
137
EXAMES DE IMAGEM
D Radiografia
138
LÍQUIDO SINOVIAL
D DIAGNÓSTICO DEFINITIVO
Identificação de Cristais de Oxalato de Cálcio na
MO com Luz polarizada
TRATAMENTO
GD Oxalose Secundária
• Aumentar a frequência da diálise
Oxalose Primária
GD
• Transplante Hepático pode ser útil
140
A RETER…
• Associado a Hiperoxalemia que ocorre sobretudo na Oxalose Secundária em doentes
com DRC em diálise peritoneal ou hemodiálise. Também existe uma forma rara e
hereditária, a Oxalose Primária
RESUMO FINAL
ARTROPATIA CRISTAIS DIAGNÓSTICO EPIDEMIOLOGIA CLÍNICA TRATAMENTO
Gota Monourato Agulha com A mais comum Hiperuricemia Crise aguda: AINEs,
de sódio birreringência Homens idosos de raça Monoartrite Aguda dos MI (+ colchicina ou GC
(MUS) forte negativa negra Podagra) recorrente
Associado a DRC, DM, Períodos assintomáticos Hipouricemiante se
DCV, Obesidade Artropatia crónica com crises crises recorrentes ou
Carnes vermelhas e agudas gota crónica: Alopurinol
marisco, álcool e Tofos gotosos
diuréticos Nefrolitiase Profilaxia: AINEs ou
Doentes internados colchicina no inicio da tx
hipouricemiante
Doença por Pirofosfato Rombóides/par Idosos com AP de Assintomática Semelhante à Gota
deposição de de cálcio alelipipedos trauma ou OA Condrocalcinose radioografica nos
cristais de com meniscos e lig triangular do carpo Não usar colchicina na
pirofosfato de birreringência Pseudogota com monoartrite aguda crise aguda
cálcio (DDCPC) fracamente Raro se < 50 anos PseudoOA em locais diferentes da
positiva (causa metabólica ou AO Profilaxia com colchicina
hereditária) PseudoAR (poliartrite crónica
semelhante à AR) Sem tratamento crónico
Doença por Hidroxiapat Não por MO Mulheres idosas Assintomática Crises agudas
deposição de ite de cálcio com Luz AP de DM, DRC e OA Periartrite Calcificante do ombro (+ semelhante à gota
cristais de polarizada Hipercalcemia supraespinhoso)
hidroxiapatite Sim por ME sobretudo Crises agudas semelhantes à Gota
de cálcio hiperparatiroidismo Calcificações tendinosas no Rx
(DDCHC)
Doença por Oxalato de Bipiramidais DRC em Diálise Hiperoxalemia semelhante
deposição de cálcio com forte Crises agudas
cristais de birrefringência Raro forma hereditária Artropatia crónica
oxalato de positiva Rx com condrocalcinose 142
cálcio (DDCOC)
PERGUNTAS DE EXAME
143
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
1. Reumatologia Fundamental. Edições Lidel (2013)
João Eurico Fonseca, Helena Canhão, Mário Viana Queiroz.
2. Recomendação EULAR
(site: https://www.eular.org/recommendations_home.cfm)
3. Recomendação Portuguesa
• Portuguese recommendations for the diagnosis and management of
Gout
• Araújo F, Cordeiro I, Teixeira F, et al. Portuguese Recommendations
for the Diagnosis and Management of Gout. Acta Reumatol Port
2014;39: 158-171
146
MEDICINA VERSÃO
REUMÁTICA EXTENSA
WWW.ACADEMIADAESPECIALIDADE.COM FACEBOOK.COM/ESPECIALIDADE
REUMATOLOGIA
LEGENDA
SÍMBOLO COMPETÊNCIA SÍMBOLO SIGNIFICADO
MECANISMOS INTEGRAÇÃO DE
MD de DOENÇA CONHECIMENTO
D Estabelecer um
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
P Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
MUITO IMPORTANTE
T Elaborar um plano
TERAPÊUTICO CONHECIMENTO
ESSENCIAL
Elaborar plano de
GD GESTÃO DO DOENTE
MENOS perguntável
SÍMBOLO SIGNIFICADO
REFERÊNCIA INCOERÊNCIA
CHECK
a outros capítulos
2
ABREVIATURAS
AAF – anticorpos antifosfolipídicos HTA – hipertensão arterial
AAS – ácido acetilsalicílico HTA – hipertensão pulmonar
AAV – vasculite associada a ANCA HUV – vasculite hipocomplementémica urticariforme
ACG – arterite de células gigantes ICC – insuficiência cardíaca congestiva
ADC – adenocarcinoma iECA – inibidor do enzima conversor da angiotensina
AINE – anti-inflamatório não-esteróide IFP – interfalângica proximal
ANA – anticorpos antinucleares IgAV – vasculite IgA
ANCA – anticorpos anti-citoplasma de neutrófilos INR – international normalized ratio
AR – artrite reumatoide IS – imunossupressão
ARA – antagonista dos recetores da angiotensina LES – lúpus eritematoso sistémico
AVC – acidente vascular cerebral MCF – metacarpofalângica
AZT – azatioprina MMF – micofenolato de mofetil
CDI – cardioversor desfibrilhador implantável MPA – poliangeíte microscópica
CF – ciclofosfamida MTX – metotrexato
CS – corticosteroides NSIP – pneumonite intersticial não-específica
DDTC – doença difusa do tecido conjuntivo PAN – poliarterite nodosa
DDx – diagnóstico diferencial PCR – Proteína C-reativa
DII – doença inflamatória intestinal PDN – prednisolona
DRC – doença renal crónica RCT – randomized clinical trial
EAM – enfarte agudo do miocárdio RMN – ressonância magnética nuclear
ECD – exames complementares de diagnóstico SAAF – síndrome dos anticorpos antifosfolipídicos
EGPA – granulomatose eosinofílica com poliangeíte SNC – sistema nervoso central
EO – exame objetivo SpA – espondilartrite
ES – esclerose sistémica SS – síndrome de Sjögren
FR – fenómeno de Raynaud STC – síndrome do túnel cárpico
GPA – granulomatose com poliangeíte TAK – arterite de Takayasu
GI – gastrointestinal TEP – tromboembolismo pulmonar
GSM – glândulas salivares minor TPMT – tiopurina metiltransferase
HAP – hipertensão arterial pulmonar Tx – terapêutica
HBPM – heparina de baixo peso molecular UD – úlceras digitais 3
HCQ – hidroxicloroquina VS – velocidade de sedimentação
ABORDAGEM DE CONTEÚDOS
Os vários temas foram abordados com base nos capítulos correspondentes
dos livros Harrison’s Principles of Internal Medicine 20.ª ed (Temas A/B/C) e
Cecil Essentials of Medicine 9.ª ed (Temas A)
Prova Piloto: 2 perguntas sobre estes temas (LES [1] e vasculites ANCA+ [1])
4
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO – Doenças Difusas do Tecido Conjuntivo
• Sinais e sintomas comuns, mas na maioria das vezes inespecíficos e que requerem
experiência na avaliação e interpretação: artrite, fenómeno de Raynaud, fadiga,
lesões cutâneas, esclerodactilia, síndrome sicca, défice de força muscular,
morbilidade obstétrica, serosite, entre outros.
Parte I
A
Lúpus Eritematoso
Sistémico
MD D P T GD
8
LES – CASO CLÍNICO 1
Mulher de 32 anos, recorre a consulta de Reumatologia por quadro com 6 meses de
evolução de fadiga, fenómeno de Raynaud, aumento do eflúvio capilar e poliartralgias de
ritmo inflamatório e carácter aditivo envolvendo os punhos, as metacarpofalângicas e os
joelhos, com rigidez matinal de 45 minutos. Sem outros antecedentes relevantes conhecidos.
Ao exame objetivo, apresenta eritema descamativo da região malar, bilateralmente,
poupando os sulcos nasolabiais, alopecia não-cicatricial e oligoartrite dos punhos e joelhos.
Qual das seguintes alterações é mais provável encontrar na avaliação desta doente?
LES – ESSENCIAIS
❖ Predomínio em mulheres de idade jovem
• Etnia: todas atingidas, mas 3-4x superior nos indivíduos de raça negra
11
LES – FISIOPATOLOGIA
(18% do risco)
Autoantigénios
⬆ IFN TNF IL17 BLyS +
⬇︎ IL-2, TGFB Autoanticorpos
Ativação do sistema
imunitário inato
Perda de
tolerância ao self
Alterações Mal Desregulação
hormonais compreendida imunitária e destruição de
tecidos
saudáveis
• F>>M
• Alterações atividade da doença na gravidez
• Terapia hormonal de substituição e
contracetivos orais aumentam risco
Microrganismos – EBV?
Triggers
ambientais
MÚSCULO-
CONSTITUCIONAIS CUTÂNEAS
ESQUELÉTICAS
NE UR O L Ó G IC
RENAIS VASCULARES
AS
GASTROINTESTINAIS OCULARES
14
LES – CASO CLÍNICO 2
Uma doente de 24 anos é diagnosticada com lúpus eritematoso sistémico. Qual dos
seguintes sistemas de órgão é mais provável que seja atingido durante o curso da
doença ao longo do tempo?
(A) Cardiopulmonar
(B) Cutâneo
(C) Hematológico
(D) Músculo-esquelético
(E) Renal
15
Músculo-esqueléticas 95%
Cutâneas 80%
Hematológicas 85%
Neurológicas 60%
Cardiopulmonar 60%
Renal 30-50%
Gastrointestinal 40%
Trombose (venosa/arterial) 15%
Ocular 15%
16
LES – COMO SE APRESENTA?
▪ Fadiga – mais comum, em >90-95% casos,
CONSTITUCIONAIS incapacitante e inexplicável
▪ Astenia
17
Miosite: muito menos frequente do que mialgias; fraqueza muscular + aumento CK,
geralmente fruste; confirmar com biópsia/RMN; DDx com miopatia corticoides e HCQ
18
LES – CO M O SE APRESENTA?
CUTÂNEAS
Agudas Crónicas
Subagudas
▪ Lúpus discoide
▪ Fotossensibilidade
→ Placas eritematosas,
▪ Rash malar em asa de ▪ Lúpus cutâneo
centro hipopigmentado,
borboleta, poupa sulco subagudo (LCSA)
com descamação e
nasogeniano, fixo ▪ Lesões fotossensíveis
cicatrização atrófica
▪ Pode acompanhar eritematosas descamativas
→ Face, couro cabeludo
flare da doença forma anular (por vezes
→ 20% dos LES, mas
• Aftas orais (ou nasais) tipo psoríase ou tinea)
apenas 5% doentes c/
indolores ▪ Anti-Ro (SSA) ++
lúpus discoide tem LES
• Alopecia (aumento
deflúvio capilar)
▪ Trombocitopenia (<100,000)
23
24
MO – microscopia óptica; IC, imunocomplexos; IF, imunofluorescência
I II
III IV
V VI
25
26
LES – COMO SE APRESENTA?
▪ Vasculares:
VASCULARES
▪ aumento risco CV (↑AITs, AVCs, EAM)
▪ maior se AAF+, outros fatores risco CV (idade, HTA, dislipidemia),
doença ativa
▪ Por trombose (anticoagulação/antiagregação), vasculite (IS) ou
embolização (placas ateroma [estatinas] ou endoc. Libman-Sacks)
▪ vasculite (cutânea, sistémica)
▪ fenómeno de Raynaud
▪ livedo reticularis
27
▪ Oculares:
▪ queratoconjuntivite sicca (S. Sjögren secundária)
▪ vasculite retiniana
▪ nevrite óptica
▪ episclerite
28
LES – CASO CLÍNICO 3
Doente de 39 anos recorre ao Médico de Família por gonalgia mecânica bilateral desde
há 1 ano. Sem outras queixas. O EO revela obesidade, valgismo dos joelhos bilateral,
sem outras alterações. Realiza avaliação laboratorial que revela anticorpos antinucleares
(ANA) título 1/160, anti-dsDNA 250UI/L (N<25), anti-Sm negativo, anti-SSA positivo, sem
consumo das frações do complemento ou outras alterações. Qual das seguintes
afirmações considera a mais correta?
29
Classificação
como LES:
≥ 4/11 critérios
D
31
Classificação
como LES:
Score ≥ 10 e
ANA ≥ 1/80
→ Hemograma
33
(A) Anti-Sm
(B) Fator reumatóide
(C) ANA
(D) Anti-dsDNA
(E) Anticoagulante lúpico
34
LES – QUE EXAMES PEDIR?
35
70 70
50
40
30
25
10
Rastreio Específico Muito Não-específico; S. Sicca Com SSA Lúpus induzido Trombose
(alto título) específico DMTC e outras LCSA ↓ nefrite fármacos Morbilidade
∆ atividade doença DDTC LES neonatal obstétrica
↓ nefrite 36
LES – QUE EXAMES PEDIR?
Alterações imunológicas
▪ Os anticorpos podem aparecer anos antes do primeiro sintoma clinico
▪ ANA (98%): muito sensível mas pouco específico; teste de rastreio (VPP para LES 11%),
questionar diagnóstico se ANA negativo (SSA+); 5% população saudável tem ANA 1/160
▪ Anti-dsDNA: marcador de atividade doença (nefrite e vasculite ++; tal como fatores
do complemento)
38
LES - PADRÕES DE EVOLUÇÃO
➢ Após o diagnóstico é necessário induzir remissão
➢ Curso mais frequente é de flutuação da atividade da doença, com flares e remissão
Padrões de doença
Atividade de doença
Atividade de doença
85%
A Tempo B Tempo
Atividade de doença
Raro
C Tempo
39
e do tratamento
40
LES – COMO TRATAR?
41
• Evicção solar
• Protetor solar (SPF 50+)
• Corticosteroides tópicos ou tacrolimus tópico (face)
• Antipalúdicos (hidroxicloroquina)
• Formas refratárias: ácido retinoico (hepatotoxicidade)
43
44
LES – CASO CLÍNICO 5
Uma mulher de 45 anos de ancestralidade africana com diagnóstico de LES apresenta-se no
Serviço de Urgência com sintomas de cefaleia e fadiga. As suas manifestações prévias de
LES consistiram em artralgias, anemia hemolítica, rash malar e úlceras orais, e sabe que tem
altos títulos de anti-dsDNA. Neste momento toma 5mg/dia de prednisolona e hidroxicloroquina
na dose de 200mg/dia. À observação tem TA 190/110mmhg com fc 98bpm. A análise sumária
da urina apresenta proteinúria de grau nefrótico. A ureia é de 88mg/dL e a creatinina de
2,6mg/dL (<0,8mg/dL). Nega doença renal prévia e não está a tomar AINEs. Qual é o próximo
passo para a terapêutica desta doente?
(A) Iniciar ciclofosfamida, 500 mg (IV), e planear a repetição quinzenal durante 3 meses.
(B) Iniciar hemodiálise.
(C) Iniciar alta dose de corticóides (metilprednisolona IV, 1000mg/dia por 3 dias, seguido de
prednisolona oral 1mg/kg/dia) e micofenolato mofetil, 3g/dia.
(D) Iniciar plasmaferese.
(E) Suspender toda a terapêutica até à realização de biópsia renal.
45
INDUÇÃO M ANUTENÇÃO
• Alvo: resposta renal completa ou parcial mau prognóstico (CF alta dose)
(redução progressão para DRC e morte) 46
LES – COMO TRATAR?
Terapêutica de Terapêutica de
Nefrite lúpica indução (6-12m) manutenção (2-3a)
Membranosa (classe V)
INDUÇÃO M ANUTENÇÃO
48
LES – GUIDELINES 2019
49
Fanouriakis A, et al. Annals of the Rheumatic Diseases 2019. doi:10.1136/ annrheumdis-2019-215089
50
Fanouriakis A, et al. Annals of the Rheumatic Diseases 2019. doi:10.1136/ annrheumdis-2019-215089
LES – GUIDELINES 2019
51
Fanouriakis A, et al. Annals of the Rheumatic Diseases 2019. doi:10.1136/ annrheumdis-2019-215089
52
Fanouriakis A, et al. Annals of the Rheumatic Diseases 2019. doi:10.1136/ annrheumdis-2019-215089
LES – SITUAÇÕES PARTICULARES
LES + SAAF secundária Crise trombótica microvascular
1. LES + Púrpura trombótica trombocitopénica ou
2. Trombose venosa/arterial e/ou síndrome hemolítica urémica:
morbilidade obstétrica + - Hemólise microangiopática
3. ≥2 determinações AAF+ (≥3m intervalo) - Trombocitopenia
- Trombose Microvascular
Anticoagulação oral (dicumarínicos) for life:
- Trombose venosa: INR alvo 2.0-2.5 (2-3) Alta mortalidade
- Trombose arterial: INR alvo 3.0-3.5 (3-4)
Ocorre mais frequentemente em jovens
CHECK HPIM 379 - SAAF com nefrite lúpica
LES – PREVENÇÃO
• Gripe + Antipneumocócica
• Não aumenta atividade doença (flares) mas eficácia
Vacinação pode ser menor (CS altas doses)
• Se imunossupressão (p.e., CF) evitar vacinas vivas
54
LES – PROGNÓSTICO
• Sobrevida (EUA, Europa) a 5 / 10 / 20 anos: 95% / 90% / 78%
• Mau prognóstico (sobrevida 50% a 10 anos) se ao diagnóstico
• Incapacidade é comum:
Creatinina ≥ 1.4mg/dL
• Fadiga
• Artrite / dor HTA
• Doença renal Proteinúria > 2.6g/24h)
• Controlo doença (raramente persistente) Anemia (Hb <12.6g/dL)
• 30-50% atingem baixa atividade doença Hipoalbuminemia
• <10% atingem remissão Hipocomplementemia
• Causas de morte: Anticorpos antifosfolipídicos
• 1ª década: infeções, DRC, atividade sistémica
Sexo masculino
• Longo-prazo: cardiovascular (tromboembólico)
Africanos / hispânicos
• Transplante renal:
Baixa classe socioeconómica
• Sobrevida doentes semelhante (85% a 2 anos)
55
• Sobrevida enxerto dados mistos (5% nefrite lúpica no enxerto)
LES E GRAVIDEZ
• LES não afeta fertilidade mas associado a ↑ morbilidade e mortalidade fetal (2-3x)
• AAF positivos
• Nefrite ativa
56
LES E GRAVIDEZ
• Terapêutica durante gravidez:
• PDN <10mg (baixa dose, menor tempo possível; PDN é inativada na placenta)
• HCQ (melhora consistentemente outcomes materno-fetais)
• AZT (2mg/kg)
• Contraindicados:
• MMF, MTX, CF → teratogénicos
• Rituximab → contraindicação relativa por depleção de células B no feto
• Tacrolimus → não contraindicado mas pouca evidência em LES (transpl. renal)
LES – GUIDELINES
A. Bloqueio AV
B. Doença arterial coronária
C. Cardiomiopatia dilatada
D. Hipertensão pulmonar com insuficiência do ventrículo direito
E. Endocardite de Libman-Sacks
59
LES NEONATAL
• Anti-SSA+
60
LES INDUZIDO POR FÁRMACOS
Síndrome com ANAs positivos associados a sintomas como:
• Febre
• Fadiga
• Artrite ou artralgias/mialgias intensas
• Serosite e/ou
• Rash
++ Caucasianos
62
LES – CASO CLÍNICO 7 (Prova piloto)
Uma rapariga de 19 anos de idade recorre à sua consulta por apresentar edemas articulares
associados ao aparecimento de rash malar e alopécia. Qual dos seguintes estudos analíticos
poderá mais provavelmente apoiar a confirmação de um diagnóstico?
63
Parte II
A
SÍNDROME DOS
ANTICORPOS
ANTIFOSFOLIPÍDICOS
MD D P T GD
64
SAAF – CASO CLÍNICO 1
Uma mulher de 35 anos recorre ao seu médico assistente por dor e edema da perna
direita com 36h de evolução. Antecedentes pessoais de dois abortos espontâneos (8
semanas), sem outros antecedentes relevantes. Ao EO, apresenta tumefação, dor e
rigidez articular das metacarpofalângicas e interfalângicas proximais das mãos. A
circunferência da região gemelar direita é superior à da região gemelar esquerda, com
sinal do cordão palpável na fossa poplítea direita. O estudo da coagulação revela TP
de 11s e aPTT de 57s. Qual dos seguintes exames solicitaria em primeiro lugar no
estudo desta doente?
PORQUE ACONTECE?
Existência de autoanticorpos patogénicos:
ANTICORPOS ANTI-FOSFOLIPÍDICOS
(contra proteínas plasmáticas que se ligam a fosfolípidos)
SAAF – EPIDEMIOLOGIA
• 1-5% da população apresenta AAF
• LES: 1/3 (33% com AAF+, mas apenas 5-10% com SAAF)
Infeções
Stress oxidativo
EVENTUAIS Ativação do endotélio
TRIGGERS Cirurgia
SAAF – FISIOPATOLOGIA
Eventuais fenómenos patogénicos
• Alteração conformacional da β2 glicoproteína I:
- complexo com antigénios microbianos
- dimerização após interação com recetores endoteliais (anexina 2/TRL4, apoER2’ e/ou PF4)
• Ac. Anti-β2GPI ativam complemento a nível placentário causando lesão fetal (modelo
animal)
MD
SAAF – CASO CLÍNICO 2
Jovem de 35 anos, do sexo feminino, apresenta-se no Serviço de Urgência por quadro
de inicio há 3 dias de dispneia súbita, toralcalgia pleurítica direita e lipotimia sem
sincope. Nega doenças conhecidas. Medicada com contraceptivo oral. Quando
questionada refere aborto espontâneo às 9 semanas por causa que não sabe precisar.
À observação apresentava-se normotensa, com FC 101bpm, TT 37,5º, taquipneia
discreta, sem cianose, com satO2 de 91% em ar ambiente. Restante exame objetivo
sem alterações de relevo. Qual a hipótese mais provável?
ARTERIAIS
Endocardite de Libmans-Sacks
Trombose de veia retiana Ulceras arteriais/gangrena digital
D
*Padrão vascular cutâneo reticulado/marmoreado, com coloração violácea,
por turgescência das vénulas, secundária a trombose dos capilares; lesões 72
vasculares semelhantes ocorrem no SNC e na necrose avascular óssea
SAAF – MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
TROMBOSE ARTERIAL
Diferentes manifestações consoante território afetado
Microangiopatia trombótica
Enxaqueca
glomerular → síndrome nefrítica
Declínio cognitivo • HTA
Défice neurológico focal • ↑ Creatinina
Epilepsia • Proteinúria
Coreia (raro) • Hematúria
Ataxia cerebelosa (raro)
Mielopatia transversa (raro) Fase Crónica – hiperplasia fibrosa da íntima, oclusão
fibrosa/fibrocelular das arteríolas e atrofia cortical
Trombocitopenia (30%)
D 74
SAAF – MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
• Abortos espontâneos (<10s)
MORBILIDADE OBSTÉTRICA • Mortes fetais (≥10s)
• Prematuridade
Aumento risco complicações materno-fetais • Eclampsia / pré-eclampsia
• Insuficiência placentar
• Restrição crescimento intrauterino
• (Mortalidade materna)
D 75
SAAF CATASTRÓFICA
Na presença de SAAF:
• Doença tromboembólica rapidamente progressiva
• Envolvimento simultâneo de 3 ou mais órgãos ou sistemas
• Elevada taxa de mortalidade
D 76
SAAF - CASO CLÍNICO 3
Sexo feminino, 28 anos, recorre à consulta de Medicina Materno-Fetal por história de aborto às
8 semanas de gestação. Negava gestações prévias. Apresentava história de tromboflebite
superficial aos 23 anos. Da revisão de sistema destacavam-se artralgias inflamatórias dos
punhos, sem noção de tumefação. Ao exame objetivo destacava-se a presença de livedo
reticularis. A avaliação laboratorial sumária revelou apenas trombocitopenia isolada
(113,000/µL). A pesquisa de anticoagulante lúpico foi positiva, sendo os anticorpos anti-
cardiolipina e anti-ß2glicoproteína I negativos. Qual a afirmação correta:
77
1 ou mais 1 ou mais
critérios clínicos critérios laboratoriais
• Anticoagulante lúpico +
• Duplo positivo (LA ± aCL ± aß2GPI)
• Triplo positivo (LA + aCL + aß2GPI)
• AAF título alto isolado persistente
• S. mieloproliferativas
Frequente haver testes falsos-positivos para Sífilis
(serologia para Treponema pallidum e VDRL positivos) • Aterosclerose
por reação cruzada com fosfolípidos do agente • Hipercolesterolemia
• Trombofilia (outra causa)
80
SAAF - CASO CLÍNICO 4
Sexo feminino, 33 anos, referenciada à consulta de Reumatologia por quadro de
trombocitopenia ligeira (>100,000/µL) e tripla positividade persistente para anticoagulante
lúpico, anti-cardiolipina e anti-ß2glicoproteína I. Sem história de eventos trombóticos ou
morbilidade obstétrica (G1P1). Exame objetivo sem alterações, peso 60Kg, altura 1,60m. O
estudo laboratorial confirmou a presença de tripla positividade para os anticorpos
antifosfolipídicos. Qual a atitude terapêutica a tomar:
81
V: INR 2,0-3,0
Evento trombótico
Varfarina for life* A: INR 3,0-4,0 ou
(venoso ou arterial) INR 2,0-3,0 + AAS
(HPMI: INR 2.5-3.5 ± AAS)
P T *Se CAPS ou trombose recorrente: Ig humana, HBPM; se trombocitopenia induzida por heparina,
ponderar fondaparinux 7.5mg/d ou rivaroxabano 10mg/d. RCT recente com rivaroxabano negativo 82
SAAF – GUIDELINES
SAAF – GUIDELINES
SAAF – GUIDELINES
Parte III
B
SÍNDROME DE SJÖGREN
MD D P T GD
88
SS – ESSENCIAIS
• Doença imunomediada crónica que se apresenta com queixas secas das superfícies
mucocutâneas, fadiga e dor músculo-esquelética
SS – OVERVIEW
Síndrome de Sjögren
Primária Secundária
Principais manifestações
Xeroftalmia Xerostomia
Ratio F:M 9:1
Dor Entre 4ª e 6ª década
Fadiga Prevalência 0.5-1%
músculo-esquelética
SS – OVERVIEW
Tumefação glândulas salivares major
(parotidites de repetição)
Manifestações extraglandulares
• 1/3 dos doentes com pSS
• Raros nos doentes com sSS
SS – CASO CLÍNICO 1
Mulher de 55 anos, com queixas de xerostomia e xeroftalmia com 10 anos de evolução.
No último ano inicia sintomas de fadiga e emagrecimento, e desde há 10 meses apresenta
artralgias de ritmo inflamatório dos punhos, metacarpofalângicas e interfalângicas
proximais das mãos, com sensação de tumefação. Ao exame objetivo destaca-se artrite
dos punhos, 2 articulações metacarpofalângicas e 1 interfalângica proximal, secura da
mucosa oral e hiperémia conjuntival. A avaliação laboratorial revelou aumento da
velocidade de sedimentação (55mm/1ªh) e positividade do fator reumatóide (86U/L),
anticorpos antinucleares (título 1/320) e anti-SSA. Qual o diagnóstico mais provável:
A. Síndrome de Sjögren
B. Artrite Reumatóide
C. Lúpus Eritematoso Sistémico
D. Polimiosite
E. Linfoma
SS – APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Principais sintomas relacionados com a hipofunção das glândulas lacrimais e salivares
Queratoconjuntivite seca
2/3 tumefação glandular
• Teste de Schirmer – fluxo lacrimal (≤5mm/5’)
Xerostomia (boca seca) • Break-up time (<10s)
• Exame por lâmpada de fenda com coloração
Dificuldade em engolir alimentos secos ou por Rosa de Bengala / Verde de Lissamina –
falar por longos períodos, aumento de cáries ulcerações na córnea/conjuntiva
dentárias, sensação de queimadura
SS – APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Outras manifestações clínicas frequentes
Dor
Fadiga
músculo-esquelética
SS – ALTERAÇÕES LABORATORIAIS
Envolvimento hematológico
Anti-SSA (+ frequente)
• Anemia (NN) Anti-SSB (nunca isolado)
• Leucopenia e linfopenia ANA ≥ 1/160
• Trombocitopenia Fator reumatoide
Anti-mitocondriais (CBP)
Envolvimento biológico Anti-tiroideus (Hashimoto)
• Aumento da VS (70%)
• Hipergamaglobulinemia de base alargada
• Aumento policlonal de IgG
• Gamapatia monoclonal
• Consumo complemento (atividade doença)
• Crioglobulinas
SS – EXAMES COMPLEMENTARES
Biópsia das glândulas salivares minor
• Gold-standard para a identificação de infiltração linfocítica glandular
• Sialadenite Linfocítica Focal: Formação de
agregados linfoides periductais (≥1 por 4mm2):
SS – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
• Múltiplas causas de síndrome sicca
• Essencial excluir:
• Infeções: HIV, Hepatite B e C
• Sarcoidose
• Amiloidose
• Fármacos: antidepressivos, anti-
histamínicos, diuréticos,
anticolinérgicos
• Diabetes mellitus
• Radiação prévia cabeça pescoço
100
SS – DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Diferenças entre SS, HIV e Sarcoidose
101
SS – CASO CLÍNICO 2
Uma doente de 59 anos, seguida em consulta de Reumatologia por síndrome de
Sjögren, com cerca de 6 anos de evolução, refere na consulta de seguimento
tumefação das parótidas nos últimos 3 meses. Nota posteriormente alguns
gânglios aumentados na região cervical posterior. Laboratorialmente apresenta
leucopenia e diminuição de C4. Qual a suspeita diagnóstica principal que deve ser
excluída?
(A) Amiloidose
(B) Pancreatite crónica
(C) Infeção HIV
(D) Linfoma
(E) Doença relacionada com IgG4
SS – LINFOMA
Fatores preditores de linfoma em doentes com pSS
• Tumefação persistente das parótidas
• Púrpura
• Leucopenia
• Crioglobulinemia
• Consumo de C4
• Centros germinativos na biópsia GS minor
103
SS – CASO CLÍNICO 3
Mulher de 56 anos, com queixas de xerostomia, xeroftalmia, fadiga, febrícula, perda de 10% do peso
corporal e adenopatias recorrentes com 1 ano de evolução. Apresenta antecedentes pessoais de
depressão, hipertensão arterial e urticária. Ao exame objetivo destacam-se adenopatias
supraclaviculares, múltiplas cáries e lesões cutâneas urticariformes.
Assinale a opção INCORRECTA:
104
SS – COMO SE DIAGNOSTICA?
Objetivação de hipofunção glandular
Manifestações clínicas
Sialometria
Síndrome sicca
Avaliação mucosa oral (EO)
Fadiga
Queratoconjuntivite sicca
Artralgias
Teste de Schirmer
(Cintigrafia das glândulas salivares)
Evidência de auto-imunidade
Anti-SSA e/ou Anti-SSB
ANA ≥ 1/320 e FR +
Biópsia GSM – sialadenite focal
SS – COMO SE DIAGNOSTICA?
• Diagnóstico é clínico mas doentes podem preencher critérios de classificação
• Mais usados: American-European Consensus Group 2002
106
SS – COMO SE DIAGNOSTICA?
• Diagnóstico é clínico mas doentes podem preencher critérios de classificação
• Mais recentes: EULAR / ACR 2016
pSS se score ≥ 4
+
≥1 critério inclusão
• ≥1 sintoma secura oral/ocular ou
• Suspeita de SS por ≥1 item
positivo no ESSDAI (índice de
atividade de doença)
Ø critérios exclusão
Shiboski CH, et al. Ann Rheum Dis 2017;76:9–16. doi:10.1136/annrheumdis-2016-210571 • Radioterapia cabeça/pescoço
• Hepatite C ativa
• SIDA
• Sarcoidose
• Amiloidose
• D. enxerto-vs-hospedeiro
• Doença relacionada IgG4
107
Parte IV
B
ESCLEROSE SISTÉMICA
MD D P T GD
108
ES – ESSENCIAIS
• Doença imunomediada crónica caracterizada por fibrose (cutânea e dos órgãos major
internos), inflamação (articular, pulmonar) e microangiopatia (periférica e pulmonar)
• Dois fenótipos com base na extensão espessamento cutâneo (± cotovelos), com implicações:
• ES difusa: fibrose pulmonar, disfunção cardíaca, crise renal, < sobrevida, anti-Scl70
• ES limitada: hipertensão arterial pulmonar, úlceras digitais, calcinose, telangiectasias,
anti-centrómero
ES – OVERVIEW
Esclerodermia
ES – OVERVIEW
Esclerose Sistémica
Face Tronco Face
Membros (distal e proximal) Distal a joelhos e cotovelos
Difusa Limitada
ES – OVERVIEW
Autoanticorpos e
associações clínicas
(ANA padrão
centrómero)
Raros, presentes em
pequena proporção
de doentes
ES – CASO CLÍNICO 1
Doente de 32 anos, sexo feminino. Recorre à consulta de Reumatologia por queixas de
fenómeno de Raynaud com 3 anos de evolução. Desde há 6 meses apresenta artralgias
das metacarpofalângicas com tumefação matinal difusa das mãos. Da revisão de
sistemas destaca-se azia ocasional. Sem antecedentes pessoais ou familiares
relevantes. Ao EO apresenta tumefação difusa das mãos, sem outras alterações. Qual
dos seguintes passos consideraria na avaliação diagnóstica?
115
ES – APRESENTAÇÃO INICIAL
Fenómeno de Raynaud
Frio, stress, vibração
Primário Secundário
Palidez Cianose Eritema
ANA+
Capilaroscopia +
dilatações, megacapilares
Diagnóstico precoce!
perda capilares++, áreas
megacapilares, hemorragias, avasculares, neoangiogénese
perda capilares
ES – EVOLUÇÃO DA DOENÇA
Progressão da doença
ES difusa
ES limitada
ES difusa/limitada
ES – CASO CLÍNICO 2
Uma mulher de 45 anos recorre ao médico com uma história de 3 meses de dispneia
para médios esforços e tosse não-produtiva. Refere ainda disfagia desde há 6 meses.
Apresenta antecedentes de HTA mal controlada. Da revisão de sistemas destaca-se
fenómeno de Raynaud e pirose com início há 1 ano. Ao EO a pele sobre as mãos,
braços e tronco é espessa e firme. Qual das seguintes alternativas é a causa mais
provável de suas queixas respiratórias?
120
ES – ENVOLVIMENTO ÓRGÃO
Pulmonar
ES – ENVOLVIMENTO ÓRGÃO
Pulmonar
ES – ENVOLVIMENTO ÓRGÃO
Renal
ES – CASO CLÍNICO 3
Mulher de 52 anos seguida em consulta de Reumatologia por esclerose sistémica
diagnosticada há 10 anos. Apresenta quadro clínico caracterizado por esclerodactilia,
fenómeno de Raynaud, úlceras digitais, telangiectasias e disfagia. Por queixas de
cansaço fácil realizou ecocardiograma que revelou PSAP de 45mmHg e PFR que
revelaram diminuição da DLCO (45% previsto) e CVF (80% previsto). Qual das
seguintes alterações laboratoriais seria mais expectável encontrar nesta doente?
a) Anticorpo anti-topoisomerase I
b) Anemia hemolítica
c) Anticorpo anti-centrómero
d) Aumento da VS
e) Anticorpo anti-RNA polimerase III
126
ES – ALTERAÇÕES LABORATORIAIS
• Anemia NN ou microcítica (ferropénica) – GAVE ou esofagite; macrocítica – défice folatos
ou B12 por malabsorção; hemolítica microangiopática – crise renal esclerodérmica
• Trombocitopenia ou leucopenia raras e associadas a efeitos iatrogénicos
• VS e PCR normais (se alterados pensar em miosite ou neoplasia)
Autoanticorpos
• ANA+ em praticamente todos os doentes
• Autoanticorpos são mutuamente exclusivos (não coexistem) e estão associados a padrão
de envolvimento cutâneo e de órgão e a prognóstico da doença
Difusa,
Crise renal
ES – CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO
Tal como restantes, para inclusão doentes em estudos.
O diagnóstico é clínico.
ES: score ≥ 9
Ausência de:
• Fenómeno de Raynaud
• Envolvimento visceral
• Autoanticorpos
Parte V
B
VASCULITES
(+ BEHÇET)
MD D P T GD
130
VASCULITES - OVERVIEW
• Grupo de doenças que se caracterizam por inflamação e dano dos vasos sanguíneos:
• Expressão clínica heterogénea consoante o território afetado, mas em geral são doenças
graves que podem provocar falência de órgão ou morte
• Doenças raras com incidência e prevalência variáveis consoante idade, sexo, região globo
131
VASCULITES - NOMENCLATURA
Conferência de Consenso de Chapel Hill 2012
132
VASCULITES - NOMENCLATURA
Large vessel vasculitis (LVV) Variable vessel vasculitis (VVV)
Takayasu arteritis Behcet’s disease
Giant cell arteritis Cogan’s syndrome
Single-organ vasculitis (SOV)
Medium vessel vasculitis (MVV)
Cutaneous leukocytoclastic angiitis
Polyarteritis nodosa Cutaneous arteritis
Kawasaki disease Primary central nervous system vasculitis
Isolated aortitis
Small vessel vasculitis (SVV) Others
ANCA–associated vasculitis Vasculitis associated with systemic disease
Microscopic polyangiitis Lupus vasculitis
Granulomatosis with polyangiitis Rheumatoid vasculitis
Eosinophilic granulomatosis with polyangiitis Sarcoid vasculitis
Others
Immune complex SVV
Anti-glomerular basement membrane disease Vasculitis associated with probable aetiology
HCV–associated cryoglobulinemic vasculitis
Cryoglobulinemic vasculitis
HBV–associated vasculitis
IgA vasculitis (Henoch-Schönlein) Syphilis-associated aortitis
Hypocomplementemic urticarial vasculitis Drug-associated immune complex vasculitis
Drug-associated ANCA-associated vasculitis
Cancer-associated vasculitis 133
Others
VASCULITES - NOMENCLATURA
Pequenos vasos
Médios vasos Grandes vasos
IC
AAV
IgAV
MPA PAN ACG
Crio
GPA
HUV TAK
EGPA Kawasaki
134
VASCULITES - FISIOPATOLOGIA
• Mecanismos imunopatogénicos em resposta a estímulos antigénicos MD
• Fatores envolvidos na expressão clínica:
• Predisposição genética
135
VASCULITES - FISIOPATOLOGIA
• Mecanismos imunitários: MD
• Deposição patogénica de imunocomplexos - IgAV, HBV (PAN), HCV (Crio), HUV, LES
136
VASCULITES - FISIOPATOLOGIA
MD
Mecanismos de proteção e reparação vascular
podem contribuir para lesão e isquemia
Migração e
Lesão Hiperplasia
proliferação
celular da íntima
celular
Trombose e
Meio Isquemia e
oclusão
procoagulante dano
vascular
139
Uma mulher de 53 anos de idade recorre à consulta uma semana após ter terminado o terceiro curso de
antibioterapia por quadro de congestão nasal persistente com secreções nasais purulentas e hemáticas.
Os sintomas começaram há três meses não respondendo a qualquer antibiótico. Nos últimos 6 meses a
doente refere aftas persistentes, dor nos seios perinasais, mialgias e artralgias. Durante o último mês
apresentou ainda tosse irritativa, hipersudorese nocturna e febre. Teve uma perda ponderal de 4,5 kg no
último ano. Tem 160 cm de altura e pesa 45 kg; IMC 18 kg/m2 . A mulher aparenta estar doente. Ao
exame físico apresenta escorrência nasal sero-hemática, úlceras na cavidade oral e crepitações
dispersas à auscultação pulmonar. Os resultados do estudo analítico são: hemoglobina 11,0 g/dL;
leucócitos 11.000/mm3; neutrófilos 70%; linfócitos 30%. O raio-X torácico mostra opacidades alveolares
dispersas. Qual dos seguintes anticorpos séricos mais provavelmente suportará a hipótese diagnóstica?
• Associadas a anti-MPO (pANCA) ou anti-PR3 (cANCA); nem todos os doentes são ANCA+
Granulomatose
Granulomatose
eosinofílica com Poliangeíte
com poliangeíte poliangeíte
(Wegener) microscópica
(Churg-Strauss)
143
144
VASCULITES DE PEQUENOS VASOS
Vasculite IgA (Púrpura de Henoch-Schönlein) Púrpura palpável
(100%; membros inferiores)
• Vasculite por imunocomplexos com deposição de IgA
Artralgias / Artrite
• Idade pediátrica (4-7a); pode ocorrer adultos; (grandes articulações)
145
146
VASCULITES – CASO CLÍNICO 2
Homem de 43 anos de idade, internado por quadro de febre não quantificada, perda de peso, mal-estar
geral, mialgias, dor abdominal, diarreia sanguinolenta e orquialgia. Ao exame objetivo o doente
apresentava-se com mau estado geral, emagrecido, TA 160/95mmHg, FC 95bpm, TT 36.8ºC, sem
alterações ao exame cardiopulmonar. Apresentava dor à palpação muscular difusa e à palpação
testicular e lesões compatíveis com púrpura palpável dos membros inferiores. A avaliação laboratorial
revelou por leucocitose 15,000/µL, com 85% neutrófilos, VS 100mm/1ª hora, ANA e ANCA negativos,
AgHBs positivo, anti-VIH, anti-VHC negativo. Qual dos seguintes exames complementares poderá ser
mais útil para determinar o diagnóstico deste doente?
a) Ecocardiograma transesofágico
b) TC toracoabdominopélvica
c) Arteriografia abdominal
d) Biópsia das artérias temporais
e) Ecografia renal
147
148
VASCULITES DE MÉDIOS VASOS
Doença de Kawasaki
Febre (≥ 5 dias)
• Idade pediátrica (<5a); Ásia (Japão), M>>F Rash polimórfico
• Fase aguda (14d), subaguda (2-4sem) e convalescença Injeção conjuntival
• Aneurimas / ectasias coronárias - complicação 25%
Alterações orofaringe
• DDx: infeções virais, escarlatina, AIJ sistémica, reações (eritema, descamação, língua
de hipersensibilidade a fármacos (Steven Johnson) em framboesa)
Descamação extremidades
(eritema, descamação, língua
em framboesa)
Linfadenopatias cervicais
149
a) Disseção aórtica
b) Coartação da aorta
c) Arterite de Células Gigantes
d) Doença de Kawasaki
e) Arterite de Takayasu
150
VASCULITES DE GRANDES VASOS
Arterite de células gigantes
≥ 50 anos (geralmente ≥70)
• Arterite granulomatosa da aorta e ramos carótida, Elevação da VS / PCR, anemia
temporais, vertebrais (células gigantes na biópsia)
Cefaleia de novo
• Anemia é frequente (também na PMR)
Dor ou ↓ pulso artéria temporal
• 10-20% PMR desenvolve ACG
Claudicação da mandíbula / língua
• Biópsia da A. Temporal: inflamação mononuclear
Amaurose (fugax), diplopia
transmural com células gigantes, proliferação da
íntima e fragmentação lâmina elástica interna Perda de peso, febre
• Ecodoppler arterial: sinal do halo (doença ativa) Polimialgia reumática (40-50%): dor
e rigidez cintura pélvica escapular
Envolvimento grandes vasos em
1/3 (claudicação membros, pulseless)
151
152
VASCULITES DE GRANDES VASOS
Arterite de Takayasu
153
a) Sífilis
b) Granulomatose com poliangeíte
c) Espondilite anquilosante
d) Doença de Behçet
e) Doença de Kawasaki
154
DOENÇA DE BEHÇET
Vasculite de vasos Úlceras Úlceras Envolvimento
de calibre variável: orais genitais ocular grave
155
DOENÇA DE BEHÇET
Aftose (100%) Pele (80%) Ocular (50%)
Oral (100%) e genital (< Pseudofoliculite Panuveíte bilat. (cegueira)
mas + específica) Eritema nodoso Uveíte posterior
Dolorosas Nódulos acneiformes Vasculite retiniana
Resolução 1-2 semanas Pioderma gangrenoso Nevrite ótica
Não cicatricial Vasculite
Sinal patergia – reatividade HLA B51
cutânea inespecífica a picada Leucocitose
↑ PCR / VS
DOENÇAS PERIARTICULARES
(TENDINOPATIAS E LIGAMENTOSAS)
Harrison’s Principles of Internal Medicine 20.ª ed
Cecil Essentials of Medicine 9.ª ed.
WWW.ACADEMIADAESPECIALIDADE.COM FACEBOOK.COM/ESPECIALIDADE
LEGENDA
SÍMBOLO COMPETÊNCIA SÍMBOLO SIGNIFICADO
MECANISMOS
MD de DOENÇA
INTEGRAÇÃO DE
CONHECIMENTO
D Estabelecer um
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
P Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
MUITO IMPORTANTE
T Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
CONHECIMENTO
Elaborar plano de ESSENCIAL
GD GESTÃO DO DOENTE
MENOS perguntável
SÍMBOLO SIGNIFICADO
REFERÊNCIA INCOERÊNCIA
CHECK
a outros capítulos
2
BIBLIOGRAFIA
HPIM 368:
Patologias Periarticulares das Extremidades
HPIM 363:
Abordagem a doenças articulares e musculoesqueléticas
CEM 84:
Patologias Não Articulares dos Tecidos Moles
BIBLIOGRAFIA EXTRA
4
ABREVIATURAS
DOENÇAS: OA – Osteoartrose
AEnt - Artrites Enteropáticas OP - Osteoporose
AIJ – Artrite Idiopática Juvenil SAAF – Síndrome de Anticorpos Antifosfolípidos
APs – Artrite Psoriática SS – Síndrome de Sjögren
AR – Artrite Reumatóide
ARe – Artrite Reativa ARTICULAÇÕES:
DCV – Doenças Cardiovasculares CMC - Carpometacárpicas
DiabM - Diabetes Mellitus IAP – Interapofisárias posteriores
DM - Dermatomiosite IFD – Interfalângicas Distais
DMTC – Doença Mista do Tecido Conjuntivo IFP – Interfalângicas Proximais
DRC – doença Renal Crónica IT – Intertarsais
DTC – Doença do Tecido Conjuntivo MCF – Metacarpofalângicas
DDCPC – Doença por deposição de cristais de MTF – Metatarsofalângicas
pirofosfato de cálcio TT - Tibiotársicas
DDCHC - Doença por deposição de cristais de
hidroxipatite de cálcio ANALISES E SEROLOGIAS:
DDCOC - Doença por deposição de cristais de oxalato AACL – Anticorpos anticardiolipina
de cálcio AAβ2GP1 – Anticorpos anti-β2 Glicoproteína 1
EspA – Espondiloartrites ACL – Anticoagulante lúpico
ESpAI – espondiloartrites Indiferenciadas Anti-CPP– Anticorpos Antipépticos Citrulinados
EA – Espondilite Anquilosante Cíclicos
FBM – Fibromialgia ANA – Anticorpos antinucleares
LES – Lupus Eritematoso Sistémico ANCA – anticorpos anticitoplasma de neutrófilos
PM - Polimiosite HLA – Antigénio leucocitário Humano
5
PMR – Polimialgia Reumática FR – Fator Reumatóide
ABREVIATURAS
FÁRMACOS ATIVIDADE DA DOENÇA
AINE – Anti-inflamatórios não esteróides AD – Articulações Dolorosas
DMARDs – Fármacos antirreumáticos modificadores de AT – Articulações Tumefactas
doença (Disease-Modifying Antirheumatic Drugs) DAS – Disease Activity Score
- csDMARDs – DMARDs Sintéticos Convencionais HAQ – Health Assessment Questionnaire
- tsDMARDs – DMARDs Sintéticos Dirigidos
- bDMARDs – DMARDs Biológicos
GC - Glicocorticóides
iTNFα – Inibidores do TNFα
IFX - Infliximab
LEF – Leflunomida
HCQ – Hidroxicloroquina
MTX – Metotrexato
SSZ – Sulfassalazina
6
SUMÁRIO
• Introdução
• Patologias Difusas
• Fibromialgia TEMA EXTRA PNA
• Difusas Regionais
INTRODUÇÃO
8
INTRODUÇÃO
A PATOLOGIA DOS TECIDOS MOLES (Nonarticular soft tissue disorders)
compreende o grupo de doenças que MAIS FREQUENTEMENTE ORIGINA
SINTOMATOLOGIA MUSCULOESQUELÉTICA
DIFUSA LOCALIZADA
PATOLOGIAS PERIARTICULARES
10
PATOLOGIAS PERIARTICULARES
DEFINIÇÃO
11
DEFINIÇÃO
As DOENÇAS PERIARTICULARES resultam de alterações estruturais
LOCALIZADAS que originam dor e/ou impotência funcional
Classificação (estrutura
Estruturas periarticulares Tipos
envolvida)
• TENDÕES • TENDINOPATIAS • Tendinite do
• BOLSAS SEROSAS • BURSITES Supraespinhoso
• ligamentos extra- • Patologia dos ligamentos • Bursite olecraniana
articulares • Patologia dos músculos • Rotura do LCA
• músculos • Neuropatias de • Sindrome do túnel
• fáscia compressão cárpico
• Nervos
MECANISMO DE DOENÇA
MD
14
ETIOLOGIA
A maioria deve-se a MICROTRAUMATISMOS DE REPETIÇÃO
associados a atividades repetitivas excessivas ou incomuns
relacionadas com atividade profissional ou atividades de lazer
FATORES ARTROPATIAS
FATORES LOCAIS INFECIOSA OUTROS
BIOMECÂNICOS INFLAMATÓRIAS
•Dismetria dos MIs – •Osteofitose da •GOTA – burs i te de •Bursite séptica de •Padrões de treino
burs ite trocantérica articulação acromio- bol sas serosas bol sas serosas, i na dequados
•Alterações da estática clavicular na tendinite s uperficiais gera lmente s uperficiais •Equipamento
dos pés – tenossinovi te da coi fa ds rotadores (ol ecraneana e pré- (ol ecraneana e pré- inapropriado (ex:
dos peroniais ou tibial e/ou bursite pa telar) pa telar) ca l çado)
pos terior s ubacromial •ESPONDILOARTRITES – •Hi pomobilidade e
Entes ites (por exemplo hi permobilidade
do ca l câneo) a rticular
•ARTRITE REUMATOIDE •Doenças Sistémicas
– Tenossinovites dos como a Diabetes
extensores e flexores
dos dedos
15
PATOLOGIAS PERIARTICULARES
ABORDAGEM DIAGNÓSTICA
D 16
HISTÓRIA CLÍNICA
Na maioria das situações o DIAGNÓSTICO é realizado com
base na HISTÓRIA E EXAME OBJETIVO
• Caracterizar a DOR E A LIMITAÇÃO FUNCIONAL PRINCIPAIS
SINTOMAS
• Sintomas associados
- LOCAIS (edema, rubor, atritos, crepitação sensação de bloqueio, instabilidade,
fraqueza muscular, parestesias)
- Sistémicos (por exemplo: febre, sintomas oculares ou cutâneos)
• Atividade Profissional
• Atividades de lazer
17
EXAME OBJETIVO
Na maioria das situações o DIAGNÓSTICO é realizado com
base na HISTÓRIA E EXAME OBJETIVO
1. Inspeção: assimetrias, deformidade, edema, atrofia muscular e alterações
cutâneas
2. Palpação
• Dor
• Edema
• Calor
• Crepitações
4. Testes especiais
• Estabilidade tendinosa ou ligamentar 18
• Movimentos contra resistência para avaliar envolvimento tendinoso
EXAME OBJETIVO
Primeiro objetivo é a DISTINÇÃO ENTRE PATOLOGIA
ARTICULAR E PATOLOGIA PERIARTICULAR
SINAL NO EXAME PATOLOGIA PATOLOGIA ARTICULAR
OBJETIVO PERIARTICULAR
Tumefação LOCAL (sobre as eminências ósseas; TODA A ARTICULAÇÃO de forma
não sobre margem articular) fusiforme e simétrica
CLINICA LOCALIZADA
• SINAIS INFLAMATÓRIOS LOCALIZADOS: Dor, Edema, Eritema e Calor (se estrutura superficial)
• DOR de RITMO MECÂNICO (diminui com o repouso e aumenta com a atividade)
• Dor e tumefação na PALPAÇÃO LOCAL
• LIMITAÇÃO na mobilização em MOVIMENTOS ESPECÍFICOS
Muitas vezes
• ATIVA – Tendinite e Bursite de Bolsas Superficiais
• Ativa e Passiva – Bursite de Bolsas Profundas coexistem
• Testes especiais
• Dor em MOVIMENTOS CONTRA RESISTÊNCIA
• Tendinopatia – dor no movimento cujo músculo envolvido tem alterações – exemplo:
Tendinose dos extensores do punho (Epicondilite) – extensão do punho
• Bursite – dor no movimento em que o tendão/músculo se relaciona com a bolsa
serosa inflamada – exemplo: Bursite subacromial em relação com tendão do
supraespinhoso – abdução do braço
BURSITE SÉTICA/MICROCRISTALINA
QUANDO SUSPEITAR EM BURSITE SÉTICA OU MICROCRISTALINA
CLÍNICA
Semelhante mas com apresentação mais súbita e clínica mais exuberante
• Sinais inflamatórios locais agudos e exuberantes
• Dor diminui com o repouso e aumenta com a atividade
• Dor na palpação local
• Limitação na mobilização Ativa e Passiva
22
ECOGRAFIA RMN Rx e TC
EXAME DE PRIMEIRA LINHA EXAME DE SEGUNDA LINHA
POUCO ÚTIL NA PATOLOGIA
PERIARTICULAR
Útil no DIAGNÓSTICO (também permite Útil na avaliação de estruturas
avaliar patologia articular – erosões e sinovite)
periarticulares e é o único que
permite avaliar edema ósseo
Permite TRATAMENTOS ECOGUIADOS
24
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 1
Mulher de 40 anos vem a uma consulta por dor no cotovelo direito que começou há 2 meses e
está progressivamente pior. A dor ocorre apenas com o movimento, referindo que perturba a
sua atividade profissional como secretária, tendo dificuldade em utilizar o computador e
escrever. Refere que a dor localiza-se na região externa do cotovelo. Nega parestesias ou
diminuição da força. Nega dores em outras articulações e outras queixas.
Ao exame físico do cotovelo não se identifica edema ou eritema e não existe limitação ou dor
na mobilidade ativa e passiva. A palpação é muito dolorosa na região externa do antebraço e a
dor intensifica-se com a extensão do punho contra resistência.
A. Epitrocleíte
B. Epicondilite
C. Neuropatia do Radial
D. Bursite Olecraniana
E. Artrite Reumatoide inicial
26
27
TENDINITE DA COIFA DOS ROTADORES
E BURSITE SUBACROMIAL
28
29
TENDINITE DA COIFA DOS ROTADORES
E BURSITE SUBACROMIAL
2. Traumatismos
3. Artropatias inflamatórias, microcristalinas ou infeciosas
30
Localização:
• Inferiormente: tendão dos músculos da coifa dos rotadores e cabeça umeral
• Superiormente: acrómio
31
TENDINITE DA COIFA DOS ROTADORES
E BURSITE SUBACROMIAL
CLÍNICA
• Dor na REGIÃO SÚPERO EXTERNA DO OMBRO E BRAÇO
• Agrava com movimentos ativos (sobretudo abdução) - Tendinopatia
• Agrava com movimentos ativos e passivos - Bursite
• Dor noturna (sobretudo se decúbito lateral para lado afetado)
• Dor em atividades com MSs acima da cabeça (sinal de conflito)
32
CLÍNICA
• Testes Especiais:
PATOLOGIA DO
SUPRAESPINHOSO
DOR na Abdução 60º e flexão de 30º, com 1º Abdução passiva até 90º - aguentar o braço ou
dedo para baixo, efetua-se abdução contra adução lenta – se não consegue a manobra é
resistência positiva 33
Abdução ativa – dor entre os 60-120º
TENDINITE DA COIFA DOS ROTADORES
E BURSITE SUBACROMIAL
CLÍNICA
• Testes Especiais:
2. CONFLITO SUBACROMIAL
TROCANTERITE
• Pensar em doentes com dor na anca
▪ PERIARTICULAR
✓ Trocanterite
✓ Bursite iliopsoas
✓ Bursite isquiática
• NEUROPATIA
✓ Meralgia Parestésica 35
TROCANTERITE
Engloba 2 entidades:
1. BURSITE TROCANTÉRICA
• Bolsa serosa profunda situada entre o
músculo médio glúteo e o grande trocânter
2. TENDINITE/ENTESITE DO TENDÃO DO
MÚSCULO MÉDIO GLÚTEO
• Inserção do tendão no grande trocânter
• Ação: abdução e rotação externa da coxa
TROCANTERITE
CLÍNICA
• Dor na REGIÃO EXTERNA DA COXA/ANCA (sobre grande trocânter)
• Pode irradiar até ao joelho
• Agrava em decúbito lateral para o lado afetado (noturna)
• Dor na palpação do grande trocânter
• Dor nas ações do músculo médio glúteo: ABDUÇÃO (com o doente em
decúbito lateral para lado contralateral) e ROTAÇÃO EXTERNA
• DOR EM MOVIMENTOS CONTRA RESISTÊNCIA
CLÍNICA
• Dor na REGIÃO EXTERNA DO COTOVELO (SOBRE O EPICÔNDILO)
• Pode irradiar para antebraço e dorso da mão
• Acontece a abrir portas e apertar a mão
• Tumefação, eritema e calor geralmente podem estar presentes
• Dor na palpação do epicôndilo (lateral)
• Dor na extensão e supinação do punho contra resistência
38
FASCEÍTE PLANTAR
• Inflamação da inserção da aponevrose plantar no calcâneo
Etiologia
• Microtraumatismos de repetição associado
a ortostatismo prolongado, corrida ou marcha
Fatores de risco:
• Alterações da estática dos pés (pé plano e pé cavo)
• Obesidade
• Calçado inapropriado (uso de chinelos),
• Correr em piso duro e ortostatismo prolongado
CLÍNICA
• Talalgia POSTERIOR na região do calcâneo
• Palpação dolorosa do tendão aquiliano
• Tumefação do tendão
40
PATOLOGIAS PERIARTICULARES
POR REGIÕES
41
PATOLOGIAS PERIARTICULARES
OMBRO
42
OMBRO
As PATOLOGIAS PERIARTICULARES são a causa mais comum de dor no
ombro (omalgia), nomeadamente:
44
45
TENDINITE DA COIFA DOS ROTADORES
E BURSITE SUBACROMIAL
REPETIDO
TENDINITE DA COIFA DOS ROTADORES: inflamação da bainha dos tendões
da coifa, sendo mais comum o tendão do músculo SUPRAESPINHOSO
(devido ao conflito subacromial)
Mecanismo: deve-se frequentemente ao CONFLITO SUBACROMIAL
• Etiologia:
• PROCESSOS DEGENERATIVOS DA ACROMIOCLAVICULAR OU ACRÓMIO
1. Microtraumatismos de repetição
Fatores de risco:
• Pessoas >40 anos
• Atividades desportivas (natação,
basebol)
• Uso excessivo (atividades que
façam flexão e elevação do MS)
2. Traumatismos
3. Artropatias inflamatórias, microcristalinas ou infeciosas
46
Localização:
• Inferiormente: tendão dos músculos da coifa dos rotadores e cabeça umeral
• Superiormente: acrómio
47
TENDINITE DA COIFA DOS ROTADORES
E BURSITE SUBACROMIAL
REPETIDO
CLÍNICA
• Dor na REGIÃO SÚPERO EXTERNA DO OMBRO E BRAÇO
• Agrava com movimentos ativos (sobretudo abdução) - Tendinopatia
• Agrava com movimentos ativos e passivos - Bursite
• Dor noturna (sobretudo se decúbito lateral para lado afetado)
• Dor em atividades com MSs acima da cabeça (sinal de conflito)
48
PATOLOGIA DO
SUPRAESPINHOSO
DOR na Abdução 60º e flexão de 30º, com 1º Abdução passiva até 90º - aguentar o braço ou
dedo para baixo, efetua-se abdução contra adução lenta – se não consegue a manobra é
resistência positiva 49
Abdução ativa – dor entre os 60-120º
TENDINITE DA COIFA DOS ROTADORES
E BURSITE SUBACROMIAL
REPETIDO
CLÍNICA
• Testes Especiais:
2. CONFLITO SUBACROMIAL
• Etiologia:
• Aguda – queda sobre o braço em
extensão ou elevar objeto pesado
• Crónica – Tendinopatias crónicas
• Clínica:
• Dor
• Diminuição da força muscular na abdução (supraespinhoso), rotação
externa (infraespinhoso) ou rotação interna (subescapular)
• Limitação apenas nos movimentos ativos
• ECD: confirmação através de Ecografia (1ª Linha); a RMN pode ser utilizada
em casos duvidosos; a artrografia também permite o diagnóstico
51
TENDINOPATIA BICIPITAL
Engloba 2 entidades:
• TENOSSINOVITE DA LONGA PORÇÃO DO BICÍPITE:
• Inflamação do tendão ao nível da goteira bicipital
Etiologia:
• Frequentemente associado a ATIVIDADES CRÓNICAS REPETITIVAS DOS BRAÇOS
• A rotura ocorre geralmente após uma tendinopatia crónica ou associada a esforços
intensos agudos
CLÍNICA (na tenossinovite tipicamente tem um carater crónico e na rotura surgem de forma aguda)
• Dor na REGIÃO ÂNTERO-INTERNA DO OMBRO (sobre goteira bicipital)
• Pode irradiar para a região anterior do braço (bicípite)
TENDINOPATIA BICIPITAL
CLÍNICA
• Testes Especiais que sugerem TENOSSINOVITE BICIPITAL
Flexão do braço contra resistência com antebraço em extensão Resistência à supinação com o cotovelo a 90º
53
TENDINOPATIA BICIPITAL
EXTRA
CLÍNICA
• Sinal que sugere ROTURA BICIPITAL (proximal)
SINAL DO POPEYE
54
TENDINITE CALCIFICANTE
ARTROPATIAS
MICROCRISTALINAS
• Epidemiologia e Etiologia:
• Mulheres a partir da meia idade (geralmente depois dos 40 anos) com
história de OA, Diabetes e DRC
• Clínica
• Assintomática com identificação de calcificação radiográfica
• Periartrite (tendinopatia e/ou bursite) Aguda ou Crónica
• Omalgia de inicio súbito ou crónica e insidiosa, intensa e
constante acompanhada com impotência funcional marcada
(diminuição da mobilidade articular +++ abdução)
55
TENDINITE CALCIFICANTE
ARTROPATIAS
MICROCRISTALINAS
CAPSULITE ADESIVA
• Também conhecida como “ombro congelado” ou capsulite retrátil
• Menos comum que as restantes
• Etiologia:
• Evolução de tendinopatias ou bursites (não tratadas)
• Doenças sistémicas (Doença Pulmonar Crónica, EAM, DM, AVC)
• Epidemiologia e fatores de risco: imobilização prolongada e mulheres > 50 anos
A. Radiculopatia Cervical
B. Osteoartrose da acromioclavicular
C. Tendinopatia Bicipital
D. Bursite Subacromial 58
E. Capsulite Adesiva
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 2
Doente de 45 anos, sexo masculino, escriturário e sem antecedentes pessoais relevantes,
recorre ao médico assistente por dor no ombro direito desde há 4 meses. A dor é mais intensa
à noite sobretudo quando se vira para o lado direito. Refere que não sente dor em repouso
mas refere dor intensa e dificuldade a vestir o casaco e “ir buscar objetos aos armários da
cozinha” (sic). Nega sensação de formigueiro nos braços ou mãos, dor no pescoço ou dorso e
diminuição da força dos braços. Nega outros sintomas. Nega história de traumatismo recente.
Refere que passa muitas horas a trabalhar no computador e costumava nadar três vezes por
semana, mas deixou de nadar devido à dor.
Ao exame objetivo os sinais vitais não tinham alterações. No exame físico do ombro não se
observam assimetrias à inspeção. A palpação é dolorosa a região abaixo do acrómio
comparado com o lado esquerdo. A abdução ativa do braço direito é dolorosa desde os 60º e
a abdução passiva era dolorosa mas a dor era menos intensa. O teste de Neer é positivo. A
restante avaliação do ombro não revelou alterações
Qual das seguintes é a hipótese de diagnóstico mais provável?
A. Radiculopatia Cervical
B. Osteoartrose da acromioclavicular
C. Tendinopatia Bicipital
D. Bursite Subacromial 59
E. Capsulite Adesiva
RESUMO
Fatores de risco Local da Palpação Limitação do Testes
dor dolorosa Movimento Específicos
BURSITE Conflito Súpero- Espaço Abdução ativa e Arco doloroso
SUBACROMIAL Subacromial externo do Subacromial passiva do MS Drop arm test
- > 40 anos ombro e Teste de Jobe
- Atividades braço Teste de Neer
repetitivas com (Deltóide)
flexão MS
TENDINOPATIA DA acima da Movimentos ativos
COIFA DOS cabeça (+ comum abdução
- Processos do MS)
ROTADORES
degenerativos
(MAIS COMUM do acrómio e
SUPRAESPINHOSO) art.
acromioclavicul
ar
60
PATOLOGIAS PERIARTICULARES
COTOVELO
61
COTOVELO
As PATOLOGIAS PERIARTICULARES no cotovelo são uma causa comum
de dor nesta região, nomeadamente:
• EPICONDILITE (LATERAL)
62
EPICONDILITE (LATERAL)
• Também conhecida como “COTOVELO DE TENISTA”
CLÍNICA
• Dor na REGIÃO EXTERNA DO COTOVELO (SOBRE O EPICÔNDILO)
• Pode irradiar para antebraço e dorso da mão
• Acontece a abrir portas e apertar a mão
• Tumefação, eritema e calor geralmente podem estar presentes
• Dor na palpação do epicôndilo (lateral)
• Dor na extensão e supinação do punho contra resistência
63
BURSITE OLECRANIANA
• Inflamação da bolsa serosa superficial retro-olecraniana
• Etiologia
• Microtraumatismos de repetição (a mais comum)
• DRC (uremia)
• Inflamatória (AR)
• Microcristalina (Gota)
Antecedentes pessoais de Gota e presença de tofos gotosos (região mais comum
é região extensora do antebraço) sugerem esta etiologia.
Os tofos gotosos podem comunicar com a bolsa e originar bursites de repetição
BURSITE OLECRANIANA
CLÍNICA
• Dor e edema na REGIÃO POSTERIOR DO COTOVELO
• Pode ser acompanhado por eritema e calor
• Menos evidentes se processo crónico
por microtraumatismos de repetição
• Dor na palpação
DIAGNÓSTICO
• O diagnóstico etiológico deve ser confirmado com a PUNÇÃO E ASPIRAÇÃO DA
BOLSA SINOVIAL COM ANÁLISE DO LÍQUIDO:
• Exame citoquímico
• Bacteriológico com coloração Gram e cultura
• Microscopia ótica com luz polarizada para identificar cristais de monourato
de sódio (em forma de agulha e com forte birrefringência negativa)
65
EPITROCLEÍTE (EPICONDILITE MEDIAL)
• Corresponde a uma TENOSSINOVITE de inserção
na epitróclea dos músculos FLEXORES do punho e
dos dedos da mão
• Conhecida como “COTOVELO DE GOLFISTA”
• Muito MAIS RARA QUE A EPICONDILITE
CLÍNICA
• Dor na REGIÃO INTERNA DO COTOVELO (sobre o epitróclea)
• Pode irradiar para antebraço
• Dor na palpação da epitróclea
• Dor na FLEXÃO E PRONAÇÃO do punho contra resistência
NEURITE ULNAR coexiste em 25-50%
• Dor na palpação do nervo ulnar no cotovelo
66
• Hiperestesia e parestesia na região cubital da mão
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 3
Homem de 75 anos recorre ao serviço de urgência por dor intensa e edema no cotovelo
esquerdo. Refere que o quadro começou há 3 dias e está progressivamente pior, com dor
constante e dificuldade em movimentar o cotovelo.
O doente tem história de hipertensão há mais de 10 anos medicado com enalapril, diabetes
mellitus há 5 anos medicado com metformina e Gota Tofácea há mais de 20 anos medicado
com alopurinol. Refere que teve vários episódios no passado de crises gotosas nos joelhos e
dedos dos pés e que há 5 dias sofreu um traumatismo no cotovelo esquerdo com laceração de
um nódulo gotoso.
Ao exame físico o doente encontra-se febril. Ao exame osteoarticular são identificados
múltiplos nódulos indolores na região dos cotovelos e dorso dos dedos. O cotovelo esquerdo
apresenta na região posterior um edema e eritema marcados, com dor à palpação. A
mobilização ativa e passiva intensifica a dor.
Qual das seguintes é a hipótese de diagnóstico mais provável?
A. Epitrocleíte
B. Epicondilite
C. Neuropatia do Radial
D. Bursite Olecraniana
E. Artrite do cotovelo 67
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 3
Homem de 75 anos recorre ao serviço de urgência por dor intensa e edema no cotovelo
esquerdo. Refere que o quadro começou há 3 dias e está progressivamente pior, com dor
constante e dificuldade em movimentar o cotovelo.
O doente tem história de hipertensão há mais de 10 anos medicado com enalapril, diabetes
mellitus há 5 anos medicado com metformina e Gota Tofácea há mais de 20 anos medicado
com alopurinol. Refere que teve vários episódios no passado de crises gotosas nos joelhos e
dedos dos pés e que há 5 dias sofreu um traumatismo no cotovelo esquerdo com laceração
de um nódulo gotoso.
Ao exame físico o doente encontra-se febril. Ao exame osteoarticular são identificados
múltiplos nódulos indolores na região dos cotovelos e dorso dos dedos. O cotovelo esquerdo
apresenta na região posterior um edema e eritema marcados, com dor à palpação. A
mobilização ativa e passiva intensifica a dor.
Qual das seguintes é a hipótese de diagnóstico mais provável?
A. Epitrocleíte
B. Epicondilite
C. Neuropatia do Radial
D. Bursite Olecraniana
E. Artrite do cotovelo 68
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 3
Homem de 75 anos recorre ao serviço de urgência por dor intensa e edema no cotovelo
esquerdo. Refere que o quadro começou há 3 dias e está progressivamente pior, com dor
constante e dificuldade em movimentar o cotovelo.
O doente tem história de hipertensão há mais de 10 anos medicado com enalapril, diabetes
mellitus há 5 anos medicado com metformina e Gota Tofácea há mais de 20 anos medicado
com alopurinol. Refere que teve vários episódios no passado de crises gotosas nos joelhos e
dedos dos pés e que há 5 dias sofreu um traumatismo no cotovelo esquerdo com laceração
de um nódulo gotoso.
Ao exame físico o doente encontra-se febril. Ao exame osteoarticular são identificados
múltiplos nódulos indolores na região dos cotovelos e dorso dos dedos. O cotovelo esquerdo
apresenta na região posterior um edema e eritema marcados, com dor à palpação. A
mobilização ativa e passiva intensifica a dor.
Qual das seguintes exames é necessário para confirmar o diagnóstico etiológico?
A. Radiografia
B. Ecografia
C. Aspiração de Bolsa Sinovial
D. Tomografia computorizada
E. Não é necessário nenhum exame 69
RESUMO
Fatores de Local da dor Palpação Limitação do Testes
risco dolorosa Movimento Específicos
EPICONDILITE A mais comum Região externa Epicôndilo Extensão e Dor na palpação
(LATERAL) Ténis do cotovelo (inserção dos supinação ativa do epicôndilo e
Computador extensores do extensão do
Domésticas punho) punho contra
resistência
70
PATOLOGIAS PERIARTICULARES
PUNHO E MÃO
71
PUNHO E MÃO
• As PATOLOGIAS PERIARTICULARES no punho e mão são uma causa
comum de dor e impotência funcional nesta região.
72
Etiologia:
- Mais comum: Microtraumatismos de repetição (atividades com uso repetitivo
das mãos: dentistas, uso de martelo pneumático)
- Gravidez
- Edema
- Osteoartrose
- Artrite (ex AR)
- Distúrbios infiltrativos (p. ex., amiloidose)
- Outros: DM, DRC, Dçs da Tiróide
73
SÍNDROME DO TÚNEL CÁRPICO
CAP 121 CEM
DOENÇAS NEUROMUSCULARES
CLÍNICA
• DOR EM QUEIMADURA E PARESTESIAS (formigueiro) na região
PALMAR, NO 1º, 2º E 3º E METADE RADIAL DO 4º DEDOS
• Agravamento noturno e alivio com movimento (“abanar a mão”)
CLINICA:
• Dor na REGIÃO RADIAL DO PUNHO (na apófise estiloideia do rádio)
• Sobretudo ao pegar objetos com 1º dedo
• Aumenta com extensão a abdução do 1º dedo
• Palpação dolorosa e edema
• MANOBRA DE FINKELSTEIN POSITIVA
- coloca o polegar no meio dos outros dedos com a mão
fechada e é feito desvio cubital forçado do punho -> origina
dor ao longo do bordo radial do antebraço e mão
76
“DEDO EM GATILHO”
• Tenossinovite estenosante dos flexores profundos dos dedos (estenose da 1ª
polia ao nível da MCF)
Etiologia:
• Microtraumatismos de repetição
• AR
• Diabetes
• Outros: Gota, Amiloidose
CLÍNICA
• BLOQUEIO NA EXTENSÃO DO DEDO – “dedo em gatilho” (deformidade
em flexão)
• Bloqueio na passagem pela articulação MCF
• Bloqueio cede com um ressalto quando se
faz extensão forçada do dedo
• Nódulo palpável e doloroso no tendão flexor
ao nível da face palmar da MCF (móvel com a
extensão/flexão do dedo) 77
TENOSSINOVITE DA BAINHA
COMUM DOS EXTENSORES
Etiologia:
• Microtraumatismos de repetição
• Doenças Reumáticas como AR, APs e Gota
• Infeções (Gonocócica)
CLÍNICA
• Edema difuso do dorso do punho e mão
com sinais inflamatórios
• Dor induzida durante a flexão dos dedos
distalmente às articulações MCF (provoca
distensão das bainhas dos tendões extensores)
78
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 4
Mulher de 55 anos, doméstica e sem antecedentes pessoais relevantes, descreve dor no
punho direito desde há 1 mês, localizando a dor na região radial do punho e antebraço.
Refere que é o primeiro episódio e que a dor agrava quando utiliza as mãos para trabalhar e
alívia com o repouso. Nega formigueiro, parestesias ou diminuição da força. Nega dor noutras
articulações, nomeadamente das mãos. Nega trauma recente.
Ao exame físico osteoarticular das mãos não existem alterações na inspeção, nomeadamente
edema articular. À palpação verificou-se dor nos tendões ao nível da apófise estiloideia do
rádio. A mobilidade ativa e passiva do punho e dedos está normal mas a dor intensifica-se
com a abdução e extensão do 1º dedo contra resistência. Não se identifica edema articular
nas articulações da mão e os sinais de Tinel e Phalen são negativos. A manobra de Finkelstein
intensifica a dor.
PATOLOGIAS PERIARTICULARES
ANCA
83
ANCA
• A causa mais comum de dor na anca são as radiculopatias Lombares
e as patologias periarticulares, nomeadamente a TROCANTERITE
• ARTICULAR
• Coxofemoral
• Sacroilíaca
• PERIARTICULAR
• Trocanterite
• Bursite iliopsoas
• Bursite isquiática
• Tendinite dos Adutores
• NEUROPATIA
• Meralgia Parestésica 84
TROCANTERITE
Engloba 2 entidades:
1. BURSITE TROCANTÉRICA
• Bolsa serosa profunda situada entre o
músculo médio glúteo e o grande trocânter
2. TENDINITE/ENTESITE DO TENDÃO DO
MÚSCULO MÉDIO GLÚTEO
• Inserção do tendão no grande trocânter
• Ação: abdução e rotação externa da coxa
BURSITE ILIOPSOAS
• Inflamação da bolsa serosa profunda situada entre o MÚSCULO PSOAS
ILÍACO E A ARTICULAÇÃO COXOFEMORAL
Etiologia
• Associado a PATOLOGIA DA COXOFEMORAL
(OA, AR, EspA Artrite sética) – 15% dos casos
comunica com sinovial da coxofemoral
CLÍNICA
• DOR NA VIRILHA (região inguinal) e região antero-superior da coxa
• Palpação dolorosa
• Dor aumenta com EXTENSÃO ATIVA DA COXA SOBRE A BACIA e diminui
com a flexão e rotação externa
Etiologia
• Longos períodos SENTADOS
CLÍNICA
• Dor na REGIÃO GLÚTEA que irradia para
face posterior da coxa
• Dor ao SENTAR (pressão sobre tuberosidade)
• Palpação dolorosa do sulco infra-glúteo
(tuberosidade isquiática)
• Dor aumenta com flexão da perna sobre a
coxa contra resistência (bolsa serosa junto
à inserção dos músculos “posteriores” da coxa
responsáveis pela flexão da perna sobre a coxa)
88
Etiologia:
• Comum na prática desportiva
CLÍNICA
• Dor na REGIÃO INGUINAL E FACE
INTERNA DA COXA
• Palpação dolorosa na inserção dos músculo
adutores na sínfise púbica
• Dor aumenta com adução da coxa contra
resistência
89
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 5
Mulher de 55 anos, cozinheira vem a uma consulta por uma dor na anca direita que a
incomoda desde há 3 meses. Refere que a dor nas últimas duas semanas está pior e perturba
o sono, acordando várias vezes por noite quando se vira para o lado direito. Passa várias horas
por dia de pé a trabalhar e diz que no final do dia tem algumas dores na anca. Localiza a dor na
face súpero externa da coxa e não refere irradiação. Nega outras queixas e história de
traumatismo. Há 1 mês foi ao hospital e fizeram uma radiografia da coluna lombar que apenas
revela discretos sinais de osteoartrose.
Ao exame físico os sinais vitais são normais, peso 80 kg e altura 1,56 metros. Não se verifica
alterações na coluna na inspeção, palpação ou mobilização. A inspeção e mobilidade das ancas
está normal. A palpação da região súpero externa da anca direita desperta dor intensa que é
agravada pela abdução da coxa contra resistência. A manobra de laségue é negativa.
A. Grande Trocanterite
B. Bursite Isquiática
C. Ciatalgia
D. Bursite Iliopsoas
E. Coxartrose 90
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 5
Mulher de 55 anos, cozinheira vem a uma consulta por uma dor na anca direita que a
incomoda desde há 3 meses. Refere que a dor nas últimas duas semanas está pior e perturba
o sono, acordando várias vezes por noite quando se vira para o lado direito. Passa várias
horas por dia de pé a trabalhar e diz que no final do dia tem algumas dores na anca. Localiza a
dor na face súpero externa da coxa e não refere irradiação. Nega outras queixas e história de
traumatismo. Há 1 mês foi ao hospital e fizeram uma radiografia da coluna lombar que apenas
revela discretos sinais de osteoartrose.
Ao exame físico os sinais vitais são normais, peso 80 kg e altura 1,56 metros. Não se verifica
alterações na coluna na inspeção, palpação ou mobilização. A inspeção e mobilidade das ancas
está normal. A palpação da região súpero externa da anca direita desperta dor intensa que é
agravada pela abdução da coxa contra resistência. A manobra de laségue é negativa.
A. Grande Trocanterite
B. Bursite Isquiática
C. Ciatalgia
D. Bursite Iliopsoas
E. Coxartrose 91
RESUMO
Fatores de Local da dor Palpação Limitação do Testes
risco dolorosa Movimento Específicos
GRANDE Mulheres >50 Região súpero Grande Trocânter Pode acontecer na Dor na abdução e
anos externa da anca ativa rotação externa do
TROCANTERITE Excesso de Peso MI contra
(BURSITE Dismetria Mis resistência
TROCANTÉRICA Corrida
E/OU TENDINITE
DO MÉDIO
GLÚTEO)
BURSITE Patologia da Região inguinal e Bolsa serosa Extensão ativa
Coxofemoral antero-superior da profunda na região
ILIOPSOAS coxa (DDx para sor inguinal Alívia com flexão e
da coxofemoral) rotação externa
BURSITE Posição sentada Região glútea e Tuberosidade Pode acontecer Flexão da perna
prolongada face posterior da isquiática sobre a coxa contra
ISQUIÁTICA coxa resistência
TENDINITE Desporto Região inguinal e Sínfise púbica na Pode acontecer Adução da coxa
antero-interna da inserção contra resistência
DOS
coxa tendinosa
ADUTORES
92
PATOLOGIAS PERIARTICULARES
JOELHO
93
JOELHO
• A dor no joelho (gonalgia) resulta FREQUENTEMENTE DE PATOLOGIA
PERIARTICULAR
BURSITE ANSERINA
• Inflamação da bolsa serosa superficial localizada ao NÍVEL DA PATA DE
GANSO (inserção do tendão comum dos músculos reto interno,
semitendinoso e costureiro)
Etiologia
• Mais comum: Microtraumatismos de repetição
associado ao uso excessivo (correr e subir
escadas); Osteoartrose; Obesidade
• Doenças reumáticas inflamatórias (AR e Gota)
CLÍNICA
• Dor na REGIÃO INTERNA E ANTERIOR DO JOELHO
• Dor aumenta ao subir escadas
• Aumenta com a palpação na extremidade súpero-interna da tíbia abaixo
da entrelinha do joelho e flexão do joelho contra resistência 95
BURSITE PRÉ-PATELAR
• Inflamação da bolsa serosa superficial localizada entre a pele e a rótula
Etiologia
• Mais comum: Microtraumatismos de repetição
associado à POSIÇÃO DE JOELHOS
• Gota e Bursite Sética
CLÍNICA
• Dor na REGIÃO ANTERIOR DO JOELHO
• Edema e sinais inflamatórios locais
• Palpação dolorosa
96
TENDINITE ROTULIANA
• Inflamação do TENDÃO ROTULIANO localizado entre o polo inferior da rótula
e a tuberosidade tibial anterior, sobretudo ao nível da inserção rotuliana
Etiologia
• Microtraumatismos de repetição associado
a movimentos de EXTENSÃO do joelho,
nomeadamente no MOVIMENTO DE SALTAR
(desportos como basquetebol) – designada
“Joelho do saltador”
CLÍNICA
• Dor na REGIÃO ANTERIOR DO JOELHO
ABAIXO DA RÓTULA
• Palpação dolorosa do polo inferior da rótula
• Aumenta com EXTENSÃO DO JOELHO
97
QUISTO DE BAKER
• Quisto sinovial localizado na FOSSA POPLITEIA (REGIÃO POSTERIOR DO
JOELHO) por degenerescência da cápsula articular do joelho
Etiologia
• Comum na AR
• Outros: OA, patologia meniscal ou
ligamentos cruzados
CLÍNICA
• Dor na REGIÃO POPLITEIA
• Edema localizado com palpação dolorosa
Fatores de risco
• Associado a corredores (movimento de flexão e
extensão do joelho repetidos)
• Mais comum se joelhos em varo e pé plano valgo
• Dismetria dos MIs
CLÍNICA
• Dor de ritmo mecânico (após correr/ marcha) na
REGIÃO EXTERNA DO JOELHO AO NÍVEL DO
CÔNDILO FEMORAL EXTERNO que pode irradiar
para a coxa
99
EXTRA: LIGAMENTOS E MENISCOS
PATOLOGIA MENISCAL
Etiologia
- Trauma
- Atividades desportivas
- Artrite Crónica
CLÍNICA
- Instabilidade do joelho com sensação de bloqueio ou instabilidade
- Dor crónica e intermitente
- Palpação dolorosa da entrelinha articular com joelho em flexão
Manobras:
TESTE DE MCMURRAY
TESTE DE APLEY Em decúbito dorsal, com o joelho e coxofemoral em flexão de
Em decúbito ventral, com o 90º, aplica-se movimento de rotação da perna, acompanhado
joelho a 90º de flexão, de extensão do joelho
aplicando-se pressão no pé e
rotação interna ou rotação
externa - desperta dor no
caso de lesão meniscal DOR NO MENISCO NO
DOR NO MENISCO NO SENTIDO OPOSTO À
SENTIDO DA ROTAÇÃO ROTAÇÃO
100
CLÍNICA
- Dor Aguda e edema
- Liquido Sinovial Hemático
Manobras:
- Teste da Gaveta Anterior (LCA)
- Teste da Gaveta Posterior (LCP)
MOVIMENTO ANTERIOR – Lesão LCA
MOVIMENTO POSTERIOR – Lesão LCP
CLÍNICA
- Dor Aguda no lado externo ou interno do joelho e edema
Manobras:
Teste de Stress em Varo (LC Externo) Teste de Stress em Valgo (LC Interno)
Em decúbito dorsal, o joelho deve estar em flexão a 30º - colocar Em decúbito dorsal, o joelho deve estar em flexão a 30º -
a mão na região interna do joelho e a outra mão na região colocar a mão na região externa do joelho e a outra mão na
externa da perna – realizar desvio externo do joelho região interna da perna – realizar desvio interno do joelho 102
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 6
Mulher de 73 anos, reformada e que se queixa de dores no joelhos desde há vários anos
devido à osteoartrose. Há 3 semanas começou com mais dores no joelho direito, na região
mais interna, que perturba o sono. Refere que consegue fazer as atividades em casa
normalmente e nenhum movimento agrava a dor, exceto ao subir escadas. Não tem história de
traumatismo e apenas refere dores nos dedos das mãos desde há muito tempo, geralmente
quando usa as mãos. Não tem outras queixas.
Ao exame físico os sinais vitais são normais e a doente é obesa. Ao exame físico osteoarticular
destaca-se nódulos duros em várias articulações IFP e IFD dos dedos. Ao nível dos joelhos não
se identifica alterações na inspeção e a mobilidade articular está mantida. Na palpação não se
identifica edema e existe dor intensa na palpação da região ântero-interna do joelho abaixo da
entrelinha articular.
A. Artrite do Joelho
B. Meniscopatia Interna
C. Bursite Pré-patelar
D. Tendinopatia Rotuliana
E. Bursite Anserina 103
SISTEMATIZAR
CASO CLÍNICO 6
Mulher de 73 anos, reformada e que se queixa de dores no joelhos desde há vários anos
devido à osteoartrose. Há 3 semanas começou com mais dores no joelho direito, na região
mais interna, que perturba o sono. Refere que consegue fazer as atividades em casa
normalmente e nenhum movimento agrava a dor, exceto ao subir escadas. Não tem história
de traumatismo e apenas refere dores nos dedos das mãos desde há muito tempo, geralmente
quando usa as mãos. Não tem outras queixas.
Ao exame físico os sinais vitais são normais e a doente é obesa. Ao exame físico osteoarticular
destaca-se nódulos duros em várias articulações IFP e IFD dos dedos. Ao nível dos joelhos não
se identifica alterações na inspeção e a mobilidade articular está mantida. Na palpação não se
identifica edema e existe dor intensa na palpação da região ântero-interna do joelho abaixo
da entrelinha articular.
A. Artrite do Joelho
B. Meniscopatia Interna
C. Bursite Pré-patelar
D. Tendinopatia Rotuliana
E. Bursite Anserina 104
RESUMO
Fatores de Local da dor Palpação Limitação do Testes
risco dolorosa Movimento Específicos
BURSITE Comum Região antero Bolsa anserina Não Flexão do joelho
Corrida internado joelho contra resistência
ANSERINA OA abaixo da
Obesidade entrellinha articular
AR
TORNOZELO E PÉ
106
TORNOZELO E PÉ
• A dor nesta região resulta de patologia óssea, articular e periarticular.
Muitas vezes as queixas associam-se a ALTERAÇÕES DA ESTÁTICA DO
Pé e, estas condicionam, frequentemente, PATOLOGIA
PERIARTICULAR.
107
FASCEÍTE PLANTAR
• Inflamação da inserção da aponevrose plantar no calcâneo
Etiologia
• Microtraumatismos de repetição associado
a ortostatismo prolongado, corrida ou marcha
Fatores de risco:
• Alterações da estática dos pés (pé plano e pé cavum)
• Obesidade
• Calçado inapropriado (uso de chinelos),
• Correr em piso duro e ortostatismo prolongado
TENDINITE AQUILIANA
• Inflamação do TENDÃO AQUILIANO, geralmente ao nível da sua inserção na
região posterior do calcâneo (entesite aquiliana)
• Pode coexistir com Bursite Retrocalcaneana e Pré-calcaneana
CLÍNICA
• Talalgia POSTERIOR na região do calcâneo
• Palpação dolorosa do tendão aquiliano
• Tumefação do tendão
109
BURSITES CALCANEANAS
• BURSITE RETROCALCANEANA: inflamação da
bolsa serosa profunda localizada entre o
calcâneo e o tendão de Aquiles
Etiologia: geralmente associada a hipertrofia óssea
do ângulo póstero-superior do calcâneo
(malformação óssea de Haglund)
ECD NA TALALGIA
EXAMES DE IMAGEM: devem ser solicitados quando existe dúvida no
diagnóstico
CLÍNICA:
• Dor localizada e tumefação
• Dor exacerbada com a palpação do trajeto tendinoso
112
CLÍNICA
• Dor na região INTERNA do tornozelo,
posteriormente ao maléolo interno
• Palpação dolorosa
• Pode evoluir para um pé plano
valgo adquirido
CLÍNICA
• Dor na região EXTERNA do tornozelo,
posteriormente ao maléolo externo
• Palpação dolorosa
• Limitação na eversão do pé
• Pode evoluir para pé e calcâneo varo
114
RESUMO
Fatores de Local da Palpação Limitação do Testes
risco dor dolorosa Movimento Específicos
FASCEÍTE PLANTAR Comum Talalgia Região inferior - -
Ortostatismo/mar Inferior do calcâneo
cha/corrida
Obesidade
Alt estática dos
TENDINITE pés Talalgia Região -
Calçado Posterior posterior do
AQUILIANA +/- Edema calcâneo
inapropriado
Espondiloartrites
INTRODUÇÃO
• As Patologias Difusas englobam doenças ou síndromes em que não existem
alterações estruturais
DIFUSA
• Generalizada
• Fibromialgia
• Regional
• Síndromas Dolorosas Regionais
• Síndroma de Dor Miofascial
• Cervicalgia e Lombalgia
117
PATOLOGIAS DIFUSAS
DOS TECIDOS MOLES
FIBROMIALGIA
NÃO FAZ PARTE DO TEMA DA AULA MAS SERÁ ABORDADO DE FORMA SUCINTA
118
FIBROMIALGIA
DEFINIÇÃO
Segundo a American College of Rheumatology (ACR):
• Em 1990 - Síndrome de Dor Generalizada Crónica com pontos dolorosos à
pressão característicos e, geralmente, acompanhado por distúrbios do
sono, fadiga, cefaleia, síndrome do intestino irritável e alterações do
humor
• Em 2010 – Critérios apenas englobam sintomas; foi retirado os pontos
dolorosos à pressão
GENERALIDADES
• Constitui um diagnóstico de exclusão
• Epidemiologia:
• Mulheres entre 20-55 anos – causa mais comum de dor generalizada
neste grupo
119
FIBROMIALGIA
FISIOPATOLOGIA
MD Mecanismo ainda desconhecido mas a teoria melhor aceite resulta de uma
desregulação das vias nociceptivas com uma potenciação das vias centrais de
sensibilidade da dor, resultando em hiperalgesia e alodinia. Não existe um
processo inflamatório específico.
• Sobreposição com síndromes funcionais de dor central: enxaqueca, síndrome
do colon irritável, dor pélvica crónica, cistite intersticial
• Comum alterações do padrão de sono
• Associado a distúrbios psicológicos, nomeadamente depressão e perturbação
de pânico
• Historia familiar também é um fator de risco
• Associado a eventos desencadeantes na maioria das vezes
• 1/3 – evento traumático: lesão musculoesquelética ou eventos
traumáticos sociais e psicológicos (morte de familiares, abuso sexual,
hospitalização prolongada)
• 1/3 – pródromo viral (10% dos indivíduos com Doença de Lyme, EBV,
Parvovirus e Febre Q desenvolvem dor generalizada)
• 1/3 – sem evento desencadeante
120
FIBROMIALGIA
CLÍNICA: Sintomatologia insidiosa e crónica
• Mais comum:
1. DOR MUSCULOESQUELÉTICA (sobretudo mialgias) DIFUSA E
GENERALIZADA (mal localizada mas de predomínio periférica)
2. FADIGA
3. SONO NÃO REPARADOR
121
FIBROMIALGIA
CLÍNICA: Sintomatologia insidiosa e crónica
• Outras queixas:
• Queixas secas (xerostomia e xeroftalmia)
• Queixas vestibulares (tonturas, vertigens e zumbido)
• Cistite Intersticial (espasmos vesicais e disúria)
• Dismotilidade esofágica
• Toracalgia inespecifica
122
FIBROMIALGIA
CLÍNICA: Exame Objetivo
123
FIBROMIALGIA
CLÍNICA: Exame Objetivo
Pontos dolorosos à palpação - 18 pontos selecionados
124
FIBROMIALGIA
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
• NORMAIS
125
FIBROMIALGIA
EXAMES COMPLEMENTARES DE DIAGNÓSTICO
• NORMAIS
O que solicitar?
• Hemograma completo
• VS e PCR (elevados na PMR e artrites)
• Ionograma completo com cálcio e fósforo
• Função hepatica
• Função renal
• Serologias do HIV, HBV e HCV
• TSH (exclusão de hipotiroidismo)
• CK (elevado na PM e doenças neuromusculares)
FIBROMIALGIA
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO D
• Critérios da ACR de 2010
• Não são necessários ECD
• Não é necessário a pesquisa de pontos dolorosos à pressão
127
FIBROMIALGIA
CRITÉRIOS DE DIAGNÓSTICO
128
PATOLOGIAS DIFUSAS
DOS TECIDOS MOLES
DIFUSAS REGIONAIS
129
DIFUSAS REGIONAIS
SÍNDROMES DOLOROSOS REGIONAIS COMPLEXOS
Englobam um conjunto de patologias com as seguintes características:
• Evento nocivo inicial ou imobilização ou lesão neurológica
• Dor contínua, alodínia ou hiperalgesia que é desproporcional ao evento
inicial ou não circunscrita ao território neurológico
• Edema, alterações vasomotoras e sudorese na zona álgica
• Diagnóstico de exclusão
• Clínica:
• Dor muscular em “pontos gatilho” acentuada com a palpação
• Distribuição dolorosa não anatómica
• Hiperalgesia
• Acompanhado por fenómenos motores, sensitivos e autonómicos 130
BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
1. Reumatologia Fundamental. Edições Lidel (2013)
João Eurico Fonseca, Helena Canhão, Mário Viana Queiroz.
131
MEDICINA VERSÃO
REUMÁTICA EXTENSA
DOENÇAS PERIARTICULARES
(TENDINOPATIAS E LIGAMENTOSAS)
Harrison’s Principles of Internal Medicine 20.ª ed
Cecil Essentials of Medicine 9.ª ed.
WWW.ACADEMIADAESPECIALIDADE.COM FACEBOOK.COM/ESPECIALIDADE
Febre Familiar do Mediterrâneo e
outras doenças hereditárias
autoinflamatórias
Módulo de Medicina – Prova Nacional de Seriação 2019
Índice
Doença pericárdica sintomática é rara (alguns doentes com derrame pericárdio como achado ecocardiográfico)
Mialgias induzidas pelo exercício (não febris) são comuns e uma pequena percentagem
de doentes pode mesmo ter um quadro de mialgia febril com duração de várias semanas
Outras queixas Periorquite estéril unilateral aguda pode ocorrer em rapazes pré-púberes
Vasculites (PHS, PAN) com maior incidência na FMF
Meningite asséptica com associação inconsistente
NOMID) frio, febre, dor abdominal, dor no MI, artrite e conjuntivite. Por vezes com perda
auditiva NS
NOMID (Nenonatal-onset multisystem inflammatory disease) – mais grave, com
meningite asséptica crónica, artropatia e rash
Síndrome de Schnitzler é uma variante presente na meia idade com febre recorrente, rash urticariforme,
elevação dos reagentes de fase aguda, gamopatia monoclonal de IgM e um turnover ósseo anormal
Ao contrário das previamente mencionadas, a febre recorrente não é um sinal clínico proeminente
Quadro-resumo
INTRODUÇÃO
CASOS CLÍNICOS
Febre Familiar do Mediterrâneo e
outras doenças hereditárias
autoinflamatórias
Módulo de Medicina – Prova Nacional de Seriação 2019
Casos clínico - 1
Sexo feminino, 23 anos de idade, recorre à consulta por febre recorrente. A doente refere que sofre destes
episódios desde sempre. Durante a infância, os episódios apresentavam um padrão periódico, com ataques
de 28 em 28 dias, mas agora são menos frequentes.
Foi-lhe prescrita inúmeras vezes antibióticos de largo espectro, mas infeção nunca foi provada. Submeteu-
se a inúmeros radiografias torácicas, TC torácica e abdominal e ecografia abdominal, mas sem revelar
diagnostico definitivo. Tem usado paracetamol durante os episódios febris desde os 12 anos. Efetivamente a
temperatura corporal diminui em resposta ao paracetamol mas os ataques não resolvem completamente. A
ultima vez que apresentou um episodio febril foi há 2 semanas.
Ao exame físico apresenta-se com sinais vitais dentro do norma. Tem gânglios cervicais aumentados, todos
com menos de 1cm. O restante exame físico é normal.
Casos clínico - 1
Casos clínico - 1
A – Deficiência imune – Obviamente que é importante excluir uma possível deficiência imune na
presença de episódios de febre recorrente numa criança. No entanto as investigações prévias
não foram capazes de identificar qualquer infeção e os níveis de imunoglobulinas séricas eram
normais. Portanto a deficiência imune parece um diagnóstico pouco provável.
B – Infeção benigna recorrente – De facto é muito frequente as crianças sofrerem vários
episódios febris durante os primeiros anos de vida, mas neste caso as infeções nunca foram
provadas e neste momento a doente é um adulto e mantem episódios frequentes de febre, o
que não é de todo normal. Infeções benignas recorrente não devem estar presentes tão
frequentamente em adultos.
Casos clínico - 1
E – Doença de Still
A doença de Still, neste caso a AIJ com início sistémico, é caracterizada por sinais inflamatórios
sistémicos : febre alta recorrente, rash evanescente, linfadenopatias, dor de garganta,
esplenomegalia e inflamação articular. Mas a parte mais tipica da AIJ sistémica – Doença de Still
do jovem é que a inflamação articular é persistente e não por episódios febris recorrentes.
Casos clínico - 2
Sexo feminino, 15 anos de idade, refugiada, recorre à consulta por dor abdominal recorrente.
A dor abdominal vem em intervalos irregulares e é tão intensa que a doente fica de cama por
mais de 2 dias de cada vez. Os ataques começaram com a idade de 11 anos, após ter abandonado
o seu país natal (Síria). Aos 13 anos, foi submetida a uma apendicectomia de emergência na
Turquia, mas isso não alterou o decurso da doença.
A rapariga refere que a dor abdominal é localizada de cada lado da região umbilical e que por
vezes também se localiza na região torácica, agravando com a respiração. Já apresentou
igualmente uma dor no joelho esquerdo, com tumefação e dor intensa associada. Nega
conjuntivite, rash cutâneo, úlceras orais ou genitais. A menarca foi aos 14 anos e desde aí nota
que os ataques apresentam alguma relação com a mesma, mas no entanto mais frequentes.
Geralmente não mede a temperatura, mas descreve episódios com 38,9ºC e muitos arrepios
associados.
Casos clínico - 2
Casos clínico - 2