Você está na página 1de 96

MEDICINA C

Oncologia
VERSÃO AULA

Neoplasias da cabeça e pescoço


Síndromes paraneoplásicos
Paliação e complicações do tratamento

Bibliografia: Cecil Essentials of Medicine 10 ed


Harrison’s Principles of Internal Medicine 20ª ed

Francisco Santos Dias


Slides: André Frias, Patrícia Santos e Sofia Jacinto,
Francisco Santos Dias
francisco.santos.dias@outlook.pt
www.academiadaespecialidade.com VERSÃO OUTUBRO 2022
LEGENDA
SÍMBOLO COMPETÊNCIA SÍMBOLO SIGNIFICADO
MECANISMOS
MD INTEGRAÇÃO DE
de DOENÇA
CONHECIMENTO

D Estabelecer um
DIAGNÓSTICO ESTRATÉGIA
PEDAGÓGICA
P Medidas de saúde e
PREVENÇÃO
MUITO IMPORTANTE

T Elaborar um plano
TERAPÊUTICO
CONHECIMENTO
Elaborar plano de
ESSENCIAL
GD GESTÃO DO DOENTE
MENOS perguntável
SÍMBOLO SIGNIFICADO

CHECK REFERÊNCIA INCOERÊNCIA


a outros capítulos

2
MEDICINA C
Oncologia

Neoplasias da cabeça e
pescoço
Relevância B
Bibliografia: Cecil Essentials of Medicine 10 ed
Harrison’s Principles of Internal Medicine 20ª ed

Francisco Santos Dias


Slides: André Frias, Patrícia Santos e Sofia Jacinto,
Francisco Santos Dias
francisco.santos.dias@outlook.pt
www.academiadaespecialidade.com VERSÃO OUTUBRO 2022
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA

CARCINOMAS DE CÉLULAS ESCAMOSAS COM ORIGEM NA MUCOSA DE:

FARINGE
CAVIDADE ORAL LARINGE
1º mais comum 3º mais comum
OROFARINGE NASOFARINGE HIPOFARINGE

ü É DIFERENTE DOS DEMAIS [aparece em qq idade]


ü ASSOCIA-SE A infecção por EBV (vírus Epstein-Barr)
ü Incidência crescente ü + MEDITERRÂNEO e MÉDIO ORIENTE
ü 50% causados por HPV (16 dominante)
com melhor prognóstico associado

SÃO DIFERENTES DOS TUMORES DA TIRÓIDE OU DAS GLAND. SALIVARES

ü Biologia e patologia, apresentação, história natural e resposta ao tratamento distintas


4
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
3 fatores de risco + fortes:

TABAGISMO ALCOOLISMO INFECÇÃO POR HPV

EFEITO SINÉRGICO RESPONSÁVEL PELO NEO OROFARÍNGEO


Classicamente os FR + fortes | ++ IDOSOS (> 60 anos)

NEOPLASIA HPV + (VS. HPV -) NEOPLASIA EBV +

ü OROFARINGE (região das amígdalas e base da língua) ü NASOFARINGE


ü Doentes MAIS JOVENS (40 – 50 anos) ü Pode afetar QUALQUER IDADE
ü Ø /MÍNIMO consumo de ÁLCOOL E/OU TABACO ü INCOMUM, + catacterístico de zonas endémicas
ü COMPORTAMENTO SEXUAL DE RISCO (+ parceiros, +desprotegido) ü Histologia diferente do carcinoma não-EBV: tumor NÃO
ü MELHOR PROGNÓSTICO (especialmente se Ø tabaco) QUERATINIZANTE com infiltrado linfocítico
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
APRESENTAÇÃO CLÍNICA – DEPENDEDE:
ü LOCALIZAÇÃO DO tumor PRIMÁRIO
ü EXTENSÃO LOCAL da doença

SINTOMAS E SINAIS INESPECÍFICOS da cabeça e pescoço merecem EXAME ORL COMPLETO, PARTICULARMENTE
se sintomas PERSISTEM por MAIS DE 2 – 4 SEMANAS

DOENÇA METASTÁTICA É RARA À APRESENTAÇÃO! Quando acontece à OSSO e PULMÃO

APRESENTAÇÃO CLÍNICA DE CARCINOMAS DE CÉLULAS ESCAMOSAS DE:

CAVIDADE ORAL LARINGE

ü LESÕES ULCERADAS, DOLOROSAS ü DISFONIA, ROUQUIDÃO

6
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
APRESENTAÇÃO CLÍNICA – DEPENDEDE:
ü LOCALIZAÇÃO DO tumor PRIMÁRIO
DOENÇA METASTÁTICA É RARA À APRESENTAÇÃO!
ü EXTENSÃO LOCAL da doença

APRESENTAÇÃO CLÍNICA DE CARCINOMASDE CÉLULAS ESCAMOSAS DA FARINGE:

OROFARINGE NASOFARINGE HIPOFARINGE

ü Tumor PRIMÁRIO: PEQUENO E ASSINTOMÁTICO ü Obstrução do tubo de Eustáquio: ü DISFAGIA


(particularmente se HPV+) ü Otite média serosa unilateral ü ODINOFAGIA
ü Apresenta-se por LINFADENOPATIA CERVICAL ü Obstrução nasal uni- ou bilateral
ü Alterações da mobilidade da língua e na dicção ü EPISTÁXIS
ü Se localmente avançado à neuropatias
dos nervos cranianos

SÍNDROME PARANEOPLÁSICO: HIPERCALCEMIA por produção de PTH-RP


7
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
APRESENTAÇÃO CLÍNICA – DEPENDE DE:
ü LOCALIZAÇÃO DO tumor PRIMÁRIO
ü EXTENSÃO LOCAL da doença

Neoplasias da cabeça e pescoço AVANÇADAS, de QUALQUER LOCALIZAÇÃO, podem TAMBÉM CAUSAR:

ü DOR INTENSA ü OBSTRUÇÃO DAS VIAS AÉREAS ü TRISMUS ü DISFAGIA ü MOBILIDADE LÍNGUA
ü OTALGIA ü NEUROPATIA(S) CRANIANA(S) ü ODINOFAGIA ü FÍSTULAS ü ENVOLVIMENTO CUTÂNEO

ü LINFADENOPATIA CERVICAL MACIÇA, UNI- OU BILATERAL

Se tumor primário não encontrado… Se célls tumorais em gg supraclavicular…

Carcinoma de origem PRIMÁRIA DESCONHECIDA OBRIGA a DDx com TUMORES TORÁCICOS E ABDOMINAIS

SE adenopatias CERVICAIS SUPERIORES e CÉLLS ESCAMOSAS à provavelmente é NEOPLASIA da CABEÇA E PESCOÇO


8
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
DIAGNÓSTICO

Ao exame físico:

ü INSPECCIONAR TODA a MUCOSA VISÍVEL


ü Neoplasia pode ser observada por vezes
ü Leucoplaquia (por vezes) à REQUER BIÓPSIA (lesão pré-maligna ou maligna)
ü Eritroplaquia (por vezes) à REQUER BIÓPSIA (lesão pré-maligna ou maligna)
ü PALPAR PAVIMENTO ORAL, LÍNGUA E PESCOÇO

ü EXAME ORL – FEITO POR ESPECIALISTA

9
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
DIAGNÓSTICO

BIÓPSIA EXCISIONAL / ASPIRAÇÃO


TC DA CABEÇA E PESCOÇO EXAMES ENDOSCÓPICOS
POR AGULHA FINA DE ADENOPATIA

(± PET PARA EXCLUIR METASTIZAÇÃO À DISTÂNCIA)

ü Identifica lesão e sua extensão


ü Se envolvimento ganglionar:

REALIZAR TC TÓRAX + TC ABDÓMEN SUPERIOR PARA EXCLUIR METASTIZAÇÃO À DISTÂNCIA

ü Se fumador pesado:

REALIZAR TC TÓRAX PARA EXCLUIR TUMOR PULMONAR SÍNCRONO


10
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
DIAGNÓSTICO
“definitive staging procedure”

BIÓPSIA EXCISIONAL / ASPIRAÇÃO


TC DA CABEÇA E PESCOÇO EXAMES ENDOSCÓPICOS
POR AGULHA FINA DE ADENOPATIA

ü Laringoscopia
ü Esofagoscopia Panendoscopia
ü Broncoscopia

ü São colhidas múltiplas biópsias:


ü ESTABELECE O DIAGNÓSTICO
ü avalia EXTENSÃO DA LESÃO PRIMÁRIA
ü IDENTIFICA LESÕES ADICIONAIS (pré-malignas, tumores síncronos, ...)

São COMUNS TUMORES SÍNCRONOS EM doentes com


O DIAGNÓSTICO REQUER BIÓPSIA
HÁBITOS PESADOS ETÍLICOS E/OU TABÁGICOS 11
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
DIAGNÓSTICO

BIÓPSIA EXCISIONAL / ASPIRAÇÃO


TC DA CABEÇA E PESCOÇO EXAMES ENDOSCÓPICOS
POR AGULHA FINA DE ADENOPATIA

ü Identifica metastização ganglionar


ü Poder fazer o diagnóstico em doentes com adenopatia cervical, sem sintomatologia
acompanhante

SE adenopatias CERVICAIS SUPERIORES e CÉLLS TUMORAIS ESCAMOSAS


provavelmente é NEOPLASIA da CABEÇA E PESCOÇO

ü Fazer biópsias aleatórias da base da língua e tecidos circundante


ü Fazer panendoscopia e biopsar áreas mais comuns e áreas “suspeitas”
ü Fazer amigdalectomia diagnóstica ipsilateral
12
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
TRATAMENTO
I – T1 (<2cm) N0M0 INTENÇÃO
DOENÇA
II – T2 (2-4cm) N0M0
LOCALIZADA 1/3 de todos os dts ao dx
CURATIVA

ü Lesões pequenas da cavidade oral


CIRURGIA ü Evita as complicações da radioterapia DISSEÇÃO
ü Pode haver necessidade de Rtx pós-op GANGLIONAR DO
vs PESCOÇO
(realizada em todos os
doentes para eliminar
RADIOTERAPIA ü Carcinoma da laringe à preservação voz doença oculta)

PROGNÓSTICO
COMPLICAÇÕES da Rtx
ü Sobrevência aos 5 anos 60-90% ü Mucosite, disfagia, xerostomia, ageusia, fibrose do
ü Recorrências habitualmente locais e nos pescoço (à malnutrição e desidratação)
primeiros 2ª ü 50% doentes à hipotiroidismo
13
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
TRATAMENTO
DOENÇA Tudo entre II e doença INTENÇÃO QT tanto para tumores irressecáveis como
AVANÇADA (local ou metastática
>50% todos os doentes
CURATIVA para pós-op
regionalmente)

INDUÇÃO: (docetaxel + cisplatino + 5-FU) x3 antes da Cx e/ou Rtx


CIRURGIA
Ótima resposta em pelo menos 50% dos doentes à permite preservação do órgão
para a abordagem posterior, particularmente na laringe
ou + QT
CONCOMITANTE À Rtx
RADIOTERAPIA 🏆 > Indução (↑ 8% aos 5ª)

PROGNÓSTICO
⊘EGFR (cetuximab)
ü Sobrevência aos 5 anos >50% (enganador: deve-se Aumento da sobrevivência quando
parcialmente ao aumento do número de tumores relacionados com administrado com a radioterapia
HPV que têm um Px muito melhor) Debatível
ü Recorrências habitualmente locais e nos primeiros 2ª 14
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
TRATAMENTO
DOENÇA 5-10% todos os doentes ao dx INTENÇÃO
METASTÁTICA OU 30-50% dos doentes com doença
PALIATIVA
RECORRENTE avançada têm recorrência

QT Metotrexato, 5-FU, cisplatino, ⊘EGFR (cetuximab) / ⊘TKI


(Rtx só se necessário paclitaxel, docetaxel ou (erlitinib, gefitinib)
para controlo combinações entre estes Pouca eficácia como single-agents
analgésico) fármacos Adicionar à QT

PROGNÓSTICO
ü Sobrevida média 8-10 meses
ü Resposta à QT em 30-50% dos doentes
15
NEOPLASIAS DA CABEÇA E PESCOÇO
TRATAMENTO
ü Prognóstico geral melhor que os tumores HPV – para todos os estádios
ü Testar todos os tumores para a presença de infeção por HPV
DOENÇA HPV+
ü Sistema de estadiamento diferente
ü Em estudo estratégias de tratamento diferente para redução de complicações

ü Aumento da sobrevivência quando administrado com a radioterapia


⊘EGFR
ü Sensibiliza tumores à radiação
(cetuximab)
ü COMPLICAÇÕES: rash acneiforme ( = + eficácia do tx?)

⊘PD-1 (nivolumab,
ü Aumento da sobrevivência
pembrolizumab)

16
CASO CLÍNICO 1

Homem de 65 anos, com as seguintes morbilidades: tabagismo activo (1 maço/dia, 45 UMAs), abuso do álcool
(consome 5-6 unidades-padrão/dia “desde sempre”) e hipertensão arterial medicada com ramipril 2,5 mg id,
recorre à sua consulta por “dor de garganta que não passa, até já fiz 2 ou 3 pastilhas diferentes e nada melhora”.
Sem outras morbilidades ou medicação conhecidas. A dor dura há cerca de 6 meses, associando-se nas últimas 2
semanas a rouquidão. Desde o Natal que tem dor episódica no ouvido direito. Tem história familiar de carcinoma
da laringe (pai, diagnosticado aos 57 anos). Sem febre, sem perda ponderal quantificada. Sinais vitais estão dentro
da normalidade. Exame orofaríngeo identifica lesão ulcerada junto à amígdala direita. Qual o próximo passo
diagnóstico?

1. Esofagoscopia
2. Encaminharpara especialista para realizar laringoscopia
3. TAC toraco-abodmino-pélvica
4. Estudo baritado do tracto gastrointestinal superior
5. Medicação sintomática e reavaliarao fim de 1 semana necessidade de estudo adicional

17
CASO CLÍNICO 1

Homem de 65 anos, com as seguintes morbilidades: tabagismo activo (1 maço/dia, 45 UMAs), abuso do álcool
(consome 5-6 unidades-padrão/dia “desde sempre”) e hipertensão arterial medicada com ramipril 2,5 mg id,
recorre à sua consulta por “dor de garganta que não passa, até já fiz 2 ou 3 pastilhas diferentes e nada melhora”.
Sem outras morbilidades ou medicação conhecidas. A dor dura há cerca de 6 meses, associando-se nas últimas 2
semanas a rouquidão. Desde o Natal que tem dor episódica no ouvido direito. Tem história familiar de carcinoma
da laringe (pai, diagnosticado aos 57 anos). Sem febre, sem perda ponderal quantificada. Sinais vitais estão dentro
da normalidade. Exame orofaríngeo identifica lesão ulcerada junto à amígdala direita. Qual o próximo passo
diagnóstico?

1. Esofagoscopia
2. Encaminhar para especialista para realizar laringoscopia
3. TAC toraco-abodmino-pélvica
4. Estudo baritado do tracto gastrointestinal superior
5. Medicação sintomática e reavaliarao fim de 1 semana necessidade de estudo adicional

18
MEDICINA C
Oncologia

Síndromes Paraneoplásicos

Relevância B
Bibliografia: Cecil Essentials of Medicine 10 ed
Harrison’s Principles of Internal Medicine 20ª ed

Francisco Santos Dias


Slides: André Frias, Patrícia Santos e Sofia Jacinto,
Francisco Santos Dias
francisco.santos.dias@outlook.pt
www.academiadaespecialidade.com VERSÃO OUTUBRO 2021
CASO CLÍNICO 2
Senhora de 66 anos recorre ao médico de família por tosse hemoptoica e perda ponderal de 11 kg, involuntária,
ambas com 7 meses de evolução. Nos últimos 3 meses, doente com astenia mais marcada e náuseas cada vez mais
frequentes. É fumadora desde os 16 anos (total 75 UMAs). Sem antecedentes de relevo, sem medicação habitual. TA
125/67 mmHg FC 65 bpm, regular. FR 15 cpm, SpO2 99% em ar ambiente. Auscultação pulmonar é normal, não
apresentando congestão periférica. Apresenta o seguinte estudo laboratorial:
Valor Valor Valor
Valor doente Valor doente Valor doente
referência referência referência
Leuc 6000 4000 – 11000 K 4,1 3,5 – 5 sCreat 1 0,6 – 1,2
Hb 14,7 12 - 16 Cl 99 95 - 105 Osmol urina 125 -
Na 125 135 - 145 PaCO2 36 35 - 45 Na+ urina 35 -

Rx tórax mostrou uma massa de 5 cm justa hilar direita, corroborado por TC-torácico. Qual o tipo histológico mais
provável nestadoente?
1. Adenocarcinoma
2. Carcinoma broncoalveolar
3. Carcinoma de grandescélulas
4. Carcinoma de pequenascélulas
26
5. Carcinoma espinho-celular
CASO CLÍNICO 2
Senhora de 66 anos recorre ao médico de família por tosse hemoptoica e perda ponderal de 11 kg, involuntária,
ambas com 7 meses de evolução. Nos últimos 3 meses, doente com astenia mais marcada e náuseas cada vez mais
frequentes. É fumadora desde os 16 anos (total 75 UMAs). Sem antecedentes de relevo, sem medicação habitual. TA
125/67 mmHg FC 65 bpm, regular. FR 15 cpm, SpO2 99% em ar ambiente. Auscultação pulmonar é normal, não
apresentando congestão periférica. Apresenta o seguinte estudo laboratorial:
Valor Valor Valor
Valor doente Valor doente Valor doente
referência referência referência
Leuc 6000 4000 – 11000 K 4,1 3,5 – 5 sCreat 1 0,6 – 1,2
Hb 14,7 12 - 16 Cl 99 95 - 105 Osmol urina 125 -
Na 125 135 - 145 PaCO2 36 35 - 45 Na+ urina 35 -

Rx tórax mostrou uma massa de 5 cm justa hilar direita, corroborado por TC-torácico. Qual o tipo histológico mais
provável nestadoente?
1. Adenocarcinoma
2. Carcinoma broncoalveolar
3. Carcinoma de grandescélulas
4. Carcinoma de pequenascélulas
27
5. Carcinoma espinho-celular
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS COMPLICAÇÕES DE TRATAMENTO
ENDOCRINOLÓGICA 1. Hipercalcémia
1. Fenómenos Trombóticos
2. SIADH
2. Compressão medular
3. Sindrome de Cushing
3. Síndrome de veia cava superior
4. Hipoglicémia
4. Neutropenia febril
5. Eritrocitose 5. Náuseas e vómitos por QT
HEMATOLÓGICA
6. Granulocitose 6. Toxicidade dermatológica
7. Trombocitose 7. Síndrome Lise Tumoral
8. Tromboflebite

NEUROLÓGICA 9. SNC e raíz de gânglios dorsais


10. Nervo Periférico e músculo

DERMATOLÓGICA
28
EMERGÊNCIAS ONCOLÓGICAS
ENDOCRINOLÓGICA 1. Hipercalcémia
1. Fenómenos Trombóticos
2. SSIADH
2. Compressão medular
3. Sindrome de Cushing
3. Síndrome de veia cava superior
4. Hipoglicémia
4. Neutropenia febril
5. Eritrocitose 5. Náuseas e vómitos por QT
HEMATOLÓGICA
6. Granulocitose 6. Toxicidade dermatológica
7. Trombocitose 7. Síndrome Lise Tumoral
8. Tromboflebite

NEUROLÓGICA 9. SNC e raíz de gânglios dorsais


10. Nervo Periférico e músculo

DERMATOLÓGICA
29
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS
DEFINIÇÃO
NÃO É COMPLICAÇÃO DIRETA DOTUMOR

ALTERAÇÕES CAUSADAS POR TUMORES benignos ou malignos QUE + COMUNS


NÃO SE DEVEM DIRETAMENTE A INVASÃO OU EFEITO DE MASSA NEUROENDÓCRINOS
Ex: tumor do pulmão de pequenas células
e carcinóide

CATEGORIZAM-SE EM:

ENDOCRINOLÓGICAS DERMATOLÓGICAS

NEUROLÓGICAS HEMATOLÓGICAS

30
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS

31
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
HIPERCALCÉMIA
HIPERCALCÉMIA HUMORAL MALIGNA OCORRE EM ATÉ 20% DOS DOENTES ONCOLÓGICOS

MD CAUSAS:
NEOPLASIAS MAIS COMUNS:
ü PULMÃO Produção excessiva de PTH-rP PRINCIPAL CAUSA
ü CABEÇA E PESCOÇO
RELATIVAMENTE COMUM
ü PELE Produção de calcitriol (1,25–(OH)2D) (++ LINFOMAS)
ü ESÓFAGO
ü MAMA Produção de citocinas osteolíticas
ü GENITOURINÁRIO MUITO RARO
ü MIELOMA MÚLTIPLO E LINFOMAS Produção de mediadores inflamatórios

33
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
HIPERCALCÉMIA
APRESENTAÇÃO:

ACHADO INCIDENTAL 1ª MANIFESTAÇÃO ONCOLÓGICA


EM DOENTE COM NEOPLASIA CONHECIDA
+ COMUM - COMUM

Quando os níveis de Ca2+ estão marcadamente elevados (> 3,5 mmol/L / > 14 mg/dL)…

ALTERAÇÃOESTADO SINTOMAS DE
D FADIGA
DE CONSCIÊNCIA
DESIDRATAÇÃO
NEFROLITÍASE

Depressão, alterações da
memória, psicose

34
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
HIPERCALCÉMIA
Pistas que nos podem levar a pensar numa hipercalcemia maligna:
neoplasia conhecida, onset rápido e recente, valores muito altos

HIPERCALCÉMIA MALIGNA HIPERPARATIROIDISMO PRIMÁRIO

PTH Ø (SUPRIMIDA)

CÁLCIO URINÁRIO

FÓSFORO SÉRICO

ALCALOSE METABÓLICA ACIDOSE METABÓLICA


ÁCIDO-BASE
HiperCa à efeito diurético à ativação SRAA HiperPTH à ⊘ amoniogenese à ⊘
à expoliação de K+ e H+ à alcalose regeneração de HCO3- à acidose

35
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
HIPERCALCÉMIA

Não esquecer outra causa de


hipercalcemia paraneoplásica:
ü Linfoma de Hodgkin
ü Sarcoidose
ü Tuberculose
ü Outras doenças
granulomatosas

Produção de 1-hidroxílase por


parte das células
tumorais/granulomatosas com
hipervitaminose D

Harrison Principles of Internal Medicina 20th edition, FIGURE 403-6 Algorithm for the evaluation of patients with hypercalcemia
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
SÍNDROME DE SECREÇÃO INAPROPRIADA ADH
OCORRE EM PELO MENOS 50% DOS DOENTES COM TUMOR DE PEQUENAS CÉLULAS DO PULMÃO

CAUSAS SIADH:
ü Doenças SNC (AVC, hemorragia, infeção, trauma, psicose)
ü Neoplasia (carcinoides: +++SCLC, carcinoides)
ü Fármacos (anti-depressivos, anti-epiléticos, QT)
ü Doença pulmonar (pneumonia, tuberculose)

ADH REABSORÇÃO DE ÁGUA LIVRE HIPONATRÉMIA

CONSUMO ÁGUA LIVRE


37
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
SÍNDROME DE SECREÇÃO INAPROPRIADA ADH
APRESENTAÇÃO:

ACHADO INCIDENTALHIPONa+
SINTOMÁTICO
ASSINTOMÁTICO
+ COMUM - COMUM

São possíveis sintomas de hiponatrémia:

FRAQUEZA E CONFUSÃO / ALT ESTADO NÁUSEAS CONVULSÃO


LETARGIA CONSCIÊNCIA

38
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
SÍNDROME DE SECREÇÃO INAPROPRIADA ADH
Hiponatrémia com
hiposmolaridade confirmada

EXCLUIR
OBRIGATORIAMENTE
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
SÍNDROME DE SECREÇÃO INAPROPRIADA ADH
ESTRATÉGIA DIAGNÓSTICA DE SIADH PARANEOPLÁSICA = NÃO-ONCOLÓGICA

HIPONATRÉMIA HIPOOSMOLALIDADE HIPEROSMOLALIDADE URINÁRIA


EUVOLÉMICA SÉRICA (OU INAPROPRIADAMENTE N)

DIAGNÓSTICO ü Excluir outras causas de hiponatrémia: insuf. renal, insuf. SR


DE EXCLUSÃO ou hipotiroidismo; medicação; estados congestivos; …

DOSEAMENTO DE VASOPRESSINA (ADH) GERALMENTE NÃOÉ NECESSÁRIO

41
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
SÍNDROME DE CUSHING
PARTICULAR/ COMUM NOS
10 – 20% DOS SÍNDROMES DE CUSHING SÃO SIND. PARANEOPLÁSICOS T. NEUROENDÓCRINOS
(++ PEQ. CÉLLS PULMÃO)

3 MECANISMOS POSSÍVEIS

Produção ectópica de ACTH PRINCIPAL CAUSA

Produção ectópica de CRH RARAMENTE

Mecanismo ACTH independente:


MUITO RARAMENTE
Expressão ectópica de receptor GIP

42
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
SÍNDROME DE CUSHING
A APRESENTAÇÃO CLÍNICA CLÁSSICA DE HIPERCORTISOLISMO OCORRE APENAS NUMA PEQUENA
FRAÇÃO DE DOENTES COM PRODUÇÃO ECTÓPICA DE ACTH

ü Ganho ponderal é menosmarcado MOTIVOS:


1. CURTO PERÍODO DE EXPOSIÇÃO A EXCESSO DE GLUCOCORTICOIDES
ü Obesidade centrípeta menosmarcada 2. CAQUEXIA

A APRESENTAÇÃO CLÍNICA PERMITE DISTINGUI-LA DE OUTRAS CAUSAS DE SÍNDROME DECUSHING:


(ADENOMA HIPÓFISE, ADENOMA SR, HIPERCORTISOLISMO FARMACOLÓGICO, …)

RETENÇÃO HÍDRICA HIPOK+ E ALCALOSE INTOLERÂNCIA À PSICOSE HIPERPIGMENTAÇÃO E


+ HTA METABÓLICA GLICOSE CORTICÓIDE (raro) FRAGILIDADE CUTÂNEA

43
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS - ENDOCRINOLÓGICAS
SÍNDROME DE CUSHING
Cortisol urinário > 2-4x o limite superior do normal
1º ACTH plasmático > 22 pmol/L (> 100 pg/mL)

2º Maioria das situações de PRODUÇÃO ECTÓPICA DE ACTH NÃO RESPONDE À SUPRESSÃO COM GCT

ü EXCEÇÃO: CARCINÓIDES BRÔNQUICOS BENIGNOS (feedback indistinguível


adenomas hipofisários, tb são bloqueados pela dexa)

Se persistirem dúvidas…

3º CATETERIZAÇÃO DOS SEIOS PETROSOS PROVA / EXCLUI PRODUÇÃO DE ACTH PITUITÁRIA


Depois de estimulação de CRH, ratio ACTH seio petroso:periférico é de 3:1 – sugere ACTH hipofisária

44
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – HEMATOLÓGICAS

46
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – HEMATOLÓGICAS
TROMBOFLEBITE E TVP/TEP
15% de doentes que desenvolvemTVP ou TEP têm neoplasia

TROMBOFLEBITE MIGRATÓRIA OU RECORRENTE PODE SER A 1ª MANIFESTAÇÃO ONCOLÓGICA

SÍNDROME DE TROUSSEAU: TROMBOSE VENOSA PERIFÉRICA + CARCINOMAVISCERAL


++ NEOPLASIA PANCREÁTICA

MD RISCO AUMENTADO EM DOENTES ONCOLÓGICOS PODE DEVER-SE A (ISOLADAMENTE OU EM CONJUNTO):

IMOBILIZAÇÃO E/OU SÍNDROME


FATORES PRO- CVC CRÓNICOS QUIMIOTERAPIA
ACAMADO ANTIFOSFOLIPÍDICO
COAGULANTES
PRODUZIDO
PELAS CÉLULAS
TUMORAIS
47
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – HEMATOLÓGICAS
TROMBOFLEBITE E TVP/TEP
TUMORES MAIS COMUNS EM ASSOCIAÇÃO
COM TVP/TEP ü Pulmão, pâncreas, GI, mama, ovário, genitourinário, linfomas, SNC

Diagnóstico de TVP e TEP são abordadas nas SCORE DE KHORANA preditor de risco de TVP/TEP em dtes oncológicos
respetivas, aulas, deixo só aqui um mini-resumo...

TVP 1. Eco-doppler dos MI (tanto do sintomático como do contralateral) à segmento não


(dor na face post da perna, edema unilateral dos compressível e sem fluxo = TVP
MS/MI) 2. Se restar suspeita clínica elevada e Eco-doppler sem alterações à venografia dos MI

1. Avaliação inicial: Rx-torax, ECG, GSA, SpO2


TEP 2. Angio-TC para confirmação do diagnóstico (na verdade é bastante mais complexo do que isto,
(dispneia, dor torácica, taquicardia, febre ou
temperatura subfebril sem explicação)
abordagem diagnóstica depende do risco de TEP calculado inicialmente pelo score de Wells e
de particularidades do doente)

ü Já no diagnóstico de TEP em populações normais os d-dímeros têm as suas limitações características com alto
D-DÍMEROS VPN e baixo VPP, o que faz com que sejam reservados para doentes com risco inicial baixo e para exclusão
apenas. Em doentes oncológicos, quer pela própria doença como pela idade mais avançada, os d-dímeros têm
ainda mais limitações como instrumento diagnóstico.
48
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – HEMATOLÓGICAS
TROMBOFLEBITE E TVP/TEP
Mostra a presença de coágulo ou veia não compressível proximalmente ao
ECO-DOPPLER
local da oclusão

MIs : Maior S na deteção de TVP proximal vs distal

MSs: sombra acústica da clavícula dificulta deteção de trombos na veia


subclávia

ANGIO-RMN Diagnóstico de TVP dos MSs e trombose de veias na pelve

Venografia por RMN


Excelente para o dx de TVP quando ecografia é duvidosa
com gadolíneo

FLEBOGRAFIA “GOLD-STANDARD”CONVENCIONAL
CONTRASTADA
Invasivo e tecnicamente difícil em doentes com edema das extremidades

Reservado para doentes com clínica sugestiva de TVP mas exames


imagiológicos não-invasivos inconclusivos
49
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – HEMATOLÓGICAS
TROMBOFLEBITE E TVP/TEP
GASIMETRIA HIPOXÉMIA

ALCALOSE RESPIRATÓRIA

Gradiente de tensão alvéolo-arterial de O2 ↑

GSA Normal não exclui diagnóstico de TEP

ELETROCARDIOGRAMA Achado mais comum: TAQUICARDIA SINUSAL

Outros achados: FA, Extrassístoles auriculares, Taquicardia SV

Alterações sugestivas de sobrecarga aguda do VD:


1. Padrão S1-Q3-T3
2. BRD de novo
3. Desvio direito do eixo
4. Onda P pulmonale
50
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – HEMATOLÓGICAS
TROMBOFLEBITE E TVP/TEP
GRANDE REVOLUÇÃO NO TRATAMENTO: DOACs IGUALMENTE EFICAZES A HBPM NA PROFILAXIA PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA EM
HIPOCOAGULAÇÃO DE DOENTES ONCOLÓGICOS DOENTES ONCOLÓGICOS

1. Até recentemente era o gold-standard para o tratamento de TVP / TEP em


doentes oncológicos 1ª = doentes não oncológicos
HBMP
> Varfarina | = edoxabano | < apixabano e rivaroxabano

1. Recentemente demonstrados como seguros e eficazes no tratamento e


2ª DOACs / Varfarina

DOACs 2.
prevenção de TVP / TEP nos doentes oncológicos
Dabigatrano não foi estudado 3-6 meses
3. Alguns DOACs têm mais complicações em alguns subsets de doentes
oncológicos à decisão deve ser sempre do médico assistente em
• Indefenidamente se
colaboração com hematologia / imunohemoterapia neoplasia ativa
• Suspensão se cura da
Filtro 1. Indicação igual a doentes não oncológicos: indicação forte concomitante a neoplasia após os 3-6
VCI uma contraindicação forte para a realização de anticoagulação meses
51
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS

52
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
Podem afetar QUALQUER PARTE DO SNC

NÃO SE DEVEM A DOENÇA METASTÁTICAOU


A COMPLICAÇÕES DO CANCRO
(coagulopatia, AVC, distúrbios metabólicos ou nutricionais,
infecção ou efeitos laterais de QT)

Em 60% dos doentes, SÍNDROME


PARANEOPLÁSICA NEUROLÓGICA PRECEDE
DIAGNÓSTICO DA NEOPLASIA

ü 0.5-1% de todos os cancros


ü 2-3% dos neuroblastomas ou SCLC
ü 30-50% timomas 53
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
A MAIORIA das síndromes paraneoplásicasneurológicas é MEDIADAPOR DETEÇÃO de ANTICORPOS contra estes
RESPOSTA IMUNE DESPOLETADA POR ANTIGÉNIOS ONCONEURONAIS antigénios no SANGUE e/ou LCR
EXPRESSOS PELOS TUMORES PREDIZ PRESENÇA DE NEOPLASIA

Se antigénio intracelular: Se antigénio extracelular:

INFILTRADO EXTENSO DE CÉLS T CD4+ E CD8+ Ø INFILTRADO EXTENSO DE CÉLS T CD4+ E CD8+

- RESPONSIVOS a + RESPONSIVOS a
IMUNOTERAPIA IMUNOTERAPIA

Muitos doentes com SÍNDROMES PARANEOPLÁSICOS NEUROLÓGICOS TÍPICOS SÃO


ANTICORPO-NEGATIVO (processo fisiopatológico desconhecido)

54
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
Os que surgem mais em perguntas das plataformas....

Se antigénio extracelular

Se antigénio intracelular

55
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS

1. É comum síndrome neurológico surgir ANTES de neoplasia se manifestar /


ser conhecida
2. Síndrome neurológico progride rapidamente, produzindo défices graves
em curto espaço de tempo
3. Controlo imediato tumoral melhora prognóstico neurológico

56
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
D ABORDAGEM AO DOENTE
ENVOLVIMENTO SNC E RAIZ DE GÂNGLIOS DORSAIS

SUSPEITA BASEIA-SE NA COMBINAÇÃO DE FATORES CLÍNICOS + RADIOLÓGICOS + ACHADOS NO LCR

ANTICORPOS ANTINEURONAIS RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ANÁLISE LCR

ü Se (+) ajuda no diagnóstico


ü (+) em apenas 60-70% dos casos
PARTICULARMENTE ÚTEISNA EXCLUSÃO DE
ENVOLVIMENTO DIRETO POR NEOPLASIA

NÃO EXISTE TESTE ELETROFISIOLÓGICO BIÓPSIA DIFÍCIL E ACHADOS NÃO ESPECÍFICOS


ESPECÍFICO PARA DIAGNÓSTICO (ÚTIL PARA EXCLUIR METASTIZAÇÃO)

57
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
D ABORDAGEM AO DOENTE
ENVOLVIMENTO SNC E RAIZ DE GÂNGLIOS DORSAIS

SUSPEITA BASEIA-SE NA COMBINAÇÃO DE FATORES CLÍNICOS + RADIOLÓGICOS + ACHADOS NO LCR

ANTICORPOS ANTINEURONAIS RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ANÁLISE LCR

ü Útil para excluir carcinomatose leptomeningea


ü MAIORIA: achados NÃO ESPECIFICOS

58
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
D ABORDAGEM AO DOENTE
ENVOLVIMENTO SNC E RAIZ DE GÂNGLIOS DORSAIS

SUSPEITA BASEIA-SE NA COMBINAÇÃO DE FATORES CLÍNICOS + RADIOLÓGICOS + ACHADOS NO LCR

ANTICORPOS ANTINEURONAIS RESSONÂNCIA MAGNÉTICA ANÁLISE LCR

ü PLEOCITOSE LIGEIRA – MODERADA (< 200 célls mononucleares, ++ linfócitos)


ü PROTEINORRÁQUIA
ü BANDAS OLIGOCLONAIS EM QUANTIDADE VARIÁVEL

59
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
D ABORDAGEM AO DOENTE
ENVOLVIMENTO NERVO PERIFÉRICO E MÚSCULO

DIAGNÓSTICO BASEIA-SE EM FATORES CLÍNICOS + ELETROFISIOLÓGICOS + ANATOMOPATOLÓGICOS

A Hx, SINTOMAS ACOMPANHANTES E TIPO DE SÍNDROME DETETADO DITAM O WORK-UP DIAGNÓSTICO

Síndrome miasténico de Lambert-Eaton ß à Carcinoma de Pequenas Células Pulmão:


TC toraco-abdominal ou PET e, se negativos, rastreio periódico de CaPulmão por pelo menos 3 anos

Polimiosite ß à FRACA associação a NEOPLASIAS:


Necessário rastrear seriadamente neoplasia ?!?!

60
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
D ABORDAGEM AO DOENTE
ENVOLVIMENTO NERVO PERIFÉRICO E MÚSCULO

DIAGNÓSTICO BASEIA-SE EM FATORESMiastenia


CLÍNICOS Gravis Lambert-Eaton
+ ELETROFISIOLÓGICOS + ANATOMOPATOLÓGICOS
Doenças associadas Timoma Ca pequenas células
Início dos m. extraoculares Início nos m. proximais dos membros
Fraqueza Deterioração com o exercício físico e ao Melhora com o exercício e ao longo
longo do dia do dia
ROTs Normais Reduzidos ou ausentes
Estimulação nervosa
Diminuição da amplitude Aumento da amplitude
repetitiva
Disfunção autonómica ⊘ Comum
Resposta aos ⊘ colinesterase Alívio sintomático ⊘ resposta
61
SÍNDROMES PARANEOPLÁSICAS – NEUROLÓGICAS
D ABORDAGEM AO DOENTE
ENVOLVIMENTO NERVO PERIFÉRICO E MÚSCULO

DIAGNÓSTICO BASEIA-SE EM FATORES CLÍNICOS + ELETROFISIOLÓGICOS + ANATOMOPATOLÓGICOS

TODOS OS DOENTES COM NEUROPATIA PERIFÉRICA DE ORIGEM INDETERMINADA


DEVEM FAZER IMUNOFIXAÇÃO SÉRICA +URINA

ü Detecção de gamapatia monoclonal sugere neoplasia de plasmócitos / célls B obriga a


mais investigação

62
CASO CLÍNICO 3
Uma doente do sexo feminino, de 66 anos, é transportada para o serviço de urgência por confusão, fraqueza
generalizada e dor abdominal de início recente.
Tem como antecedentes pessoais um hepatocarcinoma diagnosticado há 6 meses, não tratado por hábitos alcoólicos
mantidos, e hábitos tabágicos de 60 UMA.
À observação apresenta exame neurológico sumário sem alterações, para além da confusão e desorientação
temporo-espacial.
Laboratorialmente, Hb 11.3 g/dl, leucócitos 4600 /ul, plaquetas 110000, bilirrubina total 2.3 mg/dl (direta 1.0
mg/dl), AST 129 IU/l, sódio 138 mmol/L, potássio 4.8 mmol/L e cálcio 12.6 mg/dl.

Qual o próximo exame a pedir para melhor caracterizar o quadro do doente?

(A) Doseamento de marcadorestumorais


(B) Doseamento de PTH e PTHrP
(C) Ecografiaabdominal
(D) TC crânio-encefálica
(E) TC torácica

63
CASO CLÍNICO 3
Uma doente do sexo feminino, de 66 anos, é transportada para o serviço de urgência por confusão, fraqueza
generalizada e dor abdominal de início recente.
Tem como antecedentes pessoais um hepatocarcinoma diagnosticado há 6 meses, não tratado por hábitos alcoólicos
mantidos, e hábitos tabágicos de 60 UMA.
À observação apresenta exame neurológico sumário sem alterações, para além da confusão e desorientação
temporo-espacial.
Laboratorialmente, Hb 11.3 g/dl, leucócitos 4600 /ul, plaquetas 110000, bilirrubina total 2.3 mg/dl (direta 1.0
mg/dl), AST 129 IU/l, sódio 138 mmol/L, potássio 4.8 mmol/L e cálcio 12.6 mg/dl.

Qual o próximo exame a pedir para melhor caracterizar o quadro do doente?

(A) Doseamento de marcadorestumorais


(B) Doseamento de PTH e PTHrP
(C) Ecografiaabdominal
(D) TC crânio-encefálica
(E) TC torácica

64
CASO CLÍNICO 4
Senhora de 66 anos com cancro da cabeça do pâncreas, submetida a duodenopancreatectomia cefálica, actualmente
sob QT adjuvante recorre à urgência por edema unilateral doloroso dos membros inferiores. Está apirética, eupneica
em ar ambiente, SpO2 90%. TA 127/67 mmHg e FC 110 bpm. A auscultação cardiopulmonar é normal, excepto
taquicardia regular. ECG com taquicardia sinusal, sem alterações isquémicas agudas ou padrão s1q3t3. GSA (aa): pH
7,40 pCO2 39 HCO3 34 pO2 45 (N > 60).

Qual a abordagemmais correcta nesta doente?


1. Deverá dosear d-dímeros e, se elevados, realizar ecodopplerpara exclusão de TVP.
2. Dado ser uma doente de alto risco e de ter uma neoplasia activa, o doseamento de d-dímeros não está
recomendado, devendo realizar apenas ecodopplerpara exclusão de TVP.
3. A doente deverá realizar ecodoppler MI e angioTC torácico para exclusão de TVP e de TEP, respectivamente.
4. Dada a elevada probabilidade de tromboembolismo venoso, deve iniciar ácido acetilsalicílico.
5. O edema e a hipoxemia são provavelmente por insuficiência cardíaca secundária à quimioterapia devendo a
doente iniciar diurético endovenoso.

65
CASO CLÍNICO 4
Senhora de 66 anos com cancro da cabeça do pâncreas, submetida a duodenopancreatectomia cefálica, actualmente
sob QT adjuvante recorre à urgência por edema unilateral doloroso dos membros inferiores. Está apirética, eupneica
em ar ambiente, SpO2 90%. TA 127/67 mmHg e FC 110 bpm. A auscultação cardiopulmonar é normal, excepto
taquicardia regular. ECG com taquicardia sinusal, sem alterações isquémicas agudas ou padrão s1q3t3. GSA (aa): pH
7,40 pCO2 39 HCO3 34 pO2 45 (N > 60).

Qual a abordagemmais correcta nesta doente?


1. Deverá dosear d-dímeros e, se elevados, realizar ecodopplerpara exclusão de TVP.
2. Dado ser uma doente de alto risco e de ter uma neoplasia activa, o doseamento de d-dímeros não está
recomendado, devendo realizar apenas ecodopplerpara exclusão de TVP.
3. A doente deverá realizar ecodoppler MI e angioTC torácico para exclusão de TVP ede TEP, respectivamente.
4. Dada a elevada probabilidade de tromboembolismo venoso, deve iniciar ácido acetilsalicílico.
5. O edema e a hipoxemia são provavelmente por insuficiência cardíaca secundária à quimioterapia devendo a
doente iniciar diurético endovenoso.

66
MEDICINA
Oncologia

Paliação e complicações dos


tratamentos das neoplasias
Relevância A
Bibliografia: Cecil Essentials of Medicine 10 ed
Harrison’s Principles of Internal Medicine 20ª ed

Francisco Santos Dias


Slides: André Frias, Patrícia Santos e Sofia Jacinto,
Francisco Santos Dias
francisco.santos.dias@outlook.pt
www.academiadaespecialidade.com VERSÃO OUTUBRO 2021
CASO CLÍNICO 5

Doente de 87 anos com neoplasia do cólon ascendente difusamente metastizada (pulmão, fígado e cérebro), em
fase terminal, admitido em internamento para controlo sintomático exclusivo. O doente queixa-se de: dor
intensa generalizada, mal controlada com paracetamol e ibuprofeno; astenia e insónia. Nega dispneia. Refere
também que está “cansado de ser picado tantas vezes para fazer a medicação”. O doente fez um resgate de
morfina (2 mg EV) imediatamente antes de o observar, com excelente resposta. Durante a vossa conversa, o
doente está sem dor, eupneico em ar ambiente, SpO2 85%, hemodinamicamente estável e apirético. Qual das
seguintes atitudes não está preconizada neste doente?

1. Suspender medicações desnecessárias.


2. Passar para via oral ou subcutânea medicações essenciais.
3. Iniciar analgésico opióide para controlo de dor.
4. Iniciar trazodona ou zolpidem para controlo de insónia.
5. Fazer gasimetria arterial e iniciar oxigenoterapia ajustada aos objectivos de saturação.

68
CASO CLÍNICO 5

Doente de 87 anos com neoplasia do cólon ascendente difusamente metastizada (pulmão, fígado e cérebro), em
fase terminal, admitido em internamento para controlo sintomático exclusivo. O doente queixa-se de: dor
intensa generalizada, mal controlada com paracetamol e ibuprofeno; astenia e insónia. Nega dispneia. Refere
também que está “cansado de ser picado tantas vezes para fazer a medicação”. O doente fez um resgate de
morfina (2 mg EV) imediatamente antes de o observar, com excelente resposta. Durante a vossa conversa, o
doente está sem dor, eupneico em ar ambiente, SpO2 85%, hemodinamicamente estável e apirético. Qual das
seguintes atitudes não está preconizada neste doente?

1. Suspender medicações desnecessárias.


2. Passar para via oral ou subcutânea medicações essenciais.
3. Iniciar analgésico opióide para controlo de dor.
4. Iniciar trazodona ou zolpidem para controlo de insónia.
5. Fazer gasimetria arterial e iniciar oxigenoterapia ajustada aos objectivos de saturação.

69
PALIAÇÃO
INTRODUÇÃO

OBJECTIVO PRIMÁRIO: MINIMIZAR SOFRIMENTO e DAR MELHOR QUALIDADE DE VIDA POSSÍVEL AO DOENTE E FAMÍLIA

70
PALIAÇÃO
SINTOMAS

NÁUSEAS E
DOR OBSTIPAÇÃO
VÓMITOS

DISPNEIA FADIGA DEPRESSÃO

SEDAÇÃO
DELIRIUM INSÓNIA
PALIATIVA
71
PALIAÇÃO
DOR
DOR DOR SEVERA OCORRE EM 30-94% DOS DOENTES
COM CANCRO AVANÇADO

Colher história clínica detalhada e fazer exame objetivo, de forma a:

Definir o TIPO DE DOR Categorizar a GRAVIDADE

NEUROPÁTICA SOMÁTICA VISCERAL LIGEIRA MODERADA GRAVE

1º TERAPÊUTICA FARMACOLÓGICA
2º Procedimentos não-farmacológicos (RT, medicação epidural, bloqueios sensitivos)

72
PALIAÇÃO

DOR
ABORDAGEM DO TRATAMENTO DA DOR SEGUE OS 3 PASSOS DA OMS:

DOR LIGEIRA DOR MODERADA DOR GRAVE

T 1ª LINHA: AINEs Adicionar IBP em doentes com gastrite ligeira ou DRGE

ü REDUZEM INFLAMAÇÃO
EVITAR em DOENTES com HISTÓRIA DE HEMORRAGIA GI SIGNIFICATIVA (ou outra)
ü PODEM TER EFEITOS CENTRAIS (SNC)
x TÊM DOSE MÁXIMA, PELO RISCO DE: PARACETAMOL
x HEMORRAGIA GI ü SEGURO ATÉ 4G/DIA (1G 6/6H)
x LESÃO RENAL AGUDA ü ↓ DOSE SE DISFUNÇÃO HEPÁTICA
73
PALIAÇÃO
DOR
DOR
ABORDAGEM DO TRATAMENTO DA DOR SEGUE OS 3 PASSOS DA OMS:

DOR LIGEIRA DOR MODERADA DOR GRAVE

SE ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES INSUFICIENTES à ADICIONAR ANALGÉSICO OPIÓIDES T


Opióides fracos Opióides fortes
(na dor MODERADA) (na dor GRAVE) ü INTERAGEM COM RECEPTORES OPIÓIDES µ CENTRAIS

Morfina Hidromorfona ü ATIVAM NEURÓNIOS INIBIDORES DE DOR


Codeína, tramadol
Fentanilo Metadona ü NÃO EXISTE DOSE MÁXIMA DE OPIÓIDE!

• Não existe dose máxima de opióides porque o efeito é sempre proporcional à dose, + dose = + analgesia. No entanto isto só é verdade para agonistas totais dos
recetores opióides, para agonistas parciais (p.e. buprenorfina) há uma dose a partir da qual já não haverá mais efeito analgésico, tendo, portanto, dose máxima. 74
PALIAÇÃO

DOR COMO TRATAR DOR COM OPIÓIDES?

1. Iniciar opióide de curta duração em horário fixo + “resgates” (SOS se dor não controlada)
2. Determinar a dose diária total de opióide (dose fixa + dose de resgates necessária em 24H)
3. Passar a opióide de longa duração em dose equivalente à dose diária total
4. Manter SOS e reajustar constantemente (necessidades de analgesia mudam de forma
imprevisível)

“RESGATES”: 1/6 da DOSE DIÁRIA TOTAL a cada 1 – 2H (se via oral) ou 30 – 60 MIN (se EV / SC), em SOS

Se > 4 RESGATES/DIA – DOR NÃO CONTROLADA ALGUNS DOENTES BENEFICIAM DE OPIÓIDE EMPERFUSÃO

COMBINAR ANALGÉSICOS NÃO OPIÓIDES COM OPIÓIDES à POTENCIAM EFEITO ANALGÉSICO

75
PALIAÇÃO
DOR
DOR

EFEITOS SECUNDÁRIOS DE TRATAMENTO COM OPIÓIDES DEVEM SER ANTECIPADOS E TRATADOSPREVENTIVA/

OBSTIPAÇÃO NÁUSEAS E VÓMITOS SONOLÊNCIA

ü PERMANENTE (AFETA QUASE TODOS) ü TEMPORÁRIO (CEDE EM 1 SEMANA) ü TEMPORÁRIO (CEDE EM 1SEMANA)
ü INICIAR LAXANTE (senne, ü ANTI-EMÉTICO NA 1ª SEMANA ü PODE REQUERER PSICOESTIMULANTE
bisacodilo, lactulose) (metoclopramida) (modafinil)

OUTROS: MIOCLÓNUS, RETENÇÃO URINÁRIA, PRURIDO E DELIRIUM

76
PALIAÇÃO
DOR
DOR

Na ausência de história pessoal ou


DEPENDÊNCIA FÍSICA É EXPETÁVEL TOLERÂNCIA É EXPETÁVEL
familiar de adição: ADIÇÃO É RARA

ü TER EM ATENÇÃO PRESENÇA DE INSUFICIÊNCIA RENAL OU HEPÁTICA E SE DOENTE É MUITO FRÁGIL à


PODE REQUERER DOSES MENORES OU SUBSTITUIÇÃO POR OUTRO OPIÓIDE

RARAMENTE NECESSÁRIO – APENAS SE:


ANTÍDOTO: ü SINAIS FRANCOS DE OVERDOSE
NALOXONA
ü COMPLICAÇÕES POTENCIALMENTE FATAIS

77
PALIAÇÃO

DOR CLONIDINA ou
PREGABALINA ou GLUCOCORTICÓIDES
GABAPENTINA (++ dexametasona) BACLOFENO

ü 1ª LINHA NA DOR ESPECIALMENTE EFICAZES NA: ü TRATAMENTO ADJUVANTE,


com farmacologia
NEUROPÁTICA ü DOR ÓSSEA complexa
ü DOR ABDOMINAL

TODOS estes fármacos são ADJUVANTES e NÃO DEVEM SUBSTITUIR OPIÓIDES (associar!!!)

DOR ÓSSEA PODE ü RADIOTERAPIA (SE LESÃO METASTÁTICA ÚNICA)


TAMBÉM SER ü RADIOISÓTOPOS (SE LESÕES METASTÁTICAS MÚLTIPLAS)
TRATADA COM:
ü BIFOSFONATOS OU CALCITONINA – DEMORAM ALGUNS DIAS A INICIAR EFEITO
78
PALIAÇÃO
OCORRE EM 70-100% PRINCIPAIS CAUSAS:
OBSTIPAÇÃO
DOR DOS DOENTES EM
CUIDADOS PALIATIVOS FARMACOLÓGICA INATIVIDADE + DIETA
(opióides, ADT) POBRE

SE NÃO TRATADA: DOR substancial e VÓMITOS, associada a CONFUSÃO EDELIRIUM

D ü Hábitos intestinais prévios (frequência, consistência e volume)


DIAGNÓSTICO ü Exame abdominal (excluir abdómen agudo) e retal (excluir impactação de fecaloma)
ü Rx abdominal – RARAMENTE NECESSÁRIO (apenas se suspeita de obstrução)

T ü Suplementação dietética com FIBRA está contraindicada no tx com opióides (agrava desidratação
associada à dismotilidade dos opióides)
ü Usar LAXANTES e/ou EMOLIENTES e/ou HIDRATAÇÃO e/ou ENEMAS à PILARES DO Tx
TRATAMENTO ü PESQUISAR FECALOMAS ao fim de alguns dias de TRATAMENTO SEM SUCESSO
ü SE OBSTRUÇÃO PARCIAL OU ESTASE GÁSTRICA à OCREÓTIDO (para reduzir secreções)
ü SE suspeita de DISMOTILIDADE à METOCLOPRAMIDA
79
PALIAÇÃO
NÁUSEAS E
OBSTIPAÇÃO
VÓMITOS OCORRE EM ATÉ 70% DOS DOENTES COM CANCRO AVANÇADO

Podemocorrer por estimulaçãode ≥ 1/ 4 locais:

TRATO GASTROINTESTINAL SISTEMA VESTIBULAR ZONA GATILHO QUIMIORRECEPTORA CÓRTEX CEREBRAL

Recetores 5-HT3 (serotonina) Recetores histamina e Quimiorrecetores, recetores Ansiedade à relaciona-se


acetilcolina dopamina tipo 2, recetores 5-HT3 com NÁUSEA
ANTECIPATÓRIA

ü METABÓLICA (insuf. Hepática, urémia, hipercalcémia) ü DRGE


CAUSAS ESPECÍFICAS DE ü FARMACOLÓGICA (AB, AINE, IBP,opióides) ü Doença vestibular, ansiedade
NÁUSEAS: ü RT ou QT ü Metastização cerebral
ü Obstrução intestinal ou obstipação ü Infeção
69
PALIAÇÃO
NÁUSEAS E
VÓMITOS
Tratamento dirigido à causa mais provável:

TRATO GASTROINTESTINAL SISTEMA VESTIBULAR ZONA GATILHO QUIMIORRECEPTORA CÓRTEX CEREBRAL

ANTIHISTAMÍNICO NÁUSEA
INFLAMAÇÃO TGI (meclizina, dimenidrato) Pós QT e/ou RT (normalmente têm
↓MOTILIDADE protocolos de profilaxia) ANTECIPATÓRIA
ANTICOLINÉRGICO
METOCLOPRAMIDA DEXAMETASONA (escopalamina) ⊘ 5-HT3 ⊘ NEUROCININA -1 BENZODIAZEPINAS

(palonosetron é o + aprepitant
eficaz!)
INICIAR TRATAMENTO COM:

SEM CAUSA ü METOCLOPRAMIDA OU


OBJETIVADA ü ANTAGONISTA 5-HT3 (ONDANSETRON, PALONOSETRON...) OU
ü ANTAGONISTA DA DOPAMINA (CLORPROMAZINA, HALOPERIDOL, PROCLORPERAZINA) 81
PALIAÇÃO
NÁUSEAS E PODE NÃO TER ALTERAÇÕESOBJETIVAS
DISPNEIA
VÓMITOS (PaO2, PaCO2, frequência respiratória)

Frequentemente SEM ETIOLOGIA IDENTIFICADA


RARAMENTE RECOMENDADO GUIAR
TERAPÊUTICA POR ESTES PARÂMETROS Assume-se EVOLUÇÃO NATURAL DA DOENÇA
Tratamento guiado pelo CONTROLO SINTOMÁTICO

CAUSAS potencialmente REVERSÍVEIS / TRATÁVEIS:


ü Infecção
ü Derrame pleural
ü TEP PONDERAR RISCO-BENEFÍCIO de INTERVENÇÕES DIAGNÓSTICAS
ü Edema pulmonar E TERAPÊUTICAS em alguém com POUCO TEMPO DE VIDA
ü Asma
ü Obstrução tumoral das VA

82
PALIAÇÃO
SE causa TRATÁVEL / reversível
identificada: TRATAR
DISPNEIA
EXCEÇÃO se TX CAUSAR + SOFRIMENTO
QUE DOENÇA EM SI

GERALMENTE: TRATAMENTO SINTOMÁTICO


(GUIADO POR ESCALA DE DISPNEIA)

ü OPIÓIDES são a BASE do tratamento


ü OXIGENOTERAPIA É CONTROVERSA!
ü Sem objetivos de saturação, “on demand”,
placebo?

ü BENZODIAZEPINAS se ANSIEDADE ASSOCIADA:

x NÃO SÃO 1ª LINHA NA DISPNEIA

x NÃO DAR ISOLADAMENTE! 7


2
PALIAÇÃO
OCORRE EM >90% DOS DOENTES EM FASE TERMINAL
FADIGA
DISPNEIA
SUBJETIVA e MULTIFATORIAL: 1. desenvolvimento da doença 2. TNF e citocinas 3. desidratação,
anemia, hipotoroidismo 4. iatrogénico (antidepressivos, opióides, BZDs 5. baixo aporte alimentar e caquexia
6. depressão

Escala “Quanto tempo do dia passa na cama?” é uma boa medida, correlacionando-se com gravidade e prognóstico
(0 = Ø fadiga | 1 = fadiga, sem necessidade de cama | 2 = < 50% tempo na cama | 3 = 50-99% na cama | 4 = sempre na cama)

ü RESOLVER CAUSAS TRATÁVEIS, se objetivadas


ü INTERVENÇÃO COMPORTAMENTAL (ajustar atividades de vida diária, educar doente + família)
TRATAMENTO
ü HIDRATAÇÃO ADEQUADA (sem causar edema!), ATIVIDADE FÍSICA (se possível)
x MEDIDAS FARMACOLÓGICAS SEM GRANDE BENEFÍCIO
ü Dexametasona pode aumentar energia e melhorar humor (benefício, se existir, surge em 1 mês)
ü Psicoestimulantes não foram superiores a placebo
84
PALIAÇÃO
SEDAÇÃO
DISPNEIA Apenas e só em último recurso quando há falha no tratamento de
PALIATIVA sintomas que provocam sofrimento incomportável

ü Objetivo é reduzir o sofrimento do doente provocado por sintomas cuja gestão por outros meios é impossível
ü É alcançado por redução farmacológica do estado de consciência, sem acelerar o processo de morte
ü Deve ser explicado que é irreversível e a despedida da família deve ser realizada ANTES do início da sedação

ü Doentes já em opióides para gestão de dor à iniciar perfusão de MORFINA e titular até sedação
pretendida
TRATAMENTO
ü MIDAZOLAM bólus 1-5mg IV ou até sedação pretendida à perfusão a 1-2 mg/hr
ü PROPOFOL perfusão 5 𝝁mg/kg/min (menos usado)

85
PALIAÇÃO

DEPRESSÃO
FADIGA Tristeza, ansiedade, raiva e irritabilidade são respostas normais

Tipicamente temporárias e modestas em intensidade

ü 75% dos doentes terminais apresentam stress emocional e sintomas depressivos


ü <30% dos doentes terminais apresentam depressão major
ü Distinção é essencial

DIAGNÓSTICO DIFÍCIL à muitos dos sintomas vegetativos devem-se ao processo de morrer em si, e não a depressão

Boas perguntas de rastreio:


Foco em humor disfórico, desamparo, desesperança,
desinteresse / falta de concentração nas atividades normais ü Com que frequência se sente desanimado e triste?
ü Sente-se deprimido a maioriado tempo?

86
PALIAÇÃO

DEPRESSÃO
A BASE DO TRATAMENTO É FARMACOLÓGICA

PSICOESTIMULANTES ANTIDEPRESSIVOS SSRI OU SNRI ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS

ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS (ADT) ANTIDEPRESSIVOS IMAO


(INIBIDORES MONOAMINA OXIDASE)

ü Adjuvante no tratamento da dor ü NÃO RECOMENDADO como ANTIDEPRESSIVO


ü NÃO RECOMENDADO como ANTIDEPRESSIVO ü + efeitos secundários e + interações
87
PALIAÇÃO

DEPRESSÃO
A BASE DO TRATAMENTO É FARMACOLÓGICA

PSICOESTIMULANTES ANTIDEPRESSIVOS SSRI OU SNRI ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS

DEXTROANFETAMINA METILFENIDATO PEMOLINA MODAFINIL

ü Podem ser usado isoladamente ou combinado com antidepressivos tradicionais


ü Início de acção + rápido (vs. SSRI) à ideal para doentes com desfecho a curto prazo
ü Preferíveis em doentes com mau prognóstico e/ou com fadiga / sonolência
ü ANSIEDADE INICIAL
EFEITOS SECUNDÁRIOS:
ü INSÓNIA
ü (RARAMENTE) PARANÓIA 76
PALIAÇÃO

DEPRESSÃO
A BASE DO TRATAMENTO É FARMACOLÓGICA

PSICOESTIMULANTES ANTIDEPRESSIVOS SSRI OU SNRI ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS

DEXTROANFETAMINA METILFENIDATO PEMOLINA MODAFINIL

ü POUCAS INTERAÇÕES FARMACOLÓGICAS


MIRTAZAPINA
ü PROPRIEDADES SEDATIVAS, ANTIEMÉTICAS EANSIOLÍTICAS
(promissor!!!)
ü EFEITO SECUNDÁRIO: AUMENTO DE PESO à BENÉFICO EM DOENTES CAQUÉTICOS

77
PALIAÇÃO

DEPRESSÃO
A BASE DO TRATAMENTO É FARMACOLÓGICA

PSICOESTIMULANTES ANTIDEPRESSIVOS SSRI OU SNRI ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS

ü Preferíveis em doentes com meses ou mais de vida à eficazes, com poucos efeitos secundários
ü Decisão de qual o antidepressivo a usar baseia-se em:
1. Experiência do doente com antidepressivos no passado
2. Tempo que demora a atingir steady-state
3. Perfil de efeitos secundários mais favorável no doente em particular:

DOENTES COM FADIGA DOENTES COM INSÓNIA


PREFERIR SSRI ATIVADOR - PREFERIR SSRI
FLUOXETINA SEDATIVO - PAROXETINA 78
PALIAÇÃO

DEPRESSÃO
A BASE DO TRATAMENTO É FARMACOLÓGICA

PSICOESTIMULANTES ANTIDEPRESSIVOS SSRI OU SNRI ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS

Recomendados apenas em situações particulares, e sob gestão de especialista:

TRAZODONA BUPROPRION ALPRAZOLAM

ü EFICAZ COMO ANTIDEPRESSIVO ü + ENERGIA – ÚTIL SE FADIGA ü EFICAZ SE ANSIEDADE ASSOCIADA


ü SEDATIVO à ÚTIL SE INSÓNIA x + RISCO DE CONVULSÕES: x CAUSA DELIRIUM
x EFEITOS SECUNDÁRIOS: x CI SE DELIRIUM TERMINAL x MUITAS INTERAÇÕES
x HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA x CI SE LOE NO SNC FARMACOLÓGICAS
x (RARA/) PRIAPISMO 79
PALIAÇÃO

DELIRIUM
DEPRESSÃO DISFUNÇÃO CEREBRAL GLOBAL, de INÍCIO AGUDO, com ALTERAÇÕESNA
COGNIÇÃO E CONSCIÊNCIA

INCOMUM nas SEMANAS – MESES ANTES DAMORTE RELATIVAMENTE COMUM HORAS – DIAS ANTES

DELIRIUM HIPOATIVO DELIRIUM HIPERATIVO


ü Inversão sono-vigília ü Agitação
+ COMUM!
ü ↓ estado de alerta ü Confusão

OCORRE EM ATÉ 85% DOS DOENTES EM FASE TERMINAL

92
PALIAÇÃO

DELIRIUM O QUE DISTINGUE O DELIRIUM DE ANSIEDADE, DEPRESSÃO OU


DEMÊNCIA É A ⊘ ESTADO CONSCIÊNCIA

RECONHECER DELIRIUM em DOENTES TERMINAIS se:

ü Desorientação de novo
ü Alteração da cognição
ü Nível de consciência flutuante
ü Delírios, com ou sem agitação

93
PALIAÇÃO

DELIRIUM EM ALGUNS CASOS PODE SER BENÉFICO USAR AVALIAÇÃO FORMAL PARA DIAGNÓSTICO CORRETO:
ü MINI-MENTAL STATUS EXAMINATION à NÃO DISTINGUE DELÍRIO VS. DEMÊNCIA
ü ESCALA DE AVALIAÇÃO DE DELÍRIO à DISTINGUE ENTRE DELÍRIO E DEMÊNCIA

A MAIORIA dos DOENTES TERMINAIS que DESENVOLVEM DELIRIUM estão nos ÚLTIMOS DIAS DE VIDA

OBJETIVO: DAR LUCIDEZ AO DOENTE


EVITAR AVALIAÇÃO DIAGNÓSTICA EXAUSTIVA QUE ↑SOFRIMENTO
SUFICIENTE PARA SE DESPEDIR

Objetivo é tratar agressivamente o delirium terminal de modo a proporcionar ao doente e à família um


processo de morte calmo com oportunidade ampla para se despedirem

94
PALIAÇÃO
Aos primeiros sinais de delirium…

DELIRIUM Informar família de que este é comum mesmo antes da morte e que esta é a altura
indicada para as despedidas

ü Obstipação
SUSPENDER MEDICAÇÃODESNECESSÁRIA
ü Retenção urinária
E TRATAR CAUSASREVERSIVEIS
ü Anomalias metabólicas

ü Manter doente em ambiente familiar


MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS ü Orientar o doente, se possível, fornecendo um relógio e um calendário
ü Corrigir gentilmente alucinações ou erros de cognição do doente

95
PALIAÇÃO
Aos primeiros sinais de delirium…

DELIRIUM Informar família de que este é comum mesmo antes da morte e que esta é a altura
indicada para as despedidas

ü NEUROLÉPTICOS E, EM CASO EXTREMO, ANESTÉSICOS

ü Evitar via IM
HALOPERIDOL É 1ª LINHA ü Pode causar disforia ou reações distónicas (se surgirem, iniciar
benztropina)
MEDIDAS
ANTIPSICÓTICOS
FARMACOLÓGICAS ü Eficácia demonstrada
ATÍPICOS
ü Efeitos laterais benéficos: anti-emético, ansiolítico, ↑peso
[olanzapina, risperidona,
quetiapina, clorpromazina] ü Menor probabilidade de disforia ou reações distónicas

OLANZAPINA CLORPROMAZINA

x SÓ EXISTE VIA ORAL ü ÚTIL SE SEDAÇÃO NECESSÁRIA


x 1 SEM PARA ATINGIR STEADY STATE 84
PALIAÇÃO
Aos primeiros sinais de delirium…

DELIRIUM Informar família de que este é comum mesmo antes da morte e que esta é a altura
indicada para as despedidas

ADICIONAR BENZODIAZEPINA para REDUZIR AGITAÇÃO SE DELIRIUM POR


ABSTINÊNCIA ALCOÓLICA / DE SEDATIVO

EVITAR MEDIDAS DE CONTENÇÃO FÍSICA


MEDIDAS
FARMACOLÓGICAS
INICIAR COM 1 ADICIONAR SEGUNDO SEDAÇÃO COM
NEUROLÉPTICO NEUROLÉPTICO ANESTÉSICO
ü PROPOFOL
ü MIDAZOLAM
SE Ø RESPOSTA SE Ø RESPOSTA
97
PALIAÇÃO

INSÓNIA
DELIRIUM

MEDIDAS NÃO FARMACOLÓGICAS– HIGIENE do


MEDIDAS FARMACOLÓGICAS
SONO

MIRTAZAPINA ü Cumprir horários de sono


Preferível se depressão + insónia +
[ANTIDEPRESSIVO ü Eliminar distrações noturnas
ansiedade
SEDATIVO]
ü Eliminar café e outros estimulantes (álcool)
Eficaz como indutor do sono em idosos
TRAZODONA
[dose inf à dose antidepressiva]
Indutor do sono | menor risco de delirium
ZOLPIDEM
(vs. BZD)
Preferir as de curta duração de acção
BENZODIAZEPINAS
Risco de delirium à vigiar!

98
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO DE NEOPLASIAS

10
1
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO DE NEOPLASIAS

NÁUSEAS E TOXICIDADE
VÓMITOS [QT] DERMATOLÓGICA

Os temas Compressão Medular, Síndrome da VCS, Neutropenia Febril e Síndrome de Lise


Tumoral foram retirados desta aula por uma questão de sobreposição de temas com a aula
de Emergências Oncológicas. Nessa aula estão disponíveis estes temas em todo o detalhe.

O tema Fenómenos Trombóticos foi abordado nesta aula na secção de Síndromes


Paraneoplásicos de modo a reduzir repetições e redundância dos conteúdos.

90
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO DE NEOPLASIAS
NÁUSEAS E
VÓMITOS
NEUTROPÉNIA
INDUZIDOS
FEBRIL POR NÁUSEAS E VÓMITOS INDUZIDOS POR QT CLASSIFICAM-SE EM:
QT [NVIQ]
AGUDA TARDIA ANTECIPATÓRIA
↑ RISCO NVIQ
Início ≤ 24H pós-começo QT Início 2-5 dias pós-começo QT Ansiedade pré-tto
Tx = BZD (lorazepam) pré-tto
ü JOVENS Mucosa GI
ü SEXO FEMININO
ü Hx MOTION SICKNESS MECANISMO É INCERTO: ENVOLVE EFEITO QT LOCAL E CENTRAL

↓RISCO NVIQ
SNC – ÁREA POSTREMA (zona de gatilho quimiorreceptora)

ü HISTÓRIA PESSOAL DE NEUTROTRANSMISSORES ENVOLVIDOS:


CONSUMO EXCESSIVO DOPAMINA, SEROTONINA E SUBSTÂNCIA P
DE ÁLCOOL
130
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO DE NEOPLASIAS
NÁUSEAS E PREVENÇÃO É A MELHOR
VÓMITOS PROFILAXIA É O TODOS os doentes devem ter fármacos em SOS:
ESTRATÉGIA
MELHOR ⊘ dopamina (proclorperazina) ou ⊘ 5-HT3 (dolasetron,
INDUZIDOS POR TRATAMENTO ondansetron)
QT [NVIQ]

Risco NVIQ % doentes afetados QT Profilaxia recomendada


⊘ NK1 (aprepitant) + ⊘ 5-HT3 (dolasetron,
ondansetron) + olanzapina +
Alto >90% Cisplatina, ciclofosfamida em alta dose
dexametasona (fármaco de eleição para os
efeitos tardios)

⊘ NK1 (aprepitant) + ⊘ 5-HT3 (dolasetron,


Moderado 30-90% Oxiplatina, doxorubicina, irinotecan
ondansetron) + dexametasona

⊘ 5-HT3 (dolasetron, ondansetron) OU


Baixo 10-30% Paclitaxel, etoposídeo, gemcitabina
dexametasona

Mínimo <10% Vincristina, bleomicina Sem profilaxia recomendada


COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO DE NEOPLASIAS
NÁUSEAS E
VÓMITOS
TOXICIDADE
INDUZIDOS POR
DERMATOLÓGICA
QT [NVIQ] FÁRMACOSANTI-EGFR

ERUPÇÕES ACNEÍFORMES em 70% - 80% dosdoentes

ü Rash eritematoso
ü Erupções pústulo-papulares na face, escalpe e porção superior do tronco

PREVENÇÃO PROTETOR SOLAR, ↓EXPOSIÇÃO SOLAR E HIDRATAÇÃO CUTÂNEA

DEPENDE DA GRAVIDADE DO RASH E PODE ENVOLVER:


TRATAMENTO
ESTERÓIDES TÓPICOS | ATB ORAL (TETRACICLINA) | ↓ DOSE / Ø ANTI-EGFR

132
COMPLICAÇÕES DO TRATAMENTO DE NEOPLASIAS
TOXICIDADE
DERMATOLÓGICA
QT (5-FLUOROACIL, CAPECITABINA) E TKI (SORAFENIB, SUNITINIB, REGORAFENIB)

ERITEMA PALMOPLANTAR, também conhecido como SÍNDROME MÃO-PÉ

ü Vermelhidão das palmas e plantas dos pés, simétrica Sintomas ++ em


ü Pode ter parestesias e/ou dorassociada áreas de pressão
ü Com progressão, bolhas dolorosas ou descamação pode ocorrer

PREVENÇÃO PROTECTOR SOLAR, APLICAÇÃO DE LOÇÕES HIDRATANTES COM REGULARIDADE

ESTRATÉGIA + EFICAZ: SUSPENSÃO TEMPORÁRIA DE AGENTE CAUSADOR, ATÉ


TRATAMENTO RESOLUÇÃO COMPLETA, E REINTRODUÇÃO DO MESMO EM DOSE REDUZIDA 125

Você também pode gostar