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Oncologia
VERSÃO AULA
D Estabelecer um
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
P Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
MUITO IMPORTANTE
T Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
CONHECIMENTO
Elaborar plano de
ESSENCIAL
GD GESTÃO DO DOENTE
MENOS perguntável
SÍMBOLO SIGNIFICADO
2
MEDICINA C
Oncologia
Neoplasias da cabeça e
pescoço
Relevância B
Bibliografia: Cecil Essentials of Medicine 10 ed
Harrison’s Principles of Internal Medicine 20ª ed
FARINGE
CAVIDADE ORAL LARINGE
1º mais comum 3º mais comum
OROFARINGE NASOFARINGE HIPOFARINGE
SINTOMAS E SINAIS INESPECÍFICOS da cabeça e pescoço merecem EXAME ORL COMPLETO, PARTICULARMENTE
se sintomas PERSISTEM por MAIS DE 2 – 4 SEMANAS
6
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
APRESENTAÇÃO CLÍNICA – DEPENDEDE:
ü LOCALIZAÇÃO DO tumor PRIMÁRIO
DOENÇA METASTÁTICA É RARA À APRESENTAÇÃO!
ü EXTENSÃO LOCAL da doença
ü DOR INTENSA ü OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS ü TRISMUS ü DISFAGIA ü MOBILIDADE LÍNGUA
ü OTALGIA ü NEUROPATIA(S) CRANIANA(S) ü ODINOFAGIA ü FÍSTULAS ü ENVOLVIMENTO CUTÂNEO
Carcinoma de origem PRIMÁRIA DESCONHECIDA OBRIGA a DDx com TUMORES TORÁCICOS E ABDOMINAIS
Ao exame físico:
9
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
DIAGNÓSTICO
ü Se fumador pesado:
ü Laringoscopia
ü Esofagoscopia Panendoscopia
ü Broncoscopia
PROGNÓSTICO
COMPLICAÇÕES da Rtx
ü Sobrevência aos 5 anos 60-90% ü Mucosite, disfagia, xerostomia, ageusia, fibrose do
ü Recorrências habitualmente locais e nos pescoço (à malnutrição e desidratação)
primeiros 2ª ü 50% doentes à hipotiroidismo
13
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
TRATAMENTO
DOENÇA Tudo entre II e doença INTENÇÃO QT tanto para tumores irressecáveis como
AVANÇADA (local ou metastática
>50% todos os doentes
CURATIVA para pós-op
regionalmente)
PROGNÓSTICO
⊘EGFR (cetuximab)
ü Sobrevência aos 5 anos >50% (enganador: deve-se Aumento da sobrevivência quando
parcialmente ao aumento do número de tumores relacionados com administrado com a radioterapia
HPV que têm um Px muito melhor) Debatível
ü Recorrências habitualmente locais e nos primeiros 2ª 14
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
TRATAMENTO
DOENÇA 5-10% todos os doentes ao dx INTENÇÃO
METASTÁTICA OU 30-50% dos doentes com doença
PALIATIVA
RECORRENTE avançada têm recorrência
PROGNÓSTICO
ü Sobrevida média 8-10 meses
ü Resposta à QT em 30-50% dos doentes
15
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
TRATAMENTO
ü Prognóstico geral melhor que os tumores HPV – para todos os estádios
ü Testar todos os tumores para a presença de infeção por HPV
DOENÇA HPV+
ü Sistema de estadiamento diferente
ü Em estudo estratégias de tratamento diferente para redução de complicações
⊘PD-1 (nivolumab,
ü Aumento da sobrevivência
pembrolizumab)
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CASO CLÍNICO 1
Homem de 65 anos, com as seguintes morbilidades: tabagismo activo (1 maço/dia, 45 UMAs), abuso do álcool
(consome 5-6 unidades-padrão/dia “desde sempre”) e hipertensão arterial medicada com ramipril 2,5 mg id,
recorre à sua consulta por “dor de garganta que não passa, até já fiz 2 ou 3 pastilhas diferentes e nada melhora”.
Sem outras morbilidades ou medicação conhecidas. A dor dura há cerca de 6 meses, associando-se nas últimas 2
semanas a rouquidão. Desde o Natal que tem dor episódica no ouvido direito. Tem história familiar de carcinoma
da laringe (pai, diagnosticado aos 57 anos). Sem febre, sem perda ponderal quantificada. Sinais vitais estão dentro
da normalidade. Exame orofaríngeo identifica lesão ulcerada junto à amígdala direita. Qual o próximo passo
diagnóstico?
1. Esofagoscopia
2. Encaminharpara especialista para realizar laringoscopia
3. TAC toraco-abodmino-pélvica
4. Estudo baritado do tracto gastrointestinal superior
5. Medicação sintomática e reavaliarao fim de 1 semana necessidade de estudo adicional
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CASO CLÍNICO 1
Homem de 65 anos, com as seguintes morbilidades: tabagismo activo (1 maço/dia, 45 UMAs), abuso do álcool
(consome 5-6 unidades-padrão/dia “desde sempre”) e hipertensão arterial medicada com ramipril 2,5 mg id,
recorre à sua consulta por “dor de garganta que não passa, até já fiz 2 ou 3 pastilhas diferentes e nada melhora”.
Sem outras morbilidades ou medicação conhecidas. A dor dura há cerca de 6 meses, associando-se nas últimas 2
semanas a rouquidão. Desde o Natal que tem dor episódica no ouvido direito. Tem história familiar de carcinoma
da laringe (pai, diagnosticado aos 57 anos). Sem febre, sem perda ponderal quantificada. Sinais vitais estão dentro
da normalidade. Exame orofaríngeo identifica lesão ulcerada junto à amígdala direita. Qual o próximo passo
diagnóstico?
1. Esofagoscopia
2. Encaminhar para especialista para realizar laringoscopia
3. TAC toraco-abodmino-pélvica
4. Estudo baritado do tracto gastrointestinal superior
5. Medicação sintomática e reavaliarao fim de 1 semana necessidade de estudo adicional
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MEDICINA C
Oncologia
Síndromes Paraneoplásicos
Relevância B
Bibliografia: Cecil Essentials of Medicine 10 ed
Harrison’s Principles of Internal Medicine 20ª ed
Rx tórax mostrou uma massa de 5 cm justa hilar direita, corroborado por TC-torácico. Qual o tipo histológico mais
provável nestadoente?
1. Adenocarcinoma
2. Carcinoma broncoalveolar
3. Carcinoma de grandescélulas
4. Carcinoma de pequenascélulas
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5. Carcinoma espinho-celular
CASO CLÍNICO 2
Senhora de 66 anos recorre ao médico de família por tosse hemoptoica e perda ponderal de 11 kg, involuntária,
ambas com 7 meses de evolução. Nos últimos 3 meses, doente com astenia mais marcada e náuseas cada vez mais
frequentes. É fumadora desde os 16 anos (total 75 UMAs). Sem antecedentes de relevo, sem medicação habitual. TA
125/67 mmHg FC 65 bpm, regular. FR 15 cpm, SpO2 99% em ar ambiente. Auscultação pulmonar é normal, não
apresentando congestão periférica. Apresenta o seguinte estudo laboratorial:
Valor Valor Valor
Valor doente Valor doente Valor doente
referência referência referência
Leuc 6000 4000 – 11000 K 4,1 3,5 – 5 sCreat 1 0,6 – 1,2
Hb 14,7 12 - 16 Cl 99 95 - 105 Osmol urina 125 -
Na 125 135 - 145 PaCO2 36 35 - 45 Na+ urina 35 -
Rx tórax mostrou uma massa de 5 cm justa hilar direita, corroborado por TC-torácico. Qual o tipo histológico mais
provável nestadoente?
1. Adenocarcinoma
2. Carcinoma broncoalveolar
3. Carcinoma de grandescélulas
4. Carcinoma de pequenascélulas
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5. Carcinoma espinho-celular
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS COMPLICAÇÕES DE TRATAMENTO
ENDOCRINOLÓGICA 1. Hipercalcémia
1. Fenómenos Trombóticos
2. SIADH
2. Compressão medular
3. Sindrome de Cushing
3. Síndrome de veia cava superior
4. Hipoglicémia
4. Neutropenia febril
5. Eritrocitose 5. Náuseas e vómitos por QT
HEMATOLÓGICA
6. Granulocitose 6. Toxicidade dermatológica
7. Trombocitose 7. Síndrome Lise Tumoral
8. Tromboflebite
DERMATOLÓGICA
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EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
ENDOCRINOLÓGICA 1. Hipercalcémia
1. Fenómenos Trombóticos
2. SSIADH
2. Compressão medular
3. Sindrome de Cushing
3. Síndrome de veia cava superior
4. Hipoglicémia
4. Neutropenia febril
5. Eritrocitose 5. Náuseas e vómitos por QT
HEMATOLÓGICA
6. Granulocitose 6. Toxicidade dermatológica
7. Trombocitose 7. Síndrome Lise Tumoral
8. Tromboflebite
DERMATOLÓGICA
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS
DEFINIÇÃO
NÃO É COMPLICAÇÃO DIRETA DOTUMOR
CATEGORIZAM-SE EM:
ENDOCRINOLÓGICAS DERMATOLÓGICAS
NEUROLÓGICAS HEMATOLÓGICAS
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
31
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
HIPERCALCÉMIA
HIPERCALCÉMIA HUMORAL MALIGNA OCORRE EM ATÉ 20% DOS DOENTES ONCOLÓGICOS
MD CAUSAS:
NEOPLASIAS MAIS COMUNS:
ü PULMÃO Produção excessiva de PTH-rP PRINCIPAL CAUSA
ü CABEÇA E PESCOÇO
RELATIVAMENTE COMUM
ü PELE Produção de calcitriol (1,25–(OH)2D) (++ LINFOMAS)
ü ESÓFAGO
ü MAMA Produção de citocinas osteolíticas
ü GENITOURINÁRIO MUITO RARO
ü MIELOMA MÚLTIPLO E LINFOMAS Produção de mediadores inflamatórios
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
HIPERCALCÉMIA
APRESENTAÇÃO:
Quando os níveis de Ca2+ estão marcadamente elevados (> 3,5 mmol/L / > 14 mg/dL)…
ALTERAÇÃOESTADO SINTOMAS DE
D FADIGA
DE CONSCIÊNCIA
DESIDRATAÇÃO
NEFROLITÍASE
Depressão, alterações da
memória, psicose
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
HIPERCALCÉMIA
Pistas que nos podem levar a pensar numa hipercalcemia maligna:
neoplasia conhecida, onset rápido e recente, valores muito altos
PTH Ø (SUPRIMIDA)
CÁLCIO URINÁRIO
FÓSFORO SÉRICO
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
HIPERCALCÉMIA
Harrison Principles of Internal Medicina 20th edition, FIGURE 403-6 Algorithm for the evaluation of patients with hypercalcemia
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
SÍNDROME DE SECREÇÃO INAPROPRIADA ADH
OCORRE EM PELO MENOS 50% DOS DOENTES COM TUMOR DE PEQUENAS CÉLULAS DO PULMÃO
CAUSAS SIADH:
ü Doenças SNC (AVC, hemorragia, infeção, trauma, psicose)
ü Neoplasia (carcinoides: +++SCLC, carcinoides)
ü Fármacos (anti-depressivos, anti-epiléticos, QT)
ü Doença pulmonar (pneumonia, tuberculose)
ACHADO INCIDENTALHIPONa+
SINTOMÁTICO
ASSINTOMÁTICO
+ COMUM - COMUM
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
SÍNDROME DE SECREÇÃO INAPROPRIADA ADH
Hiponatrémia com
hiposmolaridade confirmada
EXCLUIR
OBRIGATORIAMENTE
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
SÍNDROME DE SECREÇÃO INAPROPRIADA ADH
ESTRATÉGIA DIAGNÓSTICA DE SIADH PARANEOPLÁSICA = NÃO-ONCOLÓGICA
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
SÍNDROME DE CUSHING
PARTICULAR/ COMUM NOS
10 – 20% DOS SÍNDROMES DE CUSHING SÃO SIND. PARANEOPLÁSICOS T. NEUROENDÓCRINOS
(++ PEQ. CÉLLS PULMÃO)
3 MECANISMOS POSSÍVEIS
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
SÍNDROME DE CUSHING
A APRESENTAÇÃO CLÍNICA CLÁSSICA DE HIPERCORTISOLISMO OCORRE APENAS NUMA PEQUENA
FRAÇÃO DE DOENTES COM PRODUÇÃO ECTÓPICA DE ACTH
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
SÍNDROME DE CUSHING
Cortisol urinário > 2-4x o limite superior do normal
1º ACTH plasmático > 22 pmol/L (> 100 pg/mL)
2º Maioria das situações de PRODUÇÃO ECTÓPICA DE ACTH NÃO RESPONDE À SUPRESSÃO COM GCT
Se persistirem dúvidas…
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – HEMATOLÓGICAS
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – HEMATOLÓGICAS
TROMBOFLEBITE E TVP/TEP
15% de doentes que desenvolvemTVP ou TEP têm neoplasia
Diagnóstico de TVP e TEP são abordadas nas SCORE DE KHORANA preditor de risco de TVP/TEP em dtes oncológicos
respetivas, aulas, deixo só aqui um mini-resumo...
ü Já no diagnóstico de TEP em populações normais os d-dímeros têm as suas limitações características com alto
D-DÍMEROS VPN e baixo VPP, o que faz com que sejam reservados para doentes com risco inicial baixo e para exclusão
apenas. Em doentes oncológicos, quer pela própria doença como pela idade mais avançada, os d-dímeros têm
ainda mais limitações como instrumento diagnóstico.
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – HEMATOLÓGICAS
TROMBOFLEBITE E TVP/TEP
Mostra a presença de coágulo ou veia não compressível proximalmente ao
ECO-DOPPLER
local da oclusão
FLEBOGRAFIA “GOLD-STANDARD”CONVENCIONAL
CONTRASTADA
Invasivo e tecnicamente difícil em doentes com edema das extremidades
ALCALOSE RESPIRATÓRIA
DOACs 2.
prevenção de TVP / TEP nos doentes oncológicos
Dabigatrano não foi estudado 3-6 meses
3. Alguns DOACs têm mais complicações em alguns subsets de doentes
oncológicos à decisão deve ser sempre do médico assistente em
• Indefenidamente se
colaboração com hematologia / imunohemoterapia neoplasia ativa
• Suspensão se cura da
Filtro 1. Indicação igual a doentes não oncológicos: indicação forte concomitante a neoplasia após os 3-6
VCI uma contraindicação forte para a realização de anticoagulação meses
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
Podem afetar QUALQUER PARTE DO SNC
INFILTRADO EXTENSO DE CÉLS T CD4+ E CD8+ Ø INFILTRADO EXTENSO DE CÉLS T CD4+ E CD8+
- RESPONSIVOS a + RESPONSIVOS a
IMUNOTERAPIA IMUNOTERAPIA
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
Os que surgem mais em perguntas das plataformas....
Se antigénio extracelular
Se antigénio intracelular
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
D ABORDAGEM AO DOENTE
ENVOLVIMENTO SNC E RAIZ DE GÂNGLIOS DORSAIS
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
D ABORDAGEM AO DOENTE
ENVOLVIMENTO SNC E RAIZ DE GÂNGLIOS DORSAIS
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
D ABORDAGEM AO DOENTE
ENVOLVIMENTO SNC E RAIZ DE GÂNGLIOS DORSAIS
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
D ABORDAGEM AO DOENTE
ENVOLVIMENTO NERVO PERIFÉRICO E MÚSCULO
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SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
D ABORDAGEM AO DOENTE
ENVOLVIMENTO NERVO PERIFÉRICO E MÚSCULO
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CASO CLÍNICO 3
Uma doente do sexo feminino, de 66 anos, é transportada para o serviço de urgência por confusão, fraqueza
generalizada e dor abdominal de início recente.
Tem como antecedentes pessoais um hepatocarcinoma diagnosticado há 6 meses, não tratado por hábitos alcoólicos
mantidos, e hábitos tabágicos de 60 UMA.
À observação apresenta exame neurológico sumário sem alterações, para além da confusão e desorientação
temporo-espacial.
Laboratorialmente, Hb 11.3 g/dl, leucócitos 4600 /ul, plaquetas 110000, bilirrubina total 2.3 mg/dl (direta 1.0
mg/dl), AST 129 IU/l, sódio 138 mmol/L, potássio 4.8 mmol/L e cálcio 12.6 mg/dl.
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CASO CLÍNICO 3
Uma doente do sexo feminino, de 66 anos, é transportada para o serviço de urgência por confusão, fraqueza
generalizada e dor abdominal de início recente.
Tem como antecedentes pessoais um hepatocarcinoma diagnosticado há 6 meses, não tratado por hábitos alcoólicos
mantidos, e hábitos tabágicos de 60 UMA.
À observação apresenta exame neurológico sumário sem alterações, para além da confusão e desorientação
temporo-espacial.
Laboratorialmente, Hb 11.3 g/dl, leucócitos 4600 /ul, plaquetas 110000, bilirrubina total 2.3 mg/dl (direta 1.0
mg/dl), AST 129 IU/l, sódio 138 mmol/L, potássio 4.8 mmol/L e cálcio 12.6 mg/dl.
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CASO CLÍNICO 4
Senhora de 66 anos com cancro da cabeça do pâncreas, submetida a duodenopancreatectomia cefálica, actualmente
sob QT adjuvante recorre à urgência por edema unilateral doloroso dos membros inferiores. Está apirética, eupneica
em ar ambiente, SpO2 90%. TA 127/67 mmHg e FC 110 bpm. A auscultação cardiopulmonar é normal, excepto
taquicardia regular. ECG com taquicardia sinusal, sem alterações isquémicas agudas ou padrão s1q3t3. GSA (aa): pH
7,40 pCO2 39 HCO3 34 pO2 45 (N > 60).
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CASO CLÍNICO 4
Senhora de 66 anos com cancro da cabeça do pâncreas, submetida a duodenopancreatectomia cefálica, actualmente
sob QT adjuvante recorre à urgência por edema unilateral doloroso dos membros inferiores. Está apirética, eupneica
em ar ambiente, SpO2 90%. TA 127/67 mmHg e FC 110 bpm. A auscultação cardiopulmonar é normal, excepto
taquicardia regular. ECG com taquicardia sinusal, sem alterações isquémicas agudas ou padrão s1q3t3. GSA (aa): pH
7,40 pCO2 39 HCO3 34 pO2 45 (N > 60).
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MEDICINA
Oncologia
Doente de 87 anos com neoplasia do cólon ascendente difusamente metastizada (pulmão, fígado e cérebro), em
fase terminal, admitido em internamento para controlo sintomático exclusivo. O doente queixa-se de: dor
intensa generalizada, mal controlada com paracetamol e ibuprofeno; astenia e insónia. Nega dispneia. Refere
também que está “cansado de ser picado tantas vezes para fazer a medicação”. O doente fez um resgate de
morfina (2 mg EV) imediatamente antes de o observar, com excelente resposta. Durante a vossa conversa, o
doente está sem dor, eupneico em ar ambiente, SpO2 85%, hemodinamicamente estável e apirético. Qual das
seguintes atitudes não está preconizada neste doente?
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CASO CLÍNICO 5
Doente de 87 anos com neoplasia do cólon ascendente difusamente metastizada (pulmão, fígado e cérebro), em
fase terminal, admitido em internamento para controlo sintomático exclusivo. O doente queixa-se de: dor
intensa generalizada, mal controlada com paracetamol e ibuprofeno; astenia e insónia. Nega dispneia. Refere
também que está “cansado de ser picado tantas vezes para fazer a medicação”. O doente fez um resgate de
morfina (2 mg EV) imediatamente antes de o observar, com excelente resposta. Durante a vossa conversa, o
doente está sem dor, eupneico em ar ambiente, SpO2 85%, hemodinamicamente estável e apirético. Qual das
seguintes atitudes não está preconizada neste doente?
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PALIAÇÃO
INTRODUÇÃO
OBJECTIVO PRIMÁRIO: MINIMIZAR SOFRIMENTO e DAR MELHOR QUALIDADE DE VIDA POSSÍVEL AO DOENTE E FAMÍLIA
70
PALIAÇÃO
SINTOMAS
NÁUSEAS E
DOR OBSTIPAÇÃO
VÓMITOS
SEDAÇÃO
DELIRIUM INSÓNIA
PALIATIVA
71
PALIAÇÃO
DOR
DOR DOR SEVERA OCORRE EM 30-94% DOS DOENTES
COM CANCRO AVANÇADO
1º TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA
2º Procedimentos não-farmacológicos (RT, medicação epidural, bloqueios sensitivos)
72
PALIAÇÃO
DOR
ABORDAGEM DO TRATAMENTO DA DOR SEGUE OS 3 PASSOS DA OMS:
ü REDUZEM INFLAMAÇÃO
EVITAR em DOENTES com HISTÓRIA DE HEMORRAGIA GI SIGNIFICATIVA (ou outra)
ü PODEM TER EFEITOS CENTRAIS (SNC)
x TÊM DOSE MÁXIMA, PELO RISCO DE: PARACETAMOL
x HEMORRAGIA GI ü SEGURO ATÉ 4G/DIA (1G 6/6H)
x LESÃO RENAL AGUDA ü ↓ DOSE SE DISFUNÇÃO HEPÁTICA
73
PALIAÇÃO
DOR
DOR
ABORDAGEM DO TRATAMENTO DA DOR SEGUE OS 3 PASSOS DA OMS:
• Não existe dose máxima de opióides porque o efeito é sempre proporcional à dose, + dose = + analgesia. No entanto isto só é verdade para agonistas totais dos
recetores opióides, para agonistas parciais (p.e. buprenorfina) há uma dose a partir da qual já não haverá mais efeito analgésico, tendo, portanto, dose máxima. 74
PALIAÇÃO
1. Iniciar opióide de curta duração em horário fixo + “resgates” (SOS se dor não controlada)
2. Determinar a dose diária total de opióide (dose fixa + dose de resgates necessária em 24H)
3. Passar a opióide de longa duração em dose equivalente à dose diária total
4. Manter SOS e reajustar constantemente (necessidades de analgesia mudam de forma
imprevisível)
“RESGATES”: 1/6 da DOSE DIÁRIA TOTAL a cada 1 – 2H (se via oral) ou 30 – 60 MIN (se EV / SC), em SOS
Se > 4 RESGATES/DIA – DOR NÃO CONTROLADA ALGUNS DOENTES BENEFICIAM DE OPIÓIDE EMPERFUSÃO
75
PALIAÇÃO
DOR
DOR
ü PERMANENTE (AFETA QUASE TODOS) ü TEMPORÁRIO (CEDE EM 1 SEMANA) ü TEMPORÁRIO (CEDE EM 1SEMANA)
ü INICIAR LAXANTE (senne, ü ANTI-EMÉTICO NA 1ª SEMANA ü PODE REQUERER PSICOESTIMULANTE
bisacodilo, lactulose) (metoclopramida) (modafinil)
76
PALIAÇÃO
DOR
DOR
77
PALIAÇÃO
DOR CLONIDINA ou
PREGABALINA ou GLUCOCORTICÓIDES
GABAPENTINA (++ dexametasona) BACLOFENO
TODOS estes fármacos são ADJUVANTES e NÃO DEVEM SUBSTITUIR OPIÓIDES (associar!!!)
T ü Suplementação dietética com FIBRA está contraindicada no tx com opióides (agrava desidratação
associada à dismotilidade dos opióides)
ü Usar LAXANTES e/ou EMOLIENTES e/ou HIDRATAÇÃO e/ou ENEMAS à PILARES DO Tx
TRATAMENTO ü PESQUISAR FECALOMAS ao fim de alguns dias de TRATAMENTO SEM SUCESSO
ü SE OBSTRUÇÃO PARCIAL OU ESTASE GÁSTRICA à OCREÓTIDO (para reduzir secreções)
ü SE suspeita de DISMOTILIDADE à METOCLOPRAMIDA
79
PALIAÇÃO
NÁUSEAS E
OBSTIPAÇÃO
VÓMITOS OCORRE EM ATÉ 70% DOS DOENTES COM CANCRO AVANÇADO
ANTIHISTAMÍNICO NÁUSEA
INFLAMAÇÃO TGI (meclizina, dimenidrato) Pós QT e/ou RT (normalmente têm
↓MOTILIDADE protocolos de profilaxia) ANTECIPATÓRIA
ANTICOLINÉRGICO
METOCLOPRAMIDA DEXAMETASONA (escopalamina) ⊘ 5-HT3 ⊘ NEUROCININA -1 BENZODIAZEPINAS
(palonosetron é o + aprepitant
eficaz!)
INICIAR TRATAMENTO COM:
82
PALIAÇÃO
SE causa TRATÁVEL / reversível
identificada: TRATAR
DISPNEIA
EXCEÇÃO se TX CAUSAR + SOFRIMENTO
QUE DOENÇA EM SI
Escala “Quanto tempo do dia passa na cama?” é uma boa medida, correlacionando-se com gravidade e prognóstico
(0 = Ø fadiga | 1 = fadiga, sem necessidade de cama | 2 = < 50% tempo na cama | 3 = 50-99% na cama | 4 = sempre na cama)
ü Objetivo é reduzir o sofrimento do doente provocado por sintomas cuja gestão por outros meios é impossível
ü É alcançado por redução farmacológica do estado de consciência, sem acelerar o processo de morte
ü Deve ser explicado que é irreversível e a despedida da família deve ser realizada ANTES do início da sedação
ü Doentes já em opióides para gestão de dor à iniciar perfusão de MORFINA e titular até sedação
pretendida
TRATAMENTO
ü MIDAZOLAM bólus 1-5mg IV ou até sedação pretendida à perfusão a 1-2 mg/hr
ü PROPOFOL perfusão 5 𝝁mg/kg/min (menos usado)
85
PALIAÇÃO
DEPRESSÃO
FADIGA Tristeza, ansiedade, raiva e irritabilidade são respostas normais
DIAGNÓSTICO DIFÍCIL à muitos dos sintomas vegetativos devem-se ao processo de morrer em si, e não a depressão
86
PALIAÇÃO
DEPRESSÃO
A BASE DO TRATAMENTO É FARMACOLÓGICA
DEPRESSÃO
A BASE DO TRATAMENTO É FARMACOLÓGICA
DEPRESSÃO
A BASE DO TRATAMENTO É FARMACOLÓGICA
77
PALIAÇÃO
DEPRESSÃO
A BASE DO TRATAMENTO É FARMACOLÓGICA
ü Preferíveis em doentes com meses ou mais de vida à eficazes, com poucos efeitos secundários
ü Decisão de qual o antidepressivo a usar baseia-se em:
1. Experiência do doente com antidepressivos no passado
2. Tempo que demora a atingir steady-state
3. Perfil de efeitos secundários mais favorável no doente em particular:
DEPRESSÃO
A BASE DO TRATAMENTO É FARMACOLÓGICA
DELIRIUM
DEPRESSÃO DISFUNÇÃO CEREBRAL GLOBAL, de INÍCIO AGUDO, com ALTERAÇÕESNA
COGNIÇÃO E CONSCIÊNCIA
INCOMUM nas SEMANAS – MESES ANTES DAMORTE RELATIVAMENTE COMUM HORAS – DIAS ANTES
92
PALIAÇÃO
ü Desorientação de novo
ü Alteração da cognição
ü Nível de consciência flutuante
ü Delírios, com ou sem agitação
93
PALIAÇÃO
DELIRIUM EM ALGUNS CASOS PODE SER BENÉFICO USAR AVALIAÇÃO FORMAL PARA DIAGNÓSTICO CORRETO:
ü MINI-MENTAL STATUS EXAMINATION à NÃO DISTINGUE DELÍRIO VS. DEMÊNCIA
ü ESCALA DE AVALIAÇÃO DE DELÍRIO à DISTINGUE ENTRE DELÍRIO E DEMÊNCIA
A MAIORIA dos DOENTES TERMINAIS que DESENVOLVEM DELIRIUM estão nos ÚLTIMOS DIAS DE VIDA
94
PALIAÇÃO
Aos primeiros sinais de delirium…
DELIRIUM Informar família de que este é comum mesmo antes da morte e que esta é a altura
indicada para as despedidas
ü Obstipação
SUSPENDER MEDICAÇÃODESNECESSÁRIA
ü Retenção urinária
E TRATAR CAUSASREVERSIVEIS
ü Anomalias metabólicas
95
PALIAÇÃO
Aos primeiros sinais de delirium…
DELIRIUM Informar família de que este é comum mesmo antes da morte e que esta é a altura
indicada para as despedidas
ü Evitar via IM
HALOPERIDOL É 1ª LINHA ü Pode causar disforia ou reações distónicas (se surgirem, iniciar
benztropina)
MEDIDAS
ANTIPSICÓTICOS
FARMACOLÓGICAS ü Eficácia demonstrada
ATÍPICOS
ü Efeitos laterais benéficos: anti-emético, ansiolítico, ↑peso
[olanzapina, risperidona,
quetiapina, clorpromazina] ü Menor probabilidade de disforia ou reações distónicas
OLANZAPINA CLORPROMAZINA
DELIRIUM Informar família de que este é comum mesmo antes da morte e que esta é a altura
indicada para as despedidas
INSÓNIA
DELIRIUM
98
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO DE NEOPLASIAS
10
1
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO DE NEOPLASIAS
NÁUSEAS E TOXICIDADE
VÓMITOS [QT] DERMATOLÓGICA
90
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO DE NEOPLASIAS
NÁUSEAS E
VÓMITOS
NEUTROPÉNIA
INDUZIDOS
FEBRIL POR NÁUSEAS E VÓMITOS INDUZIDOS POR QT CLASSIFICAM-SE EM:
QT [NVIQ]
AGUDA TARDIA ANTECIPATÓRIA
↑ RISCO NVIQ
Início ≤ 24H pós-começo QT Início 2-5 dias pós-começo QT Ansiedade pré-tto
Tx = BZD (lorazepam) pré-tto
ü JOVENS Mucosa GI
ü SEXO FEMININO
ü Hx MOTION SICKNESS MECANISMO É INCERTO: ENVOLVE EFEITO QT LOCAL E CENTRAL
↓RISCO NVIQ
SNC – ÁREA POSTREMA (zona de gatilho quimiorreceptora)
ü Rash eritematoso
ü Erupções pústulo-papulares na face, escalpe e porção superior do tronco
132
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO DE NEOPLASIAS
TOXICIDADE
DERMATOLÓGICA
QT (5-FLUOROACIL, CAPECITABINA) E TKI (SORAFENIB, SUNITINIB, REGORAFENIB)